Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Exercício II Professor: Robson Mello Análise Horizontal e Vertical Conceitos Trata-se de uma comparação dos valores obtidos em determinado período com aqueles levantados em períodos anteriores e o relacionamento desses valores com outros afins. Utiliza-se do critério básico da comparação ao longo do tempo. Interpretações Básicas Evolução dos ativos (investimentos) e passivos (financiamentos) de curto prazo. Como resultado dessa comparação, pode-se avaliar a existência de certa folga financeira (liquidez de curto prazo), na eventualidade de os ativos circulantes terem crescido mais rapidamente que os passivos circulantes, ou de um aperto na liquidez de curto prazo, refletido no caso inverso dos ativos circulantes terem apresentado uma evolução horizontal proporcionalmente menor que a dos passivos circulantes. Evolução do ativo permanente produtivo. Conceitualmente, esse grupo patrimonial (imobilizado) reflete a capacidade instalada da produção/vendas de uma empresa, devendo corresponder um nível maior de investimentos em bens fixos produtivos a um crescimento adequado de vendas. Evolução da estrutura de capital. Mais especificamente procura-se nesse segmento o conhecimento de como a empresa está financiando seus investimentos em ativos, isto é, se houve maior ou menor preferência por empréstimos/financiamentos em relação ao uso do capital próprio, se é visível algum desequilíbrio na estrutura de capital notadamente pela presença de um volume mais relevante de dívidas de curto prazo em relação a capitais de longo prazo, etc. Demonstrações de resultados. Busca identificar, prioritariamente, a evolução dos custos e despesas em relação ao volume de vendas e seus reflexos sobre os resultados do exercício. Tomando como base os Demonstrativos de Resultados de Exercícios (DRE) e Balanços de Patrimônio da empresa JETHRO TULL, serão realizadas as análises Horizontal e Vertical de seu desempenho no período de três anos de atividades. Pode-se considerar que valores acima de 100% indicam que a empresa evoluiu (cresceu) financeiramente. Da mesma forma, para valores abaixo de 100% demonstram que a empresa retrocedeu (diminuiu) financeiramente. Serão considerados nas análises tanto os valores absolutos (lançamentos e resultados das somas e subtrações), bem como os resultados relativos (cálculos percentuais). Quanto maior o passivo, menor será a rentabilidade da empresa. Demonstrativos de Resultados (DRE) – Jethro Tull Co. Contas 20X0 AH% AV% 20X1 AH% AV% 20X2 AH% AV% Receita de Vendas 830.000 100% 100% 1.260.000 152% 100% 2.050.000 163% 100% (-) CMV (524.167) 100% 63% (840.500) 160% 67% (1.593.600) 190% 78% =Lucro Bruto 305.833 100% 37% 419.500 137% 33% 456.400 109% 22% (-) Despesas adm/Vendas (115.000) 100% 14% (170.000) 148% 13% (275.000) 162% 13% (-) Despesas Financeiras (88.000) 100% 11% (140.000) 159% 11% (186.000) 133% 9% =Lucro Bruto Operacional 102.833 100% 12% 109.500 106% 9% (4.600) -4% 0,2% (-) Despesa não Operacional (24.500) 100% 3% (20.000) 82% 2% (2.500) 13% 0,1% =Lucro Antes de IR 78.333 100% 9% 89.500 114% 7% (7.100) -8% 0,3% (-) Provisão IR (31.333) 100% 4% (35.800) 114% 3% - 0% 0,0% Lucro/Prejuízo Líquido 47.000 100% 6% 53.700 114% 4% (7.100) -13% 0,3% Balanço Patrimonial – Jethro Tull Co. ATIVO 20X0 AH% AV% 20X1 AH% AV% 20X2 AH% AV% Circulante 100.000 100% 18% 110.000 110% 16% 95.000 86% 13% Realizável a Longo Prazo 160.000 100% 29% 184.000 115% 27% 192.000 104% 26% Permanente 300.000 100% 54% 390.000 130% 57% 445.000 114% 61% Total do Ativo 560.000 100% 100% 684.000 122% 100% 732.000 107% 100% PASSIVO Circulante 70.000 100% 13% 90.300 129% 13% 106.400 118% 15% Exigível a Longo Prazo 150.000 100% 27% 200.000 133% 29% 235.000 118% 32% Patrimônio Líquido 340.000 100% 61% 393.700 116% 58% 390.600 99% 53% Total do Passivo 560.000 100% 100% 684.000 122% 100% 732.000 107% 100% Análise Horizontal Nos balanços é possível observar uma deterioração na capacidade de pagamento a curto prazo da empresa como conseqüência da evolução mais que proporcional de suas obrigações (passivo circulante) em relação às suas disponibilidades e valores realizáveis (ativo circulante). Note-se que, de ano para ano, está decaindo a diferença entre o ativo e o passivo circulante, tanto em valores relativos como por valores absolutos proporcionando uma redução na liquidez. Em 20X2, essa diferença assume valores negativos. Em outras palavras, o aumento do passivo circulante foi maior do que o aumento do ativo circulante, no último ano. A participação dos recursos próprios (patrimônio líquido) na estrutura de financiamento da empresa vem proporcionalmente decaindo ao longo dos exercícios, notando-se um crescimento das dívidas. No exercício de 20X2, enquanto as exigibilidades aumentaram em 18%, o capital próprio decresceu em 1%, o que demonstra uma maior dependência da empresa aos credores. Esta análise está levando em consideração a comparação do primeiro e último ano da análise do balanço patrimonial, mais especificamente dos valores observados em Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido. Nos dois últimos exercícios (20X1 e 20X2), os custos de venda da empresa apresentaram um crescimento maior do que suas receitas, proporcionando uma redução na evolução do lucro bruto. Em outras palavras, em 20X0, para auferir um crescimento de 37% no lucro bruto, a empresa elevou suas vendas em 52%. No entanto, em 20X2, para uma elevação de apenas 9% no lucro bruto, as recitas precisaram crescer em 63%. As despesas operacionais e financeiras mantiveram no triênio uma elevação próxima às receitas, não chegando a onerar o lucro com a mesma intensidade dos custos. Como conseqüência deste aumento dos custos, o resultado líquido da empresa apresentou uma queda moderada em 20X1, chegando a um prejuízo no exercício seguinte. Esta análise, como pode ser notado, está relacionada aos demonstrativos de resultados da empresa. Análise Vertical Verificando o balanço patrimonial é possível verificar que os investimentos de curto prazo (ativos circulantes) sofreram pequenas reduções no período, passando de 18% do total do ativo em 20X0, para 13% em 20X2. Em contrapartida, de forma desequilibrada as dívidas de curto prazo apresentaram uma participação maior ao longo dos períodos analisados. Em 20X0, 13% do total do financiamento da empresa era representado por passivo circulante, subindo para 15% em 20X2. Esta situação produziu uma redução na liquidez da empresa, devendo administrar um volume maior de dívidas vencíveis a curto prazo sem apresentar um incremento correspondente em seus ativos circulantes. O único grupo patrimonial que proporcionalmente cresceu ao longo dos anos foi o ativo permanente, o qual representava 54% dos investimentos em 20X0, crescendo para 61% em 20X2. Os demais grupos de contas do ativo sofreram decréscimos relativos nos exercícios. A maior preocupação por investimentos produtivos (permanentes) pode ser derivada do crescimento dos níveis de vendas da empresa, verificado no demonstrativo de resultados. Da mesma forma observa-se que em 20X0 61% dos ativos da empresa eram financiados por capital próprio (patrimônio líquido). Em 20X2 esse percentual caiu para 53%, significando que a empresa deve a terceiros 47% dos seus ativos. A conta é simples: a empresa como um todo, é representada como 100%, tendo, em 20X2 um capital próprio de 53%, logo 100-53=47. Isto significa dizer que ocorreu uma diminuição do patrimônio líquido da empresa neste período. Pelas demonstraçõesde resultados confirma-se a necessidade de um volume maior de recitas de vendas para cobrir os custos. Em 20X0, conforme demonstrado no cálculo da análise vertical os custos representavam 63% das vendas, elevando-se para 67% em 20X1 e 78% em 20X2. Como conseqüência reduz-se a parte das vendas que representa lucro bruto. Observa-se por meio do cálculo de análise vertical que a relação lucro bruto/receitas de vendas atingia 37% em 20X0, decaindo para 33% em 20X1 e 22% em 20X2. Apesar de haver ocorrido uma redução proporcional das despesas operacionais e financeiras na estrutura de resultados, é de se notar que a empresa teve que assumir um prejuízo de $ 7.100 em 20X2. Nos exercícios de 20X0 e 20X1, apesar de ter apresentado um lucro líquido crescente em valores absolutos, houve uma redução proporcional às vendas. Assim, em 20X0, 6% das vendas eram transformadas em lucro líquido, despendendo-se 94% das receitas para cobertura dos custos e despesas da empresa. No exercício seguinte (20X1), no entanto, a empresa teve de usar um percentual maior das receitas de vendas para os custos e despesas restando 4% como lucro líquido. Valendo-se da experiência anterior, podemos realizar as análises horizontal e vertical dos resultados apresentados nos últimos dois anos da Cia. RUSH, apresentados a seguir: Demonstrativos de Resultados (DRE) – Cia. RUSH Contas 20X4 AH% AV% 20X5 AH% AV% Mercado Interno 1.283.904 - - 1.473.829 - - Exportações 517.081 - - 468.416 - - Receita Bruta 1.800.985 100% 100% 1.942.245 108% 100% (-) Deduções de vendas (228.021) 100% 13% (282.124) 124% 15% =Receita líquida 1.572.964 100% 87% 1.660.121 106% 85% (-) Custo das Vendas (1.112.820) 100% 62% (1.268.664) 114% 65% =Lucro Bruto 460.144 100% 26% 391.457 85% 20% (-) Despesas Operacionais (395.851) 100% 22% (351.984) 89% 18% =Lucro Bruto Operacional 64.293 100% 4% 39.473 61% 2% (-) Despesa não Operacional (6.560) 100% 0,4% 628 10% 0,03% =Lucro Antes de IR 57.733 100% 3% 40.101 69% 2% (-) Provisão IR (12.312) 100% 1% (5.533) 45% 0,3% (-) Participação dos Adm. (900) 100% 0,05% (850) 94% 0,04% Lucro/Prejuízo Líquido 45.421 100% 3% 33.718 74% 2% Balanço Patrimonial – Cia. RUSH ATIVO 20X4 AH% AV% 20X5 AH% AV% Circulante Disponibilidades 327.319 100% 18% 632.318 193% 29% Clientes 128.559 100% 7% 186.887 145% 9% Estoques 218.315 100% 12% 238.330 109% 11% Outros direitos 47.891 100% 3% 59.539 124% 3% Total do Ativo Circulante 722.084 100% 39% 1.117.074 155% 52% Realizável a Longo Prazo 357.543 100% 20% 160.095 45% 7% Permanente 753.580 100% 41% 878.969 117% 41% Total do Ativo 1.833.207 100% 100% 2.156.138 118% 100% PASSIVO Circulante Empréstimos Bancários 276.394 100% 15% 460.778 167% 21% Adiantamentos de cont. camb. 223.491 100% 12% 190.622 85% 9% Debêntures 208 100% 0,01% 10.026 4820% 0,5% Fornecedores 111.557 100% 6% 126.704 114% 6% Obrigações Sociais e Trib. 54.650 100% 3% 68.476 125% 3% Débitos com emp. coligadas 4.909 100% 0,3% - - - Outras obrigações 22.293 100% 1% 24.599 110% 1% Total do Passivo Circulante 693.502 100% 38% 881.205 127% 41% Exigível a Longo Prazo 624.626 100% 34% 736.738 118% 34% Patrimônio Líquido 515.079 100% 28% 538.195 104% 25% Total do Passivo 1.833.207 100% 100% 2.156.138 118% 100% Análise Horizontal Houve uma melhora na capacidade de pagamento de curto prazo da companhia. Está aumentando a diferença entre o ativo e o passivo circulante, tanto em valores relativos como por valores absolutos, proporcionando um aumento na liquidez. Em 20X5 essa diferença assume valores positivos. A participação dos recursos próprios (patrimônio líquido) na estrutura de financiamento da empresa vem proporcionalmente subindo ao longo dos exercícios, notando-se um crescimento das dívidas. No exercício de 20X5, enquanto as exigibilidades aumentaram em 18%, o capital próprio cresceu em 4%, demonstrando menor dependência da companhia aos credores. Os custos de venda da companhia apresentaram um crescimento, proporcionando uma redução na evolução do lucro bruto. Em outras palavras, no ano de 20X5 auferiu um decréscimo de 15% no lucro bruto. Apresentando um aumento de suas vendas brutas em 8%. As despesas operacionais demonstraram uma diminuição de 11%. E o resultado líquido da companhia apresentou uma diminuição em 20X5 chegando a um lucro de 74%. Análise Vertical Os investimentos de curto prazo (ativos circulantes) apresentam aumento no período, passando de 39% do total do ativo em 20X4, para 52% em 20X5. As dívidas de curto prazo representam uma participação maior ao longo dos períodos. Em 20X4 38% do valor total de financiamento da companhia eram representados pelo passivo circulante, subindo para 41% em 20X5. O ativo permanente representava 41% dos investimentos em 20X4, mantendo-se estável em 41% no ano de 20X5. Em 20X4 28% dos ativos da empresa eram financiados por capital próprio. Em 20X5 este percentual caiu para 25% significando que a companhia deve a terceiros 75% de seus ativos. Segundo demonstrações de resultados, em 20X4 o cálculo da análise vertical demonstrou que os custos das vendas representavam 62%, aumentando para 65% em 20X5. Como consequência, reduz a parte das vendas que representam lucro bruto. Observa-se por meio do cálculo de análise vertical que a relação lucro bruto/receitas de vendas atingia 26% em 20X4, decaindo para 20% em 20X5. Como consequência da redução das despesas operacionais, a companhia assumiu um lucro de 1% em 20X5. Assim, em 20X4 3% das vendas eram transformadas em lucro líquido, despendendo-se 97% das receitas para cobertura dos custos e despesas. No exercício seguinte (20X5), a companhia teve de utilizar um percentual maior das receitas de vendas para os custos e despesas, restando 2% como lucro líquido.
Compartilhar