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Comportamento humano nas organizações – NP1 Evolução histórica da relação do homem com o trabalho -Lewin Munford - 3 fases: eotécnica (feudalismo), paleotécnica (revolução industrial) e neotécnica (moderna). -Era da telecomunicação: pós moderna. Feudalismo - fase eotécnica -Sr. Feudal X Camponeses: dependiam um do outro (relações primárias / afetivas). -Trabalho manual: artesão. Desde a matéria prima até o final. -Relação de troca por necessidade de sobrevivência. -Não existia uma mobilidade social, filhos seguiam o destino dos pais. -Influência forte da igreja católica ("o trabalho dignifica o homem"). -Palavra "trabalho": tripalium (onde os escravos eram açoitados), labore (sacrifício, atividade penosa). Revolução industrial - fase paleotécnica -Sistema fabril (14-18 horas por dia). -Sem condições dignas de trabalho; crianças à idosos; 1750-1900; camponeses migraram; maior mobilidade social; ideia de livre concorrência; maior competição entre as pessoas; em tese, havia a ideia de promoção nas fábricas; capitalismo - busca pelo dinheiro; maior individualismo, o que favorece a competição; a pessoa faz parte da produção, não detém a matéria prima, o processo e o produto final (conceito de alienação de Marx). -A ideia de competição é errônea, pois não vai necessariamente arrecadar lucro. -As empresas passam a ideia de trabalho em equipe, mas aos poucos fica perceptível que, na verdade, é cada um por si. Moderna - fase neotécnica -1900: influência do Positivismo (conhecimento é o que é cientificamente comprovado / ciência acima de tudo / administração clássica). -Taylor desenvolveu a teoria da administração científica (só é administração se puder ser comprovado / faz-se um estudo científico). Elaborou 5 princípios básicos: 1- Método único: estudo de tempos e movimentos (cronometrista avaliava o tempo de cada movimento de um funcionário no exercício da função, se fosse o ideal, os demais funcionários deveriam agir da mesma forma). 2- Treinamento: todos da empresa eram treinados para reproduzir o mesmo comportamento. 3- Seleção: por características físicas. 4- Remuneração por peça: quanto mais produzia, mais ganhava. 5- Controle gerencial: alguém para dar ordens. -A ideia do trabalho como algo ruim, fez com que Taylor pensasse em um método para motivar: cenoura e pancada (itens 4 e 5, respectivamente). Com isso, a produção cresceu. Consequentemente, pessoas foram demitidas, pois poucos já produziam a mesma quantidade de muitos. -Trabalho é a transformação da natureza (e de nós mesmos), não apenas o conceito capitalista (lucro). Ford - ergonomia e função do grupo -Pode-se controlar o trabalho individual pelo grupo (grupo como controlador social). -Com a esteira inserida na produção, o desgaste dos funcionários seria menor e a produção, maior. -Ford criou uma linha de produção em escala: ergonomia (relação da pessoa com o trabalho/máquina). Teve ascensão rápida por conta da grande contribuição estatal: o funcionário podia comprar o próprio produto, o que fazia com que ele produzisse com mais comprometimento. Percebeu que o grupo julga quem não segue regras (sanciona a conduta do indivíduo). Quadro comparativo Taylor Ford Pós-fordismo (Max Pagés) Preocupação com o processo (como fazer) Preocupação com o processo (como fazer) Preocupação com a estratégia / resultado (a razão de fazer) Controle externo (gerente) Controle externo (grupo) Controle interno (eu) – iniciativa / pró-atividade Mecanismo de repressão (gerente) Mecanismo de repressão (grupo) Mecanismo de persuasão -Cada vez mais as pessoas se sentem obsoletas pelas exigências do mercado. -Empresas hipermodernas: buscam um perfil diferenciado, gerando um tratamento diferenciado. -Década de 80: crescimento rápido gerou crise de identidade. Tendências / mudanças -Sentimento de obsoletismo (profissional negociador). -Antropomorfismo (dar vida a objetos inanimados). -Isolamento social (atrelado à tecnologia): temos mais contatos virtuais do que pessoalmente. -Noção de tempo. -Rede - senioridade (tem sido desvalorizada por não acompanhar a tecnologia). Mudanças nas empresas -Novos modelos de gestão. -Terceirização. -Descentralização (dividir a responsabilidade da matriz para as filiais) / downzing (enxugamento de níveis hierárquicos). -Trabalho em equipe. -Multifuncionalidade. Psicologia ligada ao trabalho -Fadiga (primeira coisa a ser estudada em laboratório pela Psicologia; descobriu-se que não era psicológica, e sim fisiológica; houve a necessidade de reduzir as horas de trabalho). -Psicometria (habilidades / personalidade). -Liderança - comunicação - grupo. -Motivação no trabalho. -Comprometimento. -Alienação. -Saúde mental no trabalho. -Nascemos com: medo, afeto, raiva, tristeza, alegria. -Somos culturalmente mais estimulados para ter algumas emoções, do que outras. -Está havendo uma feminilização do mercado de trabalho por conta da sensibilidade (foco no cliente). -A senioridade tem sido desvalorizada por não acompanhar a tecnologia. -Testes psicológicos passaram a ser utilizados em indústrias, o que não é tão bom, pois não são 100% fidedignos. Papel do psicólogo -Industrial: aplicava testes para seleção (se o perfil do funcionário era parecido com o do chefe / se o indivíduo estava apto para o cargo). -Von Bertalanfly (Teoria Geral dos Sistemas): todo ato pode ser analisado como um sistema, que possui subsistemas e está em um macrosistema. Possuia um referencial da Biologia. Exemplo: família (macrosistema) interfere na vida da pessoa, que possui subsistemas (sistema endócrino, respiratório). Um interfere no outro, são interdependentes (relação causa-efeito). -Todo sistema tem uma entrada, um processo e uma saída. -Essa teoria fez com que o papel do psicólogo mudasse de industrial para organizacional (organismo). -Todo sistema é aberto, senão entra em entropia (morre). -Organizacional: ampliou o campo de atuação (treinamento, desenvolvimento). Ainda tinha visão tecnicista/reativa. -Hoje em dia, o psicólogo procura entender o que está acontecendo, antes de tomar medidas (papel estratégico). A preocupação atual é com a saúde mental do funcionário. Organização formal e informal -Elton Mayo: estudos de Howthorn ou o movimento das relações humanas. 3 momentos da pesquisa realizada por ele (uma fábrica com muitas funcionárias mulheres estava com baixa produtividade): 1- Iluminação: grupo controle (situações normais) X grupo experimental (melhor iluminação). A produtividade do grupo experimental cresceu, o que fez o pesquisador pensar que essa era a razão. Para comprovar, voltou a iluminação às condições normais e, como resultado, a produção continuou crescendo. 2- condições de trabalho: 6 mulheres ficaram livres para criar e trabalhar como quisessem, com isso, a produtividade aumentou. Retirada a liberdade, a produtividade continuava alta. 3- Realizaram entrevistas e perceberam que isso era terapêutico (as pessoas precisavam ser ouvidas). Esse conceito de homem social contrapôs a teoria de Taylor. -O conceito de homem social mostra as conclusões: quando o funcionário se sente pertencente ao grupo, a produtividade cresce. -Crítica: reducionista a um fator (ideia de que o homem se motiva apenas com conversa ou salário). -Teoria muito utilizada na década de 60. -Dentro de uma organização formal, há uma informal que não é vista. -Formal: impessoal (não existem pessoas, e sim funcionários com papeis definidos - pressupunha que a minoria pensa e a maioria executa), baseada nas relações ideais (ideia de que com papeis definidos não haveria intrigas) e hipótese da gentalha ou da ralé (gestor pensava em relação ao seu funcionário e agia de acordo com a sua filosofia – autoritário). -Informal: mal delimitada, mal estruturada, independe de cargos. Elton Mayo afirmou que era importante ouvir essa organização (grupoinformal), pois auxilia no sucesso da mudança na empresa. Dois grupos que precisamos entender: -Primários: relação face a face; contato direto; comunicação direta; relação afetiva. Têm a função primordial de formação de opinião (distinção entre indivíduo e grupo). -Secundários: contato direto; relação contratual; intelectualizada. -Elton Mayo foi o pioneiro a pensar nas teorias motivacionais. -Percepção: unidade inicial / capacidade de captação dos estímulos externos utilizando os 5 sentidos. Após isso, interpretamos baseados nos nossos conhecimentos (experiências) e, só então, comunicamos. -Percepção é limitada e seletiva (temos um foco / depreendemos o que está ao redor / só processamos um estímulo por vez). -No processo de percepção, podemos fazer entrevista, observação e questionário. A maior profundidade é dada pela entrevista. Teorias motivacionais -Precursor dos estudos: Elton Mayo (movimento das relações humanas - conceito de homem social). Mc Gregor: teoria X e Y. -Fez uma pesquisa com executivos: a maioria pensava de acordo com a administração clássica (forçavam o funcionário a trabalhar). Esse resultado da pesquisa foi denominado teoria X (achavam que as pessoas trabalhavam apenas por necessidade; tinham práticas autocráticas; o funcionário não era livre para ser criativo). -Proposta Y: ambiente motivador faz o funcionário responder / funcionário pode ser criativo / se motiva se tiver apoio do gestor. Desenvolvimento gerencial: rever as crenças dos gestores e os discursos ideológicos das empresas (discurso X prática). Argyris: teoria da imaturidade e maturidade -O ser humano inicia a vida com imaturidade (estado de dependência, subordinação, se comporta de poucas maneiras, não tem noção de si mesmo, não tem noção de tempo, tem interesses dispersos e é passivo). -Dificilmente vamos atingir o estado de maturidade (oposto de imaturidade). -A empresa pode impedir o desenvolvimento do funcionário. -A pessoa desenvolve mecanismos de fuga, saindo da empresa ou se mantendo insatisfeito: agressão (verbal, que contamina ambiente e pessoas). Maslow: hierarquia das necessidades -O ser humano busca equilíbrio e é movido pelo desequilíbrio. Uma necessidade precisa estar parcialmente satisfeita antes de buscar outra. -Fisiológica: comer, beber. -Segurança: certeza de que as fisiológicas estão atendidas / benefícios / estabilidade. -Social: se sentir pertencente. -Estima: poder e prestígio / reconhecimento alheio / poder derivado de um status (cargo) / poder derivado de um status intrínseco (carisma, inteligente). -Autorrealização: utópica / outras necessidades vão emergir / sempre buscamos novas metas). Herzberg: teoria dos fatores higiênicos e motivadores. -Perguntou o que as pessoas mais gostavam e menos gostavam sobre o trabalho. -Falou sobre a higiene: previne a doença, mas não causa saúde. Se a empresa mexer nesses fatores, vai prevenir a insatisfação, mas não causa satisfação. Tem um caráter temporário/preventivo. -O que causa insatisfação, geralmente está relacionado ao ambiente. -Só fatores motivadores (trabalho em si) vão gerar satisfação. O trabalho pode ser interessante, a partir do momento em que o ambiente gere isso. Fatores motivadores duradouros causam motivação (projetos com autonomia, desafiadores, com reconhecimento). -Criou o Job Enrichment (enriquecimento do cargo): ampliar as responsabilidades/empoderamentos dos funcionários. -Todas as teorias após Elton Mayo têm a ver com o homem realizador (busca de realização). Saúde mental e qualidade de vida no trabalho 1) Estresse no trabalho (referencial mais comportamental/cognitivista) -Eustress: positivo / tensão necessária para sobreviver. -Distress: negativo / nocivo / pode desencadear doenças psicossomáticas. 3 fases: -Alarme: mais positiva / após o estímulo ameaçador, volta a se acalmar. -Resistência: negativa / gera sintomas (manchas no corpo, gastrite, queda de cabelo, dor de cabeça). -Exaustão: negativa / sintomas se agravam. -Estratégias de coping (mais positivas e menos nocivas): formas de reagir aos estímulos (mecanismo de enfrentamento do estímulo ameaçador). Identificar qual é o fator estressor e pensar se pode mudar isso. 2) Saúde mental do trabalhador (referencial psicanalítico) -Estudos se iniciaram na França com Dejours, que criou a metodologia e o referencial. -Dejours: Psicopatologia do trabalho (1º livro / focado na doença mental) à Psicodinâmica do trabalhador (todo trabalho denota sofrimento). -Sofrimento: criativo (resultado positivo / a pessoa sente que cresceu) e patogênico (gera doenças psicossomáticas). A organização do trabalho e as relações sociais contribuem para ser criativo ou patogênico. -Ideologia defensiva coletiva: negar que o perigo existe. 3) Epidemiologia (referencial mais dialético/marxista) -Estudo ligado às profissões. -Identificar o que causa. -Como os fatores interferem na relação do homem com o trabalho. 4) Pesquisa e subjetividade (referencial fenomenológico) -Muito utilizado em pesquisas. -Nunca vamos entender completamente a forma como a pessoa percebeu o fenômeno.
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