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Espírito empreendedor
Introdução
Em um mundo aonde o conhecimento conduz o desenvolvimento das sociedades, não é nenhuma novidade que a inovação e o espírito empreendedor sejam um elemento primordial para o desenvolvimento econômico de uma nação (LEITE, 2012).
Isto é reflexo das mudanças que estão sendo vivenciadas no contexto das sociedades, que se caracterizaram segundo Drucker (1998), como uma mudança da sociedade agrícola, para industrial e da industrial para sociedade do conhecimento, em que se tem como recurso mais importante o conhecimento, sobretudo inovador, e este segundo Morin, só pode ser produzido pelas pessoas (MORIN, 2003). 
Vale salientar, que tais mudanças ocasionaram uma ruptura no modo de se promover o desenvolvimento, que na esfera econômica implicou em uma mudança na estrutura econômica relativa a produção, distribuição e concorrência, em um contexto em que o mercado não é mais local e sim global (SANTOS, 1996) e o recurso de valor passa a ser o conhecimento. Neste contexto, cabe expor que não basta apenas conhecer é preciso agir, tendo em vista que as ações valem mais que as palavras e o agir a que se refere significa promover a inovação.
Dentro do campo das organizações, isto repercutiu na filosofia organizacional e no direcionamento estratégico adotado pelas empresas (FISHER E FLEURY, 1998), a ponto dos recursos de valor, na mudança da sociedade industrial para a sociedade do conhecimento, deixarem de ser os ativos tangíveis, ou seja, máquinas, terras, e equipamentos, e passassem a ser os ativos intangíveis, ou seja, o conhecimento que as pessoas que fazem parte da organização detém (DRUCKER, 1987). 
Na sociedade do conhecimento, tem poder e vantagem competitiva quem detém o conhecimento, sobretudo o conhecimento capaz de promover a inovação, inovação que nada mais é do que uma postura estratégica almejada por muitas empresas, e que tem como ator o empreendedor agente este capaz de promover vantagem competitiva por meio da criação e uso de um conhecimento inovador (Angeloni, 2003).
Cabe salientar que tal premissa despertou o interesse da comunidade acadêmica, passando a constituir um objeto de pesquisa e/ou ensino de diversas áreas do conhecimento. Além disto, passou a constituir a filosofia de formação universitária de muitos cursos e passou a ser usada como diretriz base para formulação de politicas públicas e organizacionais que promovam o desenvolvimento por meio do estimulo a inovação e ao espírito empreendedor (BARROS, 2011, NAKAGAWA, 2011, HASHIMOTO, 2010). O espirito empreendedor, é o empreendedorismo, é a prática de empreender. (LEITE, 2012).
Objetiva-se com este texto apresentar um resumo do estado da arte das definições do espírito empreendedor para em seguida apresentar alguns dilemas atrelados a definição e o entendimento do termo “espírito empreendedor”, para por fim delimitar como o mesmo se apresenta na contemporaneidade.
O estado da arte das definições do espírito empreendedor
A palavra “empreendedor” tem como raiz o termo latim imprendere, e chegou aos tempos modernos como uma derivação da palavra francesa entrepreneur, que significa: indivíduo que assume riscos e começa algo novo (FILION, 1999).
Todavia foi no início do século XVIII, que o economista francês e banqueiro, Richard Cantillon, descreveu um empreendedor como alguém que assume riscos comprando matéria-prima, por certos preços, processando a mesma, e vendendo por preços incertos (LEITE, 2012).
Posteriormente Adam Smith, considerado o formulador da teoria econômica clássica, em seu famoso livro “A riqueza das nações”, vislumbrou o empreendedor como aquele que deseja obter um excedente de valor sobre o custo de produção. Assim, o empreendedor seria um proprietário capitalista (LEITE, 2012).
Considerado o pai do empreendedorismo J. B. Say, posteriormente definiu o empreendedor como aquele que “transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento”. Ele foi o primeiro a separar a função do capitalista da função do empreendedor. (FILION, 1999)
Uma das definições que melhor exemplifica espírito empreendedor foi elaborada por Schumpeter (LEITE, 2012). Ele definiu o empresário empreendedor como agente central no processo de mudanças socioeconômicas, afirmou que o empreendedor é o indivíduo que está na constante busca por novos conhecimentos para promover a inovação.
O autor baseou-se na premissa que sistema econômico de oferta e procura encontra-se em situação de equilíbrio e que o empreendedor tende a romper esse equilíbrio através da inovação processo este definido como destruição criativa.
A inovação para o autor assume várias formas: A introdução de um novo bem ou padronizar da qualidade; A introdução de um método novo de produção; A abertura de um no mercado; A aquisição de uma nova fonte de nova fonte de materiais; e A realização de uma nova organização em qualquer indústria. (LEITE, 2012).
Para entender o que é esse espírito empreendedor, Drucker, expôs que em “Uma era de descontinuidade”, (1987): “o empreendedor é alguém que concebe, desenvolve e realiza visões”. È ele que faz o futuro acontecer.
A inovação é o instrumento do espírito empreendedor (Drucker, 1985), todavia a Inovação não é invenção. Seu foco é o desempenho – e numa empresa isto significa desempenho econômico. A Invenção, por sua vez, está relacionada à ciência, sendo irrelevante do ponto de vista econômico até ser transformada em algo prático pela ação do empreendedor, de modo a gerar inovação. Para Drucker (1987), a essência do empreendedor é transformar ideias inovadoras em riquezas.
O “espírito empreendedor” não é uma característica de personalidade, ele é disciplina e como tal qualquer indivíduo que queira ser empreendedor pode aprender e se comportar de forma empreendedora.
Para isso, esse alguém terá que aprender a aprender e adquirir uma ampla gama de conhecimentos ou, mais especificamente, conhecimentos relacionados com a visão do que deseja realizar, isto tem que ser feito de modo contínuo, deve ser receptivo a inovação e encarar as ameaças como uma oportunidade visando criar algo novo.
A importância da inovação deve ser compreendida, principalmente, sob dois aspectos. O primeiro consiste no impacto que a inovação pode provocar. O segundo é o da capacidade do empreendedor edificar negócios por meio de uma inovação sistemática.
Para Druker (1985) a inovação sistemática é o resultado de uma administração empreendedora que segue algumas diretrizes e práticas: a organização deve ser receptiva à inovação; a mensuração sistemática de desempenho é necessária; e a empresa deve ter práticas coerentes com a estrutura organizacional, em termos de recursos humanos, remuneração, incentivos e recompensas que estimulem a busca incessante de inovações.
Dilemas na definição do espírito empreendedor e o espirito empreendedor na atualidade
Depois de apresentarmos as definições do espírito empreendedor, fica clara a relação entre estes dois termos: espírito empreendedor e inovação. Isto se deve a grande contribuição dada por Schumpeter, ao associar espírito empreendedor com inovação, sendo os conceitos desenvolvidos após isto, considerados uma extensão da definição exposta por Schumpeter do espírito empreendedor (Leite, 2012).
Nesse contexto a inovação se apresenta como relacionada ao ato de transformar conhecimento e ideias criativas em algo novo e de valor. 
Contudo, o dilema se apresenta na dificuldade ou falta de consenso, sobre o que é esse novo. Sabendo que este novo refere-se a inovação, questiona-se de que inovação se refere, e isto implica no entendimento e na definição do termo” espírito empreendedor " e/ou e em quem de fato pode ser tido como empreendedor, tendo em vista a inter-relação entre os mesmo já apresentadas.
Apesar de Shumpeter, ter definido a que inovações os empreendedores atuam, sua definição ficou muito abrangente. Deste modo, muitos estudiosos delimitam a inovação a classificando de acordocom o grau, e esta classificação é usada por muitos estudiosos, para delimitar o que é o espirito empreendedor.
Para tanto a apresentaremos a definição mais comumente usada que diz que a inovação caracteriza-se como a busca, descoberta, experimentação, desenvolvimento, imitação e adoção de novos produtos, processo e novas técnicas organizacionais (Dosi, 1998). 
A inovação é exposto por Freeman (1990) como de dois tipos: incremental e radical.
As inovações incrementais traduzem melhoramentos nos produtos, processos e organização da produção dentro da empresa, sem alteração da sua estrutura.
Já as inovações radicais referem-se ao desenvolvimento e introdução de um novo produto, processo ou forma de organizar a produção. Pode levar a um ruptura com os processo e/ou estrutura anterior.
Tome por exemplo, se alguém compra um negócio ou simplesmente abre um negócio (um restaurante), este alguém pode ser denominado como empreendedor? Segundo a definição de Drucker, não. Na perspectiva de Schumpeter também não é um empreendedor. No contexto apresentado pelos autores o espírito empreendedor deve está atrelado a inovação. 
Deste modo, se os indivíduos agregassem características “inovadoras” ao seu negócio, poderiam ser vistos como empreendedores.
Por outro lado se alguém que fosse abrir um negócio, ou comprasse um, proporcionasse melhorias incrementais. Esta melhoria poderia não refletir em um novo produto ou serviço em si do negócio, mas em uns dos processos atrelados ao mesmo que muitas vezes é imperceptível ao consumidor, mas traz vantagens para organização. Como a descoberta e uso de uma nova matéria prima. Neste caso, teríamos uma inovação incremental e está é uma ação empreendedora. 
A inovação no sentido do negócio pode está atrelada a imitações criativas. Por exemplo, se um indivíduo começa a vender um produto que seja já comum em sua área ou país, ele não será visto como sendo empreendedor. Entretanto, se ele é o primeiro a vender o mesmo produto em uma forma original ou a um segmento de mercado novo, ele será um empreendedor, ao promover uma inovação.
Conclusão:
Este texto começou expondo o estado da arte, da definição do termo espírito empreendedor, entretanto na atualidade alguns dilemas se apresentam tal como exposto, de modo que se faz uso de complementos teóricos para delimitar o que vem a ser o espírito empreendedor. Contudo, a definição que prevalece é a que tem como base as propostas de Schumpeter e Drucker e está foi exposta por meio de exemplos que ilustram e procuram esclarecer como o espírito empreendedor pode ser identificado.
Em resumo, a inovação é a pedra fundamental do espírito empreendedor. A criação de uma empresa sem a execução de mudanças ou a adição de melhorias aos produtos e os serviços e/ou a seus processos de negócio, não tem o espírito empreendedor faz presente.
Drucker salienta que precisamos nos dar conta de que a norma da sociedade atual é a inovação e o espírito empreendedor. Só por meio dele que se pode promover o desenvolvimento socioeconômico dos países e organizações.

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