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Resenha: Show de Trumam

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A história é retratada a partir da vida do personagem Trumam, que tem todos os momentos da sua vida, sem que ele saiba, registrados e transmitidos por um canal de televisão. Toda a sua vida é construída e modelada pelos produtores de TV e encenada por atores, a fim de entreter os telespectadores do programa de TV.
	O personagem Truman representa um típico cidadão americano e na história é o único que não sabe que sua vida é uma invenção. Tudo em sua vida é uma projeção da realidade fora do estúdio onde são feitas as gravações. A descoberta do mundo real ocorre quando é atingido por uma câmera, que cai sobre ele. A partir de então, começa uma série de suspeitas, modificando totalmente sua relação com o mundo em que está inserido. Tudo passa a lhe ser suspeito e o personagem inicia uma busca sobre a verdade do que está por trás das câmeras. 
	Num dado momento do filme, o criador do programa Christof participa de um programa de entrevista e é questionado pelo entrevistador sobre o fato de Trumam nunca ter questionado sobre “a natureza do mundo em que vive”. A resposta dada por Christof é a de que o homem usualmente aceita o mundo e a realidade como lhe é apresentada. Truman poderia ir embora quando quisesse, mas era conveniente o mundo em que estava inserido.
	De modo parecido, no mito da Caverna de Platão, os personagens da alegoria também vivem num mundo projetado, não real. E, da mesma forma que Truman, não distinguem o mundo das aparências e o mundo das realidades.
	Na “Caverna das Aparências” de Platão, a alegoria de ilusão da realidade era dada por sombras que, projetadas dentro da caverna e as algemas, representam a forma como os pré-conceitos são tidos como verdades, pois vivenciados cotidianamente, amarram e limitam a compreensão. Trumam Burbank, da mesma forma, se vê amarrado pela rotina da ilha em que vive, pensadas e executadas pela produção do programa a fim de torná-lo uma pessoa passiva e alienada.
	No entanto, assim como um dos prisioneiros da Caverna, que começa a questionar a pseudo realidade em que está inserida, Trumam passa a investigar e refletir sobre a veracidade e aparência das coisas como lhe são apresentadas e, apesar dos riscos do desconhecido e das dificuldades sociais disso, optam pela busca da verdade, motivados pelo desejo do saber. 
	Tanto o filme como o mito da caverna nos instiga a refletir também sobre o nosso relacionamento com as sombras e realidades criadas de nossa sociedade. Até que ponto temos condições críticas de separar o entretenimento com a ilusão de realidade projetada.
	O fato é que, cada vez mais, a realidade traduz-se nas opiniões que nos são colocadas, principalmente pelos meios de comunicação, como verdades absolutas e acabadas; e os fatos são apresentados de partir de pontos de vista ideológicos. 
	A libertação das “algemas” e a fuga da “ilha”, que isola e aliena, é tema que deve ser explorado e experimentado pela ação da educação e da cultura, que devem estimular e preparar o indivíduo no pensamento crítico, de modo contínuo em busca do saber.

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