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Os grandes economistas e suas ideias

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Os grandes economistas e suas ideias
INTRODUÇÃO
Como bom disse Daniel R. Fusfeld, “Os trabalhos de economistas definiram as principais filosofias sociais dos últimos duzentos anos”. Os ideais dos grandes economistas se transportaram por diferentes gerações, e até hoje são estudadas, e muitas vezes, ainda, servem de base para projetos políticos econômicos da atualidade.
Com a execução deste trabalho objetivou-se enfatizar as ideias de grandes economistas de diferentes épocas, e que, portanto, refletiam diferentes projetos. Segundo Fusfel, as grandes estruturas conceituais da Ciência Econômica relacionam-se às grandes inquietações dos indivíduos de qualquer época.
Assim sendo, este fichamento apresenta o contexto histórico no qual cada economista está inserido, buscando-se, desta forma, relacioná-lo com as ideias desenvolvidas por cada um deles.
1. O MUNDO MARAVILHOSO DE ADAM SMITH.
Quem fosse para Inglaterra, por volta do ano de 1760, certamente ouviria falar de um certo Dr. Smith da universidade de Glasgow, este era muito bem conhecido, tanto por suas realizações pessoais quanto por sua personalidade notável. Ele era uma pessoa bem distraída e cometia diversas “gafes” pela região, mais suas esquisitices pessoais nunca interferiram na sua excelente capacidade pessoal, pois ele estava entre os mais destacados filósofos de sua época.
Na universidade de Glasgow o Dr. Smith lecionava problemas de Filosofia Moral – tema que não possui muito alcance nos dias de hoje – que compreendia Teologia Natural, Ética, Jurisprudência e Economia Política, portanto ia da ordem e harmonia às atividades menos ordenadas e menos harmoniosas. Na Teologia Natural, se tem uma busca da finalidade da confusão do cosmo, e o já citado professor se via tentando explicar as leis naturais que existiam no aparente caos do universo, mais quando este chegava ao outro lado da questão, procurando uma arquitetura sobre o burburinho da vida diária, percebia-se que este estava levando a Filosofia um pouco além de seus limites adequados.
A sociedade Inglesa dos fins do século XVIII possui um lado terrível, deixando de lado a burguesia com sua vida elegante e ociosa, nos deparamos com um caos, pessoas sofrendo em uma crueldade e degradação humana, numa sociedade completamente desorganizada, barulhenta e ineficiente. Se alguém fosse às minas de carvão se depararia com homens, mulheres e crianças em condições de animais, com tratamento quase escravo, sofrendo em condições desumanas, assim como nas indústrias, onde crianças cuidavam de máquinas, em turnos que iam de 12 a 14 horas, era um mundo muito cruel. E era muito curioso que o Dr. Smith visse ordem e finalidade em tudo isso, este homem tão culto, propunha estabelecerem-se dentro do mundo as linhas perfeitamente delineadas das grandes leis segundo as quais a aparente luta cega pela vida poderia enquadrar-se num conjunto significativo e total.
O Dr. Smith certa feita se auto descreveu como “... Um inútil em tudo, exceto nos meus livros.” Esse professor tão distraído nasceu em 1723 na cidade de Kirkcaldy, na Escócia. Desde os primeiros anos Smith foi um aluno notável, e era evidente que sua carreira seria o magistério, por isso, aos 17 anos ingressou em Oxford e depois aos 28 anos ocupou a cadeira de Lógica, na universidade de Glasgow e logo depois a cadeira de Filosofia Moral. Em 1759 publicou um livro chamado A Teoria dos Sentimentos Morais, e com ele projetou-se imediatamente na primeira linha dos filósofos ingleses. Essa teoria era a respeito da indagação de como o homem, um ser tão egoísta, seria capaz de formar julgamentos morais onde o interesse pessoal parecia ser posto de lado, e como resposta ele diz que nós somos capazes de nos colocarmos na situação de uma terceira pessoa, de um observador imparcial, portanto somos assim capazes de formar uma noção simpática dos méritos morais de determinada circunstância em oposição aos méritos egoístas.
O livro provocou grande repercussão, e tornou-se tema de debates em outros países. E o mais importante de tudo, teve a aprovação de um homem brilhante chamado Charles Townshend. Este era um homem culto, que de acordo com as palavras de Horace Walpole era “dotado de todos os grandes talentos e deveria ter sido o maior homem de sua época, se tivesse a sinceridade, firmeza e bom-senso.”, pondo de lado sua falta de visão política, era um sincero estudioso de Filosofia e de Política e admirador dedicado de Adam Smith, e viu nele um ótimo tutor para o filho de sua esposa, convidando-o para tal. Sendo uma oferta muito boa, com bom remuneramento, o Dr. Smith aceitou o convite.
O tutor e sua graça partiram para a França em 1764, depois de viajar para diversas regiões, em Paris ele começa a escrever um tratado de Economia Política, que seria o livro Riqueza das Nações concluído somente doze anos depois. Lá teve a oportunidade de conversar com um dos mais destacados economistas franceses, M. Quesnay, o qual propunha uma escola econômica chamada fisiocracia e idealizara uma carta de Economia chamada tableau économique, o qual afirmava que a riqueza derivava da produção e circulava pelo país, de mão em mão, revigorando o corpo social, tal como a circulação do sangue. Este causou grande impressão, mas o mal da fisiocracia estava em insistir que a verdadeira “riqueza” somente as classes agrícolas produziam e que as industriais somente a manipulavam de modo estéril, desse modo esse sistema tinha uma utilidade muito limitada para uma política prática, pois o aparecimento do capitalismo levava inequivocamente ao aparecimento da classe industrial em posição de superioridade sobre a classe agrícola, portanto essa filosofia não era adequada a Adam Smith, que crescera no contexto de Kirkcaldy e Glasgow onde era possível ver a riqueza sendo criada pelas mãos dos artesãos, nas oficinas e fábricas. Mas apesar disso, tinha uma profunda admiração pessoal pelo médico francês.
A viajem terminou em 1766, Smith voltou para Londres e em seguida foi para Kikcaldy, onde permaneceu os dez anos seguintes, enquanto o grande tratado ia tomando forma. Às vezes ia para Londres visitar seu pupilo, ou discutir idéias com os intelectuais da época como o Dr. Samuel Johnson e Benjamim Franklin – que o influenciou em sua visão sobre as colônias.
Em 1776 a Riqueza das Nações foi finalmente publicada. O livro foi considerado como “a explosão não apenas de uma grande mentalidade, mas também de toda uma época”. Nele há uma longa linha de observadores, Smith utilizou-se de mais de cem autores, os quais foram mencionados nominalmente em seu tratado. Mas enquanto outros esclareciam este ponto ou aquele, ele iluminou toda a paisagem. O livro foi considerado uma obra-prima. É um imenso panorama com uma variedade de assuntos que vão desde “as últimas perturbações nas colônias americanas”, o desperdício da vida estudantil em Oxford e as estatísticas da produção de arenque desde 1771.
Ao terminar de se ler as novecentas páginas do livro, temos uma imagem viva da Inglaterra da época de 1770. Sua leitura é difícil, demonstra uma mentalidade enciclopédica, mas não uma precisão da mente ordenada. O livro não evita nada, não reduz nada, não teme nada. Sua argumentação é tão detalhada e cheia de observações que constantemente o leitor tem de afastar a ornamentação para encontrar as vigas de aço que mantêm sua estrutura. Mas, apesar de seu peso, o texto está cheio de percepções, observações e frases bem torneadas que dão vida a essa grande exposição.
A Riqueza das Nações não é um livro didático. Adam Smith escreveu para a sua época e não para seus alunos; expôs uma doutrina que julgava importante para o governo de um império, e não um tratado abstrato para distribuição escolar. Finalmente, é um livro revolucionário. Seu objetivo não é defender os interesses de qualquer classe, mas promover a riqueza de toda a nação. E essa riqueza consiste nos bens que todas as pessoas da sociedade consomem – é uma filosofia democrática e, portanto radical, da riqueza.
Adam Smith dá atenção a dois grandesproblemas, como é possível uma sociedade de pessoas tão egoístas se manter em pé? Qual o princípio que faz o interesse individual de cada um conformar-se ás necessidades do grupo? E sem nenhum planejamento, como a sociedade consegue fazer com que sejam feitas todas as tarefas necessárias à sua sobrevivência? Estas perguntas o levam à formulação das leis de mercado. Buscava a “mão invisível”, como a chamava, pela qual “os interesses particulares e as paixões dos homens” são levados na direção “que é mais agradável aos interesses de toda a sociedade.” Outro problema que lhe interessa é: para onde vai a sociedade? Para ele a sociedade não é concebida como uma realização estática da humanidade, que continuará a se reproduzir, sem modificar-se, através das gerações, muito pelo contrário.
Portanto, as próprias leis de mercado serão parte integral de leis mais amplas que fazem a sociedade prosperar ou decair. “Em primeiro, ele explicou porque os preços não podem fugir arbitrariamente ao custo de produção. Segundo, explicou como a sociedade pode levar os produtores de artigos de consumo a fornecer-lhe o que deseja. Terceiro, mostrou como os preços altos são uma moléstia que se cura a si mesma, pois leva ao aumento da produção dos artigos supervalorizados. E, finalmente, esclareceu a semelhança básica das rendas em cada nível das camadas produtoras do país.” Ou seja, ele descobriu no mecanismo do mercado um sistema que explica o funcionamento ordenado da sociedade. Sendo assim, um sistema autorregulado.
O mundo de Adam Smith foi chamado de mundo de concorrência atomística, no qual nenhuma parte do mecanismo de produção era bastante forte para interferir nas pressões da concorrência. Era um mundo no qual cada agente era obrigado a lutar por seus interesses, dentro da mais ampla liberdade social. Ele foi o economista do capitalismo pré-industrial. Foi o homem que fez com que a Inglaterra e o Mundo Ocidental entendessem como o mercado conseguia manter em pé a sociedade. No fim de sua vida recebeu muitas honrarias e respeito, faleceu em 1790, com 67 anos, e em sua sepultura está escrito: Aqui jaz Adam Smith, autor da Riqueza das Nações. Sendo assim, um monumento eterno.
2. KARL MARX
2.1 Contexto histórico
Karl Marx foi um grande teórico socialista, suas teses influenciaram e ainda influenciam o mundo. No entanto, deve-se entender que houve um contexto histórico que impulsionou este intelectual a elaborar sua tão celebre tese do socialismo.
Em 1848, o mundo foi abalado com uma revolução sem precedentes: A Primavera dos Povos. Neste período, Marx aos seus 30 anos de idade em conjunto com Engels, divulgou os princípios da revolução do proletariado. Estes foram intitulados “Manifesto do Partido Comunista” e foram publicados em diversas línguas. Logo, os objetivos do manifesto estavam sendo atingidos: a monarquia francesa foi derrubada e a revolução na Europa se espalhava. Apesar de existirem diversas revoluções durante o período moderno esta mostrou particularidades: a velocidade de sua propagação, a sua abrangência e principalmente a solidificação do poder popular em detrimento do poder das elites. Entretanto, há que se esclarecer que as revoluções não foram feitas especificamente pelo proletariado, uma vez que eram revoluções sociais conscientes. A exemplo da revolução de fevereiro na Alemanha era sabido exatamente que tipo de governo queriam produzir.
Neste contexto, também se fomentava a revolução industrial, que consistia na mecanização dos sistemas de produção. No inicio a revolução industrial prometia um fim para a pobreza, ao mesmo tempo em que a revolução francesa de 1789 fornecia ideais de igualdade e fraternidade. No entanto, aquela se tornou extremamente perigosa, pois consolidou o capitalismo como o conhecemos atualmente. Assim, a mão de obra começava a sofrer crescente desvalorização, uma vez que foi substituída por máquinas. Assim, homens, mulheres e crianças eram submetidos a longas jornadas de trabalho com retribuições mínimas. No entanto, o nível de desemprego era tão alto que se presenciava um exercito de reserva, que pressionava cada vez mais os salários para baixo. Sendo assim, os ideais do socialismo começam a se formar como reação à desumanização do homem pelo capitalismo selvagem, que, quando não destruía o homem, transformava-o em animal.
2.2 Principais obras
“O capital” e “Manifesto comunista”, são consideradas as obras mais importantes de Marx, a despeito de existirem muitas outras obras escritas por este celebre pensador.
Após a Revolução francesa, a burguesia se estabeleceu no poder. Deste modo, o mundo europeu se modificou, pois esta valorizava a liberdade econômica e a competição. Neste contexto, iniciou-se a revolução industrial, surgindo, dessa forma, o proletariado. Marx afirmava sobre o proletariado "Sua luta contra a burguesia começa com sua própria existência".
Assim no “Manifesto Comunista”, Marx e Engels convidavam o operário a se rebelar contra esse método de produção, que oprime. Embalados pelo contexto histórico, Primavera dos Povos, perceberam o poder das massas, que estavam em maior número, em oposição as elites. Desta maneira, diziam que o capitalismo só poderia prosperar se alguém fosse oprimido, neste caso, o proletariado. Por isso, acreditam na abolição das classes sociais, assim não haveria formas de opressão.
“O capital” possui três volumes, que tratam a respeito do socialismo. É considerada sua principal obra do socialismo, faz diversas criticas ao sistema vigente, o capitalismo.
Nesta obra, Marx discute sobre a teoria do valor do trabalho, já discorrida pelos economistas clássicos Adam Smith e David Ricardo Segundo essa teoria, o valor de um produto seria determinado pelo tempo de trabalho usado na produção do mesmo. Marx critica a mesma, porque o capitalista explora seus operários de forma que as horas que trabalhem, valham menos do que o produto produzido. Esta diferença, entre o salário e o valor agregado pelo trabalhador, que se transforma em lucro, é o que Marx denominou de “mais valia”.
Marx Também aponta outra forma de exploração, pois o tempo de trabalho é de propriedade do trabalhador e o capital é do capitalista. Assim, a burguesia recebe cada vez mais lucros em função do trabalho alheio, enquanto a classe trabalhadora desvanece.
Marx percebe desde então a relação que o capitalismo impõe, relação esta de poder e subordinação. Por derradeiro, preve uma queda do sistema capitalista, no entanto, não contava com a adaptabilidade do mesmo.
2.3 Ideias principais
As principais ideias de Karl Marx foram: ditadura do proletariado, materialismo histórico, materialismo dialético, modo de produção, mais-valia, luta de classes.
2.3.1 Ditadura do Proletariado
Em Marx e Engels, a Ditadura do Proletariado é parte constituinte da transição do capitalismo para a primeira fase do Comunismo, o socialismo. Consiste, assim, no processo revolucionário de através da força tomar posse dos meios de produção e liquidar a resistência burguesa. Derrotada a burguesia, não haveria mais as condições objetivas que produziram a Ditadura do Proletariado, a exploração, e, portanto, a única característica que faria do processo revolucionário um Estado, o uso da força, teria se extinguido. É importante salientar que para os autores o Estado não é abolido de imediato, mas desaparece por si mesmo com o fim da revolução. Todos os socialistas concordam em que o Estado político e com ele a autoridade política desaparecerão como consequência da próxima revolução social, ou seja, que as funções públicas perderão o seu caráter político e se transformarão em simples funções administrativas protegendo os verdadeiros interesses sociais.
2.3.2 Materialismo histórico
É uma abordagem metodológica ao estudo da sociedade, da economia e da história. O materialismo histórico, pensamento desenvolvido pelo estudioso Karl Marx, fundamenta-se, inicialmente, na observação da realidade a partir da análise das estruturas e superestruturas que circundam um determinado modo de produção. Istosignifica dizer que a história está, e sempre esteve ligada ao mundo dos homens enquanto produtores de suas condições concretas de vida e, portanto, tem sua base fincada nas raízes do mundo material, organizado por todos aqueles que compõem a sociedade. Os modos de produção são históricos e devem ser interpretados como uma maneira que os homens encontraram, em suas relações, para se desenvolver e dar continuidade à espécie. De acordo com a tese do materialismo histórico, a evolução histórica, desde as sociedades mais remotas até à atual, se dá pelos confrontos entre diferentes classes sociais decorrentes da "exploração do homem pelo homem". A teoria serve também como forma essencial para explicar as relações entre sujeitos.
2.3.3 Materialismo Dialético
É uma concepção filosófica que defende que o ambiente, o organismo e fenômenos físicos tanto modelam os animais e os seres humanos, sua sociedade e sua cultura quanto são modelados por eles. Ou seja, que a matéria está em uma relação dialética com o psicológico e o social. O materialismo dialético propõe uma disputa que não mais seja baseada em coletividade, mas sim nos indivíduos e nos interesses que têm. Bem como a relação destas faz gerar de forma dialética a destruição dos atuais modelos de sociedade, de produção, de pensamento, e de poder econômico e político. Fazer-nos pensar em como estas relações fazem com que pequenos homens possam ser considerados grandes objetos da história e da luta entre pessoas, ao invés do contrário.
2.3.4 Modo de Produção
É a forma de organização socioeconômica associada a uma determinada etapa de desenvolvimento das forças produtivas e das relações de produção. Reúne as características do trabalho preconizado, seja ele artesanal, manufaturado ou industrial. São constituídos pelo objeto sobre o qual se trabalha e por todos os meios de trabalho necessários à produção (instrumentos ou ferramentas, máquinas, oficinas, fábricas, etc.). Os modos de produção são formados pelo conjunto das forças produtivas e pelo conjunto das relações de produção num certo estado de desenvolvimento. Simultaneamente designam as condições técnicas e sociais que constituem a estrutura dum processo historicamente determinado. Os homens ao produzirem bens materiais criam, com isso mesmo, um regime para a sua vida. O modo de produção é uma forma determinada da atividade vital dos indivíduos, um determinado modo de vida.
2.3.5 Mais Valia
É o termo famosamente empregado por Karl Marx à diferença entre o valor da mercadoria produzida e a soma do valor dos meios de produção e do valor do trabalho, que seria a base do lucro no sistema capitalista. Karl Marx chamou a atenção para o fato de que os capitalistas, uma vez pago o salário de mercado pelo uso da força de trabalho, podem lançar mão de duas estratégias para ampliar sua taxa de lucro: estender a duração da jornada de trabalho mantendo o salário constante - o que ele chama de mais-valia absoluta; ou ampliar a produtividade física do trabalho pela via da mecanização - o que ele chama de mais-valia relativa. Em fazendo esta distinção, Marx percebe a possibilidade de os capitalistas ampliarem autonomamente suas taxas de lucro sem dependerem dos custos de simples reprodução física da mão-de-obra. Produção de mais-valia relativa é um modo de incrementar a produção do excedente a ser apropriado pelo capitalista. Consiste na intensificação do ritmo de trabalho, através de uma série de controles impostos aos operários, que incluem da mais severa vigilância a todos os seus atos na unidade produtiva até a cronometragem e determinação dos movimentos necessários à realização das suas tarefas. O capitalista obriga o trabalhador a trabalhar a um ritmo tal que, sem alterar a duração da jornada, produzem mais mercadorias e mais valor que sem esses controles.
2.3.6 Luta de Classes
Foi a denominação dada pelo ideólogo comunista Karl Marx juntamente com Friedrich Engels para designar o confronto entre o que consideravam os opressores, a burguesia, e os oprimidos, o proletariado, consideradas classes antagônicas e existentes no modo de produção capitalista. A luta de classes se expressa nos terrenos econômico, ideológico e político. A luta de classes seria a força motriz por trás das grandes revoluções na história. Ela teria começado com a criação da propriedade privada dos meios de produção. A partir daí, a sociedade passou a ser dividida entre proprietários (burguesia) e trabalhadores (proletariado), ou seja, possuidores dos meios de produção e possuidores unicamente de sua força de trabalho. Na sociedade capitalista, a burguesia se apodera da mercadoria produzida pelo proletariado, e ao produtor dessa mercadoria sobra apenas um salário que é pago de acordo apenas com o valor necessário para a sobrevivência desse.
3. JOSEPH ALOIS SCHUMPETER
Nascido na Áustria em 1883, Schumpeter “filho da aristocracia” foi um grande sonhador, tivera 3 desejos: ser um grande amante, um grande cavaleiro e um grande economista. No entanto, a vida lhe dera apenas duas dessas 3 coisas. Estudou economia na Universidade de Viena e durante sua vida trabalhou em vários lugares, foi conselheiro financeiro de uma princesa, ministro da economia da Áustria, professor no Japão, Harvard, Alemanha, Áustria... Também escreveu alguns livros: The Theory of Economic Development, Business Cycles e Capitalism, Socialism and Democracy. Todos tratam da sua teoria sobre o “Capitalismo”.
Schumpeter, tem uma voz indiscutivelmente contemporânea ao discorrer sobre o capitalismo. Dizia que a depressão é como uma boa “ducha de água fria” para o capitalismo, a partir disso percebe-se que seria o primeiro a enfatizar que sua visão da vida econômica não se encaixava com a de Keynes.
Para Keynes o capitalismo achava-se intrinsecamente ameaçado pela possibilidade de estagnação e que a visão otimista pata 2030 dependia do adequado apoio governamental, via mais adiante nada menos que do que a terra de fartura universal anunciada por Adam Smith. Ele acreditava que em 2030 o problema econômico poderia estar resolvido, não apenas os efeitos da depressão, mas também o problema econômico em si, o antigo fato do “Não há suficiente para seguir adiante”. Para Keynes o segredo do crescimento econômico esta no fato de que cada geração investe contra a natureza não só com suas próprias energias e recursos, mas também com a herança de equipamentos acumulados por seus ancestrais. Ou seja, a medida que cada geração acrescentava sua quota de novos conhecimentos, fabricas, ferramentas e técnicas à riqueza do passado – a medida que a herança crescia – a produtividade humana aumentava com impressionante velocidade. A exemplo disso, um trabalhador de fabrica dos anos 60 produzia 5 vezes mais em uma hora de serviço do que um trabalhador do período da Guerra Civil, não porque trabalhasse mais ou com maior habilidade, mas porque utilizava no trabalho recursos tecnológicos que o tornavam um super-homem se comparado com se antecessor da época da Guerra Civil. Keynes acreditava que se este processo de constante melhoria continuasse por mais um século, o capitalismo realizaria a façanha.
Já, para Schumpeter, o capitalismo era intrinsecamente dinâmico e orientado para o crescimento, ele não via necessidade do governo desgastar-se como uma ferramenta auxiliar permanente. Afirmava que a “curto prazo” (um século) o capitalismo iria realmente percorrer uma trajetória ascendente. Em uma de suas obras, descreve um capitalismo sem acumulação, um capitalismo cujo fluxo de produção é perfeitamente estático e imutável, transformando-se em um “ fluxo circular” que nunca altera ou expande sua criação de riqueza. O modelo se parece com o estado estacionário imaginado por Ricardo e Mill, com a diferença que o estado estacionário parece o fim do capitalismo para os primeiros escritores, enquanto que para ele é o preparo para o começo do capitalismo. Os capitalistas não iriam receber nada, exceto seus ordenados como gerentes, isto porque qualquer contribuição para o valor da produção derivadodos bens de produção possuídas seria inteiramente absorvido pelo valor de trabalho necessário para produzir esses bens, mais o valor dos recursos que eles continham. Desta maneira, exatamente como Ricardo e Mill previram, em uma economia estática não há lugar para o lucro!
Schumpeter colocava que o modelo estático de capitalismo é uma tentativa de responder a indagação de onde vêm os lucros. Para ele, há uma brilhante explicação, os lucros não vêm da exploração do trabalho ou dos ganhos do capital, são os resultados de outro processo. Os lucros aparecem em uma economia estática quando o fluxo circular falha em seguir seu curso rotineiro. Ou seja, é a introdução de inovações tecnológicas (modos novos ou mais baratos de produzir coisas ou modos de produzir coisas completamente novas) ou organizacionais no fluxo circular que surge o fluxo de lucro. Empreendedores e sua atividade inovadora são a fonte de lucro no sistema capitalista. Para ele, o capitalista inovador, recebe um rendimento pelo diferencial em seu custo, mas este rendimento não deriva das vantagens dadas por Deus, vem da vontade e inteligência do inovador em combinar fatores de produção de novas formas, e este é chamado por Schumpeter de EMPREENDEDOR.
Porém, nos calcanhares do inovador vem um enxame de imitadores (o rendimento desaparecerá assim que outros capitalistas aprenderem os truques do pioneiro). A competição força os preços para baixo, para mais perto do novo custo de produção, os lucros desaparecem à medida que a rotina vai se estabelecendo. À medida que os lucros declinam, o mesmo acontece com os investimentos. Note que o empreendedor, não é necessariamente um recebedor de lucros, mesmo que seja ele o criador do lucro, os lucros vão para o dono do empreendimento. Por isso que para Schumpeter, ser um empreendedor não é uma profissão, nem uma posição que pode ser passada de uma geração para outra, é um tipo especial de liderança, com talento.
Como já disse Schumpeter, a depressão era uma ducha de água fria para o capitalismo. Ele tinha 2 explicações para a severidade da depressão: 1) porque havia 3 tipos de ciclos econômicos (um de duração muito curta, segundo com ritmo de sete a onze anos e o terceiro com cinquenta anos) e esses 3 ciclos tinham chegado em seu período de baixa ao mesmo tempo. 2) porque havia um impacto negativo de fatores externos (que iam desde a Rev. Russa até uma política do governo de forma geral inepta).
Em seu terceiro livro, Schumpeter começa citando seu antagônico Marx. Que dizia que a essência do capitalismo é a mudança dialética e o desequilíbrio auto induzido, coloca a causa de seu dinamismo na luta entre a classe trabalhadora e a classe proprietária, uma luta que motiva todos os capitalistas a obter seus lucros através de inovações que economizem trabalho. A partir daí, Schumpeter começa sua contradição com Marx, enfatizando a o lado “burguês” do capitalismo e não o seu aspecto insaciável e voraz. Este componente burguês era a expressão cultural do empresário racional e hedonista que ele via como a absoluta antítese do guerreiro fanfarrão que corre atrás de glória. O capitalismo não consegue o importante ímpeto em sua figura central, o capitalista burguês, mas em um ser marginal, em um intruso: o empreendedor novo-rico.
Schumpeter trata também do “capitalismo plausível” que é um modelo planejado de um sistema econômico que é apanhado por um processo de continuo crescimento e auto renovação. Personalidade e força de caráter contam menos, gerenciamento burocrático conta mais. As inovações em si tornam-se institucionalizadas e são reduzidas a rotinas. A classe burguesa perde a fé em si mesma. Acreditava agora no monopólio, quão mais completamente capitalista for uma nação, tanto menos provável que seja agressiva...
Bom, não há duvida de que Schumpeter estava certo ao prever um futuro de ampla tecnologia, mas não previu a qualidade dessa tecnologia, desde as armas e a energia nuclear até a informatização, que pode significar consideráveis danos para o capitalismo, assim como para os campos de investimentos. Assim como o espetáculo de vastas multinacionais lutando por espaço nos mercados do mundo não esta de acordo com a previsão de Schumpeter de uma diminuição no ímpeto capitalista de expansão.
Para finalizar, vamos refletir sobre a contradição central da descrição que Schumpeter faz ao capitalismo: o capitalismo é retratado como um “fluxo circular” estático, inerte, imutável e como um sistema apanhado em uma dinâmica de movimento, uma dinâmica que mais tarde seria chamada de temporal da destruição criativa. O fluxo circular então, permite-nos apreciar o impacto do trabalho do empreendedor, não meramente como força impulsionadora do capitalismo, mas também como a fonte de seu único fluxo de lucros. Os empreendedores, não vêm de nenhuma classe em especial, são apenas possuidores de um talento para a inovação. O desenvolvimento capitalista não é, portanto, intrínseco ao capitalismo como tal. È a dinamização da sociedade nas mãos de uma elite não capitalista! Não há duvidas de que Schumpeter acreditava na importância das “elites” (pessoas caracterizadas por qualidades acima do normal quanto ao intelecto e vontade) na historia, pois para ele o proletariado não pode ser a força que provoca mudanças, porque em virtude de seu grande numero tem que se manter na faixa dos seres humanos normais. Proletários individuais podem possuir capacidade de liderança, mas a liderança em si só pode ser ocupada por uma pequena minoria.
4. Economia Neoclássica Conservadora: dissidentes da Síntese Neoclássica e do Keynesianismo
Num contexto pós Segunda Guerra Mundial as teorias avançadas em Ciência Econômica atravessaram varias fases. A grande depressão dos anos 1930 tornou necessária a formulação de medidas destinadas a promover o crescimento econômico, manter os níveis altos de emprego, amenizar a pobreza e zelar pelo bem estar dos trabalhadores.
Nesse contexto, surgiram teorias econômicas que refletiam as ideias acima mencionadas. No entanto não havia um consenso entre os economistas com relação à forma com que esses ideais deveriam ser alcançados. De um lado estavam as teorias Keynesianas e a Síntese Neoclássica, de outro estava a forte oposição conservadora representada por duas escolas de pensamento com forte base libertária, a Escola austríaca e a Escola de Chicago, que reafirmaram as virtudes da economia competitiva de iniciativa privada.
Este capítulo volta-se à análise e compreensão dessas escolas conservadoras, procurando destacar seus principais representantes.
4.1 Escola Austríaca (Friedrich August Von Hayek)
Começou com Karl Menger um de seus argumentos apresentava o livre mercado como o único antídoto seguro contra o poder político centralizado e o único caminho para assegurar a sobrevivência da liberdade individual. Condenava, ainda, a planificação econômica socialista, o socialismo moderno, as políticas fiscal e monetária Keynesianas e o estado de bem estar.
O Ponto Central da sua ideologia contra a iniciativa privada e economia de mercado era o argumento de Böhm-Bawerk contra o socialismo e a planificação econômica, no qual afirmava que uma economia de mercado estabeleceria taxas de juros baseadas nas preferências individuais por bens presentes e futuros o que levaria a uma alocação eficiente de recursos. Mas um regime socialista não tinha nenhum mecanismo para alcançar estas metas e estaria condenado à ineficiência.
O principal representante da tradição austríaca foi Friedrich August Von Hayek (1899-1992). Nascido em Viena, em uma família de cientistas e professores acadêmicos, Hayek fez contribuições para a Psicologia, a teoria do Direito, a Economia e a Política. Quando jovem, esteve indeciso entre seguir a carreira de economista e a de psicólogo. Escolheu a Economia e seu trabalho nesse campo é notável, recebeu o Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel de 1974 por seu trabalho pioneiro na teoria da moeda e flutuações econômicas e pela análise penetrante da interdependênciados fenômenos econômicos, sociais e institucionais. Seu trabalho mais conhecido é O caminho para a servidão (1944). Estudou na Universidade de Viena, sendo influenciado pela tradição de Menger e Böhn-Bawerk. Integrou a London School of Economics, a Universidade de Chicago e ocupou postos acadêmicos em Freiburg e Salzburg. Aperfeiçoou as ideias de lançadas por Böhn-Bawerk, Mises entre outros, de que as recessões e crises eram causadas por uma política monetária frouxa, que provocava a superexpansão da capacidade produtiva e especulação excessiva.
Hayek caracteriza a economia como um processo de ajuste no tempo, que coordena os planos de ações de indivíduos. Assim, o sistema de preços e uma cadeia de comunicação que transmite informações de uma parte de sistema de mercado para outra. Enquanto para os economistas clássicos e neoclássicos o valor do objeto estava no trabalho ou custo de produção para Hayek o valor era determinado em termos de propósitos humanos individuais. A competição e um processo incontrolável, gerado por ações individuais e tomadas em respostas às informações obtidas no próprio mercado. Hayek afirmou que a economia de mercado alcança uma ordem espontânea e não planejada, que se origina das ações conscientes e únicas dos indivíduos, ele cita Adam Ferguson: “As instituições humanas são resultado da ação humana, mas não de uma deliberação ou desígnio humano”. Ele aceitava a proposição de que a coordenação de ações dos indivíduos e planos das empresas podia fraquejar, dependendo do investimento de capital, que pode levar a uma expansão do credito e uma superprodução insustentável.
Com relação ao Estado, Hayek afirma que existem medidas nas quais não deve interferir, pois implicam necessariamente discriminação arbitraria entre as pessoas, por exemplo, decisões sobre quem terá permissão de fornecer diferentes serviços ou mercadorias, a que preço e em que quantidade. O governo se atém apenas à prestação de serviços que de outra maneira não estariam disponíveis, por exemplo, estabelecimento de m sistema monetário confiável e eficiente, de padrões de pesos e medidas e etc. O governo pode ainda assumir parcial ou totalmente a responsabilidade financeira deixando a direção dos negócios para organismos independentes e em certa medida competitivos. O estado é nesse sentido, responsável por criar uma estrutura que auxilie o indivíduo a tomar decisões.
Segundo Friedrich A. Hayek, esforços harmônicos de muitas pessoas tornam possíveis realizações superiores, pois fornecem conhecimento maior do que um indivíduo isolado, justamente por isso, uma sociedade livre pode fazer uso de um volume maior de conhecimento. Aquilo que é gerado espontaneamente é quase sempre melhor do que aquilo que é planejado pela sabedoria individual. Isso não quer dizer que todos os conjuntos de princípios morais que evoluíram numa determinada sociedade são benéficos.
Politicamente Hayek se posiciona de modo a julgar a democracia pelo que ela realizar, e não como um valor ultimo sendo, no entanto, provavelmente o melhor método para a consecução de certos fins, mas não sendo um fim em si mesma. O liberalismo considera desejável que seja de fato lei somente aquilo que é aceito pela maioria, mas não afirma que tal lei esteja, necessariamente, em conformidade com as características da verdade e boa lei. O liberalismo, na verdade, tem como objetivo persuadir a maioria de observar certos princípios. Aceita o governo da maioria como método para a tomada de decisões, mas não como autoridade para determinar que decisão deve ser tomada. Os princípios morais básicos que tornam possível a economia de mercado são: propriedade privada, mercado competitivo, concorrência dentre outros.
4.2 Escola de Chicago (MILTON FRIEDMAN)
Tornou-se proeminente na década de 1960, sendo liderada por Milton Friedman (1912-2006), forte defensor da economia competitiva de iniciativa privada, que enfatizava a necessidade de o governo estabelecer a estrutura dentro da qual o mercado poderia funcionar da maneira mais eficiente, seguindo a tradição de Henry C. Simons (1899-1946), que estabeleceu um programa de reformas para ressuscitar a iniciativa privada competitiva e preservar sua vitalidade:
· Eliminar todas as forças de poder monopolista do mercado e onde a tecnologia exigir firmas gigantes por motivos de produção a custos baixos, o governo federal deveria ser seu proprietário e operá-las. (...)
· Promover a estabilidade econômica por meio de reforma dos sistema monetário e estabelecimento de regras estáveis para a política monetária. (...)
· Reformar o sistema tributário e promover equidade por meio do imposto de renda. (...)
· Abolir todas as tarifas.
· Limitar os desperdícios restringindo a publicidade e outras práticas de comercialização esbanjadoras
Milton Friedman nasceu no Brooklin, em 1912, numa família judaica de origens modestas. Estudou matemática e economia na Universidade de Chicago e ao lado de Friedrich Von Hayek participou da fundação da Sociedade de Mont-Pèlerin, reunindo economistas ligados a defesa dos valores próprios do liberalismo econômico. Mais tarde se tornou conselheiro do Presidente Richard Nixon e Ronald Reagan. Sua obra cientifica foi agraciada em 1976 com o premio de ciências econômicas da Suécia, em memória de Alfred Nobel.
Era um economista liberal, defensor do laisser-faire das forças espontâneas do mercado, que resgatava a teoria de Adam Smith. Assim, Friedman se contrapõe à teoria e às políticas de inspiração Keynesiana, contestando a visão monetária.
Sua teoria do rendimento permanente propõe que o aumento de rendimento não necessariamente acarretara em um aumento imediato de consumo. Segundo Friedman o rendimento corrente resulta de dois componentes, um transitório e outro permanente sendo que apenas este último determina o nível de consumo. Os componentes transitórios só tem efeito sobre o consumo quando se traduzem em efeitos que perduram alem do chamado “horizonte do consumidor”.
Rompendo com o desemprego involuntário de tipo Keynesiano, Friedman apresenta a ideia de uma taxa de emprego natural, isto é, que não pode ser diminuído pelos instrumentos tradicionais da política conjuntural, só podendo pensar em reduzi-lo a partir de políticas estruturais que liberalizem o mercado de trabalho. Para Friedman, ainda, a intervenção do Estado perturba a livre fixação de salários, por exemplo, a fixação do salário mínimo pode causar efeitos opostos. Ao tornar muito caro para os empregadores contratar tais trabalhadores, as leis aumentam o desemprego e pioram a situação econômica. As medidas que restringem o livre mercado trazem perdas ao invés de ganhos, enquanto a liberdade econômica traz benefícios maiores a longo prazo.
As criticas mais fortes de Friedman dirigem-se contra o uso de política fiscal para estabilizar a economia. Por outro lado, ele defendia políticas monetárias. Com relação às pressões inflacionarias Friedman raciocina em dois tempos. Num primeiro momento há injeção de liquidez na economia, isto é, uma baixa da taxa de juros, resultando no aumento dos salários nominais, e da demanda da produção e do emprego, no entanto, isto causa um aumento excessivo dos preços. Num segundo momento a inflação reconduz o nível dos salários ao patamar anterior uma vez que o poder de compra dos salários diminui em comparação aos preços dos bens de consumo nos mercados. Resultando na volta do desemprego anterior, mas com uma taxa de inflação mais elevada. Ao Friedman não agradava uma política monetária frouxa para promover o pleno emprego, ou tão pouco restritiva para evitar a inflação,
Friedman retoma a teoria quantitativa da moeda que afirma que qualquer variação na massa monetária somente pode resultar numa igual variação no nível geral dos preços, assim a massa monetária deve variar no mesmo ritmo da taxa de crescimento a longo prazo da produção nacional. Ele define que a economia entre em recessão quando a massa monetária é quantitativamente insuficiente para autorizar a compra da produção, diz ainda que aeconomia mergulha na inflação quando a quantidade de moeda circulante e superior ao nível da produção.
A grande crise dos anos 1930 dera razão aos neoclássicos, tornando incompatível a política laisser-faire. No entanto, a crise do petróleo e a recessão subsequente levaram ao recuo das políticas de inspiração Keynesiana e, consequentemente o retorno ao liberalismo friedmaniano de mais mercado e menos Estado. Neste ponto a luta contra inflação se torna o objetivo dos governos dos países ocidentais no final dos anos 1970.
Os ataques às políticas Keynesianas feita por Friedman e a Escola de Chicago quebraram o predomínio quase completo da macro economia Keynesiana, na formulação de política econômica do governo. Mostraram que a moeda é importante.
Como pontos em comum entre a Escola de Chicago e a Escola Austríaca, tem-se que ambos abominavam o socialismo a economia Keynesiana e o bem estar social. Eles enxergavam a intervenção do governo na economia como uma ameaça à liberdade individual, para eles o governo deveria apenas seguir o caminho de criar e manter uma estrutura dentro da qual o livre mercado pudesse funcionar eficientemente. Em muitos aspectos ambos representam as ideias do capitalismo fundamentalista, onde a melhor economia e a economia de mercado competitiva, a livre iniciativa da ação individual é irrestrita e o papel do governo é minimizado. Adam Smith é o sumo sacerdote desta economia.
CONCLUSÃO
Concluindo este trabalho, podemos perceber que as ideias econômicas e política de cada um dos economistas estudados, voltam-se para a resolução dos problemas de uma determinada sociedade, em um dado período da história. A maior parte das teoria desenvolvidas voltam-se para a solução, imediata ou prolongada, para os problemas econômicos e por consequência os problemas sociais apresentados pela sociedade.
Um exemplo disto é a Grande Depressão de 1930, que levou vários economistas a desenvolverem teorias que pudessem superá-la.
( Fonte: https://beatrizemiliani.jusbrasil.com.br/artigos/399205276/os-grandes-economistas-e-sua-ideias)
Outra conclusão que podemos tirar deste trabalho é que diante de uma mesma situação, os economistas podem formular diferentes teorias, sendo, muitas delas, dissidentes umas das outras, e muitas outras entram em acordo e se completam entre si.

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