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APOSTILA CIENCIAS SOCIAIS

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Quebra de Página 
Objetivos da disciplina 
Compreender a sociedade atual como uma construção histórica.  
Compreender os fundamentos teóricos deste modelo de organização social.  
Compreender que existem diferentes princípios explicativos para os problemas sociais.  
Questão inicial  
 Todos nós somos capazes de estabelecer opiniões sobre os eventos políticos e sociais que ocorrem em nossa sociedade. O que diferencia o  
pensamento do homem comum em seu  
cotidiano das  reflexões estabelecidas na Universidade?   
Distinção entre senso comum e ciência  
Senso comum: é o conhecimento do homem comum, não especialista. É um conhecimento avulso, superficial. 
Ciência: conhecimento crítico, sistemático, racional. Utiliza métodos adequados de análise e formula teorias. Busca um conhecimento exato sobre a realidade.    
Papel da universidade  
Associação de alunos e docentes que buscam o avanço através do estudo. 
Centro do saber, instituição preocupada com a qualificação do ensino, rigor da aprendizagem e o progresso da ciência. 
Portanto, nosso compromisso é com pensamento científico. 
Por que estudar Ciências Sociais? 
As Ciências Sociais desempenham papel central para a compreensão das forças sociais que vêm transformando nossas vidas.  
É um conhecimento capaz de conduzir o homem comum a compreender os nexos que formam a realidade.  
Definição e pressupostos da sociologia   
Conhecimento científico sobre a realidade social que visa estabelecer teorias e confrontá-las com a realidade. 
Pressuposto básico: a  sociedade possui uma lógica passível de ser apreendida. A sociedade, ao contrário da natureza, é obra dos próprios indivíduos.   
Objeto de estudo: a sociedade capitalista  
E o que é o capitalismo ? É um sistema econômico voltado para a produção e para a troca, para a expansão comercial, para a circulação crescente de mercadorias e para o consumo de bens materiais.  
O lucro se torna a finalidade principal de qualquer atividade econômica.  
Formação da sociedade capitalista 
Renascimento: Movimento filosófico e artístico que conduziu à ruptura com o mundo medieval, com características agrária e teocrática,  e formação do mundo moderno, urbano, burguês e comercial.  
Contexto histórico: Século XVI, momento  de desenvolvimento  do comércio e da navegação, do contato com outros povos. Formação de uma nova classe social: burguesia comercial.  
Um nova mentalidade  
Formação de uma mentalidade laica, na medida em que o homem vai se desligando dos dogmas religiosos.  
O conhecimento deixa de ser revelado como resultado de uma atitude de contemplação e fé e volta-se a reflexão baseada na razão. 
O homem passa a se sentir livre para pensar e criticar a realidade e se concebe como agente dos acontecimentos.  
Ilustração: séc. XVIII 
Movimento filosófico que propunha uma atitude curiosa e livre; convicção na razão como fonte de conhecimento; 
Valorização da pesquisa científica e disseminação de atitudes de planejamento. 
Busca da novas formas de organização social que garantiam a realização do homem  na comunidade e o exercício da liberdade. 
O poder é visto como construção lógica e jurídica, independente de quem ocupa, de forma temporária e representativa.   
O estado nacional  
Surge o conceito de Estado Nacional – um território soberano onde imperava uma política que privilegiava o desenvolvimento econômico e as necessidades do mercado.  
A nação deveria se orientar  por uma política que favorecesse a prosperidade e a acumulação de riqueza e  que tivesse o indivíduo agente.  
Propunha uma nova forma de governo pautada na legitimidade popular. 
Defesa da igualdade jurídica, da democracia e da liberdade de manifestação política. 
Principais representantes da Ilustração 
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) Afirmava  que a vida social deveria  se basear no interesse comum e no consentimento unânime dos homens em renunciar às suas vontades particulares em favor da coletividade.  
John Locke (1632-1704)  Defesa do sistema constitucional, da liberdade individual e respeito à propriedade. 
Adam Smith (1732-1790)  revela a importância do trabalho na formação das riquezas. A economia deveria ser regida por leis naturais da oferta e da procura (a livre concorrência).   
Transformações sociais do séc. XVIII – Revolução Francesa  
Revolução popular que põem fim a monarquia absolutista na França. 
Influenciada pelos filósofos iluministas  conduziu a sociedade francesa à:  Pôr fim aos privilégios da nobreza. 
Decretar a autonomia do Estado face da Igreja; confisco das suas propriedades. 
Amparar e incentivar a atividade empresarial. 
Transformações sociais do século XVIII 
Revolução Industrial 
Acumulação de capital ocorrida desde o século XVI,  fruto da brutal exploração colonial e do escravismo. 
O desenvolvimento de novas tecnologias oriundas do desenvolvimento científico.  
Desenvolvimento da manufatura e do  parcelamento do trabalho.  
A  nova estrutura da sociedade 
Reordenação da sociedade rural, com significativa migração da população para os centros urbanos. 
Destruição das relações de servidão. 
Surgimento de um novo tipo de trabalhador (o operário), e de uma intensa divisão do trabalho. 
As condições da classe trabalhadora 
Extensas jornadas de trabalho que chegavam a 16 horas por dia. 
Utilização da mão-de-obra infantil e feminina. 
Precárias  condições de habitação na periferia das grandes cidades. 
Epidemia de doenças como tifo, cólera e febre amarela. 
Consequências da Revolução Industrial 
Formação da multidão  e da preocupação com a pobreza que essa multidão revela, exibindo nas ruas suas necessidades. 
Momento de consolidação do capitalismo como modo de organização social e da burguesia como classe social dominante. 
O pensamento científico sobre o social : o Positivismo 
Influências:  
Darwinismo social: crença de que todas as sociedades evoluiriam num mesmo sentido. 
Organicismo: A sociedade era concebida como um organismo constituído de partes integradas e coesas que funcionavam harmonicamente. 
O pensamento clássico: Positivismo 
Émile Durkheim (1858-1917) e o pensamento positivista 
Preocupação central: busca da ordem social. 
Acreditava que os problemas sociais não eram de natureza econômica, mas de natureza moral. 
 Positivismo  
A relação indivíduo x sociedade 
 O indivíduo ao nascer encontra a sociedade pronta e acabada. As maneiras de se comportar, de sentir as coisas, de curtir a vida, além de serem criadas e estabelecidas “pelos outros”, são coercitivas, isto é, impositivas.  
Positivismo 
Fatos sociais 
São todos os fatos que possuem três características: 
Exterioridade: ou seja, não surgem de nossa vontade. 
Coercitividade: exercem pressão sobre nosso comportamento. 
Generalidade: atingem parte considerável da população, possuem natureza coletiva. 
Positivismo 
Exemplo de fato social:  
 Desemprego: é exterior, coercitivo e geral. 
Você seria capaz de dar outros exemplos?Quebra de Página 
Positivismo  
Os fatos sociais podem ser:  
Normal: quando desempenha alguma função importante para a adaptação ou evolução da sociedade. (ex. eleições)  
Patológico:  é aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social.(ex. a criminalidade nas grandes cidades) 
Positivismo 
Consciência coletiva 
Idéias comuns que estão presentes em todas as consciências individuais de uma sociedade. Não é o que o indivíduo pensa, mas o que a sociedade pensa.  
Se manifesta como regras fortes e estabelecidas, que definem o que a sociedade considera “imoral”, “reprovável” ou “criminoso”. 
Positivismo 
Solidariedade mecânica   
 União das pessoas a partir da semelhança na religião, tradição ou sentimento. Ex.: sociedades tribais e feudal.Quebra de Página 
Positivismo 
Solidariedade orgânica 
 União de pessoas a partir da dependência que uma tem da outra para realizar alguma atividade social – o que une o grupo é a dependência que cada um tem da atividade do outro  - a união é dada pela especializaçãode funções. 
Positivismo 
A solidariedade orgânica é superior à mecânica, pois, ao se especializarem as funções, a individualidade, de certo modo, é ressaltada, permitindo maior liberdade de ação.  
O progresso desencadeado pelo capitalismo aumentaria a solidariedade orgânica, a ponto de fazer com que a sociedade chegasse a um estágio sem conflitos e problemas sociais.  
Positivismo 
Para o pensamento positivista, a  sociedade moderna é perfeita, porém falta aos homens uma base moral. 
É necessário apenas de conhecer os  problemas sociais  e de buscar uma solução científica para eles. 
Portanto, a  sociedade é boa, sendo necessário apenas “curar suas doenças”. 
 
materialismo histórico e dialético 
Karl Marx ( 1818-1883) Principais influências:  
Hegel e o princípio da dialética: A realidade é um constante devir, onde prevalece a luta de opostos. 
Saint-Simon, Fourier, Owen e as socialistas: Propunham transformar radicalmente a sociedade, implantando uma ordem social justa e igualitária.  
Adam Smith: A idéia de que o trabalho é fonte de todas as riquezas.  
materialismo histórico e dialético 
Formula uma crítica radical ao capitalismo, colocando em evidência os seus antagonismos e contradições. 
Contradições básicas do capitalismo: 
Existência de duas classes sociais, o proletariado e a burguesia.  
No capitalismo a  produção de mercadorias não visa fundamentalmente à satisfação de necessidades humanas e sim a busca do lucro.  
materialismo histórico e dialético 
Classes sociais  
O capitalismo tende a simplificar a sociedade em torno de duas classes sociais: a burguesia e o proletariado 
O proletariado é o trabalhador livre, que não possui propriedades. Seu único bem é sua capacidade de trabalhar, que vende em troca de salário.  
materialismo histórico e dialético 
 A classe média, os pequenos industriais, os pequenos comerciantes, artesãos e camponeses vão se proletarizando, na medida em que seu pequeno capital não lhes permite concorrer com as grandes empresas. Suas habilidades profissionais são desvalorizadas pelos novos métodos de produção.  
materialismo histórico e dialético 
O trabalho como mercadoria 
O trabalho humano se transforma em mercadoria que pode ser comprada e vendida.  
Aparentemente a relação entre o capitalista e o trabalhador é uma relação entre iguais: é uma relação de compra e venda da força de trabalho.  
materialismo histórico e dialético 
 Salário: é o valor da força de trabalho. O trabalho, como toda mercadoria, também tem seu preço estipulado. O salário deve corresponder à quantia que permita ao trabalhador alimentar-se, vestir, cuidar dos filhos etc. O salário deve garantir a  
reprodução das condições de subsistência do trabalhador e sua família.   
materialismo histórico e dialético 
Mais valia 
A riqueza que o trabalhador produz não é devolvida em forma de salário, é apropriada pelo capitalista. Isso é o que define a mais valia. 
Desse modo, mercadorias são a materialização do trabalho que não foi pago ao empregado. 
materialismo histórico e dialético 
Alienação 
Processo pelo qual o observador ingênuo vê o mundo como se fosse constituído de coisas independentes umas das outras.  
A separação entre trabalhador e os meios de produção leva o trabalhador a perder o controle sobre o produto de seu trabalho. 
O trabalhador não se vê como produtor de riquezas. 
Conduz à exclusão da participação efetiva na vida social.   
materialismo histórico e dialético 
Ideologia 
É o sistema de inversão da realidade – as idéias da classe dominante configuram o conjunto das idéias dominantes em uma época. 
As idéias dominantes ocultam a verdadeira natureza das relações de produção pautadas na exploração.  
materialismo histórico e dialético 
Amplitude do pensamento de Karl Marx: 
Desde o séc. XIX, o marxismo tem-se projetado como uma efetiva força-motriz dos processos revolucionários. O século XX foi marcado por revoluções inspiradas por suas idéias. 
No séc. XXI o marxismo ainda é a principal teoria explicativa da intensificação das desigualdades sociais. 
 
Sociologia compreensiva  
Max Weber (1864-1920) 
Tem a análise da sociedade centrada nos atores sociais e em suas ações. Procura compreender o sentido que o homem dá as suas ações.  
Ação social: qualquer ação que o indivíduo faz orientando-se pela ação dos outros.  
Ex.: o modo como o eleitor define seu voto orientando-se pela ação dos demais eleitores. 
Sociologia compreensiva 
A tarefa do cientista: compreender os nexos causais que dêem o sentido da ação social. 
O método de análise é baseado no tipo ideal, que consiste em um instrumento de análise que busca acentuar os traços da realidade que lhe pareçam mais característicos. Ex.: “Patricinha” 
Sociologia compreensiva 
A ética protestante e o espírito do capitalismo. 
A grande incidência de adeptos da Reforma entre os homens de negócios, conduziu à questão: qual a conexão entre a doutrina e a pregação protestante no comportamento dos indivíduos?  
Sociologia compreensiva 
Os valores do protestantismo, como a disciplina, a poupança, a austeridade, a vocação, o dever e a propensão para o trabalho atuavam de maneira decisiva sobre os indivíduos.  
Ao analisar os valores do catolicismo e do protestantismo, conclui que os últimos revelam a tendência ao racionalismo econômico que predomina no capitalismo. 
Sociologia compreensiva 
Teoria da burocracia  
Burocracia: administração racional e eficiente marcada pela racionalidade e impessoalidade.  
Preocupação com o poder da burocracia, que passava a impor a toda a sociedade suas opções políticas. 
O modo burocrático de pensar leva o homem ao vazio e à luta por pequenas posições na hierarquia social de prestígio.  
Sociologia compreensiva 
Tipos de dominação 
Tradicional: a legitimidade vem da crença na qualidade da maneira como, no passado, os antepassados resolveram seus problemas. 
Carismática: A legitimidade vem do carisma, da crença em qualidades excepcionais de alguém para dirigir um grupo social. 
Sociologia compreensiva 
Tipos de dominação 
 Racional legal: A legitimidade provém da crença na justiça da lei – o povo obedece às leis porque crê que elas são decretadas segundo procedimentos corretos.  
 
Finalmente 
Só é  possível compreender a complexidade do mundo contemporâneo se percebemos que não existe um pensamento único para explicar as relações sociais. 
A formação do espírito crítico se deve basicamente a existência de princípios explicativos distintos para a realidade. Através desses princípios explicativos é possível compreender diferentes visões de sociedade e diferentes estilos de pensamento.  
MODULO 2
Objetivos da unidade 
Nesta unidade a reflexão se volta para a análise dos problemas sociais na atualidade. 
Procura-se  identificar os problemas latentes da sociedade contemporânea, como a inserção do Brasil no capitalismo global e  as diversas faces da globalização e seus impactos sobre o trabalho. 
Procura-se analisar os fundamentos da participação política, as problemas urbanos e a atuação dos movimentos sociais.  
Formação da sociedade capitalista no Brasil 
A história do Brasil se inicia com a expansão do capitalismo europeu que buscava novos mercados e metais preciosos para a cunhagem de moedas. 
Em nome dos interesses econômicos a população nativa sofreu genocídio e os africanos foram transplantados para realização de trabalho escravo.  
A marca da dependência 
“A sociedade brasileira não pode ser compreendida sem que se tenha em mente o peso de um passado colonial e escravista e um presente marcado pela dependência em relação às economias dominantes no mundo atual. A ausência de autonomia (...) sempre marcou a vida e a ação dos personagens centrais do processo histórico brasileiro: o senhor de terras, o escravo, o índio, o sertanejo, o fazendeiro- capitalista, o empresário urbano, o lavrador, as classes médias, o operariado urbano e rural.” 
(VITA: 1989, 11)  
Brasil Colonial 
 Entre os séculos XV e XVIII a sociedadebrasileira se organizou em torno de produtos tropicais para abastecer o mercado europeu. A maneira de ocupar e explorar terras e vidas humanas só ganha significado quando pensada em relação às necessidades do capitalismo em desenvolvimento na Europa.  
O desenvolvimento do capitalismo no Brasil 
Século XIX: Introdução do trabalho livre de imigrantes europeus e abolição da escravatura. 
Os imigrantes constituíram a categoria de “trabalhadores livres” formando o “mercado de trabalho” e constituíam um mercado consumidor para bens de consumo.  
O surgimento da consciência burguesa 
A abolição da escravidão liberou fazendeiros de imobilizarem capital na compra de escravos – o capital que ia para a mão dos traficantes se tornou disponível para novos negócios. 
O capital acumulado na cafeicultura paulista concentrou-se nas mãos de uma classe de fazendeiros que passaram a diversificar suas atividades econômicas, investindo em atividades que oferece perspectiva de alta lucratividade.  
Formação da indústria dependente 
Por ter se originado da exportação do café, a indústria teve seu desenvolvimento condicionado à economia cafeeira. 
A industrialização se limitou ao setor de bens de consumo não duráveis (tecidos e alimentos) e não desenvolveu tecnologia própria, criando um alto  grau de dependência externa.   
A teoria da dependência 
 Conceito criado pelo sociólogo Fernando Henrique Cardoso fundamenta-se na idéia de que há uma relação de subordinação dos países  
subdesenvolvidos em relação aos países desenvolvidos. Deste modo, os países dependentes viveriam a condição de dependência de capitais e tecnologia. Não deixa de considerar possível o desenvolvimento econômico, porém, sem a superação da dependência.  
A inserção do Brasil na econômia contemporânea 
Nos últimos anos a economia brasileira tem crescido muito e seu desenvolvimento já supera o de muitos países do chamado primeiro mundo.  
Atualmente o desenvolvimento econômico mundial se volta para países como o Brasil, Rússia, Índia e  China.   
Os principais produtos exportados pelo Brasil são: soja, minério de ferro, café e carnes.  
A globalização e suas consequências 
É um fenômeno econômico, político e cultural que se manifesta a partir da aceleração do intercâmbio de mercadorias, capitais, informações e idéias entre os vários países, ocasionando uma redução das fronteiras geográficas. 
A compreensão do mundo globalizado permite desvendar a natureza das transformações econômicas, sociais e políticas da atualidade.  
Origem do conceito 
 O conceito de “globalização” surgiu na década de 1980 nas escolas de administração dos Estados Unidos. Estava relacionado às estratégias das empresas que procuravam expandir suas  
atividades. Atualmente a palavra globalização não está relacionada exclusivamente à expansão dos negócios, atinge praticamente todos os domínios da vida humana 
Plano econômico 
A globalização significa a abertura comercial das economias nacionais e a expansão das multinacionais que ocupam pontos estratégicos para a produção e distribuição de produtos pelo planeta.  
Há um crescente processo de fusões e aquisições envolvendo empresas de várias partes do mundo que procuram conquistar um mercado internacional mais amplo.  
Plano cultural 
Presencia-se a emergência de uma mídia global e a padronização do consumo e dos gostos.  
As indústrias culturais do cinema, fonográfica, do livro, da imprensa domina o espaço global. 
Os EUA ocupam papel hegemônico na definição das tendências musicais e artísticas. 
A globalização permite que parte da cultura local adquira projeção universal.  
(ex.música cubana).   
Plano tecnológico 
É possível examinar a globalização a partir do surgimento das novas tecnologias – microeletrônica, informática e biotecnologia – que permitem que empresas funcionem em  
rede com grau significativo de flexibilidade.  
As novas tecnologias são responsáveis por um novo estilo de produção, comunicação, gerenciamento, consumo, enfim, um novo estilo de vida.   
Assumiram a dimensão de instrumentos de transformação social econômica e cultural.  
Aspectos importantes da globalização 
Praticamente todos os países do mundo estão inseridos, procurando se sintonizar com as correntes do comércio e de capitais da economia internacional. 
A queda do muro de Berlim, em 1989, significou a expansão do mercado para uma área que estava isolada do capitalismo. 
Aspectos importantes da globalização 
Mesmo países que se mantém  
socialistas, China e Cuba, realizam esforços para se inserirem na economia global.  
Nos países onde o capitalismo estava presente, criou-se novos espaços de investimento a partir das privatizações e da abertura das economias.  
Interatividade  
São abundantes os sinais e marcas das modificações no capitalismo no final do século XX.  Assinale a alternativa que indica processo de continuidade na organização capitalista. 
A produção em função dos lucros como princípio organizador básico da vida econômica. 
Modificações radicais nos  processos de trabalho: desindustrialização, automação e crescimento da informalidade 
Modificações nos hábitos de consumo e inovação de produtos 
Domínio do mercado pelas grandes corporações 
Passagem do fordismo para o regime de acumulação flexível (toyotismo) 
Aspectos importantes da globalização 
Não foi alterada a divisão internacional do trabalho. Enquanto os EUA, Japão e União Européia continuam exportando produtos industrializados, a América Latina mantém suas exportações concentradas em produtos primários. 
A globalização, ao mesmo tempo que integra, pode desintegrar regiões onde não existe infra-estrutura mínima de serviços de informática e telecomunicações, fundamentais para adquirir competitividade internacional.    
Análise da globalização 
A globalização não afeta todos os países da mesma forma – o mundo continua dividido em países tecnologicamente avançados, países subdesenvolvidos com potencial industrial e países desprovidos de uma estrutura econômica básica.  
Portanto, globalização não quer dizer uniformidade ou homogeneização das condições econômicas. 
Limites da globalização 
A globalização não tem integrado toda a população mundial. A maior parte da humanidade não dispõe de acesso a informações e bens de consumo nem da facilidade de se transferir de um país para outro.  
A grande parte da população mundial encontra-se limitada a sua experiência local, distante das novas tecnologias, do conforto propiciado por artigos eletrônicos.  
Limites da globalização 
Elite da globalização: profissionais que prestam serviços altamente especializados em empresas modernas. 
Excluídos da globalização:  desempregados, trabalhadores com baixo nível de renda, desconectados das novas tecnologias 
Os organismos multilaterais: FMI e banco mundial 
São fóruns nos quais vários países encaminham as suas demandas e propõe políticas, ou seja, não existe um poder autônomo global que dite regras, sobrepondo-se ao poder dos Estados Nacionais.  
São controlados pelos países desenvolvidos que contribuem com a maior parte dos recursos. O poder de voto depende da dotação financeira.  
Os organismos multilaterais: OMC 
 Criada em 1995 seu objetivo é liberalizar o comércio mundial, reduzindo barreiras tarifárias e restringindo práticas de restrição às importações. Procura criar um conjunto de regras acerca do que pode ou não ser feito para estimular os setores produtivos nacionais.  
Os organismos multilaterais: ONU 
 Organismo voltado para as questões sociais, humanitárias e para a resolução de conflitos mundiais. Promove a melhoria das condições de vida nos países em desenvolvimento por meio de ações voltadas a melhoria da educação, saúde, alimentação e trabalho. Combate o trabalho infantil, o turismo sexual e a AIDS.  
Metas da ONU para 2015 
Reduzir em 15% o número de pessoas vivendo em situação de pobreza extrema 
Matricular todas as crianças na escola 
Reduzir em 60% as taxas de mortalidade infantil. 
Diminuir de forma substantivaa discriminação contra a mulher. 
A visão otimista da globalização 
 Os otimistas: economistas internacionais, executivos de empresas multinacionais etc. Afirmam que vivemos em um mundo de oportunidades ilimitadas para se ganhar dinheiro, trocar informações e ampliar os níveis de conhecimento. Teríamos chegado a um modelo definitivo e quase perfeito de sociedade no qual a economia de mercado se combina com a democracia política e a liberdade.  
A visão crítica da globalização 
 Criticam o excessivo poder das empresas multinacionais, o conteúdo das políticas neoliberais e o controle das políticas econômicas dos países pobres  
pelos países ricos. A globalização seria apenas o novo nome de um fenômeno antigo, o imperialismo.  
Interatividade  
O crescente processo de globalização tem conduzido a competição entre as empresas a ter como referência não mais o mercado interno ou externo, mas o mercado mundial. É  correto  afirmar sobre a globalização: 
As empresas multinacionais não conseguem influir no processo de globalização.  
O cálculo econômico das empresas multinacionais não se limita aos marcos nacionais de um único Estado; seu campo de atuação passa a ser o sistema global. 
As empresas multinacionais procuram atuar dentro dos mercados nacionais, sem se preocupar com a competição internacional.  
As decisões nas empresas transnacionais são tomadas sem levar em conta a realidade mundial. 
O poder que os movimentos sociais  adquiriram no processo de globalização colocaram as multinacionais numa posição de fragilidade, na medida em que não conseguem exercer o controle sobre suas atividades. 
Transformações no trabalho 
 Estamos vivenciando um processo de reestruturação produtiva em escala global. As inovações tecnológicas foram inseridas no processo de trabalho, colocando a necessidade de formulação de novas competências para os trabalhadores. 
A qualificação para o trabalho 
 No Brasil a baixa qualificação dos trabalhadores é considerada como um dos entraves para o aumento da produtividade e da competitividade nas empresas instaladas no país.Quebra de Página 
Mudança do perfil do trabalhador 
Trabalhador polivalente e qualificado 
Com maior grau de responsabilidade e autonomia. 
Flexibilidade intelectual 
Capacidade de análise e comunicação 
Transformações do trabalho 
Há um nítida redução do trabalhador fabril em função da automação, da robótica e da microeletrônica;  
Eliminação gradual do emprego rural  
Crescimento da presença feminina no mercado de trabalho. 
Transformações no trabalho 
Expressiva expansão do trabalho     assalariado no setor de serviços  
Aumento da importância das profissões com grande conteúdo de informação e conhecimentos  
Expansão do trabalho parcial, temporário, precário, subcontratado e terceirizado 
Ampliação do setor informal da economia.  
A nova hierarquização do trabalho 
 
A política adquiriu, no senso comum, um significado altamente pejorativo associada a atividades de um grupo social pouco confiável: os políticos profissionais. 
A política é uma criação humana e foi inventada exatamente para que fosse possível expressar as diferenças e  
conflitos de pensamento 
La Bóetie afirma: “aquele que manda não está sozinho, o que o  mantém no poder é a relação de cumplicidade que se estabelece com o próprio povo” 
Portanto, todos nós estamos envolvidos na política, pois esta é a atividade que diz respeito à vida pública. 
A política compreende relação de poder que, por princípio, tende a busca do bem comum. Este somente pode ser atingido se baseado na justiça. 
Deste modo, a questão política se encontra diretamente relacionada com a ética. Na ausência de um forte sentimento ético, o bem comum não é atingido, desvirtuando-se o sentido da política. 
Ninguém escapa da política, quem não se envolve nos acontecimentos, são envolvidos indiretamente nas suas conseqüências, pois todo ato humano  em sociedade é político, inclusive a omissão. 
A razão de ser do Estado: assegurar que cada cidadão tenha uma vida digna de ser humano. O Estado deve se sobrepor ao indivíduo e a família. 
É papel do Estado garantir o princípio de igualdade de todos perante a lei e o respeito aos direitos fundamentais do ser humano.  
Para que o Estado cumpra suas funções de garantir a ordem e proteger a sociedade é necessário que haja legitimidade, ou seja, a aceitação da sociedade. 
Cidadania: Indivíduo que tem consciência de seus direitos e deveres e participa ativamente das questões da sociedade. 
Democracia: Liberdade de escolha dos governantes, liberdade de consciência e manifestação de idéias. 
 
Questões urbanas 
 O Censo Demográfico 2010 mostrou a continuidade do processo de diminuição do volume da população rural. Segundo o IBGE, o campo perdeu 2 milhões de pessoas entre 2000 e 2010, contingente que majoritariamente se deslocou para as áreas urbanas. A diminuição do volume da população rural, paralelamente ao incremento da população urbana, indica a tendência de aumento da urbanização no Brasil que, a partir de 1950, deixa de ser um país de características rurais para caminhar no sentido de um país mais urbanizado.  
Tendências mundiais da urbanização 
A urbanização é inevitável, mas seus efeitos podem ser altamente positivos se as cidades se prepararem. 
Não são as megacidades que concentram o crescimento. Ela se dá principalmente nas cidades médias. 
Não é a migração rural-urbana que explica a expansão, mas o crescimento vegetativo das cidades.  
O “caos urbano” 
 A formação das metrópoles brasileiras acompanhou o desenvolvimento industrial. Entretanto, a urbanização não foi seguida de uma correspondente expansão dos serviços urbanos (transportes, saneamento, eletrificação, saúde, habitação etc) necessários à sobrevivência da classe trabalhadora.  
Problemas urbanos 
Ausência ou precariedade da infraestrutura urbana 
Deslocamento da população pobre para áreas periféricas carentes de investimentos públicos.  
Aumento das distância e no tempo de deslocamentos moradia/ trabalho. 
Violência urbana 
A violência tem se constituído um dos principais problemas nas áreas urbanas. Assaltos e  crimes, que apontam para condições degradantes da vida urbana. 
Essa situação provoca insegurança social, destruição ou depredação física e profundos abalos morais à população.  
Movimentos sociais 
Os movimentos sociais constituem “ações de grupos sociais organizados que buscam determinados fins estabelecidos coletivamente e tem como objetivo mudar ou manter as relações sociais”. 
Os movimentos sociais estão presentes em todas as sociedades, devendo ser compreendidos como um fenômeno inerente às relações sociais.   
Elementos constitutivos dos movimentos sociais 
Todo movimento social tem um projeto, objetivos e metas. 
Os membros de um movimento social partilham uma mesma “visão de mundo” que define o sentido de suas lutas 
Todo movimento social pressupõe uma certa organização  
A sociedade em movimento 
Há uma  diversidade de movimentos que atuam na sociedade, como ecológicos, feministas, orientações sexuais minoritárias (GLBTTTS) pacifistas, antiracistas, anti-globalização,  etc.  
Parte da mobilização dos movimentos se dá através da utilização das novas tecnologias, como a Internet. 
Os novos movimentos sociais 
 Movimentos que identificam novas formas de opressão que não estão baseadas exclusivamente na estrutura econômica, como os movimentos contra o machismo, o racismo, pacifismo.Quebra de Página 
Interatividade  
Os movimentos sociais constituem parte integrante das sociedades,devendo ser vistos e analisados como fenômenos internos aos constantes processos de mudança e conservação social. Sobre os movimentos sociais é correto afirmar: 
Todo movimento social visa transformar a sociedade 
Todo movimento social visa conservar uma situação existente 
Os movimentos sociais podem ser de mudança ou conservação social 
Uma partida de futebol constitui um movimento social pois porta uma ideologia e uma ação 
Os movimentos sociaissão práticas do passado, na sociedade global a sociedade se organiza pelos meios virtuais, dispensando protestos, greves e passeatas. 
Finalmente 
Nesta unidade vimos como se deu a inserção do Brasil na dinâmica do capitalismo e os diferentes aspectos da globalização. Analisamos o impacto das transformações sociais no mercado de trabalho, na organização política  da população nas áreas urbanas. 
Esperamos que no decorrer deste curso vocês tenham refletido acerca das imensas dificuldades que permeiam às relações sociais. 
ATÉ A PRÓXIMA

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