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TEMAS TRANSVERSAIS APOSTILA UNICID EAD

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Prévia do material em texto

Teoria da Literatura - Prosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material teórico 
 
Responsável pelo Conteúdo: 
Profa. Ms. Helba Carvalho 
 
Revisão Textual: 
Prof. Dr. Manoel Francisco Guaranha 
 
Períodos Literários 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recomendamos que siga o seguinte roteiro para que tenha um melhor aproveitamento da unidade: 
1. Leia o conteúdo teórico da disciplina; 
2. Leia o esquema gráfico do conteúdo teórico; 
3. Assista à apresentação narrada; 
4. Faça a atividade de sistematização; 
5. Faça a atividade de aprofundamento; 
6. Leia o material complementar; 
7. Formule suas dúvidas ao professor da disciplina por meio do módulo Mensagens do 
blackboard ou ainda por meio do fórum de dúvidas da disciplina; 
8. Procure ler as obras indicadas na bibliografia, principalmente aquelas que estão disponíveis na 
biblioteca eletrônica da Universidade, isso irá colocar você em contato com diferentes visões 
sobre o problema além de fornecer a você um repertório maior de conceitos sobre os períodos 
literários. 
Períodos Literários 
• Períodos Literários 
• Período medieval (Trovadorismo) 
• Renascimento (Classicismo) 
• Barroco 
• Neoclassicismo (Arcadismo) 
• Romantismo 
• Realismo 
• Parnasianismo 
• Simbolismo 
• Modernismo 
Seja bem vindo a mais uma unidade da disciplina: 
Períodos Literários. Nesta unidade, faremos uma 
reflexão sobre os movimentos literários, bem como as 
características e exemplos de cada um deles. 
Ob
jet
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o 
de
 
Ap
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iza
do
 
 
6 
 
U n i d a d e : P e r í o d o s L i t e r á r i o s 
 
 
 
 
 
 
 
Ao ler o conteúdo teórico, você observou que os períodos literários são uma forma de 
organização didática da produção literária a partir de critérios históricos e estéticos. Vimos, 
também, que é quase impossível estabelecer precisamente quando se iniciou ou terminou um 
período. Além disso, um estilo de época não “morre” por completo e a passagem de um estilo 
para outro não é tão rápida assim. A vitória de uma nova corrente não apaga de todo o 
prestígio e a força da antiga. Podemos assistir à coexistência de movimentos opostos numa 
mesma faixa temporal. Logo as datas de início e fim de um período não implicam o 
predomínio automático de um período sobre outro, mas a tentativa de ordenação e 
simplificação pedagógica dos fenômenos literários. 
 Além disso, devemos considerar que cada estilo literário é marcado por um conjunto 
similar de influências sociais, culturais e ideológicas agindo sobre as mentalidades. Por 
exemplo, no fragmento do romance Iracema, de José de Alencar, que analisamos em nosso 
conteúdo teórico você deve ter observado como a índia Iracema é comparada à fauna e à 
flora brasileiras. Valorizar a nação, o nativo, sua língua, o tupi, e as belezas naturais fizeram 
parte de um projeto do escritor de criar uma literatura nacional. 
A valorização da nação fez parte de um projeto maior da literatura, que envolveu toda 
a escola literária conhecida como Romantismo. A mentalidade burguesa, marcada por um 
individualismo também repercutiram como influência social e ideológica na literatura 
romântica, como é o caso de Iracema, apesar de representar a América, a personagem é 
apresentada, também, em sua individualidade e estado de solidão. 
Assim, ao ler um texto literário procure observar, também, além de sua forma estética, 
as possíveis influências que esse texto possa ter recebido de seu contexto social, ideológico, 
cultural, religioso, histórico etc. 
 
 
Contextualização 
 
7 
 
 
 
 
 
 
Provavelmente, nos seus estudos anteriores à graduação, você se deparou com os 
estilos de época ou movimentos literários com seu conjunto de “ismos”: Trovadorismo, 
Classicismo, Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo, Parnasianismo, Simbolismo e 
Modernismo. É importante observar que cada estilo de época reúne um conjunto de obras 
escritas em uma determinada época, porém os critérios usados pelos historiadores da literatura 
variam muito: às vezes, o autor publica uma obra revolucionária e ela acaba se tornando o 
marco inicial de um determinado período, outras vezes, um fato histórico influencia uma 
infinidade de obras que darão origem a um determinado movimento literário. 
 Também, é necessário destacar que as datas estabelecidas para um determinado 
período não são tão rigorosas quanto parecem, são apenas recursos didáticos usados para 
facilitar o estudo. É preciso entender que é quase impossível estabelecer precisamente quando 
se iniciou ou terminou um período. Além disso, um estilo de época não “morre” por completo 
e a passagem de um estilo para outro não é tão rápida assim. 
 Isso significa que muitas ideias adotadas em um período podem ser aproveitadas por 
outros estilos literários que fazem uma releitura ou uma reinterpretação de textos já escritos. 
Muitas vezes, um estilo literário apresenta características de outro estilo anterior. Por exemplo, 
o Arcadismo resgata, em sua poesia, muitas das características do Classicismo, como a 
presença da mitologia greco-romana, a busca pela perfeição e pelo ideal de beleza clássico. 
Assim, pode-se dizer que as características de um movimento subsistem em outro. Dessa 
forma, os limites são muito tênues e não podemos entender os movimentos literários como 
estanques. Também, o estilo de época não se manifesta da mesma maneira na obra de todos 
os escritores: isso significa que algumas características do Romantismo, por exemplo, não se 
manifestam da mesma forma em poetas como Álvares de Azevedo e Gonçalves Dias. 
Enquanto o último valoriza o nacional, povoando os seus poemas com imagens da natureza e 
do indígena, Álvares de Azevedo universaliza sua poesia, colocando-a em contado com a 
tradição romântica européia, ora idealizando um amor platônico em suas virgens pálidas, ora 
construindo cenários grotescos que satirizam toda a idealização romântica, quase antecipando 
características do movimento literário posterior, o Realismo, como veremos a seguir. 
Segundo Ligia Cademartori, no livro Períodos Literários (2001, p.08) “O desafio da 
periodologia literária consiste em, não podendo se afastar da história, ter de superá-la para 
dar conta daquilo que nela é especificamente literário, ou seja, do sistema de normas estéticas 
que dominam a literatura num dado momento histórico”. 
 
Explore 
Atenção: O livro de Lígia Cademartori, uma das referências bibliográficas da Unidade, 
pode ser lido na íntegra, no formato e-book, na Biblioteca Virtual Pearson, é só acessar 
pelo site da biblioteca da Universidade Cruzeiro do Sul. 
 
Períodos Literários 
 
8 
 
U n i d a d e : P e r í o d o s L i t e r á r i o s 
Logo, o papel do historiador da literatura é fundamental no momento de organizar os 
autores e suas obras de acordo com as escolas literárias. O critério histórico, que reúne 
escritores de uma mesma época, não é suficiente. É preciso fazer uma leitura minuciosa de 
suas obras, no sentido de observar nelas semelhanças estéticas que possam aproximá-las de 
acordo com os padrões de cada movimento, alertando o leitor para as diferenças e para as 
exceções que fogem às normas do movimento vigente. 
 Qual é o seu papel de aluno diante dos movimentos literários? Com certeza, não é o de 
decorá-los. Você precisa saber as características de cada estilo e em que época vigorou, pelo 
menos. Atualmente, as literaturas não são estudadas mais a partir de movimentos literários, 
em uma sequência cronológica, pois isso acaba fazendo com que se estude superficialmente 
as obras dos autores e se prenda mais aos movimentos em si e suas sequências de 
características estéticas, datas,biografias dos autores etc. 
 É preciso deixar claro, aqui, que quando você iniciar seus estudos das disciplinas de 
Literatura Brasileira, Portuguesa, perceberá que os estudos literários não vão partir de 
movimentos literários, pois pressupõe-se que este seja um conhecimento prévio que você 
revisará nesta unidade apenas, a fim de que possamos aprofundar nossos estudos em temas 
recorrentes nas obras de autores de diferentes épocas, saindo da visão cronológica, histórica e 
já ultrapassada dos estudos literários. É importante destacar que os exemplos dados para cada 
estilo literário vão se restringir aos das literaturas brasileira e portuguesa, visto que 
contemplam o quadro de disciplinas a serem cursadas a partir do 2º ano do curso, e são 
literaturas de línguas portuguesa, não havendo a necessidade de tradução. 
 Vamos observar agora como se caracteriza cada estilo de época ou movimento 
literário, organizado segundo critérios históricos e estéticos: 
 
 
 
 
O período medieval abarcou o estilo literário Trovadorismo, que vigorou mais 
intensamente entre os séculos XII e XIV. O ano de início e de fim de cada movimento não nos 
importa, visto que, como dissemos anteriormente, as datas são apenas marcações didáticas e 
que pouco importam para você, estudante do Ensino Superior. Você precisa saber, pelo 
menos, em que período do século ou séculos estes estilos de época vigoraram e como o 
contexto sócio-histórico e cultural se encontram internalizados no texto literário. 
Por exemplo, o período medieval é marcado por um contexto religioso, teocêntrico, 
regido por uma sociedade feudal, em que o poder estava nas mãos dos senhores feudais e as 
relações eram de suserania e vassalagem, sendo o rei o suserano mais poderoso. O suserano 
era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade, 
trabalho e ajuda ao seu suserano, tendo em troca a proteção e um lugar no sistema de 
produção. É importante dizer que todos os poderes, jurídico, econômico e político 
concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos). 
Período Medieval (Trovadorismo) 
 
9 
 Você deve se perguntar agora, e a religião e o teocentrismo, tão importantes nesta 
época, como foi dito anteriormente, quais eram os seus papéis? O clero, representado pela 
Igreja Católica, estava no topo da pirâmide social, além do grande poder econômico, eram 
responsáveis pela proteção espiritual da sociedade e influenciava no modo de pensar e de se 
comportar na época. 
Abaixo do clero, na pirâmide social, estava a nobreza feudal (senhores feudais, 
cavaleiros, condes, duques, viscondes) que era detentora de terras e arrecadava impostos dos 
camponeses. É importante destacar que só os filhos de nobres tinham a oportunidade de 
estudar. Finalmente, a última camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e 
pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais e 
compunham a grande massa de trabalhadores. Visto assim, esta sociedade era estática, no 
sentido de que não permitia grande mudança social, de uma classe para outra, obedecendo a 
um sistema hierárquico rígido. 
A arte medieval foi dominada pela religiosidade. As pinturas retratavam passagens da 
Bíblia e ensinamentos religiosos. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e 
catedrais. Com a literatura não foi diferente. O poema a seguir, escrito pelo rei de Portugal, D. 
Dinis, vai mostrar a você como o contexto apresentado anteriormente entra em diálogo com o 
texto literário. Leia-o atentamente: 
 
Cantiga de D. Dinis 
 
 
O que vos nunca cuidei a dizer, 
 
com gram coita, senhor, vo-lo direi, 
 
porque me vejo já por vós morrer; 
 
ca sabedes que nunca vos falei 
 
5 
 
de como me matava voss'amor; 
 
ca sabe Deus bem que doutra senhor, 
 
que eu nom havia, mi vos chamei. 
 
 
E tod[o] aquesto mi fez fazer 
 
o mui gram medo que eu de vós hei 
 
10 
 
e des i por vos dar a entender 
 
que por outra morria - de que hei, 
 
bem sabedes, mui pequeno pavor; 
 
e des oimais, fremosa mia senhor, 
 
se me matardes, bem vo-lo busquei. 
 
 
15 
 
E creede que haverei prazer 
 
de me matardes, pois eu certo sei 
 
que esso pouco que hei de viver 
 
que nẽum prazer nunca veerei; 
 
e porque sõo desto sabedor, 
 
20 
 
se mi quiserdes dar morte, senhor, 
 
por gram mercee vo-lo [eu] terrei. 
(Poema disponível em http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=530&pv=sim, acessado em 12 de janeiro de 2012) 
 
10 
 
U n i d a d e : P e r í o d o s L i t e r á r i o s 
O poema de D. Dinis, assim como a poesia trovadoresca (chamada de trovadoresca 
porque era feita por trovadores1), no período medieval foi composta para ser cantada, por isso 
não é por acaso que os poemas do Trovadorismo são conhecidos como cantigas de amor, de 
amigo, de maldizer e de escárnio, que foram reunidas nos chamados Cancioneiros 
(Cancioneiro da Ajuda, Cancioneiro da Biblioteca Nacional e Cancioneiro da Vaticana). É 
importante destacar que a poesia trovadoresca uniu a música, o canto e a dança, daí o nome 
cantiga, sempre acompanhada de um instrumento musical, mais precisamente, instrumentos 
de corda como: viola, alaúde, harpa, saltério, entre outros. As poesias dessa época são nada 
mais que versos cantados. 
No caso do poema citado, temos uma cantiga de amor composta pelo 
rei trovador, D. Dinis, rei de Portugal do século XIII ao início do XIV. 
Ele foi um dos principais poetas deste período e esta composição, 
escrita em forma de cantiga, portanto, cantada por uma voz 
acompanhada de instrumentos musicais, pode ser ouvida no seguinte 
site: 
http://cantigas.fcsh.unl.pt/versoesmusicais.asp?cdcant=530&vm1=128&vm2=232 
 
Este site português coloca você em contato com as cantigas medievais galego-
portuguesas mais importantes da história da literatura, além de poder ouvi-las na 
interpretação de músicos especializados. Navegue por este site e confira a 
excelência com que a equipe organizou as informações lítero-musicais deste 
período medieval. 
 
Mas vamos ao poema, se você teve a oportunidade de ouvi-lo, deve ter notado que a 
cantiga assume, na voz do cantor, um tom muito próximo do antigo canto gregoriano. Apesar 
de o canto gregoriano não ser acompanhado de instrumentos musicais, desperta variados 
sentimentos, como recolhimento, alegria, tristeza e serenidade, semelhante à cantiga de amor 
de D. Dinis. Cantada por uma voz masculina, essa cantiga revela as relações entre o poeta 
servidor, caracterizado como um vassalo e a sua senhor, representando seu suserano, uma 
espécie de representação do senhor feudal. Isso revela como as relações de suserania e 
vassalagem, do sistema feudal, são retomadas nas relações de amor no poema. Na cantiga de 
amor, portanto, nesta cantiga de D. Dinis, “apresenta-nos assim uma voz masculina 
essencialmente sentimental, que canta a beleza e as qualidades de uma senhora inatingível e 
imaterial, e a correlativa coita (sofrimento) do poeta face à sua indiferença ou face à sua 
própria incapacidade para lhe expressar o seu amor.” (disponível em 
http://cantigas.fcsh.unl.pt/sobreascantigas.asp) 
 
1 O trovador “era um artista de posição social mais elevada, não raro pertencente à nobreza, mesmo que de linhagem 
secundária ou fidalgo decaído. Para além desse particular, o trovador era o autor das letras e da melodia das canções 
(cantigas) que executava,...” (E-Dicionário de Termos Literários, de Carlos Ceia, disponível em 
http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=1518&Itemid=2, acessado em 12 de janeiro 
de 2012) 
 
11 
No poema, o eu lírico revela o seu sofrimentoamoroso (coita de amor) pela mulher 
amada e prefere morrer a vivenciar a indiferença da sua senhora (senhor). Pode-se dizer que a 
impossibilidade da relação amorosa está condicionada também a um fato social que revela 
que o eu lírico (o homem que fala no poema) pertence a um estrato social diferente de sua 
amada, uma espécie de suserana, reproduzindo, com isso, as relações de vassalagem, de 
servidão do vassalo em relação ao seu suserano. Porém, a vassalagem que se configura no 
poema é referida ao campo amoroso. O poeta, por influência da religião cristã católica da 
época, apela para Deus como o cúmplice de seu amor e fidelidade em relação àquela amada 
do poema e não outra, como você pode observar na primeira e segunda cobras (chamados 
no período medieval de cobras ou coplas e não estrofes, conjunto de versos, como 
conhecemos hoje). 
Na terceira cobra ou copla, observa-se que o eu lírico declara que deseja a morte, pois 
mesmo querendo o bem da amada, sabe que, sem ela, viverá pouco e mal (sem nenhum 
prazer), pois não terá a mulher amada, indiferente ao seu sofrimento amoroso (coita). 
Dessa forma, segundo Lígia Cadermatori, a cantiga de amor apresenta características 
da poesia cavalheiresca na qual 
 
“o homem se consome em paixão perante o desdém da amada, e se resigna 
perante a inacessibilidade do objeto de seu amor. Esse comportamento 
perante o amor, essa não-exigência de uma resposta, a ausência de um objeto 
tangível e definido para o sentimento serão, muito mais tarde, características 
do Romantismo.” (CADERMATORI, p. 12) 
 
Você deve ter percebido que o poema que acabamos de comentar é um exemplo de 
texto literário do período medieval, mais propriamente do Trovadorismo, e que os dados do 
contexto da época são importantes para entender o texto literário e a forma como o escritor, 
poeta, não escreve isolando-se do mundo no qual se insere. 
Outros tipos de cantigas também circularam no Trovadorismo, como foi mencionado 
anteriormente, mas não vamos comentá-las aqui, deixaremos para a disciplina Literatura 
Portuguesa. Apenas queremos lembrá-lo de que a cantiga de amor e a cantiga de amigo 
pertencem ao gênero lírico, caracterizado pela exposição dos sentimentos do eu lírico (a voz 
que fala no poema) em relação ao amado ou a amada e ao mundo em que vive, ao contrário 
das cantigas de escárnio e de maldizer, que são do gênero satírico e visam à crítica a alguma 
pessoa (cada cantiga à sua maneira), usando palavras com duplo sentido, trocadilhos, 
destacando os desvios de caráter, moral da pessoa satirizada. 
Para finalizar, não foram somente as cantigas trovadorescas que representaram a 
literatura desta época, na prosa, também são objeto de estudos literários o romance de 
cavalaria, os escritos místicos e doutrinários e a historiografia. Não abordaremos a prosa 
medieval aqui, pois precisamos apresentar os demais movimentos literários. 
 
 
12 
 
U n i d a d e : P e r í o d o s L i t e r á r i o s 
 
 
 
 
 
 
 Você acabou de observar que a poesia trovadoresca do período medieval surge em 
um contexto marcado pela presença da religião cristã católica e pelas relações sociais próprias 
do feudalismo que se desenvolveu em um mundo tipicamente agrário, até o século XIV. 
 Passando para os séculos XV e XVI, Igreja Católica começa a perder força, pois o 
homem, bem como a sociedade e a arte passam a prestigiar os valores da Antiguidade clássica 
greco-romana e a realidade. Com isso, há um deslocamento do Teocentrismo para o 
Antropocentrismo, ou seja, o homem passa a ser o centro do universo e não mais Deus. Livre 
da supremacia da igreja, a arte passa a ser mais livre para imitar os clássicos e apresentar uma 
imagem mais científica do mundo. 
 Independente da Igreja, o artista passa a criar suas obras fazendo sua própria leitura e 
interpretação da realidade e isso fez com que conquistasse seu estilo, sua visão de mundo, 
criando, com isso, a noção de autor ou de autoria. Preocupado com a forma da obra literária 
e com um ideal de perfeição, retomando princípios básicos da concepção da arte grega, o 
escritor valoriza o conhecimento humano e o raciocínio lógico, colocando em evidência os 
grandes feitos do homem da época, como fez Camões ao escrever o poema épico Os 
Lusíadas, destacando as conquistas do povo português, com as grandes navegações e a 
construção do império lusitano. 
 Leia as duas primeiras estrofes d´Os Lusíadas, de Camões, e tente observar como o 
que foi dito anteriormente pode ser observado nos versos: 
 
 
 
Explore 
Se você é um curioso e quer conhecer mais sobre esses textos entre o site a seguir que apresenta 
um documento elaborado pela renomada Fundação Calouste Gulbenkian, de Lisboa, composto 
por uma antologia da Literatura Portuguesa dos séculos XIII a XIV. Neste documento você terá 
contato com a prosa medieval portuguesa. Não deixe de conferir, acesse 
http://www.leitura.gulbenkian.pt/boletim_cultural/files/HALP_04.pdf 
 
Renascimento (Classicismo) 
 
13 
 
Canto I 
 
As armas e os Barões assinalados 
Que da Ocidental praia Lusitana 
Por mares nunca de antes navegados 
Passaram ainda além da Taprobana, 
Em perigos e guerras esforçados 
Mais do que prometia a força humana, 
E entre gente remota edificaram 
Novo Reino, que tanto sublimaram; 
 
E também as memórias gloriosas 
Daqueles Reis que foram dilatando 
A Fé, o Império, e as terras viciosas 
De África e de Ásia andaram devastando, 
E aqueles que por obras valerosas 
Se vão da lei da Morte libertando, 
Cantando espalharei por toda parte, 
Se a tanto me ajudar o engenho e arte. 
 
Cessem do sábio Grego e do Troiano 
As navegações grandes que fizeram; 
Cale-se de Alexandre e de Trajano 
A fama das vitórias que tiveram; 
Que eu canto o peito ilustre lusitano , 
A quem Neptuno e Marte obedeceram. 
Cesse tudo o que a Musa antiga canta, 
Que outro valor mais alto se alevanta 
 
(Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000162.pdf, acessado em 16 de janeiro de 2012) 
 
 As três estrofes anteriores compõem a Proposição do poema épico de Camões, é a 
enunciação do assunto proposto pelo poeta. Na primeira estrofe, você pode observar que os 
versos cantam as façanhas dos heróis portugueses, ressaltando a coragem ao superarem os 
perigos do mar, as guerras, para edificarem o Império português. 
Na segunda estrofe, o poeta valoriza os reis do passado português que contribuíram 
para a expansão do Cristianismo e do império português ao estabelecem colônias em África e 
Ásia, como você pode notar nos versos: Daqueles Reis que foram dilatando/ A Fé, o Império, 
e as terras viciosas/ De África e de Ásia andaram devastando,/ E aqueles que por obras 
valerosas. 
 Na terceira estrofe, ressalta-se a importância das grandes navegações portuguesas que 
superaram, em valor, para o poeta, o passado representado pelas conquistas do império grego 
e troiano, representados nos versos que se referem aos conquistadores ilustres Alexandre 
 
14 
 
U n i d a d e : P e r í o d o s L i t e r á r i o s 
Magno e Trajano e aos heróis das epopéias clássicas Ulisses (da Odisséia) e Enéias (herói 
troiano da Eneida): Cessem do sábio Grego e do Troiano/ As navegações grandes que 
fizeram;/Cale-se de Alexandro e de Trajano. Observe que as vitórias do presente, do povo 
português do século XVI e o império que conseguiu construir (Que eu canto o peito ilustre 
lusitano,) são valorizados. Como é típico do Classicismo, você também pode notar a presença 
da mitologia greco-romana representada, aqui nesta terceira estrofe, pelos deuses Marte, da 
guerra, e Neptuno, do mar, que se submetem ao poder do povo português engrandecido ao 
ponto de ser cessar o canto da antiga Musa. 
 A partir dos comentários anteriores, você teve ter notado que o herói dessa epopéia 
portuguesaé coletivo, fato que já pode ser observado no próprio título Os Lusíadas e no plural 
utilizado nas expressões “barões assinalados”, “Daqueles Reis”. Também, o Classicismo 
aborda os homens ideais, libertos de suas necessidades diárias, comuns. Os personagens 
centrais das epopéias são apresentados como seres superiores, verdadeiros semideuses, sem 
defeitos. 
 Apesar de ter os gregos e romanos como referência e objeto de imitação, como é o 
caso do primeiro verso da proposição (As armas e os Barões assinalados), que reproduz o 
primeiro verso da Eneida, Camões procurou valorizar os feitos de seu povo, com isso colocou 
o homem no centro das grandes conquistas da época, como caracterizou o caráter 
antropocêntrico do classicismo renascentista. 
 No Brasil, os relatos de viagem e a educação jesuítica que refletiram a atmosfera 
renascentista clássica, mas não tivemos uma obra de um escritor brasileiro que expressasse as 
características do Classicismo como estética literária, visto que o Brasil tinha acabado de ser 
“descoberto”. 
 
 
 
 
 Assim como o período colonial foi marcado pela presença da fé cristã católica, no 
Barroco, movimento que se fixou entre o final do século XVI e 1ª metade do XVIII, houve um 
retorno à ideologia cristã por meio da ideologia da Contra Reforma e do Concílio de Trento. 
Segundo Lígia Cademartori (p.28) 
 
O elemento cristão da Idade Média e o racionalista do Renascimento geraram 
o dualismo barroco, característico de um período em que o homem busca a 
conciliação do espiritualismo medieval com o humanismo posto em voga 
pelos renascentistas. A tentativa de conciliar essas tendências provocou a 
tensão, tão peculiar ao estilo, e as contradições próprias a uma tendência que 
ora festeja a razão, ora a fé; ora o sensorial, ora o espiritual. 
 
Barroco 
 
15 
 Essa tensão e jogo de contradições no barroco, conforme observou Cademartori, você 
poderá observar, na literatura, por meio do uso das chamadas figuras de oposição: antíteses 
(contraposição de uma palavra a outra de significação oposta) e paradoxos (ideias contrárias). 
Também, a representação do mundo se dá por metáforas, ou seja, dois termos são 
aproximados por similaridade e o seu resultado é fruto da imaginação de quem cria a 
metáfora. Agora observe como o poema a seguir, do poeta baiano Gregório de Matos, o 
maior expoente do barroco brasileiro, articula as características deste estilo de época: 
 
 
Anjo no nome, Angélica na cara, 
Isso é ser flor, e Anjo juntamente, 
Ser Angélica flor, e Anjo florente, 
Em quem, senão em vós se uniformara? 
Quem veria uma flor, que a não cortara 
De verde pé, de rama florescente? 
E quem um Anjo vira tão luzente, 
Que por seu Deus, o não idolatrara? 
Se como Anjo sois dos meus altares, 
Fôreis o meu custódio, e minha guarda 
Livrara eu de diabólicos azares. 
Mas vejo, que tão bela, e tão galharda, 
Posto que os Anjos nunca dão pesares, 
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda. 
 
Disponível em http://www.jornaldepoesia.jor.br/gregoi10.html, acessado em 14 de janeiro de 2012) 
 
 
 Observe que o poema de Gregório de Matos, dedicado à mulher amada, apresenta um 
esquema de contradições e metáforas que evidenciam como o eu lírico, em estado de tensão, 
revela o conflito entre amar e pecar, mulher e anjo, flor e anjo. Note que a descrição da 
mulher envolve um paradoxo e duas metáforas: a mulher é aproximada, por semelhança, do 
“Anjo” e da “flor”. A primeira imagem, a do “Anjo”, demonstra que a mulher é tão 
inalcançável quanto ao anjo, e sua delicadeza e formosura também são aproximadas. Quanto 
à flor, aproximada da mulher, está associada à beleza, à feminilidade. Note que as duas 
imagens, flor e anjo, aparecem em oposição, visto que a flor, ao contrário do anjo, é algo que 
se pode ter, pois pertence ao mundo profano, onde nós vivemos. O anjo representa o mundo 
sagrado, distante, por isso só resta idolatrar, como a beleza da mulher amada. 
 Observe que a mulher, descrita como tentadora, diabólica, remete à leitura cristã 
católica, que reforça o contexto da época, dominado pela Igreja Católica e sua condenação ao 
carnal. A última estrofe conclui o poema em um paradoxo, pois a mulher-anjo tenta e não 
guarda. 
 
 
16 
 
U n i d a d e : P e r í o d o s L i t e r á r i o s 
 
 
 
 Você deve ter notado que o nome desse estilo literário, Neoclassicismo, diz respeito a 
um novo Classicismo, porém no século XVIII, retomando os padrões greco-romanos. Também 
é preciso destacar que o contexto é outro. Neste momento, a classe burguesa está surgindo na 
Europa e é responsável pela produção e consumo da arte. A concepção científica do mundo e 
o progresso do conhecimento aproximam a arte da objetividade, do racionalismo tão 
divulgado pelo Iluminismo, que expressou as necessidades e os anseios da classe burguesa. 
Para Vitor Manuel de Aguiar e Silva, “o século XVIII... constitui uma época 
extremamente complicada, pois nele confluem correntes barrocas retardatárias e correntes 
neoclássicas ou arcádicas; nele se desenvolve o chamado estilo rococó e... irrompe o pré-
romantismo” (AGUIAR e SILVA, 1976. p.463). 
Mesmo com o encontro de diferentes estilos, o Arcadismo, segundo o crítico Alfredo 
Bosi em seu livro História Concisa da Literatura Brasileira (2006, p.82.) apresentou dois 
momentos do Arcadismo no Brasil: 
a) poético: retorno à tradição clássica com a utilização dos seus modelos, e valorização 
da natureza e da mitologia. 
b) ideológico: influenciados pela filosofia presente no Iluminismo, que traduz a crítica da 
burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero. 
 
Ao evocar a natureza e a vida pastoril como alternativa saudável (expressão racional da 
natureza), a poesia árcade também incorporou diferentes expressões latinas comuns à poesia 
pastoril greco-romana, como forma de conceber o seu fazer poético. Confira quais eram essas 
expressões: 
Inutilia truncat: "cortar o inútil", referência aos excessos cometidos pelas obras 
do barroco. No arcadismo, os poetas primavam pela simplicidade. 
 
Fugere urbem: "fugir da cidade", do escritor clássico Horácio; 
 
Locus amoenus: "lugar ameno", um refúgio ameno em detrimento dos centros 
urbanos monárquicos; 
 
Carpe diem: "aproveitar a vida", o pastor, ciente da efemeridade do tempo, 
convida sua amada a aproveitar o momento presente. 
 
 A poesia pastoril, também conhecida como poesia bucólica associada ao termo 
bucolismo é, segundo E-Dicionário de Termos Literários o 
 
Neoclassicismo (Arcadismo) 
 
17 
 
Género literário sinónimo da poesia pastoril que respeita as convenções 
clássicas provenientes, sobretudo, das Bucólicas de Virgílio e dos Idílios de 
Teócrito de Siracusa. Este género enuncia um ideal de vida que canta as 
belezas da vida do campo, o espaço dos pastores, a ingenuidade dos 
costumes, a quotidiano tranquilo em simples contacto com a natureza. Trata 
também dos amores, alegrias e penas dos pastores que contrastam com os 
sobressaltos e inquietações da vida urbana. 
(disponível em 
http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=168&Itemid=2) 
 
 Agora vamos observar como estas características da poesia árcade que retoma a poesia 
pastoril se configurou no Brasil, com o poema abaixo, do poeta árcade brasileiro Tomás 
Antônio Gonzaga: 
Lira XIX 
 
Enquanto pasta alegre o manso gado, 
minha bela Marília, nos sentemos 
à sombra deste cedro levantado. 
Um pouco meditemos 
na regular beleza, 
que em tudo quanto vive nos descobre 
a sábia Natureza. 
 
Atende como aquela vaca preta 
o novilhinho seu dos mais separa, 
e o lambe, enquanto chupa a lisa teta. 
Atende mais, ó cara, 
como a ruiva cadela 
suporta que lhe morda o filho o corpo, 
e salte em cima dela. 
(...) 
(disponível em http://www.jornaldepoesia.jor.br/tomaz1.html#lira9,acessado em 15 de janeiro de 2012) 
 
 Observe que a primeira estrofe do poema apresenta o eu lírico, que se faz passar por 
um pastor, e a sua amada, a pastora Marília, em um cenário bucólico, que canta a 
tranquilidade da vida no campo, caracterizada pelas imagens: “pasta alegre o manso gado”, 
“à sombra deste cedro”, “a sábia natureza”. Você já deve ter percebido que esse cenário 
construído pelo poeta exemplifica bem a expressão latina locus amoenus, o lugar ameno, uma 
espécie de refúgio natural para os amantes. O eu lírico propõe à amada que sentem para 
meditar sobre esse lugar ameno, aproveitando de sua sensação de equilíbrio e paz. 
 
 
18 
 
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 Note, também, que a linguagem simples (inutilia truncat), sem os excessos das figuras 
de linguagem do movimento barroco, assegura, no momento, a sensação de simplicidade da 
própria vida rural. Na segunda estrofe, o eu lírico continua chamando a atenção de sua 
amada Marília para outros elementos que compõem o quadro bucólico: “vaca preta”, 
“novilhinho”, “ruiva cadela”. Dessa forma, o poema é um exemplo, em parte, do que 
pretendia a poesia árcade. 
 
 
 
 
 O Romantismo, movimento literário que ganhou expressão entre a segunda metade do 
século XVIII e primeira metade do século XIX, tornando-se um estilo que buscou expressar o 
sentido de vida da burguesia, classe em ascensão neste período. Lutando contra a 
mentalidade aristocrática e classicista, presente no Arcadismo, o movimento romântico, ao 
contrário da objetividade e racionalidade árcades, valorizou a subjetividade, o plano das 
emoções, o individualismo como protesto contra o ordem social em que ele se aliena. 
Como observou Lígia Cademartori 
 
O individualismo, o emocionalismo e o moralismo são, segundo esse prisma, 
as características marcantes do início do Romantismo. A estas, acrescenta-se 
mais tarde a propensão à melancolia e ao pessimismo. O homem romântico 
sofreu a discrepância entre o sonho e a realidade, vítima do conflito entre as 
ilusões e a trivialidade da vida burguesa. (p.38) 
 
 A arte romântica não é regida por critérios rígidos e sim critérios próprios, individuais 
do artista, que passa a seguir seus sentimentos e encontra, no público leitor (formado nesta 
época) uma grande receptividade. 
 Você já deve ter ouvido a expressão “você é muito romântico”. Observe que esse 
“muito romântico”, pode estar relacionado à expressão de sentimentos em exagero, ou a 
tentativa de fugir da realidade, em busca de um mundo de sonhos, possivelmente perfeito. 
 O Romantismo também valorizou os elementos nacionais e se colocou em defesa da 
identidade nacional. No Brasil, essa característica encontrou grande expressão, pois o país, 
ainda Colônia de Portugal, tinha acabado de se libertar, politicamente, da Metrópole, e houve 
um intenso empenho dos escritores em construir uma literatura nacional. Como observou o 
crítico literário Antonio Candido, nesse processo a literatura teve um papel fundamental, 
cabendo aos nossos escritores a missão de “mapear o país”, e assim descrever e interpretar a 
vida nacional (CANDIDO, 1997, p.12). 
Romantismo 
 
19 
 No Brasil, a valorização do nacional encontrou expressão, principalmente, em poemas 
indianistas de Gonçalves Dias e em romances de José de Alencar, como O Guarani e Iracema, 
que apresentam o índio idealizado, valorizado em sua língua, hábitos e costumes em 
harmonia com uma natureza exuberante, rica em sua fauna e sua flora. 
 Você deve ter notado que a natureza também estava presente no Arcadismo, porém 
como cenário apenas, para introduzir a vida pastoril. No Romantismo, a natureza não é 
apenas pano de fundo, mas interage com o eu lírico na poesia e com as personagens no 
romance. Ela pode revelar o estado de alma, de espírito de uma personagem, como você 
pode observar em Iracema, de José de Alencar. Leia, a seguir, o início do Capítulo 2, do livro 
Iracema e repare na forma como a personagem é descrita: 
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. 
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da 
graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. 
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque 
como seu hálito perfumado. 
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do 
Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal 
roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. 
Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o 
corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia 
silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros 
ameigavam o canto. 
Iracema saiu do banho: o aljôfar d’água ainda a roreja, como à doce mangaba que 
corou em manhã de chuva. 
Enquanto repousa, em pluma das penas do gará as flechas de seu arco, e concerta 
com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto agreste. 
A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos 
ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome; outras remexe o uru de palha 
matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da 
juçara com que tece a renda, e as tintas de que matiza o algodão. 
Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o 
sol não deslumbra; sua vista perturba-se. 
Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não 
algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos 
olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o 
corpo. 
 
(disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000014.pdf, acessado em 16 de janeiro de 2012) 
 
 
 
20 
 
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Note que Iracema é descrita de uma forma idealizada, ou seja, sem defeitos, e suas 
características físicas são sempre comparadas as da natureza, como os seus lábios de mel, seus 
cabelos “mais negros do que a asa da graúna” e mais longos que o “talhe de palmeira”, “mais 
rápida que a corça selvagem”, o sorriso mais doce do que o favo de jati etc. Iracema, em 
quase tudo, é mais que a própria natureza exuberante, sendo filha dessa mesma natureza, 
como você pode observar no primeiro parágrafo do texto que acabou de ler: “Além, muito 
além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.” 
É importante destacar aqui, que o Romantismo, no Brasil, não se limitou a valorizar a 
natureza e o índio e a idealizar suas personagens, outros escritores como Castro Alves, Álvares 
de Azevedo desenvolveram e ampliaram algumas características do Romantismo europeu no 
Brasil. O primeiro poeta incorporou as questões sociais polêmicas da escravidão, 
principalmente no Brasil, o segundo, tratou, de forma mais ampla, as temáticas do amor e da 
morte, imbuídas de melancolia e tristeza, além de alinhar a poesia brasileira romântica com a 
teoria do grotesco, do escritor francês Victor Hugo, que defendia a ideia de que tudo na 
criação não é humanamente belo, que o feio existe ao lado do belo, o disforme ao lado do 
gracioso, o grotesco no reverso do sublime, o mal com o bem, a sombra com a luz. 
 
 
 
 
 Você observou que a classe burguesa já despontava como protagonista do movimento 
romântico, no Realismo, proposta estética da segunda metade do século XIX, esta classe 
desfrutava plenamente o poder, evoluindo dentro do sistema capitalista. Neste momento, 
estabeleceu-se a luta de classes, entre burguesia e proletariado, que colocava em evidência o 
sistema de exploração do trabalho com a progressiva industrialização.Mas não foram somente a consciência de classe do proletariado, as conquistas sociais, 
bem como a teoria do socialismo que marcou a segunda metade do século XIX, algumas 
teorias cientificistas também contribuíram na caracterização do movimento realista, como o 
determinismo de Taine, o positivismo de Augusto Comte e o evolucionismo de Darwin. 
 Segundo Massaud Moisés, os escritores da época, influenciados por essas teorias, 
"dispunham a examinar a existência humana, movidos por intuitos científicos, de modo a 
converter a obra de arte num autêntico laboratório, em defesa da causa social". 
 Nesse sentido, você já deve ter imaginado que uma literatura que se apropria do 
pensamento racionalista científico para ser elaborada, não tem mais espaço para a emoção, a 
subjetividade excessiva, como vimos no Romantismo. O que vai reger a literatura realista é a 
objetividade, a razão, uma descrição nua e crua dos seres vivos e dos lugares, detectando as 
contradições da natureza humana e os vícios da sociedade burguesa, apelando para uma 
descrição minuciosa das personagens no romance. Leia atentamente o fragmento, a seguir, do 
segundo capítulo do romance O Cortiço, do escritor brasileiro Aluísio Azevedo: 
Realismo 
 
21 
 
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a 
sua infinidade de portas e janelas alinhadas. 
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de 
chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da 
ultima guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que 
nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia. 
A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-lhe 
um farto acre de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem 
e em alguns pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez grisalha e triste, feita de 
acumulações de espumas secas. 
Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos 
bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; 
começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os 
outros; trocavam-se de janela para janela as primeiras palavras, os bons-dias; reatavam-se 
conversas interrompidas à noite; a pequenada cá fora traquinava já, e lá dentro das casas 
vinham choros abafados de crianças que ainda não andam. No confuso rumor que se 
formava, destacavam-se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber onde, grasnar 
de marrecos, cantar de galos, cacarejar de galinhas. De alguns quartos saíam mulheres que 
vinham pendurar cá fora, na parede, a gaiola do papagaio, e os louros, à semelhança dos 
donos, cumprimentavam-se ruidosamente, espanejando-se à luz nova do dia. 
Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração 
tumultuosa de machos e fêmeas. 
 
(Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000003.pdf, acessado em 15 de janeiro de 2012) 
 
 Note que o narrador descreve, em detalhes, o despertar no cortiço, expondo o grande 
aglomerado de pessoas, de trabalhadores que habitam a moradia coletiva. Nesta descrição, 
você pode observar que o narrador busca ser mais o mais realista possível, ao ressaltar a 
realidade nua e crua do cotidiano do cortiço: como o acordar às cinco horas da manhã; as 
roupas úmidas de véspera com cheiro acre (azedo) de sabão ordinário; as pedras do chão 
esbranquiçadas de espuma seca, com uma “palidez grisalha e triste”; os bocejos e o pigarrear 
das pessoas que acabaram de acordar; o choro abafado das crianças; o “cacarejar das 
galinhas”; e, finalmente, o narrador caracteriza os homens e as mulheres que se aglomeram 
nas bicas, como machos e fêmeas, aproximando-os do mundo natural, animalizando o 
comportamento humano. 
 
 
 
 
22 
 
U n i d a d e : P e r í o d o s L i t e r á r i o s 
 
 
 
 Contemporâneo ao Realismo e ao Naturalismo, o Parnasianismo também ocupou o 
cenário literário na segunda metade do século XIX. Ao contrário da poesia romântica, a 
poesia parnasiana renegou a subjetividade excessiva e o tom confessional e aspirou à 
impessoalidade e à realidade em seus versos. Porém, essa realidade não possui aspirações 
sociais como a prosa realista e sim é marcada pelo culto à forma, à presença da cultura 
clássica, das lendas e histórias da Antiguidade Clássica. 
 No poema a seguir, de Alberto de Oliveira, você poderá observar como as 
características acima marcam o estilo parnasiano: 
 
Vaso grego 
Esta de áureos relevos, trabalhada 
De divas mãos, brilhante copa, um dia, 
Já de aos deuses servir como cansada, 
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. 
Era o poeta de Teos que a suspendia 
Então, e, ora repleta ora esvazada, 
A taça amiga aos dedos seus tinia, 
Toda de roxas pétalas colmada. 
Depois... Mas o lavor da taça admira, 
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas 
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, 
Ignota voz, qual se da antiga lira 
Fosse a encantada música das cordas, 
Qual se essa voz de Anacreonte fosse 
(Texto disponível em http://www.jornaldepoesia.jor.br/ao04.html, acessado em 16 de janeiro de 2012) 
(Imagem disponível em http://it.wikipedia.org/wiki/Forme_ceramiche_greche, acessado em 16 de janeiro de 2012) 
 
Na leitura do poema “Vaso Grego”, de Alberto de Oliveira, você deve ter notado que o 
eu lírico descreve o vaso grego e a imagem que se encontra nele pintada: o poeta de Teos, 
Anacreonte, segurando uma taça que teria servido aos deuses do Olimpo. Perceba que o eu 
lírico, com objetividade e distante de qualquer tom confessional, aprecia a beleza da pintura 
do vaso, como podemos comparar com a imagem do vaso acima. A Antiguidade Clássica é 
valorizada em detalhes e perceba que o eu lírico valoriza a arte pela arte: a forma da taça, 
como objeto artístico, utilizada por um artista, o poeta Anacreonte e a cena, possivelmente, 
pintada em um vaso grego, outro objeto de arte. 
Parnasianismo 
 
23 
 
 
 
 Oposta à poesia parnasiana, a poesia simbolista, do final do século XIX, também de 
origem francesa, recorre à concepção mística do mundo, buscando formas indefinidas e 
associações livres que revelam um gosto pelo incompreensível e pela música, considerada a 
mais abstrata das artes. Segundo Lígia Cademartori: 
No Simbolismo, o procedimento comparativo, tão em voga no Romantismo e 
no Parnasianismo, é banido. As imagens não são mais paralelas, superpõem-
se em riqueza associativa. Por outro lado, a musicalidade volta a ser cultivada. 
A palavra, antes presa a uma sintaxe ordenada — reflexo de uma concepção 
do mundo como uma estrutura lógica —, com a opção do simbolista pelo 
indefinido e pelo misterioso, liberta-se da ordem frasal e carrega-se de 
sugestividade irracional. (p.54) 
 
 Ao ler um poema simbolista, você terá a sensação de distanciamento da realidade, o eu 
lírico parece imerso em um mundo ideal, de experiências sobrenaturais, de imagens 
misteriosas e indefiníveis nas quais são despertadas diferentes sensações que fazem lembrar 
um ritual místico. Pensando nessas características, leia atentamente o poema a seguir, de Cruz 
e Souza: 
 
Sinfonias do Ocaso (de Cruz e Sousa) 
 Musselinosas como brumas diurnas 
descem do ocaso as sombras harmoniosas, 
sombras veladas e musselinosas 
para as profundas solidões noturnas. 
 
Sacrários virgens, sacrossantas urnas, 
os céus resplendem de sidéreas rosas, 
da Lua e das Estrelas majestosas 
iluminando a escuridão das furnas. 
 
Ah! por estes sinfônicos ocasos 
a terra exala aromas de áureos vasos, 
incensos de turíbulos divinos. 
 
Os plenilúnios mórbidos vaporam ... 
E como que no Azul plangem e choram 
cítaras, harpas, bandolins, violinos ... 
 
(Disponível em http://www.jornaldepoesia.jor.br/csousa.html#ocaso,acessado em 16 de janeiro de 2012) 
 
Simbolismo 
 
24 
 
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 Você deve ter percebido que, diferente do poema parnasiano “O vaso grego”, de 
Alberto de Oliveira, o poema de Cruz e Souza não tematiza algo, apenas insinua imagens 
abstratas, formas indefinidas, como musselinosas (transparências), “brumas diurnas”, 
sombras, “solidões noturnas”. Perceba que as imagens presentes na primeira estrofe remetem 
mais a visão, a cores claras e escuras. Na segunda estrofe, as expressões “sacrários virgens”, 
“sacrossantas urnas”, “Lua”, “Estrelas”, “furnas”, não só remetem novamente a oposição 
entre claro e escuro, mas também uma impressão de ritual místico que se complementa com 
as duas últimas estrofes, destacadas por imagens que remetem à audição (“sinfonias”, 
“cítaras”, “bandolins”, violinos”) e imprimem musicalidade ao poema. Acrescente-se à 
audição, o olfato, com a presença dos “aromas”, “incensos”, que reiteram as diferentes 
associações, que reforçam a indefinição. 
 
 
 
 
 O Modernismo reuniu uma série complexa de estilos que se manifestaram no século 
XX, com as chamadas vanguardas européias: Futurismo, Cubismo, Expressionismo, 
Dadaísmo, Surrealismo. Esses estilos buscaram romper com a noção de imitação da realidade 
e propuseram uma interpretação do real, introduzindo uma concepção lúdica da arte que 
passa a exigir mais a participação do leitor como uma espécie de co-autor. Por exemplo, o 
Futurismo valorizou a técnica, a velocidade e as inovações da modernidade, exaltando o 
futuro. Na poesia, os futuristas romperam com a sintaxe, com as normas de pontuação e 
preferiram o verbo no infinitivo. 
 Já o Cubismo, decompôs os objetos para recompô-los segundo uma lógica própria, 
geometrizada. Na literatura, elimina-se a discursividade lógica, propondo uma estética 
fragmentária. O Surrealismo, por exemplo, vai propor um mergulho no inconsciente, 
resgatando as imagens do sonho, do ilógico, para o mundo da arte, a partir dos estudos de 
Freud. Na literatura, propõe-se a escrita automática, caracterizada pela livre associação, 
rompendo com o verso metrificado e com a sintaxe linear. 
 No Brasil, a Semana de Arte Moderna reuniu diferentes tendências com o objetivo de 
definir os novos rumos para a arte brasileira. Na literatura, Mário e Oswald de Andrade 
despontaram na prosa e na poesia com suas obras inovadoras. Vamos observar um exemplo 
bastante simples de um poema modernista de Oswald de Andrade: 
 
 
 
 
Modernismo 
 
25 
 
Vício na fala 
 
Para dizerem milho dizem mio 
Para melhor dizem mió 
Para pior pió 
Para telha dizem teia 
Para telhado dizem teiado 
E vão fazendo telhados 
 
(Disponível em http://www.jornaldepoesia.jor.br/oswal.html#vicio, acessado em 17 de janeiro de 2012) 
 
 Você deve ter notado que o poema “Vício na fala” não possui sinais de pontuação e 
nem uma métrica regular, diferente do que observou nos poemas anteriores. Além disso, o 
poeta introduz a linguagem coloquial no poema, utilizando as palavras como são faladas pelas 
camadas populares: “mio”, “mio”, “pio”, “teia”, “teiado”. A repetição de palavras, como a da 
preposição “Para”, também é uma marca da língua falada, ressaltando o vício na fala, 
conforme o título do poema. 
Nas nossas atividades desta unidade, você terá a oportunidade de ter contato com 
outros exemplos da literatura modernista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
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Para complementar a sua leitura sobre o assunto e observar mais exemplos 
de cada movimento literário, leia o texto disponível no site a seguir: 
http://www.ulbra.br/letras/files/periodos-literarios-enade-2011.pdf 
 
Material Complementar 
 
27 
 
 
 
 
AGUIAR e SILVA, Vitor Manuel de. Teoria da Literatura. São Paulo: Martins Fontes, 1976. 
 
ALENCAR, José de. Iracema. 
Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000014.pdf, acessado em 
16 de janeiro de 2012. 
 
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 
Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000003.pdf, acessado em 
15 de janeiro de 2012. 
 
CADEMARTORI, Lígia. Períodos literários. São Paulo, Ática, 2001. 
 
CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. 
Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000162.pdf. Acessado em 
16 de janeiro de 2012. 
 
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira. 8 ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 
1997. 
 
CEIA, Carlos. E-Dicionário de Termos Literários. Disponível em http://www.edtl.com.pt/. 
Acessado em 16 de janeiro de 2012. 
 
FEITOSA, Soares. Jornal de Poesia. Disponível em http://www.jornaldepoesia.jor.br/. 
Acessado de 14 a 16 de janeiro de 2012) 
 
Fundação Calouste Gulbenkian. 
Disponível em http://www.leitura.gulbenkian.pt/boletim_cultural/files/HALP_04.pdf. Acessado 
em 16 de janeiro de 2012. 
 
LOPES, Graça Videira; Ferreira, Manuel Pedro et al. (2011-), Cantigas Medievais Galego 
Portuguesas [base de dados online]. Lisboa: Instituto de Estudos Medievais, 
FCSH/NOVA. [Consulta em 12 de janeiro de 2012] Disponível em: http://cantigas.fcsh.unl.pt 
 
MOISÉS, Massaud. A criação literária. São Paulo: Cultrix, 1988. 
 
Referências 
 
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Anotações

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