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Legislação Trabalhista e Previdenciária Resumo aula 1 a 10

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Legislação Trabalhista e Previdenciária 
Aula 1: Introdução ao Direito Trabalhista e Previdenciário
Trabalho
Trabalho é todo esforço físico ou mental para obter um resultado, em benefício próprio ou de terceiros. 
Direito 
É o conjunto de princípios e normas e Instituição que regula alguma coisa no convívio social. E o ser humano é um animal racional e gregário, que, por segurança e instinto de preservação, vive em grupo ou em sociedade.
Relações do Trabalho
As Relações do Trabalho tiveram suas raízes em três etapas antecedentes:
Escravidão
Havendo abundância de fatores econômicos e compatibilidade social, não há conflito e prevalece a paz social. O trabalho é comunitário e seus frutos são partilhados. No entanto, havendo algum fator raro, incompatibilidade social ou noção de propriedade, surge o conflito. Os mais fortes e organizados tendem a dominar e subjugar os mais fracos ou dispersos.
Os vencedores passaram a escravizar os vencidos para usufruir de seu trabalho em serviços exaustivos e sem nenhum tipo de remuneração. Assim, como estavam subjugados, os escravos passaram a ser tratados juridicamente como bens de produção, sendo objeto de compra e venda, hipoteca, etc. A escravidão era considerada justa e ética na Grécia, no Egito e em Roma. Na Idade Média, eram escravizados os bárbaros e infiéis. Mais tarde, nas Américas, no período colonial, índios e negros. Somente a Revolução Francesa proclamou a escravidão indigna, e em 1857 ela foi banida dos territórios dominados pela Inglaterra.
Obs.: Escravos libertos alugavam seus serviços, surgindo assim os primeiros assalariados.
Servidão
Foi um tipo de Relação de Trabalho muito generalizado até a Idade Média, em que o indivíduo, embora não tivesse a condição jurídica de escravo, não tinha liberdade, uma característica das sociedades feudais. Sua base legal estava na posse da terra pelos senhores, que se tornavam possuidores de todos os direitos, inclusive sobre seus habitantes, numa economia baseada na agricultura e pecuária. Embora não fossem escravos, os servos estavam sujeitos a severas restrições, inclusive de deslocamento. A eles eram assegurados os direitos de herança de animais, objetos pessoais e o uso de pastos, mas o imposto sobre a herança cobrado pelos senhores absorvia de forma abusiva os bens dos herdeiros. A Servidão começa a desaparecer no final da Idade Média.
Corporações de Ofício
Iniciam a transição da economia doméstica para a economia de consumo primário. A fuga do homem do campo, onde o poder dos nobres era quase absoluto, concentrou as populações nas cidades, principalmente os que conseguiam se manter livres. A identidade de profissão aproximou alguns homens, dando origem às Corporações de Ofício.
Revolução Industrial
Vários acontecimentos ou fatos tecnológicos, econômicos, jurídicos, políticos e sociais ocorreram na Europa entre o início dos séculos XVIII e XIX.
Fatos tecnológicos
Destacam-se as invenções ou o desenvolvimento da máquina de fiar, a fundição do ferro em aço, o tear mecânico, a máquina a vapor e dos navios. Primeiro houve a retração dos empregos depois a expansão, porém com salários baixos, como ocorre na robotização, nos dias de hoje.
Fatos Econômicos
Transformação da economia de consumo primário para a economia de consumo de massa, com um vasto mercado necessitando de bens.
Fatos Jurídicos
Surgimento de contrato de trabalho subordinado: o homem livre do campo, fugindo do absolutismo dos senhores feudais, só possuía para sobreviver e se alimentar a sua força de trabalho; então, a vendia a quem se dispusesse a pagar por ela, que adquiria o direito de determinar o que e como fazer. Esta condição, bem como a natureza alimentar do salário e o poder de comando do empregador, foram fatos básicos na formação do Direito do Trabalho e das Modernas Relações do Trabalho.
Fatos Políticos 
A classe capitalista almeja o poder na sociedade e dentro da Doutrina Liberal, se contrapondo ao absolutismo dos senhores feudais, prega que a liberdade com fraternidade geraria a igualdade e que todos, através do voto, poderiam exercer o poder
Fatos Sociais 
Os trabalhadores vindos do campo se aglomeram em favelas em torno das fábricas; o sistema liberal e a grande exploração dos trabalhadores em um capitalismo selvagem, sem qualquer visão social, os levava a condições de vida sub-humanas. Ocorrendo cada vez mais oferta de mão de obra do que de emprego, os salários diminuem e as condições de trabalho se precarizam.
Os trabalhadores, suas mulheres e filhos se dedicam a jornadas de até 12 horas diárias, mas não conseguem condições dignas de sobrevivência. Neste momento percebem que há algo injusto.
Surgimento da Previdência Social
Corporações de Ofício
As Corporações de Ofício eram compostas por três classes:
Por trabalharem juntos, e pelo fato de que, em casos de acidentes ou doenças, quem não produzia não recebia e não tinha como se manter e a seus familiares, os que produziam, solidários com os que estavam doentes, separavam espontaneamente parte de seus rendimentos para ajudar no socorros aos desvalidos, surgindo as caixas de socorro mútuo ou Mútuas, que foram o embrião da futura Seguridade e Previdência Social. 
Princípios gerais de Direito aplicáveis ao Direito Trabalhista e Previdenciário
1.Razoabilidade da Conduta Jurídica.
2.Boa fé nos contratos.
3.Intransferibilidade de direito maior que o possuído.
4. Não beneficiamento com a própria malícia.
5.Pactua Sunt Servanda – cumprir os contratos.
6.Não prejudicar a outrem pelo exercício do próprio direito.
7. Não há condenação sem defesa.
As origens do Direito Previdenciário
A proteção social teve seu embrião na assistência familiar mútua ou recíproca. O Clã – Pais, Filhos, Irmão e Parentes, por instinto de solidariedade e preservação do grupo familiar, providenciava assistência para os desvalidos ou para aqueles que não pudessem mais trabalhar.
Com a evolução da sociedade, os grupos passaram a se agrupar em função do trabalho, como nas Corporações de Ofício. As pessoas tendem, a se agrupar, principalmente se exercerem um mesmo ofício ou profissão, e este convívio desenvolve um espírito de solidariedade no grupo.
Assim, a relação de trabalho, desde aquela época, gera atividades e importunos que mereciam atenção especial dos trabalhadores.
Os Princípios do Direito Previdenciário estão vinculados aos Princípios da Seguridade Social
1. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE: 
Pequenas contribuições de todos geram cobertura para muitos (Art.3º CF 88). 
2. PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE DE COBERTURA E ATENDIMENTOS: 
Todos que exerçam atividade ou contribuam no território nacional têm direito à cobertura previdenciária e atendimento (Art .194 CF 88). 
3. UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DE PRESTAÇÕES ENTRE POPULAÇÃO URBANA E RURAL: 
Mesmas prestações previdenciárias para trabalhadores urbanos e rurais. 
4. SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE DE BENEFÍCIOS E SERVIÇOS: 
O Estado seleciona os benefícios conforme suas possibilidades e distribui para os mais necessitados. Ex.: Salário-Família. 
5. IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS: 
Os Benefícios devem ter os seus valores corrigidos pela inflação. 
6. EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO: 
Todos devem participar conforme sua possibilidade, de forma direta - contribuições ou indireta – impostos.
7. DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO: 
A base de financiamento da Previdência deve ser a mais variável possível para que uma dificuldade salarial momentânea não prejudique todo o conjunto. 
8. ADMINISTRAÇÃO DEMOCRÁTICA E DESCENTRALIZADA: 
Participação da sociedade na organização e gerenciamento da Seguridade Social através de gestão Quadripartite com a participação do Governo – Empregador – Empregadores e Aposentados. 
9. TRÍPLICE FORMA DE CUSTEIO: 
Empresas, Trabalhadores e Governo. 
10. PREEXISTÊNCIA DO CUSTEIO EM RELAÇÃO AOS BENEFÍCIOS /SERVIÇOS: 
Não pode ser criado um benefício ou serviço sem fonte para custeá-lo ou receita.
Direito Público: Ramo do Direito em que a intervençãodo Estado na relação jurídica e na elaboração da norma é total. 
Ex.: Direito Penal, Direito Constitucional, Direito Tributário e Direito Previdenciário.
Direito Privado: É aquele em que a autonomia das partes na relação jurídica é grande ou total, embora sempre exista alguma intervenção do Estado para proteger a sociedade ou o grupo abrangido. 
Ex.: Direito Civil, Direito Comercial e Direito Trabalhista.
Fontes
A palavra Fonte significa origem, local onde nasce. Assim, Fonte é a força criadora que dá origem ao Direito.
FONTES AUXILIARES
Os princípios gerais (previstos no Art. 8º da CLT) do Direito, Jurisprudência, Analogia e Equidade.
FONTES MATERIAIS
Para existir um Direito são necessários os seguintes elementos:
a) Pessoas Físicas ou Jurídicas e Bens
b) Vínculos Jurídicos entre elas
c) Interesse ou valor que as pessoas ou a sociedade têm pelo vínculo de Norma ou Regra para regular os vínculos jurídicos.
FONTE FORMAL PRIMÁRIA
É a vontade das partes na relação jurídica.
FONTE FORMAL IMPERATIVA
São as regras de conduta ou normas (Leis) propriamente ditas.
INTERNACIONAIS
Normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotadas pelo brasil.
ESTATAIS
Constituição Federal, CLT, Decretos, Portarias.
Obs: O Direito Previdenciário, por ser público, sua fonte é somente a ESTATAL (Constituição e Leis); as demais se aplicam ao direito do Trabalho.
MISTAS
Sentenças Normativas – Dissídio Coletivo feito pelo Tribunal do Trabalho (TRT).
PROFISSIONAIS
Acordos e Convenções coletivas feitas por sindicatos e Empresas (Acordos), Sindicatos Obreiro e Patronal.
Hierarquia das Fontes Estatais ou Imperativas
O conhecimento da hierarquia das Fontes Imperativas ou Estatais é muito importante para decidirmos, entre várias normas ou leis, qual delas seguir. 
O Direito do Trabalho, dentro do Princípio da Proteção ao Economicamente mais Fraco, tem a peculiaridade de, quando a norma for mais favorável no trabalhador, permitir a total inversão da hierarquia das Leis. .
Prescrição dos Direitos Trabalhistas e Previdenciários
A Prescrição tem por base a segurança jurídica, ou seja, uma ação para postular um direito não pode ficar pendente para sempre. Assim, a Lei estabelece prazos para que as partes envolvidas postulem seus direitos.
	Direito Trabalhista
	Direito Previdenciário
	• Prescreve em 5 anos a ação para postular os créditos resultantes da relação de emprego até o limite de 2 anos após a extinção do contrato.
	• Prescreve em 10 anos a possibilidade da Receita cobrar as Contribuições Previdenciárias e da Seguridade postular um benefício em juízo.
	• Assim, um trabalhador que tenha uma diferença salarial poderá postular os 5 últimos anos.
	• Assim, as relações de trabalho, desde aquela época, geram atividades e infortunos que mereciam atenção especial dos trabalhadores.
	• Se sair da empresa ele terá até 2 anos para ir a Justiça; se não o fizer, não poderá mais fazê-lo.
	
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE 
O Juiz do Trabalho pode privilegiar um fato ocorrido na prática, devidamente comprovado, em detrimento dos documentos ou do rótulo conferido à relação de direito material. 
PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALARIAL envolve um conjunto de medidas protetivas ao salário do trabalhador, em razão de seu caráter alimentar. Assim, o legislador estipula diversas regras que protegem o salário contra abusos do empregador, contra os credores do empregado e contra os credores do empregador.
PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE 
O trabalhador não pode renunciar aos seus direitos. Está expresso no art. 9º da CLT e são considerados nulos de pleno direito os atos destinados a fraudar ou desvirtuar a aplicação dos dispositivos da CLT. Com isso, é certo que as normas de proteção ao trabalhador são de caráter cogente, imperativo, pois estipulam o mínimo necessário para a dignidade do trabalhador, de modo que é inválida a renúncia a tais direitos.
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO busca a fixação do trabalhador na empresa, na busca do pleno emprego e da estabilidade contratual. Assim, este princípio indica vários aspectos do direito do trabalho:
em regra, o trabalhador é contratado por prazo indeterminado. Assim, eu só tenho um contrato a prazo determinado se as partes assim ajustaram e nas hipóteses autorizadas em lei para o contrato por tempo certo
na forma da súmula 212 do TST, negada a prestação de serviços e o despedimento, é do empregador o ônus de prova acerca do encerramento do contrato. Ou seja, se a empresa alega em juízo que o contrato foi extinto por iniciativa do trabalhador ou falta grave por ele cometido, o empregador terá que provar o pedido de demissão ou a justa causa, pois presume-se que o trabalhador foi despedido sem justa causa,
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO 
Materializa-se em três perspectivas no direito do trabalho:
in dubio pro operário, ou seja, se a norma permite duas interpretações possíveis e coerentes, será aplicada aquela mais favorável ao trabalhador.
 norma mais favorável, de modo que se eu tenho duas regras a serem aplicadas no caso concreto, será prestigiada aquele que for mais vantajosa ao trabalhador.
preservação da condição mais benéfica: a empresa não pode mudar o contrato caso a alteração pretendida implique em prejuízo, ainda que indireto, ao trabalhador, na forma do art. 468 da CLT. Além disso, conforme súmula 51 do TST, as alterações no regulamento da empresa que impliquem em supressão ou redução de vantagens ao trabalhador só serão aplicáveis aos empregados admitidos depois da mudança.
O prazo prescricional para ajuizamento de ação judicial, após a extinção do contrato de trabalho, para pleitear créditos resultantes das relações de trabalho para os trabalhadores urbanos e rurais, respectivamente, é de: dois anos e dois anos, porém, somente poderá pleitear direitos trabalhistas dos últimos 5 anos, a contar da data do ajuizamento da ação.
AULA 2 - O empregado
A definição legal de empregado prevista em Art. 3º da CLT, na qual estão presentes os elementos que caracterizam o vínculo de emprego, é assinalada da seguinte forma: “Considera-se empregado, TODA PESSOA FÍSICA, que prestar serviços de natureza NÃO EVENTUAL a empregador, sob DEPENDÊNCIA DESTE, e MEDIANTE SÁLARIO”. O empregado trabalha essencialmente para receber o seu salário, principal obrigação do empregador, e manter a si e a sua família. Se o trabalho for GRATUITO, se caracterizará por uma doação ou voluntariosidade, não por um vínculo empregatício.
Os cinco elementos necessários para que o prestador de serviço seja considerado empregado são:
Ser pessoa física: Somente pessoas físicas ou naturais podem ser empregadas, e nunca pessoas jurídicas. Além disso, deve-se observar o princípio da primazia da realidade, segundo a qual não poderá haver fraude.
Haver pessoalidade: Quanto ao quesito Pessoalidade ou Prestação Pessoal do Serviço, é necessário não só que o trabalho seja prestado por uma pessoa física, mas por uma pessoa escolhida pelo empregador, com todas as suas qualidades e defeitos, não podendo haver substituição, salvo alguns casos, na relação de emprego. Se houver sempre a substituição ou a prestação de serviço de qualquer pessoa, não estará caracterizado o vínculo de emprego. Desta forma, pode-se concluir que o empregado não é qualquer pessoa. A Pessoalidade se caracteriza por um processo de seleção na admissão do empregador, que determina qual pessoa física será admitida.
O serviço ser permanente ou não eventual: É um elemento essencial que tem por base o princípio da “Continuidade do vínculo de emprego”. O empregador contrata o empregado para trabalhar permanentemente para ele, pois necessitará de seus serviços para que a empresa alcance seus objetivos. Se a prestação dos serviços for eventual ou esporádica, não haverá vínculo de emprego.
Haver dependência ou subordinação: Também denominado como trabalho subordinado, é o principal elemento para caracterizar o vínculo de emprego servindo de base para a origem do Direito do Trabalho.A Subordinação consiste em várias modalidades:
• Sbordinação Econômica
• Subordinação Jurídica
• Dependência Técnica
• Dependência Moral
Haver salário ou onerosidade
Há outros tipos de empregados. Veja a seguir:
→ Empregados com altos cargos de Gestão
→ Empregados Mandatários ou Procuradores
→ Empregados Diretores
→ Empregados que trabalham em seu domicílio com subordinação
→ Empregados que trabalham em seu domicílio sem subordinação
→ Trabalhadores sem vínculo empregatício
→ Agente ou representante comercial autônomo
→ Diretor Estatutário ou Sócio Gerente
→ Empreiteiro
→ Parceiro Rural
→ Autônomo
Eventual
→ Avulso
→ Temporário
→ Domésticos que não têm todos os direitos
No artigo 2º da CLT a definição legal de empregador se ajusta perfeitamente à definição de empregado, que está no artigo 3º da CLT. Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal do serviço.
Uma empresa é uma organização e toda organização pressupõe uma hierarquia para atingir seus objetivos econômicos ( dar lucro ) ou não. Assumindo o risco da atividade econômica a empresa (Organização) Individual (Pessoa Física) ou Coletiva (Pessoa Jurídica):
Empresa
• Admite ( contrata)
• Assalaria (paga-onerosidade)
• Dirige (dá as ordens a quem lhe é subordinado)
• A prestação pessoal do serviço( pessoalidade)
• Tudo isso ocorrerá enquanto perdurar o contrato de trabalho
São três elementos necessários para a existência de uma empresa ou empreendimento:
Tarefa a executar ou finalidade;
Autoridade organizadora e dirigente (Dono);
Pessoal subordinado para executar as tarefas.
Relações de Trabalho Espécies
Trabalho autônomo
Não está presente a dependência ou ainda subordinação jurídica entre o trabalhador (prestador de serviços) e o tomador de serviços. Desenvolve o serviço ou a obra contratada a uma ou mais pessoas, de forma independente, com profissionalidade e de forma habitual, e sua atuação é por conta própria, assumindo este os riscos da sua própria atividade, são exemplos desse tipo de profissional: o pintor, o marceneiro, o eletricista
Trabalho eventual
Aquele realizado em caráter esporádico, temporário, de curta duração, em regra, não relacionado com a atividade-fim da empresa”. Não existe qualquer tipo de continuidade na prestação de serviços, sendo este realizado em caráter provisório. Exemplo clássico desta forma de relação de trabalho se dá quando o empresário necessita realizar obras de construção civil de caráter originário ou a título de reforma. 
Trabalho avulso
Esta relação de trabalho esta disciplinada pela Lei 8.630/1993, na qual três são os autores sociais envolvidos: o Orgão Gestor de Mão-de-Obra (OGMO), o operador portuário (representante do armador no porto) e o trabalhador portuário avulso (estivadores, conferentes, vigias portuários, arrumadores, trabalhadores de bloco etc).
Esta Lei também denominada Lei de Modernização dos Portos, quebrou o monopólio de escalação dos trabalhadores avulsos pelo sindicato profissional, passando o OGMO a ser responsável pelo gerenciamento e escalação de pessoal avulso na carga e descarga de navios. O trabalho avulso é aquele prestado a vários tomadores de serviços, através da intermediação do Orgão Gestor de Mão-de-Obra – OGMO, revelando ser, também como na situação do temporário, uma relação triangular”.
Trabalho institucional
É a relação de trabalho de natureza estatutária existente entre os servidores públicos e as pessoas jurídicas de Direito Público interno. Vale acrescentar que os servidores estatutários não mantêm vinculo de emprego com a administração pública, e sim vínculo institucional, estatutário.
Trabalho Voluntário
A atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social. Inclusive mutualidade.
Estágio
O Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. 
Trabalho temporário
Relação de trabalho temporário é aquela que se realiza com pré-determinação de prazo. Ordinariamente a relação de emprego se efetiva por tempo indeterminado, atendendo ao principio da continuidade que norteia o Direito do Trabalho”.
O contrato de prestação de serviços entre a empresa de mão-de-obra temporária e a empresa tomadora de serviços deverá revestir-se da forma escrita e conter, expressamente, o motivo justificador da necessidade de mão-de-obra. De igual forma o contrato de trabalho entre a empresa interposta e o empregado deverá ser escrito, sob pena de ser considerado trabalho por tempo indeterminado. 
Cooperativas de mão de obra
A instituição das cooperativas de trabalho, pela legislação nacional que acompanhou a orientação alienígena, teve como finalidade eliminar a luta histórica entre o capital e o trabalho, através da reunião dos trabalhadores com atividade semelhante ou similar, para que a prestação de serviços se efetivasse diretamente em favor do beneficiário.
As cooperativas assumem forma de sociedade de pessoas, podendo a responsabilidade ser limitada ou ilimitada ao que tange os sócios.
 
 Aula 3: Contrato de Trabalho e Relações de Emprego
Contrato de trabalho
O Contrato de Trabalho é o gênero do qual a relação de emprego ou Contrato de Emprego é espécie.
Contrato Individual de Trabalho é o Acordo Tácito ou Expresso correspondendo a Relação de Emprego, e pode ser:
Verbal
Por prazo determinado (exceção)
Por escrito
Por prazo indeterminado (regra Legal)
Cabe ressaltar que a CLT em seu artigo 442 não se refere a Contrato do Individual ou Trabalho, está considerado a Relação de Emprego ou Contrato de Trabalho Subordinado.
Conceitos
TÁCITO: Decorre de situação de fato, sem o formalismo jurídico, sendo presumido diante das circunstâncias que envolvem o caso concreto. Como exemplo, podemos citar: Uma pessoa procura uma loja e se oferece para fazer entregas com sua bicicleta, passando a fazê-lo diariamente, no horário de funcionamento da loja. O gerente por “liberalidade” lhe dá uma gratificação semanal e lhe passa instruções. Ele chama sua atenção quando demora a fazer a entrega. Após algum tempo, a fiscalização trabalhista e previdenciária inspeciona a loja e o multa, pois está caracterizado tacitamente o vínculo de emprego.
Prazo indeterminado: É contrato que não tem prazo para terminar, podendo durar indefinidamente. É a regra geral dos contratos individuais do emprego.
Prazo determinado: As partes sabem o dia exato ou aproximado, neste caso dependendo de algum fato ou circunstância, em que o contrato terminará. É exceção à regra no Direito do Trabalho e somente pode ser usado em determinadas condições e situações específicas. O prazo máximo é de 2 anos. Sim, pode ser prorrogado quantas vezes as partes quiserem, desde que não ultrapasse o limite de 2 anos.
Expresso: Quando os contratantes manifestam sua vontade de forma expressa, afirmada através de um documento (forma escrita) ou verbalmente, com testemunha. Assim, o Contrato Tácito pode ser verbal.
Característica do contrato individual
Duração dos contratos a prazo
A duração dos contratos a prazo é no máximo de 02 (dois) anos. Para o de Experiência, 90 (noventa) dias. Em ambas hipóteses dentro dos prazos cabe uma prorrogação.
Caso os prazos sejam ultrapassados, tácita ou expressamente, ou feita de uma prorrogação, o contrato passa automaticamente a ser por prazo indeterminado, desde o 1º dia da contratação Inicial.
Prestação de serviços sem subordinação
Existem formas de prestação de serviços pessoais sem vínculode emprego ou subordinação que seguem contratos e formas de prestação específicos, que podemos chamar de Contratos de Atividades. Os principais são os seguintes:
Empreitada: Regida pelo Direito Civil, não há subordinação nem pessoalidade: o que se contrata é o resultado do serviço pelo qual o prestador é pago. Exemplo: Pintar uma parede ou reformar o estabelecimento.
Mandato e Representação: Contrato de Direito Civil, não há subordinação; o Mandato – Procuração é gratuito, o Representante ou Procurador ganha pelos negócios intermediados.
Sociedade: Contrato regido pelo direito Empresarial, não existindo subordinação entre os sócios nem pagamento de salários, e sim participação nos resultados ou retiradas, e se baseia no espírito societário (Affectio Societatis) do Empreendedor.
Locação de serviços: Contrato Civil em que não há subordinação, não há salário, geralmente envolve Autônomos ou Profissionais Liberais e Serviços Técnicos, e o pagamento é feito pelo resultado.
Parceria Rural: Contrato Civil em que o proprietário da terra firma uma parceria com outra pessoa para explorar a terra, através da Agricultura ou Pecuária, e repartem os resultados. Não há subordinação nem salário.
Aula 4: Salário e remuneração
Remuneração é o gênero do qual o Salário é espécie. Assim, todo salário é remuneração, mas nem toda remuneração é salário. Observe a diferença:
Salário
É todo pagamento feito diretamente pelo empregador ao empregado, como contraprestação do serviço feito ou da mão de obra colocada à disposição.
São 3 as formas de pagamento de salário:
	
	Por unidade de tempo: considera o tempo que o empregado fica à disposição do empregador, não ligado diretamente ao resultado.
	
	Por unidade da obra: considera o resultado do trabalho ou a produção do empregado.
	
	Misto: considera os dois fatores, isto é, tempo e produtividade. Ex.: Salário por tarefa.
Parcelas que integram o salário diretamente:
a) Gratificações ajustadas
b) Diárias para viagem ou que exceda a 50% do salário
c) Abonos
O Salário, face à sua natureza alimentar, (isto é, sua principal função é servir de base a subsistência do trabalhador é de sua família) é objeto de várias proteções. Ele é protegido: 
a) contra abusos do empregador, 
b) contra credores do empregado e 
c) credores do empregador.
Remuneração
É tudo o que for pago pelo empregador, ou até por terceiros, ao empregado, mas sempre em virtude do contrato de emprego. As parcelas que integram a remuneração:
1. SALÁRIO - de todo tipo e forma - pagos pelo empregador
2. GRATIFICAÇÕES
3. GORJETAS – pagas por terceiros em virtude do Contrato de Trabalho
4. ADICIONAIS
4.1– Adicional Noturno: 20% sobre o Salário Diurno, no horário de 22:00h às 5:00h para os trabalhadores urbanos, e a hora neste período terá 52 ½ minutos
4.2– Adicional de Horas Extras: 50% sobre a hora normal (CF 88 Art 7º XVI).
4.3– Adicional de Insalubridade: Grau Mínimo – 10% , Grau Médio – 20% e Grau Máximo - 40% do Salário, dependendo dos agentes que sejam prejudiciais à saúde do trabalhador e se gera para a Previdência a Aposentadoria Especial do trabalhador com 25, ou menos, anos de serviço.
4.4– Adicional de Periculosidade: 30% do Salário Básico do trabalhador que tenha contato permanente com inflamáveis, explosivos e energia elétrica de alta tensão, que acarretam risco de vida.
4.5– Adicional de Transferência: 25% do Salário, somente nas transferências provisórias.
5. AJUDAS DE CUSTO - Pagamento para Despesas ou Transferências
6. DIÁRIAS - Pagamento para Despesas ou Viagem sem precisar comprovar.
7.PRÊMIOS
Todas as verbas não salariais que sejam pagas com habitualidade, face ao princípio da Força Atrativa do Salário passarão a integrá-lo, não podendo ser mais retiradas, salvo se indenizados.
A isonomia resulta do princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei
Este Artigo faz parte do Capítulo II – Da Remuneração
Art. 461 – Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade.
§ 1º – Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos.
§ 2º – Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antiguidade e merecimento.
§ 3º – No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antiguidade, dentro de cada categoria profissional.
§ 4º – O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.
A UTILIDADE TERÁ NATUREZA SALARIAL QUANDO:
For habitual; Gratuita p/o empregado; Pelos serviços prestados; A lei não excluir a natureza salarial; Salário in natura (utilidade) art. 458 e 82, CLT
Aula 5: Alteração e suspensão do contrato de trabalho. Duração do trabalho
A regra geral é que o Contrato de Emprego seja por prazo indeterminado.
Considerando o Princípio da Continuidade da Relação de Emprego, existe o momento de iniciar o contrato, mas não se sabe quando terminará.
Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a Alteração das Respectivas Condições, por motivo Mútuo consentimento e , ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, em prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula Infringente desta garantia.
Desta forma, há duas condições para a Alteração do Contrato de Trabalho:
Ser bilateral, isto é, ter a concordância de ambas as partes, o que, como veremos depois, não é uma regra absoluta, já que dependendo da necessidade do serviço e de sua extensão a alteração poderá ser unilateral, dentro do Jus Variandi do empregador. Não causar prejuízos diretos ou indiretos ao Trabalhador, condição esta absoluta.
Jus Variandi 
São possibilidades de pequenas alterações unilaterais por parte do empregador com base no seu poder de direção, que, por necessidade do serviço e sem causar prejuízos ao empregado, podem ser feitas; por exemplo, nas hipóteses de alteração de horário, de função, de local da prestação (provisoriamente), etc. 
Suspensão e interrupção do contrato de trabalho
Na SUSPENSÃO as duas obrigações não ocorrem, isto é, o trabalhador não trabalha e o empregador não paga o salário, mas o Contrato de Trabalho continua existindo. Assim, não há Trabalho nem Salário, mas o vínculo de emprego perdura. Com raras exceções, durante a Suspensão não é contado o tempo de serviço, não sendo feitos os recolhimentos do FGTS e da Previdência.
Exemplos de Suspensão:
• Suspensão Disciplinar até 30 dias (Art. 474 da CLT).
• Suspensão para participar de curso profissionalizante, prevista no Art. 476 da CLT, muito usada durante a crise atual.
• Licenças não remuneradas.
• Trabalhadores durante uma greve.
• Empregado eleito dirigente sindical, nos termos do Art. 543 da CLT
• Durante o alistamento para o serviço militar obrigatório, hipótese em que existe a contagem de tempo de serviço e o consequente recolhimento do FGTS.
• Acidente de Trabalho e Doenças, após o 15º Dia. Nestes casos há contagem de tempo de serviço e recolhimento.
• Faltas injustificadas.
Na Interrupção, ou Suspensão parcial, o trabalhador NÃO presta serviços (não trabalha), mas recebe seu salário, sendo devidos todos os encargos pelo empregador. Alguns exemplos de Interrupção:
Licença paternindade / maternidade, 15 primeiros dias do afastamento por acidente ou doença, Licenças Remuneradas Férias – Feriados Repouso Semanal, faltas justificadas, Licenças previstas no Art. 473 – Incisos I a VIII da CLT, semanal (RSR) e anual (ou férias).
O sistema de Duração do trabalho tem por base fatores econômicos, biológicos e sociais, com o objetivo de equilibraro desgaste físico e mental com momentos de repouso.
JORNADA DIÁRIA E SEMANAL: Algumas profissões, como bancários, motoristas, telefonista, ascensorista e outras têm jornada especial; alguns deles de 6 horas, diária prevista pela CLT, Título III das normas especiais de Tutela do Trabalho, artigos 224 a 371 e Legislação Específica.
JORNADAS ESPECIAIS: O Art. 7 Inciso XIII – Estabelece a Jornada de 8 horas Diárias e 44 horas Semanais exceto para profissionais que por suas peculiaridades tenham jornada menor. No mesmo sentido é o artigo 58 da CLT. A Jornada diária /semanal poderá ser reduzida através de acordo ou convenção coletiva.
Turnos ininterruptos de revezamento
O Artigo 7 inciso XIV da Constituição Federal determina que nas empresas que adotam o turno ininterrupto de revezamento, para empresa que trabalha ininterruptamente (24 hs por dia, 7 dias por semana) a Jornada Diária será de 6 horas, salvo Acordo ou Convenção Coletiva.
O tempo de Ida e Volta ao trabalho não é considerado na Jornada, SALVO se for local de difícil acesso, não servido por transporte público e o empregador fornecer a condução.
Com pagamento - O artigo 59 da CLT e artigo 7º, inciso XIV da Constituição Federal determina que mediante acordo escrito, individual ou coletivo, a Jornada diária poderá ser prorrogada em até 2(duas) horas, mediante pagamento das horas excedentes em valor no mínimo 50% superior ao da hora normal.
Mediante compensação ou Banco de Horas - o § 2º do artigo 59 da CLT determina que poderá ser dispensado o acréscimo salarial se, mediante acordo ou convenção coletiva, o excesso das horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais previstas, nem seja ultrapassado o limite de 10 (dez) horas diárias.
Necessidade Imperiosa – Art 61 - CLT
Por motivo de força maior devidamente comprovada ou para realizar ou concluir serviços inadiáveis cuja inexecução acarreta fortes prejuízos à empresa, a jornada poderá excepcionalmente ser prorrogada em até ao máximo 12 horas diárias, mediante pagamento de no mínimo 50% sobre a hora normal e comunicação à superintendência regional do trabalho SRT da localidade, no prazo de 10 dias.
Alguns profissionais não estão sujeitos no controle de horário, nem recebem horas extras. São elas:
Quando a Jornada de trabalho for superior a 6 horas, o trabalhador terá direito a um intervalo de no mínimo 1 hora e no máximo 2 horas para descanso e alimentação.
Quando a jornada for superior a 4 horas e inferior a 6 horas o empregado terá 15 minutos de intervalo. Em jornadas inferiores a 4 horas não há intervalo.
Dias de férias
O período de férias dependerá de quantos dias o empregado faltou sem justificativa no período aquisitivo, na seguinte proporção (Art. 130 da CLT):
	Período de férias
	Faltas injustificadas
	30 dias
	Até 5 faltas
	24 dias
	De 6 a 14 faltas
	18 dias
	De 15 a 23 faltas
	12 dias
	De 24 a 32 faltas
* Mais de 32 faltas injustificadas - o empregado perde o Direito às Férias.
De acordo com o artigo 133 da CLT, o empregado perderá o direito às férias se, durante o seu período aquisitivo, incorrer em uma das 4 hipóteses abaixo:
• Deixar o emprego e não for readmitido no prazo de 60 dias.
• Permanecer em gozo de licença, recebendo seu salário, por mais de 30 dias.
• Deixar de trabalhar recebendo salário, por mais de 30 dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa.
• Ter recebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou auxílio-doença por mais de 6 meses, ainda que descontínuos.
PERÍODO CONCESSIVO
Após os 12 meses do período aquisitivo, o empregador terá os 12 meses subsequentes para, no momento que achar apropriado, conceder as férias ao trabalhador.
Somente em casos excepcionais as férias poderão ser concedidas em 02 ( dois ) períodos, hipótese em que um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias.
Os maiores de 50 anos e menores de 18 não poderão ter suas férias divididas em 2 períodos, nem em casos excepcionais.
PAGAMENTO EM DOBRO
Se o empregador conceder as férias após os 12 meses do período concessivo, terá que remunerá-las em dobro.
COMUNICAÇÃO E PAGAMENTO
O empregador deverá comunicar ao empregado com antecedência mínima de 30 dias o dia do início do gozo das férias e pagá-las até 2 dias antes deste dia.
ABONO DE FÉRIAS
O empregado poderá “vender” 10 dias de férias, convertendo-os em abono (CF 88) desde que o requeira até 15 dias antes do término do seu período aquisitivo.
FÉRIAS COLETIVAS
As férias coletivas estão previstas no Art. 139 da CLT, facultando ao empregador concedê-las, em até 2 períodos, a todos os empregados ou a alguns setores da empresa, devendo comunicar o fato ao Sindicato dos Trabalhadores e ao Ministério do Trabalho – SRT, no prazo mínimo de 15 dias, fazendo o mesmo com os trabalhadores envolvidos.
Aula 6: Cessação do contrato de trabalho. Aviso prévio. Estabilidade. FGTS.
A CLT trata o Término do Contrato genericamente como rescisão do contrato. Porém, na teoria e no mundo jurídico, as causas do fim do contrato são a Caducidade, a Resilição, a Resolução e a Rescisão em si. O gestor deve conhecer as características de cada um desses termos para poder se comunicar adequadamente com os operadores do Direito. Posteriormente analisaremos o Aviso Prévio, a Estabilidade e seus reflexos no FGTS após a CF 88.
Conheça agora algumas formas de Término do Contrato.
CADUCIDADE: É o término do contrato por ter esgotado suas funções jurídicas. Exemplos de Caducidade: Morte do empregado, força maior, término do contrato por prazo determinado, fim da empresa.
RESILIÇÃO: Tem por fundamento a palavra VONTADE do empregador, do trabalhador ou de ambos. Esta última hipótese é denominada Destrato.
Exemplo: Dispensa sem justa causa por parte do empregador; Pedido de demissão do trabalhador; Acordo entre as partes: por não haver previsão legal, uma das partes abre mão de algum direito.
RESOLUÇÃO: Tem por fundamento a palavra culpa ou ato faltoso que pode ser do empregado, do empregador ou de ambos.
RESCISÃO: Embora a CLT chame todas as formas de término do contrato de Rescisão, teoricamente ela só ocorreria quando existisse a nulidade do Contrato.
Aspectos da extinção por resolução ou por culpa: Feitos esses esclarecimentos, analisaremos alguns aspectos da Resolução, que é a forma de extinção ou término do contrato que pode trazer mais consequências, pois as hipóteses terão que ser comprovadas, principalmente na justiça trabalhista.
O empregador, como parte de sua capacidade de direção, tem o poder de disciplinar o trabalhador, uma vez que este lhe está subordinado. Desta forma, o empregador poderá aplicar as seguintes penalidades ao empregado, dependendo da gravidade ou repetição da falta cometida:
A) Advertência Verbal ou Escrita. 
B) Suspensão Disciplinar prevista no Art. 474 da CLT.
C) Demissão por Justa Causa nas 12 hipóteses previstas no Art. 482 da CLT, que analisaremos a seguir.
Hipóteses de Justa Causa previstas do Art. 482 da CLT
Ato de Improbidade ou Desonestidade.
Ex.: Informação indevida sobre vale-transporte para tirar vantagem, desfalque, furto, etc.
Incontinência de Conduta ou Mau Procedimento. 
Ex.: Assédio sexual, atos pessoais que prejudiquem a moral.
Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador e quando constituir ato de concorrência à empresa para qual trabalha o empregado ou for prejudicial ao serviço.
Condenação criminal, transitada em julgado, quando não houver suspensão da pena. Obs.: não há ligação ao fato criminoso, mas havendo a condenação sem suspensão da pena, o trabalhador ficará preso e não poderá trabalhar.
Desídia no desempenho da respectiva função. 
Ex.: Trabalhar REITERADAMENTE com negligência, imprudência, má vontade, desinteresse, desatenção, apesar de advertido.
Embriaguez habitual ou em serviço.
Violação de Segredo da Empresa.
Ex.: Divulgar material confidencial ou que sejamsegredos da empresa.
Ato de Indisciplina ou Insubordinação.
Ex.: Indisciplina é descumprir regulamentos ou ordens gerais da empresa, como horários. Insubordinação é não cumprir ordens ou determinações da chefia.
Abandono de emprego. 
Ex.: Faltar sem justificativa por mais de 30 dias consecutivos.
Ato lesivo da honra ou boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em legítima defesa própria ou de outrem. 
Ex.: Difamar, injuriar, caluniar ou agredir colegas ou clientes no trabalho, o que gera Dano Moral para o ofendido, salvo em legítima defesa, própria ou de terceiro
Ato lesivo da honra ou boa fama ou ofensas físicas praticados contra o empregador ou superior hierárquico, salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem. 
Ex.: Difamar, injuriar, caluniar ou agredir o superior hierárquico, em serviço ou fora dele
Praticar jogos de azar.
Ex.: Jogar por dinheiro de forma habitual e constante: jogo do bicho, cartas, dominó, etc.
Perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017).
Ocorrendo a Justa Causa, o empregado só terá direito ao saldo de Salário e Férias não gozadas.
Expor o trabalhador a risco de grave perigo ou mal considerável. Ex.: Exigir que o trabalhador trabalhe em local com risco de morte, ou altamente insalubre, sem equipamentos de proteção.
Tratar o empregado com rigor excessivo. Ex.: Quando o empregador tolera alguns atrasos de todos os trabalhadores, mas com um determinado empregado não tem qualquer tolerância nem aceita qualquer justificativa. Tal procedimento pode caracterizar assédio moral.
Não cumprir as obrigações do contrato. Ex.: Não pagar salários ou desviar a função. Praticar diretamente, ou através de prepostos, atos lesivos da honra ou boa fama do empregado ou de seus familiares.
*Ofender fisicamente o empregado, salvo no caso de legítima defesa.
*Reduzir o trabalho por peça do empregado de forma a afetar seu salário.
Culpa recíproca é quando o trabalhador e o empregador praticarem ao mesmo tempo falta grave. Nesta hipótese, as reparações devidas ao empregado serão reduzidas em 50%.
Aviso prévio
O aviso prévio tem por finalidade evitar a surpresa na ruptura do contrato de trabalho, possibilitando ao empregador o preenchimento do cargo vago e ao empregado uma nova colocação no mercado de trabalho. O período do Aviso Prévio, mesmo indenizado, integra o tempo de serviço do trabalhador, para todos os efeitos (férias, 13º, FGTS, INSS, Reajuste Salarial, etc.), INCLUSIVE DISCIPLINARES.O Aviso Prévio é um ato unilateral do empregador ou do empregado que não encerra imediatamente o vínculo de emprego, mas determina um prazo para o fim do contrato.
Se o empregador não conceder o Aviso Prévio ao trabalhador, terá que pagar o salário correspondente ao prazo do Aviso. Se o trabalhador não pré-avisar o patrão, este terá direito a descontar o valor do salário correspondente ao período do Aviso. Reconsideração do Aviso: embora o Aviso Prévio seja unilateral, a sua reconsideração é bilateral, tendo que ser aceita pela outra parte.
O aviso prévio poderá ser indenizado por ambas as partes ou trabalhado. Se for trabalhado, a partir do empregador, o trabalhador poderá optar por ter sua jornada reduzida (na entrada ou na saída) em 02 (duas) horas diárias, ou deixar de comparecer por 07 (sete) dias corridos. Dessa forma, ele terá tempo para procurar outro emprego.
Prazo para pagamento das verbas rescisórias
Se o aviso prévio for trabalhado, o pagamento deverá ocorrer no 1º dia útil após o término do mesmo.
Se o aviso for indenizado ou houver dispensa do seu cumprimento, o prazo será de até 10 dias após a notificação da dispensa. Isso se aplica, segundo a jurisprudência, ao aviso cumprido em casa.
Estabilidade e FGTS.
Restam agora as estabilidades provisórias, cujos tipos analisaremos a seguir, salvo os raros casos de Direito Adquirido. Para nos aprofundarmos nos detalhes do Regime do FGTS como possibilidades de saques, forma de custeio, etc., a legislação que lhe serve de base deverá ser consultada (Lei 8.036 de 1990 e o Decreto 99.684 de 1990).
Tipos de estabilidades provisórias
Dirigente Sindical. Ver artigo 8º - VII da CF e artigo 543 § 3º da CLT. É vedada a dispensa do empregado sindicalizado, a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, caso seja eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave, apurada em inquérito, nos termos da Lei.
Empregado eleito Membro da Cipa. Artigo 10 – II – A do ADCT – CF 88. É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa desde o registro da candidatura até um ano após o final do mandato, salvo se a dispensa se fundar em motivos de ordem técnica, financeira econômica ou falta grave.
Gestante. Art. 10- II-B – CF 88. É vedada a dispensa desde a confirmação da dispensa até 5 meses após o parto, salvo por motivos técnicos, econômicos e financeiros.
Acidentado no Trabalho. Artigo 118 da Lei 8.213-1991. É vedada a dispensa, salvo por falta grave, do trabalhador acidentado no trabalho, por 12 meses após o término do auxílio-doença
Aula 7: Direito Coletivo do Trabalho
No Direito Individual do Trabalho, o Princípio da Proteção ao Economicamente mais fraco também chamado de hipossuficiente, é fundamental e básico e objetiva proteger o trabalhador, equilibrando juridicamente a desigualdade econômica e social.
O Direito Sindical é composto por 3 grandes núcleos:
· Liberdade Sindical; Negociação Coletiva de Trabalho; Greve
Já no Direito Coletivo, partindo da premissa de que a União faz a força, ocorre relacionamento entre instituições com força equivalente. De um lado os trabalhadores unidos de forma coletiva, com uma liderança e objetivos comuns, formando blocos ou entidades profissionais de classe. De outro lado os empregadores, através de seus empreendimentos, ou agrupados também em bloco formando Entidades Econômicas ou Patronais de classe. Dessa forma, como existe a equivalência de força, presumindo-se a representatividade e legitimidade de todos, isto é, dos Sindicatos dos Trabalhadores e dos Sindicatos Patronais, a intervenção estatal é remota ou não necessária. No Direito Individual, a proteção é dada diretamente ao trabalhador. No Direito Coletivo, a proteção se dá através do grupo ao qual o trabalhador está vinculado. Cabe ressaltar que o Direito Coletivo age e tem forte influência sobre o Direito Individual, inclusive criando normas mais favoráveis através de Acordos, Convenções fontes formais autônomas e Dissídios Coletivos fontes formais heterônomas.
O Direito Coletivo se divide nos seguintes ramos:
1.Direito Sindical se refere a:
• Liberdade Sindical;
• Estrutura e Organização Sindical;
• Prerrogativa das Entidades Sindicais;
• Administração, Proteção aos Dirigentes e Forma de Atuação dos Sindicatos.
2.Relações Coletivas de Trabalho abordam:
• Convenção e Acordo Coletivo de Trabalho;
• Representação dos Trabalhadores nas empresas;
• Dissídio Coletivo;
• Negociação Coletiva;
• Conflitos Coletivos;
• Normas Internacionais de Proteção ao Trabalho.
Liberdade sindical
A Liberdade Sindical, embora consagrada em nosso ordenamento jurídico pelo Artigo 8º da CF 88, que determina que “É livre a Associação Profissional ou Sindical observado o seguinte...”, não é, todavia, total nem absoluta. A definição de Liberdade Sindical engloba na realidade várias liberdades que, sistematizando, poderíamos dividir em três grupos:
QUANTO AO INDIVÍDUO
1- Liberdade de aderir ao sindicato;
2- Liberdade de não se filiar ao sindicato;
3- Liberdade de sair do sindicato.
QUANTO AO GRUPO PROFISSIONAL
1- Liberdade de fundar um sindicato;
2- Liberdade de determinar o quadro sindical, considerando a ordem profissional e territorial;
3- Liberdade de estabelecer relações entre sindicatos para formar agrupamentos mais amplos;
4- Liberdade para fixar as regras internasde forma e de fundo, para regular a vida sindical;
5- Liberdade nas relações entre o sindicalizado e o grupo profissional;
6- Liberdade nas relações entre o sindicato de empregados e de empregadores;
7- Liberdade no exercício do direito sindical em relação à profissão;
8- Liberdade do exercício do direito sindical em relação à empresa.
QUANTO AO ESTADO
1- Liberdade para o sindicato ter independência em relação ao Estado;
2- Liberdade para haver conflito entre a autoridade do Estado e a Ação Sindical;
3- Liberdade de o sindicato integrar-se ou não ao Estado. Para obtermos Liberdade Sindical total e plena, teriam que ser extintos:
a) a Unicidade Sindical imposta por Lei;
b) a Contribuição Sindical Obrigatória;
c) a Organização Sindical por categoria imposta por Lei;
d) o Poder Normativo da Justiça do Trabalho.
Organização e estrutura sindical brasileira
Tem por base uma estrutura Confederativa, simétrica, com base na Unicidade Sindical e dividida em categorias.
É simétrico: onde tiver um sindicato de trabalhadores haverá, ou pelo menos haverá a possibilidade de ter, o sindicato de empregadores correspondente. 
Ex: se houver o sindicato dos bancários haverá o sindicato dos bancos. 
O que faz um sindicato ser ou não um sindicato é o registro sindical:
· Com registro – sindicato;
· Sem registro – associação civil.
ESTRUTURA CONFEDERATIVA
É uma pirâmide em que no ápice estão as Confederações, no meio as Federações, que são Entidades Sindicais de grau superior, e na base os Sindicatos.
SIMETRIA
As Estruturas Econômicas (Empregadores) e Profissionais (Trabalhadores) são simétricas.
UNICIDADE SINDICAL
É o fato, previsto na Constituição e na CLT, de só pode existir um Sindicato na mesma base territorial, para representar a categoria econômica ou profissional que não pode ser menor que um Município. 
Categorias: No Brasil existem duas categorias: A ECONÔMICA, que agrega e representa os empregadores, e a PROFISSIONAL, que agrega e representa os trabalhadores.
A categoria profissional pode ser também DIFERENCIADA, agregando trabalhadores específicos por características e peculiaridades de condições de vida profissional em comum e são representados de modo específico, como Motoristas, Vendedores, Telefonistas, etc., seja qual for a atividade econômica.
Os Sindicatos, para adquirir Personalidade Sindical além da Personalidade Jurídica, devem ser registrados no Ministério do Trabalho e emprego e somente assim poderão exercer as Prerrogativas Sindicais previstas na CLT.
CONFLITOS COLETIVOS DE TRABALHO
São gerados por divergência de interesses entre as empresas e os trabalhadores e podem ser de natureza jurídica, mais rara, ou econômica, mais comum.
ADMINISTRAÇÃO DO CONFLITO
São administrados através das Políticas de Relações Trabalhistas; as principais são a Paternalista, a Autocrática, a de Reciprocidade e a Participativa, que trazem vantagens e desvantagem e vão dependendo profissionalismo em lidar com o conflito, da Cultura e do Clima Organizacional e a consequente produtividade que a Direção do empreendimento quer ter.
Solução para conflitos:
1. POR AUTOCOMPOSIÇÃO – quando as próprias partes, trabalhadores e empresa, resolvem os impasses através de negociações coletivas, como ocorre na Conciliação e na Mediação, que geram Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho, cujo melhor resultado é quando todos ganham.
2. POR HETEROCOMPOSIÇÃO – quando as partes não conseguem por conta própria solucionar as divergências e delegam a um terceiro a solução do conflito, como ocorre na Arbitragem, ou através do Poder Judiciário, quando o conflito passa a se chamar Dissídio Coletivo e sua decisão Sentença Normativa
Segundo a Lei citada, Greve é uma suspensão coletiva e temporária e pacífica, total ou parcial, da prestação pessoal de serviços ao empregador.
Quando o conflito não é administrado ou solucionado amigavelmente ou por terceiros, só resta aos trabalhadores como defesa, ou para forçar a solução, utilizar o seu direito legal e constitucional de entrar em greve, que todavia não é um direito absoluto, pois deve observar os limites da Lei 7.783/89, que o regula, e não pode prejudicar a sociedade como um todo, sob pena de se tornar abusiva.
Direito dos grevistas:
• Por se tratar de uma Suspensão do Contrato de Trabalho, não há pagamento de salário, mas não podem ocorrer demissões.
• Os grevistas podem arrecadar fundos, divulgar o movimento e fazer passeatas pacíficas e as empresas não podem constranger os empregados a comparecer ao trabalho nem contratar outros para substituí-los salvo se houver abuso de direito.
• Os grevistas não podem impedir o acesso dos outros trabalhadores ao serviço, nem empregar meios violentos, ameaçar ou causar danos ao empregador e devem manter equipe de plantão para manutenção de níveis mínimos de serviço.
• Caso os grevistas pratiquem violência ou atos ilegais, poderão ser responsabilizados civil, trabalhista e criminalmente.
A contribuição confederativa é devida apenas pelos associados do sindicato, desde que autorizada em assembleia geral da categoria.
As convenções coletivas de trabalho costumam criar para os empregados condições mais favoráveis que a lei.
Aula 8: Direito Previdenciário
A Constituição trata do Direito Previdenciário ao abordar a Seguridade Social, nos Artigos 193 a 204 do Título VII, referente à Ordem Social. A Previdência Social, especificamente, é tratada nos artigos 201 a 204, deixando para a Legislação Infraconstitucional os planos de Custeio e de Benefícios (Leis 8.012 e 8.013).
A Constituição Federal de 1988 define que a Ordem Social tem por base o trabalho e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais, instituindo assim o Estado do Bem-Estar Social (Welfare State), tradicional em países desenvolvidos.
O Artigo 194 da CF define como SEGURIDADE SOCIAL as ações do Poder Público e da sociedade destinados a assegurar os direitos relativos à SAÚDE, à PREVIDÊNCIA e à ASSISTÊNCIA SOCIAL.
Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
	
Universalidade da cobertura e do atendimento.
	
Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.
	
Irredutibilidade do valor dos benefícios.
	
Equidade na forma de participação no custeio.
	
Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços.
	
Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
	
Diversidade da base de financiamento.
Art. 195. A Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
1- Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
• A folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, a pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
• A receita ou o faturamento;
• O lucro.
2- Do trabalhador e dos demais segurados da Previdência Social (não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social de que trata o art. 201):
• Sobre a receita de concursos de prognósticos;
• Do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
A Saúde e a Constituição abordam em seus artigos 196 a 198 suas diretrizes, que são:
A Saúde é um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visam à redução de riscos de doenças e de outros agravos e o acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Dispõe também sobre o Sistema Único de Saúde, sua Organização, Diretriz e Financiamento.
Assistência social
A Assistência Social é tratadana Constituição em seus artigos 203 e 204, que determinam seus Objetivos, suas Formas de ação e de Financiamento.
Pela Constituição, a Assistência Social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição para a Seguridade Social, e terá por objetivo:
• Proteção à Família, à Maternidade, à Adolescência, à Infância e à Velhice.
• Amparo às crianças e adolescentes carentes
• Promoção da integração ao mercado de trabalho.
• Habilitação e Reabilitação das pessoas Portadoras de Deficiência Física e a promoção de sua integração à vida comunitária.
• Garantia de um benefício de um Salário Mínimo mensal ao Portador de Deficiência e ao Idoso que comprovem não possuir meios de promover a própria manutenção ou tê-la provida pela sua família.
• Os recursos para financiar as ações serão provenientes de orçamento da Seguridade Social.
Aposentadoria e Previdência Pública e Privada
A Previdência Social possui dois regimes básicos e dois complementares:
Regime Geral da Previdência Social – RGPS – Previsto no Artigo 201 da CF
O Regime Geral é o mais abrangente, dando cobertura e proteção à grande massa dos trabalhadores. É gerido pelo INSS, Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia vinculada ao Ministério da Previdência Social.
Regimes Próprios da Previdência dos Servidores Públicos e Militares - RPPS – previstos no Art. 40, para os servidores civis, e Art. 142 – X, para os militares.
Os Regimes Próprios de Previdência são mantidos pela União, Estados e Municípios em favor de seus servidores civis e militares ocupantes de cargos efetivos. São regidos pelas regras gerais das Leis 9.717/98 (civis) e 10.887/04 (militares).
Os Regimes Complementares têm caráter facultativo, autônomo e natureza privada; são regulados por Lei Complementar à Constituição.
Cabe à União a fiscalização e a regulamentação de seu funcionamento. Os Regimes Complementares são:
	ABERTO – EAPC
	PÚBLICO FECHADO – EFPC
	FECHADO – EFPC
Aula 9: Direito Previdenciário 2
Benefícios
São Prestações em dinheiro ou em serviços que a Previdência Social tem obrigação de conceder ao segurado ou ao seu dependente, quando da incapacidade para o trabalho, e é regulado pela Lei 8.213 de 1991 e Decreto 3.048 de 1999 dos quais recomendamos a análise.
A Seguridade é uma espécie de Seguro Social em que o trabalhador, enquanto recebe seu salário, faz uma contribuição. Quando algum acontecimento previsto em Lei o impede de trabalhar, ele terá direito a uma Prestação Pecuniária e/ou a Serviço, proporcional à contribuição paga.
Os tipos de benefícios pagos pela Previdência Social são os seguintes:
	Auxílio-acidente
	Auxílio-reclusão
	Aposentadoria por tempo de contribuição
Aposentadoria por idade
	Aposentadoria por invalidez
	Salário-maternidade
	Pensão por morte
Definições básicas:
SC – Salário de Contribuição: Valor pago ou descontado mensalmente do Contribuinte.
SB - Salário de Benefício: É o valor base para cálculo do valor das Prestações Continuadas.
RMB – Renda Mensal ou Benefício: É o valor em dinheiro a ser efetivamente pago ao beneficiário da Previdência. Geralmente resulta de um percentual definido em Lei, aplicado sobre o Salário de Benefício – SB. Exemplo: RMB do Auxílio – Acidente – 50% da média do SB.
O RGPS (regime da previdência social) está previsto na Lei 8.213 – Artigos 10 a 124 e Decreto 3.048 Artigos 8 a 193 – Englobando toda a matéria referente a Benefícios, tratando dos Beneficiários e das prestações em geral.
O RGPS – Ao tratar dos Beneficiários, aborda os Segurados, os Dependentes e as Inscrições; ao tratar das Prestações em Geral, abordam as espécies de prestações, os períodos de carência, o cálculo e a forma de reajustamento do valor dos Benefícios, os Benefícios em si, os Serviços Previdenciários, a contagem recíproca do tempo de serviço para fins previdenciários. O RGPS trata também, no Decreto 3.048/99 que regulamenta a Lei 8.213/91, do reconhecimento da Filiação.
Para o Regime Geral da Previdência Social – Os Segurados da Previdência são pessoas físicas e se dividem em: 
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS
• Os Empregados, inclusive domésticos
• Os Contribuintes Individuais
• Os Trabalhadores Avulsos
• Os Segurados Especiais
SEGURADOS FACULTATIVOS
• São os maiores de 16 anos que não são considerados ou incluídos como Segurado obrigatório e são filiados ao Regime Geral da Previdência Social – RGPS, mediante contribuição.
• Como exemplo de Segurados Facultativos temos: as donas de casa, síndico, estudante, quem deixou de ser segurado obrigatório e bolsista, o estagiário, o brasileiro residente no exterior, etc.
São Beneficiários do RGPS e se dividem em 3 classes:
Classe I ou Referencial: Cônjuges, Companheiras(os), filhos até 21 anos ou Inválidos
Classe II – Pais
Classe III – Irmão não emancipado menor de 21 anos ou Inválido
A existência de dependentes de uma classe exclui os da Classe seguinte.
Alguns Benefícios Previdenciários só poderão ser concedidos se houver um número mínimo de contribuições mensais, objetivando manter o equilíbrio financeiro e da Previdência.
A carência é obrigatória para os seguintes benefícios:
	
	Aposentadoria por Idade, por tempo de Serviço e Especial – 180 meses de carência.
	
	Auxílio-Doença e Aposentadoria por Invalidez – 12 meses de carência.
	
	Salário–Maternidade das Seguradas Especiais: 10 meses de atividade; das Seguradas, Contribuinte Individual ou Facultativa, 10 meses de Inscrição.
Aula 10: Financiamento – Segurados e suas contribuições
O artigo 195 da Constituição Federal determina que o Custeio ou Financiamento da Seguridade Social, que abrange a Saúde, a Previdência e a Assistência Social, é suportado por toda a Sociedade, direta ou indiretamente.
Todavia, no tocante especificamente à Previdência Social, é um Sistema Contributivo, ou seja, os Segurados ou Contribuintes têm de contribuir pessoalmente para obter as prestações da Previdência, com raras exceções. Assim, o Artigo 167 inciso XI da CF 88 veda que as contribuições sociais que incidem sobre a Folha de Pagamentos sejam usadas fora da Previdência Social.
O Custeio ou Financiamento da Previdência, além do Artigo 195 da CF 88, é regido também pela Lei 8.212/912 e o Decreto 3.048/99.Segundo a Constituição de 1988 e a Lei 8.212/91, o custeio da Seguridade Social é composto pelas seguintes fontes:
1. Receitas da União;
2. Receitas das Contribuições Sociais;
3. Receitas de Outras Fontes.
	As contribuições sociais são:
	Das Empresas, incidentes sobre as folhas de pagamentos, que refletem a remuneração paga ou creditada aos Segurados.
	Das Empresas, incidentes sobre faturamento e lucro.
	Incidentes sobre a Receita dos Concursos de Prognósticos.
	Dos Empregadores Domésticos.
	Dos Trabalhadores Autônomos, incidentes sobre o seu salário de contribuição.
	Dos Segurados Facultativos.
O Sujeito Ativo, isto é, quem recebe as contribuições, é o INSS, que tem competência para cobrá-las e impor penalidades. São considerados Contribuintes Diretos:
1. O Empregador Doméstico.
2. Empresa e Equiparados a ela para fins previdenciários.
Contribuições
Das Empresas sobre a Folha de Salário ou Pagamento - As Contribuições Previdenciárias das empresas por contratar mão de obra assalariada são:
20% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas ou devidas aos empregados ou trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços.
1%, 2% ou 3% para o Seguro de Acidente de Trabalho – SAT, em razão do grau de risco, incidente sobre a folha.
20% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título ao Contribuinte Individual que lhe prestar serviços.
15% sobre o valor das notas fiscais da fatura ou do risco de prestação de serviços relativo às cooperadas ou cooperativas de trabalho.
Além das contribuições sobre a Folha de Pagamento, a Empresa tem de contribuir para a Seguridade Social através:
Da COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – no valor de 9% sobre a Receita Bruta.Da CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADOR DOMÉSTICO: 12% do Salário de Contribuição.
CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS: A Contribuição dos Segurados Empregados, inclusive Domésticos ou ou Avulsos, é de 8%, 9% ou 10% do seu Salário de Contribuição.
CONTRIBUIÇÃO DO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL: 20% da remuneração recebida pela prestação de serviços a Pessoas Físicas.11% deduzidos de seus vencimentos, quando a prestação de serviço for para Pessoa Jurídica.
Legislação trabalhista e previdenciária
4º período
Administração - EAD
Úrsula de Barcellos Fragata 
Maio 2018

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