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Recuperação Judicial e Falência

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Recuperação Judicial e Falência
(Aula 1 - 12/08)
Prof. Marcos Madeira 
A Crise da Empresa: 
O art. 170, CF, estabelece a livre iniciativa empresarial. Desta forma, a pessoa tem ampla autonomia para investir nas áreas em que deseja. 
Certas autonomias não realizam planos de como atuar na área escolhida. Para investir em um ramo empresarial, o investidor necessita ter conhecimento em diversos aspectos de seu negócio. 
RECURSOS – financeiros (quanto gastará)
 - know how 
	 - stake holders (bancos, empregados, fornecedores, clientes, agencias reguladoras).
Muitas vezes, por conhecimento de uma norma, o investidor toma medidas que acabam gerando um deficit, iniciando, assim, uma crise. Há 2 generos de crise: 
Organizacional por motivos internos: são aquelas decorrentes de desorganização funcional dentro da empresa, portanto, é a falta de uma gestão admnistrativa. 
A fim de evitar tal situacao, o gestor deverá utilizar-se de um “SWOT”, que se trata de um plano que elenca os pontos fortes, fracos, as ameaças e oportunidades da empresa, em graus internos e externos. O art. 966, CC, lança a definição de empresário, sendo todos os riscos dele. 
Organizacional por motivos externos: são os fatores externos de mercado que estão diretamente ligados ao sucesso das atividades. 
Assim, é crucial ter um planejamento empresarial para estabelecer qual será o passo a ser dado, portanto, é extremamente necessário o “SWOT”, pois tal omissão poderágerar uma cise, o que acarretará em dívidas e, com isso, um procedimento recuperacional ou falimentar. 
Falência
(Aula 2 - 19/08)
Falência 
Lei 11.101/2005
Origem da expressão: expressão do verbo latino "fallere" que significa quebra, queda ou 'banca rota'. 
Origem legal: Antes do procedimento falimentar e recupeacional, havia a concordata, porém, tal procedimento existe no direito desde a época da Idade Média para identificar uma empresa que não cumpre as obrigações pactuadas. 
Conceito: trata-se de processo de execução coletiva contra devedor empresário ou sociedade empresarial insolventes. 
Alguns doutrinadores entendem que a falência tem natureza subjetiva, a qual cabe a aplicação da Lei de Falências. Porém, há o entendimento de que trata-se de natureza objetiva, a qual se divide em: (I) direito substantivo - regula normativas do direito falimentar e; (II) direito adjetivo - regula o processo judicial. 
Objetivo: visa garantir os credores do devedor insolvente, assim considerado aquele cujo passivo é superior ao patrimônio, a obter o recebimento das dívidas. 
Para início de pedido de falência ajuizado por um credor, deverá ser comprovado que tal empresa não está pagando a massa de credores, a qual pressupõe estado falimentar da empresa. Alguns exemplos de prova são certidões de todos os processos de execução (cível), execuções fiscais, reclamações trabalhistas, ofícios do Serasa. 
Princípio da Preservação da Empresa: está fundado no art. 966, CC (conceito de empresário). A empresa gira a economia e gera empregos, devendo ser preservada. 
Causas Determinantes da Falência
Está previsto no art.94, I, Lei de Falências, sendo elas:
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
I - sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
II - executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
III - pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
§ 1º - Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo.
§ 2º - Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se possam reclamar.
§ 3º - Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9º desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica.
§ 4º - Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução.
§ 5º - Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas.
Insolvência: disposto no art. 94, II, Lei de Falências, é a condição de quem não pode saldar suas dívidas, ou seja, tem compromissos superiores a sua receita, faturamento ou ao seu patrimônio. É demonstrado que não é possível pagar as dívidas (é posterior à insolvabilidade).
A insolvabilidade é a prática de atos fraudulentos para não pagar, deixando comprovado que futuramente virá a insolvência. 
Impontualidade: disposto no art. 94, I, Lei de Falências, é a manifestação típica, direta da impossibilidade de pagar título líquido e certo. 
Obrigatoriedade: a empresa não é obrigada a requerer a decretação de falência ou mesmo com recuperação judicial para tentar não decretação. Porém, os credores, em caso de insolvência da empresa, poderá diretamente requerer a falência da empresa, não sendo possível a recuperação. 
Provas do Estado Falimentar: 
Não estando em plano de recuperação judicial os atos de falencia, aquele que: 
Liquida precocemente seus ativos de forma ruinosa; 
Realiza ou tenta simular a venda de seus ativos;
Transfere seu estabelecimento à terceiros sem a concordância dos credores, expurgando-se o princípio da igualdade entre os credores;
Simula a transferência de seu estabelecimento;
Ausenta-se sem deixar representante, com recursos suficentes de seus estabelecimentos;
Deixa de cumrprir obrigação estabelecida no plano de recuperação.
Em todos os casos a doutrina entende serem atos de insolvabilidade, em que pressupõe-se uma redução patrimonial que o levarão à insolvência. 
Esquema Sinótico 
Após a decretação da falência, nomeia-se o administrador judicial (antigo síndico), que tem função de gerir/ administrar o negócio, a massa (conjunto de bens e direitos do falido).
Sujeitos da Falência
(Aula 3- 26 /08)
Lei 11.101/2005
Lei Falimentar não se aplica (art. 2º, LF)
Toda empresa, pessoa jurídica, está sujeita à falência, não estando disposta a pessoa física. Contudo, nada implica na declaração de insolvência de pessoa física. 
Empresa pública ou sociedade de economia mista: por serem entes da adm. pública indireta. O que ocorre nos casos de insolvência ou impontualidade é a intervenção vertical do Estado. 
Instituições financeiras pública ou privada, cooperativa de crédito, entidades de previdênciacomplementar é demais entidades equiparadas. 
Pessoa física: se os ativos da pessoa física dor menor do que seu passivo, ela estará em insolvência civil. 
Condição Falimentar: natureza empresarial - art. 966, CC. 
Aplicabilidade da falência: 
Sujeito passivo: é necessário que haja natureza empresarial. 
Sujeito ativo: são dividos em alguns subitens: 
Credor: o credor da empresa em situação de insolvência ou impontualidade.
Autofalência: a empresa que encontra-se em tal situação, a fim de evitar crime falimentar ou fraude, ocorrendo a desconsideração da personalidade jurídica, responderá o patrimônio dos sócios pelas dívidas da empresa e poderá requer a sua autofalência. 
O empresário deverá demonstrar a sua boa-fé para que não seja atingido o seu patrimônio pessoal. O magistrado ouvirá o MP e ele requerá a juntada de documentos e será nomeado o AJ, que cuidará da massa falida. Após, o AJ leiloa os bens da empresa para pagar os credores qu se habilitarem.
As consequências da autofalência requerida pela empresa é a mesma da autofalência requerida pelo credor, com a vantagem de que ficará caracterizada a boa-fé. 
Do pedido da falência
Todo e qualquer credor pode pedir falência de tal empresa, comprovando o não adimplemento de suas obrigações, por exemplo. 
Mas, vale ressaltar, que a autofalência está prevista na Lei 11.101/2005, possibilitando o devedor pedir a sua própria falência, diante da situação econômica da empresa. 
Tem como objetivo a preservação e otimização da utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos da empresa (art.75, Lei de Falências).
Uma maneira de otimização dos bens é a locação dos maquinários, do imóvel utilizado, do parque fabril, com o fito de conseguir preservar e utilizar todos os bens. Todo e qualquer valor deverá ser comprovado nos autos pelo administrador judicial.
Quando é decretada a falência inicial, é inaugurada a arrecadação dos bens da empresa. Deverá ter tratamento isonômico entre os credores.
Consequências: 
A decisão que decreta a falência
Retira dos sócios e gestões o poder da administração empresarial
Inaugura a arrecadação dos bens da empresa
Consolida um inventário para apuração dos ativos e passivos da empresa
Apura a responsabilidade dos sócios (fraude ou crime falimentar)
Insere administrador judicial como gestor da massa falida. 
Plano de Recuperação Judicial
(Aula 4 - 02/09)
Objetivos
Viabilizar a superação da situação de crise empresarial;
Permitir a manutenção da fonte produtora do emprego dos trabalhadores e possibilidade de pagamento dos credores;
Promover a função social da empresa, preservando-a como estímulo à atividade econômica (art.170, CF).
Requisitos
Prazo: 60 dias da data que deferiu o processamento. Se não for apresentado o plano no prazo estipulado, a RJ será convertida em falência. 
Conteúdo: temos como principais conteúdos: 
discriminação dos meios de recuperação a ser empregados;
demonstração da viabilidade econômica da recuperanda;
laudo econômico financeiro e avaliação de bens e ativos do devedor.
Petição inicial 
Deverá constar todas as características da empresa, nos fatos deverá explicar o motivo e a gênese da crise econômica e que a RJ é a melhor maneira de garantir a sobrevivência da empresa, possibilitando sua função social, trabalhista, fiscal e econômica, sendo:
Busca do pleno emprego
Manutenção da empresa
Função social da empresa.
Providências do juiz
O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores sobre o plano de RJ, fixando o prazo para manifestação de eventuais objeções (art.55, lei de falência);
Manifestação do credor
O credor poderá manifestar sua objeção ao plano de RJ,no prazo de 30 dias contados da publicação do quadro de credores. 
Convocação da assembleia geral de credores 
O juiz convocará AGC para deliberar sobre o plano de RJ. Essa data para realizá-lo da AGC não excederá prazo de 150 dias, contados da data do deferimento do processamento da RJ. 
A AGC que aprovar o plano de RJ, poderá indicar os membros do comitê de credores. Caso a AGC rejeitar o plano, será decretada falência. 
Falência e Recuperação Judicial
(Aula 5 - 09/09)
Decretada a falência, os bens vão para o juízo universal (processos, créditos, administração). 
São grupos de interesse na empresa:
Trabalhadores;
Fisco ou Estado;
Agências reguladoras;
Banco;
Clientes; 
Fornecedores. 
Tem natureza creditícia que ingressam no juízo falimentar??? 
Precisa-se analisar as propostas feitas no plano de RJ e falência com razoabilidade. Na falência, não há espaço para negociação, diferentemente do que ocorre na RJ. 
Decretada a falência, os sócios perdem indireto de administrar e passam a fazer parte dos sujeitos do processo (chamado "falidos"). 
Temos como juízo universal na falência: 
Ministério Publico;
Processos;
Créditos;
Administrador;
Sujeitos do processo (falidos).
Stakeholers
(Aula 6 – 16/09)
Os stakeholers:
São os grupos de interesse da empresa ou recuperação, poendo ser lesados pela empresa que quebra. 
Juízo universal:
Decretada a falência, o juízo competente anota para que todos os processosque tramitam contra aquela empresa sejam sobrestados. 
Quais são os stakeholders? 
Empregados
Estado
Agencias reguladoras
Bancos 
Clientes
Fornecedores
São todos os grupos envolvidos no emaranhado de relações jurídicas da empresa, sendo diretamente interessados no bem estar da empresa. Porém, como titulares de direitos creditícios perante a empresa, caso hajam débitos, eles poderão requerir a falência. 
Viabilidade da proposta:
Adota-se o princípio da razoabilidade, pois a proposta de plano deverá agradar aos stakeholders. Diante disso, é necessário que a empresa abstraia a qualificação de seus credores traçando metas possíveis para os futuros créditos e uma recuperação. 
Porém, em uma falência, há um corte de negociação, sendo crime falimentar negociar créditos com credores falimentares, pois a lei determina a preferência creditícia. 
Sócios diante da falência em juízo universal:
Nomeado o AJ da falência, os sócios falidos passam a fazer parte da falência, devendo ser intimados de todos os atos, verificando se ele realiza todos os atos, podendo serem penalmente responsabilizados. 
Agentes de decisão:
Dentro de cada classe se stakeholders, há agentes que tem maior peso, vez que tem poder de intereferencia sobre os outros. Estes são aqueles que tem maiores direitos de crédito. 
Exceto o Estado e as agências reguladoras, estes não podem negociar. Quanto aos trabalhadores, bancos e credores quirografáios, é possível negociar. 
Argumentos:
Jurídicos: instaurado o procedimento no menor tempo possível, a fim de que não lesione os credores. 
Econômicos: fatores de mercado que influenciam no futuro da empresa. 
Comerciais: o bom desempenho da empresa dentro da sociedade. 
Governança cooperativa: a composição e moralidade do corpo societário da empresa, influência na aceitação do plano, ainda é possível arguir-se que a empresa cumpre todas as leis e determinações. 
Quadro Geral de Credores
(Aula 7 - 23/09)
Classificação dos créditos na falência: 
Quem apresenta o quadro geral dos credores é o administrador judicial. 
Todos os créditos da falência que não estão listados no quadro geral de credores, devem ser discutidos judicialmente por meio de pedido de habilitação de crédito. 
Créditos trabalhistas: até o limite de 150 salários mínimos por empregado. São os créditos decorrentes de acidente de trabalho e créditos trabalhistas, compreendendo toda a sorte de lata entes devidos pelo empresário aos seus empregados. 
A preferência dos créditos trabalhistas, derivados da relação empregatícia, tem o fito de evitar as reclamações trabalhistas, com valores absurdos. 
E, por outro lado, há a proteção dos trabalhadores de menor renda. Nesses casos, a lei determina que o administrador judicial proceda à antecipaçãodos salários vencidos nos 3 meses anteriores a quebra. 
Créditos tributários: independentemente da sua natureza e tempo, inclusive autarquias. 
Créditos com privilégio especial: está disposto no art. 964, CC e arts. 470 a 474, Cód. Comercial (em vigor).
Art. 964. Têm privilégio especial: 
I - sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas judiciais feitas com a arrecadação e liquidação; 
II - sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento; 
III - sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis; 
IV - sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer outras construções, o credor de materiais, dinheiro, ou serviços para a sua edificação, reconstrução, ou melhoramento 
V - sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e serviços à cultura, ou à colheita; 
VI - sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou urbanos, o credor de aluguéis, quanto às prestações do ano corrente e do anterior; 
VII - sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, ou seus legítimos representantes, pelo crédito fundado contra aquele no contrato da edição; 
VIII - sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu trabalho, e precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, o trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus salários. 
Créditos com privilégio geral: disposto no art. 965, CC. E sobre créditos extraconcursais, está disposto no art. 67 da lei 11.101/2005. 
Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial, inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos de mútuo, serão considerados extraconcursais, em caso de decretação de falência, respeitada, no que couber, a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. 
Parágrafo único. Os créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial pertencentes a fornecedores de bens ou serviços que continuarem a provê-los normalmente após o pedido de recuperação judicial terão privilégio geral de recebimento em caso de decretação de falência, no limite do valor dos bens ou serviços fornecidos durante o período da recuperação.
Créditos com garantia real: até o limite do bem gravado. A preferência esta limitada ao valor do bem onerado. 
Vendido este na agência, destina-se o produto da venda à satisfação do credor titular da garantia. 
Se os recursos aferidos pela massa com a venda do bem agravado não forem suficientes ao pagamento integral do crédito garantido, o crédito concorrerá juntamente com os quirografários. 
São créditos de garantia real: 
Propriedade;
Superfície;
Servidão;
Usufruto;
Uso;
Habitação;
Direito do promitente, comprador do imóvel;
Penhor;
Hipoteca; 
Anticrese; 
Concessão de uso especial para fins de moradia; 
Concessão de direito real de uso.
Créditos quirografários: são títulos de crédito e também créditos trabalhistas excedentes a 150 salários mínimos. 
Crédito por multas contratuais, administrativas, tributárias ou penais: 
Créditos subordinados: são as debêntures, de acordo com o art.58, §4º, lei da S.A. 
Art. 58. A debênture poderá, conforme dispuser a escritura de emissão, ter garantia real ou garantia flutuante, não gozar de preferência ou ser subordinada aos demais credores da companhia. 
§ 1º - A garantia flutuante assegura à debênture privilégio geral sobre o ativo da companhia, mas não impede a negociação dos bens que compõem esse ativo. 
§ 2º - As garantias poderão ser constituídas cumulativamente. 
§ 3º - As debêntures com garantia flutuante de nova emissão são preferidas pelas de emissão ou emissões anteriores, e a prioridade se estabelece pela data da inscrição da escritura de emissão; mas dentro da mesma emissão, as séries concorrem em igualdade. 
§ 4º - A debênture que não gozar de garantia poderá conter cláusula de subordinação aos credores quirografários, preferindo apenas aos acionistas no ativo remanescente, se houver, em caso de liquidação da companhia. 
§ 5º - A obrigação de não alienar ou onerar bem imóvel ou outro bem sujeito a registro de propriedade, assumida pela companhia na escritura de emissão, é oponível a terceiros, desde que averbada no competente registro. 
§ 6º - As debêntures emitidas por companhia integrante de grupo de sociedades (artigo 265) poderão ter garantia flutuante do ativo de 2 (duas) ou mais sociedades do grupo.
Diferença entre credores: 
Credores da falência: são aqueles que tinham créditos antes da data da declaração da falência/ quebra da empresa. 
Credores da massa falida: são aqueles que têm créditos após a declaração da quebra, em decorrência de dívidas e encargos contraídos na gestão do administrador judicial. 
Os honorários advocatícios fixados em decisão judicial e, ainda, o contrato de honorários escrito são considerados créditos de privilégio geral, conforme art. 24, do estatuto da advocacia. 
Créditos decorrentes de acidente de trabalho são considerados créditos trabalhistas. 
Demais créditos: 
Todos os demais créditos da falência que não estejam listados no quadro geral de credores a ser apresentado pelo AJ dever ser discutido judicialmente por meio de pedido de habilitação. 
A habilitação de crédito é uma forma de um credor impugnar o quadro geral, seja a natureza ou a quantidade que deve ser julgada pelo juiz. 
Apresentado o quadro, muitas vezes não há certeza quanto aos créditos, portanto, após o julgamento das habilitações de crédito, forma-se um quadro final. 
Órgãos da Falência
(Aula 8 - 07/10)
Suspensão das ações: 
O capítulo II da lei de falêcias dispõe acerca de dispositivos comuns à falência e a recuperação judicial. Dentre elas, está incluso a suspensão das ações em face da empresa em procedimento falimentar ou recuperacional, e de seus sócios.
Órgãos obrigatórios:
Juiz: é o órgão máximo da recuperação judicial, da recuperação extrajudicial e da falência. Ele é indispensáveis da condução do processo do devedor em crise e se encarregará de verificar a atuação dos demais órgãos.
Administrador Judicial: ele executa as medidas legais e judiciais necessária a realização do ativo (bens e direitos) e solução do passivo (obrigações) do agente econômico devedor. O artigo 21 descreve suas funções. Ele é um auxiliar qualificado para exercer as funções de gerencia do ativo e passivo do devedor. Ele não reapresenta os credores e nem o devedor falido (sócio da empresa). 
Deve ser exercer todas as funções necessárias para a execução e conclusão concursal do processo falimentar. Não é órgão máximo, pois pode ser destituído. Não é fiscalizador da massa, é responsável pela gerência quem é fiscalizador é o MP.
Ministério Público: atua como fiscal da lei, função exclusiva da instituição para justificar sua atuação no processo. Exerce as seguintes manifestações processuais:
Impugnação
Impugnação da relação dos credores
Promoção da ação de rescisão de crédito 
Apuração da responsabilidade penal dos envolvidos 
Pedido de substituição do administrador ou membro do comitê
Pedido de explicação dos falidos
Promoção de ação revogatória
Promoção impugnação da venda dos bens do falido
Manifestação da prestação de contas do administrador judicial 
Promoção de ação penal
Os credores podem fiscalizar porém não órgãos estão no polo da ação afim da satisfação do crédito. Tanto os credores quanto dos sócios dos falidos tem interesse de fiscalizar. Os empregados também tem o dever de fiscalizar os terceiros, p.ex. o locador do prédio.
Quem não pode ser administrador - art. 30: 
Quem nos últimos 5 anos no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro de comitê de falência ou recuperação judicial ou tenha sido destituído ou tenha deixado de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve prestação de contas desaprovada. 
Também não pode ser administrador ou integrar o comitê quem tiver relação de parentescosou afinidade até o 3º grau com o devedor, seus administradores, controladores, ou representantes legais, ou deles for amigo, inimigo ou dependente.
Órgãos facultativos:
Comitê de Credores: disposto nos arts. 26 a 34, lei de falências. 
Poderá ter participação no processo principalmente na recuperação para manifestação de atos praticados no processo sobre tudo para aprovação do plano recuperação de falência 
Na recuperação trata-se de órgão fiscalizador composto de:
01 representante da classe dos credores trabalhistas, com 02 suplentes;
01 representante da classe dos credores garantidos ou com privilégios especiais, com 02 suplentes;
01 representante pela classe dos credores quirografários ou com privilégios, dom 02 suplentes;
Assembleia Geral de Credores: previsto no art. 35, I e II, LF, e consiste na reunião de pessoas que possuem interesse incomum para deliberar sobre:
Aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor;
A constituição do comitê de credores, a escolha do seus membros e sua substituição;
O nome do gestor judicial quando do afastamento do devedor;
Ou qualquer matéria que pode afetar o interesse dos credores.
Lei de Falências: 
Lei 11.101/2005. 
Traz disposições comuns sobre a reparação judicial e a falência de empresas. 
Verificação e Habilitação de Créditos
(Aula 9 - 14/10)
A verificação será feita pelo administrador judicial com base nos livros contábeis. 
Após a publicação do edital (art. 52, §1º), ou parágrafo único do art. 99 da lei de falências, os credores terão prazo de 15 dias para apresentarem habilitações ou divergências quanto aos créditos. 
Abre-se prazo de 10 dias para o comitê, qualquer credor, devedor ou seus sócios apresentarem impugnações contra a relação de credores. De acordo com o art. 9º da lei de Falências, será realizada pelo credor nos termos do art. 7º da LF (art. 8º, LF).
Art. 8º No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7º, § 2º, desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado. 
Parágrafo único. Autuada em separado, a impugnação será processada nos termos dos arts. 13 a 15 desta Lei. 
Art. 9º A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7º, § 1º, desta Lei deverá conter: 
I - o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de qualquer ato do processo; 
II - o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação; 
III - os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem produzidas; 
IV - a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respectivo instrumento; 
V - a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor. 
Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo. 
A apresentação de habilitação de crédito fora do prazo serão consideradas retardatárias (art. 10, LF). O §1º traz como efeitos na recuperação judicial o não direito a voto nas deliberações (com exceção dos trabalhadores). Os §2º e §3º trazem como efeitos regulados no processo de falência o não direito a voto nas deliberações e perderão o direito ao rateio eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas.
Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7º, § 1º, desta Lei, as habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias. 
§ 1º - Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, excetuados os titulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembléia-geral de credores. 
§ 2º - Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo ao processo de falência, salvo se, na data da realização da assembléia-geral, já houver sido homologado o quadro-geral de credores contendo o crédito retardatário. 
§ 3º - Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. 
§ 4º - Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o credor poderá requerer a reserva de valor para satisfação de seu crédito. 
§ 5º - As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação e processadas na forma dos arts. 13 a 15 desta Lei. 
§ 6º - Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do respectivo crédito. 
Habilitação de crédito e procedimentos: disposto nos arts. 11 e seguintes.

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