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UCA001_Criatividade_Tema4

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Criatividade individual e cultural
Alessandra Jungblut
Introdução
O ato de criar depende de aspectos individuais, culturais e do meio social para se desenvolver 
plenamente. A criatividade adquire uma importância cada vez maior em nosso dia a dia e é indis-
pensável para garantir nossa sobrevivência e o gerenciamento do conhecimento, além de ser uma 
ferramenta importante para a autorrealização e o sucesso profissional.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar particularidades individuais e culturais para o desenvolvimento da criatividade;
 • entender sobre a necessária sabedoria em ser criativo para a conquista de êxito.
1 Como desenvolver a criatividade 
O ser humano possui potencial para produzir coisas novas, criar, ter ideias e desenvolvê-las. 
Segundo Lubart (2007), o meio familiar pode facilitar o desenvolvimento criativo ao valorizar a 
criança, aceitar sua individualidade, opinião e autonomia. O ambiente escolar, o contexto cultural 
e os instrumentos tecnológicos também têm impacto sobre a expressão criativa. Na escola tradi-
cional, a tendência é valorizar o pensamento convergente (as “respostas certas”), a memorização 
e a obediência, mas esse meio pode também favorecer a resposta criativa, quando incentiva a 
expressão e a construção de relações entre diferentes matérias.
Sobre a cultura, Lubart (2007) afirma que existem tradições restritivas em alguns locais, nos 
quais não é possível criar novas formas de pintar os ícones da cultura religiosa ou mesmo de 
compor canções de estilo musical diferente. É preciso adaptar-se e utilizar os meios disponíveis. E 
a tecnologia, como a internet e a televisão, agem como importantes meios de disseminar informa-
ções e conhecimento, além de ser um importante campo de pesquisa e criação.
Segundo Di Nizo (2009), para criar não basta apenas ter uma grande ideia. É preciso ter foco 
e concentração em um objetivo para colocá-la em prática. “Ter ideias não é o mesmo que ser cria-
tivo. Criação é execução, e não inspiração. Muitos têm ideias; poucos dão os passos necessários 
para concretizar aquilo que imaginam” (ASHTON, 2016, p.63). 
FIQUE ATENTO!
Criar não é algo mágico. Buscar novos conhecimentos e exercitar a produção de 
ideias é um passo importante para se tornar uma pessoa ainda mais criativa.
Figura 1 – Criatividade requer prática
Fonte: Alphaspirit/Shutterstock.com
Além da influência de aspectos socioculturais, existem várias técnicas e métodos para 
desenvolver seu potencial criativo. Para Predebon (2010), cada pessoa escolhe a abordagem 
mais aprazível, desde que abandone o paradigma de ser incapaz de criar e lembre-se de que a 
simplicidade é desejável e que não há descoberta sem experiência. Alencar e Fleith (2009) citam 
algumas técnicas: a tempestade cerebral (ou brainstorming), a sinética, as combinações força-
das, a listagem de atributos e os exercícios sensoriais de imaginação. São sugestões de exercí-
cios que favorecem o hábito de pensar criativamente. 
EXEMPLO
A técnica de combinações forçadas sugere fazer associações entre duas coisas 
que parecem distantes, buscando uma ligação entre eles – carro e peixe; gato e 
geladeira; livro e lâmpada, etc. 
2 Por que é necessário ser criativo?
Uma ideia criativa pode solucionar um problema individual ou tornar-se socialmente relevante 
ao ser compartilhada e aceita pela sociedade. Nas artes, a ação criativa expressa a interação entre 
indivíduo e cultura, e a criatividade, após ser estudada nos últimos anos, é apontada atualmente 
como essencial à sobrevivência humana.
Nosso momento histórico destaca-se por profundas e rápidas mudanças, com problemas 
que demandam soluções criativas. As informações tornam-se obsoletas em pouco tempo e fica 
difícil para o ser humano prever o tipo de conhecimento necessário para os próximos anos – é 
preciso ampliar nossa capacidade de pensar e criar (ALENCAR & FLEITH, 2009).
Figura 2 – Criar para evoluir
Fonte: mmatee/Shutterstok.com
Ashton (2016) demonstra a importância da criatividade retomando um período histórico, no 
qual havia preocupação com o crescimento populacional. Thomas Malthus publicou em 1798 
um ensaio, no qual relatou o perigo da falta de alimentos causado pelo constante aumento da 
população. O crescimento atingiu níveis mais elevados do que o previsto, no entanto, a fome no 
planeta diminuiu. Isso só foi possível pelo aumento da capacidade criativa, ou seja, o crescimento 
populacional aumentou também o número de pessoas criativas, interconectadas, desenvolvendo 
soluções e produzindo. Além disso, é por meio da criatividade que o ser humano descobre manei-
ras sustentáveis de utilizar os recursos naturais. 
EXEMPLO
O desgaste do solo e o uso abusivo de agrotóxicos estimulou o desenvolvimento 
da agricultura orgânica. 
3 Criatividade e inteligência
A inteligência humana está associada à capacidade de raciocínio, aprendizagem, resolução 
de problemas e adaptação ao meio. Até a metade do século XX, pesquisas sobre inteligência eram 
suficientes para explicar o funcionamento mental. Segundo Bee e Boyd (2011), para compreender 
e medir diferenças individuais de inteligência surgiram a abordagem psicométrica e o teste de QI. 
Atualmente, temos abordagens amplas como a teoria de Robert Sternberg e os três tipos dife-
rentes de inteligência: a analítica/componencial (planejamento, organização, memória); a criativa/
experiencial (respostas não convencionais, exame crítico de ideias, associações); e a prática/con-
textual (manejo de questões práticas, percepção social). Outra teoria emergente foi a de Howard 
Gardner (Inteligências Múltiplas), que admite oito tipos de inteligência: linguística, lógico-matemá-
tica, espacial, corporal/cinestésica, interpessoal, intrapessoal e naturalista (BEE e BOYD, 2011). 
De acordo com Freitas-Magalhães (2003), a criatividade já foi associada à inteligência, pois 
acreditava-se que era uma característica apenas de indivíduos inteligentes. Porém, estudos reali-
zados por Wallach e Kogan mostraram que existem pessoas inteligentes com pouca expressão 
criativa, e pessoas com baixo nível intelectual, com bom desempenho criativo. 
Isso ocorre porque os inteligentes considerados pouco criativos apresentaram um sentimento 
de insegurança em situações de ambiguidade e preferem padrões já conhecidos de desempenho. 
Já os indivíduos criativos com baixo nível intelectual sentem-se mais seguros quando não há ava-
liação de desempenho. 
FIQUE ATENTO!
O autoconceito positivo faz parte de uma personalidade criativa.
Figura 3 – Inteligência versus Criatividade
Fonte: Sakonboon Sansri/Shutterstock.com
A relação entre criatividade e inteligência foi muito debatida entre psicólogos. De acordo com 
Del Isola (2012), são coisas distintas e independentes. Essa diferença existe, segundo Gardner (1996 
apud DEL ISOLA, 2012), devido à relação entre pensamento divergente e pensamento convergente. 
Pessoas inteligentes são convergentes, emitem respostas corretas convencionais aos problemas. 
Já as pessoas com desempenho criativo elevado apresentam pensamento divergente: diante de 
um problema, fazem associações diferentes e interpretações e emitem respostas originais.
SAIBA MAIS!
Confira o vídeo publicado no canal do Projeto Fronteiras do Pensamento explicando 
a diferença entre inteligência e criatividade. Acesse: <https://www.youtube.com/
watch?v=yLC707jeDKs>.
4 Criatividade e êxito
Para Maslow (apud FEIST, FEIST & ROBERTS, 2015), criatividade e autorrealização são sinô-
nimos. Pessoas autorrealizadas são criativas na medida em que percebem a verdade, a beleza e 
a realidade de maneira única, e não precisam ser grandes artistas ou poetas. São pessoas que 
conseguiram sair do comum e desenvolver seu potencial, tanto na vida pessoal como no trabalho.
Além disso, a prática criativa permite o exercícionatural da inovação, ou seja, uma forma de 
fugir da linha evolutiva normal e dar um salto em direção ao novo. É a ação individual sendo um 
diferencial na vida de outras pessoas, permitindo a realização pessoal e nos tornando pessoas 
mais felizes (PREDEBON, 2010).
Figura 4 – Criatividade e êxito
Fonte: Lightspring/Shutterstock.com
De acordo com Linkner (2014), a criatividade é importante não apenas para artistas e pes-
soas do meio publicitário, mas para o sucesso em outras áreas. Pessoas que ocupam cargos 
gerenciais consideram a presença de pessoas criativas como vitais para o crescimento de suas 
empresas. Porém, Bes e Kotler (2011) alertam para se distinguir criatividade de inovação nas orga-
nizações de trabalho. A criatividade é uma ferramenta para o alcance da inovação.
SAIBA MAIS!
Sobre criatividade e inovação, Barlach publicou uma tese intitulada “A humana sob 
a ótica do empreendedorismo inovador”. Acesse: <http://www.teses.usp.br/teses/
disponiveis/47/47134/tde-01122009-084339/pt-br.php>. 
Ideias e soluções novas e interessantes devem ser gerenciadas para atingir os objetivos, ou 
seja, devem ser materializadas no mercado para que as pessoas possam sentir-se efetivamente 
participativas. “As pessoas propõem ideias e, devido à falta de regras claras acerca do que fazer 
com elas, estas definham antes de chegarem a algum lugar. Desse modo, as pessoas ficam des-
motivadas e param de propor novas ideias” (BES & KOTLER, 2011, p. 22-23). 
FIQUE ATENTO!
O meio social é importante para o desenvolvimento da criatividade. Portanto, é im-
portante incentivar a participação das pessoas, ouvir ideias e contribuir para um 
clima de aceitação e motivação.
5 Os valores culturais facilitadores da criatividade
Além de aspectos relacionados à personalidade e ao ambiente social, o desenvolvimento da 
criatividade recebe a influência de valores culturais. Segundo Leal e Rocha (2008), o ser humano 
transforma a realidade a partir da consciência de seus próprios valores. Um objeto é avaliado 
a partir de critérios de valor, sejam eles subjetivos ou objetivos, que refletem a cultura e podem 
mudar de acordo com as tendências históricas. Os valores são parte da construção cultural, são 
crenças que orientam um modo de conduta, transmitidas pelos pais, professores ou outras figuras 
significativas para o indivíduo, são o reflexo do que o indivíduo considera desejável ou indesejável, 
do que ele seleciona como importante.
Segundo Chagas, Aspesi e Fleith (2008), a organização social e cultural estabelece critérios 
para avaliar o que é produzido levando em conta os conhecimentos próprios de seus integrantes. 
Cada área de conhecimento (matemática, física, música etc.) possui um conjunto de regras e 
procedimentos que permitem considerar se o produto criativo é considerado bom ou não. Para 
um bom desempenho criativo, o indivíduo precisa conhecer a área em que pretende desenvolver 
sua criação e, ao dominar o conhecimento, promover mudanças e atualizar procedimentos. Fato-
res sociais e históricos como guerras, crises econômicas e desastres naturais também podem 
influenciar a qualidade e a quantidade de produções criativas. Além disso, características culturais 
de determinado local ou tempo podem facilitar ou dificultar a aceitação de ideias ou produtos cria-
tivos (por exemplo: um renomado pianista clássico pode não ter o mesmo prestígio se estiver em 
uma tribo indígena isolada do mundo). 
Existem, assim, demandas sociais que favorecem a criatividade, como o fato de vivermos em 
um tempo em que organizações criativas representam vantagem competitiva e acabam incenti-
vando cada vez mais a expressão. Como afirma Csikszentmihalyi (1996, apud CHAGAS; ASPESI & 
FLEITH, 2008, p. 227), “é mais fácil desenvolver a criatividade das pessoas mudando as condições 
do ambiente, do que tentando fazê-las pensar de forma criativa”.
O ambiente de trabalho deve ser considerado como um importante espaço para o desenvol-
vimento da criatividade. Segundo Muzzio (2017), a cultura que emerge do contexto organizacional 
pode motivar a criatividade dos indivíduos mantendo valores, regras e práticas convergentes com 
a ação criativa. Uma cultura organizacional em que há interação entre as características individu-
ais e as características e objetivos da própria organização podem ser determinantes da expres-
são criativa no momento em que estimulam as relações interpessoais, a comunicação, as novas 
ideias, a confiança e o comprometimento com o trabalho. 
Fechamento
Ao final desta aula, você teve a oportunidade de:
 • conhecer as condições que facilitam a expressão da criatividade;
 • compreender a importância da criatividade para o desenvolvimento social e para o 
crescimento pessoal;
 • aprender algumas abordagens relacionadas à inteligência e sua relação com a 
criatividade.
Referências
ALENCAR, Eunice e FLEITH, Denise. Criatividade: múltiplas perspectivas. 3. ed. Brasília: UNB, 2009.
ASHTON, Kevin. A História Secreta da Criatividade. Rio de Janeiro: Sextante, 2016.
BARLACH, Lisete. A criatividade humana sob a ótica do empreendedorismo inovador. Instituto 
de Psicologia. São Paulo: USP, 2009. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponi-
veis/47/47134/tde-01122009-084339/pt-br.php>. Acesso em: 21 fev. 2017.
BEE, Helen e BOYD, Denise. A Criança em Desenvolvimento. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
BES, Fernando T. e KOTLER, Philip. A Bíblia da Inovação. São Paulo: Leya, 2011.
CHAGAS, Jane F., ASPESI, Cristiana C. e FLEITH, Denise S. A relação entre criatividade e desenvolvi-
mento: uma visão sistêmica. pp. 210-230. In: DESSEN, Maria A. e COSTA JR, Áderson L. A Ciência do 
Desenvolvimento Humano: tendências atuais e perspectivas futuras. Porto Alegre: Artmed, 2008.
DELL’ISOLA, Alberto. Mentes Brilhantes. São Paulo: Universo dos Livros, 2012.
DI NIZO, Renata. Foco e Criatividade: fazer mais com menos. São Paulo: Summus, 2009.
FEIST, Jess; FEIST, Gregory e ROBERTS, Tommi-Ann. Teorias da Personalidade. 8. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2015.
FREITAS-MAGALHÃES, Prof. Dr. Psicologia da Criatividade: estudo sobre o desenvolvimento da 
expressão criadora da criança. 7. ed. Ramada, Portugal: ISCE, 2003.
LEAL, Raimundo S. e ROCHA, Nivea M. F. Estética, valores e cultura: ampliando a subjetividade na 
análise organizacional. V ENEO/ANPAD, Belo Horizonte, 2008, pp. 01-16. Disponível em: <www.
anpad.org.br/diversos/trabalhos/EnEO/eneo_2008/2008_ENEO547.pdf.> Acesso em: 16 mar. 2017.
LINKNER, Josh. Criativo e Produtivo: os 5 passos da inovação empresarial que geram resultados 
imediatos. Ribeirão Preto: Novo Conceito Editora, 2014.
LUBART, Todd. Psicologia da Criatividade. Porto Alegre: Artmed, 2007.
MUZZIO, Henrique. Indivíduo, liderança e cultura: evidências de uma gestão da criatividade. Revista 
RAC, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, art. 6, pp. 107-124, Jan./Fev. 2017. Disponível em: <http://dx.doi.
org/10.1590/1982-7849rac2017160039>. Acesso em: 16 mar. 2017.
PREDEBON, José. Criatividade: abrindo o lado inovador da mente. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

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