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Direito Internacional Privado

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O domínio do direito internacional privado. 
Como leciona Maria Helena Diniz “devido ao grande desenvolvimento 
dos meios de comunicação e de transporte, tornou-se comum o intercâmbio 
social, civil e mercantil entre pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas em 
Estados diferentes ou que tenham nacionalidades diversas. 
Consequentemente, intensifica-se a vida internacional, originando fatos 
interjurisdicionais, que se caracterizam por seu contato com mais de um meio 
social, ou melhor, com mais de uma ordenação jurídica”. 
O contato das relações sociais com normas jurídicas pertencentes a 
ordenamentos jurídicos distintos requer a existência de regras específicas que 
sejam capazes de definir qual a lei, originária de qual Estado, a incidir na 
relação jurídica conflituosa por conta da qual se requeira a manifestação 
jurisdicional. 
Por outro lado, frente à possibilidade da solicitação da manifestação 
jurisdicional, deve o Estado, num primeiro momento, fixar as causas em 
relação às quais a fará atuar, já que, embora em tese possa se arvorar no 
direito de solucionar todo e qualquer litígio que venha a surgir no mundo, por 
questão de efetividade e interesse, deve limitar esta sua atuação. 
Assim, as regras de direitos internacional privado, existentes no 
ordenamento de todo e qualquer Estado, a uma, diante do conflito espacial de 
normas, definirão qual a lei material (de qual ordenamento) irá incidir na 
apreciação do caso concreto; a duas, e sendo questão antecessora, em razão 
da conexão do caso concreto conflituoso com mais de um ordenamento, a 
fixação da atuação jurisdicional do Estado, ou seja, se poderá ou não o Estado 
apreciar e julgar o caso que lhe seja apresentado. 
Portanto, o direito internacional privado destina-se a solver questões de 
duas grandezas: os conflitos de leis no espaço (quando certa relação jurídica, 
em tese, possa estar conectada a regras jurídicas pertencentes a mais de um 
sistema jurídico – pertencentes a mais de um Estado) e previamente a esta, os 
conflitos de jurisdição (com vistas a se ter por definida a possibilidade de 
atuação jurisdicional do Estado em certo conflito que lhe seja submetido – tema 
de competência jurisdicional). 
O objeto do direito internacional privado 
Pelo quanto se viu, é possível afirmar que o direito internacional privado 
apresenta dois grandes objetos, quais sejam: a) a fixação da jurisdição estatal; 
b) a determinação da lei material aplicável a uma relação que apresente 
conexão de internacionalidade. 
Quanto ao primeiro objeto, ter-se-á definida a atuação da jurisdição 
estatal em relação ao caso conflituoso que lhe seja apresentado para solução. 
Quanto ao segundo objeto, fixada a jurisdição estatal, definir-se-á a 
norma material a ser aplicada ao caso concreto – se a norma do Estado 
incumbido da solução do litígio ou a de outro com o qual a relação se 
apresente conectada. 
A denominação 
A denominação “Direito Internacional Privado” atribuída a esta disciplina 
jurídica decorre de alguns fatores, todos efetivamente justificáveis do ponto de 
vista acadêmico, senão vejamos. 
A uma, Internacional o é em razão da conexão das relações sociais que 
a ele se subordinam. 
Nestes termos, as relações sociais atinentes a este ramo do direito, por 
conta de certos elementos denominados “elementos de conexão de 
internacionalidade”, ligam-se a normas jurídicas originárias de mais de um 
sistema jurídico (portanto pertencente a mais de um Estado; v.g. contrato 
firmado entre brasileiro domiciliado no Brasil e Alemão domiciliado na 
Alemanha). 
A duas, a denominação “privado” advém do fato de que referidas 
relações sociais, subordinadas a este ramo jurídico, dizem respeito a relações 
entre particulares, pessoas físicas ou jurídicas de direito privado (não entre 
Estado Soberanos), portanto, relações de natureza privada. 
Assim, podemos dizer, então, que a “internacionalidade” decorre da 
conexão das relações a regras originárias de mais de um Estado soberano, 
bem como a indicação de “privado” encontrar-se diretamente ligada aos 
sujeitos que se subordinam às normas desse ramos, tendo por ele suas 
relações reguladas. 
A natureza jurídica 
O Direito Internacional Privado é ramo do direito público interno. 
Assim o é em razão de que cada Estado é quem define, nos moldes de 
sua legislação interna, as regras que disciplinam efetivamente as relações 
jurídicas com conexão de internacionalidade. 
Em tal sentido, é esta a lição ministrada por Maria Helena Diniz (Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro - Interpretada), “... cada Estado tem 
liberdade para definir, conforme sua ordem jurídica, as normas que disciplinam 
as relações entre nacionais e estrangeiros, sem qualquer vinculação a uma 
ordem internacional. É de direito público porque, apesar de suas normas 
regularem relações de direito privado, elas são inderrogáveis pelas partes, no 
direito brasileiro”. 
Como se percebe, não obstante regulem as normas de direito 
internacional n privado relações que dizem respeito a particulares, portanto 
sujeitos de direito privado, é fato que referidas normas jurídicas não podem ser 
derrogadas pelas próprias partes, já que há, invariavelmente, um interesse 
direto do Estado no respeito a tais normas nos exatos moldes em que por ele 
(Estado) estabelecidas. 
Daí porque uma disciplina denominada de “internacional privado” 
efetivamente pertencer a um ramo de direito “público interno”. 
As normas de direito internacional privado no Brasil. 
Dentre as normas de direito internacional privado que integram o 
ordenamento jurídico brasileiro, cabe destaque às regras previstas no bojo do 
Decreto-Lei nº 4.657, vigente desde 17 de setembro de 1942. 
Referido diploma normativo, antigamente denominado por “Lei de 
Introdução ao Código Civil”, desde 31/12/2010 passou a denominar-se “Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro”. 
Mencionada alteração deu-se por conta da publicação da Lei nº 
12.376/2010 que expressamente modificou a ementa da lei de Introdução ao 
Código Civil (Decreto-Lei nº 4.657/42) que, portanto, passou a vigorar com a 
seguinte redação: “Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro”. 
Logo, desde dezembro de 2010 a denominação correta relativamente à 
antiga lei de introdução passou a ser a de Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro ou, na sua forma abreviada, LINDB. 
A Lei de Introdução, que é o Decreto-Lei nº 4.657, vigente desde 17 de 
setembro de 1942, nos artigos 7º a 17, como já destacado em aulas anteriores, 
disciplinava o direito internacional privado. 
Encontra-se, nas lições dos estudiosos da matéria, a menção de que a 
Lei de Introdução ao Código Civil, agora rebatizada como LINDB seria a fonte 
mais importante, no Brasil, do direito internacional privado, posição da qual 
comungamos. 
Em seu conteúdo, especificamente no que tange às regras de direito 
internacional privado, a LINDB, em seus artigos 7º e 11, dispõe sobre o direito 
material aplicável às relações referentes à pessoa e à família; em seus artigos 
8º e 9º, versa sobre o tema das regras materiais aplicáveis às relações que 
digam respeito aos bens e às obrigações; na sequencia, as normas materiais 
aplicáveis à sucessão por morte ou ausência se fazem apreciadas em seu 
artigo 10, restando tratadas questões de direito processual civil internacional a 
partir de seu artigo 12 até o 17. 
Neste tópico, relativamente às regras de direito processual civil 
internacional, no artigo 12 a LINDB dispõe sobre competência jurisdicional 
internacional; nos artigos 13 e 14, sobre as regras próprias tanto à prova dos 
fatos ocorridos em país estrangeiro quanto à prova do direito alienígena a ser 
utilizado; em seu artigo 15 regula a homologação de sentença estrangeira em 
nosso país, proibindo, no artigo 16, a ocorrência do denominado retorno; porfim, em seu artigo 17 aprecia os limites de aplicação de leis, atos e sentenças 
de outros países no Brasil. 
Portanto, na linha de coerência com o que colocam os estudiosos da 
disciplina acerca da importância da LINDB enquanto fonte da área em estudo, 
urge destacar que a mesma contém normas dispondo acerca de ambos os 
objetivos do direito internacional privado, ou seja, normas que fixam a 
competência de jurisdição (e temas processuais daí decorrentes) e a 
delimitação da lei material aplicável a certo caso concreto que tenha conexão 
de internacionalidade. 
As normas de direito internacional privado no Brasil 
Em continuação à aula anterior, tratamos, neste tópico do tema inerente 
às normas de direito internacional privado no Brasil. 
Como já destacado, o direito internacional privado objetiva, 
anteriormente à definição da lei material aplicável a uma relação que 
apresente conexão de internacionalidade, a fixação da jurisdição estatal. 
Assim, antes de termos de definir a lei material aplicável à 
relação que apresente conexão de internacionalidade, necessário saber-se 
se o Estado fixou a sua atuação jurisdicional para o caso concreto. 
Logo, ao falarmos das normas relativas 
ao direito internacional privado, não podemos afastar, na análise do rol das 
regras pertinentes à disciplina, aquelas que digam respeito 
à fixação jurisdicional, ou seja, as regras que delimitam a atuação 
jurisdicional do Estado. 
No Brasil, embora tentativas tenham sido lançadas no sentido de se 
estabelecer um Código de Direito Internacional Privado, é fato que o intento 
não logrou êxito, razão pela qual encontramos em normas esparsas 
regramento desta disciplina. 
Todavia, tendo-se em vista os objetivos básicos do 
direito internacional privado, podemos afirmar que ao depararmos com regras 
que visem, especificamente, 
quer a fixação da atuação jurisdicional do Estado, quer 
a definição da norma material aplicável a uma relação com conexão de i
nternacionalidade, estaremos diante de norma desta disciplina. 
Como já visto na aula anterior, a Lei de Introdução é considerada, em 
nosso País, a norma mais importante de direito internacional privado. Mas não 
é ela a única. 
1. Normas internacionais 
Ao lado da Lei de Introdução, encontramos Tratados Internacionais que 
apresentam aspectos que tocam esta disciplina. 
Assim, podemos encontrar em Tratados Internacionais normas 
que definam lei material ou, previamente a este 
aspecto, fixem a jurisdição Estatal brasileira. 
No Brasil, o Tratado Internacional mais importante relativo ao Direito 
Internacional Privado, assim reconhecido pelos estudiosos deste disciplina, é o 
denominado Código de Bustamante, ratificado pelo Brasil e promulgado pelo 
Decreto nº 18.871/29. Tal diploma normativo vigora entre os seguintes Estados 
soberanos: Brasil, Bolívia, Chile, Costa Rica, Cuba, Equador, Guatemala, Haiti, 
Honduras, Nicarágua, Panamá, Peru, República Dominicana, El Salvador e 
Venezuela. 
Como ensina Beat Walter Rechsteiner (Direito Internacional Privado – teoria 
e prática, Saraiva, 3ª edição, 1999), tal diploma normativo (oriundo de fonte do 
Direito Internacional Público), “... tem 437 artigos e trata de quase todas as 
questões de direito internacional privado e direito processual civil internacional”, 
pelo que há de ser reconhecida, por nós, como a mais ampla e abrangente 
fonte de direito internacional privado no Brasil. 
Quanto à fixação, em Tratados Internacionais, da atuação jurisdicional 
Estatal, podemos destacar o quanto previsto no artigo 651, da CLT. O 
parágrafo 3º de tal dispositivo legal, ao asseverar a atuação da jurisdição 
brasileira em matéria trabalhista (a dissídios que envolvam empregado 
brasileiro e empresa com sede ou filial no Brasil), destaca a possibilidade de tal 
atuação ser retirada por previsão em Tratado Internacional. 
2. Jurisprudência 
As decisões reiteradas dos Tribunais acerca de temas que digam respeito 
aos objetivos desta disciplina devem ser lembradas como fonte desta área do 
direito. 
Embora não sejam muitas as decisões com as quais nos deparamos e que 
digam respeito ao Direito Internacional Privado, é fato que a importância para a 
disciplina no pode ser abandonada. 
3. Os artigos 88 e 89 do CPC e o artigo 651 da CLT 
Referidos diplomas legais tocam a um dos objetivos desta área do direito, 
qual seja, a fixação da atuação jurisdicional estatal, daí a importância para 
a disciplina. 
O artigo 88 do CPC expressa as hipóteses em que, concorrentemente, a 
atuação da jurisdição brasileira poderá ocorrer, ao passo que o artigo 89 
expressamente determina a atuação da jurisdição Estatal com exclusividade. 
Já o artigo 651 da CLT, em seu parágrafo 3º, autoriza a atuação da 
jurisdição Estatal, em matéria de relação de trabalho, quando o dissídio 
ocorrido fora de nosso Estado envolver empregado brasileiro e empresa que 
aqui tenha filial ou sua sede. 
 Elementos de conexão – noção e delimitações iniciais: 
Como visto em aulas anteriores, o Direito Internacional privado 
apresenta dois objetivos: primeiro, a fixação da jurisdição (para definir, 
diante de um caso litigioso que lhe seja apresentado, se o Estado reservou-se 
a possibilidade, exclusiva ou concorrentemente, da atuação da jurisdição 
local); segundo, fixada a jurisdição local, busca a solução de 
conflitos de leis no espaço (delimitando qual a lei material e de qual Estado 
deverá ser aplicada na solução do conflito que lhe faz apresentado). 
De certo, na maior parte dos casos concretos apreciados pelo judiciário 
os elementos da relação, em sua totalidade, tocam a questão única e 
exclusivamente ao ordenamento jurídico local, daí não suscitar dúvida quanto à 
norma a ser aplicada à situação litigiosa – invariavelmente aplicando-se 
a lex fori, qual seja, a lei do foro perante o qual submetida a demanda. 
Toda relação conflituosa submetida ao Estado, para que por ele seja 
solucionada através da atuação de sua jurisdição, quando deixa suscitar a 
possibilidade de aplicação de normas materiais originárias de mais de um 
Estado, por conexão que o caso concreto (por elementos que o integram) 
apresenta a normas próprias de mais de um sistema jurídico pertencente a 
mais de um Estado soberano, exige a delimitação da norma material a 
ser utilizada na solução do litígio. 
Tal conexão a normas originárias de sistemas jurídicos distintos 
acontece por conta de elementos integrantes da relação tocarem normas 
originárias de mais de um Estado, submetendo a questão, assim, num primeiro 
momento, a estas variadas normas de variados sistemas. 
Em razão desta conexão levar à possibilidade de aplicação de normas 
diversas originários de Estados distintos, atribui-se a tais 
elementos, extraídos do caso concreto, a denominação 
de elementos de conexão de internacionalidade. 
Portanto, são os elementos de conexão de internacionalidade, 
contidos na relação conflituosa, os responsáveis pela ligação (tecnicamente 
denominada por conexão) da relação intersubjetiva com sistemas jurídicos 
distintos. 
Não sendo possível solucionar-se a pendenga por meio da aplicação 
concomitante de mais de um regramento, é certo que ao Estado cabível se 
apresenta a necessária opção acerca da norma material (e de qual Estado) 
deverá aplicar. 
Tal escolha, por sua vez, ocorre por meio da eleição, por parte do ente 
estatal, de um dos elementos integrantes da relação (passíveis de 
constatação), em razão de critérios por ele estabelecidos, devidamente 
determinados por conta da natureza da questão conflituosa. 
Os elementos de conexão: 
A doutrina identifica 
certos elementos de conexão de internacionalidade como sendo elementos 
comumente utilizados pelos variadosEstados soberanos, embora nem todos 
sejam consagrados pelo sistema normativo brasileiro. 
São eles: a) o domicílio; b) a residência; c) a nacionalidade; 
d) lei da situação da coisa (“lex rei sitae”); 
e) lei do local do cometimento do delito (“lex loci delicti commissi”); f) a 
 lei do local da execução do contrato; 
g) lei do foro (“lex fori”); h) autonomia da vontade. 
Elementos de conexão no direito brasileiro (dispositivos legais –
aplicação do direito estrangeiro no Brasil). 
Desde o início de nossos estudos acerca do direito internacional privado, 
insistentemente, temos afirmado em nossas aulas que, basicamente, atem-se 
esta disciplina à fixação da jurisdição estatal e à definição da lei material 
aplicável à relação que, por elementos de internacionalidade, conectam-se a 
normas jurídicas originárias de mais de um Estado. 
Em tal linha, identificamos a existência de dois campos distintos, mas 
que se complementam, de atuação do direito internacional privado, quais 
sejam, um campo processual (voltado à fixação da jurisdição), um campo 
material e àquele posterior (voltado à definição da lei material a ser aplicada ao 
caso concreto conectado a mais de um sistema jurídico). 
No que toca à verificação dos denominados elementos de conexão de 
internacionalidade consagrados pelo direito brasileiro, para identificá-los, 
necessário se faz observar as normas jurídicas contidas em nosso 
ordenamento jurídico para que delas possamos depreendê-los. 
Neste sentido e sendo certo que no Brasil não deparamos com um único 
diploma que nele contenha todas as normas jurídicas de direito internacional 
privado eleitas pelo sistema, a nosso ver, a melhor forma de identificação das 
regras desta disciplina se faz pela análise de seu conteúdo. 
Assim, sendo certo que esta disciplina apresenta dois grandes objetivos 
(um processual - voltado à fixação da jurisdição; outro material - voltado à 
definição da lei material a ser aplicada ao caso concreto conectado a mais de 
um sistema jurídico), ao depararmos com norma que apresente tais conteúdos, 
podemos afirmar estarmos diante de norma jurídica de direito internacional 
privado. 
No direito brasileiro, podemos afirmar que, basicamente, as normas de 
direito internacional privado encontram-se contidas no bojo da LINDB, a partir 
de seu artigo 7º. 
Mas não só. Outros diplomas legais também regulam o tema, 
apresentando normas de direito internacional privado, inclusive a jurisprudência 
fornecendo regramento à questão. 
Além da LINDB, no que tange a normas processuais (inerentes à fixação 
da jurisdição estatal), temos o Código de Processo Civil, em seus artigos 88 e 
89, como, também, a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, diploma que, 
em seu artigo 651, fixa a jurisdição brasileira para atuar nas relações 
conflituosos que apresentem as características ali indicadas. 
A jurisprudência trabalhista, relativamente à definição da lei material 
aplicável a relações de emprego que se conectem a sistemas jurídicos 
distintos, dá conta da aplicação da norma material vigente no local da 
prestação de serviço, conforme preceitua a Súmula de nº 207 do Colendo 
Tribunal Superior do Trabalho. 
Por fim, cabe lembrar que normas internacionais (tratados e 
convenções) também regulam a questão, servindo de exemplo, e como 
diploma internacional mais conhecido e abrangente sobre o tema, o 
denominado Código de Bustamante. 
 Preceitos básicos do direito internacional privado (Ordem pública; fra
ude à lei; reenvio) 
O contato das relações sociais com normas jurídicas pertencentes a 
ordenamentos jurídicos distintos requer a existência de regras específicas que 
sejam capazes de definir qual a lei, originária de qual Estado, a incidir na 
relação jurídica conflituosa por conta da qual se requeira a manifestação 
jurisdicional. 
Assim, as regras de direitos internacional privado, existentes no 
ordenamento de todo e qualquer Estado, em razão da conexão do caso 
concreto conflituoso com mais de um ordenamento jurídico, destinam-se a 
solver os conflitos de leis no espaço (quando certa relação jurídica, em tese, 
possa estar conectada a regras jurídicas pertencentes a mais de um sistema 
jurídico – pertencentes a mais de um Estado). 
Neste ponto, definir-se a norma material a ser aplicada ao caso concreto 
– se a norma material do foro incumbido da solução do litígio ou a de País com 
o qual a relação se apresente conectada – é questão que decorre de interesse 
direto do Estado. 
Portanto, podemos afirmar que as normas de direito internacional 
privado, quando determinam que a regra a ser aplicada seja esta ou aquela (a 
do Estado que aprecia a questão conflituoso com conexão de 
internacionalidade que lhe apresentam, ou a originária de outro Estado 
soberano) efetivamente desejam que assim o seja, o que significa dizer que 
são, efetivamente, regras de ordem pública. 
Desde o início de nossos estudos acerca do direito internacional privado, 
temos afirmado em nossas aulas que, basicamente, atem-se esta disciplina à 
fixação da jurisdição estatal e à definição da lei material aplicável à relação 
que, por elementos de internacionalidade, conectam-se a normas jurídicas 
originárias de mais de um Estado. 
Em tal linha, identificamos a existência de dois campos distintos, mas 
que se complementam, de atuação do direito internacional privado, quais 
sejam, um campo processual (voltado à fixação da jurisdição), um campo 
material e àquele posterior (voltado à definição da lei material a ser aplicada ao 
caso concreto conectado a mais de um sistema jurídico). 
Todavia, embora seja regra a aplicação das normas materiais 
estabelecidas pelo Estado aos problemas que lhe sejam apresentados para 
solução por meio de sua manifestação jurisdicional, é fato que, em certas 
situações - e todas por ele Estado previamente delimitadas, por exceção, 
normas materiais originárias de outros Estados podem incidir na solução dos 
conflitos. 
Tal fato ocorre toda vez em que, conectando-se a questão, por 
elementos dela integrantes (elementos de conexão de internacionalidade), a 
normas originárias de outros sistemas normativos, vem o Estado, por meio de 
normas de direito internacional privado, a optar pela aplicação de regra 
alienígena ao caso posto em juízo. 
Não obstante, acaso possa ficar caracterizado, pela eventual aplicação 
de norma material estrangeira ao caso concreto, lesão a preceitos básicos e 
elementares à validade e subsistência do sistema jurídico pátrio, não se poderá 
valer, na solução do caso concreto, embora assim determinado pelas regras de 
direito internacional privado, regra originária de outro sistema. 
Tal situação ocorrerá quando a aplicação da norma alienígena 
representar lesão à ordem pública, aos bons costumes e à soberania nacional, 
como preceitua o artigo 17 da Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro. 
No mesmo sentido, quando, com vistas a se evitar o respeito às regras 
de ordem pública fixadas pelo Estado, pretender o sujeito burla-las por meio de 
evasivas que possam vir a caracterizar verdadeira fraude à lei, a atitude será 
rechaçada, por lesiva a preceitos básicos do sistema jurídico pátrio. Serve 
como exemplo de tal situação a tentativa que se buscava levar a termo, antes 
do advento, em nosso País, da autorização legal para o divórcio. Nesta época, 
desejava-se, por meio de obtenção de divórcio no exterior, homologar ou 
mesmo produzir-se diretamente os efeitos de tal fato no ambiente interno do 
Estado brasileiro como meio de obter-se, por via transversa, resultado que o 
sistema jurídico vigente na época não autorizava. 
Quanto ao reenvio (devolução ou retorno, como sinônimos), preceitua a 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, em seu artigo 16, que 
havendo a necessidade de aplicação de leiestrangeira, ter-se-á que aplicar 
esta (a lei estrangeira) sem que se leve em consideração qualquer remissão 
que ela possa fazer acerca da aplicação de norma de outro Estado. 
Logo, tendo-se em vista que a aplicação de norma material estrangeira 
se faz possível por expressa menção de norma de direito internacional local, 
considerando-se o quanto contido no bojo do artigo 16 da Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro, percebemos que a remissão a lei estrangeira feita 
por nosso sistema diz respeito apenas às normas materiais alienígenas, não às 
normas instrumentais daquele sistema ao qual remetidos. 
Competência jurisdicional internacional. 
O Estado, no exercício de sua potestade e por meio de uma de suas 
funções, a jurisdicional, afastando a atuação dos particulares na realização da 
justiça mediante o uso da força, investe-se no dever de aplicação do direito ao 
caso concreto, ante os inevitáveis conflitos intersubjetivos que se lhe 
submetem, de sorte a obter a estabilidade das relações sociais. 
No desempenho desse poder-dever, a jurisdição é atribuída pelo Estado 
a órgãos a ele pertencentes, os quais, a par da competência que lhes é 
atribuída, se incumbem de fazer atuar o direito. 
Todavia, a atuação dos órgãos estatais na realização da justiça, por 
meio do exercício do poder que lhes é conferido e na exata medida em que o é 
recebido, embora, em tese, pudesse ser levada a termo indistintamente a 
qualquer conflito intersubjetivo que se lhes apresentasse, não se verifica dessa 
maneira. 
Assim o é seja em razão da multiplicidade de Estados soberanos 
(portanto equivalentes) que se fazem presentes no cenário internacional, fato 
este não ignorado pelo ente estatal, seja pela eventual impossibilidade de 
realização concreta da prestação jurisdicional, pois é inviável impor a execução 
do decidido além das fronteiras do Estado prolator. 
Se ao Estado no exercício e em razão de sua soberania, em tese, é 
possível a fixação de competência às autoridades locais para o conhecimento 
de todas e quaisquer lides ocorridas no universo, plausível, também, é o 
exercício de sua limitação, fazendo atuar a jurisdição, como destaca Marcelo 
de Nardi, ao âmbito de dominação política do ente que a patrocina. 
Impõe-se, portanto, a delimitação da esfera de atuação jurisdicional 
internacional do Estado, o que se faz realizar por meio de normas próprias do 
ordenamento jurídico estatal. 
Dessa forma, segundo Maria Helena Diniz, o Estado, ao fixar a sua 
competência internacional, estará determinando o poder de seu tribunal para 
“conhecer o litígio que se lhe submete e para prolatar sentença em condições 
de receber o exequatur em outro país”. 
Portanto, as ordens jurídicas estatais devem consagrar normas que 
delimitem a competência internacional de seus tribunais locais para a 
apreciação e solução de litígios que possam, também, se conectar a jurisdições 
estrangeiras. 
Importante, pois, fixarmos as hipóteses de competência jurisdicional 
internacional consagradas pelo ordenamento jurídico de nosso Estado. 
As normas de competência jurisdicional internacional no direito 
brasileiro. 
O Código de Processo Civil, ao versar no caput de seu artigo 89 acerca 
das hipóteses de atuação da jurisdição brasileira em exclusão à de qualquer 
outro ente Estatal e, concomitantemente, fazendo-se silente sobre tal ponto em 
seu artigo 88, fez suscitar a questão atinente às competências exclusiva e 
concorrente, das quais, a seguir, nos ocuparemos.

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