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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA CARLA LEITE EDINEIA CARVALHO ELIANE SOUZA GIBSON SANTANA INGRED HELGA BENEVIDES KAROLINE BARBOSA LUÍS FERNANDO ANDRADE NEUZA SANTOS OTON PEREIRA SERGIO LUIZ MENDONÇA VIRGINIA MARIA RIBEIRO ESTUDO DE CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA DEFESA SALVADOR 2017 CARLA LEITE EDINEIA CARVALHO ELIANE SOUZA GIBSON SANTANA INGRED HELGA BENEVIDES KAROLINE BARBOSA LUÍS FERNANDO ANDRADE NEUZA SANTOS OTON PEREIRA SERGIO LUIZ MENDONÇA VIRGINIA MARIA RIBEIRO ESTUDO DE CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA DEFESA Trabalho de Direito apresentado à Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO, como requisito parcial para a obtenção de média semestral na disciplina IED- Introdução ao Estudo do Direito,Orientador: Profº. Mauricio Souza Samapaio SALVADOR 2017 CARLA LEITE¹ EDINEIA CARVALHO ELIANE SOUZA GIBSON SANTANA INGRED HELGA BENEVIDES KAROLINE BARBOSA LUÍS FERNANDO ANDRADE NEUZA SANTOS OTON PEREIRA SERGIO LUIZ MENDONÇA VIRGINIA MARIA RIBEIRO Resumo: O famoso caso dos Exploradores de Caverna abordado para estimular o interesse dos discentes para com o júri, trás a história de 5 (cinco) Espeléologos que decidiram explorar uma caverna, ocorre que já estando lá dentro ocorre um desmoronamento e os deixam presos por vários dias até que a equipe de socorro conseguisse resgatá-los, não tiveram alternativas para sua sobrevivência se não matar e comer a carne de um de seus companheiros. Sumário: Introdução, Princípios da Defesa, A condenação, Argumentos de Defesa, Temor psicológico antes ao sacrifício, Estado de necessidade, direito natural, Silêncio das Autoridades, Citações Júlio Fabrinni Mirabete, Emocional,Conclusão, Referências. Palavra-chave: Defesa, Caso dos Exploradores de Caverna, Exclusão de Ilicitude, Estado de Necessidade. 4 1. Introdução Temos que ter em mente que esta defesa não omite o fato de que infelizmente houve neste caso, uma vítima fatal, o espeleólogo Roger Whetmore, e sim o fato que são quatro supostos assassinos, por que de concreto apenas a vítima. Não temos nenhum assassino até que se prove. 1.2 Princípios da Defesa Estamos aqui defendendo o fato da condenação ou absolvição dos acusados, não podemos nos atentar ou ainda nos prender a quem foi morto, pois isto é um fato ou ainda quem são os culpados pela morte de Roger, afinal a situação as quais as coisas aconteceram, os fatos que são as variáveis neste caso. Temos como objetivo de defesa como já previamente dito, não há omissão do ocorrido, mas, sim o esclarecimento dos meios pelos quais as coisas se deram. Para que este júri possa visualizar de forma clara e objetiva os fatos, e chagarem assim a um veredicto justo e de forma sublime usando de equidade devido as circunstancias. 1.3 Condenação O código penal no Art 1º nos diz que: "Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem previa cominação legal". Sendo assim dados os fatos tais homens não devem ser julgados pelo Direito Positivo e mais sim pelo Direito Natural indicando assim uma falta de lei mostrando desta forma que não houve crime segundo o Art 1º do Código penal. Entretanto Senhores estes homens já possuem como condenação sua própria consciência já que o próprio fato impôs uma pena a cada um deles. Pena esta psicológica, pois, a partir deste dia suas famílias, conceitos e tudo em suas vidas estão abalados, já que foram forçados pelas circunstâncias a cometerem o fato em questão. 2. Argumento da Defesa Estamos aqui eu e meus nobres colegas, para mostrar a todos a imensa, a grande injustiça, que a promotoria e os advogados de acusação, estão tentando fazer com esses quatro supostos assassinos, digo supostos, porque de real, só a vitima. 5 Os senhores estão acusando esses quatro jovens de assassinato, porém, senhores quero-vos dizer que como nobres membros do Ministério Público, como notáveis conhecedores das leis, tem consciência sim, que esses quatro acusados são inocentes sim. Pois a mesma lei que impõe regras, também permite exceções, e para este caso a exceção chama-se estado de necessidade. Provas documentais: Exibição de (Fotos), que mostram o estado em que se encontravam os acusados ao saírem da Caverna, e após meses de internação em um hospital para sua reabilitação. Um lugar sombrio e sem saneamento Aranhas Sem Expectativa de vida Após meses de Internação 6 Quero pedir atenção a todos aqui presentes, em especial aos membros do conselho de sentença, para analisarmos juntos o que diz a lei a respeito deste caso, e assim aplicarmos com equidade no fim deste processo. 2.1. Terror Psicológico antes ao Sacrifício No caso em epigrafe, após a apresentação da ideia de sacrifício de um deles em favor dos demais, criou-se um ambiente de forte pressão ao psicológico, uma preocupação tal qual, de que forma seria feita a escolha, e gerando uma única certeza, que alguém morreria. É praticamente impossível para qualquer ser humano manter o seu controle emocional diante do iminente risco de morte, complementado ainda pelo medo de ser sacrificado enquanto dorme ou apunhalado pelas costas, gerando contenda e desconfiança entre eles. Senhores gostaria de saber qual o ser humano com seu estado psicológico abalado teria condições de planejar a morte do companheiro a não ser para a sua sobrevivência. 2.2. Estado de Necessidade O Código Penal descreve em EXCLUSÃO DE ILICITUDE: Art. 23 “Não há crime quando o agente pratica o fato: Em estado de necessidade; Legitima defesa, em estrito cumprimento de dever regular ou no exercício regular de direito.” No artigo seguinte, ESTADO DE NECESSIDADE: Art. 24, explica o que é e quem se enquadra no estado de necessidade. “Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstancias, não era razoável exigir-se.” Esta é a situação vivida pelos cinco exploradores, quando virão cada dia aumentar a possibilidade de morrer por inanição, como a improvável abertura da caverna, problemas provenientes ocorridos por uma fatalidade provocada por forças da natureza. 7 2.2.1 Estado de necessidade e Direito Natural O que estamos dizendo? Estamos colocando o fato de que naquele momento, eles se encontravam numa situação que não poderiam sobreviver sem alimentos por determinado tempo (10 dias), e que não havia nenhuma fonte de vida e alimento na caverna, senão a deles próprio, ou seja, se não agissem em defesa própria, se não fizesse algo, morreriam, O que quero dizer com isso? Quero dizer que, o estado de necessidade levou os a praticar tal ato. Nenhum dos exploradores tinha a intenção de matar, mas na verdade, se não fizessem, morreriam de inanição. “O sacrifício de um ou a morte de todos.” Pergunto eu: Deveriam esses homens, serem colocados a julgo como assassinos sanguinários (como colocado pela acusação)? Fariam estes homens tal coisa se não estivessem presos, no escuro (durante 23 dias), sem comida, com frio, com o nível de oxigênio baixo e com a concreta e constante ameaça de morte porinanição? Seriam estes homens diante da sociedade assassinos que colocariam em risco a vida de outras pessoas? Já não seria suficiente as lembranças do feito em suas mente pelo resto da vida como pena? Seria justo, após a perda da vida de 10 homens da equipe de resgate, (do ponto de vista humano), jogar-se fora como objeto mais quatro vidas? Deve-se lembrar de que quando foram jogados os dados, Roger Wetmore , não fez nenhuma objeção , não questionou o resultado , fazendo-o voltar ao próprio acordo proposto , ( como diz o famoso ditado , " QUEM CALA , CONSENTE " ) , o que mesmo do ponto de vista jurídico , inocenta os réus , se formos colocar o ponto de vista do Direito Natural do homem , nem precisaríamos discutir , pois ficaria clara a absolvição dos réus diante do Jusnaturalismo. 2.2.2. Silêncio das Autoridades O pacto ou contrato não foi proposto pelo mais forte e nem pelo mais velho, a ideia de sacrificar um dos presentes foi dada pela própria vítima e até então aceito por todos inclusive. Espeleólogos aqui julgados, as evidências são mais que claras e comprovam que estes sacrificaram a vida do companheiro com uma única intensão: SOBREVIVER, fato que manteria a igualdade de chances para todos. Não cabe a 8 sociedade externa nem mesmo ao júri aqui presente esperar uma atitude diferente, pois em um momento antes de tomarem a decisão de sacrificá-lo, foi questionado se seria aconselhável que tirassem a sorte para determinar qual dentre eles deveria ser sacrificado, NENHUM médico, juiz, autoridade governamental, integrantes da missão de salvamento ou sacerdote ali presentes se atreveu a responder, "TODOS" se omitiram. Portanto está invocada aqui a excludente de culpabilidade, devido a erro de proibição, dado pelo silêncio, os exploradores viram-se descobertos da proteção do Estado; logo, provavelmente, deveriam estar descobertos de suas regras também. Com qual legitimidade os acusam? O Estado teve a oportunidade de prevenir tal conduta tida como odiosa, e essa foi sem dúvidas a última opção que eles tiveram, pois tudo foi feito a fim de se aguardar o resgate, mas o mesmo Estado que agora os condena foi aquele que se omitiu mesmo sabendo o terror e a necessidade extrema pela qual passavam os réus, não deixando outra escolha a não ser a drástica que tomaram. 2.2.3 Citações Júlio Fabrinni Mirabete Mirabete enumera os requisitos para a contemplação do Estado de Necessidade, aos quais relacionaremos com os fatos acontecidos e descritos nos autos: I-AMEAÇA DE DIREITO PRÓPRIO OU ALHEIO - Os réus viam seu direito à vida ameaçado pela fome; II- EXISTÊNCIA DE UM PERIGO ATUAL E INEVITÁVEL - Os réus já estavam 23 dias sem comer e não havia perspectiva concreta de abertura da caverna em menos de 10 dias; III- A INEXGIBILIDADE DE SACRÍFICIO DO BEM AMEAÇADO - Exigir dos réus que morressem de fome é um despropósito; IV- UMA SITUAÇÃO NÃO PROVOCADA VOLUNTARIAMENTE PELO AGENTE - Não foram os réus que causaram o bloqueio da entrada caverna. Comprovadamente foi um caso fortuito; V- A INEXISTÊNCIA DE DEVER LEGAL PARA ENFRENTAR O PERIGO - Os réus eram espeleólogos amadores, sem qualquer função legal; VI- O CONHECIMENTO DA SITUAÇÃO DE FATO JUSTIFICANTE - Os réus tiveram a informação do engenheiro chefe que dificilmente a entrada da caverna seria liberada antes de 10 dias. 9 2.2.4. Emocional Analisem Senhores a situação de uma mãe, uma futura mãe que ao receber a notícia, que sua gravidez é de risco e que deve interrompê-la para sua sobrevivência, estão ali na balança o destino de duas vidas, e que deve ser decidida por ela, e mesmo essa mãe se decidir por sua e tirar a vida do seu próprio filho, a lei não a condenará. Esses quatro agiram da mesma forma Senhores, imaginem vocês o quanto essa mãe já esteja sofrendo, só pelo fato de ter que decidir entre sua vida e a do ser que estava gerando com tanto amor e carinho. Tenho certeza que não a pena maior que possa ser imposta a ela do que aquela que já está sofrendo e deixará marcas pelo resto de sua vida. Assim volto, ao caso desses quatro rapazes que ao serem resgatados, foram levados para um hospital, por desnutrição e problemas psicológicos, problemas provenientes pela situação que não tiveram em nenhum momento a intenção de causar. 2.2.5. Estado Psicológico posterior Sacrifício Peço permissão a Vossa Excelência para iniciar a minha defesa afirmando que os quatro homens, que se encontram nesse tribunal como réus são inocentes, e digo mais, já foram julgados e condenados da pior forma possível, pela consciência de cada um deles. Esse é o julgamento que não tem defesa que consiga retirar. Os meus clientes após a saída da caverna tiveram uma mistura de emoções, com isso, emocional ficou abalado, afetando a todos e consequentemente os seus familiares, pois todos têm esposa, filhos e mãe que estão sofrendo juntos com eles. Os meus clientes que hoje se encontram ali sentados aguardando o final desse julgamento passaram por uma avaliação e foi apresentada mudança constante de comportamento, passando hoje por um tratamento profundo com psicólogos juntamente com psiquiatras, estão d ‘estruturados. Os estados emocionais que esses homens se encontram chamam de Sentimento Especifico decorrente das experiências emocionais em andamento, vividas recentemente e mantendo eles presos agrava a situação. Que seja feito o julgamento justo e levando em consideração que os quatros precisam de uma atenção maior, estamos falando também de quatros famílias, que podemos perder. 10 3. Extinção de Punibilidade, Art. 107, inc. IX - Pelo Perdão Judicial, nos casos previstos em Lei. Inciso IX- O Perdão Judicial- É possível o delinquente ser perdoado do crime que cometeu quando, em determinadas hipóteses previstas em lei, o resultado de sua conduta lhe atingir de forma tão severa que a imposição da pena se mostra desnecessária e ,até mesmo, demasiada. O Perdão Judicial consiste no perdão concedido pelo Estado ao réu, deixando o juiz de aplicar a pena, embora, este reconheça a prática da infração penal. Pedido de Absolvição Então, membros do conselho, fica provado aqui que nossos clientes são inocentes e que julgar no é tão fácil assim, primeiro precisa-se saber, conhecer todos os fatos, para assim poder julgar e decidir com justiça e sabedoria. Em razão disto queremos, que sejam concedidos a cada réu competente ALVARÁ DE SOLTURA 11 Referências O Caso dos Exploradores de Cavernas - Série Clássicos- 2013Lon L. Fuller (Autor) http://penalemresumo.blogspot.com.br/2010/06/art-24-estado-de-necessidade.html https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Caso_dos_Exploradores_de_Caverna https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627547/artigo-107-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de- dezembro-de-1940 12 RELATÓRIO PARTE I RESUMO INTRODUÇÃO – EDNEIA CARVALHO PRINCIPIOS DA DEFESA- EDNEIA CARVALHO A CONDENAÇÃO - NEUZA SANTOS PARTE II FUNDAMENTOS ARGUMENTO DA DEFESA - INGRED BENEVIDES TERROR PISICOLÓGICO ANTES AO SACRIFÍCIO- LUIZ FERNANDO ESTADO DE NECESSIDADE- KAROLINE BARBOSA DIREITO NATURAL - SERGIO LUIZ DO SILÊNCIO DAS AUTORIDADES - VIRGINIA RIBEIRO CITAÇÕES JÚLIO FABRINNI MIRABETE - GIBSON SANTANA O EMOCIONAL CARLA LEITE PARTE III ESTADO PSICOLÓGICO POSTERIOR AO SACRIFÍCIO- ELIANE SOUZA EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADEE O PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO- OTON PEREIRA
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