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19 juízo 1

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Alteração dojuízo 
O AJUIZAR, isto é, 
produzir juízos, 
é uma atividade humana por excelência!!!
AJUIZAR QUER DIZER JULGAR. 
Todo juízo implica, certamente, um julgamento, que, por um lado, é subjetivo, individual e, por outro, social, produzido historicamente, em consonância com os determinantes socioculturais.
DISTINÇÃO FUNDAMENTAL: ERRO SIMPLES X DELÍRIO
O erro se origina da ignorância, do julgar apressado e com base em premissas falsas;
Tais como:
1- Tomam-se coisas parecidas ou semelhantes por iguais ou idênticas, isto é, confusão de coisas semelhantes. tomar-se uma pessoa simpática, bem-apresentada, como boa, honesta, confiável
DISTINÇÃO FUNDAMENTAL: ERRO SIMPLES X DELÍRIO
2- Atribui-se, a coincidências ocasionais, a força de relações consistentes de causa-efeito: “Sempre que me cair um dente alguém conhecido irá morrer”. 
3. Aceitar ingenuamente as impressões de nossos sentidos como verdades indiscutíveis (erros por enganos dos sentidos):
Os erros são passíveis de serem corrigidos pela experiência, pelas provas e pelos dados que a realidade oferece. Uma boa parte dos erros de ajuizamento, de apreciação, é determinada por situações afetivas intensas ou dolorosas, que impedem que o indivíduo analise a experiência de forma objetiva e lógica.
Os ERROS são psicologicamente compreensíveis, pois admite-se que possam surgir e persistir em virtude de ignorância, fanatismo religioso ou político, enquanto o DELÍRIO tem como característica principal a incompreensibilidade. Nessa concepção, não se pode compreender psicologicamente o delírio. (Jaspers ,1979)
crenças culturalmente sancionadas
São descritas como partilhadas por um grupo cultural (religioso,
político, étnico, grupo de jovens, grupo místico ou outro agrupamento social);
As crenças culturalmente sancionadas não devem ser confundidas com os sintomas psicopatológicos descritos a seguir!
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS
DO JUÍZO
Ideias prevalentes ou sobrevaloradas (ideias errôneas por superestimação afetiva)
São ideias que, por conta da importância afetiva que têm para o indivíduo, adquirem predominância enorme sobre os demais pensamentos, conservando-se obstinadamente em sua mente: 
Ex.: “Não consigo pensar em outra coisa”.
Algumas características:
A idéia é sustentada com forte convicção (mas menos que em um delírio).
A idéia prevalente ou sobrevalorizada é egossintônica (comparável a muitas idéias obsessivas).
 É associada a um alto grau de emoção ou afeto (ansiedade ou raiva, quando há a ameaça de perda de uma pessoa ou do objetivo expresso na idéia).
Geralmente se desenvolve em personalidade alterada.
Em geral, é compreensível a partir das experiências passadas do indivíduo e de sua personalidade.
Causa sofrimento ou disfunção no sujeito ou naqueles que com ele convivem.
Geralmente induz o indivíduo a agir.
Pode, eventualmente, progredir para delírio verdadeiro.
O paciente não busca ajuda por conta dessas ideias.
Assemelha-se a convicções religiosas ou políticas apaixonadas.
Transtornos mentais nos quais ocorrem idéias prevalentes ou sobrevaloradas (Veale, 2002) 
O DELÍRIO
As ideias delirantes, ou delírio, são juízos patologicamente falsos.
Dessa forma, o delírio é um erro do ajuizar que tem origem na doença mental.
É motivado por fatores patológicos.
“Tenho certeza de que meus pais (ou os vizinhos) querem me envenenar”; 
“As pessoas que trabalham em minha empresa fizeram um plano para acabar comigo, primeiro me desmoralizando, para depois me prender e torturar”; 
 “Eu sou a nova divindade que tem poderes para acabar com o sofrimento no mundo na hora que quiser”;
“Implantaram um chip em meu cérebro que comanda meus pensamentos”. 
Mas cabe assinalar que não é tanto a falsidade do conteúdo que faz uma crença ser um delírio (embora quase sempre a crença delirante seja falsa), mas sobretudo a justificativa para a crença que o delirante apresenta, o tipo de evidência que lhe assegura que as coisas são assim.
Jaspers (1979) descreveu três características ou indícios externos que, do ponto de vista prático, são muito importantes para a identificação clínica do delírio:
1- O doente apresenta uma convicção extraordinária, uma certeza subjetiva praticamente absoluta. A sua crença é total; a seu ver, não se pode colocar em dúvida a veracidade de seu delírio.
2- É impossível a modificação do delírio pela experiência objetiva, por provas explícitas da realidade, por argumentos lógicos, plausíveis e aparentemente convincentes.
3- Assim, diz-se que o delírio é irremovível, mesmo pela prova de realidade mais cabal, ele não é passível de ser influenciado externamente por pessoas que queiram demover o delirante de suas crenças.
Dimensões do delírio: servem como indicadores
de sua gravidade.
Grau de convicção. Este grau determina até que ponto o paciente está convencido da realidade de suas ideias delirantes. 
Extensão. Trata-se da extensão com que as ideias delirantes envolvem diferentes áreas da vida do paciente. 
Bizarrice ou implausibilidade. Trata-se do grau em que as crenças
delirantes se distanciam.
4. Desorganização. Aqui se verifica até que ponto as ideias delirantes são consistentes internamente, têm lógica própria e em que grau são sistematizadas, com ordem interna.
Delírio primário ou ideias delirantes verdadeiras
Segundo Jaspers (1979), o verdadeiro delírio é um fenômeno primário. O que isso significa? Sendo um fenômeno primário, é psicologicamente incompreensível, não tem raízes na experiência psíquica do homem normal; por isso, é impenetrável O verdadeiro delírio expressa uma quebra radical na biografia do sujeito, a transformação qualitativa de toda sua existência, sua pessoa se modifica, sua personalidade sofre verdadeira transmutação
Delírio secundário ou ideias
deliróides e os delírios compartilhados
Se originar de alteração primária do pensamento, do ajuizar, mas de alterações profundas em outras áreas da atividade mental (afetividade, consciência, etc.), que indiretamente fazem com que se produzam juízos falsos. É fruto de condições psicologicamente rastreáveis e compreensíveis (Leme Lopes, 1982).
Ex.: 
DELÍRIO DE RUÍNA ou culpa do indivíduo com depressão grave é compreensível e derivável psicologicamente de estado de humor alterado (catatimia) de forma profunda;
DELÍRIO DE GRANDEZA;
DELÍRIOS PARANÓIDES do indivíduo com personalidade paranóide, com graves sentimentos de inferioridade e com forte tendência a sentir-se preterido, ofendido ou discriminado.
Os delírios podem ocorrer eventualmente em mais de uma pessoa. São os chamados delírios compartilhados da loucura a dois;
Com a convivência e a interação pessoal, o acompanhante também passa a delirar (apresentando o mesmo delírio que o verdadeiro delirante ou a ideação tematicamente relacionada). Nesse caso, trata-se, para o sujeito sugestionável. 
Estrutura dos delírios
Classificação 
Simples(monotemáticos)
Composta(pluritemáticos)
São ideias que se desenvolvem em torno de um só conteúdo, de um tema único, geralmente de um único tipo (apenas um tema religioso, persecutório, etc.)
São aqueles que englobam vários temas ao mesmo tempo, com múltiplas facetas, envolvendo conteúdos de perseguição, místico- religiosos, de ciúme, de reivindicação,Etc
Classificação 
Delírios não-sistematizados
Delírios sistematizados
Os conteúdos e os detalhes dos delírios não sistematizados variam de momento para momento e costumam ser encontrados em indivíduos
com baixo nível intelectual, deficientes mentais ou em pacientes com quadros demenciais.
São os delírios bem-organizados, com histórias ricas, consistentes e bem concatenadas, que mantêm, ao longo do tempo, os mesmos conteúdos, com riquezas de detalhes.
Ocorrem mais em indivíduos intelectualmente desenvolvidos e nos chamados transtornos delirantes
Os tipos de delírio segundo
seus conteúdos
1-Delírios de perseguição
O indivíduo acredita que é vítima de um complô e está sendo perseguido por pessoas conhecidas ou desconhecidas;
Ele pensa que querem envenená-lo, prendê-lo,matá-lo, prejudicá-lo no trabalho ou na escola, desmoralizá-lo, expô-lo ao ridículo ou mesmo enlouquece- lo... 
a perseguição é o tema mais freqüente dos delírios.
DELÍRIO DE REFERÊNCIA
Diz ser alvo frequente ou constante de referências depreciativas, caluniosas.
Ex.: Ao passar diante de um bar e observar as pessoas conversando e rindo, entende que estão falando dele, rindo dele, dizendo que ele é ladrão, tudo, enfim, se refere a ele. 
Às vezes, ouve o seu nome e que o xingam (mecanismo alucinatório associado ao delírio de referência)
DELÍRIO DE RELAÇÃO
O indivíduo delirante constrói conexões significativas (delirantes) entre os fatos normalmente percebidos. Essas conexões novas surgem geralmente sem motivação compreensível.
Ex.: o paciente agora sabe que tudo faz sentido, os fatos se relacionam (as chuvas do verão passado, o inverno atual mais frio, etc.), indicando “que realmente a guerra dos seres alienígenas irá começar”.
DELÍRIO DE INFLUÊNCIA OU CONTROLE
O indivíduo vivencia intensamente o fato de estar sendo controlado, comandado ou influenciado por força, pessoa ou entidade externa.
Ex.: Um ser extraterrestre, um demônio ou entidade paranormal controla seus sentimentos, suas funções corporais. O doente afirma ter perdido a capacidade de resistir a essa força externa e passa a submeter- se inteiramente a ela
DELÍRIO DE GRANDEZA (DE ENORMIDADE)
O indivíduo acredita ser extremamente especial, dotado de capacidades e poderes. Acredita ter um destino espetacular, assim como sua origem e seus antecedentes indicam que ele é um ser superior. Assim, o delírio é dominado por ideias de poder e riqueza. O sujeito pensa que pode tudo, que tem poderes mentais, místicos ou religiosos, além de conhecimentos superiores ou especiais.
Frequente na mania. 
DELÍRIO MÍSTICO OU RELIGIOSO
O paciente sente que tem poderes místicos, que entrou em contato com Nossa Senhora, com o Espírito Santo ou com o demônio, que tem missão mística ou religiosa importante neste mundo, que é portador de uma mensagem religiosa fundamental.
Aspecto grandioso, enfatizando a própria importância do sujeito que delira;
Podem ocorrer em quase todas as formas de psicose, predominando, porém, na mania delirante e na esquizofrenia. 
O delírio religioso não é causado por crenças religiosas excessivas nem por interpretação de atos supostamente pecaminosos
DELÍRIO DE CIÚMES E
DELÍRIO DE INFIDELIDADE
O indivíduo percebe-se traído pelo cônjuge de forma vil e cruel; afirma que ela(e) tem centenas de amantes, que o(a) trai com parentes, etc.
O delírio de ciúmes e infidelidade pode ocorrer em todas as psicoses,
 mas é mais característico no alcoolismo crônico.
DELÍRIO ERÓTICO (EROTOMANIA)
O indivíduo afirma que uma pessoa, geralmente de destaque social (um artista ou cantor famoso, um milionário, etc.) ou de grande importância para o paciente, está totalmente apaixonada por ele e irá abandonar tudo para que possam se casar.
Delírios de conteúdo depressivo
Os delírios de conteúdo depressivo são aqueles que têm temática de colorido marcadamente triste, como ruína ou miséria, culpa ou autoacusação, doenças e mesmo o desaparecimento de partes do corpo (negação de órgãos).
DELÍRIO DE RUÍNA (OU NIILISTA)
O indivíduo vive em um mundo repleto de desgraças, está condenado à miséria, ele e sua família irão passar fome, o futuro lhe reserva apenas sofrimentos e fracassos.
Em alguns casos, o paciente acredita estar morto ou que o mundo inteiro está destruído e todos estão mortos.
DELÍRIO DE CULPA E DE AUTO-ACUSAÇÃO
Aqui o indivíduo afirma, sem base real para isso, ser culpado por tudo de ruim que acontece no mundo e na vida das pessoas que o cercam, ter cometido um grave crime, ser uma pessoa indigna, pecaminosa, suja, irresponsável, que deve ser punida por seus pecados. O delírio de culpa ou autoacusação é bastante característico das formas graves de depressão.
DELÍRIO DE NEGAÇÃO DE ÓRGÃOS
O indivíduo experimenta profundas alterações corporais. 
Relata que seu corpo está destruído ou morto, que não tem mais um ou vários órgãos, como o coração, o fígado ou o cérebro, suas veias “estão secas”, não tem mais nem uma gota de sangue, seu corpo secou ou apodreceu, seus braços e pernas estão se “esfarelando”.
DELÍRIO HIPOCONDRÍACO
O indivíduo crê com convicção extrema que tem uma doença grave, incurável, que está contaminado pelo vírus da AIDS, que irá morrer brevemente em decorrência do câncer.
Exames e imagens dao negativo mas o paciente não acredita. 
O delírio hipocondríaco ocorre em pacientes com depressões graves,
em casos de transtorno delirante (paranóia) e também na esquizofrenia.
DELÍRIO DE REIVINDICAÇÃO
(OU QUERELÂNCIA)
O indivíduo, de forma completamente desproporcional em relação à
realidade, afirma ser vítima de terríveis injustiças e discriminações e, em consequência disso, envolve-se em intermináveis disputas legais, querelas familiares, processos trabalhistas, etc;
O indivíduo considera-se o representante dos injustiçados, dos perseguidos, e engaja-se tenazmente contra as injustiças, das quais julga ser a principal vítima.
DELÍRIO DE INVENÇÃO OU DESCOBERTA
o indivíduo, mesmo completamente leigo na ciência ou na área tecnológica em questão, revela ter descoberto a cura de uma doença grave (da AIDS, do câncer, etc.), ou ter desenvolvido um aparelho moderno fantástico; enfim, descobertas ou invenções que irão mudar o mundo.
DELÍRIO DE REFORMA (OU SALVACIONISMO)
indivíduos que se sentem destinados a salvar, reformar, revolucionar ou redimir o mundo ou a sua sociedade. Tal plano revolucionário ou salvacionista está muitas vezes fundamentado em dogma ou sistema religioso ou político, desenvolvido pelo próprio delírio. Esses delirantes têm convicção plena de que seu sistema religioso ou político é absolutamente o único capaz de salvar de fato a humanidade.
DELÍRIO CENESTOPÁTICO
O indivíduo afirma que existem animais (cobra, rato, etc.) ou objetos dentro de seu corpo. Esse tipo de delírio baseia-se na interpretação delirante de sensações corporais vivenciadas pelo paciente, mas sem a temática de doença.
DELÍRIO DE INFESTAÇÃO
(SÍNDROME DE EKBOM)
O indivíduo acredita que seu corpo (principalmente sua pele e/ou seus cabelos) está infestado por pequenos organismos.
Relata, no mais das vezes, que há “bichinhos sob a pele”, insetos nos cabelos, vermezinhos, aranhas, etc. Acompanhando o delírio, podem ocorrer alucinações táteis (correspondentes aos “pequenos insetos”).
DELÍRIO FANTÁSTICO OU MITOMANÍACO
O indivíduo descreve histórias fantásticas com convicção plena, sem qualquer crítica.
Mesmo sendo o delírio um dos fenômenos mais centrais da psicopatologia, não há uma única teoria que explique satisfatoriamente sua etiologia.p.224

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