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ARTIGO 2

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NUTRIR GERAIS – Revista Digital de Nutrição, Ipatinga, v. 3, n. 5, p. 477-488, ago./dez. 2009. 
 
 
PREVALÊNCIA DE DESNUTRIÇÃO EM PACIENTES INTERNADOS EM UM 
HOSPITAL GERAL 
 
 
MALNUTRITION PREVALENCE OF PATIENTS IN INTERNADOS GENERAL 
HOSPITAL 
 
 
 
KAROLINE DE SOUZA REIS 
Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG 
E-mail: karolinereis@hotmail.com 
 
HÉRIKA DA SILVA SANTANA 
Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG 
E-mail: kika.santana@hotmail.com 
 
FERNANDA BÁRBARA SOARES 
Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG 
E-mail: fernandabarbara10@yahoo.com.br 
 
ROBERTA SILVA MEDEIROS 
Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG 
E-mail: robertasmedeiros@yahoo.com.br 
 
HIARA MIGUEL STANCIOLA SERRANO 
Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG 
E-mail: hiaranut@yahoo.com.br 
 
SANALE ARÊDES MOREIRA 
Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG 
E-mail: sanalearedes@yahoo.com.br 
 
 
RESUMO 
A desnutrição em pacientes hospitalizados pode ser devido à enfermidade ou ao tratamento 
efetuado, estando associada a maior tempo de internação, sendo a intervenção nutricional um 
fator favorável para a recuperação do quadro. O estudo teve como objetivo verificar a prevalência 
de desnutrição nos pacientes internados na Clínica Médica e Cirúrgica de um hospital geral. 
Realizou-se uma pesquisa descritiva, transversal e observacional, com 53 pacientes de ambos os 
sexos, durante um período de 30 dias, a fim de se obter o diagnóstico nutricional através das 
medidas das circunferências do braço (CB) e panturrilha (CP) e da Avaliação Nutricional 
Subjetiva Global (ANSG). Em relação a porcentagem de adequação da CB, o maior índice 
encontrado foi de desnutrição protéico-calórica (DPC) moderada (33,3%). Ao avaliar a CP 
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NUTRIR GERAIS – Revista Digital de Nutrição, Ipatinga, v. 3, n. 5, p. 477-488, ago./dez. 2009. 
 
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percebeu-se que 81,2% dos pacientes eram eutróficos e de acordo com a ANSG 66% 
encontravam-se bem nutridos. Conclui-se que em apenas um parâmetro a desnutrição pode ser 
comprovada. Sabendo que o processo de desnutrição leva a possíveis complicações clínicas e 
aumento do tempo de internação, torna-se evidente a necessidade de mais estudos sobre o 
assunto. 
 
Palavras-chave: estado nutricional, avaliação nutricional subjetiva, desnutrição. 
 
 
ABSTRACT 
The malnutrition in hospitalized patients may be due to illness or treatment done and is 
associated with increased length of hospital stay, and the nutritional intervention a favorable 
factor for the recovery of the table. The study aimed to determine the prevalence of malnutrition 
in hospitalized patients in the Medical and Surgical Clinic in general hospital. There was a 
descriptive research and observational cross, with 53 patients of both sexes, for a period of 30 
days in order to get the nutritional diagnosis by the actions of the arm circumference (CB) and 
calf (CP) and Subjective Global Assessment of Nutrition (ANSG). Regarding the adequacy of 
CB percent, the highest rate was found in protein calorie malnutrition (CPS) moderate (33.3%). 
In assessing the CP noticed is that 81.2% of the patients were eutrophic and according to ANSG 
66% had been well nourished. It is concluded that in only one parameter malnutrition can be 
proven. Knowing that the process of malnutrition leads to clinical complications and increased 
length of stay, it becomes evident the need for more studies on the subject. 
 
Key words: nutritional status, subjective nutritional evaluation, malnutrition. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A desnutrição é uma síndrome carencial de macro e micronutrientes proveniente da 
diminuição da ingestão de alimentos ou do jejum, acompanhados de um aumento das 
necessidades energéticas e protéicas, levando o paciente a apresentar um desequilíbrio 
metabólico (CORREIA, 2003). 
É comum em pacientes hospitalizados apresentem um quadro de desnutrição (LEITE et 
al., 2005), sendo que a mesma pode ser devido à própria enfermidade ou pelo tratamento 
efetuado (CORREIA, 2003). 
Correia (2003) relata que em pacientes desnutridos ocorrem mais complicações 
infecciosas, uma vez que sua função imunológica encontra-se debilitada, apresentando também 
retardo na cicatrização de feridas. 
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Pacientes inicialmente desnutridos têm o quadro agravado durante a internação, além do 
aumento da morbimortalidade. A desnutrição também se associa com o maior tempo de 
internação, sendo a intervenção nutricional um fator favorável para a recuperação do quadro 
(SOARES; PARENTE, 2001; BRAGA; SERRANO, 2007). 
Estima-se que 36 a 78% dos pacientes internados apresentam desnutrição segundo Yabuta 
et al. (2006). Essa estimativa é reforçada por Garcia (2006), que através do Inquérito Brasileiro 
de Avaliação Nutricional Hospitalar (Ibranutri), revelou 48,1% de desnutrição em pacientes 
internados e uma progressão durante a internação, chegando a 61,0% quando a permanência no 
hospital foi maior que 15 dias. 
Garcia (2006) e Yabuta et al. (2006) chamam a atenção para o cuidado na identificação e 
acompanhamento dos pacientes em risco nutricional. As mudanças alimentares, a troca de hábitos 
e horários são fatores causadores da desnutrição hospitalar (GARCIA, 2006) e a adaptação ao 
cardápio do hospital, o ambiente de refeição e as emoções envolvidas na satisfação do paciente 
podem melhorar a aceitação alimentar (YABUTA et al., 2006). 
Segundo Garcia (2006), a dieta hospitalar além de garantir o aporte de nutrientes ao 
paciente internado, desempenha um papel relevante durante a internação, podendo atenuar o 
sofrimento gerado por esse período em que o paciente encontra-se impossibilitado de realizar 
algumas de suas atividades. 
Em diversas doenças ocorrem alterações metabólicas e hormonais, sendo que várias 
dessas são decorrentes da liberação de catecolaminas, glicocorticóides, citocinas, insulina e 
fatores de crescimento relacionados, os quais são fundamentais para desencadear uma resposta 
metabólica e contribuir diretamente com a perda de peso do paciente (CORREIA, 2003). 
Segundo Correia (2003) e Waitzberg et al. (1999), o ideal para intervir e até mesmo 
prevenir a desnutrição seria conscientizar os profissionais da saúde quanto aos aspectos 
nutricionais, tornar a avaliação nutricional uma atividade de rotina hospitalar, e tornar real a 
cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS) dos custos provenientes de avaliação nutricional, 
assim como dos materiais e equipamentos necessários à aplicação de terapias oral, enteral e 
parenteral. 
Diante do exposto, o estudo teve como objetivo verificar a prevalência de desnutrição nos 
pacientes internados na Clínica Médica e Cirúrgica de um hospital geral. 
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MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Realizou-se uma pesquisadescritiva, transversal e observacional, durante um período de 
30 dias, compreendidos nos meses de fevereiro e março de 2008. 
Coletaram-se dados de 53 pacientes, de ambos os sexos, na faixa etária de 18 a 86 anos, 
que se encontravam internados na Clínica Médica e Cirúrgica de um hospital geral situado em 
Timóteo – MG a fim de se obter o diagnóstico nutricional, através das medidas da circunferência 
do braço (CB), circunferência da panturrilha (CP) e da Avaliação Nutricional Subjetiva Global. 
A circunferência do braço (CB) foi aferida com o auxílio de uma fita métrica, flexível, 
com o paciente deitado ou sentado, com o braço flexionado em direção ao tórax, formando um 
ângulo de 90°, mediu-se o ponto médio entre o acrômio e o olécrano, sem comprimir a fita no 
local, objetivando estimar a proteína somática e o tecido adiposo. A adequação da CB foi 
determinada por meio da equação: CB (%) = CB obtida (cm)/ CB percentil 50 X 100. 
Utilizou-se como parâmetro antropométrico para avaliação do estado nutricional a CP, 
sendo esta componente da estimativa de peso e caracteristicamente sensível para monitorar massa 
magra em casos especiais, como em pacientes idosos (WHO, 1995). 
Durante a aferição da CP, o paciente permaneceu sentado em uma cadeira, com a perna 
apoiada, fazendo com que o joelho e o calcanhar mantivessem num ângulo de 90º, 
posteriormente contornou-se a panturrilha com a fita métrica, movida de baixo para cima até 
localizar a maior circunferência. Para os casos aos quais tal manejo era inviável a medida foi 
realizada com o paciente em posição supina (WHO, 1995). O ponto de corte adotado foi o de 
Vellas et al. (1999) que considera a CP inferior a 31 cm um indicador de desnutrição. 
Para avaliar o estado nutricional foi utilizada a Avaliação Nutricional Subjetiva Global 
(ANSG) proposto por Detsky et al. (1987), com base na interpretação semiológica dos sinais e 
sintomas clínicos e exame físico do paciente com indicadores nutricionais. Tal avaliação permitiu 
relacionar comportamentos que influenciam a ingestão alimentar como, anorexia, disfagia e/ou 
adinofagia, presença de ascite e edemas de membros inferiores e/ou superiores que geram 
desconfortos e caracterizam desnutrição protéica, descrição de perda de peso, além do exame 
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físico de compartimentos gordurosos e musculares, os quais indicam a gravidade da desnutrição 
protéico/calórica e capacidade laborativa do paciente. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Dos pacientes avaliados, 41,5% (n=22) apresentavam hipertensão arterial sistêmica, 3,7% 
(n=2) diabetes mellitus, 7,5% (n=4) diabetes e hipertensão associadas e 47,2% (n=25) não 
possuíam quaisquer das patologias. 
Segundo Silva et al. (2006), a hipertensão arterial é um dos maiores e mais prevalentes 
problemas de saúde, sendo fator importante para o desenvolvimento de doenças vasculares. 
Fatores como sedentarismo, tabagismo, estresse, peso corporal excessivo, raça e principalmente 
hábitos alimentares exercem influência sobre os níveis pressóricos (PESSUTO; CARVALHO, 
1998). 
De acordo com dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2008), recomenda-se aos 
pacientes hipertensos a realização de rastreamento do diabetes, que é uma doença crônica 
caracterizada por elevados níveis de glicose sanguínea em decorrência de defeitos na secreção 
e/ou ação de insulina, sendo esta responsável pela mobilização e armazenamento de glicose. 
Diabéticos têm risco de serem acometidos pela hipertensão duas vezes mais que a população em 
geral, tendo assim uma maior incidência de doenças coronarianas, doença arterial periférica e 
doença vascular cerebral (SILVA et al., 2006). 
A Tabela 1 identifica os motivos de internação dos pacientes atendidos e avaliados em um 
hospital geral. Alguns pacientes tiveram mais de uma patologia considerada como motivo de 
internação. 
O estado nutricional pode ser influenciado por diversas patologias, podendo ter seu 
diagnóstico agravado por menor ou maior ação da enfermidade sobre o paciente hospitalizado. 
Algumas enfermidades como as que aumentam o gasto calórico, as do sistema digestório ou as 
que exigem utilização de fármacos que poderão interferir no consumo e utilização de nutrientes, 
possivelmente provocarão o comprometimento do estado nutricional (CINTRA et al., 2008). 
 
 
 
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Tabela 1- Motivo principal de internação dos pacientes internados no HMVB. 
Motivos de internação Nº de pacientes % 
Pequenas Cirurgias 11 17,7 
Acidente vascular encefálico 10 16,1 
Problemas cardiovasculares 9 14,5 
Problemas renais 8 12,9 
Anemia 7 11,3 
Infecção do trato urinário 5 8 
Câncer 5 8 
Problemas do trato gastrointestinal 4 6,4 
Outros 3 4,8 
 
 
O hipermetabolismo ocasionado por estas patologias poderá alterar os substratos 
energéticos (WAITZBERG et al., 2006), sendo assim, no déficit energético, a insulina e a 
triiodotironina irão diminuir expressivamente, havendo também uma elevação da secreção do 
glucagon, que degradará a gordura para obtenção de substrato energético, assim como de 
aminoácidos como substrato da gliconeogênese hepática, contribuindo desta maneira para o 
desenvolvimento da desnutrição protéico-calórica (CINTRA et al., 2008). 
Observa-se na Tabela 2 a classificação dos pacientes através da porcentagem de 
adequação da CB. Tal medida representa a soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseo, 
muscular e gorduroso do braço, classificando o estado nutricional do indivíduo avaliado 
(KAMIMURA et al., 2005). 
 
 
Tabela 2 - Classificação do estado nutricional dos pacientes internados em um hospital geral através da porcentagem 
de adequação da circunferência do braço. 
Classificação do estado nutricional Nº de pacientes % 
Desnutrição protéico-calórica moderada 22 33,3 
Eutrófico 20 30,3 
Desnutrição protéico-calórica leve 14 21,2 
Sobrepeso 6 9,1 
Obesa 2 3 
Desnutrição protéico-calórica grave 2 3 
 
 
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Através dos resultados obtidos para CB, pode-se observar que mais da metade dos 
pacientes avaliados apresentava algum tipo de desnutrição (54,5%), sendo necessária a avaliação 
através de outros parâmetros para a classificação do estado nutricional. 
Em relação à circunferência da panturrilha (CP) a Tabela 3 revela que 81,2% dos 
pacientes encontravam-se eutróficos. Percebe-se que, dos pacientes avaliados, apenas 11,3% 
apresentaram depleção muscular conforme a região avaliada. 
 
Tabela 3 - Classificação do estado nutricional dos pacientes internados em um hospital geral através da CP. 
Classificação do estado nutricional Nº de pacientes % 
Eutrófico 43 81,2 
Depleção 6 11,3 
Membro inferior atrofiado 4 7,5 
 
 
A Tabela 4 mostra a classificação dos pacientes segundo a Avaliação Nutricional 
Subjetiva Global (ANSG), que leva em consideração os sinais e sintomas e os aspectos clínicos e 
físicos do paciente. 
A ANSG foi sugerida inicialmente por Detsky et al. (1987) com o intuito de avaliar 
pacientes cirúrgicos. Trata-se de um método rápido, não invasivo, de simples aplicação,podendo 
ser realizado com pacientes acamados traçando de forma subjetiva o perfil nutricional, inclusive 
quando submetidos à cirurgia de grande porte no aparelho digestivo (DOCK-NASCIMENTO et 
al., 2006). 
 
 
Tabela 4 - Classificação do estado nutricional dos pacientes internados no HMVB através da Avaliação Nutricional 
Subjetiva Global. 
 
 
 
 
Classificação do estado 
nutricional 
 
Nº de pacientes 
 
% 
 
Bem nutrido 35 66 
Desnutrição Leve 13 24,5 
Desnutrição moderada 4 7,5 
Desnutrição Grave 1 1,9 
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Verificou-se que mais da metade (66%) dos pacientes encontravam-se no estado bem 
nutrido, aproximando-se do estudo de Braga e Serrano (2007) que, no mesmo hospital geral, 
encontraram grupos de pacientes adultos e idosos, respectivamente 76,5% e 62,5% classificados 
como bem nutridos. Todavia, pode-se afirmar que ambos os estudos diferem de Mello et al. 
(2003), que encontraram em uma pesquisa sobre a desnutrição hospitalar através da ANSG 
51,4% dos pacientes em estado de desnutrição. 
Dock-Nascimento et al. (2006) descrevem que em um estudo realizado na Espanha com 
781 pacientes, utilizando a ANSG, pôde-se avaliar o quadro de desnutrição em 52% dos 
pacientes. 
Em relação ao diagnóstico da doença 54,7% (n=29) dos pacientes apresentaram baixo 
estresse, 26,4% (n=14) moderado estresse e 18,9% (n=10) alto estresse, de acordo com a ANSG. 
De acordo com Cintra et al. (2008), estes dados tornam-se relevantes, uma vez que, apesar do 
período de internação poder agravar o estado nutricional do paciente, a intensidade do estresse 
fisiológico imposto ao organismo pela enfermidade pode significativamente interferir nesse 
estado nutricional. Ainda segundo Cintra et al. (2008), a desnutrição pode ser ocasionada por 
enfermidades de estresse considerado moderado, em consequência de alterações fisiológicas 
como anorexia, má absorção, desequilíbrio no metabolismo protéico em situações de doença 
hepática, lipólise, catabolismo protéico e déficit de insulina em situação de diabetes. 
Dos pacientes internados, 35,8% alegaram perda de peso recente e 18,9% (n=10) 
afirmaram perda de peso gradativa. Dados encontrados pelo Ibranutri demonstraram que 31,8% 
de 813 pacientes internados já vieram desnutridos de suas próprias casas, sendo a desnutrição 
diagnosticada nas primeiras 48 horas de internação. De acordo com Delgado (2005), a 
desnutrição é comum em hospitais e estudos em todo o mundo têm mostrado que 40% dos 
pacientes encontram-se desnutridos na admissão ao serviço hospitalar e que, em torno de 75% 
perdem peso durante a internação. Desta forma, a detecção precoce do risco nutricional e da 
desnutrição, pode ser decisiva para a sobrevida do paciente. 
 Após a internação, 54,7% (n=29) pacientes apresentaram mudança na dieta sendo que 
37,7% (n=20) pacientes passaram a ingerir dieta hipocalórica, 13,2% (n=7) dieta pastosa e 3,8% 
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(n=2) dieta líquida. Dos pacientes avaliados, 84,9% (n=45) apresentavam capacidade funcional 
abaixo do normal e 18,6% (n=8) estavam acamados. 
 Dos sinais e sintomas mais frequentes, 24,5% (n=13) deles apresentaram náuseas, 5,7% 
(n=3) vômitos; 3,8% (n=2) anorexia e 9,4% (n=5) apresentaram distensão abdominal; 13,2% 
(n=7) pacientes apresentaram perda muscular, 11,3% (n=6) perda de gordura subcutânea 
aparentemente visível e 20,7% (n=11) edemas dos membros inferiores e/ou tornozelos. Tais 
dados tornam-se relevantes, uma vez que esses fatores podem ser causas e sintomas da 
desnutrição, podendo retardar a cicatrização de feridas, aumentar a taxa de infecção hospitalar, 
assim como o tempo de internação e os índices de reinternação. Algumas doenças crônicas como 
o câncer, a AIDS, doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC), estados hipermetabólicos 
como os resultantes de trauma ou cirurgia, estão frequentemente acompanhados de desnutrição 
(WAITZBERG et al., 2006). 
Tendo em vista estes fatos, as intervenções nutricionais específicas, como suportes 
nutricionais enteral e parenteral apresentam grande importância, podendo reduzir o impacto da 
desnutrição, salientando que pacientes bem nutridos apresentam melhor resposta aos diversos 
tipos de tratamentos quando comparados aos desnutridos (WAITZBERG et al., 2006). 
 
CONCLUSÃO 
 
Sabe-se que a classificação do estado nutricional varia de acordo com o método utilizado, 
neste estudo pode-se observar que em apenas um parâmetro a desnutrição pode ser comprovada. 
Sabendo que o processo de desnutrição leva a possíveis complicações clínicas e aumento do 
tempo de internação, torna-se evidente a necessidade de mais estudos sobre o assunto para 
comprovar a importância do acompanhamento nutricional e a interferência da alimentação para a 
promoção da recuperação da saúde desses pacientes, melhorando assim, o prognóstico e 
diminuindo o tempo de internação dos mesmos e os custos hospitalares. 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
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NUTRIR GERAIS – Revista Digital de Nutrição, Ipatinga, v. 3, n. 5, p. 477-488, ago./dez. 2009. 
 
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Recebido em: 10/03/2009 
Revisado em: 02/10/2009 
Aprovado em: 22/10/2009

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