Buscar

Resumão G1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

G1 – Teoria Geral do Estado 
1. Objetivo da disciplina 
1.1. As relações entre Teoria do Estado e Direito Constitucional. 
 Estado: organização de governantes e governados.  Comunidade dos cidadãos. 
 ↓ ↓ 
 Estado-poder Estado-comunidade 
 (organização do poder) (relação entre os cidadãos) 
Estado-poder: poder político manifestado através de órgãos, serviços e relações de autoridade. 
Estado-comunidade: sociedade, de que fazemos parte e em que se exerce um poder para a realização de fins 
comuns. (Jorge Miranda) 
Sujeição do Estado à norma? Subordinação não é peculiaridade dos indivíduos. Estado só atua a partir da lei. 
Estado: impossível de se compreender sem Direito. 
Os governantes têm de ter o direito de mandar e os governados de obedecer. 
 
 Relação entre Estado e Direito Constitucional 
- Presença do elemento jurídico (direito e deveres, povo, território, legalidade). 
- Direito Constitucional: “troncos da ordem jurídica estatal”. 
Atividades do Estado realizadas segundo regras jurídicas (Estado age pela lei). Qualquer regime político pretende se 
legitimar pelo Direito. Direito constitucional rege Estados no âmbito do poder e da sociedade. 
Direito constitucional: regulamentação jurídica, no estatuto, na forma de Direito que é a Constituição. 
Direito político: objeto da regulamentação. Reduzido ao Direito do Estado-poder e relega-se para fora ou para 
diferentes zonas tudo quanto concerne ao Estado-comunidade. (Jorge Miranda) 
 
 Teoria do Estado: 
Origem: preocupação com a ordem inexistente (justificativa)  anterior ao próprio Estado. 
- Objeto: constituição jurídica do Estado + necessidade de outros ramos de conhecimento. 
- Disciplina: século XIX, porém reflexões sobre o Estado são anteriores. 
- Estudos no Brasil: 1940 – desdobramentos em Teoria do Estado e Direito Constitucional  ciência política, 
direito constitucional I. 
 
 Para visão mais ampla: 
- Doutrina jurídica: organização e personificação do Estado. 
- Doutrina sociológica: origem e evolução do Estado. 
- Doutrina filosófica: fundamento e fins do Estado. 
 
2. Poder e Liberdade 
2.1. As concepções sobre o poder. 
 Política e Estado: o que há em comum? Fenômeno do poder “kratos”, potência, força, classificação das formas 
de governo e exercício do poder. O que eles têm em comum é o fato de ter por base o poder. Todas essas ideias 
partem do “kratos”. 
 
 Teoria política e o Estado. 
- Política: analisam o poder. Suas formas e significados. 
- Estado: portador do summe protestos (poder supremo) e dedica-se aos estudos dos poderes. Relações 
entre executivo, legislativo e judiciário; a teoria do Estado mostra que a relação desses/entre esses poderes 
determina o tipo de Estado presente. 
 
Modelo de Hobbes: constituição (contrato social) da sociedade civil fundada no medo; não havia limite a ação 
humana no Estado de natureza. Na passagem do Estado de natureza ao Estado civil, os indivíduos transmitindo 
todos os seus direitos naturais ao soberano, transmitem-lhe também o direito de decidir o que é justo ou injusto. 
Quando surge o Estado nasce a justiça. 
Modelo de Locke (liberal): sociedade antes do Estado; homens são interdependentes. Não havia limites. Estado é 
garantia de segurança, inclusive contra o próprio Estado. Pretende descobrir a diferença desses modelos de poder 
para o governo civil. 
Modelo de Rousseau: bondade natural humana; sociedade civil para construir algo em comum (vontade geral). 
 
 Concepções de poder: teorias fundamentais 
a) Substancialista (Hobbes): meio para obter um bem. 
Poder significa algo que se tem; você usa o meio que tem (uma coisa) para chegar ao bem. O poder pode ser força, 
inteligência ou riqueza. Qualquer coisa que serve para alcançar aquilo que é o objeto do próprio desejo. Exemplo: 
poder econômico. (Bobbio) 
b) Subjetivista (Locke): capacidade do sujeito de obter algo. 
Poder é uma habilidade do sujeito de conquistar algo (não é mais uma coisa como é para Hobbes). Mais apto tende a 
influencia os outros. Capacidade do sujeito de obter certos efeitos, donde se diz que o soberano tem o poder de 
fazer as leis e, fazendo as leis, de influir sobre a conduta de seus súditos. Adotado pelos juristas para definir o direito 
subjetivo. (Bobbio) 
c) Relacional: relação entre 2 ou mais atores, um induz o outro a ação. 
Não enfoca nem o meio nem a habilidade, mas a relação estabelecida entre duas partes. Relação hierárquica e 
assimétrica. Está estreitamente ligado ao conceito de liberdade: o poder de A implica a não-liberdade de B e a 
liberdade A implica o não-poder de B. (Bobbio) 
 
 Características do poder: 
- Socialidade 
O poder só faz sentido dentro de uma sociedade, onde ele fará sentido para ser usado. É um só. 
- Bilateralidade  correlação de duas ou mais vontades. 
Interação entre 2 ou mais permite a condição de existir o poder. 
- Assimetria 
Um deve se sobrepor ao outro, onde o poder prevaleceu. Uma parte se submete à outra que detém mais poder. 
 
 Diferenças entre poder político e outros poderes: 
Conceito de Estado reduzido ao de política e o conceito de política ao de poder, logo Estado é poder. (Bobbio) 
- Aristóteles: base na esfera em que é exercido 
1) Pai  filho (natureza) 
Passa pelo aspecto da natureza (poder exercido em benefício do filho). Governo paternalista. Exercido no interesse 
do filho. 
Locke: poder cujo fundamento é natural na medida em que nasce da própria geração. 
2) Senhor  escravo (grave delito) 
Fundada na força. Através de um grande delito, a pessoa vira escravo. Relação de subjugação. Exercido no interesse 
do senhor. 
Locke: efeito do direito de punir quem se tornou culpado de um grave delito e é passível de uma pena igualmente 
grave como a escravidão. 
3) Governante  governado (consenso) 
É dado a partir do consenso para haver um pacto social. Ideia contratualista. Exercido no interesse de quem governa 
e de quem é governado. 
Locke: o poder civil está fundado sobre o consenso expresso ou tácito daqueles aos quais é destinado. 
 
 Crítica à tipologia clássica: 
- Ausência de real distinção entre poder político e demais poderes. 
As 3 relações de poder não são tão diferentes, pois muitas vezes a relação entre governante  governado possui 
características da relação pai  filho e/ou senhor  escravo. Houve uma degeneração do molde governante  
governado, não havendo poder político: o governo paternalista que trata todos como incapazes e, por isso, precisa 
de um soberano para controlar (paternalismo jurídico). Isto é, há uma ausência total de autonomia do povo (1 e 2). 
Dois esquemas de referência para definir as formas corruptas de governo: governo paternalista/patriarcal (soberano 
se comporta com os súditos como um pai e os súditos são tratados como menores de idade) e governo despótico (o 
soberano trata os súditos como escravos e a estes não são reconhecidos direitos de qualquer espécie). (Bobbio) 
- Conceito de soberania (summa potestas)  sociedade medieval  vis directiva 
  vis coactiva 
A sociedade medieval não está totalmente submetida a um soberano. 
Vis directiva: poder religioso; diz quais são as direções morais para as pessoas, mas não pode coagir em termos 
físicos. Atribui-se à Igreja o direito e o poder de ensinar a verdadeira religião e os preceitos morais (Bobbio). 
Vis coactiva: poder público; uso da força; o Estado que pode coagir em termos físicos. Atribui-se ao Estado o direito e 
opoder exclusivo de exercer a força física sobre um determinado território e com respeito aos habitantes deste 
território. (Bobbio) 
 
 
 Classificação quanto aos meios: 
A definição do poder político como o poder que está em condições de recorrer em última instância à força é uma 
definição que se refere ao meio de que se serve o detentor do poder para obter os efeitos desejados. Essas 3 formas 
contribuem para instituir e para manter a sociedade de desiguais em fortes e fracos com base no poder político, em 
ricos e pobres com base no poder econômico, e em sábios e ignorantes com base no poder ideológico (Bobbio). 
- Econômico (riqueza) 
Quem detém os bens escassos e valiosos (valorizados pela disputa); tem poder quem usa esse meio para conseguir 
algo. Em qualquer sociedade onde existem proprietários ou não-proprietários, o poder do proprietário deriva da 
possibilidade que a disposição exclusiva de um bem lhe dá de obter que o não-proprietário trabalhe para ele nas 
condições por ele estabelecidas. (Bobbio) 
- Ideológico: formas de saber 
Manuseio de doutrinas e saberes. Exemplo: poder religioso / científico. Manuseio de doutrinas e saberes para 
exercer uma influência sobre o comportamento alheio e induzir os membros do grupo a realizar ou não realizar uma 
ação. Realiza-se o processe de socialização do qual todo o grupo social necessita para poder estar junto. 
- Político: força – distingue quem é dominante 
Uso exclusivo da força; se destaca quem tem poder (político) em relação aos demais; tem outros meios que se 
apoiam no aparato jurídico. Legítimo e exclusivo. Todos querem poder político. 
 
 Força física: limitada. 
- Condição necessária, mas não suficiente. Ao poder político. 
Para que haja poder político deve haver força física. 
- Exclusividade: suficiência. Conceitua o poder político. Só o Estado. 
O uso da força física é a condição necessária para a definição do poder político, mas não a condição suficiente. Quem 
tem direito exclusivo de usar a força sobre um determinado território é o soberano. Quem detém o uso deste meio 
com a exclusão de todos os demais dentro de certas fronteiras é quem tem a soberania entendida como summa 
potestas, como poder supremo. Se o uso da força é a condição necessária do poder político, apenas o uso exclusivo 
deste poder lhe é também condição suficiente. (Bobbio) 
 
Então, soberano (Estado)  uso da força com exclusividade. 
 Jean Bodin: “poder absoluto e perpétuo” (soberania) 
Absoluto: nada pode fazer ou faz oposição a esse poder político. Não está submetido a outras leis que não aquelas 
naturais e divinas (Bobbio). 
Perpétuo: pode incidir sobre os indivíduos de forma ilimitada ao tempo. Consegue obter obediência contínua a seus 
comandos graças também ao uso do poder coativo (Bobbio). 
 
 Necessidade para o grupo social. O poder político é o mais fundamental de todos. Poder coativo. 
- Evita desagregação. Aspecto interno; ilimitado no tempo; eterno. 
- Evita ataques externos. Aspecto externo. 
 Primado da política = imoralidade: 
Juízo político x juízo moral 
 ↓ 
 Razão de Estado x razões individuais 
Superioridade do juízo político em relação ao juízo moral, que exista uma razão do Estado diversão da razão dos 
indivíduos quer dizer que o Estado, e mais concretamente o homem político, é livre para perseguir os preceitos 
objetivos sem ser obrigado a levar em consideração os preceitos morais que condicionam o indivíduo singular nas 
relações com os outros indivíduos. 
 
 Ação do Estado: objetivo de atingir seus próprios fins  ética  existência concreta. 
 
2.2. O poder político e a liberdade. 
 Como articular liberdade e necessidade?  “refere-se ao todo da realidade, existente em si por si, que age 
sem nós e nos insere em sua rede de causas e efeitos, condições e consequências”. Necessidade = fatalidade + 
determinismo. (Chauí) 
A questão é transformar a concepção de liberdade para que se veja que ela existe. Não há como fugir da 
necessidade. Necessidade: todo da realidade que age sobre nós, nos insere na rede de causas e efeitos. 
- Fatalidade – força transcendente. Não há espaço para a liberdade; forças da natureza como castigo divino. 
Caráter de justificativa religiosa para os acontecimentos da vontade de Deus. Brutalidades da vida que das 
quais não podemos fugir. (Chauí) Oposição fatalidade-liberdade 
- Determinismo – termo científico Diante das leis da natureza não há como se ter liberdade, tudo estaria 
previamente determinado pelas leis da física. Liberdade é uma ilusão. (Chauí) Oposição determinismo-
liberdade. Determinismo é a realidade conhecida e controlada pela ciência. 
- Contingência – acaso Não há como determinar nada previamente, mutável. 
Fatalidade + Determinismo x Contingência  comum nos 3 casos = sem espaço para liberdade. 
 
 Como ser livre? Liberdade como autodeterminação (ação por força íntima). Escolher uma possibilidade dentre 
várias disponíveis X 
 Livre arbítrio, escolha individual. Avaliar todas as opções e decidir a melhor racionalmente. 
Estado  fundação em outras bases  regime democrático. Ausência de oposição entre obediência e liberdade. 
Tendemos a achar que liberdade está relacionada com a escolha. Concepção livre de arbítrio joga toda a 
responsabilidade sobre o indivíduo, sem considerar os fatos externos que o atingem. Para sermos livres, nós 
devemos que admitir que temos necessidades. 
Autodeterminação: a partir das necessidades já existentes, tomar as melhores decisões. O Estado dá apoio aos 
indivíduos. Exemplo: aposentadoria. 
Regime democrático: não oposição entre liberdade e obediência porque obedecemos aquilo que produzimos, somos 
fonte dele. 
 
 Oposição entre liberdade e necessidade como falsa. Somos livres apenas quando sabemos que temos 
necessidades. Exemplo: mobilização popular. 
- Necessidade (“leis da natureza”) – forma de atuação da liberdade de todas. 
- Liberdade humana – tomar parte na atividade do todo (conhecer condições, causas, modo de 
determinação de nossas ações). Não controlar o todo, se posicionar diante dele, intervir. Não dá para 
pensar em liberdade sem considerar as necessidades humanas. É considerar as necessidades e se situar na 
sua realidade para tomar uma atitude. 
(Chauí) 
Aristóteles: liberdade se opõe ao que é condicionado externamente (necessidade) e ao que acontece sem escolha 
deliberada (contingência). A liberdade é concebida como poder pleno e incondicional da vontade para determinar a 
si mesma ou para ser autodeterminada. Espontaneidade plena do agente. Princípio para escolher entre alternativas 
possíveis realizando-se como decisão e ato voluntário. 
Satre: a liberdade é a escolha incondicional que o próprio homem faz de seu ser e de seu mundo. Conformar-se ou 
resignar-se é uma escolha livre. 
Escola do estoicismo: liberdade é a autodeterminação, é livre aquele que age sem ser forçado nem constrangido por 
nada ou por ninguém. Liberdade na atividade do todo, do qual os indivíduos são parte, isto é, a liberdade é o poder 
do todo para agir em conformidade consigo mesmo, sendo necessariamente o que é e fazendo necessariamente o 
que faz. A necessidade é a maneira pela qual a liberdade de todos se manifesta. 
 
3. Da estrutura e da formação do Estado. 
3.1. A formação do Estado Moderno. 
 Discussão sobre o período do surgimento do Estado. 
 
 Motivação do surgimento do Estado. 
 
 Maquiavel (1513): situação permanente de convivência, relacionados à sociedade política. 
 
 “Estado”: 
- 1513 – cidade independente 
- Séc. XVI e XVII – expressão apropriada por franceses, alemães e ingleses. 
- Séc. XVIII – Espanha Teorias sobre o surgimento do Estado (período): 
1. Sempre existiu Estado = organização social 
2. Criação para atender necessidades de grupos específicos. 
3. Estado: existe quando identificamos determinadas características. Marco  paz de Westfália (1648) 
 
 Espécies de formação do Estado: 
a) Originária: grupos não interessados em nenhum Estado 
- Formação natural - patriarcal, familiar, atos de força violência  espontânea. 
- Origem em causas econômicas e contratuais. 
b) Derivada: Estado preexistente 
- Fracionamento – colônias africanas 
- União – constituição comum 
- Formação atípica: República Democrática Alemã, República Federal Alemã e Estado de Israel. 
 
 Evolução histórica: sem uniformidades 
- Estado Antigo: 
 Mediterrâneo 
 Família, religião, moral, direito misturados. 
 Religiosidade e natureza unitária (político territorial) 
 ↙ ↘ 
 Governo individual Classe sacerdotal 
 (poder centralizado) (não há divisões administrativas internas) 
- Estado Grego: 
 Atenas (prática política) e Esparta (sociedade militarizada) 
 Cidade-estado/pólis. 
 Objetivo: autossuficiência da pólis. 
 Sem expansão territorial. 
 “Domínio da Lei” 
 Estado pode tudo por lei: liberdade dos antigos x liberdade dos modernos 
Liberdade dos antigos: possibilidade de participação ativa na vida da polis. Ser livre era ser 
político. 
Liberdade dos modernos: respeito à vida, família e propriedade privada. Separação entre espaço 
público e privado. 
 
- Estado Romano: 
 Início a partir dos gens (pequenos agrupamentos) – famílias patrícias. 
 Integração de povos conquistadores, com status diferente até 212 (carcata). Até 212 (Carcata) plebeu 
romano tinha mais prestígio do que membros de sociedades conquistadas. Política expansionista, mas 
com respeito às atividades religiosas locais, desde que pagassem os tributos e obedecessem às ordens 
políticas. 
 315 – Constantino. Constantino afirma liberdade religiosa no Império  Rompimento da unidade do 
próprio Império (+ invasões bárbaras). 
 
- Estado Medieval: sistema feudal 
 Instabilidade 
 ↙ ↘ 
Invasões bárbaras Cristianismo  afirmação de império com unidade política – Carlos Magna (800)  
 Imperador (Papa Leão III)  Imperador não obedece à Igreja e centros de poder não 
 obedecem ao Imperador. Ordem precária, chefia improvisada. Valorização da posse de 
 terra = segurança. Multiplicidade de ordens jurídicas. 
 Estado Moderno: 
Nascimento a partir dos ideais burgueses. 
- Unidade e afirmação de soberania  vínculo soberano. 
- Necessidade de segurança para comércio, organização de direito e tributo. Organização jurídica. 
- Limitação jurídica do Estado. Estado na figura do príncipe. 
 
3.2. Elementos constitutivos do Estado: território, povo, soberania e finalidade. 
3.2.1. Território 
 Surgimento  Estado Moderno  sofre alterações. Concepção de Estado moderno (unificação da moeda, 
tributos, normas, possibilidade de comércio). 
 
 Delimitação da soberania  violência de diferentes ordens estatais. Independência do ordenamento jurídico. 
 
 Categorias: Bonavides – formas de olhar o território 
1. Território patrimônio – Estado Medieval: poder do Estado sobre território = propriedade imóvel. Vínculo 
patrimonialista do Estado em relação ao território. 
2. Território espaço: extensão espacial da soberania – caráter pessoal, próprio de imperium. 
3. Território competência: Kelsen, validação do ordenamento jurídico. Âmbito de validade. 
 
 Conclusão: 
- Estado não existe sem território. 
- Delimita a ação do soberano da ordem jurídica (exceções: art. 5°, 6°, 7° CP  extraterritorialidade de 
normas – consagradas em ordens internacionais). 
- É objeto de direito do Estado: 
- Limites do território. 
 Mar territorial 
 Séc. XVII até esse século era considerado Estado o limite de alcance da bala de canhão. 
 Séc. XX  200 milhas  ato unilateral. 
 Crescimento do uso – 3 milhas. 
 Espaço áereo. 
 1944 – Chicago – passagem inocente. 
 Coluna do ar. 
 O problema da tecnologia. 
 
3.2.2. Povo 
 Elemento pessoal  formação do Estado. Viabilização de uma sociedade. 
 
 Povo x População, Nação (séc. XVIII), Origem comum. 
 ↓ 
Titulares do direito público 
Povo: conceito ligado ao direito; não ignora a pluralidade; vínculo a partir/garantido pelo direito. 
População: sentido quantitativo; sem vínculo maior entre esses indivíduos. 
Nação (séc. XVIII): alguns Estados possuem uma pluralidade de nações; homogeneização; cultura comum. 
Aspecto subjetivo: sujeito ao poder político. 
Aspecto objetivo: objeto de atividade estatal. 
Vínculo jurídico: fator de união dado pela Constituição. 
 
 “conjunto de indivíduos que, através do momento jurídico, se unem para construir um Estado” (p. 100)  
status do cidadão. Nascimento em solo brasileiro. 
 
 Aquisição de cidadania (arts. 12, 14 CF) através do nascimento; direitos políticos (votar e ser votado) 
 
 Cidadania ativa: mais requisitos (art. 14 §1°, 2°; art. 15 CF) se não cumpre requisito, não há perda da cidadania. 
 
3.2.3. Soberania 
 Marco: poder do Estado x outros poderes (Estado Moderno) 
Séc. XVI  conceito maduro (Bodin) 
 
 Soberania = poder 
- Poder absoluto: lei não limita soberano. 
- Poder perpétuo: não se limita a período. 
Rousseau: transferência de soberania; do governante ao povo (vontade geral). 
Pacto social: concede ao corpo político poder absoluto sobre os membros  dirigido pela vontade geral. 
 
 Perspectiva jurídica: poder de decidir sobre a arbitrariedade das normas. 
Perspectiva política: poder de querer (incontestável) coercitivamente e de fixar competências. 
 
 Características: 
- Una: não há duas no mesmo Estado. 
- Indivisível: se aplica a universalidade dos fatos no estado. Não há distribuição interna. 
- Inalienável: sem transferência. 
- Imprescritível: sem prazo para término perpétuo. 
- Originária: nasce junto com o Estado. 
- Coativa: estado ordena e possui meios para fazer cumprir. 
- Justificação: teorias teocráticas e teorias democráticas. 
Exclusiva: só o Estado possui. 
Incondicionada: limites somente no próprio Estado. 
 
3.2.4. Finalidade 
 Legitimidade dos atos do Estado atrelado à finalidade. 
 
 Finalidade  bem comum: conjunto de condições de vida pessoal que favorecem o desenvolvimento da 
personalidade. 
 
 Arts. 3°, 4° CF. 
 
3.3. Legalidade e legitimidade. Direito de resistência. 
 Ideia: Estado possui deveres  quando não atinge sua finalidade? 
Há o descumprimento do pacto  funda o direito de resistência. 
O direito de resistência (capacidade de resistir a uma autoridade que não é legítima) e suas expressões: direito 
anterior ao Estado  jusnaturalismo. 
 
 Locke: crítica ao Estado absolutista  Estado de guerra: governante x povo. 
Modelo de Estado se apoia num pacto social. Pai do liberalismo. 
Estado absolutista: longe do compromisso que o Estado deve assumir. 
Estado de guerra: permanente; pura força. 
Obrigatoriedade do homem de se preservar e preservar os demais. 
 
 Fundamentação para o surgimento do Estado. 
 
 Estado de Natureza: liberdade incontrolável, igualdade – aplicação da lei por cada indivíduo – necessidade de 
preservação (autopreservação e preservação de toda a humanidade)  Problema: cada um como juiz e parte 
ao mesmo tempo.Espera-se que não haja violação da liberdade alheia. Juiz é aquele que julga e a parte é o acusador. Ser juiz e parte ao 
mesmo tempo causa injustiça. Legitimidade do poder: consentimento do homem. 
 
 Governo civil: remédio para inconveniência do Estado de Natureza  união para preservar a vida, liberdade e 
bens. 
 
 Poder: legítimo se há consentimento. Consentimento do povo que se submete ao governo (poder). 
 
 Povo: instância suprema, sem subordinação. 
Estado proteção de direito existentes e anteriores a ele  cidadão: obrigado desde que não exista abuso. 
 
O afastamento do Estado com compromisso assumidos no pacto social gera direito / dever de resistência. 
 
 Processos revolucionários: 
- Independência Americana (1776) Fundamenta as resistências nas explorações da Inglaterra 
- Revolução Francesa – positivação de resistência (1789, 1791, 1793) 
- Brasil: 
 Inconfidentes (1789) 
 Constituinte de 1823 (fechada)  Confederação do Equador (1824) 
 Resistência à ditadura. 
 
 A desobediência civil: forma mais simpática de resistência (pacífico) 
- Henry David Thoreau (1846) EUA 
EUA – se recusa a pagar os impostos que seriam direcionados à guerra contra o México, mas pagava os outros. 
- Gandhi – não violência Independência da Índia 
- Rosa Parks (1955), Martin Luther King 
Rosa Parks: mulher negra que se recusou a se levantar para ceder o lugar para um branco e foi presa. 
 Publicidade, ilegalidade, não violência. 
 
O problema do Estado absolutista é que ele não se importa com o bem estar comum e não tem limites. O governo 
civil tem que melhorar a situação do Estado de natureza, quando ele se torna pior, ele perde seu sentido. A 
propriedade é conseguida conforme você trabalhe nela. O povo delega seu poder aos representantes. A confiança da 
representação não poder ser rompida.

Outros materiais