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Resumo – Sociologia Jurídica F. Bastos – SP/2014 Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) Descreve a política como ela é, não como ela deveria ser; Virtú: é o atributo que faz com que o homem esteja à altura de sua própria ambição. Para o homem de virtú tudo é valido para atingir seus objetivos e nada é impossível; Fortuna é aquilo que escapa do nosso controle. Pode ser a sorte ou a falta dela (a fortuna favorece o homem de virtú) Compara a busca por objetivos com uma flecha que atinge o alvo. Mira-se no excesso, para que os objetivos sejam atingidos; Mandragora: O protagonista é um homem de virtú; o fim da história vai de encontro com o comum: todos são enganados, porem felizes; o protagonista engana e manipula para atingir seus objetivos; critica a igreja: o Frei é corruptível (o preço da crença); critica as estruturas sociais (o marido de Lucrécia é um advogado tonto) René Descartes (1596 – 1650) Nos níveis da dúvida de Descartes, primeiro acredita-se que os sentidos nos enganam e que tudo pode ser um sonho ou uma mentira. Após algum tempo duvidando, você pode duvidar de tudo, menos que todo o tempo que você esteve duvidando, você esteve pensando e portando existindo “Penso, logo, existo” é o primeiro passo para acreditar em si mesmo, depois nas coisas e posteriormente em Deus; Eu penso + Deus existe = Deus pode ter me criado. Thomas Hobbes (1588-1679) Em suas principais obras (Sobre o cidadão, 1642; Leviatã, 1651) Hobbes afirma que é necessário estabelecer limites para a convivência social; Não considera a solidariedade uma característica natural do homem, a busca do convívio social objetiva a satisfação de necessidades pessoais e não se dá de forma harmônica; O “estado de natureza” é sinônimo de “estado de guerra”, onde cada indivíduo luta apenas pelos seus interesses; O direito que emana do estado de natureza não é um “bom direito”; Da natureza do homem decorre o desejo ilimitado e a ideia de que o “homem tem direito a tudo”. Isso desencana um processo destrutivo. Somente a criação do direito positivo permite aos homens viverem de modo ordenado; Os homens decidem então estabelecer um contrato social: abandonam as armas e entregam os direitos naturais a uma autoridade central, a um soberano; Preconizou o poder absoluto afirmando que só assim seria possível organizar a convivência em sociedade, garantindo a segurança de todos; A existência de uma lei ruim é preferível a uma situação de ausência de lei; “A autoridade, não a verdade, faz a lei”; Todo direito é Direito Civil; Sociedade Civil autoritária; Vontade política – aquele que ordena tem também o poder de coação. Jonh Locke (1632 – 1704) No estado de natureza o homem já tem a propriedade; Propriedade é fruto do trabalho e o homem justo é aquele que trabalha; O trabalho “coroa” a propriedade; Propriedade é um direito, um direito natural; Impostos no limite em que protegem a propriedade; Existe mercado antes da sociedade; Meritocracia: Receber de acordo com o que trabalhou; Propriedade privada, a propriedade é intocável; “Liberalismo e Natureza”. Jean Jacques Rousseau (1712 – 1788) “Deposita” o dinheiro na mão do povo, que pode modela-lo segundo sua livre vontade; Os homens estabelecem o pacto social para evitar a injustiça e a guerra; Diferente de Hobbes entende que que o povo que deve fazer e aplicar suas leis; Lei: uma declaração pública e solene da vontade geral sobre um objeto de interesse comum; A lei exprime decisões e interesses da coletividade; O progresso é uma forma de retrocesso; Um progresso cientifico não representa um progresso humanitário; Socialização é uma forma de depravação. Hans Kelsen (1881 – 1973) Existem apenas normas jurídicas, estabelecendo-se entre elas determinadas relações; O objetivo da ciência jurídica é examinar como funciona o ordenamento jurídico; “O direito é o conjunto de normas em vigor e o estudo das mesmas deve ser realizado sem nenhuma interferência sociológica, histórica ou política; A constituição cria uma hierarquia das fontes do direito, uma pirâmide normativa (Constituição – lei – decreto); O que principalmente interessa são as relações entre as diferentes normas jurídicas (“estática do direito”); Também analisa as competências dos órgãos estatais e os procedimentos de criação de normas (“dinâmica do direito”); Não nega a existência de classes e conflitos sociais, que incidem sobre a criação e a aplicação do direito; As causas da criação de uma norma e o problema do respeito a ela na prática são fatos empíricos, que não interessam ao jurista, não compete ao jurista o estudo do comportamento humano ou das relações entre direito e sociedade; Se o juiz decide uma causa de forma contraria ao conteúdo de uma lei, isto é considerado um ato ilegal; Charles de Montesquieu (1689 – 1755) O teórico da separação dos poderes que inspirou as Constituições do século XVIII; Analisa os fatores naturais (clima, solo) e sociais (hábitos, religião, economia e política) que explicam a diferença nas legislações de diversos povos; Não é possível falar de um único modelo de direito “justo” ou adequado, pois da multiplicidade de fatores surgem vários sistemas jurídicos; Sustenta que as leis seguem os costumes de cada povo. Alterar esses costumes por meio da lei seria, de um modo geral, um ato de tirania e provavelmente não obteria muito êxito, devido à resistência da comunidade; Um poder limita o outro; “O poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente” Lord Acton. Auguste Comte (1798 – 1857) “A lei dos 3 Estados” 1. Estado Teológico: Crença em Deuses místicos 2. Estado Metafisico: O Homem passa a questionar certos aspectos místicos 3. Estado Positivo: Baseado em leis positivas e segurança jurídica Propunha uma nova religião sem Deus, baseada no culto a humanidade; A Sociedade industrial (predominância da mentalidade cientifica); 2 grupos: Engenheiros e industriais; Gestão da produção e trabalho; Comte e Brasil: suas ideias dominaram o exército que imprime em nossa bandeira a frase “Ordem e Progresso”; Comte e Platão: assim como Platão, Comte afirma que os filósofos são cientistas sociais. Émile Durkheim (1858 – 1917) Foi o primeiro professor a ser titular de uma cadeira universitária de “Sociologia”; A sociedade humana é o meio onde o direito surge e se desenvolve, pois a ideia do direito liga-se à ideia de conduta, de organização e mudança; A primeira regra e a mais fundamental é considerar os fatos sociais como coisas, o sociólogo deve estudar a sociedade de forma objetiva, não dependendo dos desejos e das vontades do indivíduo, mas dos “fatos sociais”; Define como fato social “toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior” (qualquer norma que é imposta ao indivíduo pela sociedade); Nosso comportamento é influenciado somente pelas normas escritas, rígidas e com previsão de sansão; O sujeito que vive em determinada sociedade recebe influencias e orientações que muitas vezes são implícitas; Denomina como fatos sociais as normas vigentes em determinada sociedade indicando dois elementos importantes: A origem de todas as normas que influenciam o comportamento individual é a sociedade, as normas são simples palavras ou ordens, mas existem objetivamente na sociedade e o sociólogo deve estuda- las como fatos, ou seja, coisas; As regras do direito são fatos sociais muito importantes, porque impõem aos indivíduos obrigações e modos de comportamento, aptos a garantir a coesão social; As sociedades apresentamuma estrutura de relações e de vínculos recíprocos que denomina de solidariedade; Cada sociedade estabelece um padrão de comportamento qual corresponde a sua “Consciência coletiva” - Consciência Coletiva: conjunto das crenças e sentimentos comuns a média dos membros de uma mesma sociedade; Direito como um “símbolo visível” da solidariedade social (sempre varia de acordo com as relações sociais que rege) Coercibilidade: Coerção social – obediência as leis, o idioma, a formação familiar – sansões legais e formais; Exterioridade: Os fatos sociais são exteriores aos indivíduos; Generalidade: O fato se repete na maioria dos indivíduos, no tempo e na sociedade: manifestação coletiva; Distingue dois tipos de solidariedade: Solidariedade Mecânica (por semelhança) e Solidariedade Orgânica (por dessemelhança). - Mecânica: fundamenta-se na semelhança dos membros da sociedade, ou seja, na uniformidade do comportamento, quem não respeita as regras é considerado um agressor social – Orgânica: Uma sociedade complexa, fundamentada na divisão do trabalho, segundo princípio da especialização. O indivíduo não se vincula diretamente a valores sociais, não está submetido a liames tradicionais, a obrigação religiosa ou comunitária. A solidariedade surge através de redes de relacionamento entre indivíduos e grupos, onde cada um deve respeitar as obrigações assumidas por contrato. Direito e Moral: ambos são fatos sociais, a sansão moral é aplicada por um todo, enquanto a jurídica é aplicada por um corpo definido e organizado; Teoria da Pena: Em uma sociedade de solidariedade mecânica o direito penal é essencial, a função da pena é manter intacta a coesão social através do respeito à lei – Porque deve-se punir: 1. A pena é uma prevenção contra a inobservância da regra – função social; 2. Expiação e vingança – função retributiva; 3. Deve ser aplicada a pena para assegurar os membros da sociedade que seus valores ainda estão de pé. Questão no Brasil: “a lei que não pega” e “a lei que todos burlam” O Suicídio: movimento interno, deliberado de cessar a própria vida: 1. Suicídio Altruísta: é a morte pela crença de que a razão da vida está fora da própria vida. É o sacrifício da vida por uma causa ou por um meio (sem coesão social) 2. Suicídio Egoísta: é aquele realizado por uma pessoa que se desliga da sociedade pois não vê razão na própria vida (coesão social) 3. Suicídio Anômico: é fruto da sociedade que cria uma conjuntura na qual o indivíduo se sente tão mal que é capaz de tirar a própria vida (coesão social) O suicídio na história: proibição moral cada vez maior. O Estado acompanha a religião; Suicídio e Gênero: as mulheres se suicidam menos porque participam de outra maneira coletiva na sociedade; Estado normal: desempenha uma função social (crime) Estado Patológico: aqueles que atrapalham a harmonia social Max Webber (1864 – 1920) Seus estudos são divididos em 4 níveis: 1. Caráter econômico e histórico 2. Sociologia Geral 3. Sociologia da Religião 4. Metodologia da ciência Teoria do Tipo Puro ou Tipo Ideal: não é um tipo perfeito, mas essencial à sociedade, também não é no sentido de não ser contaminado – é uma ferramenta de construção de estereótipos e médias para representação de uma sociedade – diminui a complexidade Objetividade no conhecimento das ciências sociais – multicausalidade – contra explicações totais como as de Marx, Smith ou Deus - Um objeto pode ser analisado de diferentes maneiras, segundo diferentes óticas; - Uma análise plena da sociedade deve ser feita a partir de diversos temas, e não a partir de um só; - Religião: “acreditar em Deus é sacrificar o intelecto”, pois ao invés de analisar o mundo pela filosofia e pela razão, o indivíduo escolhe explicar por respostas prontas; - Pesquisa: devemos ser subjetivos no início da pesquisa e objetivos no processo, além disso a neutralidade é importante - A objetividade está no método e não no fato em si Ciência como vocação: A ciência é apenas para os espíritos bem formados, constituindo uma visão aristocrática do conhecimento; a ciência serve para explicar as coisas, não dizer como elas devem ser; no âmbito jurídico acredita que tudo pode ser norma desde que posta (ser e dever ser); especialização e progresso; Política como vocação: O Estado é a instituição que tem o monopólio legitimo da força. No caso da existência de um Estado Paralelo, o poder legitimo é do Estado, mas o poder de fato é paralelo; viver para política (independência econômica, critério plutocrático); viver da política (remuneração); as 3 qualidades determinantes do homem político: 1. Paixão (Devoção a uma causa) – 2. Responsabilidade (Sentimento solidário) – 3. Proporção (Senso e distanciamento) Os 3 tipos puros de dominação legítima: 1. Dominação Legal: Burocrática (maior racionalidade); Hierárquica; Estatuaria (direito positivo); obediência a regra e não a pessoa; competência como regra (pessoa cresce de acordo com a sua competência) 2. Dominação Tradicional: Santidade nas ordenações e poderes senhorais; obediência a pessoa; o estatuto é valido desde sempre (passado legitima o futuro); o quadro administrativo é composto por amigos, parentes, dependentes, outros que tenham vinculo de fidelidade; tradição (Ex: senhores do engenho, prefeitos de pequenas cidades) 3. Dominação Carismática: Sem juízo de valor; devoção afetiva a pessoa do senhor e dos seus dotes sobrenaturais, acima da média; quadro administrativo escolhido pelo líder; ausência da competência (legal) ou do privilégio (tradicional); autoridade baseia-se na crença “é um fazer acreditar”; dominação autoritária e dominadora; Critica a Revolução Socialista: Toda revolução exige o uso da força, que por sua vez gera futura repressão política pós revolução, daqueles que tomaram o poder contra aqueles contrários ao governo estabelecido. Esse sistema nega o princípio básico da própria revolução que é a liberdade de expressão; uma economia socialista em um mundo capitalista é inviável; seria apenas uma substituição de elites: sai a elite econômica e entra a elite sindical A ética protestante e o Espirito do Capitalismo: Os protestantes costumam ter maior proeminência financeira; os países da reforma protestante (Alemanha e Inglaterra) tornaram-se proeminentes financeiramente; Calvinismo: habilidades humanas são dadivas e devem ser incentivadas; o cristão rejeita assuntos mundanos; tipo puro do cristão católico; recompensa etérea, desapego material. Karl Marx (1818 – 1883) Dialética: Forma de pensar a realidade em constante mudança por meio de termos contrários (Antagonismo) Marx sempre coloca a dialética em contexto com a luta de classes, onde sempre que surge um conceito, por consequência surge seu oposto Industria x Greve Capitalista x Proletariado Capitalismo x Comunismo - Dialética de Schopenhauer: estática, o importante é vencer o debate as vezes com golpes sujos e não buscando a verdade - Dialética de Hegel: modo de pensar através de ideias – Tese (ideia), Antítese (Oposto da ideia) e síntese (resultado da junção entre tese e antítese) Filosofia histórica x História da Filosofia - Filosofia histórica: modo particular através do qual 1 filosofo consegue passagem do tempo - História da Filosofia: sequencia através da qual foram dispostos os filósofos no tempo A filosofia da história se dá na seguinte sequencia Antiguidade – Idade Média – Renascimento – Capitalismo – Socialismo – Comunismo Ideologia: Sentido fraco x Sentido Forte Sentido fraco: Usual (ideário, conjunto de ideias) – não percepção do real Sentido forte: falsa consciência; modo discursivo de dominação que esconde asassimetrias sociais, políticas, jurídicas, e econômicas. Acoberta o real e sempre vem dos mais poderosos para os menos poderosos; Quem detém o poder econômico, detém o poder ideológico Revolução e ciência: A ciência, se levada a sério, é revolucionaria; a ciência que diz como as coisas são não importa, o que importa é transformar; ideias vem do modo de produção da época: as ideias são escravistas porque a sociedade é escravocrata, e não o contrário; diferente de Weber, Marx acredita que a ciência e a política devem se unir; Alienação 1. Religião no Estado Capitalista (A religião é o ópio do povo), vicia, tira da realidade, deixa o sujeito inerte, a religião é contraria a revolução 2. Homem 1 tem a propriedade – propriedade é a essência do trabalho – o homem 2 trabalha na propriedade do homem um, logo o homem 1 se torna proprietário também do homem 2 (a propriedade seria o intermédio entre poder e dominação) 3. “O que o homem produz, ele não produz” o indivíduo se limita a fazer apenas sua parte no trabalho e perde a noção do todo; A mais-valia: é a diferença entre o valor do trabalho que o operário produziu e o seu salário; Luta de Classes para Marx é o motor da história, ou seja, a evolução histórica se dá pelo antagonismo entre classes sociais Infraestrutura e Superestrutura Infraestrutura: é a base essencial do sistema, que para Marx é o modo de produção; o modo de vida de um indivíduo decorre de como ele produziu e não o contrário; Superestrutura: são os sustentáculos do sistema, como a política, a religião, economia e etc. Direito: O direito não é neutro, ele é sujeito as classes dominantes; uma forma de dominação; os direitos de verdade só seriam consolidados pela revolução; isonomia existe na lei, mas no mundo real não; o Direito serve para acobertar a desigualdade Marx não concorda com os Direitos Humanos por terem a palavra PROPRIEDADE, logo são direitos humanos burgueses Reformula o conceito de justiça, no Socialismo não se trata de acordo com a capacidade, mas sim de acordo com a necessidade “Dar a cada um aquilo que lhe é necessário” (o que realmente precisa). A Escola de Frankfurt Escola de Frankfurt é o nome dado ao grupo de pensadores alemães do Instituto de pesquisas Sociais de Frankfurt, fundada em 1920 sua produção ficou conhecida como teoria critica. Entre seus pensadores se destacaram: Theodor Adorno, Max Horkheimer e Walter Benjamim. O ponto de partida de suas reflexões foram a teoria marxista e a teoria freudiana, a Escola de Frankfurt concentrou seu estudo na análise da sociedade de massa. - Adorno e Horkheimer A razão iluminista que visava a emancipação dos indivíduos a um progresso social, terminou por levar uma maior dominação das pessoas em virtude justamente do desenvolvimento tecnológico-industrial. Dialética do esclarecimento - “iluminismo” No mundo do capital tudo se equivale, Horkheimer e Adorno dizem que não é verdade, eles lutam contra o padronizado; Alta cultura: arte mais elevada; emancipa o homem, pois ela educa; Cultura popular: Do povo; Todos possuem direito a cultura de verdade, a uma coisa melhor. A arte é a única saída contra a barbárie; - Benjamim – A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica Apresenta a ideia de “Aura” – aqui e agora – algo irreprodutível, eterno Estatuto científico das humanidades O paradigma das ciências naturais. Os métodos das ciências humanas diferem dos das ciências naturais que são: isolamento do objeto; exterioridade do objeto; não interferência ideológica do sujeito no objeto; experiência: controle de laboratório; linguagem. Nas humanidades o estudo consiste na análise de um meio no qual aquele que estuda costuma pertencer a sociedade, por isso a dificuldade de utilizar os métodos das ciências naturais. Concomitantemente a conjuntura a ser analisada não “para no tempo”, o que dificulta ainda mais o estudo, pois o tempo é incontrolável. A linguagem dificulta a uniformidade de um texto ou discurso, pois se difere ao redor do mundo, além de ser carregada de ideologia. As ciências humanas não podem ser neutras. - A Sociologia como produto social e histórico Após as revoluções Francesa e Industrial, sente-se mais o desenvolvimento capitalista e portando as desigualdades sociais, daí nasce a Sociologia. Falar de Sociologia é falar do Capitalismo - A Sociologia como ciência: positivismo A sociedade é regulada por leis semelhantes as leis físicas; os métodos utilizados para estudar a sociedade são os mesmos aplicados para as ciências naturais – a verdade está no objetivo. Acesso à justiça A) Acesso formal: possibilidade legal de acionar o judiciário em caso de conflito – Garantido na CF B) Acesso efetivo: consiste na possibilidade real de pedir proteção judiciaria – 67% não procuram à justiça - Mesmo se a administração da justiça fosse perfeita e os juízes fossem imparciais, o sistema judiciário continuaria a aplicar o direito de forma parcial e seletiva, devido as barreiras de acesso. Barreiras de acesso à justiça a) Barreiras econômicas: os altos custos do processo intimidam as partes, que muitas vezes desistem de solicitar proteção judiciaria porque não podem pagar; b) Barreiras sociais: por desconfiarem do sistema de justiça os eventuais litigantes desistem do processo, essa falta de confiança é devida a experiências anteriores ou a relações de outras pessoas; c) Barreiras pessoais: a falta de informações sobre direitos de proteção judiciaria, e principalmente sobre possibilidades de assistência gratuita impedem as pessoas oriundas de classes desfavoráveis de exercerem seus direitos; d) Barreiras jurídicas: obstáculos relacionados com as regras de organização dos processos e de funcionamento dos tribunais, excessiva duração do processo e incerteza em relação ao resultado; e) Barreiras burocráticas: formalismo, linguagem e ritualismo Há casos que o judiciário não alcança Vulnerabilidade: gênero, raça, escolaridade, local, classe social Assimetria interna na disposição judiciaria Justiça restaurativa: promover o diálogo entre as partes envolvidas, permitindo que eles encontrem uma solução para “superar” os danos causados pela pratica delitiva (não para todos os casos); reparação e satisfação da vítima; conscientização e responsabilidade do ofensor; reconciliação com a comunidade – problemas de valores morais – justiça restaurativa tem maior impacto sobre a reincidência que a justiça retributiva Informatização da justiça Direito e mudança social Analise juspositivismo: perspectiva externa - seus adeptos consideram que a sociologia do direito faz parte das ciências sociais, sendo um ramo da sociologia. Por outro lado, o direito deve continuar utilizando o seu método tradicional, que lhe garante uma posição autônoma com relação as outras ciências humanas Observador neutro do sistema jurídico; Analise jusnaturalismo: perspectiva interna – a sociologia jurídica deve interferir ativamente na elaboração, no estudo dogmático e inclusive na aplicação do direito; O papel conservador do direito impede a mudança social O papel progressista do direito auxilia na mudança social O Direito muda o contexto social (idealismo) ex: lei anti fumo Contexto social muda o Direito (realismo) ex: crimes de internet Contexto social e direito estão mutualmente determinados (dialética) Mudança social através do direito estatal (baixa intensidade) - Europa “uso do direito alternativo” (1960 – 1970) - Interpretação que visa favorecer os mais fracos - uma questão do judiciário Mudança social para além do direito estatal (alta intensidade) - “Direito alternativo” noBrasil (Dec. de 1980) - atua em nome da justiça social “emancipação da classe trabalhadora” - Direito achado na rua - Direito alternativo reacionário O "Direito Alternativo stricto senso" é o repúdio ao monismo, e o reconhecimento de que não só o Estado que cria o Direito e o faz vigente, mas o caminhar da sociedade, caminhar histórico desse direito insurgente, paralelo, achado na rua, emergente. À essa espécie, e num polo mais radical, se aproxima uma outra classe desse discurso, em que se denomina crítica do direito total, que propugna pela extinção total do direito, tido como "expressão da burguesia triunfante", para realização de uma sociedade sem classes. Ou, no dizer de Calera: "é a vontade da classe dominante erigida em forma de lei. A face mais significativa desse movimento volta-se ao direito de propriedade, especialmente tutelado em nosso ordenamento jurídico, elaborado a partir do ideário iluminista-liberal que tem a propriedade como expressão da liberdade. Golfredo Telles Junior “O direito alternativo é um sonho” Sociologia e eficácia Valor – Filosofia do Direito = Justiça Norma – Dogmática jurídica = Validade Fato – Sociologia jurídica = Eficácia - Teoria tridimensional do Direito – Miguel Reale Ex: Internação compulsória Fato: É eficaz? Norma: é Constitucional? Valor: é justo internar alguém contra sua vontade? John Rawls (1921 – 2002) Possibilidade de buscar um direito mais justo; Preceito (cumprimento espontâneo) e eficácia de sansão (quando o sujeito comete ato ilícito – exige aparato violento) Eficácia Social Pleno conhecimento da norma – necessária divulgação Legitimidade democrática Observância da intensão do legislador (depois de publicada a norma está sujeita a diversas interpretações) Eficácia instrumental Divulgação da norma – democracia todos – ditadura norma secreta Perfectibilidade - Norma que não encerra em si problemas gramaticais lógicos Adequação da norma – a norma se adequa ao caso concreto Contemporaneidade – normas contemporâneas
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