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Guia Prático de Avaliação Física.

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Prévia do material em texto

INSTITUTO Phorte EDUCAÇÃO
PHORTE EDITORA
 
Diretor-Presidente
Fabio Mazzonetto
 
 
CONSELHO EDITORIAL
 
Educação Física
Francisco Navarro
José Irineu Gorla
Paulo Roberto de Oliveira
Reury Frank Bacurau
Roberto Simão
Sandra Matsudo
 
Educação
Marcos Neira
Neli Garcia
 
Fisioterapia
Paulo Valle
 
Nutrição
Vanessa Coutinho
Guia Prático de Avaliação Física: uma abordagem didática, abrangente e
atualizada
Copyright © 2008, 2013 by Phorte Editora
 
Rua Treze de Maio, 596
CEP: 01327-000
Bela Vista – São Paulo – SP
Tel./fax: (11) 3141-1033
Site: www.phorte.com.br
E-mail: phorte@phorte.com.br
 
Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de
qualquer forma, sem autorização prévia por escrito da Phorte Editora Ltda.
 
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
F772g
Fontoura, Andréa Silveira da,
Guia prático de avaliação física [recurso eletrônico] : uma abordagem
didática, abrangente e atualizada / Andréa Silveira da Fontoura, Charles
Marques Formentin, Everson Alves Abech. – 1. ed. – São Paulo : Phorte,
2013.
recurso digital : il.
 
 
Formato: ePub
Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7655-465-3 (recurso eletrôp)
 
1. Aptidão física - Avaliação. 2. Aptidão física - Testes. 3. Diagnóstico
físico. I. Formentin, Charles Marques. II. Abech, Everson Alves. III. Título.
 
13-05842 CDD: 613.7
 CDU: 613.71
ph2159
Este livro foi avaliado e aprovado pelo Conselho Editorial da Phorte Editora.
(www.phorte.com.br/conselho_editorial.php)
Sobre os autores
Andréa Silveira da Fontoura
 
Doutora em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), em 2012. Docente da Universidade Luterana
do Brasil desde 2001, nas disciplinas de Treinamento e Avaliação Física,
Musculação, Avaliação Postural e Metodologia do Ensino, e orientadora de
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e estágios. Sócia-proprietária da
Steffen & Fontoura Treinamento Físico Ltda.
E-mail: deafontoura@globo.com
Charles Marques Formentin
 
Graduado em Educação Física pela Universidade Luterana do Brasil
(ULBRA); Especialista em Cinesiologia pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS); Mestre em Ciências Aplicadas à Atividade Física e
ao Esporte pela Faculdade de Medicina da Universidade de Córdoba, na
Espanha. Docente da ULBRA.
E-mail: charlesformentin@live.com
 
Everson Alves Abech
 
Graduado em Educação Física pela Universidade Luterana do Brasil
(ULBRA); Especialista em Cinesiologia pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS); Professor da Rede Municipal de Ensino de Porto
Alegre - RS.
E-mail: everson.a.a@ibest.com.br
Dedicamos esta obra a todos os estudantes e professores de Educação
Física que buscam desenvolver um trabalho consciente, correto e aprimorado.
Àqueles que se dedicam ao conhecimento e entendem seu aluno como
um indivíduo integral.
Os autores
Agradecimentos
Agradeço, primeiramente, a minha mãe e a meu pai, Nelza Silveira da
Fontoura e Sidney Silva da Fontoura, pelo amor, pela criação e pelo estudo
que sempre me deram, e também pelo incentivo e pela confiança que até hoje
me dedicam. Espero nunca decepcioná-los. Se eu sou essa pessoa hoje, devo
a vocês. Eu os amo muito.
Agradeço ao meu filho, Gabriel Fontoura Rosa, por ser a luz da minha
vida. Depois dele, minha vida só teve alegrias, e este livro foi idealizado
depois da sua vinda. Obrigada pela inspiração, meu amado filho. Muito grata
por ter me escolhido. Eu te amo.
Obrigada a meu companheiro, amigo, marido e incentivador, Daniel
Ramos de Souza, por toda luz, paz e amor que trouxe à minha vida e de meu
filho. Te amo.
Agradeço aos colegas Everson Alves Abech e Charles Marques
Formentin, que me incentivaram e participaram efetivamente na construção
deste livro.
Agradeço a todos os amigos, colegas e alunos que constantemente me
auxiliam, me incentivam e me apoiam em toda a minha caminhada. Não vou
citar nomes, pois, com certeza, não caberiam todos aqui. Graças a Deus e à
Deusa, sou abençoada e tenho muitas pessoas especiais na minha vida.
Sintam-se todos referenciados.
Andréa Silveira da Fontoura
 
 
Agradeço a Deus por todas as bênçãos em minha vida.
Obrigado a minha família pelo apoio incondicional; a meus pais, Joraci
e Leotério, e a minha mulher e amiga, Letícia.
Muito obrigado também a todos os professores e alunos que contribuem
constantemente em minha trajetória acadêmica.
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” (Cora
Coralina)
Charles Marques Formentin
Agradeço, primeiramente, a Deus.
Obrigado aos meus pais e professores, que me incentivaram e deram
força durante a minha vida.
Everson Alves Abech
Gostaríamos de agradecer à Professora Ms. Rosilene Moraes Diehl,
pela grande colaboração na elaboração do Capítulo 10 desta obra.
Os autores
Apresentação
A prática regular de exercícios físicos requer previamente o que
conhecemos por avaliação física. Nela podemos identificar pontos fracos e
fortes do avaliado, suas características físicas e fisiológicas, sua aptidão geral.
Do mesmo modo, é possível conhecer seus hábitos, como a prática de
exercícios diários, atividades laborais, alguma doença já diagnosticada por
especialista, dores eventuais ou constantes, traumas físicos recentes ou
passados. Enfim, em uma avaliação, podemos ter instrumentos
importantíssimos a respeito do avaliado, para que prescrevamos o exercício
físico com segurança e eficácia, independentemente do praticante e de seus
objetivos. Não existe prescrição sem avaliação.
O processo de avaliação pode ser desenvolvido em diferentes locais e
métodos: em laboratórios, no campo, de maneira direta ou indireta. Este livro
oferece testes que podem, na sua grande maioria, ser executados em campo,
ou seja, não necessitam de equipamentos especializados; podem ser feitos em
escolas, praças, clubes, academias, entre outros locais.
No âmbito da Educação Física, fala-se muito em “inclusão”, mas, até o
momento, nenhum livro de avaliação contemplou portadores de necessidades
especiais. Muitas vezes, é necessário fazer apenas pequenas adaptações para
realizarmos uma boa avaliação desse público; não precisamos ser
especialistas em prescrição e avaliação de pessoas especiais. Devemos,
realmente, incluí-las no processo de avaliação, mesmo o professor não sendo
um especialista na área. Este livro não visa direcionar a avaliação
especificamente para esse público; apenas tem o objetivo de abrangê-lo no
processo de avaliação. Tratamos aqui de pequenos detalhes que podem ajudar
o professor e o estudante de Educação Física na avaliação dessas pessoas.
Outro foco deste livro é a avaliação física escolar. Alguns detalhes
apresentados aqui podem ajudar o professor e o estudante de Educação Física
a inserir o processo de avaliação em escolas. É de fundamental importância
que façamos avaliações periódicas nos escolares, tendo em vista que estão em
processo de desenvolvimento e são indivíduos com os quais podemos
trabalhar questões como adesão ao exercício físico e hábitos saudáveis, entre
outras, e a avaliação pode contribuir para tudo isso.
A avaliação do idoso também é contemplada nesta obra, que traz testes
de fácil execução. Esse público deve ser um foco bastante observado, tendo
em vista que cresce cada vez mais nas academias e nos clubes, buscando um
exercício físico de qualidade e bem elaborado. Para isso, uma avaliação física
adequada é primordial.
Este livro apresenta uma distribuição de conteúdos que se inicia pela
anamnese, de fundamental importância e seção introdutória de uma
avaliação; passa pela avaliação antropométrica, na qual são apresentados os
procedimentos de verificaçãodas medidas antropométricas básicas, assim
como as equações e normativas para diferentes populações. Em seguida, são
abordadas a avaliação neuromotora, trazendo testes motores simples e
direcionados à população em geral; a avaliação metabólica, com testes
aeróbicos e anaeróbicos, contemplando diferentes públicos; e, o que é um
diferencial em relação a outros livros de avaliação, a importância da
avaliação postural para a prescrição adequada e segura dos programas de
exercícios.
Seguem-se, ainda, um capítulo que trata de pontos importantes sobre a
avaliação de portadores de necessidades especiais, um capítulo sobre a
avaliação de escolares e, por fim, um capítulo acerca da avaliação de idosos.
A obra destina-se, principalmente, a estudantes de Educação Física ou
àqueles que têm pouca ou nenhuma experiência com avaliação física, não
excluindo os profissionais já formados e atuantes na área.
O processo de avaliação física deve anteceder qualquer tipo de
prescrição. A avaliação não é uma área específica da Educação Física; todo
professor dessa disciplina deve avaliar seu aluno e selecionar os
instrumentos, testes e protocolos que mais retratam aquilo que se busca
descobrir. A avaliação é fundamental, não importa o objetivo do exercício, e
deve estar presente independentemente de qualquer coisa.
O profissional deve escolher o teste ou a técnica mais adequada para o
seu avaliado, ou seja, algumas vezes, temos testes específicos para
populações distintas, ou até mesmo para indivíduos que estejam apresentando
características peculiares. Por exemplo, um indivíduo obeso tem de ser
submetido a um teste aeróbico adequado à sua condição; um indivíduo
sedentário não deve fazer um teste de corrida máxima ou carga máxima; uma
criança de 10 anos não pode ser submetida ao mesmo teste que um adulto de
40 anos.
Outro aspecto muito relevante é a interpretação dos resultados. Ela deve
ser clara e objetiva. Devemos levar em consideração que, muitas vezes, nosso
avaliado é leigo e não conseguirá interpretar corretamente os resultados sem a
explicação de um profissional. Devemos lembrar que nenhum software ou
gráfico mirabolante substituem a interpretação e explicação de um
profissional; isso qualifica nosso trabalho.
A avaliação física é uma ferramenta importantíssima do profissional da
Educação Física, e deve ser realizada com critérios científicos, éticos e
morais, para que o treinamento físico possa ser orientado e prescrito com
eficácia e profissionalismo.
Os autores
Prefácio
Sabemos, há muito tempo, que a atividade física regular ou o exercício
sistemático fazem bem para a saúde e previnem várias doenças crônico-
degenerativas. Contudo, faz pouco tempo que sabemos que a avaliação física
é importante para o acompanhamento e a segurança do indivíduo que fará
exercício. Discutem-se bastante os diferentes testes e protocolos de avaliação.
Este guia prático aborda, de maneira muito simples, clara e atualizada,
os diver-sos procedimentos da avaliação física, desde a anamnese, avaliação
cineantropométrica, somatótipo, força, resistência muscular e flexibilidade,
até a avaliação cardiovascular e postural. A avaliação em portadores de
necessidades especiais, assim como em crianças e idosos, também é
abordada. Os autores, Andréa Silveira da Fontoura, Charles Marques
Formentin e Everson Alves Abech, são altamente credenciados para justificar
a importância dessas avaliações e orientar sua realização.
A simplicidade e a clareza da linguagem com que este guia foi escrito,
sua objetividade e qualidade das ilustrações permitem que a mensagem seja
por todos entendida e executada.
A publicação desta obra representa um passo importante a todas as
áreas da Saúde e, principalmente, à educação física de nossa comunidade.
Flavia Meyer, Ph.D.
Professora Associada da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Sumário
Cobrir
Página de Título
Sobre os autores
Agradecimentos
Apresentação
Prefácio
1 - Avaliação: Procedimentos Básicos
Por que fazer uma avaliação física?
Objetivos das medidas e avaliações na Educação Física
Quando devemos fazer uma avaliação física?
O que é avaliação multidisciplinar?
Onde fazer uma avaliação física?
O que podemos medir?
Prazos de reavaliação
Laudos
 
2 - Medidas e Avaliação em Educação Física: Conceitos
Tipos de avaliação
Princípios das medidas e avaliações
Critérios para seleção de testes
Precisão das medidas
 
3 - Começando a Avaliação Física: Anamnese
PAR-Q
Questionário sobre fatores de risco
Exemplo de anamnese
Avaliação física e avaliação médica
 
4 - Variáveis Cineantropométricas
Antropometria
Instrumentos necessários
Pontos anatômicos
Classificação das medidas antropométricas básicas em Educação
Física
 
5 - Técnicas para determinação da composição corporal
Pesagem hidrostática
Bioimpedância elétrica
Dobras cutâneas
Índices e proporções
Índices de referência
 
6 - Somatótipo
Métodos utilizados para descrever os somatótipos
 
7 - Variáveis Neuromusculares
Procedimentos dos testes neuromotores
Força muscular
Força dinâmica
Força explosiva (potência)
Força isocinética
Força isométrica
Resistência de força muscular
Flexão de braços (Canadian Standardized Test of Fitness)
Flexibilidade
 
8 - Variáveis Metabólicas
Avaliação da capacidade cardiorrespiratória ou capacidade
aeróbica
Testes metabólicos
Classificação dos testes
Testes de campo
Capacidade anaeróbica lática
Concentração de lactato
 
9 - Avaliação Postural
Posição do avaliado
Posição do avaliador
Fotografias
O que podemos avaliar
 
10 - Avaliação para Portadores de Necessidades Especiais
Deficiência Visual (DV)
Anomalias Congênitas e Amputações (AC/A)
Testes recomendados
Tabelas normativas e classificatórias dos testes
 
11 - Avaliação Física Escolar
Educação Física
Educação Física escolar
O professor de Educação Física
A avaliação na Educação Física escolar
Avaliação da aptidão física na escola
Conclusões e recomendações
 
12 - Avaliação do Idoso
Quais são as necessidades de cada nível funcional?
Avaliações
 
Referências
Capítulo 1
Avaliação: Procedimentos Básicos
 
 
Qualquer planejamento de uma atividade ou exercício físico requer uma
avaliação. Nela detectaremos como um indivíduo está naquele momento,
assim como, com os resultados dessa avaliação, poderemos prescrever
intensidades e volumes de treino específicos para ele.
Por que fazer uma avaliação física?
Para verificar a condição inicial do aluno, atleta ou cliente;
Para obter dados para a elaboração de prescrição adequada de atividade;
Para incluir, excluir e indicar um exercício físico;
Para programar o treinamento;
Para acompanhar a progressão do avaliado durante o treinamento
(reavaliações);
Para verificar se os objetivos estão sendo atingidos.
Objetivos das medidas e avaliações na
Educação Física
Avaliar o estado do indivíduo ao iniciar a programação;
Detectar deficiência(s), permitindo uma orientação para superá-la(s);
Auxiliar o indivíduo na escolha de um exercício físico que, além de
motivá-lo, desenvolva suas aptidões;
Impedir que o exercício seja um fator de agressão;
Acompanhar o progresso do indivíduo;
Selecionar elementos de alto nível para integrar equipes de competição;
Desenvolver pesquisa em Educação Física;
Acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento dos nossos
avaliados;
Saber adequar avaliação voltada para saúde e para performance: os
objetivos e testes são diferentes.
Quando devemos fazer uma avaliação
física?
No início de qualquer programa de exercício físico;
No decorrer do período de treinamento;
Ao final de um ciclo de treinamento ou quando for necessário
reformulá-lo.
O que é avaliação multidisciplinar?
Avaliação multidisciplinar é um processo no qual profissionais da
Educação Física e da Medicina Desportiva unem conhecimentos para avaliar
um indivíduo.Quando encaminhar para uma avaliação
multidisciplinar?
Quando, por algum motivo, seja fisiológico ou físico (detectado na
anamnese), o indivíduo não puder ser submetido a uma avaliação sem
auxílio de uma equipe multidisciplinar (médicos, professores etc.) em
local específico;
Quando o indivíduo tiver 50 anos de idade ou mais e possuir um ou mais
fatores de risco (sedentarismo, fumo, colesterol e pressão arterial
elevados, percentual de gordura fora dos níveis normais e histórico
familiar) associados à coronariopatias;
Quando indivíduos, independentemente da idade, possuírem um ou mais
fatores de risco.
Nesses casos, seria interessante que a pessoa procurasse um médico e
realizasse uma avaliação médica.
Onde fazer uma avaliação física?
As avaliações podem ser feitas em qualquer lugar, desde que saibamos
o que queremos medir, qual nosso público, quais os objetivos que temos em
mente para avaliar e quais os instrumentos que possuímos. Aí, então, é só
selecionar o local:
Laboratório;
Campo;
Academia;
Escola;
Outros locais.
Para cada local, necessitaremos de equipamentos específicos. Por
exemplo, uma avaliação laboratorial envolve uma série deles, por ser uma
avaliação mais complexa.
Como o objetivo deste livro é direcionar a avaliação para os locais mais
simples, ou seja, que não necessitem de equipamentos especializados, as
avaliações de campo, em academias e escolas serão nosso foco principal.
 
Pontos importantes
Instrumentos: a escolha correta garantirá êxito nas medidas. Escolher
instrumentos válidos, fidedignos, adequados à população e atualizados;
Comparação de dados: ao compararmos dados, devemos observar se
foram coletados pelo mesmo avaliador e se foi utilizado o mesmo
método;
Local adequado e limpo;
Orientar o aluno/cliente quanto à utilização da roupa adequada para a
avaliação e quanto aos procedimentos dos testes;
Seguir rigorosamente as indicações, normas e padrões dos testes.
O que podemos medir?
Podemos medir quase tudo que existe e, na Educação Física, há
algumas variáveis que é importante conhecermos, para fazermos um bom
trabalho.
O que podemos medir chamamos de variáveis, as quais podem ser:
 
Quantitativas:expressam quantidade, ou seja, são representadas por
valores numéricos, por exemplo: peso, estatura etc.
 
Qualitativas:expressam qualidade, ou seja, são representadas por
categorias que, algumas vezes, podem receber atributos de algarismos
numéricos, mas não com valor de quantidade.
 
Dentre as variáveis quantitativas, podemos destacar:
•Variável Cineantropométrica
Medidas antropométricas (peso, estatura, dobras cutâneas etc.),
composição corporal, somatótipo, proporcionalidade, crescimento e
desenvolvimento.
•Variável Neuromuscular
Força, resistência muscular, velocidade, flexibilidade, coordenação,
equilíbrio etc.
•Variável Metabólica
Sistemas aeróbico e anaeróbico.
 
Dentre as variáveis qualitativas,podemos destacar:
 
•Variável Psíquica
Ansiedade, motivação, inteligência, personalidade etc.
 
Prazos de reavaliação
Tão importante quanto avaliar é reavaliar. A reavaliação nos fornece a
evolução do nosso aluno, além de nos ajudar a equacionar e elaborar melhor
o nosso processo de treinamento.
Tem-se que 90 dias seria um prazo interessante para fazermos uma
reavaliação, mas esse período depende e está diretamente relacionado a
alguns fatores:
Frequência de treinamento;
Objetivos do treinamento;
Idade do indivíduo;
Grau de condicionamento inicial do indivíduo.
Tudo isso deve ser levado em consideração para uma reavaliação.
Lembramos sempre que a avaliação e as reavaliações servem como um
instrumento motivador. No entanto, quando muito frequentes (semanais),
podem fazer que o processo de avaliação seja fator desmotivador, ou seja, o
aluno não consegue verificar seus resultados, pois não melhora. No entanto, o
problema não está no treinamento e nos exercícios, mas, no fato de
realizarmos avaliações em excesso.
Então, tome cuidado ao avaliar e reavaliar seus alunos. Use o bom
senso na hora de determinar esses prazos.
Laudos
Quando realizamos um processo de avaliação, devemos nos preocupar
também como forneceremos os resultados aos nossos alunos e como os
professores prescreverão os exercícios a essas pessoas.
Hoje em dia, existem muitos programas informatizados de avaliação
física. Em sua grande maioria, são muito bons e suficientes para
desenvolvermos uma excelente avaliação. Eles fornecem laudos-padrão, mas
devemos estar atentos para saber interpretá-los.
Os laudos devem ser explicados de maneira clara e detalhada aos
alunos. Isso os faz ficar a par das próprias condições físicas e, assim, possam
acompanhar a sua própria evolução.
Os resultados das avaliações são ferramentas importantes para a
prescrição de exercícios; portanto, devem ser utilizados nesse momento.
 
Pontos importantes
Postura como avaliador: seriedade e ética;
Respeitar e seguir os procedimentos dos testes;
Procurar estar sempre atualizado;
Escolher os testes e técnicas apropriados para a população que se está
avaliando: saber adequar;
Interpretar os resultados e laudos de maneira correta e passar essas
informações claramente ao avaliado.
Capítulo 2
Medidas e Avaliação em Educação
Física: Conceitos
 
 
A avaliação é um processo de fundamental importância na Educação
Física, seja escolar, esportiva, de rendimento, entre outras. Sendo assim, há
algumas definições importantes, segundo Marins e Giannichi (1998):
 
Medida
Caracteriza-se por uma determinação de grandeza, e é o primeiro
instrumento para se obter informação sobre algum dado pesquisado. É uma
técnica que fornece, por meio de processos precisos e objetivos, dados
quantitativos, que exprimem, em bases numéricas, as quantidades daquilo
que se deseja medir.
 
Avaliação
A avaliação é um processo pelo qual, utilizando as medidas, podemos,
subjetiva e objetivamente, exprimir e comparar critérios. Ela determina a
importância ou o valor da informação coletada e classifica os avaliados.
 
Avaliação-análise
Entende-se por avaliação-análise as técnicas que permitem visualizar a
realidade do trabalho que se desenvolve, criando condições para se entender
o grupo e situar um indivíduo dentro desse grupo. Indica se os objetivos estão
ou não sendo atingidos, se a metodologia de trabalho está sendo satisfatória,
ou seja, avalia a prescrição do treinamento ou os exercícios prescritos e sua
eficiência.
 
Teste
É um instrumento, procedimento ou técnica usada para se obter uma
informação; é o que usamos para obter um dado, uma medida.
 
Bateria de testes
É um conjunto de testes destinado a quantificar as variáveis de
performance. É a seleção de vários testes e instrumentos para que
verifiquemos as medidas de cada variável escolhida para a avaliação.
Tipos de avaliação
Segundo Marins e Giannichi (1998), temos três tipos de avaliação, e
elas estão ligadas aos períodos em que avaliamos nosso aluno e ao tipo de
informação que nos é fornecido. São elas:
 
Avaliação diagnóstica
Identifica pontos fortes e fracos do(s) avaliado(s). Normalmente, é
efetuada no início do programa. Ajuda o profissional a calcular as
necessidades dos indivíduos e a elaborar o seu plano de atividades, tendo
como base essas características, ou, então, a dividir a turma (quando em
escolas ou exercícios de grupo) em grupos (homogêneos ou heterogêneos),
visando facilitar o processo de assimilação da tarefa proposta.
 
Avaliação formativa
Informa sobre o progresso dos indivíduos no decorrer do processo de
ensino-aprendizagem ou de treinamento; fornece informações tanto para os
avaliados quanto para os avaliadores; indica ao profissional se ele está
ensinando o conteúdo certo, da maneira certa, para as pessoas certas e no
tempo certo, e se o programa de exercícios está sendo bem planejado.
 
Avaliação somativaÉ a que fornece o quadro geral da evolução do indivíduo; é a soma de
todas as avaliações realizadas no fim de cada unidade do planejamento.
Ajuda o professor a identificar a melhora de seu avaliado e se seu
planejamento foi eficaz.
 
Princípios das medidas e avaliações
Ao avaliarmos, devemos ter em mente alguns princípios. Isso facilita
muito todo o processo. Podemos destacar os seguintes (Marins e Giannichi,
1998):
Para avaliar efetivamente, todas as medidas devem ser conduzidas com
os objetivos do programa em mente;
Deve ser sempre lembrada a relação existente entre teste, medida e
avaliação;
Os testes devem ser conduzidos e supervisionados por pessoas treinadas;
Os resultados devem ser interpretados em termos do indivíduo como um
todo: social, mental, física e psicologicamente;
Tudo que o existe pode ser medido;
Nenhum teste ou medida é perfeito;
Não há teste que substitua o julgamento profissional;
Deve sempre existir o reteste para se observar o desempenho;
Usar os testes que mais se aproximam da situação da atividade.
Critérios para seleção de testes
Para que nossos resultados sejam confiáveis, devemos sempre escolher
testes e instrumentos adequados. Para isso, todos estes devem passar pelo
rigor científico, usarmos testes e instrumentos seguros, eficazes e adequados
àquilo que queremos medir.
Ao escolher um teste, um instrumento ou utilizar uma técnica (por
exemplo, uma equação para calcular percentual de gordura), devemos sempre
garantir que estes apresentem alguns critérios conhecidos como critérios de
autenticidade científica. São eles:
 
Validade
A validade determina se o teste mede o que está destinado a medir. Se
estabelecermos uma correlação entre o resultado de um teste válido realizado
por uma pessoa e o resultado colhido em um teste que queremos validar com
a mesma pessoa, o coeficiente de correlação deve ser elevado. Normalmente,
para um teste ou instrumento ser considerado válido, ele é comparado com o
que chamamos de Padrão Ouro, que é uma forma direta de verificar um
resultado. Por exemplo, as equações e testes para determinar o consumo
máximo de oxigênio foram desenvolvidos e comparados com a medida direta
de consumo de oxigênio, ou seja, um teste com coleta direta de oxigênio.
 
Confiabilidade ou fidedignidade
Esse critério está ligado à consistência da medida, ou seja, a medida
repetida duas ou mais vezes em um curto intervalo de tempo, sem que tenha
havido, entre os testes, atividades que possam ter alterado as respostas, deve
apresentar os mesmos resultados, ou estes devem ser altamente
correlacionados.
 
Objetividade
A objetividade também está ligada à consistência. O teste deve produzir
resultados consistentes quando aplicado por diversos avaliadores; não pode
depender de uma única pessoa.
Recomendamos que os profissionais busquem sempre testes,
instrumentos e técnicas em literatura especializada. Isso leva os avaliadores a
terem em mãos testes válidos, fidedignos e objetivos. Não utilizem testes que
não apresentem referências (protocolos); isso pode fazer que seus resultados
não sejam confiáveis.
Precisão das medidas
Seguindo um dos princípios de medidas e avaliação, “nenhum teste ou
medida é perfeita”, os testes e instrumentos assumem certa margem de erro,
pois não estamos fazendo medidas diretas, mas indiretas e, na maioria dos
casos, o que conhecemos como duplamente indireta; as medidas de dobras
cutâneas são um bom exemplo disso.
A precisão das medidas depende de alguns fatores, por exemplo: a
exatidão dos instrumentos, a aplicação correta da técnica de medida, a
seleção dos instrumentos e testes mais adequados para a população que está
sendo avaliada. Tudo isso pode nos ajudar a minimizar os erros existentes
nesse processo.
Segundo Marins e Giannichi (1998), existem dois tipos de erro:
1 -Erro de medida: esse tipo de erro está relacionado a três fatores.
São eles:
Erro de equipamento: quando o equipamento não é aferido
previamente;
Erro de medidor: quando o avaliador erra ao fazer uma leitura; erra a
leitura do cronômetro, do estadiômetro, a contagem do número de
repetições de execução, a identificação de uma unidade de medida
(cm, m, km) etc.
Erro administrativo: quando existe algo errado na administração, nos
procedimentos metodológicos do teste, por exemplo: aquecimento
prévio para a execução do teste, quando, em suas normas, isso não
estava previsto.
2 -Erro sistemático: o erro sistemático é aquele em que o avaliador não
pode interferir, como, por exemplo, fatores climáticos, ou seja, avaliar a
flexibilidade no verão e reavaliar no inverno, ou medir a estatura pela manhã
e, na reavaliação, medir à noite. Isso pode interferir nos resultados.
Os erros de medida podem ser evitados, pois dependem exclusivamente
do avaliador e do cuidado com a metodologia aplicada. Por sua vez, o erro
sistemático não podemos controlar.
Capítulo 3
Começando a Avaliação Física:
Anamnese
 
 
Ao fazermos uma avaliação, é interessante que, como ponto de partida,
façamos uma anamnese (questionário). Nesta, constarão perguntas simples,
mas de fundamental importância. É na anamnese que o professor conhecerá
os hábitos, ou seja, o histórico do seu aluno/cliente, munindo-se de
informações pertinentes para elaboração de seu treinamento. É interessante
que o aluno/cliente assine essa anamnese e que ela seja arquivada pelo
avaliador. Segundo o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM,
2000), em uma anamnese, é importante constar alguns aspectos:
Hábitos de atividade física, alimentar, ingestão de álcool, fumo;
Profissão (isso pode nos fornecer dados importantes a respeito da
postura laboral e futuras compensações que podemos trabalhar nos
exercícios);
Histórico de sintomas (dores e desconfortos musculares e/ou
articulares);
Diagnósticos clínicos;
Exames físicos e clínicos anteriores;
Histórico familiar de doenças importantes, como: diabetes, hipertensão,
doenças cardíacas, entre outras;
Enfermidades recentes diagnosticadas;
Problemas ortopédicos;
Uso de medicamentos;
Alergias.
PAR-Q
Um exemplo de questionário muito utilizado é o PAR-Q, ou Prontidão
para Atividade Física (Physical Activity Readiness Questionnaire).
Originalmente desenvolvido pelo Ministério da Saúde de Colúmbia Britânica,
foi revisado por um Comitê Consultivo Técnico congregado pela Sociedade
Canadense de Fisiologia do Exercício e Fitness, em 1994.
Esse questionário tem sido recomendado para pessoas entre 15 e 69
anos, para a sua entrada em programas de exercício de intensidade branda e
moderada. Não se deve utilizar somente esse questionário, pois ele está
associado apenas aos fatores de risco e doenças, e não abrange informações
importantes, como hábitos de exercício, dores, desconforto, entre outras.
O questionário consta de sete perguntas simples e, se o aluno responder
“sim” a uma ou mais questões, ele deve ser encaminhado a uma avaliação
multidisciplinar ou médica (Clínicas de Medicina do Exercício).
É indicado que você tenha algumas cópias do PAR-Q na íntegra para
aplicar em seus alunos e clientes. Nos meios em que ele é vinculado, sempre
é incentivada a cópia na íntegra para aplicação. Você pode adquiri-lo nos
Guias do ACSM (Manual do Colégio Americano de Medicina do Esporte –
Testes de Esforço e Prescrição de Exercício – ACSM – American College of
Sports Medicine, 2000) e também neste livro.
Ao aplicá-lo, devemos evitar que o avaliado saiba previamente que, se
responder “sim” a alguma das perguntas, será encaminhado ao médico. Essa
informação prévia pode fazê-lo mascarar os resultados. É indicado entregar-
lhe apenas o PAR-Q e, logo após as respostas, pedir-lhe que assine o
questionário. Logo a seguir, o avaliador lhe fornecerá as demais informações.
Podemos também elaborar um questionário para uso próprio, com
questões simples, para usarmos em nossa academia, escola etc. Aoelaborarmos um questionário próprio, devemos construí-lo com questões
simples e diretas, e priorizar respostas fechadas (com alternativas). Isso
facilita a análise dos resultados e torna a avaliação mais rápida. Cabe
salientar que, para fins de pesquisa, o questionário deverá ser um instrumento
validado, como é o PAR-Q e o questionário sobre fatores de risco, que será
apresentado adiante.
PAR-Q
1- Seu médico já mencionou alguma vez que você tem uma condição
cardíaca e que você só deve realizar atividade física recomendada por um
médico?
( ) Sim ( ) Não
2- Você sente dor no tórax quando realiza atividade física?
( ) Sim ( ) Não
3- No mês passado, você teve dor torácica quando não estava realizando
atividade física?
( ) Sim ( ) Não
4- Você já perdeu o equilíbrio por causa de tontura ou alguma vez perdeu a
consciência?
( ) Sim ( ) Não
5- Você tem algum problema ósseo ou de articulação que poderia piorar em
consequência de uma alteração em sua atividade física?
( ) Sim ( ) Não
6- Seu médico está prescrevendo medicamentos para sua pressão ou
condição cardíaca?
( ) Sim ( ) Não
7- Você conhece alguma outra razão que o impeça de realizar atividade
física?
( ) Sim ( ) Não
Se você respondeu:
Li, entendi e completei este questionário. Quaisquer dúvidas que eu tenha
tido foram esclarecidas de forma completamente satisfatória.
Nome: _________________________________________
Data: _________________
Assinatura: _________________________________
Assinatura do pai ou responsável (para menores de idade): ____________
Testemunha: ___________________________________
Nota: Se o PAR-Q for respondido por uma pessoa antes do seu ingresso em um programa de atividade
física ou da realização de avaliação de aptidão física, esta seção pode ser usada para fins legais ou
administrativos.
Questionário sobre fatores de risco
Outros exemplos de questionários que podemos aplicar são aqueles que
verificam os fatores de risco, ou seja, todos os que estão associados ao
desenvolvimento de doenças cardiovasculares e a outras doenças graves.
Esses fatores de risco são: sedentarismo, colesterol elevado, hipertensão
arterial, fumo, idade, histórico familiar e porcentual de gordura elevado
(ACSM, 2000).
Um modelo de questionário bem simples e de fácil análise é o que foi
desenvolvido e adaptado da Sociedade de Cardiologia de Michigan, no qual a
análise é feita a partir do registro numérico de determinação de valores aos
referidos fatores de risco (Tabela 3.1). Após as respostas, o avaliador faz o
somatório dos valores registrados pelo avaliado em cada item. O valor obtido
nesse somatório é verificado na tabela de classificação (Tabela 3.2), na qual
verificamos o risco que este avaliado está apresentando.
Tabela 3.1- Fatores de risco para desenvolvimento de doenças coronarianas
Tabela 3.2 - Classificação do perfil de risco coronariano
Exemplo de anamnese
1) Quais são seus objetivos com a prática de atividades físicas?
( ) Prevenção
( ) Condicionamento físico
( ) Estética
( ) Lazer
( ) Indicação médica
Outros __________________________
 
2) Onde prefere praticar atividade física?
( ) Em casa
( ) Na academia
Outros ___________________________
 
3) Quais esportes você já praticou?
( ) Futebol
( ) Vôlei
( ) Basquete
( ) Handebol
Outros ___________________________
 
4) Quais esportes você pratica?
( ) Futebol
( ) Vôlei
( ) Basquete
( ) Handebol
Outros ___________________________
 
5) Tem praticado exercício físico regularmente?
( ) Sim
( ) Não
 
6) Quantos dias da semana você tem disponível para a prática de exercício
físico?
( ) 2 dias
( ) 3 dias
( ) 4 dias
( ) 5 dias
( ) 6 dias
 
7) Quais os dias da semana de sua preferência para praticar exercício físico?
( ) Segunda-feira
( ) Terça-feira
( ) Quarta-feira
( ) Quinta-feira
( ) Sexta-feira
 
8) Você fuma?
( ) Sim
( ) Não
 
9) Você bebe?
( ) Sim
( ) Não
 
10) Você sente algum tipo de dor ou desconforto (muscular ou articular)?
( ) Sim
( ) Não
Onde? _________________________________
 
11) Você apresenta alguma(s) dessas doenças (já diagnosticadas por
médico)?
( ) Colesterol elevado
( ) Diabetes tipo I
( ) Diabetes tipo II
( ) Hipertensão arterial
( ) Cardiopatias
( ) Outras
Quais?
________________________________________________________________
______________________________________________________________________
 
12) Se você apresenta alguma dessas doenças, usa medicamentos?
( ) Sim
( ) Não
 
13) Seu médico sabe que você está ingressando num programa de exercícios
físicos?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não frequento regularmente o médico
 
14) Outras informações relevantes:
___________________________________________
______________________________________________________________________
 
Avaliação física e avaliação médica
Cabe salientar que é importante que nosso aluno tenha o hábito de
consul-tar um médico, no mínimo anualmente para fazer o controle e a
avaliação de sua saúde. Com essa avaliação física, podemos estimulá-lo a
fazer o controle. Sempre que ele fizer esse acompanhamento médico, é
interessante que façamos uma inter-relação com o outro profissional, o que
torna nossa prescrição cada vez mais segura e eficaz.
Um trabalho interdisciplinar só contribui para o enriquecimento de
nosso conhecimento, além de ser uma segurança para nosso aluno. Nós,
professores de Educação Física, devemos estimular a avaliação médica, que
contribui – e não exclui – a avaliação física. A avaliação médica serve como
um recurso a mais para a segurança da prescrição, mas, mesmo que nosso
aluno já venha com um resultado desse tipo de avaliação, devemos, ainda,
fazer a avaliação antropométrica e neuromuscular (se não existir alguma
restrição feita pelo médico).
Se nos for apresentado um laudo de uma avaliação ergométrica ou ergo-
espirométrica, devemos usá-lo para a prescrição dos exercícios aeróbicos.
Não há necessidade de fazermos uma avaliação cardiorrespiratória, pois esta
já foi feita pelo médico, mas as demais avaliações nós podemos – e devemos
– fazer.
Capítulo 4
Variáveis Cineantropométricas
 
Cineantropométricas
O marco inicial para o crescimento internacional da cineantropometria
ocorreu em 1976, nos Jogos Olímpicos de Montreal. Naquele ano, Ross e De
Rose descreveram pela primeira vez o termo cineantropometria, e o definiram
como o estudo dos aspectos humanos relacionados a tamanho, forma,
proporcionalidade, composição corporal e maturação biológica (Ross e De
Rose, 1982 apud Silva, Trindade e De Rose, 2003; Beune e Borns, 1990); é a
interface quantitativa entre anatomia e fisiologia ou entre estrutura e função
(Glender, 2003). Objetiva-se entender o processo de crescimento,
treinamento e rendimento esportivo.
Dentro do extenso conteúdo do método cineantropométrico, há dois
pontos de grande utilização e praticidade na avaliação funcional em
academias, escolas, programas de saúde e treinamento: a antropometria e a
composição corporal.
Antropometria
A palavra antropometria deriva do grego anthropos (antropo ou
antropia), que significa homem, e metron (metria ou metro), que equivale a
medida. Por isso, poderíamos defini-la como a parte da antropologia que
estuda as proporções e medidas do corpo humano (Michels, 2000).
A origem da antropometria remete-se à Antiguidade, pois egípcios e
gregos já observavam e estudavam a relação das diversas partes do corpo. O
reconhecimento dos biótipos remonta a tempos bíblicos, e o nome de muitas
unidades de medida utilizadas hoje em dia é derivado de segmentos do corpo
(Rodriguez-Añez,2001).
Segundo Heyward e Stolarczyk (2000), antropometria é a medida do
tamanho corporal e suas proporções, incluindo espessura de dobras cutâneas,
circunferências (ou perímetros), diâmetros e comprimentos ósseos, estatura e
peso corporal. Preocupa-se em determinar características e propriedades do
aparelho locomotor, como as dimensões das formas geométricas de
segmentos, distribuição de massa, braços de alavanca, posições articulares
etc. (Amadio et al., 1999). Os modelos antropométricos estabelecem
propriedades geométricas do corpo humano, tais como: comprimento, área e
volume dos segmentos, ossos e músculos, origem, inserção, linha de ação dos
músculos sob investigação e suas propriedades de inércia: massa, centro de
gravidade e impulsão dos segmentos (Amadio e Baumann, 2000).
Conforme Ross (1976 apud Marins e Giannichi, 1998), a antropometria
é a aplicação de medições para o estudo do tamanho, forma, proporção,
composição, maturação e crescimento, com o objetivo de ajudar a entender o
movimento humano no contexto do crescimento, exercício, performance e
nutrição, com aplicação direta na medicina, educação e administração.
A antropometria nos ajuda a identificar o quanto cada componente
corporal (gordura, ossos, músculos e órgãos internos) representa na nossa
massa total, ou o que conhecemos como peso corporal.
Instrumentos necessários
Para avaliarmos, necessitamos de instrumentos específicos para as
variáveis que queremos medir. Para mensurarmos essas variáveis, podemos
citar alguns instrumentos básicos, de fácil utilização e que apresentam um
custo relativamente baixo. Cabe salientar ao profissional e estudante de
Educação Física que façam uma pesquisa de preços antes de adquiri-los, e
também que, ao comprarem algum instrumento, prestem atenção a alguns
detalhes:
Nem sempre o mais caro é o melhor; procure informações com relação
ao fabricante;
Tenha em mãos sempre o manual, pois nele constam informações
importantes, como: prazo de aferição do instrumento, como utilizá-lo,
como conservá-lo, aonde levar em caso de conserto, entre outras;
Se comprar material de segunda mão, solicite que ele venha com o
manual de instrução (às vezes, o barato sai caro);
Os instrumentos digitais são muito bons, mas requerem cuidados
especiais, pois são sensíveis a quedas, umidade, calor excessivo e,
quando a bateria está fraca, devemos trocá-la, pois a medida já fica
comprometida. Se você transportará com muita frequência os
instrumentos (por exemplo, fazer avaliação na casa dos alunos, o que é
comum em treinamento individualizado), lembre-se desses detalhes ao
comprá-los. Prefira os mais resistentes.
Devemos atentar para alguns cuidados:
Adequar o instrumento ao indivíduo e à população;
Atentar para a leitura do instrumento;
Treinar o manuseio do instrumento antes de iniciar uma avaliação.
Para uma avaliação antropométrica, necessitamos dos seguintes
instrumentos:
Balança
As balanças podem ser digitais ou analógicas; ambas são precisas.
Convém utilizar modelos que permitam medidas com precisão de até 100
gramas (resolução de 100 gramas). Esse instrumento é utilizado para
determinar a massa ou o peso corporal total.
FIGURA 4.1 - Balança digital.
FIGURA 4.2 - Balança de cilindros.
Estadiômetro
O estadiômetro é uma escala métrica vertical instalada
perpendicularmente a um plano de base, e é utilizado para medir estatura.
Podem ser encontrados adaptados em alguns tipos de balança (balanças de
cilindros) ou fixos em uma parede. Normalmente, utilizamos leitura em
centímetros. Exemplo: 170 cm em vez de 1,70 m. Estadiômetros portáteis
também são bastante utilizados.
FIGURA 4.3 - Estadiômetro portátil.
Antropômetro ou paquímetro
Esses instrumentos medem diâmetros ósseos. A leitura é feita em
centímetros.Para medir os diâmetros maiores (biacromial, biiliocristal e
bitrocantérico), usamos o antropômetro (1), e, para medir os diâmetros
menores, usamos o paquímetro (2).
FIGURA 4.4 - 1: Antropômetro; 2: Paquímetro.
Compasso de dobras
Também conhecido como plicômetro, espessímetro ou adipômetro.
Mede a espessura do tecido adiposo em regiões específicas do corpo. A
precisão da leitura depende do modelo (geralmente 1 mm). A leitura é feita
em milímetros.No item dobras cutâneas, abordaremos compassos clínicos e
científicos.
FIGURA 4.5 - Compassos: 1: Científico (Cescorf); 2: Clínico (Cescorf); 3: Científico (Lange); 4:
Clínico (Slim Guide).
Fita métrica
A fita métrica é utilizada para a determinação dos perímetros ou
circunferências. Observar que o ponto zero da fita será sempre o ponto fixo.
A leitura é feita em centímetros.Normalmente, as fitas antropométricas são
metálicas, flexíveis, para facilitar a medida, e têm maior durabilidade.
FIGURA 4.6 - Fita métrica metálica.
Pontos anatômicos
Em uma avaliação antropométrica, necessitamos de certas referências, e
al-guns pontos anatômicos são de fundamental importância para o início de
uma avaliação.
Os pontos anatômicos servem para uma avaliação subjetiva (visual; por
exemplo, a avaliação postural) e para uma avaliação objetiva (dobras
cutâneas, circunferências etc.).
São inicialmente localizados por meio da palpação e identificação das
estruturas que os caracterizam e, posteriormente, marcados com lápis
dermográfico ou adesivos (avaliação postural), para facilitar a colocação
correta do instrumento de medida.
Para identificarmos os pontos anatômicos, devemos passar por três
etapas:
Identificação visual do local a ser marcado;
Palpação: deve ser firme e segura, mas não bruta, para não machucar o
avaliado. Devemos ter cuidado, pois em algumas regiões o avaliado
pode sentir cócegas. Nesse caso, marcamos apenas pela identificação
visual;
Marcação: deve ser feita com lápis dermográfico específico para
avaliação, ou mesmo lápis de maquiagem (adquiridos em farmácias).
Podemos, ainda, usar etiquetas adesivas para a avaliação postural; para
as avaliações antropométricas, devemos usar o lápis.
Mesmo que o interesse do pesquisador/avaliador se limite a uma ou
duas medidas, convém que todos os pontos sejam demarcados e a rotina de
medição antropométrica seja feita de forma completa. Com isso, será
propiciada uma série de dados que servirão, no futuro, para a elaboração de
novas pesquisas.
 
Vértex
É o ponto mais superior da cabeça, estando o Plano de Frankfurt (uma
linha imaginária traçada sobre o meato auditivo, que deve estar
horizontalizado com o solo; também significa o alinhamento do plano visual
ao horizonte) rigorosamente posicionado. É usado para determinar estatura e
altura sentado.
 
Cervical
Situa-se na porção mais posterior do processo espinhoso da sétima
vértebra cervical. Usa-se para medir a altura do tronco.
 
Acromial
Ponto mais lateral do bordo superior e externo da espinha da escápula
(processo acromia). Essa referência é usada para determinar o diâmetro
biacromial, para o comprimento do membro superior e do braço e para
determinar o local da dobra do tríceps e a circunferência do braço.
 
Mesoesternal
Ponto médio do esterno. É a referência para os diâmetros ântero-
posteriores e transverso do tórax. Podemos identificá-lo três dedos acima do
processo xifoide, e, nos homens, normalmente usamos a linha mamilar como
referência.
 
Úmero
Localiza-se nos epicôndilos lateral e medial do úmero. Deve ser
verificado com o cotovelo fletido, pois facilita a identificação dos processos
ósseos. Usamos esses pontos para medir o diâmetro do úmero.
 
Radial
Ponto mais alto da borda superior e lateral da cabeça do rádio. Usa-se
na determinação do comprimento do braço e do antebraço.
 
Estiloidal
Localiza-se no ponto mais distal da apófise estiloide do rádio. É a
referência utilizada para estabelecer o comprimento do antebraço e da mão e
o diâmetro biestiloidal do rádio. Identificamos o ponto com o punho fletido.
 
DactiloidalPonto mais distal da extremidade do dedo médio da mão direita.
Utiliza-se na medida da altura total e do comprimento do membro superior e
da mão.
 
Iliocristal
Ponto mais lateral da borda superior da crista ilíaca. É a referência
utilizada para a medida do diâmetro bi-iliocristal e da dobra cutânea
suprailíaca.
 
Trocantério
Situa-se no ponto mais alto do trocanter maior do fêmur. Como
referência, usa-se na determinação do diâmetro bitrocantérico, do
comprimento do membro inferior e da coxa. Para identificar melhor o ponto
por meio da palpação, solicitamos ao avaliado que faça o movimento de
rotação externa ou flexão e extensão do quadril. Quando mobilizamos a
articulação, identificamos melhor o ponto.
 
Femoral
Situa-se na extremidade inferior (distal) do fêmur, e devemos marcar os
epicôndilos medial e lateral. O avaliado deve estar sentado para facilitar a
identificação do ponto.
 
Tibial
Ponto localizado na borda superior da tuberosidade medial da tíbia. É
usado na medida do comprimento da coxa e da perna. Para a identificação do
ponto, o avaliado deve estar sentado.
 
Acropodial
Ponto mais anterior dos dedos dos pés, que eventualmente poderá ser a
extremidade do primeiro ou do segundo dedo, dependendo do indivíduo.
Usa-se para medir o comprimento do pé.
 
Maleolar
Situa-se no ponto mais projetado do maléolo lateral e medial. Essa
referência é usada para determinar o comprimento da perna e o diâmetro
bimaleolar.
 
Pternial
Ponto mais posterior do calcanhar. Usa-se para medir o comprimento
do pé.
FIGURA 4.7 - Pontos anatômicos.
Fonte: Pitanga (2004, p. 62).
Classificação das medidas
antropométricas básicas em Educação
Física
Segundo Marins e Giannichi (1998), podemos classificar as principais
medidas utilizadas em Educação Física em: medidas lineares longitudinais
(alturas e comprimentos) e transversais (diâmetros e envergaduras); medidas
circunferenciais (circunferências ou perímetros); e medidas de massa ou peso.
Medidas lineares longitudinais
Alturas
Correspondem às medidas tiradas de um ponto antropométrico ao solo
no sentido longitudinal (por meio de um antropômetro ou altímetro). As
principais alturas são:
 
Estatura
É a distância entre o ponto vértex e a região plantar (com o avaliado em
pé ou deitado). A posição deitada do avaliado faz que haja um aumento de
0,5 a 1 cm em seu comprimento (Miranda, 2000). Para situar adequadamente
a cabeça na posição anatômica, foi estabelecido o Plano de Frankfurt (Figura
4.8). Esse plano, utilizado, sobretudo, na determinação do vértex, é gerado a
partir de uma linha imaginária que passa pelo ponto mais baixo do bordo
inferior da órbita direita e pelo ponto mais alto do bordo superior do meato
auditivo externo correspondente. Podemos solicitar ao avaliado que mantenha
o olhar no horizonte. Isso facilita a determinação do Plano de Frankfurt e,
consequentemente, do vértex, sobre o qual a trena é posicionada.
FIGURA 4.8 - Plano de Frankfurt.
Fonte: Pitanga (2004, p. 61).
FIGURA 4.9 - Medida da estatura.
 
Altura total
É a distância do ponto dactiloidal até a região plantar, estando o
avaliado com o membro superior direito na vertical, elevado a 180° por sobre
a cabeça e com o cotovelo estendido.
FIGURA 4.10 - Medida da altura total.
 
Altura sentado
Com o avaliado sentado em um banco regulável, para que se obtenha
um ângulo reto nas articulações de tornozelo, joelho e coxo-femoral, mede-se
a distância do ponto vértex ao assento do banco.
 
Altura do membro superior
Acromial, radial, estiloidal e dactiloidal. Caracterizam a distância entre
esses pontos anatômicos e a região plantar. Usamos um antropômetro vertical
para mensurar essas medidas.
 
Altura do membro inferior
Trocantérica, tibial e maleolar. Caracterizam as distâncias entre os
respectivos pontos anatômicos e a região plantar. Usamos um antropômetro
vertical para mensurar essas medidas.
Ao efetuar as medidas longitudinais, determinados cuidados devem ser
levados em consideração para diminuir a margem de erro.
FIGURA 4.11 - Alturas de membros superiores e inferiores.
Fonte: Pitanga (2004, p. 68).
 
Cuidados
O avaliado deve estar descalço.
O avaliado deve manter-se em pé, com os pés unidos e voltados à frente,
ombros relaxados e braços ao longo do corpo, com o Plano de Frankfurt
rigorosamente posicionado.
A haste do antropômetro deve estar perpendicular ao solo.
Alguns autores recomendam, para determinadas medidas, que o avaliado
faça uma inspiração, procurando compensar o achatamento dos discos
intervertebrais, ocorrido durante o dia.
Comprimentos
Os comprimentos estão relacionados às distâncias entre dois pontos
antropométricos medidos longitudinalmente (por meio de um antropômetro
ou pela diferença (–) entre suas alturas).
Com base na determinação das alturas, podemos calcular os
comprimentos dos membros inferiores e superiores e de alguns segmentos
corporais. Com o estabelecimento de alguns indícios, somos capazes de
analisar o físico do avaliado, além de observar o crescimento, a maturação e o
desenvolvimento longitudinal dos ossos, também para uma avaliação
postural. Os principais comprimentos são:
Comprimento do MS (membro superior) = (altura acromial – altura
dactiloidal) ou o comprimento entre o acrômio e o dactiloidal.
Comprimento do braço = (altura acromial – altura radial) ou o
comprimento do acrômio até o ponto radial.
Comprimento do antebraço = (altura radial – altura estiloidal) ou o
comprimento do ponto radial até o estiloidal.
Comprimento da mão = (altura estiloidal – altura dactiloidal) ou o
comprimento do ponto estiloidal até o dactiloidal.
Comprimento do MI (membro inferior) = (estatura – altura sentado) ou
altura trocantérica ao solo.
Comprimento da coxa = (altura trocantérica – altura tibial) ou o
comprimento do trocânter até o tibial.
Comprimento da perna = (altura tibial – altura maleolar) ou o
comprimento do ponto tibial até o maleolar.
Comprimento do pé = do ponto pternial ao acropodial.
Medidas transversais
Envergadura
É a distância entre dois pontos dactiloidais, estando o avaliado em pé
com os braços abduzidos, formando um ângulo de 90° com o tronco. Os
cotovelos devem estar estendidos e os antebraços, supinados.
Diâmetro ósseo
Caracteriza a distância entre duas estruturas de determinado osso,
localizada transversalmente. É medida com um paquímetro e antropômetro, e,
normal-mente, é estudada apenas no lado direito, de acordo com as normas
metodológicas atuais. Sua aplicação está relacionada à determinação do peso
ósseo e do somatótipo.
 
Diâmetro biacromial
Distância entre os pontos acromiais direito e esquerdo. O avaliador
coloca-se atrás do avaliado.
FIGURA 4.12 - Diâmetro biacromial.
Diâmetro bi-iliocristal
Distância entre os pontos iliocristais direito e esquerdo. É também
chamado de bicrista ou bicristal. Avaliado em posição ortostática, de frente
para o avaliador.
FIGURA 4.13 - Diâmetro bi-iliocristal.
 
Diâmetro bitrocantérico
Distância entre os pontos trocantéricos direito e esquerdo. O avaliado
deve ficar de frente para o avaliador, e seus pés devem permanecer unidos.
FIGURA 4.14 - Diâmetro bitrocantérico.
 
Diâmetro biepicondiliano do úmero
Distância entre os epicôndilos medial e lateral do úmero, com o
avaliado em posição ortostática, braço flexionado em 90° com o tronco e
antebraço formando 90° com o braço. A medida deve ser feita no lado direito.
FIGURA 4.15 - Diâmetro biepicondiliano do úmero.
 
Diâmetro biestiloide
Distância entre as apófises estiloides do rádio e da ulna, estando o
avaliado em posição ortostática, com braço flexionado em 90° com o tronco e
antebraço pronado, formando ângulo de 90° com o braço, e punho fletido. A
medida deve ser feita no lado direito.
FIGURA 4.16 - Diâmetro biestiloide.
 
Diâmetro biepicondilianodo fêmur
Distância entre os côndilos medial e lateral do fêmur, estando o
avaliado sentado com os pés apoiados no chão, a coxa formando um ângulo
de 90° com o tronco, e a perna, 90° com a coxa.
FIGURA 4.17 - Diâmetro biepicondiliano do fêmur.
 
Diâmetro bimaleolar
Distância entre os dois maléolos (medial e lateral), estando o avaliado
sentado e com os pés apoiados no chão.
FIGURA 4.18 - Diâmetro bimaleolar.
 
Cuidados
O paquímetro não deve ficar frouxo nem com pressão excessiva.
O paquímetro deve ser colocado perpendicularmente ao diâmetro
medido.
Respeitar os procedimentos e posição do avaliado e avaliador.
Medidas circunferenciais
Os termos circunferência e perímetro vêm sendo usados para definir a
medida circunferencial de vários locais do corpo, ou seja, para descrever
algumas características antropométricas. Em decorrência da utilização de
muitos protocolos (Americano e Australiano, entre outros), ocorrem algumas
divergências em relação ao uso dessas terminologias.
Na geometria euclidiana, o termo circunferência é o lugar geométrico
dos pontos de um plano que equidistam de um ponto fixo. Esse ponto fixo é o
centro e a equidistância, o raio da circunferência.
Por sua vez, perímetro (c), na geometria euclidiana, é a extensão da
circunferência, e pode ser calculado por meio da equação:
c = π d = 2r π
onde d é o diâmetro da circunferência, ou seja, o dobro do raio.
Em Antropometria, podemos usar o termo circunferência para
determinar a medida circular dos segmentos; isso não é errado. Alguns
protocolos – como o Australiano, por exemplo, da The International Society
for the Advancement of Kinanthropometry (ISAK) (Norton e Olds, 2005),
que vem sendo adotado como referência por muitos profissionais – usam o
termo perímetro (que é um tipo de medida circunferencial) para descrever as
medidas que, neste livro, chamamos de circunferências.
O termo perímetro sempre foi mais utilizado para referirmos os
perímetros musculares, ou seja, uma estimativa por meio de equações
específicas que identificavam a medida circunferencial (perímetro) muscular,
desprezando a pele e o tecido de gordura. Tal medida também pode ser feita
de maneira direta, por meio da avaliação de imagem (uma ecografia, por
exemplo).
Existem algumas diferenças na padronização das medidas
circunferenciais ao compararmos o protocolo de Lohman, Roche e Martorell
(1991), seguido neste livro, com o da ISAK. O importante é que o
profissional e o estudante das áreas da Saúde mantenham-se informados e
atualizados, e sigam uma padronização em suas avaliações, garantindo,
assim, excelência em suas atividades. A ISAK fornece cursos de formação e
certificação em diferentes níveis.
As circunferências ou perímetros são medidas que determinam os
valores de circunferência de um segmento corporal perpendicular ao eixo
longitudinal do mesmo segmento. As circunferências mais utilizadas em
Educação Física, segundo Lohman, Roche e Martorell (1991), são:
Ombros
Essa medida é feita no meio do músculo deltoide, no qual,
normalmente, encontra-se o maior volume muscular. O avaliado deve estar
em pé, com o peso distribuído igualmente entre os segmentos e com os
braços ao lado do corpo. A medida é feita ao final de uma expiração normal.
FIGURA 4.19 - Circunferência de ombros.
Braço
Essa medida é feita no ponto médio entre o acrômio e a base do
olécrano (o ponto deve ser marcado com o cotovelo fletido em 90°). A
medida pode ser feita com o braço relaxado ao longo do corpo, e também
contraído, no qual o tronco e o antebraço formam um ângulo de 90°.
FIGURA 4.20 - Circunferência do braço.
Antebraço
Essa medida é feita no ponto de maior volume muscular (maior
perímetro), com os braços estendidos ao longo do corpo e com o avaliado de
frente para o avaliador. Devemos fazer a medida com o antebraço supinado.
FIGURA 4.21 - Circunferência do antebraço.
Tórax
 
Homens: sobre a linha dos mamilos e sobre o ponto mesoesternal.
FIGURA 4.22 - Circunferência do tórax masculino.
 
Mulheres: sobre a linha subaxilar. O avaliado deve ficar de frente para o
avaliador.
FIGURA 4.23 - Circunferência do tórax feminino.
Cintura
A cintura é verificada sobre o ponto de menor perímetro. O avaliado
fica em pé, de frente para o avaliador, e com o abdômen relaxado. Podemos
identificar o ponto de medida utilizando as costelas como ponto de referência
(última flutuante).
FIGURA 4.24 - Circunferência da cintura.
Abdômen
Essa medida é verificada sobre a cicatriz umbilical. O avaliado deve
manter respiração normal e peso distribuído nos dois pés; braços ao lado do
corpo.
FIGURA 4.25 - Circunferência abdominal.
Quadril
Essa medida é feita sobre o trocânter maior de cada fêmur. O avaliado
deve estar com os pés unidos, em pé e de lado para o avaliador.
FIGURA 4.26 - Circunferência do quadril.
Coxa
A circunferência da coxa pode ser medida em três pontos:
Proximal: 1 cm abaixo da prega glútea.
Medial: no ponto médio entre o vinco inguinal e o bordo superior da
patela.
Distal: 10 cm acima do bordo superior da patela.
O avaliado fica em pé, com o peso distribuído em um dos lados para
que a medida seja feita no outro segmento. Alguns protocolos sugerem que o
peso deve ser distribuído igualmente entre os dois pés.
FIGURA 4.27 - Circunferência proximal da coxa.
FIGURA 4.28 - Circunferência medial da coxa.
FIGURA 4.29 - Circunferência distal da coxa.
Perna (panturrilha)
Essa medida é feita no ponto de maior volume muscular. O avaliado se
senta em uma mesa para que a perna que será medida fique pendurada
livremente, ou ele fica em pé, com os pés mais ou menos 20 cm afastados um
do outro e com o peso em um dos segmentos (medimos o outro). A fita
métrica é posicionada horizontalmente em volta da perna e movida para cima
e para baixo para localizar a máxima circunferência, em um plano
perpendicular ao eixo da panturrilha. O local de maior circunferência é
marcado, pois a dobra cutânea da panturrilha será medida no mesmo nível.
FIGURA 4.30 - Circunferência da perna.
 
Cuidados
Medir sempre sobre a pele nua;
Nunca usar fita elástica ou de pouca flexibilidade;
Não deixar o dedo entre a fita e a pele;
Não dar pressão excessiva, nem deixar a fita frouxa; a fita deve ficar
aderida à pele;
Não medir após exercício físico;
O ponto zero da fita sempre será o ponto fixo; ficará posicionado
embaixo.
Medida de massa ou peso corporal total
A medida de massa (chamada popularmente de “peso corporal”) é uma
das mais utilizadas na Educação Física. Entretanto, devemos considerar o fato
de que, isoladamente, esse dado não é adequado para afirmar se uma pessoa é
obesa ou magra, e tampouco é o elemento de controle de esforço. Quando
utilizamos a balança de cilindro, a técnica para medir consiste em:
Após a calibragem, travar a balança;
O avaliado sobe na balança pisando no centro, mantendo-se ereto e de
costas para a escala de medida;
Movimentar o cilindro maior para o encaixe correspondente à grandeza
de peso do avaliado;
Destravar a balança;
Movimentar o cilindro menor até que ocorra o nivelamento dos
ponteiros-guias;
Travar a balança;
Pedir que o avaliado desça da balança;
Fazer a leitura;
Retornar os cilindros ao ponto zero.
FIGURA 4.31 - Medida massa corporal (peso corporal).
Para as balanças digitais, devemos solicitar que o aluno suba na balança
e fique sem se movimentar, e assim faremos a medida.
Dobras cutâneas
As medidas de dobras cutâneas não se enquadram na classificação
descrita anteriormente, mas são um importante instrumento para a análise da
composição corporal.
Existe uma relação entre gordura subcutânea e gordura corporal total,
além do porcentual de gordura obtido com a medida das dobras. Podemos
também utilizar a soma de algumas dobras cutâneas para estimar a gordura
corporal total.
A técnica das dobrascutâneas é uma das mais utilizadas para a
verificação da composição corporal. Ela é mais acessível (custo e tempo),
mais rápida e seus resultados podem ser plenamente adaptados para faixa
etária, sexo etc. É com base no porcentual de gordura que podemos
estabelecer os demais componentes corporais (músculos, ossos etc.).
Essa técnica requer prática do avaliador, para que, cada vez mais, se
reduza o erro. A utilização de equações adequadas é um fator muito
importante para que os resultados sejam consistentes.
Conforme destacado no item Instrumentos necessários, o equipamento
necessário para medir as dobras cutâneas é chamado comumente compasso
de dobras. O compasso pode ser clínico ou científico. Normalmente, o
compasso científico apresenta uma precisão de escala mais fracionada (0,1
mm), enquanto o compasso clínico apresenta uma escala de 0,5 mm. Isso não
compromete a medida de maneira a impedir a utilização dos compassos
clínicos. Quando fazemos um trabalho científico com a intenção de publicá-
lo em revistas especializadas, necessitamos utilizar um instrumento científico.
 
Técnicas de medida e manuseio do instrumento
Tire todas as medidas do lado direito do corpo;
Cuidadosamente, identifique e marque os locais de medidas;
Segure a dobra cutânea firmemente entre o polegar e o indicador
(podendo também pegar com o dedo médio) esquerdos. Esses dedos
devem ter um afastamento, formando a letra “L”;
Os dedos devem sempre ficar apontados para baixo quando a dobra for
vertical, apontados para a esquerda quando for horizontal e apontados
para baixo na diagonal quando a dobra for diagonal;
O compasso deve ser segurado com a mão direita e colocado 1 cm
abaixo do pinçamento com os dedos, na mesma profundidade destes;
Mantenha a dobra segurada enquanto a medida é feita;
Deixe o compasso na posição de medida cerca de, no máximo, 4
segundos;
Evite duas medidas consecutivas no mesmo local;
Preferencialmente, faça três tomadas em circuito e utilize a mediana (ou
seja, exclua os valores maior e menor e utilize como resultado final o
valor mediano);
Atenção ao direcionamento das dobras: elas podem ser verticais,
horizontais e diagonais (ou oblíquas). O direcionamento é da dobra, e
não do compasso. Nas dobras verticais, por exemplo, o compasso
assume uma posição horizontal, mas devemos dar importância à direção
da dobra. Normalmente, esta está relacionada à direção das fibras
musculares em que a dobra está sendo medida;
Evite mensurar as medidas do avaliado após este ter realizado atividade
física;
Cabe ressaltar que não existe diferença nos procedimentos técnicos de
medida das dobras em crianças, adultos ou idosos. Os procedimentos
são os mesmos; o que difere é a equação a ser utilizada para o cálculo de
percentual de gordura.
FIGURA 4.32 - Posição dos dedos.
Como minimizar o erro utilizando a técnica do compasso de
dobras?
Pratique, no mínimo, entre 50 e 100 clientes;
Treine sempre com um técnico bem capacitado e experiente;
Siga os procedimentos-padrões;
Marque todos os pontos antes de medir;
Use as equações específicas para encontrar os resultados;
Esteja atento a novas informações sobre esse assunto.
Técnicas para medição
 
Tricipital
A dobra do tríceps é medida na linha média da parte posterior do braço,
sobre o músculo tríceps, no ponto médio entre o acrômio e o nível inferior do
processo olécrano da ulna; é uma dobra vertical.
Usando uma fita métrica, com o cotovelo flexionado em 90°, marque o
ponto médio. A dobra é medida com o braço estendido e relaxado.
O avaliador fica em pé, atrás do avaliado, e segura a dobra com a mão
esquerda, ficando com os dedos polegar e indicador apontados para baixo.
FIGURA 4.33 - Local da dobra do tríceps.
FIGURA 4.34 - Dobra do tríceps.
 
Subescapular
É uma dobra diagonal inclinada ínfero-lateralmente, aproximadamente
45° do plano horizontal. O ponto é, em média, 1 cm abaixo do ângulo inferior
da escápula.
O avaliado fica em pé, com o peso distribuído em ambos os pés. Para
localizar o ponto, deve-se palpar a borda lateral da escápula (de cima para
baixo) até localizar o ângulo inferior. Essa dobra é próxima à do tríceps.
FIGURA 4.35 - Local da dobra subescapular.
FIGURA 4.36 - Dobra subescapular.
 
Axilar média
É uma dobra horizontal, localizada na junção xifoesternal (ponto onde
a cartilagem costal das costelas 5-6 articulam-se com o esterno), levemente
acima do processo xifoide, na linha média axilar do tronco. Devemos
identificar o processo xifoide e, aproximadamente, um dedo acima dele é o
ponto a ser medido. Então, transferimos o ponto para a lateral do tronco. O
avaliado pode fazer uma leve abdução do ombro (até 90°) para facilitar o
acesso ao ponto.
FIGURA 4.37 - Local da dobra axilar média.
FIGURA 4.38 - Dobra axilar média.
 
Peitoral ou torácica
No homem,o ponto é a distância média entre a prega axilar anterior e o
mamilo; é uma dobra diagonal.Na mulher, o ponto se localiza um pouco
mais acima que no homem, 2 cm abaixo da linha axilar. O indivíduo fica com
os braços relaxados ao lado do corpo para que o ponto seja identificado e
devidamente marcado.
FIGURA 4.39 - Local da dobra peitoral feminina.
FIGURA 4.40 - Dobra peitoral feminina.
FIGURA 4.41 - Local da dobra peitoral masculina.
FIGURA 4.42 - Dobra peitoral masculina.
 
Bíceps
Para medir a dobra do bíceps, podemos usar a marca do tríceps. A
medida do bíceps deve ser 1 cm acima do tríceps, e também é uma dobra
verticalna parte anterior do braço.
FIGURA 4.43 - Local da dobra do bíceps.
FIGURA 4.44 - Dobra do bíceps.
 
Abdominal
Para medir a dobra abdominal, o avaliado, em pé, com o peso
distribuído em ambos os pés, deve relaxar a musculatura abdominal e a
respiração deve se manter normal. O ponto fica 3 cm ao lado e 1 cm abaixo
da cicatriz umbilical, do lado direito, e é uma dobra horizontal.
FIGURA 4.45 - Local da dobra abdominal.
FIGURA 4.46 - Dobra abdominal.
 
Suprailíaca
A dobra cutânea suprailíaca é medida na linha média axilar
imediatamente (aproximadamente 1 cm) acima da crista ilíaca. O avaliado
fica com os pés juntos em uma posição ereta, com os braços pendentes ao
lado. Se necessário, faz uma leve abdução do ombro para melhor acesso ao
ponto. É uma dobra diagonal, a aproximadamente 45° da horizontal. As
partes do compasso são aplicadas a mais ou menos 1 cm de onde os dedos
estão segurando.
FIGURA 4.47 - Local da dobra suprailíaca.
FIGURA 4.48 - Dobra suprailíaca.
 
Supraespinhal
A dobra supraespinhal é medida imediatamente acima (1 cm) da
espinha ilíaca. É uma dobra diagonal. O avaliado posiciona-se em pé, com os
braços relaxados ao lado do corpo.
FIGURA 4.49 - Local da dobra supraespinhal.
FIGURA 4.50 - Dobra supraespinhal.
 
Coxa
O ponto está localizado na linha média da parte anterior da coxa, entre
o vinco inguinal e a borda proximal da patela. O indivíduo flexiona o quadril
para ajudar a localização do vinco inguinal. É uma dobra vertical.
O peso do corpo é transferido para o outro pé, enquanto a perna do lado
da medida fica relaxada, com o joelho levemente flexionado e o pé no piso
plano. O avaliado pode segurar-se nos ombros do avaliador ou no encosto de
uma cadeira.
FIGURA 4.51 - Local da dobra da coxa.
FIGURA 4.52 - Dobra da coxa.
 
Suprapatelar
É uma dobra verticallocalizada na linha média da coxa, 2 cm acima da
borda proximal da patela. O avaliado fica em pé, com o peso do corpo dire-
cionado para a perna esquerda.
FIGURA 4.53 - Local da dobra suprapatelar.
FIGURA 4.54 - Dobra suprapatelar.
 
Perna (panturrilha)
A dobra vertical é feita na face medial da perna, no ponto de maior
circunferência. O avaliado deve estar sentado com os pés apoiados no solo ou
suspenso.
FIGURA 4.55 - Local da dobra da perna.
FIGURA 4.56 - Dobra da perna.
Como mencionado anteriormente,há diferenças entre a padronização
das medidas conforme os protocolos adotados. Atualmente, a padronização
da ISAK tem sido adotada como referência. Nela, por exemplo, a dobra
cutânea abdominal é feita 5 cm ao lado direito da cicatriz umbilical (ponto
médio do umbigo), e é uma dobra vertical, diferentemente da descrita neste
livro, que adota a padronização de Lohman, Roche e Martorell (1991).
Também existem diferenças na determinação de alguns pontos anatômicos e
em algumas circunferências (perímetros), entre outros itens.
O importante é que o profissional busque informações e treinamento
adequado, e siga um protocolo que se ajuste às suas necessidades e ao seu
público. Um ponto fundamental é que se mantenha informado e atualizado.
Isso pode ajudar, e muito, na qualidade dos serviços prestados a seus clientes
e alunos, assim como nos resultados futuros.
Nota: As medidas antropométricas aqui citadas (diâmetros, circunferências e dobras cutâneas) foram
descritas com base na tradução da obra de Lohman, Roche e Martorell (1991), referência para avaliação
antropométrica adotada nesta obra.
Capítulo 5
Técnicas para Determinação da
Composição Corporal
 
 
Com base nas medidas antropométricas coletadas, poderemos estimar o
quanto cada um dos componentes corporais (ossos, músculos, gordura e
órgãos internos) representa no corpo humano. A composição corporal pode
ser fracionada em dois ou quatro compartimentos. São eles:
Dois compartimentos: peso gordo e peso magro. O peso gordo é a
gordura corporal, e o peso magro está relacionado a todos os outros
tecidos (ossos, músculos, pele e órgãos internos).
Quatro compartimentos: peso gordo, peso muscular, peso ósseo e peso
residual.
Conseguimos estabelecer esses componentes por meio de equações
específicas, que veremos a seguir.
A composição corporal pode ser medida basicamente através de três
técnicas: pesagem hidrostática, bioimpedância elétrica e antropometria
(dobras cutâneas).
Pesagem hidrostática
Esse método é conhecido como Gold Standard (Padrão Ouro), utilizado
como referência, no qual obtemos o volume corporal e calculamos a densi-
dade corporal.
Segundo Arquimedes, o peso perdido dentro da água é proporcional ao
volume de água removido pelo volume corporal; então:
VC = PC – PESO PERDIDO NA ÁGUA
 
Onde:
VC = volume corporal
PC = peso corporal
 
Ex.
80 kg – peso dentro da água (4 kg) = 76
DC = 80 kg/76 kg = 1,05263 g/cc
Esse é um método pouco utilizado (apenas em pesquisas), por ser caro e
pouco prático.
Hoje em dia, a densitometria óssea (absorciometria de feixe duplo) tem
sido investigada com vistas à possibilidade de ser adotada como padrão ouro;
porém, mais estudos devem ser feitos para tal determinação.
Bioimpedância elétrica
O princípio da bioimpedância se baseia no conceito de que o fluxo
elétrico é facilitado através do tecido hidratado e isento de gordura, assim
como a água extracelular, em comparação com o tecido adiposo, em virtude
do maior conteúdo de eletrólitos. Consequentemente, a resistência ao fluxo
da corrente elétrica estará relacionada diretamente ao nível de gordura
corporal.
Temos métodos tetra e bipolar, que se relacionam ao número de
eletrodos posicionados no avaliado, por exemplo, no método tetrapolar, dois
eletrodos são colocados na mão e no pé. Os eletrodos distais emitem a
corrente e os proximais recebem.
Atualmente, não é o método mais caro, mas seu custo é relativamente
alto. Além disso, para o método ter resultados consistentes, deve-se observar
uma série de recomendações antes da avaliação, como, por exemplo, não ter
ingerido água ou líquido uma hora antes; não ter feito exercício físico até três
horas antes do teste; não estar tomando medicamento diurético (na verdade,
existem alimentos que assumem esse papel, e podem interferir no teste); para
as mulheres que estão no período pré-menstrual, não é aconselhável fazer o
teste; o avaliado não deve (no momento do teste) deixar que as pernas e os
braços encostem no tronco ou uns nos outros (dificulta a corrente), além de
outras recomendações.
É um método interessante, pois seu resultado traz a quantidade de água
no organismo e o metabolismo aproximado.
FIGURA 5.1 - Aparelho de bioimpedância elétrica
Dobras cutâneas
Essa técnica já foi destacada no capítulo anterior.
Índices e proporções
Utilizamos as medidas antropométricas para determinar os
componentes corporais e para estabelecermos alguns índices e relações
(também conhecidos como proporções). Entre eles, destacam-se os seguintes:
Índice de massa corporal (IMC)
O índice de massa corporal (IMC), também conhecido como Índice
Quetelet, é usado para avaliar o peso relativo à estatura, e é calculado
dividindo-se o peso corporal em quilos pela estatura em metros quadrados
(peso/h²). O IMC é um indicador relativamente bom da composição corporal
total, mas não deve ser a única técnica aplicada, pois pode não expressar bem
a realidade. Por exemplo, se aplicarmos o IMC em um fisiculturista, ele
provavelmente apresentará um índice muito alto, isso porque sua massa
magra é muito grande. Mas em sedentários essa técnica pode ser usada,
porém em conjunto com outra. Podemos utilizar com crianças.
O método de IMC apresenta limitações bem descritas na literatura
(Franken-field, 2001). No entanto, este índice tem sido recomendado pela
Organização Mundial de Saúde como um indicador da gordura corporal, por
ser obtido de forma rápida e praticamente sem custo nenhum.
Mais recentemente, uma discussão foi gerada após a publicação, na
revista Economist, de um artigo do matemático Lloyd N. Trefethen, professor
da Universidade de Oxford, que levantou a discussão de que o corpo é
tridimensional, e não bidimensional, razão pela qual o expoente da equação
não poderia ser 2. Contudo, Trefethen salienta que não é epidemiologista, e
sim matemático, mas que, mesmo assim, acredita que a equação clássica do
IMC deveria ser repensada.
Em seus estudos, Trefethen identificou que as pessoas mais baixas
podem ser subestimadas com a equação clássica, elevada ao expoente 2, e
assim sugere a seguinte equação:
IMC = 1,3 x peso (kg) / estatura (m)2,5
Trefethen salienta também que o Prof. Alain Goriely, também de
Oxford, em uma Carta ao Editor, mencionou em sua defesa que o próprio
Quetelet, inventor da equação clássica, já tinha identificado que o expoente
não deveria ser 2, e que tal constatação foi publicada na obra Tratado sobre o
homem e o desenvolvimento de suas faculdades (1842); porém, o próprio
autor não acre-ditava que essa equação seria mundialmente utilizada e uma
referência nas questões epidemiológicas.
Muitos pesquisadores, porém, defendem que a equação clássica está
correta e deve ser utilizada, mesmo com restrições em seu uso, e não
acreditam que o expoente 2,5 ou 3 possa resolver tais limitações (Heymsfield
et al., 2007).
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) também vêm
estudando esse assunto. A nutricionista Mirele Savegnago Mialich Grecc, por
exemplo, estuda o desenvolvimento de uma equação que leva em conta o
percentual de gordura do indivíduo:
IMC = (3 x peso (kg) + 4 x % gordura) / estatura (cm)
Talvez o maior inconveniente dessa proposta de equação seja o fato de
usar o percentual de gordura, o que torna necessário a mensuração e o cálculo
de outra variável, e o IMC foi adotado mundialmente por necessitar apenas
do peso e da estatura, o que facilita muito os estudos epidemiológicos em
grandes populações.
Essas questões ainda serão amplamente discutidas. O importante é que
nós, professores, estejamos sempre atentos e informados sobre os avanços da
ciência.
Independentemente da equação adotada, a classificação é a mesma
(Tabela 5.1).
Tabela 5.1 - Padrões de IMC para adultos
20-24,9 kg/m2 Desejável para homens e mulheres
25-29,9 kg/m2 Obesidade grau 1 ou sobrepeso
30-40 kg/m2 Obesidade

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