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Direitos Constitucionais dos trabalhadores

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DIREITOS CONSTITUCIONAIS 
DO TRABALHADOR
DIREITO DO
TRABALHO
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DIREITO DO TRABALHO
Aula 03 – Direitos Constitucionais do Trabalhador
Prof. José Gervásio
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SUMÁRIO
DIREITOS CONSTITUCIONAIS DO TRABALHADOR ..........................................4
I. Generalidades .........................................................................................4
II. Direitos constitucionais previstos no art. 6º ...............................................5
III. Direitos constitucionais previstos no art. 7º ..............................................7
III.1. Art. 7º, caput, da CF ...........................................................................7
III.2. Art. 7º, I, da CF ..............................................................................10
III.3. Art. 7º, II, da CF .............................................................................12
III.4. Art. 7º, III, da CF ............................................................................12
III.5. Art. 7º, IV, da CF .............................................................................13
III.6. Art. 7º, V, da CF ..............................................................................15
III.7. Art. 7º, VI, da CF .............................................................................16
III.8. Art. 7º, VII, da CF ...........................................................................18
III.9. Art. 7º, VIII, da CF ...........................................................................19
III.10. Art. 7º, IX, da CF ...........................................................................19
III.11. Art. 7º, X, da CF .............................................................................20
III.12. Art. 7º, XI, da CF ...........................................................................21
III.13. Art. 7º, XII, da CF ..........................................................................23
III.14. Art. 7º, XIII e XIV, da CF .................................................................24
III.15. Art. 7º, XV, da CF ...........................................................................26
III.16. Art. 7º, XVI, da CF ..........................................................................28
III.17. Art. 7º, XVI, da CF .........................................................................28
III.18. Art. 7º, XVIII e XIX, da CF ...............................................................29
III.19. Art. 7º, XX, da CF ...........................................................................32
III.20. Art. 7º, XXI, da CF ..........................................................................33
III.21. Art. 7º, XXII, da CF ........................................................................35
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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DIREITO DO TRABALHO
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III.22. Art. 7º, XXIII, da CF .......................................................................35
III.23. Art. 7º, XXIV, da CF ........................................................................37
III.24. Art. 7º, XXV, da CF ........................................................................38
III.25. Art. 7º, XXVI, da CF ......................................................................39
III.26. Art. 7º, XXVII, da CF ......................................................................40
III.27. Art. 7º, XXVIII, da CF .....................................................................40
III.28. Art. 7º, XXIX, da CF ........................................................................43
III.29. Art. 7º, XXX, XXXI e XXXII, da CF.....................................................45
III.30. Art. 7º, XXXIII, da CF .....................................................................46
III.31. Art. 7º, XXXIV, da CF ......................................................................48
III.32. Art. 7º, parágrafo único, da CF .........................................................48
IV. Direitos constitucionais do trabalhador previstos no art. 8º ........................49
V. Direitos constitucionais do trabalhador previstos no art. 9º .........................51
VI. Direito constitucional do trabalhador previsto no art. 10 ...........................52
VII. Direito constitucional do trabalhador previsto no art. 11 ..........................52
VIII. Direitos constitucionais dos trabalhadores previstos no art. 10 do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitória ........................................................53
A Nossa Revisão .......................................................................................55
Questões de Concursos .............................................................................58
Gabarito ..................................................................................................64
Questões Comentadas ...............................................................................65
Referências Bibliográficas ..........................................................................67
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DIREITOS CONSTITUCIONAIS DO TRABALHADOR
Caro(a) aluno(a),
É realmente muito comum ver nas provas de concurso questões sobre os di-
reitos constitucionais do trabalhador. A grande quantidade desses direitos e sua 
matriz na Constituição Federal os tornam direitos basilares.
I. Generalidades
São direitos previstos de forma expressa ou implícita na Constituição 
Federal. 
Diferentemente do que muitos acreditam, esses direitos não estão 
limitados ao Título II da Constituição Federal (“direitos sociais”), mas 
espalhados por diversos pontos dela.
Os direitos sociais previstos na Constituição estão inseridos entre os 
direitos fundamentais.
Autor(a)
JOSÉ GERVÁSIO A. MEIRELES
Juiz Federal do Trabalho, pós-graduado em Direito Constitucional pela 
Universidade de Brasília (UnB). Leciona Direito do Trabalho, Direito 
Processual do Trabalho e Direito Administrativo em cursos preparatórios 
para concursos públicos. Ocupou os cargos de Procurador da Fazenda 
Nacional (AGU) e Procurador do Estado de Goiás (PGE).
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Antes de tudo, o que são direitos constitucionais do trabalhador?
A segunda pergunta que um aluno normalmente faz é: como as bancas cobram 
essa matéria nos concursos? 
Normalmente, as bancas têm o costume de perguntar os direitos previstos no 
art. 7º da Constituição Federal, cobrando muitas vezes a literalidade da norma.
Aqui precisamos fazer um esclarecimento ao aluno: quando estudarmos cada 
um dos principais direitos, pretendo passar para o aluno noções básicas de cada 
instituto, sem exaurir a matéria de forma profunda, uma vez que muitasdessas 
matérias ou não são objeto dos editais ou já serão bem analisadas nos capítulos 
pertinentes. Você verá as questões mais abaixo e compreenderá a lógica.
Exemplo disso ocorre com o art. 7º, XXIII, o qual trata de adicional de insalu-
bridade e periculosidade. Vou esclarecer o direito mencionado, mas o maior deta-
lhamento estará no capítulo sobre remuneração. 
II. Direitos constitucionais previstos no art. 6º
O legislador constituinte inicia o capítulo dos direitos sociais elencando uma série 
de direitos atribuídos a todas as pessoas físicas, o que inclui, por evidente, os tra-
balhadores e os tomadores de serviços pessoas físicas. Veja: 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a mora-
dia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à materni-
dade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
O aluno normalmente imagina que esses direitos apenas se referem a trabalhado-
res, o que não é verdade. Além de ser aplicável a todas as pessoas físicas, inde-
pendentemente de haver ou não trabalho, também se aplicam a tomadores de 
serviço pessoas físicas.
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Por exemplo, se o empregador pessoa física está sendo executado em processo ju-
dicial na Justiça do Trabalho, por uma dívida trabalhista, mas não possui mais nenhum 
outro bem que não seja sua própria residência e os bens que a guarnecem, a Justiça 
reconhece que se trata de bem de família e não admite a penhora do bem (ato proces-
sual que vincula o bem ao processo para posterior alienação com objetivo de pagar a 
dívida). O bem se torna impenhorável por força do art. 6º da CF e dos arts. 1º e 3º da 
Lei n. 8.009/1990. Leia esses últimos dois artigos:
Lei n. 8.009/90:
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e 
não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de 
outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprie-
tários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam 
a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipa-
mentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que 
quitados.
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, 
previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, [...]
Veja um julgado do Tribunal Superior do Trabalho que exemplifica o contexto:
[...] II – RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO. RELATIVIZAÇÃO DO INSTITUTO DA IMPENHO-
RABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA. IMPOSSIBILIDADE. A Lei n. 8.009/90 traz em seu bojo as 
hipóteses de exceção a referido procedimento de constrição, sendo certo que a interpretação 
adotada pelo Regional não está autorizada no referido diploma legal. Com efeito, o Tribunal 
Superior do Trabalho, por diversas oportunidades, já se pronunciou no sentido da 
impossibilidade de uma relativização do instituto da impenhorabilidade do bem de 
família em nome da natureza alimentícia do crédito trabalhista, por ausência de 
previsão legal quanto a esta solução, ressaltando, ainda, que a moradia constitui 
direito social fundamental consagrado no art. 6º da CF. Recurso de revista conhecido e 
provido. (RR - 143100-13.1995.5.01.0203 , Relatora Ministra: Maria Helena Mallmann, Data 
de Julgamento: 15/06/2016, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/06/2016)
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Por outro lado, é evidente que tais direitos também se referem aos trabalhadores, 
como podemos ver no seguinte julgado da mesma corte:
[...] 2. ATRASO NO PAGAMENTO DE SALÁRIOS. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO. CA-
RÁTER ABSOLUTAMENTE INDISPENSÁVEL DA VERBA. DIREITOS SOCIAIS FUNDAMEN-
TAIS. ART. 6º DA CF. (...) Incontroverso nos autos que houve reiterado atraso no 
pagamento de salários à trabalhadora, emerge manifesto dano ao patrimônio 
moral do ser humano que vive de sua força de trabalho, em face do caráter absolu-
tamente indispensável que a verba tem para atender necessidades inerentes à 
própria dignidade da pessoa natural, tais como alimentação, moradia, saúde, 
educação, bem-estar – todos esses sendo direitos sociais fundamentais na or-
dem jurídica do país (art. 6º, CF). Recurso de revista conhecido e provido no parti-
cular. (RR - 692-92.2015.5.23.0006, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data 
de Julgamento: 30/11/2016, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 02/12/2016)
III. Direitos constitucionais previstos no art. 7º
III.1. Art. 7º, caput, da CF
O art. 7º, caput, da Constituição Federal prevê uma regra extremamente 
relevante no âmbito trabalhista:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que 
visem à melhoria de sua condição social:
[...]
Primeiramente, a Carta Magna (nome usualmente dado no âmbito do Direito 
à Constituição Federal) estabelece que os direitos pertencem aos trabalhadores 
urbanos e rurais, consagrando, no meio trabalhista, a igualdade prevista no art. 
5º, caput, da Constituição, impedindo a discriminação injustificada:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantin-
do-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, [...]
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Claro que essa isonomia não impede que existam, na lei, direitos diferen-
ciados entre trabalhadores urbanos e trabalhadores rurais, mas são direitos cuja 
diferença é justificada pelas condições de trabalho diversas a que estão 
submetidos esses trabalhadores e pelas peculiaridades de suas atividades. 
Assim, por exemplo, o adicional noturno do trabalhador urbano é de 20% (art. 
73, caput, da CLT) e refere-se, em regra, ao horário das 22hs às 5hs (art. 73, § 2º, 
da CLT), ao passo que o adicional noturno do rurícola é, na forma do art. 7º da Lei 
n. 5.889/1973, de 25% (o trabalho noturno no meio rural é mais desgastante) e, 
na pecuária, o horário é das 20hs às 4hs (considerando o horário de manejo dos 
animais) e, na agricultura, é das 21hs às 5hs.
O segundo ponto extremamente relevante está na parte final do art. 7º, 
caput, já que, ao mencionar “além de outros que visem à melhoria de sua condição 
social”, estabelece a premissa que muitos doutrinadores e a própria jurisprudência 
do Tribunal Superior do Trabalho admitem como princípio da vedação ao retro-
cesso ou proibição da retrogradação.
Esse princípio considera que os direitos apontados nos incisos do art. 7º são 
direitos mínimos, os quais não podem ser suprimidos ou reduzidos,inte-
grando o que chamamos de núcleo duro do Direito do Trabalho. Serão nulas 
as pactuações que reduzam ou restrinjam esses direitos mínimos. 
Veja um exemplo de julgado do Tribunal Superior do Trabalho reconhecendo a 
vedação ao retrocesso:
[...] HORAS IN ITINERE. SUPRESSÃO POR NORMA COLETIVA. INCOMPATIBILIDADE EN-
TRE O HORÁRIO DO INÍCIO DA JORNADA DE TRABALHO E O TRANSPORTE PÚBLICO RE-
GULAR. (...) 4 - O art. 7º, caput, da CF/88 prevê o direito fundamental à melhoria 
da condição social dos trabalhadores urbanos e rurais, positivação do princípio da prote-
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ção (núcleo essencial do Direito do Trabalho), do qual é desdobramento o princípio 
do não retrocesso. 5 - Sobre o conteúdo normativo do art. 7º, caput, da CF/88, des-
taca o Ministro Augusto César Leite de Carvalho: (...) o art. 7º da Constituição Federal 
revela-se como uma centelha de proteção ao trabalhador a deflagrar um programa as-
cendente, sempre ascendente, de afirmação dos direitos fundamentais. Quando o caput 
do mencionado preceito constitucional enuncia que irá detalhar o conteúdo indisponível 
de uma relação de emprego, e de logo põe a salvo ‘ outros direitos que visem à melhoria 
de sua condição social’, atende a um postulado imanente aos direitos fundamentais: a 
proibição de retrocesso. (E-RR-255500-85.2005.5.02.0010, DEJT-27/4/2012). E ainda 
do mesmo autor: (...) A partir de tal preceito, todo o sistema jurídico-trabalhista, 
seja no plano constitucional ou mesmo legal, dispõe sobre o conteúdo míni-
mo do contrato de emprego, reservando a outras normas ou mesmo cláusulas 
contratuais a tarefa de alargar a proteção do trabalhador subordinado. (...) 
(Direito do Trabalho: curso e discurso - São Paulo: LTr, 2016, p.70). (...) (AIRR - 10791-
05.2014.5.18.0101, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento: 
08/03/2017, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/03/2017)
Aliás, a importância do princípio é tamanha que diversos doutrinadores e a Jus-
tiça do Trabalho passaram a enxergar no caput do art. 7º não apenas um obstá-
culo ao retrocesso na gama de direitos já conquistados, mas um estímulo 
constitucional a sempre olhar para frente no sentido de aumentar essa gama 
de direitos, o que nos permite falar em princípio da progressividade.
Como consequência, podemos reconhecer que o legislador infraconstitucional, 
os operadores do Direito, aqueles que assinam normas coletivas (empresa, sindica-
tos de trabalhadores e sindicatos de empresas) podem todos aumentar o conjunto 
de direitos mínimos, mas não reduzi-los.
Veja um julgado do Tribunal Superior do Trabalho que se refere à progressividade:
1. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. SUPRESSÃO TEMPORÁRIA 
DO DIREITO AO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE MEDIANTE NORMA COLETIVA. INVA-
LIDADE. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 5º, II E 7º, XIII e XXVI, DA CONSTI-
TUIÇÃO FEDERAL, BEM COMO AO 611, DA CLT NÃO CONFIGURADA. NÃO PROVIMENTO. 
A normatividade que norteia os instrumentos coletivos não pode atentar con-
tra aquilo já consagrado nos diplomas que compõem o direito internacional, 
os princípios e regras da Constituição e toda a legislação que lhes dá forma, 
aperfeiçoa ou aprofunda. Assim, inteiramente dissociadas dos postulados da 
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progressividade e do dever de não regressividade são as convenções e acor-
dos coletivos que autorizam a redução, supressão ou modificação ‘in pejus’ de 
direitos laborais que guardem relação, mesmo que indireta, com os Direitos 
Humanos e fundamentais. Violação a dispositivos legais e constitucionais não carac-
terizada. Agravo de instrumento desprovido. (AIRR - 1002-67.2010.5.01.0077, Relator 
Desembargador Convocado: Cláudio Armando Couce de Menezes, Data de Julgamento: 
19/11/2014, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 28/11/2014)
III.2. Art. 7º, I, da CF 
O art. 7º, I, da Constituição preceitua:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social:
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa cau-
sa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre 
outros direitos;
Nesse ponto é importante lembrar que essa lei complementar mencionada 
pela Constituição ainda não foi editada. Logo, ainda não existe essa proteção 
do emprego contra a dispensa arbitrária ou sem justa causa e tampouco 
indenização compensatória. 
Trata-se de uma norma constitucional de eficácia limitada, ou seja, depen-
de, para gerar efeitos, da edição de uma lei (ainda não existente). Não há uma 
estabilidade no emprego a ser retirada do art. 7º, I, da Constituição.
Aliás, o Supremo Tribunal Federal já decidiu que não há estabilidade a ser infe-
rida da norma estudada:
“Não estabeleceu a Constituição de 1988 qualquer exceção expressa que con-
duzisse à estabilidade permanente, nem é possível admiti-la por interpretação 
extensiva ou por analogia, porquanto, como decorre, inequivocamente do in-
ciso I do art. 7º da Constituição, a proteção que ele dá à relação de emprego 
contra despedida arbitrária ou sem justa causa é a indenização compensatória 
que a lei complementar terá necessariamente que prever, além de outros direitos 
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que venha esta a estabelecer, exceto, evidentemente, o de estabilidade permanente ou 
plena que daria margem a um bis in idem inadmissível com a indenização compensa-
tória como aliás se vê da disciplina provisória que encontra nos incisos I e II do art. 10 
do ADCT.” (RE 179.193, Rel. p/ o ac. Min. Moreira Alves, julgamento em 18-12-96, DJ 
de 19-10-01)
Entretanto, aqui cabe um esclarecimento. O legislador constituinte quis dar um 
mínimo de proteção ao trabalhador enquanto não fosse editada essa lei, ten-
do criado uma multa referente ao FGTS se houvesse a dispensa sem justa 
causa ou arbitrária. Veja o art. 10, I, do Ato das Disposições Constitucio-
nais Transitórias:
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da 
Constituição:
I – fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para quatro vezes, da porcenta-
gem prevista no art. 6º, “caput” e § 1º, da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966;
A Constituição refere-se a quatro vezes o valor da Lei n. 5.107/1966, que era 
de 10%, totalizando 40%. Essa lei foi revogada pela Lei n. 8.036/1990 (lei 
atual do FGTS) que já determina a incidência da multa de 40% na dispensa 
sem justa causa:
Lei n. 8.036/90:
Art. 18 [...]
§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na 
conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do 
montante de todos os depósitos realizados na contavinculada durante a vigência do 
contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. 
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III.3. Art. 7º, II, da CF 
Trata-se de benefício regido pela Lei n. 7.998/1990 para as seguintes finali-
dades distintas:
Lei n. 7.998/90:
Art. 2º O programa do seguro-desemprego tem por finalidade:
I – prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude 
de dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, e ao trabalhador comprovadamente 
resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo; 
II – auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do emprego, promovendo, para 
tanto, ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional.
Art. 2o-C O trabalhador que vier a ser identificado como submetido a regime de traba-
lho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo, em decorrência de ação de 
fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa situação resgatado e terá 
direito à percepção de três parcelas de seguro-desemprego no valor de um salário mí-
nimo cada, conforme o disposto no § 2o deste artigo.
[...]
Para o nosso estudo de direitos constitucionais do trabalhador, não é necessário 
aprofundar nos requisitos para a habilitação no benefício, bastando que você conheça, 
nesse momento, essa previsão constitucional do seguro-desemprego e as finalidades 
do instituto.
III.4. Art. 7º, III, da CF 
A norma constitucional assegura:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social:[...]
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
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O FGTS cuida de uma contribuição que é devida:
a) aos empregados;
b) aos trabalhadores avulsos (possuem igualdade de direitos com os empregados – 
ver art. 7º, XXXIV, da CF);
c) aos diretores não empregados quando a empresa opta pelo recolhimento 
do FGTS (art. 16 da Lei n. 8.036/1990).
A lei que rege o FGTS é a Lei n. 8.036/1990 e o FGTS é depositado na conta 
vinculada do trabalhador. 
O percentual normalmente é de 8% sobre a remuneração (art. 15, caput, da 
Lei n. 8.036/1990), mas pode ser de 2% no caso do aprendiz (art. 15, § 7º, da 
Lei n. 8.036/1990). Neste momento, o aluno deve conhecer a previsão constitucional 
genérica.
III.5. Art. 7º, IV, da CF 
O legislador constituinte, visando assegurar o mínimo de dignidade ao tra-
balhador empregado, criou a figura do salário mínimo, o qual deveria atender a 
todas as necessidades básicas do ser humano:
CF:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social:[...]
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender 
a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimenta-
ção, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência so-
cial, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo 
vedada sua vinculação para qualquer fim;
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Imagino o que você deve estar pensando: “é triste saber que o legislador deve 
acreditar que o valor baixíssimo do salário mínimo no Brasil possa ser apto a satisfazer 
tantas necessidades”.
De toda forma, voltando ao aspecto jurídico, veja que o salário mínimo é nacional-
mente unificado de maneira que não pode haver previsão de salário mínimo dife-
renciado nos Estados, Distrito Federal e Municípios. Assim, é inconstitucional 
lei estadual ou municipal que fixe salário mínimo para todos os trabalhadores 
em valor diferente do nacionalmente previsto.
Outro ponto de interesse é a parte final do inciso (“sendo vedada sua vinculação 
para qualquer fim”). A intenção foi claramente impedir que o salário mínimo fosse 
utilizado como fator de indexação, isto é, fator de correção. 
Apenas para ilustrar, imagine que o supermercado tivesse um contrato civil de for-
necimento de gêneros alimentícios com um produtor rural e o contrato fosse corrigido 
pelo salário mínimo (ex. 100 salários mínimos por tonelada de produto). Se o salário 
mínimo aumenta, o custo do contrato para o supermercado aumenta e o supermercado 
vai repassar ao consumidor. Isso geraria mais inflação e o poder de compra do traba-
lhador que recebe o salário mínimo, ao invés de melhorar com o aumento do mínimo, 
faz é diminuir, já que o produto fica mais caro ainda na prateleira do mercado.
Nesse contexto, a Constituição proíbe a vinculação ao salário mínimo, de forma 
a proteger o seu poder aquisitivo e, com isso, assegurar dignidade ao trabalhador.
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III.6. Art. 7º, V, da CF 
O art. 7º, V, da Constituição não se esqueceu que, considerando particularida-
des relativas a determinados trabalhos, sobretudo no que tange à dificuldade da 
função, responsabilidade e abrangência, seria justificável a criação de um piso 
salarial mínimo para essas categorias. Veja:
CF:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
Essa regra não viola o salário mínimo nacionalmente unificado, uma vez que 
o salário mínimo nacional é universal, serve para qualquer categoria, e o piso 
salarial, apenas para uma categoria ou profissão específica. 
Além disso, o piso da categoria ou da profissão (conhecido também como sa-
lário profissional) jamais pode ser inferior ao salário mínimo para uma jornada 
integralmente cumprida naquela profissão.
Aqui cabe um registro para você. Esse piso salarial do art. 7º, V, da CF pode sim 
ser estabelecido por Estados e Distrito Federal, desde que não haja lei federal já 
criando o piso e desde também não haja convenção ou acordo coletivo já estipulando 
o piso salarial. 
Assim, por exemplo, o Estado pode criar, por lei estadual, um piso salarial mínimo 
para o advogado empregado. 
Essa possibilidade está no art. 1º da LC n. 103/2000:
Art. 1o Os Estados e o Distrito Federal ficam autorizados a instituir, mediante lei 
de iniciativa do Poder Executivo, o piso salarial de que trata o inciso V do art. 7o da 
Constituição Federal para os empregados que não tenham piso salarial defini-
do em lei federal, convençãoou acordo coletivo de trabalho.
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Note que o Estado e o Distrito Federal não podem criar salário mínimo geral, 
não podendo legislar sobre o art. 7º, IV, da Constituição, mas apenas criar, 
com base no art. 7º, V, da CF, piso salarial mínimo para uma categoria pro-
fissional no âmbito do Estado ou DF e, ainda assim, desde que atendidas as 
exigências do art. 1º da LC n. 103/2000. 
III.7. Art. 7º, VI, da CF
Quanto à irredutibilidade do salário, já tivemos a oportunidade de falar sobre o 
tema na aula de princípios. Se você não se lembra, vamos de novo.
A base do princípio da irredutibilidade salarial é bastante simples: o salário não 
pode sofrer redução, excetuada a hipótese de norma coletiva prever essa 
circunstância.
O princípio possui clara matriz constitucional no art. 7º, VI:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo co-
letivo;
Vale lembrar ainda que, segundo o entendimento do TST, não pode haver uma 
mera redução de salários mediante norma coletiva, mas sim a redução com-
pensada com a concessão de outras vantagens aos trabalhadores. 
Apenas para demonstrar esse raciocínio do Tribunal Superior, veja o seguinte julgado:
[...] 2. HORAS EXTRAS. REGIME DE TRABALHO SEMANAL DE 40 HORAS. FIXAÇÃO DE 
DIVISOR 220 POR NORMA COLETIVA. VALIDADE. A irredutibilidade salarial (art. 7°, VI) 
e a autonomia da vontade (art. 7°, XXVI) são princípios constitucionais, disciplinados 
como verdadeiros direitos sociais, pertencentes aos trabalhadores urbanos e rurais, 
com a finalidade de melhoria da sua condição social (art. 7°, -caput-). Tendo esta pre-
missa como referência, somente há que se admitir a possibilidade de redução salarial, 
com fundamento na autonomia da vontade, se resultar algum benefício para as partes, 
especialmente para os trabalhadores, principais destinatários da proteção constitucio-
nal. Não evidenciada a concessão de vantagem aos empregados, em contrapartida à 
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alteração contratual lesiva decorrente da norma coletiva, o princípio da autonomia da 
vontade não encontra densidade normativa suficiente para relativizar o princípio da 
irredutibilidade salarial. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. (AIRR - 1644-
26.2011.5.12.0036, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de 
Julgamento: 26/03/2012, 3ª Turma, Data de Publicação: 03/04/2012)
Entendida essa ideia, alguns operadores do Direito deparam-se com situações 
em que existe, sim, redução de parte do salário, mas ela não viola o princípio. Isso 
porque estamos diante de parcelas denominadas salário-condição. São parcelas 
remuneratórias que apenas são devidas se o trabalho é realizado em de-
terminadas condições, tais como adicional de insalubridade (devido se o trabalho 
é realizado em condições insalutíferas), adicional de periculosidade (se é realizado 
em condições perigosas), adicional de transferência (devido enquanto dura a trans-
ferência provisória) etc.
No salário-condição, eliminada a condição que justifica aquela parcela, não 
há mais necessidade de pagamento, o que não afronta o princípio. 
Nesse contexto, perfeitamente compreensível o disposto nas Súmulas 248 e 
265 do TST, as quais, respectivamente, aduzem:
Súmula 248 do TST:
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. DIREITO ADQUIRIDO (mantida) – Res. 
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A reclassificação ou a descaracterização da insalubridade, por ato da autoridade com-
petente, repercute na satisfação do respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido 
ou ao princípio da irredutibilidade salarial.
Súmula 265 do TST:
ADICIONAL NOTURNO. ALTERAÇÃO DE TURNO DE TRABALHO. POSSIBILIDADE 
DE SUPRESSÃO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional 
noturno.
Ressalte-se que, na ideia de irredutibilidade, está implícita a impossibilidade de 
descontos indevidos (princípio da intangibilidade salarial).
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III.8. Art. 7º, VII, da CF 
Seguindo a mesma ideia de se assegurar o salário mínimo como verdadeira prote-
ção a uma vida digna, o legislador constituinte previu:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem re-
muneração variável;
O texto é cristalino: até mesmo os que percebem remuneração variável (como 
comissões, percentagens, valores por peça produzida, valores por tarefa executada 
etc.) têm direito ao salário mínimo.
A aplicação prática é óbvia. Se um trabalhador que possui remuneração variável 
não conseguir atingir uma produção ou venda tal que atinja o salário mínimo, 
o empregador terá de arcar com o restante para se atingir o mínimo.
E não se admite qualquer desconto no mês seguinte, tendo o art. 78 da CLT 
inclusive previsto:
Art. 78. [...]
Parágrafo único. Quando o salário-mínimo mensal do empregado a comissão ou que 
tenha direito a percentagem for integrado por parte fixa e parte variável, ser-lhe-á 
sempre garantido o salário-mínimo, vedado qualquer desconto em mês subse-
quente a título de compensação. 
É evidente que a CLT disse menos do que deveria, já que essa regra vale, dian-
te da previsão constitucional, tanto para trabalhadores que tenham salário misto 
(salário fixo + salário variável) quanto para aqueles que apenas percebem salário vari-
ável. A constituição não faz nenhuma distinção, não podendo o intérprete fazê-lo.
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III.9. Art. 7º, VIII, da CF
O art. 7º, VIII, da Constituição dispõe:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da 
aposentadoria;
O décimo terceiro salário, também conhecido como gratificação natalina, cui-
da de uma parcela remuneratória própria de qualquer relação de emprego (e também 
aplicável ao trabalhador avulso por igualdade de direitos – ver art. 7º, XXXIV, da CF).
As leis mais relevantes para você são a Lei n. 4.090/1962e a Lei n. 4.749/1965, 
as quais tratam das peculiaridades do décimo terceiro salário e que serão estudadas 
no capítulo sobre remuneração. O que importa agora é você saber que a Carta Magna 
garante esse pagamento extra, cujo valor é calculado com base na remuneração 
integral ou, se for o beneficiado aposentado, no valor da aposentadoria.
III.10. Art. 7º, IX, da CF
O trabalho noturno visivelmente revela-se mais desgastante do que o trabalho diur-
no. Basta se lembrar de que o ser humano sequer é biologicamente adequado à vida 
noturna. Nesse panorama, nada mais natural do que pagar melhor a quem labora em 
condições mais nocivas. Veja:
CF:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
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Essa remuneração superior é fixada na legislação infraconstitucional, seja 
na CLT (art. 73, caput), seja na legislação extravagante (por exemplo: art. 7º da Lei n. 
5.889/1973; art. 20, § 3º, da Lei n. 8.906/1994; etc). O adicional noturno será estuda-
do na aula sobre jornada.
Por ora, considerando o prisma constitucional da presente aula, basta você saber 
que a remuneração da hora noturna deve ser superior à da diurna.
III.11. Art. 7º, X, da CF
O art. 7º, X disciplina:
CF:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social:[...]
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
De plano, vale lembrar de que o salário recebe uma série de proteções, sejam 
elas previstas na CLT, sejam elas previstas em leis extravagantes (esparsas). 
Apenas para satisfazer a sua curiosidade, veja, como ilustração, o disposto no art. 
459 da CLT: 
Art. 459. O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, 
não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concer-
ne a comissões, percentagens e gratificações. 
§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetua-
do, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.
Agora uma proteção que não está na CLT. Veja como o salário é um dos primeiros 
créditos a ser pago quando ocorre a falência, conforme prevê a Lei n. 11.101/2005:
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Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cin-
quenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;
[...]
Bom, você já entendeu a ideia. As diversas formas de proteção estudaremos na aula 
sobre remuneração.
Novamente ressalte-se que, na ideia de proteção, está implícita a impossibilidade 
de descontos indevidos (princípio da intangibilidade salarial). No âmbito infracons-
titucional, está previsto no art. 462 da CLT.
Falta ainda recordar que a retenção dolosa do salário (não foi pago por vontade 
do empregador e não por outro motivo) constitui crime. No entanto, ainda não existe 
um tipo penal específico.
III.12. Art. 7º, XI, da CF
No sentido de proporcionar melhor condição econômica ao empregado e incentivar 
maior interesse seu na atividade econômica, a Constituição prevê a possibilidade de 
participação nos lucros e resultados:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, ex-
cepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
Essa parcela não integra a remuneração.
Atualmente a Lei n. 10.101/2000 regula a participação em lucros e resultados. As 
regras sobre formas de cálculo, periodicidade do pagamento e prazo de vigên-
cia serão estipuladas em negociação. Veja:
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Lei n. 10.101/2000:
Art. 2o A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a em-
presa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhi-
dos pelas partes de comum acordo:
I – comissão paritária escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante 
indicado pelo sindicato da respectiva categoria; 
II – convenção ou acordo coletivo.
§ 1o Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e ob-
jetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjeti-
vas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do 
acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do 
acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições:
I – índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa;
II – programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente.
Claro que a lei estipulou regras mínimas que devem ser respeitadas, como por 
exemplo:
Lei n. 10.101/2000:
Art. 3º [...]
§ 2o É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título 
de participação nos lucros ou resultados da empresa em mais de 2 (duas) vezes no 
mesmo ano civil e em periodicidade inferior a 1 (um) trimestre civil.
Logo, não se pode pagar mais de duas vezes a participação nos lucros e 
resultados por cada ano civil, sendo que nenhuma delas pode ser referente a 
período inferior a um trimestre civil. Assim, se o trabalhador recebeu o primeiro 
pagamento pelo período de janeiro a março (um trimestre civil), o segundo e último 
pagamento deve se referir ao período de abril a dezembro.
Vale lembrar ainda de que a negociação não pode violar o princípio da isonomia. 
Assim, todo empregado que contribuiu para os lucros e resultados deve ser 
beneficiário da participação, mesmo que a extinção do contrato de trabalho tenha 
ocorrido antes da data do pagamento da vantagem.
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Súmula 451 do TST:
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. RESCISÃO CONTRATUAL ANTE-
RIOR À DATA DA DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS. PAGAMENTO PROPORCIONAL 
AOS MESES TRABALHADOS. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. (conversão da Orienta-
ção Jurisprudencial nº 390 da SBDII) - Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 
23.05.2014 
Fere o princípio da isonomia instituir vantagem mediante acordo coletivoou norma re-
gulamentar que condiciona a percepção da parcela participação nos lucros e resultados 
ao fato de estar o contrato de trabalho em vigor na data prevista para a distribuição 
dos lucros. Assim, inclusive na rescisão contratual antecipada, é devido o pagamento da 
parcela de forma proporcional aos meses trabalhados, pois o ex-empregado concorreu 
para os resultados positivos da empresa.
(FCC/2016/TRT 20ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA)
Dentre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais inseridos no artigo 7° da 
Constituição Federal do Brasil de 1988, com objetivo de garantir e aprimorar a sua 
condição social, está 
d) a participação nos lucros, ou resultados, vinculada a remuneração e, obrigato-
riamente, na gestão das empresas com mais de duzentos empregados.1
III.13. Art. 7º, XII, da CF
O salário-família é benefício devido por cada dependente que um trabalhador 
de baixa renda possua: 
CF:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social:
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos 
termos da lei;
1 A participação nos lucros e resultados não é uma parcela remuneratória. Além disso, não existe obrigatoriedade 
de pagamento dessa parcela. Ela é livremente ajustada por negociação na forma da lei vista. O item é errado.
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O tratamento legal da matéria encontra-se nos arts. 67 e seguintes da Lei n. 
8.213/1991. Veja o art. 67 sobre os requisitos:
Lei n. 8.213/1991:
Art. 67. O pagamento do salário-família é condicionado à apresentação da certidão de 
nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado ou ao inválido, e à apre-
sentação anual de atestado de vacinação obrigatória e de comprovação de frequência à 
escola do filho ou equiparado, nos termos do regulamento. 
Parágrafo único. O empregado doméstico deve apresentar apenas a certidão de nasci-
mento referida no caput.
O valor é fixo e reajustado anualmente. Apenas por questão de curiosidade, em 
2017, o valor mensal é de R$ 44,09 para quem ganha até R$ 859,88, e de R$ 31,07 
para quem ganha entre R$ 859,89 e R$ 1.292,43.
O pagamento é feito pelo empregador, que compensa os valores gastos com o 
recolhimento da contribuição previdenciária:
Lei n. 8.213/1991:
Art. 68. As cotas do salário-família serão pagas pela empresa ou pelo empregador do-
méstico, mensalmente, junto com o salário, efetivando-se a compensação quando do 
recolhimento das contribuições, conforme dispuser o Regulamento.
[…]
III.14. Art. 7º, XIII e XIV, da CF
A delimitação máxima da jornada de trabalho diária e semanal revela-se es-
sencial para que o trabalhador possa conseguir se recuperar física e mentalmente, 
além de ter tempo para desenvolver atividades de seu interesse particular e se 
inserir na comunidade. 
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Assim, o legislador decidiu fixar uma jornada máxima diária e semanal. Leia:
CF:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta 
e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jorna-
da, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
Perceba que o legislador deixou uma margem para a compensação de jornada 
(trabalha-se mais em um dia e menos em outro), bem como para a redução do tem-
po de trabalho mediante norma coletiva.
Quanto ao inciso XIV, a Carta Magna fixou tempo menor de jornada máxima 
diária (6 horas) para os turnos ininterruptos de revezamento, porque essa for-
ma de trabalho provoca um desgaste violento do trabalhador, uma vez que dificilmente 
consegue estabelecer uma rotina nessa forma de trabalho. Olhe:
CF:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos 
de revezamento, salvo negociação coletiva;
Nos turnos ininterruptos de revezamento, o empregado trabalha mediante esca-
las que variam de tempos em tempos, sendo que a jornada ora pega parte do 
período diurno e ora pega parte do período noturno. 
O Tribunal Superior do Trabalho inclusive possui uma Orientação Jurisprudencial 
que esclarece o que seriam esses turnos:
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OJ 360 da SDI-1 do TST :
TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS. HORÁRIO DIURNO 
E NOTURNO. CARACTERIZAÇÃO (DJ 14.03.2008) 
Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exer-
ce suas atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de 
trabalho, que compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois 
submetido à alternância de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a ativida-
de da empresa se desenvolva de forma ininterrupta.
Na parte final do art. 7º, XIV, da Constituição há uma ressalva (“salvo nego-
ciação coletiva”), o que significa que pode a norma coletiva tanto diminuir a 
jornada máxima de 6 horas diárias quanto aumentá-la. 
Aqui cabe um registro. Se for para aumentar a jornada máxima diária dos turnos 
ininterruptos de revezamento, não pode a norma coletiva ultrapassar o limite de 
8 horas diárias. 
O TST consolidou esse entendimento na Súmula 423:
Súmula 423 do TST:
TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE JORNADA DE TRABA-
LHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE (conversão da Orientação Ju-
risprudencial nº 169 da SBDI-I) - Res. 139/2006 – DJ 10, 11 e 13.10.2006 
Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular 
negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento 
não tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.
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III.15. Art. 7º, XV, da CF
O trabalhador necessita de tempo livre para sua higidez física e mental, além 
de tempo para se dedicar a atividades de seu próprio interesse, bem como para 
se promover o convívio com familiares e comunidade em geral. É claro que uma 
das formas mais fáceis de proporcionar esse tempo envolve o reconhecimento do direi-
to ao descanso semanal remunerado:
CF:
Art. 7º São direitos dostrabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
De fato, o repouso semanal preferencialmente coincidirá com os domingos, 
seja porque a maioria das pessoas tem o domingo como dia santo, seja porque a maio-
ria possui historicamente o descanso recaindo em tal dia. 
Entretanto, isso não é uma imposição. Em primeiro lugar, porque existem reli-
giões e crenças que atestam outros dias da semana como dias santos, o que 
deve ser respeitado. O Brasil consagra constitucionalmente a liberdade religiosa 
(art. 5º, VI, da CF). Leia:
CF:
Art. 5º [...]
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre 
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto 
e a suas liturgias; 
Em segundo lugar, existem atividades/trabalhos que não podem deixar exis-
tir nos domingos por diversos motivos, tais como conveniência pública do serviço, 
necessidade imperiosa, elencos teatrais etc. Imagine não haver trabalho algum em 
domingo em uma empresa concessionária de energia elétrica. Seria o caos. Veremos 
isso na aula sobre jornada.
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(FCC/TRT 20ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA/2016)
Dentre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais inseridos no artigo 7° da 
Constituição Federal do Brasil de 1988, com objetivo de garantir e aprimorar a sua 
condição social, está 
c) o repouso semanal remunerado, obrigatoriamente aos domingos, salvo determina-
ção diversa ajustada em convenção coletiva de trabalho em razão da especificidade 
da atividade. 2
III.16. Art. 7º, XVI, da CF
Conforme estudamos, a delimitação da jornada de trabalho é fundamental 
para se garantir a recuperação biológica do trabalhador (física e mental). O tra-
balho em excesso gera inegável desgaste. 
Assim, esse trabalho além do tempo máximo deve ser melhor remunerado, não 
apenas em virtude do maior cansaço a que o trabalhador está submetido, mas também 
como forma de inibir o empregador de querer que o obreiro faça as horas extras. Por-
tanto, o legislador constituinte estabeleceu uma premissa mínima maior:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social:
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquen-
ta por cento à do normal; 
Claro que o constituinte escolheu 50% de acréscimo na hora extra como míni-
mo, podendo percentuais maiores ser previstos em norma coletiva, contrato 
de trabalho, regulamento de empresa etc. 
Todavia, qualquer previsão menor, ainda que em lei, não pode ser constitu-
cionalmente admitida.
2 Item errado. Não é obrigatoriamente, mas preferencialmente aos domingos. E não há essa ressalva.
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III.17. Art. 7º, XVI, da CF 
O art. 7º, XVII, da Carta Magna preceitua:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social:[...]
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o 
salário normal;
O texto dispensa maiores comentários. O trabalhador possui direito a férias anuais, 
cuja remuneração deve ter um acréscimo de, pelo menos, um terço do salário normal.
III.18. Art. 7º, XVIII e XIX, da CF
A licença à gestante cuida de vantagem extremamente relevante para per-
mitir um desenvolvimento adequado do período final da gravidez, além de 
permitir um convívio pleno da genitora com seu filho recém-nascido. Veja a 
previsão:
CF:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social:[...]
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a dura-
ção de cento e vinte dias;
Esse mesmo prazo está assegurado na CLT, a qual traz mais detalhes sobre a van-
tagem (chamada de licença-maternidade):
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Art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e 
vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário. 
§ 1o A empregada deve, mediante atestado médico, notificar o seu empregador da data 
do início do afastamento do emprego, que poderá ocorrer entre o 28º (vigésimo oitavo) 
dia antes do parto e ocorrência deste.
§ 2o Os períodos de repouso, antes e depois do parto, poderão ser aumentados de 2 
(duas) semanas cada um, mediante atestado médico. 
§ 3o Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 120 (cento e vinte) dias 
previstos neste artigo.
[...]
O convívio entre a genitora e o recém-nascido é tão benéfico que o legislador, até 
mesmo prestigiando o princípio da isonomia e o princípio da não discriminação, 
atribuiu idêntico direito à adotante em relação à criança adotada:
CLT:
Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de 
criança será concedida licença-maternidade nos termos do art. 392.
§ 4o A licença-maternidade só será concedida mediante apresentação do termo judicial 
de guarda à adotante ou guardiã.
Aqui vale uma ponderação. A União instituiu, por lei, um programa chamado 
“empresa-cidadã”, cuja adesão pelas pessoas jurídicas é voluntária. 
Se a pessoa jurídica empregadora aderiu ao programa, a licença será au-
mentada em mais 60 dias tanto para a gestante como para a adotante na for-
ma da Lei n. 11.770/08:
Art. 1o É instituído o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogar
I – por 60 (sessenta) dias a duração da licença-maternidade prevista no inciso 
XVIII do caput do art. 7º da Constituição Federal; 
§ 1o A prorrogação de que trata este artigo:
I – será garantida à empregada da pessoa jurídica que aderir ao Programa, 
desde que a empregada a requeira até o final do primeiro mês após o parto, e 
será concedida imediatamente após a fruição da licença-maternidade de que trata o in-
ciso XVIII do caput do art. 7º da Constituição Federal; 
§ 2o A prorrogação será garantida, na mesma proporção, à empregada e ao em-
pregado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança. 
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(CESPE/2016/TRT 8ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) 
De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF) e a jurisprudência do Tribunal 
Superior do Trabalho(TST), assinale a opção correta a respeito da estabilidade da 
gestante e da licença-maternidade.
c) A CF prevê duração de cento e oitenta dias para a licença gestante.3
Quanto à licença-paternidade, a Carta Magna prevê:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social:[...]
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
Atualmente o prazo da licença-paternidade (5 dias) está disciplinado no art. 10, 
§ 1º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias:
Art. 10 [...]
§ 1º Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da Constituição, o prazo 
da licença-paternidade a que se refere o inciso é de cinco dias.
Entretanto, novamente, se a pessoa jurídica aderir ao programa “empresa-ci-
dadã”, então esse prazo pode aumentar mais 15 dias, totalizando 20 dias. Aliás, 
idêntico direito é atribuído a quem adota ou recebe guarda judicial para fins 
de adoção. Veja:
3 Errado. A Constituição prevê licença à gestante com duração de 120 dias. É a Lei n. 11.770/2008 que per-
mite a prorrogação e, ainda assim, se a pessoa jurídica aderir ao programa empresa-cidadã.
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Lei n. 11.770/2008:
Art. 1o É instituído o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogar: [...]
II – por 15 (quinze) dias a duração da licença-paternidade, nos termos desta 
Lei, além dos 5 (cinco) dias estabelecidos no § 1o do art. 10 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias.
§ 1o A prorrogação de que trata este artigo: 
II - será garantida ao empregado da pessoa jurídica que aderir ao Programa, 
desde que o empregado a requeira no prazo de 2 (dois) dias úteis após o parto 
e comprove participação em programa ou atividade de orientação sobre pater-
nidade responsável.
§ 2o A prorrogação será garantida, na mesma proporção, à empregada e ao em-
pregado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança.
Apenas para terminar, não se esqueça que a Administração Pública Direta, as 
autarquias e as fundações públicas também podem estabelecer programa se-
melhante para prorrogar a licença-maternidade e a licença-paternidade de seus ser-
vidores. Leia:
Lei n. 11.770/2008:
Art. 2o É a administração pública, direta, indireta e fundacional, autorizada a instituir 
programa que garanta prorrogação da licença-maternidade para suas servidoras, nos 
termos do que prevê o art. 1o desta Lei. 
III.19. Art. 7º, XX, da CF
O art. 7º, XX, da Constituição dispõe:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especí-
ficos, nos termos da lei;
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No sentido de promover uma igualdade plena e considerando o triste histórico de 
discriminação da mulher no mercado de trabalho, o legislador constituinte foi muito 
feliz ao estabelecer a necessidade de lei criando incentivos específicos para proteger 
o mercado de trabalho da mulher, combatendo assim a indevida diferenciação de que 
muitas vezes ela é vítima.
Entretanto, até o presente momento, a referida lei não foi editada. O que 
existem são regras de proteção ao trabalho da mulher que serão estudadas na aula 
própria. Não há, assim, uma lei que crie incentivos específicos para proteger os postos 
de trabalho da mulher.
(FCC/2015/TRT 9ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA)
Considerando os direitos assegurados aos trabalhadores pela Constituição Federal, 
é correto afirmar:
c) A proteção ao mercado de trabalho da mulher é norma de aplicação imediata 
que, tendo em vista o princípio da igualdade estabelecido como garantia funda-
mental, não depende de regulamentação infraconstitucional.4
III.20. Art. 7º, XXI, da CF
O aviso prévio é direito tipicamente trabalhista; possui finalidade que depende 
do destinatário da comunicação. Se o trabalhador é dispensado sem justa causa e 
recebe o aviso prévio, o instituto destina-se a que o empregado possa, no período do 
aviso, buscar novo emprego. Já se o empregado pede demissão, o aviso prévio desti-
na-se a que o empregador possa, no período do aviso, conseguir um substituto.
4 Errado. Existe a necessidade de lei específica.
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Considerando as finalidades, o prazo é importante, tendo o legislador constituinte 
definido um mínimo de 30 dias:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta 
dias, nos termos da lei;
A proporcionalidade do aviso prévio (3 dias a mais por ano trabalhado, além 
dos 30 dias mínimos) está definida na Lei n. 12.506/2011, a qual informa:
Art. 1o O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis 
do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, será 
concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano 
de serviço na mesma empresa. 
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias 
por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, 
perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. 
Como já vimos na aula sobre princípios, mais especificamente no princípio do in du-
bio pro misero, esse preceito não esclarece se a proporcionalidade do aviso prévio 
deve ser aplicada apenas em favor do trabalhador, quando esse é dispensado, ou 
se também deve ser aplicado em benefício do empregador, quando o trabalhador 
pede demissão.
Já vimos que, aplicando o princípio estudado, deve-se entender que a propor-
cionalidade apenas surge como direito do trabalhador e não do emprega-
dor. Assim, esse acréscimo de 3 dias a mais por ano trabalhado apenas é cabível 
quando o trabalhador é dispensado e não quando pede demissão. Aliás, 
olhe um julgado do TST sobre o referido direito:
RECURSO DE REVISTA. (...) AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL CONCEDIDO PELO EMPREGA-
DOR NA FORMA DA LEGISLAÇÃO. (...) 2 - O aviso prévio previsto no art. 487 da CLT é direito 
recíproco do empregado e do empregador. Contudo, o aviso prévio proporcional previsto 
na Lei nº 12.506/2011, a qual regulamenta o art. 7º, XXI, da CF/88, é direito ape-
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nas dos trabalhadores. 3 - Se o empregado pede demissão e não tem interesse no gozo 
do aviso prévio proporcional excedente de 30 dias (por motivos pessoais, profissionais etc.), 
o empregador não pode exigir a proporcionalidade, sob pena de indenização, pois a pro-
porcionalidade não é direito do empregador; se o empregado é dispensado e o empregador 
não concede o aviso prévio proporcional que é direito do trabalhador, também será cabível 
a indenização substitutiva da obrigação de fazer; no entanto, se o empregado é dispensado 
e o empregador concede o aviso prévio proporcional na forma da lei, não há o que indeni-
zar, pois ninguém pode ser punido por estar observando as normas jurídicas que mandam 
preservar o direito do trabalhador, caso dos autos. (...) (RR - 129700-64.2013.5.17.0005, 
Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento: 15/06/2016, 6ª Turma, 
Data de Publicação: DEJT 17/06/2016)
III.21. Art. 7º, XXII, da CF
Não se pode falar em proteção ao trabalhador sem buscar a diminuição dos riscos 
de ocorrência de acidentes do trabalho. Atento a tal objetivo, o texto constitucional es-
tabeleceu uma norma Não se pode falar em proteção ao trabalhador sem bus-
car a diminuição dos riscos de ocorrência de acidentes do trabalho. Atento a 
tal objetivo, o texto constitucional estabeleceu uma norma genérica:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, 
higiene e segurança;
Essa norma, muito embora seja ampla, justifica a criação, seja pelo legislador 
infraconstitucional, seja por atos normativos do Ministério do Trabalho, de re-
gramentos diretamente relacionados à diminuição de riscos de acidente, tais como 
exigência de criação de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (art. 163 da CLT 
e Norma Regulamentadora 5 do Ministério do Trabalho), obrigatoriedade e regras sobre 
uso de equipamentos de proteção individual (arts. 157, I, e 158, I, da CLT e Norma 
Regulamentadora 6 do Ministério do Trabalho) etc.
Nesse momento, contudo, para você basta conhecer a previsão genérica constitucional.
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III.22. Art. 7º, XXIII, da CF
O trabalho em condições perigosas, insalubres e penosas deve sempre ser 
evitado. Entretanto, sendo impossível impedir sua ocorrência, deve ser pago o 
adicional respectivo. Veja:
CF:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou 
perigosas, na forma da lei;
Perceba que a norma menciona a necessidade de uma lei. Atualmente temos pre-
ceitos legais que regem a insalubridade e a periculosidade e os respectivos adicionais.
Quanto ao adicional de insalubridade, o percentual do adicional varia entre 
10%, 20% e 40% sobre o salário mínimo, segundo a CLT:
Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de to-
lerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional 
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por 
cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio 
e mínimo.
Como o salário mínimo é nacionalmente unificado (art. 7º, IV, CF), hoje em dia se 
utiliza o salário mínimo nacional, embora haja inconstitucionalidade na norma (tema 
sobre o qual trataremos na aula de remuneração), exceto se a norma coletiva prever 
expressamente outra base de cálculo. 
As hipóteses de atividades e operações insalubres são definidas pelo Minis-
tério do Trabalho:
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CLT:
Art. 190. O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insa-
lubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites 
de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposi-
ção do empregado a esses agentes.
Apenas se você tiver curiosidade, o Ministério do Trabalho já editou a Norma Regu-
lamentadora 15 sobre agentes insalubres.
No que se refere ao adicional de periculosidade, o adicional é de 30% sobre 
o salário básico, sendo as principais hipóteses de atividades e operações peri-
gosas indicadas no art. 193 da CLT:
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamen-
tação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza 
ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição perma-
nente do trabalhador a:
I – inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; 
II – roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segu-
rança pessoal ou patrimonial. 
§ 1º O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 
30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, 
prêmios ou participações nos lucros da empresa.[...]
§ 4º São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta.
Novamente apenas se você tiver curiosidade, o Ministério do Trabalho já editou a 
Norma Regulamentadora 16 sobre atividades perigosas.
Por último, quanto ao trabalho penoso, não existe, nas leis que regem os em-
pregados, a previsão do que seria esse trabalho penoso, tampouco o valor ou 
percentual do adicional ou mesmo sua base de cálculo. Logo, apenas vemos na 
prática sua ocorrência quando esses dados são indicados na norma coletiva (conven-
ções ou acordos coletivos), contrato de trabalho ou regulamento empresarial.
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III.23. Art. 7º, XXIV, da CF
Preenchidos os requisitos legalmente previstos, o trabalhador adquire direito a se 
aposentar. A concessão de aposentadoria cuida de ato vinculado do ponto de 
vista administrativo, sendo a forma de cálculo do benefício estabelecida na Lei n. 
8.213/1991, cujo exame foge do objetivo de nosso estudo.
Basta a você, nessa aula, conhecer a previsão constitucional:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
XXIV – aposentadoria;
III.24. Art. 7º, XXV, da CF 
O art. 7º, XXV, da Constituição estabelece:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à 
melhoria de sua condição social: [...]
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 
(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
Como se vê, o texto é autoexplicativo. Os trabalhadores possuem direito a serviço

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