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AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL Aula 10: Conceituação cognitiva AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Temas/objetivos desta aula CONCEITUAÇÃO COGNITIVA; 1 PRÓXIMOS PASSOS ESTUDO DE CASO. 2 AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Conceituação cognitiva Conceituação Cognitiva • É a formulação do caso, é uma hipótese de trabalho, não uma verdade absoluta. Inicia desde a primeira entrevista até o final do trabalho; • Fornece a estrutura para o entendimento de um paciente; • É a habilidade clínica mais importante que o terapeuta cognitivo precisa dominar para um planejamento adequado e eficaz da terapia. Sem o entendimento cognitivo do paciente, todo tratamento será apenas a aplicação de técnicas com resultado pobre e/ou ineficaz. AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Conceituação cognitiva Objetivo principal da conceituação cognitiva: melhorar o resultado do tratamento, auxiliando o terapeuta e o paciente na obtenção de uma concepção mais ampla e profunda dos mecanismos cognitivos e comportamentais do paciente, em vez de vê-lo como um conjunto de sintomas e diagnósticos psiquiátricos. Além disso, auxilia o terapeuta na escolha das intervenções terapêuticas. AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Conceituação cognitiva A conceituação cognitiva envolve: • Dados relevantes da infância; • Crenças centrais; • Crenças intermediárias; • Situação; • Pensamentos automáticos; • Emoção/sentimento; • Comportamento. AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Estudo de caso A partir do estudo de caso (retirado livro: Estratégias cognitivo-comportamentais em situações de crise, p. 99 a 102): faça a conceituação cognitiva. G.L. tinha 41 anos de idade na época em que foi encaminhada à clínica. Recentemente ela recebera alta de um programa de tratamento de psiquiátrico com internação e estava experenciando sentimentos recorrentes de tristeza, raiva, desesperança, fadiga, libido diminuída, perda de peso severa, náusea, insônia, despertar matinal precoce, boca seca, retardo motor, agitação choro frequente, evitação social, explosão de raiva, gritar com os filhos, perda de apetite, baixa autoestima, culpa, preocupação excessiva e ansiedade. AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Estudo de caso Estava terminando seu doutorado em história e trabalhava meio período como professora na faculdade. Embora tivesse sido criada em uma devota família judia, ela e o marido eram ateus. G.L. se divorciara duas vezes e agora vivia com o marido, com o qual estava casa há dezesseis anos, e com seus três filhos adolescentes. As preocupações apresentadas incluíam sentimento de irritabilidade, medo, ansiedade e depressão. Embora G.L. tivesse perdido 15 quilos nos últimos três meses, testes médicos não revelavam nenhuma base física para a sua perda de apetite ou peso. G.L. disse que se sentira deprimida a “vida toda” e que esses sentimentos tinham se tornado progressivamente mais severos durante os últimos cinco anos. Essa piora coincidira com o início de seu doutorado. Dattilo, 2004, p. 99 a 102 AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Estudo de caso Ela afirmou ainda que se sentia “frustrada por estar viva” e comentou que “tudo o que eu toco é destruído”. Quando solicitada a explicar melhor, G.L. disse: “Eu perturbo a vida das pessoas, não sou divertida, eu faço as pessoas sofrerem e eu mesma não me aguento.” Em consequência, “Não gosto de ficar sozinha, mas também não consigo estar com os outros”. G.L. relatou sentir uma “falta de alegria e realização na vida” e que esse era o seu “jeito de ser”. Lembrou ter lutado desde a infância contra sentimentos de culpa e comentou que “precisava ser acreditada... e validada pelos outros”. G.L. afirmou que essas dificuldades pioraram logo antes de realizar provas, e relatou ter medo de que “iria falhar”. Ela sempre ficava deprimida e ansiosa antes das consultas com médicos ou psicólogos e quando estava longe dos filhos. Nesses momentos, sentia muito medo e dizia ter imagens dos filhos sendo mortos em um acidente. Dattilo, 2004, p. 99 a 102 AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Estudo de caso G.L. também ficava deprimida quando em férias com a família. Ela afirmava que “sempre tivera dificuldade com tempo livre” e tinha medo de “estragar tudo para os outros”. G.L. relatou não haver nenhum estressor ou problema agudo em sua vida. Já que seu marido era um advogado de sucesso, as finanças não eram uma preocupação. Embora caracterizasse seu programa de pós- graduação como difícil, destacou que tirara A em todos os cursos. Os filhos eram corteses e bem- educados e estavam saindo-se razoavelmente bem na escola. Todavia, G.L. comentou ter poucos amigos íntimos e sentir-se isolada e distante. Dattilo, 2004, p. 99 a 102 AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Estudo de caso Embora tivesse numerosos conhecidos e vizinhos amigáveis, ela sentia que não tinha ninguém em quem pudesse confiar. Em consequência, sentia-se isolada e alienada. Afirmou que o marido era apoiador, mas caracterizou seu casamento como “viver com um santo” – uma situação de que ela ressentia. Disse que o marido raramente a criticava e que, tendo em vista seu comportamento recente, ele era “ou um santo ou o maior masoquista do mundo”. Ela se via como incompetente e incapaz de lidar com os problemas do dia a dia sem apoio e sentia-se fundamentalmente falha e não amável. Reconhecia ter padrões muito elevados de exigência para si mesma e sentia que jamais estaria à altura deles. Consequentemente, sentia-se constantemente desanimada e insatisfeita. Dattilo, 2004, p. 99 a 102 AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Estudo de caso Quando questionada sobre o que levara a ficar tão deprimida, G.L. respondeu: “Eu culpo a minha mãe... Não era para eu ter nascido”. Ela era a mais nova de duas irmãs (a irmã era aproximadamente 15 anos mais velha), e a mãe tinha 45 anos quando engravidara dela. A mãe fizera vários abortos nos anos precedentes e “tentara me abortar se jogando escada abaixo”. G.L. afirmou que a mãe “jamais a perdoara por ter nascido” e que a repreendia, dizendo que se ela não se comportasse “seria abandonada em uma esquina... ou no parque”. Embora G.L. fosse quieta, bem-educada e estudiosa menina, lembrava que a mãe a acusava de ser “uma criança má” e “uma idiota”. Descreveu a mãe como “zangada e tensa” e caracterizou seu relacionamento com ela como “assustador”. Dattilo, 2004, p. 99 a 102 AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Estudo de caso G.L. descreveu o pai em termos um pouco diferentes. Ele trabalhara como relojoeiro em uma pequena joalheria que fica junto à casa. G.L. caracterizou o pai como “um ativista político e social” e comentou que ele “ficava cheio de vida quando estava fora de casa”. Ela descreveu seu relacionamento com ele como “distante” e lembrou que ele afirmava que a “vida em casa não existe..., devemos sempre trabalhar para a sociedade”. Ela lembrou que o sentia insensível às suas preocupações durante a infância e que “ninguém podia ficar chateado em casa...isso era um sinal de egocentrismo”. O pai de G.L. está agora com 90 anos e mora a milhares de quilômetros de distância. Embora ela lhe mande dinheiro com frequência, sente-se culpada por não poder ajudá- lo mais. Ela visita o pai regularmente, de anos em anos, mas descreve essasvisitas como “tensas”. Dattilo, 2004, p. 99 a 102 AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Estudo de caso G.L. viveu em casa até os 18 anos, quando se casou. Ela afirmou que “nunca se separara” de nenhum dos pais durante a infância e que tinha medo de ser deixada sozinha. “Mesmo agora eu não tolero estar separada da minha família”. Conforme mencionamos, G.L. se casou três vezes. Ela disse que se divorciou dos dois primeiros maridos “porque sim” e comentou: “Acho que tenho medo de que eles me deixarão porque sou horrível, então me demito antes que eles me despeçam”. Ela continuou: “Nunca tive uma boa razão para acreditar que eles me deixariam... Sou apenas medrosa demais”. Dattilo, 2004, p. 99 a 102 AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Estudo de caso G.L. demonstrava pouco “interesse social” ou empatia pelos outros. Em vez disso, ela tendia a ruminar sobre suas preocupações e tinha dificuldade para identificar possíveis soluções. Como consequência, sentia-se ao mesmo tempo desesperançada e desamparada. G.L. evitava tarefas desafiadoras e se dedicava a poucas atividades que lhe davam um senso de competência e prazer. Ela mantinha padrões elevados de desempenho pessoal (tanto como mãe quanto como aluna de pós-graduação) e era extremamente autocrítica quando não satisfazia esses padrões. Ela dava a si mesmo pouco crédito por seus sucessos (qualquer um consegue um PhD..., é fácil, observou ela) e acreditava que acabaria sendo punida se permitisse a si mesma sentir-se feliz. Dattilo, 2004, p. 99 a 102 AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Estudo de caso Neste exercício, o aluno deve apresentar a conceituação cognitiva da Sra. GL com o diagrama da conceituação cognitiva que deve englobar os seguintes aspectos: • Dados relevantes da infância; • Crenças centrais; • Crenças intermediárias; • Situação; • Pensamentos automáticos; • Emoção/sentimento; • Comportamento. Com relação a situação, pensamento, emoção e comportamento devem ser apresentadas pelo menos duas situações. AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Referências BECK, J. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed. 1997. DATILO, F. Estratégias cognitivo- comportamentais de intervenções em situações de crise. Porto Alegre: Artmed, 2004. WRIGHT, J.; BASCO, M.; THASE, M. Aprendendo a Terapia Cognitivo-Comportamental: um guia ilustrado. Porto Alegre: Artmed, 2008. AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Saiba mais • Site da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas: www.fbtc.org.br • Site da Revista Brasileira de Terapias Cognitivas: www.rbtc.org.br • Site da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental: www.abpmc.org.br AULA 10: CONCEITUAÇÃO COGNITIVA Terapia cognitiva comportamental Assuntos da próxima aula: Distorções Cognitivas. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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