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Laboratório de Comunicação156 O PROCESSO DE PRODUÇÃO NO AUDIOVISUAL A ccomplexa pprodução dde ssom ee iimagem Na unidade 9 deste livro, tivemos contato com as tecnologias envolvidas na produção de audiovisuais. Basicamente, conhecemos os dois suportes de realização, de captação de áudio e imagem e suas características técnicas: o cinema (imagem cinematográfica) e o vídeo (imagem eletrônica ou videográfica). Agora, já na reta final do nosso livro, vamos nos ater ao detalhamento do processo de realização. Ele começa com uma idéia concretizada em um roteiro e termina no filme, comercial ou programa de televisão pronto para ir ao ar, para ser exibido nas salas de cinema ou em qualquer outro meio. Escolhemos dar um maior destaque para as produções audiovisuais, em detrimento de conteúdos feitos para outras mídias também cobertas pelo curso, porque é no audiovisual que temos as mais complexas operações técnicas, onde está envolvido o maior número de profissionais e, por fim, ser nesse tipo de produção onde geralmente temos os orçamentos mais altos.1 Em resumo, entre os produtos midiáticos, não existe nenhum mais complexo do que uma grande produção audiovisual. Essa afirmação pode ser facilmente constatada: nas produções para cinema e televisão, precisamos produzir imagem e som de qualidade, além de combiná-los segundo uma linguagem. Já nos trabalhos para rádio ou mesmo para Internet – sem falarmos nos destinados à mídia impressa –, no primeiro não existe imagem e no outro as imagens em movimento não são tão importantes para o meio. 1 Imaginando uma produção padrão, a da mídia eletrônica apresenta essas características em relação aos trabalhos de outras mídias. UUnniiddaaddee 1133UUNNIIDDAADDEE 11 33 157Unidade 13 Nos veículos audiovisuais, produzir som e imagem de qualidade custa caro e é um processo tecnicamente mais complicado do que em outros meios. Para realizar um capítulo de novela, um telejornal ou um longa-metragem, geralmente estarão envolvidos muito mais pessoas e dinheiro do que na produção de qualquer outro produto ou conteúdo similar para as demais mídias. Uma outra característica que reforça a importância da Mídia Eletrônica é o total de verbas publicitárias destinadas para o meio. No Brasil, a televisão é o veículo de comunicação de massa que mais audiência atrai, além de exercer grande influência sobre os hábitos de consumo e ser o meio preferido na veiculação de comerciais de grandes anunciantes. Não por outra razão, a boa qualidade técnica é um requisito em tudo o que é colocado no ar, tanto na programação quanto nos intervalos comerciais. Esses são fortes motivos para que futuros profissionais de comunicação tenham um bom conhecimento sobre o processo de produção de audiovisuais. Em verdade, nesta etapa do curso, vamos contextualizar conteúdos de várias unidades para entender como se produz para televisão e cinema. Conhecendo a realização do mais complexo produto da mídia, estaremos cobrindo, de alguma forma, todos os demais processos possíveis – alcançando, então, o objetivo inicial da disciplina Laboratório de Comunicação. Para complementar a atenção que as próximas páginas darão aos produtos de imagem e som, a última unidade do nosso livro apresentará as bases da linguagem audiovisual. As eetapas dde uuma pprodução aaudiovisual Já sabemos, do estudo feito na unidade 6, como se organiza uma produção de forma genérica. Naquela altura, a produção foi estruturada em algumas etapas, a saber: idéia, pesquisa, criação, roteiro, produção, finalização e veiculação. Laboratório de Comunicação158 2 Neste sentido, a análise da produção audiovisual que vamos fazer cobre menos do que o conceito mais geral da unidade 6. Partindo desse conceito, podemos adaptá-lo para a produção audiovisual. O resultado é o seguinte: todo processo de realização em cinema ou televisão pode ser dividido em três fases fundamentais – pré-produção, produção e pós-produção.2 Para não nos confundirmos, é preciso deixar clara uma coisa. Um dos usos da palavra produção se refere ao trabalho como um todo: a realização de um filme ou comercial, por exemplo, é uma “produção”. Outro sentido é denominar a fase em que as imagens e sons estão sendo criados e captados pela equipe de filmagem (ver unidade 10); é quando o trabalho começa a se tornar concreto, a ganhar substância. Pois bem, usando a palavra no primeiro sentido, a produção é dividida em três partes distintas, como definido acima. No entanto, uma dessas partes também ganha o nome de produção por ser a fase onde se capta o material que vai compor o trabalho; é o segundo sentido da palavra. Etapas de uma produção audiovisual: PRODUÇÃO = PRÉ-PRODUÇÃO + PRODUÇÃO + PÓS-PRODUÇÃO São essas as etapas da realização de um projeto audiovisual. Projeto é qualquer trabalho, envolvendo as tecnologias audiovisuais, que tenha como objetivo final realizar um produto de comunicação, através do uso de imagens em movimento e som. Existem vários formatos possíveis que as empresas de comunicação, ou qualquer outro produtor/realizador, podem utilizar no campo do audiovisual. Por exemplo, variando em finalidade, linguagem e mesmo duração: um comercial de 30 segundos, um institucional de 6 minutos, um documentário de 15 minutos ou um filme de ficção longa-metragem com uma hora e meia de duração. Todos são trabalhos audiovisuais. 159Unidade 13 A ppré-pprodução: oonde ttudo éé pplanejado A etapa que dá início à realização de um projeto audiovisual é a pré-produção. Ela consiste de toda a fase anterior à captação do material bruto que vai constituir o trabalho. Nesse ponto, o audiovisual começa a deixar de ser apenas a idéia abstrata, e os primeiros passos são dados para transformar o roteiro em um filme. A pré-produção começa quando a equipe se forma; diretor e produtores iniciam o trabalho de planejar, definir e produzir tudo o que será necessário para tornar o roteiro um trabalho finalizado, pronto para ser veiculado. Por essa razão, é preciso que o roteiro já esteja fechado e passe a ser a referência para o trabalho do diretor, dos produtores e de toda a equipe de filmagem (ver unidade 10). Ele é geralmente o ponto de partida para a realização de qualquer projeto. Um detalhe importante é que nesse momento toda a questão do financiamento do trabalho já deve estar resolvida. Isto é, só se inicia um projeto – dando a largada na sua pré-produção – quando existem os recursos necessários para financiá-lo. Por exemplo, se for um comercial, logicamente o orçamento já está fechado com o cliente e a agência de publicidade que criou a campanha; se for um longa-metragem, os produtores executivos já conseguiram verbas e patrocínios que cobrem pelo menos a primeira fase da produção. Na pré, é planejada e posta em prática toda a logística necessária para que as imagens sejam produzidas de acordo com a interpretação do roteiro pelo diretor. Por exemplo, são tarefas da pré-produção: contratar equipe, definir locações e o cronograma de filmagens, selecionar atores, alugar todos os equipamentos. Resumindo: a pré-produção é o período de planejamento e preparação em que toda a equipe técnica, equipamentos e serviços são definidos e contratados para que, no dia da filmagem, o roteiro possa começar a ser realizado. Uma regra de ouro: quanto melhor a sua pré-produção, menos problemas e imprevistos acontecerão na sua filmagem. Laboratório de Comunicação160 A pprodução: ffilmagem oou ggravação, oo mmomento ccrítico A pré-produção virtualmente só acaba quando começamos a fase da produção. Esta é a etapa onde tudo o que foi planejado anteriormente é colocado em prática com o objetivo de produzir as imagens que irão compor o projeto. A produção também pode receber o nome de filmagem ou gravação. Chamamos de filmagem quando o projeto é realizado em cinema (película); chamamos de gravaçãoquando utilizamos o vídeo para captar as imagens (ver unidade 9). Os dias de filmagem/gravação são o momento crítico de uma produção, pois, nessa fase, todos os recursos e equipe estão juntos para produzir o material bruto que será finalizado adiante. Nada pode dar errado3; geralmente não há muita margem de manobra quanto aos custos e horários de trabalho de equipe e do aluguel de equipamentos. Cabe ao diretor a coordenação de todos os recursos e profissionais de forma a conseguir o melhor resultado possível dentro das condições do projeto e do tempo estipulado pelo cronograma de filmagem. Ao final dos dias de filmagem/gravação, temos todo o material bruto captado. Imagens e sons prontos para começarem a ser montados/editados. No entanto, antes de irmos para essa última etapa, tudo o que foi “produzido” precisa ser devolvido e o pagamento acertado. É a chamada desprodução; essa tarefa é responsabilidade dos produtores do projeto. 3 Lógico que muita coisa não sai como o planejado, mas uma boa equipe técnica é aquela que, mesmo com imprevistos, e eles sempre acontecem, consegue realizar um trabalho de qualidade. 161Unidade 13 A ppós-pprodução: mmontando/editando iimagem ee ssom Terminadas as filmagens, o diretor já tem todo o material bruto que ele produziu. A próxima etapa é a chamada edição ou montagem.4 E o que vem a ser essa fase? Bom, antes de darmos uma resposta, temos que entender que tanto o cinema quanto a televisão e o vídeo têm uma linguagem própria: a linguagem audiovisual.5 Na nossa área profissional, trabalhamos com comunicação de massa e sabemos que um dos nossos objetivos é comunicar alguma coisa para grandes audiências. Para isso, podemos usar as várias linguagens disponíveis. A linguagem audiovisual é uma das mais cheias de recursos. De forma resumida, o audiovisual é um código que utiliza imagens, planos e sons, a parte sonora que acompanha as imagens, para construir seus significados. É a seleção e a organização desses elementos, imagem e som, plano após plano, que permite que o diretor possa passar a sua mensagem, a sua idéia. Esse trabalho, a edição/montagem, é feito na pós-produção (ver unidade 14). Durante o trabalho de produção das imagens, todas as cenas, todos os planos, são filmados diversas vezes e de pontos de vista diferentes. Esse recurso, comum no trabalho de direção, serve para dar opções de escolha na hora da montagem. Com certeza, muito do material que foi filmado não será utilizado na edição final do audiovisual.6 A essência da edição é exatamente escolher o que vai entrar e o que não vai. Essas escolhas são feitas na pós-produção. 4 Novamente, a diferença entre um termo e outro se refere a estarmos utilizando o vídeo ou o cinema na produção. No cinema, essa fase é chamada de montagem; no vídeo, edição. 5 Veremos esse tema na próxima e última unidade do livro. 6 Uma boa média no mercado profissional, dependendo do tipo de trabalho, é se ter uma relação de 10:1 entre material bruto e tempo final de edição. Isto é, para um minuto de programa ou comercial, são filmados dez minutos de imagens brutas. Laboratório de Comunicação162 A montagem/edição nada mais é do que a seleção criteriosa das imagens que vão efetivamente compor o produto final. O diretor, juntamente com o editor ou montador, vê as diversas opções e escolhe a que quer usar; depois, coloca uma imagem após a outra, em uma seqüência determinada para compor o filme. Esse mesmo processo ocorre não apenas com as imagens. Também o áudio é editado no momento em que trabalhamos o vídeo. Por fim, uma série de outras operações também ocorre durante a pós-produção. Por exemplo, a realização dos efeitos especiais de imagem, a inclusão de trilhas sonoras e efeitos de áudio, a edição da abertura do filme e a colocação dos créditos finais etc., tudo isso é feito nessa fase. Resultado desse processo é o filme finalizado, pronto, acabado. A pós-produção é tudo o que ocorre depois das filmagens e também pode ser chamada de finalização. Produzindo uum ccomercial ppara aa ttelevisão7 Para ilustrar o que acabamos de ver, descreveremos, adiante, em suas linhas gerais, a produção de um determinado tipo de audiovisual: um comercial para a televisão. O motivo é simples: as grandes campanhas publicitárias para a TV são trabalhos com apuro técnico muito cuidadoso, e nelas é comum a produção em cinema e pós-produção em vídeo – o que envolve processos importantes de conhecer. Essa forma de realização visa aproveitar as melhores qualidades dos dois suportes: a melhor qualidade de imagem do cinema e a maior praticidade da edição eletrônica (ver unidade 9). Assim, filmes publicitários de qualidade são produzidos em película 35mm e editados/finalizados eletronicamente em vídeo. 7 O processo que descrevemos aqui está resumido aos seus pontos básicos para objetivo didático, não sendo de forma alguma totalmente preciso em termos técnicos. 163Unidade 13 Durante a pré-produção, o diretor e os diretores de fotografia e produção tomam as principais decisões para a realização do comercial. A produção será em película, filmada em estúdio, em um único dia? A partir daí, produtores e assistentes, juntamente com outros membros da equipe, trabalham para que tudo esteja pronto para o dia definido no cronograma de produção. Faltam poucos dias; neste tipo de mercado, geralmente trabalhamos com menos tempo do que o necessário, pressionados pelos prazos de entrega do filme que, via de regra, já tem data para entrar no ar. No dia da filmagem, desde cedo, todos já estão a postos. As filmagens correm tranqüilas, o diretor faz todos os planos que deseja e, antes do anoitecer, todo o trabalho está sendo desproduzido. O resultado está nas latas de filme 35mm, que precisam ser enviadas para o laboratório revelar. O assistente de câmera e a produção são os responsáveis por essa operação fundamental.8 Na tarde seguinte, o laboratório já tem o negativo revelado e precisamos passar as imagens do suporte filme para o suporte vídeo. Isto é, as imagens que foram produzidas em cinema precisam, para iniciarmos a edição, ser transferidas para uma fita de vídeo, geralmente em um formato de profissional, Betacam-digital, por exemplo. Esse processo é conhecido como telecinagem. Telecinar imagens é uma operação comum em produções profissionais hoje em dia, pois, captando em película e editando eletronicamente, vamos precisar sair de um suporte para outro. O processo inverso também é possível: sairmos do vídeo para o filme. Ocorre quando temos um produto finalizado em vídeo e desejamos exibi-lo em salas de cinema. Essa operação é chamada de transfer. 8 Imaginem o seguinte: todo o trabalho de semanas, de produção e criação do filme, está concentrado em algumas latas de filme 35mm que precisam ser reveladas. Qualquer problema técnico ou burocrático poderia jogar fora toda a produção e o dinheiro gasto nela. Laboratório de Comunicação164 Telecinagem: Processo característico da pós-produção no qual imagens produzidas em cinema são transferidas para suporte magnético, transformando-se, então, em imagens de vídeo. Esse processo é realizado por um equipamento denominado Telecine. O suporte de vídeo pode ser qualquer um, mas geralmente é um formato profissional digital. Transfer: Processo inverso da telecinagem. No transfer, as imagens em vídeo são copiadas do suporte eletrônico para o suporte película cinematográfica, geralmente na bitola de 35 mm, o que permite a projeção em salas de cinema. Durante a telecinagem, também fazemos a sincronia de som e imagem. Já sabemos que, no vídeo, som e imagem estão juntos, mas isso não acontece quando produzimos em filme. Portanto, no momento em que as imagens brutas cinematográficas são telecinadas, sincronizamos com elas o som previamente gravado. Uma vez as imagens todas já em vídeo, podemos começar a edição.Vamos chamar de edição off-line a primeira etapa da finalização. Essa divisão tem uma razão econômica. Imaginemos, só como exemplo, que um diretor precise de 20 horas para editar o seu trabalho. Uma boa parte desse tempo, a maior parte podemos dizer, será consumida na operação simples de ver todas as imagens, de selecionar o que vai ser usado, em dar uma primeira ordem, fazer uma primeira versão da montagem do trabalho. Pois bem, essas operações podem ser feitas em equipamentos mais simples do que os necessários para, na fase final da edição, realmente dar o acabamento técnico ao filme, com todos os efeitos, todos os recursos de finalização etc. Por esse motivo, separamos a edição em off-line e on-line. A primeira, demorada e básica, é feita em equipamento mais simples 165Unidade 13 e barato. A segunda, já avançada, é realizada em máquinas mais caras e que oferecem mais recursos. Pois bem, a edição off-line é feita pelo diretor, juntamente com o editor/montador. Ao final, eles têm um bom rascunho de como o trabalho vai ficar. Essa versão é apresentada à agência e ao cliente. Geralmente algumas sugestões de alteração são feitas. O diretor procede às modificações e novamente submete à aprovação. Resultado aprovado, o trabalho segue para a edição on-line, onde todos os detalhes mais técnicos vão ser realizados; a colocação da trilha sonora definitiva, a inclusão de efeitos digitais etc. Desse modo, a etapa on-line é mais breve e, assim, menos custosa. Edição off-lline/on-lline: É uma separação no processo de edição que tem razões econômicas. A edição off, primeira etapa da finalização, é feita em equipamentos mais simples e baratos. Já quando o trabalho se encontra definido e aprovado, passamos para a edição on-line, que é realizada em equipamentos de mais recursos e que vão realmente finalizar o trabalho. A diferença está no preço que se paga pela locação de cada um desses equipamentos. Como vimos em outras unidades, atualmente esses processos técnicos utilizam a tecnologia digital de forma intensa. A convergência digital é muito forte nas etapas da pós-produção (unidades 1 e 9). Até mais ou menos uma década atrás, a edição eletrônica era feita em máquinas analógicas que copiavam as imagens de uma fita magnética para outra, de acordo com as escolhas do editor. Isto é, a edição era a operação de copiar uma imagem que se desejava, que estava numa fita com as imagens brutas, para uma outra fita, onde era montado o trabalho final. Essa forma de operação tem diversas limitações, pois, por exemplo, uma vez colocada a imagem, com uma determinada duração e posição em relação aos Laboratório de Comunicação166 outros planos, não se podia fazer muita coisa para alterar esses parâmetros. Era o que chamamos de edição linear, pela maneira como deveria ser montado o filme, uma imagem após a outra, geralmente no sentido do início para o fim. Mas, com a convergência, a edição passou a ser feita com imagens digitalizadas e com o auxílio de computadores. Esse processo abriu uma série de possibilidades e vantagens em relação ao que era então feito e ganhou o nome de edição não-linear. Isso porque agora a montagem das imagens pode ser feita em qualquer ordem, com enorme liberdade para alterar e trocar planos, mudar a seqüência das cenas, manipular as imagens de infinitas maneiras. Um exemplo da revolução que representam os processos digitais na finalização de um audiovisual é pensarmos no que podemos fazer com um texto na sua versão digital em um processador do tipo Word e as limitações que temos nesse mesmo texto escrito à mão ou já impresso. É a diferença entre a edição linear e a não-linear. Pois bem, hoje, ninguém mais utiliza profissionalmente a edição linear. Durante a edição off-line, o diretor e o editor fazem todas as experiências e podem, depois das observações da agência e do cliente, alterar facilmente a montagem antes de passarem para a fase on-line. Enfim, a finalização hoje é muito mais ágil, fácil e criativa com os sistemas não-lineares. Edição llinear/edição nnão-llinear: Edição linear é a forma clássica de se editar vídeo; de uma máquina player são geradas as imagens que são reproduzidas em uma máquina recorder, de acordo com a decisão do editor. Por outro lado, na edição não-linear, todas as imagens são digitalizadas para dentro de um computador e processadas pela máquina. Finalizado o trabalho, o resultado é transferido para uma fita de vídeo. A edição não-linear é muito mais ágil e versátil do que a linear; a manipulação das imagens é virtualmente infinita. 167Unidade 13 Encerrada toda a finalização, o diretor do comercial entrega cópias do comercial para a agência, que providencia que elas cheguem às emissoras programadas na mídia da campanha. Também, no caso de existir veiculação na mídia cinema, pode ser necessário fazer um transfer para filme 35mm. Pronto, temos aqui uma das produções audiovisuais das mais exigentes em termos técnicos. Abaixo, um fluxograma que resume o que vimos acima. Roteiro definido Produtor e Diretor escolhidos Orçamento aprovado Reunião de pré-produção Planejamento do projeto Filmagem Revelação do filme (negativo) Telecinagem (sincronização da imagem e áudio) Edição off-line Trilha sonora e efeitos (primeira versão) Aprovação cliente/agência Edição on-line (trilha sonora e efeitos, versão final) Cópia de exibição Emissoras Fluxograma da produção de um comercial em cinema/vídeo PRÉ-PRODUÇÃO PRODUÇÃO PÓS-PRODUÇÃO Laboratório de Comunicação168 Não eesqueça • Uma produção pode ser dividida em três etapas principais: pré-produção, produção (ou filmagem/gravação) e pós-produção; • A pré-produção é o planejamento de todas as demais etapas do trabalho, em especial o que vai acontecer nas filmagens/gravações; a produção é quando temos a fase mais crítica e todos os problemas devem ser minimizados para realizarmos as imagens e sons; captadas as imagens brutas, passamos para a finalização, a pós-produção, onde o trabalho começa a tomar a forma definitiva; ao término, temos o audiovisual finalizado e pronto para ver veiculado; • A partir dos dois suportes de produção de imagem que existem, cinema e vídeo, podemos fazer transferências de material de um para o outro; esses processos se chamam telecinagem (de cinema para vídeo) e transfer (de vídeo para cinema); • Podemos separar a edição em off-line e on-line; essa divisão tem razões econômicas; • A edição hoje é feita eletronicamente em sistemas não-lineares; essa forma de trabalho tem enormes vantagens em relação à edição linear anteriormente utilizada. Atividades ppráticas • Caso seja possível, visite uma grande produtora ou alguma empresa que trabalha com serviços de aluguel de equipamentos para filmagens ou de finalização de audiovisuais. Pergunte sobre as etapas técnicas, os equipamentos etc. 169Unidade 13 • Pesquise na Internet textos sobre o processo de edição e montagem de filmes, sobre edição não-linear e sobre telecinagem e transfer. Leia mmais • Leia o texto sobre edição digital Montagem cinematográfica: do artesanal ao virtual, disponível em http://www.ctav-sav.com.br/tecnica/montag_ana.htm Referências GAGE, Leighton David. O Filme Publicitário. São Paulo: Atlas, 1991.
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