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função da execução de melhorias físicas e/ou operacionais em rodovias já pavimentadas. Estas melhorias podem envolver: recuperação do pavimento, construção ou pavimentação de acostamentos, implantação de terceira faixa, duplicação de rodovias, implantação de tratamentos em pontos críticos de acidentes ou em travessias urbanas, implantação de fiscalização eletrônica de controle de velocidade e/ou avanço de sinal, entre outras. Com isso, é necessário adotar diferentes procedimentos, em função da situação e da base de dados disponível ou passível de ser obtida, conforme descrito a seguir. Tipicamente, o projeto de sinalização se desenvolve em 3 (três) etapas, a saber: Levantamento de dados; Desenvolvimento do projeto; Verificação de campo. 5.1. LEVANTAMENTO DE DADOS Nesta etapa, são coletados todos os elementos de interesse para o desenvolvimento do projeto de sinalização, tais como: Projeto geométrico em planta e perfil; Levantamento topográfico planialtimétrico; Cadastro rodoviário; Informações sobre locais concentradores de acidentes; Informações de guias e mapas e imagens de satélites; Inspeção do trecho. 5.1.1. Projeto Geométrico No caso de rodovias novas ou de pavimentação de rodovias existentes em leito natural, o projeto geométrico em planta e perfil é uma informação absolutamente indispensável para se conhecer as características técnicas em diferentes trechos. Com base nos parâmetros de projeto, definem-se as Manual de Sinalização Rodoviária 284 MT/DNIT/IPR velocidades máximas a regulamentar, o tratamento a ser dispensado às curvas e a regulamentação de ultrapassagem, por exemplo. 5.1.2. Levantamento topográfico planialtimétrico Nos casos de rodovias existentes, onde não se dispõe do projeto executivo, recomenda-se que seja executado o levantamento topográfico planialtimétrico, idealmente compreendendo todo o corpo estradal. 5.1.3. Cadastro rodoviário Nos casos de rodovias existentes, onde não se dispõe do projeto executivo utilizado na época de implantação, é recomendável executar o cadastro rodoviário no campo, devidamente referenciado por estaqueamento, para levantar as seguintes informações: largura das pistas de rolamento e acostamentos, tipo de pavimento, entroncamentos, pontes, viadutos, passarelas, acessos, travessias urbanas, polos geradores de tráfego, postos de abastecimento, divisas entre estados e limites entre municípios, estruturas de operação e fiscalização, entre outros. Além das informações gerais sobre a rodovia, o cadastro de todos os dispositivos de sinalização, envolvendo o tipo de placa, suporte, cores, legendas, marcas viárias e inscrições no pavimento, permite ao projetista analisar o que pode ser mantido, o que deve ser substituído e o que deve ser projetado e detalhado. O cadastro rodoviário pode ser complementado com registro fotográfico, seja para se obter o estado de conservação de cada uma das placas existentes, seja para se visualizar a localização de cada placa em relação à pista de rolamento. A utilização de recursos tecnológicos, como o vídeo registro, por exemplo, contribui para a visualização da rodovia, mas não elimina a necessidade de informações de campo, tais como gabaritos, larguras de pistas e acostamentos, altura dos caracteres das mensagens das placas de sinalização, largura das marcas viárias etc. 5.1.4. Informações sobre os locais concentradores de acidentes Inicialmente, devem ser consultados os registros de acidentes dos órgãos com circunscrição sobre as rodovias, para se identificar os locais concentradores (segmentos críticos) e os tipos de ocorrências. No caso de rodovias federais, deve-se verificar se a rodovia foi objeto de estudos, com base no Manual de Sinalização Rodoviária 285 MT/DNIT/IPR Manual de Análise, Diagnóstico, Proposição de Melhorias e Avaliação Econômica de Segmentos Críticos. Quando não se dispõe de registros para consulta, deve-se aproveitar a inspeção no trecho, descrita na subseção 5.1.6, para levantar as informações disponíveis junto às unidades locais, tanto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), como do próprio DNIT. 5.1.5. Informações de guias, mapas e imagens de satélite Estas fontes de informação permitem identificar as rodovias que entroncam com o trecho de projeto, a inserção do trecho na região atravessada, a hierarquização socioeconômica das localidades lindeiras e próximas da rodovia, distâncias a serem percorridas para alcançar as principais localidades, entre outras. É importante ressaltar que estas informações complementam, mas não substituem a inspeção do trecho. 5.1.6. Inspeção do trecho Em rodovias existentes, em razão de qualquer tipo de serviço em que se torne necessária a elaboração de um projeto de sinalização, deve-se sempre proceder à uma inspeção do trecho, visando: Estabelecer diretrizes para a execução do levantamento cadastral da sinalização; Avaliar o cadastro disponível e, se necessário, orientar a execução da complementação do cadastro ou executá-la; Registrar a ocorrência de situações de risco relacionado aos sinais de advertência e/ou de regulamentação, tais como: − Áreas sujeitas a desmoronamento; − Irregularidades da superfície de rolamento; − Travessias de pedestres e/ou presença de crianças e ciclistas; − Presença de veículos de tração animal e animais na pista; Registrar os locais de ocorrência frequente de condições meteorológicas adversas, especialmente de neblina e vento lateral; Registrar os locais concentradores de acidentes, no que diz respeito à definição da sinalização a eles apropriada; Atualizar a oferta de postos de serviços, locais de hospedagem, banho, hospital, telefone; Manual de Sinalização Rodoviária 286 MT/DNIT/IPR Atualizar os locais de interesse turístico, cultural e ambiental; Registrar as condições gerais de visibilidade e as características do relevo (região plana, ondulada e montanhosa) em cada trecho. 5.2. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO Recomenda-se que o projeto seja desenvolvido, de acordo com a sequência de etapas descritas a seguir: 5.2.1. Atividades iniciais A partir dos dados coletados, são identificados e relacionados todos os elementos componentes da rodovia com influência na definição do projeto de sinalização, a saber: Interseções e acessos; Curvas, cujos parâmetros geométricos sejam os da Tabela 33, a seguir: Tabela 33 – Parâmetros geométricos de curvas Raio (m) Ângulo Central R≤60 Qualquer 60<R<120 AC≥45º 60<R≤120 AC<45º 60<R≤450 AC≥45º Rampas, cujos parâmetros geométricos sejam os da Tabela 34, a seguir: Tabela 34 – Parâmetros geométricos de rampas Greide (%) Extensão (m) 5 900 6 600 7 300 8 225 9 150 Manual de Sinalização Rodoviária 287 MT/DNIT/IPR Zonas com restrição de visibilidade para ultrapassagem (no caso de pistas simples); Segmentos diferenciados de velocidade diretriz; Travessias urbanas; Pontes estreitas; Divisas de Estados, Limites de Municípios, Fronteira de Países; Trechos potencialmente ou comprovadamente perigosos, devido às suas características geométricas, ao estado do pavimento, ou à ocorrência de outros riscos relacionados aos sinais de advertência. 5.2.2. Zonas com restrição de visibilidade de ultrapassagem Para rodovias de classe I-B ou inferior (rodovias de pista simples) são identificados os segmentos com restrição de visibilidade de ultrapassagem, conforme estabelecido na subseção 3.3.1.2, que decorrem da conjunção dos segmentos com restrição de visibilidade em perfil com os de restrição em planta. A identificação daqueles segmentos pode ser feita com base nos elementos planialtimétricos da rodovia, a partir da