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Moeda Falsa Fé Pública

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Moeda falsa – JUSTIÇA FEDERAL – MOEDA FALSA OU ANTIGA NÃO EM CURSO: ESTELIONATO
Conceito: Consiste no ilícito penal onde o agente fabrica ou altera moeda metálica ou papel moeda de curso legal, violando a fé pública que se estabelece nas relações jurídicas e na circulação da moeda em sociedade.
Sujeito Ativo: É um crime comum, mas no §3º, na figura qualificada, é próprio, exigindo uma condição do agente, devendo ser ele diretor, fiscal, gerente ou funcionário público - a fabricação por excesso ou fraude ou autorização.
Sujeito Passivo: Estado
Objeto Jurídico: Fé Pública.
O núcleo do tipo envolve o verbo falsificar, que significa aqui “imitar a verdade – imitativo veris”. Moeda aqui é no sentido genérico, o papel-moeda (cédula de dinheiro) e a moeda metálica.
A lei quando diz falsificar moeda engloba duas condutas: “fabricar” ou “alterando-a”. Fabricar significa criar. Do zero ele faz nascer uma moeda falsa – é a chamada contrafação. A doutrina chama de forjadura ex integro. Alteração é modificar o valor da moeda e eles se especializaram tanto que hoje é comum, Na prática eles tiram através de substância química a tinta da cédula e depois refaz em um valor maior – no passado era em grande escala, tanto que a fabricação quase não existia, mas o Estado se aperfeiçoou nisso.
Ela deve ser extremamente semelhante a verdadeira - é necessária aptidão para enganar as pessoas, a falsidade deve ser idônea para enganar o homem médio comum. Não é perfeita a ponto de confundir o próprio perito. A falsificação grosseira e rudimentar não caracteriza o ilícito penal, não viola a fé pública que deve sofrer risco concreto – apto para enganar. 
Por exemplo: xerox. Se conseguir enganar alguém não se caracteriza este crime mesmo assim, mas esse dinheiro pode ser objeto do crime de estelionato – ele comete estelionato. Há a absorção do Estelionato – a pena deste é maior. Se ele deixar o xerox na gaveta de sua casa é fato atípico – a fé pública não foi colocada em risco. Na ditadura faziam-se uma frente de dinheiro e a outra para se alistar no exército – célula tosca, fácil perceber que é falsificada.
A falsificação envolve a moeda que está em curso no normal no vigente, o que está circulando – e a moeda estrangeira também, como “dólar” e “libra”. O Brasil é signatário em tratados internacionais que tutelam a proteção da moeda estrangeira.
Se falsificar o dinheiro antigo não incide no artigo por isso se diz “moeda no curso legal”, mas pode ser estelionato. Se alguém falsifica e vende a colecionadores é estelionato. E se falsificar dinheiro antigo? Vai cometer o crime de estelionato. 
Se a pessoa falsifica apenas uma cédula de baixo valor há o crime, por ser um crime contra a fé. A doutrina e a jurisprudência entende que não se aplica o princípio da insignificância porque não estamos diante de valores econômicos e financeiros - é um crime de perigo contra a fé pública e não patrimonial.
Há necessidade de perícia técnica para atestar se a moeda é falsa ou não. O nome correto é laudo numismático. Alguns autores chamam de laudo grafotécnico também. Apontará porque é falsa.
Competência: É um crime contra a Justiça Federal, em razão da matéria, porque envolve um serviço federal - afeta a União representada pelo Banco Central (Autarquia). Se o perito atestar que a cédula é grosseira, cairá no Estelionato e o juiz irá remeter os autos a Justiça Comum Estadual.
Elemento Subjetivo: Pode-se haver dolo eventual para a doutrina na figurado parágrafo primeiro. Ausente o dolo penal não haverá o crime – como falsificar a moeda para fins didáticos. Colecionador para ter um exemplar- cópia também. “animus jocandi”- brincar com alguém, também não.
Consumação e Tentativa: Muitas pessoas erram porque a lei da entender isso. Mesmo havendo laudo, é crime formal e não material – ele constata a aptidão pra enganar porque a falsificação deve ter potencialidade lesiva – o laudo não é para constatar vestígios do crime.
É formal de perigo abstrato presumido: isto é, basta expor a fé pública a um risco (por isso perigo) e é concreto e o laudo analisará se houve a existência desse risco. É formal porque basta falsificar, mesmo guardando a moeda, não precisa circular. Basta fazer o laudo para constatar para aptidão, aí o crime está consumado. Mas se for falsificação tosca, grotesca, mesmo que em circulação e com intenção, se o laudo apurar isso não tem esse crime, mas se for circulado pode haver estelionato.
Unidade de Resolução Criminosa: As vezes confundimos as coisas. Quando estudamos teoria Geral do crime vemos que ele se desenvolve por uma conduta. As vezes uma conduta são vários atos ou um ato só. Ato só = unisubssistente e com mais de um ato plurisubssistente. A moeda falsa é plurisubssistente. Se imprime R$50.000,00 falsos, não é um crime por nota, isso são vários atos presos a uma resolução criminosa. Se no dia seguinte falsificar de novo haverá outro crime porque há um rompimento da cadeia causal – cisão da cadeia fática. Também há as regras de continuidade delitiva. Se for a impressão de notas no mesmo contexto fático ocorre a unidade de resolução criminosa, havendo crime único.
Máquina para Falsificar: Admite-se tentativa por ser crime plurisubssistente, é possível a interrupção do inter criminis. O fato de ter a máquina é o crime petrechos para falsificação - o entendimento é que a moeda falsa absorve esse crime, respondendo apenas pela tentativa.
 §2º do art. 289 que é um crime de menor potencial ofensivo – pena máxima detenção de 2 anos – JECRIM FEDERAL

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