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DA INCITAÇAO AO CRIME – TEM QUE SER SÉRIA E CRIME ESPECÍFICO – CRIME FORMAL, MAS SE OCORRER RESPONDE POR CONCURSO MATERIAL Base Legal: Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime Conceito: Consiste no comportamento de incitar de maneira eficaz , séria e pública a prática de crime determinado, colocando-se em risco a paz pública. Objeto Jurídico: Paz Pública. Perigo Abstrato. Sujeito Ativo: Comum. Sujeito Passivo: Coletividade – Paz Pública. Não é incitação: a) prática de contravenção. b) induzir a não pagar imposto e divida. c) incitar os maridos a traírem as esposas. ATOS IMORAIS NÃO SÃO CRIMES – PRINCIPIO DA LESIVIDADE. T d) Também não há incitação de crimes culposos, não há crime. Isso por causa da própria natureza do delito em si. e) A jurisprudência e a doutrina afirmam que a instigação não pode ser genérica, tem que ser determinado. “Vamos começar a matar, a roubar” –isso não é crime, é genérico. f) Privada. Tem que ser pública, essa incitação tem que ser realizada em um local onde as pessoas venham a contemplar essa incitação, mas não precisa ser instantânea, pode vir a público posterior, mas tem que ter publicidade. Aqui tem que ter plateia, pessoas vislumbrando, contemplando aquela situação. Tem que abranger um numero INDETERMINADO de pessoas. A execução é de forma livre, pode ser verbalmente, por escrito e prática de gestos. Tudo se enquadra aqui. Elemento Subjetivo: Dolo. Trata-se de um crime formal, a simples incitação pública já configura o crime, a consumação ocorre quando ela ocorre no meio público. É Crime Formal, não depende das pessoas praticarem o delito para consumação. Mas se praticarem, concurso material com o crime incitado, por participação moral. Admite-se a tentativa, mesmo sendo crime moral, porque podemos ter fragmentação da conduta. Exemplo: o individuo que grava vídeo fazendo incitação e não consegue divulgar. Princípio da Especialidade, não se aplica esse artigo: Lei de Genocídio (artigo 3º da Lei nº2.889/56): Lei de Segurança Nacional (artigo 23, IV da Lei nº 7.170/83): Lei de Racismo (artigo 20 da Lei nº 7.716/89): Lei de Drogas (artigo 33, parágrafo 2º da Lei nº 11.343/06): Induzimento ao suicídio (artigo 122, CP): Induzimento à prostituição (artigo 218-B, 227, 228 do CP): APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO, FORMAL, MAS COM CONCURSO MATERIAL COM O FATO APOLOGIADO: Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime: Conceito de Crime: Consiste na conduta de elogiar, enaltecer ou exaltar publicamente fato criminoso já concretizado e determinado, bem como também a seu autor em função do delito que cometeu, através de qualquer meio possível. Quem elogia um crime de maneira pública ou faz exaltação do criminoso por conta do crime que ele cometeu, se ele faz isso em público, constitui um risco para a sociedade, isso indiretamente pode influenciar, é um estímulo ilícito e que pode influenciar pessoas. Objeto Jurídico: Paz Pública. Sujeito Ativo: Comum. Sujeito Passivo: Indeterminado. A ação é livre, pode ser feita de maneira verbal, através de discurso, internet, televisão, imprensa, gestos, cartazes. Um jeito idôneo para chegar nos ouvidos de terceiros. O individuo que elogia o criminoso publicamente em razão dos crimes que ele cometeu. Precisa ser um fato definido como crime, não é crime quando elogia um ato que é imoral ou contravenção penal, ele tem que estar previsto no código penal ou leis especiais. Tem ainda que ser a um fato determinado, não pode ser a fato abstrato ou incerto. Tem que estar ligado a um crime que já aconteceu e um fato certo, determinado. IMPORTANTE: Este delito é quando o agente faz um juízo positivo de valor em torno de uma situação fática ligada a um fato pretérito, uma ocorrência criminosa do passado, podendo ser qualquer tipo de crime. É um fato pretérito, do passado, que já aconteceu e já se consumou, essa é a diferença entre a apologia do crime e da incitação ao crime; na apologia estamos nos referindo a um crime passado, que já foi cometido, mas que pode influenciar que venha ser cometido outro crime; já a incitação ao crime não está ligado a fato do passado, sim a um crime que não aconteceu, mas que pode acontecer. Pode ainda estar ligada a autor de crime, que é quando o criminoso é elogiado publicamente. O individuo que pratica esse crime elogia o crime e estabelece um nexo entre o elogio e a açao delituosa do agente, para configurar a apologia. Elogiar a pessoa por si só não configura apologia, o elogio tem que ser em razão do crime que ele cometeu, tem que ter um vínculo, um liame. É preciso existir uma sentença transitado em julgado condenando o criminoso? Temos duas correntes: 1ª corrente – Não há necessidade de uma condenação transitada em julgado porque a lei fala autor de crime e não condenado definitivamente por crime. Não importa se está em recurso, andamento etc. (Luis Regis Prado, Mirabete e Fragoso). 2ª corrente - É necessária uma sentença condenatória definitiva – isto é, transitada em julgado. Se baseia no princípio da presunção da inocência. (Celso Delmanto). A primeira prevalece porque se a lei estabelece a necessidade de transitar em julgado uma sentença condenatória, porque se não isso seria uma condição objetiva de punibilidade. Como não há a previsão legal, não há a necessidade do trânsito em julgado da existência, assim como no crime falimentar se prevê e só é considerado se tiver transitado em julgado, mas aqui não tem. Em princípio, se enquadra normalmente se o autor do crime for de outra época, estando presente a tipificação formal, mas devemos analisar a tipicidade material, mas veja-se, devemos estar atentos a tipicidade conglobante. Tem que estar revestida de publicidade. Não é local público necessariamente, mas tem que chegar ao público. Existem situações em que a doutrina e a jurisprudência não consideram apologia ao crime, como o fato de você explicar publicamente de maneira objetiva, você narra o fato, explica o fato criminoso ou até mesmo do criminoso, mas sem elogiar, sem tomar partido, alguém que publicamente presta uma solidariedade ao criminoso, o consola, o defende, enaltece a pessoa publicamente, como p.ex elogiar Eduardo Cunha. Outro exemplo é crítica ao processo criminal, dizendo que é injusto, que a pena é severa. Quem faz elogia aos aspectos positivos do criminoso, o lado bom da pessoa que cometeu o crime, suas qualidades. Elemento Subjetivo: Dolo Genérico. Qualquer razão. Consumação: Crime Formal. Independe de alguém gostar do elogio e praticar crimes influenciado. Mas se praticar responde em concurso material. Admite tentativa. Existe apologia de crimes ou a criminoso em leis especiais, como a lei de racismo (artigo 20), a lei de segurança nacional, tudo que foi dito ali na incitação ao crime. Diferenças para incitação: A) a incitação é clara, evidente, explicita e aqui é implícita, indireta; b) a incitação é a fato futuro, que ainda não aconteceu, mas que pode acontecer, já a apologia se refere a fato pretérito, que já ocorreu, mas que pode influenciar novos crimes; c) na incitação ao crime não há nenhuma referencia a alguém, ele sempre se refere ao fato, não a uma pessoa; aqui na apologia podemos envolver uma pessoa ou uma situação fática.
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