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Interesse Público

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ITEM 1: Conceitos de Interesse Público
As atividades do Estado são desenvolvidas para o benefício da coletividade. Mesmo quando age em vista de algum interesse, o objetivo fim é voltado para o interesse público. O indivíduo deixou de ser o destinatário das atividades do Estado, passando a ser destinatário deste o grupo social num todo. Passou-se a caracterizar o denominado “Estado/bem-estar”, com o escopo do interesse público. Logico que em algumas situações haverá conflitos entre interesse privado e o interesse público, ocorrendo esse conflito, há de prevalecer o interesse público.
Como destaca Celso Antônio Bandeira de Mello, “ao se pensar em interesse público, pensa-se, habitualmente, em uma categoria contraposta à de interesse privado, individual, isto é, ao interesse pessoal de cada um. Acerta-se em dizer que se constitui no interesse do todo, ou seja, do próprio conjunto social, assim como acerta-se também em sublinhar que não se confunde com a somatória dos interesses individuais, peculiares de cada qual. Dizer isto, entretanto, é dizer muito pouco para compreender-se verdadeiramente o que é interesse público”[2: MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 19º edição. Editora Malheiros. São Paulo, 2005, pag. 59.]
Marcelo Alexandrino trata do princípio da supremacia do interesse público com um princípio implícito. Destaca: “com efeito, por força do regime democrático e do sistema representativo, presume-se que toda atuação do Estado seja pautada pelo interesse público, cuja determinação deve ser extraída da constituição e das leis, manifestações da "vontade geral". Assim sendo, lógico é que a atuação do Estado subordine os interesses privados”.[3: Alexandrino, Marcelo. Direito administrativo descomplicado I Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo. - 24. ed. rev. e atual. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016.]
O interesse da coletividade é mais importante que o interesse individual, como assegura Alexandre Mazza: “significa que os interesses da coletividade são mais importantes que os interesses individuais, razão pela qual a Administração, como defensora dos interesses públicos, recebe da lei poderes especiais não extensivos aos particulares. ”[4: Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo / Alexandre Mazza. – 6. ed. – São Paulo: Saraiva, 2016.]
ITEM 2: Jurisprudências
O INMETRO, uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comercio Exterior tem como objetivo observar as normas técnicas e legais de produtos, promovendo a harmonização e a relação e consumo. Portanto, é obrigatório que os produtos comercializados no Brasil estejam em conformidade com as normas no INMETRO, assegurando o interesse da coletividade. Vide a jurisprudência do STJ:
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. INMETRO. IDENTIFICAÇÃO DE IRREGULARIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. LEGALIDADE. ALEGAÇÃO DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO DO RECURSO. SÚMULA 284/STF. OBRIGATORIEDADE DO CUMPRIMENTO DAS NORMAS EXPEDIDAS PELO INMETRO.ACÓRDÃO RECORRIDO EM SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE, CONSOLIDADA EM SEDE DE RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. RESP 1.102.578/MG. TRIBUNAL DE ORIGEM QUE, DIANTE DO ACERVO PROBATÓRIO DOS AUTOS, CONCLUIU PELA AUSÊNCIA DE NULIDADE DOS AUTOS DE INFRAÇÃO. AGRAVO INTERNO IMPROVIDO.
VI. O acórdão recorrido encontra-se de acordo com o entendimento jurisprudencial desta Corte, consolidado no julgamento do REsp 1.102.578/MG (Rel. Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe de 14/10/2009), julgado sob o rito do art. 543-C do CPC, segundo o qual é obrigatório o cumprimento das normas expedidas pelo INMETRO, com o objetivo de regulamentar a qualidade industrial e a conformidade de produtos colocados no mercado de consumo, seja porque o referido órgão investe-se da competência legal atribuída pela Lei 9.933/99, seja porque seus atos tratam de interesse público e agregam proteção aos consumidores finais. Incidência da Súmula 568/STJ.
(AgInt nos EDcl no REsp 1566710/RS, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/03/2017, DJe 27/03/2017)
Neste julgado, ressalta-se o princípio da supremacia do interesse público, a capacitação profissional dos servidores. Porém, havendo custos adicionais, vê-se necessário a devolução destes pelo servidor. 
EMENTA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PARTE FINAL DO ART. 117 DA LEI Nº 6.880/80 (ESTATUTO DOS MILITARES DA UNIÃO), NA REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 9.297/1996. DEVER DO OFICIAL MILITAR COM MENOS DE CINCO ANOS DE CORPORAÇÃO DE INDENIZAR OS CUSTOS DECORRENTES DE SUA FORMAÇÃO, NO CASO DE ASSUNÇÃO DE CARGO OU EMPREGO CIVIL. SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO. AUSÊNCIA DE OFENSA À LIBERDADE DE PROFISSÃO E AO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. LIMINAR INDEFERIDA. AÇÃO QUE SE JULGA IMPROCEDENTE. 1. O desembolso pelo erário de custos adicionais, destinados à preparação e à manutenção de seus servidores, em especial dos militares, com a finalidade de aprimoramento do Corpo das Forças Armadas, não poder ser negligenciado, em razão da própria configuração constitucional da supremacia do interesse público e da integridade do erário. A norma questionada é similar a outras previstas na legislação do servidor civil, que preveem a necessidade de devolução pelo servidor dos valores gastos pela União com sua formação profissional. Ausente ainda ofensa ao princípio da proporcionalidade, na medida em que a norma é adequada para o fim que se destina, sem agressão ou nulificação do direito de liberdade profissional. 2. Ação direta julgada improcedente. 
(ADI 1626, Relator(a):  Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 15/12/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-040 DIVULG 02-03-2017 PUBLIC 03-03-2017) 
ITEM 3: Parecer	
Trata-se de um pedido formulado por Laise Tavares Padilha Bezerra Gurgel de Azevedo, ocupante do cargo de Professora Assistente da Universidade Federal da Paraíba, a qual requer remoção para a Universidade Federal de São Paulo, para acompanhar seu cônjuge.
Conforme os documentos nos autos, a apelada é civilmente casada desde 28 de setembro de 2010 com Henrique Fernades Gurgel de Azevedo, que foi removido para Departamento da Polícia Federal do Estado de São Paulo.
Aduz, ainda, que seu cônjuge tomou posse antes de contrair matrimônio, sendo lotado no Pará e em seguida São Paulo. Ademais, consta que a autora quando da posse, já residia em cidade distinta de seu cônjuge.
Diante da análise, verifica-se que o artigo 36, § único, inciso III, alínea “a” da Lei 8.112/90:
Art. 36.  Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. 
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção:(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
III -  a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração;(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
No caso do inciso III, alínea “a”, existe a possibilidade de o servidor público solicitar remoção, independente de interesse da administração, para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado no interesse da Administração. Essa possibilidade é um instrumento de proteção à família.
Porém, esta proteção possui algumas limitações, uma vez que só pode ocorrer nos casos previstos em lei. Dessa maneira, não há que se falar em remoção, nesse caso, pois a apelada residia em localidade distinta de seu cônjuge. Quando prestou concurso da Universidade Federal da Paraíba, a apelada tomou ciência que, caso viesse a ser nomeada, desempenharia suas funções na localidade determinada pelo edital.Nesta linha de raciocínio, podemos observar o Informativo 482/2011 do STJ:
Servidor público federal lotado no interior do Estado da Paraíba requereu a sua remoção para a capital do estado ou, alternativamente, a lotação provisória em qualquer ou tro órgão da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional para acompanhar a esposa, servidora pública federal, removida de ofício de Campina Grande para João Pessoa. Apesar de a esposa do autor ter sido removida de ofício, o apelante não faz jus à remoção para a sede do TRE/PB, visto que o casal não residia na mesma localidade antes da remoção da esposa. Portanto, o Estado não se omitiu do seu dever de proteger a unidade familiar, que ocorre quando há o afastamento do convívio familiar direto e diário de um dos seus integrantes. AgRg no REsp 1.209.391-PB, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/9/2011.
Por outro lado, objetivou-se o princípio da supremacia do interesse público, tendo em vista que é mais oportuno para a Administração Pública que a apelante permaneça no cargo de origem. Também, é de se destacar que há a impossibilidade de remoção para outro órgão de quadro de pessoal distinto, como preceitua o caput do artigo 36 da 8.112/90.
Portanto, não cabe à apelada o instituto da remoção, uma vez que o casal já se encontrava em localidades distintas. E, seguindo orientações do STJ, não poderia a Administração conceder o instituto da remoção, pois abriria um precedente para futuros casos de servidores solicitando remoção para acompanha o cônjuge.

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