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RESUMO DE DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
OBRIGAÇÕES
NATURAIS: O credor não pode exigir, mas se o devedor pagar, não pode pedir seu dinheiro de volta. Ex: dívida de jogo ou aposta.
CIVIS: Propriamente ditas. Não cumprida a obrigação, o credor pode exigir intervenção do Estado.
REAIS: Reais são os efeitos dela, não a obrigação. A coisa possui obrigações inerentes que se consubstanciam na pessoa do proprietário ou possuidor. O exemplo clássico é o condomínio, todo aquele que se torna proprietário, assume as obrigações para com as despesas. Pode-se citar também o art. 1297 do CC vigente, o direito a demarcar limites entre os prédios, urbanos ou rurais, e dividir as despesas entre os interessados.
OBRIGAÇÕES DE DAR
DAR COISA CERTA: O devedor se compromete a entregar ao credor determinado bem móvel ou imóvel, perfeitamente individualizado. Ex: a camisa 10 que Pelé usou na Copa. (235). O devedor obrigado a dar coisa certa não pode dar coisa diferente, ainda que mais valiosa, salvo acordo com o credor (313).
Se o devedor recebe o preço e se recusa a entregar a coisa, o credor não pode tomá-la, resolvendo-se o litígio em perdas e danos (389). A obrigação não geral direito real (= sobre a coisa), mas apenas direito pessoal (= sobre a conduta). Excepcionalmente, admite-se efeito real caso a coisa continue na posse do devedor (ex: A combina vender a B o capacete de Ayrton Senna, B paga mas depois A recebe uma oferta melhor e termina vendendo o capacete a C; B não pode tomar o capacete de C, mas caso estivesse ainda com A poderia fazê-lo através da Justiça (Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.) 389 é a regra e o 475 (execução forçada do contrato, poder não sobre a conduta mas sobre a coisa) é a exceção.
Se a obrigação não gera direito real, o que vai gerar? A tradição para as coisas móveis e o registro para as coisas imóveis. Depende do momento da tradição o brocardo romano res perit domino (a coisa perece para o dono), seja o comprador ou o vendedor, até a tradição. Se o devedor danificar a coisa antes da tradição, terá que indenizar o comprador por perdas e danos (239).
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR: Consiste em devolver uma coisa cuja propriedade já era do credor antes do surgimento da obrigação. Igualmente se eu empresto um carro a meu vizinho, eu continuo dono/proprietário do carro, apenas a posse é que é transferida, ficando o vizinho com a obrigação de devolver o veículo após o uso. Como a coisa é do credor, seu extravio antes da devolução trará prejuízo ao próprio credor (240), enquanto na obrigação de dar o extravio antes da tradição traz prejuízo ao devedor. Em ambos os casos, res perit domino.
	PERDIMENTO
	DETERIORAÇÃO
	Perda total do objeto
	Perda parcial do objeto
Se a coisa se perder COM culpa do devedor
Obrigação de dar: equivalente + perdas e danos.
Obrigação de restituir: equivalente + perdas e danos.
Se a coisa se perder SEM culpa do devedor
Obrigação de dar: resolvida a obrigação
Obrigação de restituir: sofrerá o credor a perda e resolver-se-á a obrigação, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Se a coisa se deteriorar COM culpa do devedor
Obrigação de dar: equivalente ou aceitar a coisa + perdas e danos.
Obrigação de restituir: equivalente + perdas e danos.
Se a coisa se deteriorar SEM culpa do devedor
Obrigação de dar: pode aceitar a coisa como se encontra e pedir abatimento do preço.
Obrigação de restituir: receberá a coisa sem direito à indenização.
DAR COISA INCERTA: Nesta espécie de obrigação a coisa não é única, singular, exclusiva e preciosa como na obrigação de dar coisa certa, mas sim é uma coisa genérica determinável pelo gênero e pela quantidade (243). Ao invés de uma coisa determinada/certa, temos aqui uma coisa determinável/incerta (ex: cem sacos de café; dez cabeças de gado, um carro popular, etc). Tal coisa incerta, indicada apenas pelo gênero e pela quantidade no início da relação obrigacional, vem a se tornar determinada por escolha no momento do pagamento. Coisa “incerta” não é “qualquer coisa”, mas coisa sujeita a determinação futura. Então se João deve cem laranjas a José, estas frutas precisam ser escolhidas no momento do pagamento para serem entregues ao credor.
Esta escolha é feita via de regra pelo devedor (244) mas as partes podem combinar que a escolha será feita pelo credor, ou por um terceiro.
Após a escolha a coisa incerta se torna certa (245). Antes da concentração a coisa devida não se perde pois genus nunquam perit (o gênero nunca perece). Se João deve cem laranjas a José não pode deixar de cumprir a obrigação alegando que as laranjas se estragaram, pois cem laranjas são cem laranjas, e se a plantação de João se perdeu ele pode comprar as frutas em outra fazenda (246).
OBRIGAÇÃO DE FAZER: Conduta humana que tem por objeto um serviço. O devedor se compromete a praticar algum serviço lícito em benefício do credor. Ex: professor ministrar uma aula, cantor fazer um show, etc.).
E se eu quero comprar um quadro e encomendo a um artista, a obrigação será de fazer ou de dar? Se o quadro já estiver pronto a obrigação será de dar, se ainda for confeccionar o quadro a obrigação será de fazer.
A OBRIGAÇÃO DE FAZER TEM DUAS ESPÉCIES:
FUNGÍVEL: Quando o serviço puder ser prestado por uma terceira pessoa, diferente do devedor, sem prejuízo para o credor. Ex: pedreiro, eletricista, mecânico, caso não possam fazer o serviço e mandem um substituto, a princípio para o credor não há problema. As obrigações de dar são sempre fungíveis pois visam a uma coisa, não importa quem seja o devedor (304).
Se ocorrer recusa do devedor de executar obrigação fungível, o credor pode pedir a um terceiro para fazer o serviço, às custas do devedor (ex: derrubar um muro, art 249). Havendo urgência, o credor pode agir sem ordem judicial, num autêntico caso de realização de Justiça pelas próprias mãos (parág. único do 249, ex: consertar parede de casa vizinha contígua ameaçando cair).
INFUNGÍVEL: Ao credor só interessa que o devedor, pelas suas qualidades pessoais, faça o serviço. Chama-se esta espécie de obrigação de personalíssima ou intuitu personae (em razão da pessoa). São as circunstâncias do caso e a vontade do credor que tornarão a obrigação de fazer fungível ou não. Em geral quanto mais qualificada a profissão, mais infungível o serviço. Se Neymar lhe deve mil reais, você aceitará que ele mande o dinheiro por um amigo, mas se ele se obrigou a jogar futebol no campinho da sua casa, você não aceitará que ele mande um amigo no lugar.
Em caso de inexecução da obrigação de fazer o credor só pode exigir perdas e danos (247). Viola a dignidade humana constranger o devedor a fazer o serviço por ordem judicial, de modo que na obrigação de fazer não se pode exigir a execução forçada. Se um cantor se recusar a subir no palco, não é razoável o juiz mandar a polícia para forçá-lo a trabalhar, o coerente é o credor do show exigir perdas e danos (389). Ninguém pode ser diretamente coagido a praticar o ato a que se obrigara.
Mas se tal recusa decorre de um caso fortuito (ex: o cantor gripou e perdeu a voz), extingue-se a obrigação (248).
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER: Trata-se de uma obrigação negativa cujo objeto da prestação é uma omissão ou abstenção. O devedor se compromete a se abster de fazer certo ato, que poderia livremente praticar, se não tivesse se obrigado em benefício do credor. Ex: o engenheiro químico que se obriga a não revelar a fórmula do perfume da fábrica onde trabalha; o condômino que se obriga a não criar cachorro no apartamento onde reside;
Obrigações imorais e anti-sociais, ou que sacrifiquem a liberdade das pessoas, são proibidas. Ex: obrigação de não se casar, de não trabalhar, de não ter religião, etc.
A violação dessa obrigação se resolve em perdas e danos. Se o engenheiro divulgar a fórmula do perfume, terá de indenizar a fábrica. Mas se for viável, o credor poderá exigiro desfazimento pelo devedor (ex: José se obriga a não subir o muro para não tirar a ventilação do vizinho João. Se o fizer, João poderá exigir a demolição, 251). No caso do segredo, não há como desfazer a revelação, então indenização por perdas e danos é a solução (389).
No exemplo do muro, se José se mudar, o novo morador terá de respeitar a obrigação? Não, ele não celebrou o contrato. E se a Prefeitura obrigar José a aumentar o muro por uma questão de estética ou urbanismo? José terá que obedecer e João nada poderá fazer, pois o Direito Público predomina sobre o Direito Privado (art 250).
OBRIGAÇÕES CONJUNTIVAS: “E”. O devedor deverá entregar x E y.
OBRIGAÇÕES DISJUNTIVAS: “OU”. O devedor deverá entregar x OU y.
*A prestação é alternativa, não a obrigação.
Art. 800 CPC: Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, esse será citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de 10 (dez) dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei ou em contrato.
§ 1º Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercer no prazo determinado.
§ 2º A escolha será indicada na petição inicial da execução quando couber ao credor exercê-la.
Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou (252).
O devedor não obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. § 1º 252
Em prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. § 2º 252
Se uma das obrigações não puder ser executada, entrega-se a outra. (253)
Se não se puder cumprir nenhuma das obrigações:
Por culpa do devedor, sem escolha do objeto pelo credor: o devedor pagará o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos. (254)
Por culpa do devedor, com escolha do objeto pelo credor: poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. (255)
Sem culpa do devedor: Extinguir-se-á a obrigação. (256)
Se uma das prestações tornar-se impossível:
Por culpa do devedor, com escolha do objeto pelo credor: o credor pode exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos;
OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL E INDIVISÍVEL: Obrigação divisível é aquela cuja prestação pode ser parcialmente cumprida sem prejuízo de sua qualidade e de seu valor (ex: uma dívida de cem reais pode ser paga em duas metades; um curso ministrado em várias aulas). Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. (314).
Já na obrigação indivisível a prestação só pode ser cumprida por inteiro (ex: quem deve um cavalo não pode dar o animal em partes, 258; mas se tal cavalo perecer e a dívida se converter em pecúnia, deixa de ser indivisível, 263). A indivisibilidade vai despertar interesse prático quando houver mais de um credor ou mais de um devedor.
PLURALIDADE DE DEVEDORES: imaginem que um pai morre e deixa dívidas, seus filhos irão pagar estas dívidas dentro dos limites da herança recebida do pai. Então o credor do pai terá mais de um filho para cobrar esta dívida. Se a prestação for divisível, cada filho responde pela parte correspondente a sua herança, e a insolvência de um deles não aumentará a quota dos demais (257). Mas se a prestação for indivisível, cada filho responde pela dívida toda, e aquele que pagar ao credor, cobrará o quinhão correspondente de cada irmão (259 e parág. único). A relação obrigacional antes era do credor com os filhos do pai morto, agora é do irmão pagador contra os outros irmãos.
Se a coisa se perde por culpa dos dois devedores, cada um responde pela parte que lhe cabe. (263 § 1º)
Se a coisa se perde por culpa de apenas um devedor, responde só ele por perdas e danos. (263 § 2º)
Se a coisa se perde sem culpa dos devedores, a obrigação se resolve.
PLURALIDADE DE CREDORES: Sendo divisível a prestação, cada credor só pode exigir sua parte (257). Mas sendo indivisível aplica-se o 260, pelo que o devedor deverá pagar a todos os credores juntos, para que um não engane os outros; ou pagar àquele credor que prestar uma garantia (caução) de que repassará o pagamento aos outros. Se o devedor pagar sem as cautelas do art. 260, terá que pagar de novo, afinal quem paga mal paga duas vezes.
O pagamento integral da dívida a um dos vários credores pode não desobrigar o devedor com relação aos demais concredores, mas tendo pago corretamente, cabe aos credores buscar sua parte com quem recebeu tudo (261).
Se um dos credores perdoa a dívida, a obrigação não se extingue para os outros, mas só poderão exigir descontada a cota de quem perdoou (262)
ESPÉCIES DE INDIVISIBILIDADE:
a) física: a prestação é indivisível pela sua própria natureza, pois sua divisão alteraria sua substância ou prejudicaria seu uso (ex: cavalo)
b) econômica: o objeto da prestação fisicamente poderia ser dividido, mas perderia valor (ex: diamante)
c) legal: é a lei que proíbe a divisão (ex: a lei sobre parcelamento do solo urbano).
d) convencional: é o acordo entre as partes que torna a prestação indivisível.
Percebe-se que qualquer das três espécies de obrigação (dar, fazer e não-fazer) pode ser divisível ou indivisível (ex: dar dinheiro é divisível, mas dar um cavalo é indivisível; pintar um quadro é obrigação de fazer indivisível, mas plantar cem árvores é divisível; não revelar segredo é indivisível, mas não pescar e não caçar na fazenda do vizinho é divisível).
SOLIDARIEDADE
ATIVA: pluralidade de credores
PASSIVA: pluralidade de devedores
MISTA: pluralidade de credores e devedores
* SOLIDARIEDADE NÃO SE PRESUME, DECORRE DA LEI OU DO CONTRATO.
Pode haver obrigação solidária de coisa divisível (ex: dinheiro), de modo que todos os devedores vão responder integralmente pela dívida. Tal solidariedade serve para reforçar o vínculo e facilitar a cobrança pelo credor.
O devedor a vários credores de coisa indivisível precisa pagar a todos os credores juntos (260, I), mas o devedor a vários credores solidários se desobriga pagando a qualquer deles (269).
Se a coisa devida em obrigação solidária perece, converte-se em perdas e danos, torna-se divisível, mas permanece a solidariedade (271 e 279). Se a coisa devida em obrigação indivisível perece, converte-se em perdas e danos e os co-devedores deixam de ser responsáveis pelo todo (263).
O devedor de obrigação solidária que paga sozinho a dívida ao credor, vai cobrar dos demais co-devedores a quota de cada um, sem solidariedade que não se presume (265 e 283). Então A, B e C devem solidariamente dinheiro a D. Se A pagar a dívida toda ao credor D, A vai cobrar a quota de B e C sem solidariedade entre B e C.
A solidariedade se encerra com a morte, repartindo-se o crédito entre os herdeiros. Se a obrigação é indivisível, porém, isso não será possível, tendo em vista a natureza do objeto (270).
O credor que perdoar a dívida vai responder aos outros pela parte que lhes caiba (272).
Se o devedor pagar uma parte, vai continuar devendo o resto igualmente aos credores (268).
Se um dos devedores paga uma parte, os outros continuam obrigados ao resto da dívida (275).
Se a dívida interessa exclusivamente a um dos devedores, responde por toda a ela aos que a pagarem. (285).
Com a renúncia da solidariedade, a obrigação se torna divisível (ou indivisível, a depender da natureza do objeto).
Renunciar à solidariedade faz subsistir à dívida restante em parte (se quem renunciou pagou uma parte) ou inteira aos demais, pois ainda devem. (282).
Se um dos devedores se torna insolvente, divide-se entre os outros a dívida. (283).
Obrigações adicionais entre credor e devedor não obrigam solidários sem seu consentimento. (278).
Se a coisa se perde, paga só quem tem culpa. Sem culpa, se resolve.
Hipótese de falecimento de um dos credores (276).
AÇÃO JUDICIAL
Exemplo:
	1° Caso
	2° Caso
	C1 e C2 D1
	D1 C2
	Solidariedade Ativa
	Sem solidariedade
	Débito: R$30.000,00Débito: R$20.000,00
Se C1 processar D1 exigindo pagamento, este pode dizer que pagará apenas R$10.000,00 pelo valor que C2 lhe deve no outro caso? Não, pois há excessão pessoal só com C2.
E se C1 e C2 fossem solidários passivos no segundo caso? Haveria excessão comum, então D1 poderia propor a solução acima SIM.
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
Sucessão é o nome que se dá à substituição de um dos agentes da Rel. Jur. Obrigacional.
Sucessão ativa: cessão de crédito
Sucessão passiva: assunção de dívida
CESSÃO DE CRÉDITO: o credor (cedente) cede seu crédito à outra pessoa (cessionário).
Ex: C1 cede seu crédito à C2, então:
	Antes da Cessão
	Depois da cessão
	C1 D1
	C2 D1
	Débito: R$30.000,00
	Débito: R$30.000,00
Por que alguém faria isso? Circulação de riquezas. A cessão é um negócio jurídico. Cede-se um crédito mediante algum interesse.
O contrato pode prever a impossibilidade dessa cessão.
Esse negócio pode ser oneroso ou gratuito. 
Em cessões a título oneroso ou gratuito (se de má-fé) ainda que não se responsabilize, o cedente fica responsável pelo crédito perante o cessionário. (295)
Em regra, o cedente não responde pela solvência do devedor. (296)
A cessão pode ser ineficaz (sem efeitos ao devedor) se o devedor não for notificado. (290)
E se C3, credor de C1 em outra obrigação, quiser penhorar o crédito de C1 em face de D1, do exemplo acima? Pode!
E se C1 já cedeu o crédito para C2? C1, para ceder seu crédito, precisa fazê-lo mediante instrumento público ou instrumento particular revestido das solenidades do §1 º do art. 654: O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos. E por que isso é importante? Para evitar fraude, por exemplo. C1 poderia, para escapar da penhora, ceder seu crédito gratuitamente para seu filho.
E se D1 já pagou C1 ou C2? Se ele não foi intimado da penhora, se desobrigou, porque solveu seu crédito. Se ele já foi intimado da penhora e mesmo assim pagou, pagou mal e vai pagar duas vezes. (312)
Cessão de garantia: Pode-se dar algo em garantia da cessão.
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA: É a transferência do um débito que um devedor tem (devedor originário) a uma terceira pessoa (assuntor) que assume o polo passivo da rel. jur. obrigacional se obrigando perante o credor a cumprir a prestação devida.
1)ASSUNÇÃO LIBERATÓRIA
Ex: D2 assume a dívida de D1, então:
	Antes da assunção
	Depois da assunção
	C1 D1
	C1 D2
	Débito: R$30.000,00
	Débito: R$30.000,00
Anuência: O credor deve concordar com isso.
O silêncio implica em recusa (299) Exceção: em crédito hipotecário, o silêncio implica em concordância.
Havendo anuência, o devedor originário é exonerado.
Só ocorre se D2 não for insolvente, salvo se o credor já conhecia esse fato (299 “salvo se aquele...”)
A garantia não acompanha se não for convencionada (300).
Garantia real: coisa
Garantia fidejussória: confiança
Exceção pessoal do devedor primitivo não aproveita ao novo devedor. 302.
Enunciados da Jornada de Direito Civil
353: A recusa do credor, quando notificado pelo adquirente de imóvel hipotecado comunicando-lhe o interesse em assumir a obrigação, deve ser justificada.
Explicação: o hipotecário tem que justificar a recusa.
424: A comprovada ciência de que o reiterado pagamento é feito por terceiro no interesse próprio produz efeitos equivalentes aos da notificação de que trata o art. 303, segunda parte.
Explicação: Se o credor tem ciência que um terceiro está pagando o crédito de seu devedor por um longo período, gera presunção de anuência independente de notificação. 
ASSUNÇÃO ≠ CESSÃO DA POSIÇÃO CONTRATUAL (entrar no lugar no contrato).
D2 só paga a dívida, ele não assume a posição de D1 no contrato.
Expromissão: o assuntor assume a dívida sem anuência do devedor primitivo.
2)ASSUNÇÃO CUMULATIVA
	Antes da assunção
	Depois da assunção
	C1 D1
	C1 D1, D2, etc...
	Débito: R$30.000,00
	Débito: R$30.000,00
Se for possível, a obrigação se torna divisível. A solidariedade precisa ser expressa (pois não se presume, lembre).
PAGAMENTO
Toda obrigação nasce para se extinguir havendo seu adimplemento.
Quem deve realizar o pagamento?
Quem assumiu a obrigação no polo passivo. Além dele, o terceiro interessado e o terceiro não interessado. (304)
Interessado: Tem rel. jur. obrigacional que vai atingi-lo ou na qual tem interesse.
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
O credor pode não querer receber do interessado (ex. fiador)? Não. Se ele não quiser receber, o interessado pode recorrer aos meios judiciais. (304)
O credor pode não querer receber do não interessado que paga em nome do devedor? Não. (304, parag. único)
O credor pode não querer receber do não interessado que paga em nome próprio? Não, pois subentende-se que o credor quer receber.
Quem paga a dívida em seu próprio nome pode pedir reembolso do que pagou, mas não se sub-roga nos direitos do credor (não interessado). (305)
Quem paga em nome do devedor, não tem direitos, pois tecnicamente quem pagou foi o devedor!
O devedor pode se opor ao pagamento:
Do interessado? Não.
Do não interessado em nome do devedor? Não.
Do não interessado em nome próprio? Sim.
A quem pagar?
Ao credor ou a seu representante. (308)
Sob pena de valer depois de ratificado = devedor paga à terceiro e credor ratifica concordando que o pagamento foi feito.
Se converter em benefício do credor = devedor paga à alguém e comprova-se que o valor foi convertido em benefício ao credor.
Credor putativo: quem aparentava ser credor.
Deve-se pagar à quem pode lhe dar quitação sob pena de ser questionado. (308)
Se o devedor é intimado da penhora de seu credor por um terceiro que lhe exige pagamento e mesmo assim pagou para o credor, pagou mal e vai pagar duas vezes. (312)
Onde pagar?
Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias. (327)
Em motivo grave, pode mudar o lugar de pagamento. (329)
Quesível/quérable: O credor busca o pagamento com o devedor.
Portável/portable: O devedor leva o pagamento para o credor.
Estipulada dívida portável, se fizerem diferente do que previu no contrato, presume modificado o local por conta do costume do pagamento em local diverso. A dívida pode se tornar quesível. (330)
Do tempo de pagamento
Pode-se exigir imediatamente. (331)
Obrigações condicionais (121 e seguintes) enquanto não implementadas proíbem exigência de pagamento. (332)
Hipóteses de cobrança antes da data estipulada (333)
O devedor não pode obrigar o credor a receber antes.
Do objeto de pagamento e sua prova
Não pode o credor receber coisa diversa ainda que mais valiosa (313).
Mesmo podendo ser divisível, se assim não se ajustou, a obrigação não será cobrada em partes (314). 
Dívida de valor: conversível em moeda corrente. Ex: obrigação de reparar dano.
Dívida de dinheiro: considerada em moeda corrente.
Pode-se convencionar o aumento das prestações sucessivas. (316)
A quitação é direito do devedor. Se não recebeu quitação, o devedor pode reter o pagamento. (319)
Como se dará a quitação (320)
Entregar o título confirma o pagamento (324)
Hipótese de perda do título (321)
Presunção de pagamento de cotas sucessivas: quitar última parcela presume o pagamento das anteriores (322)
Despesas com a quitação: o devedor se responsabiliza. Custos adicionais por culpa docredor são do credor (325)

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