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1 Pontos de Direito Civil – Bibliografia recomendada: RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 2002, v. 1 e 3 – Código Civil brasileiro de 2002; Lei 5.194, de 1966. 1.Por que se diz que a personalidade nem sempre significa aptidão para a prática de atos da vida civil? Porque um indivíduo pode ser titular de direitos, antes mesmo de adquirir capacidade, responsabilidade para atuar por si. 2.Como se prova que um indivíduo estaria acometido de enfermidade ou deficiência mental que não lhe permitisse ter o discernimento para a realização de quaisquer contratos? Mediante a sentença de interdição, averbada no cartório competente. 3.Qual a condição para o início da existência das pessoas jurídicas de direito privado? O registro de seus estatutos. 4.Qual a diferença entre sociedades e associações? As primeiras dedicam-se a atividades econômicas, diversamente das segundas, que se podem dedicar a atividades políticas, recreativas, religiosas, artísticas, culturais, corporativas. 5.Como as pessoas jurídicas de direito privado contraem obrigações? Por seus administradores ou quem os estatutos determinarem. 6.Está a empresa de engenharia sujeita a um registro especial para que possa desempenhar suas atividades? Sim, deve ser registrada no CREA. 7.Que significa desconsideração da pessoa jurídica? Significa a situação em que, diante de fraude ou abuso de direito, o ato que originariamente seria atribuível à pessoa jurídica se entenda praticado pelo seu membro, na medida em que o tenha pessoalmente ou a outrem estranho a ela beneficiado, sem que ela necessariamente se dissolva ou anule – Código Civil, artigo 50. 8.Pode um associado, em relação à associação, ser excluído contra sua vontade? Pode, havendo justa causa prevista no estatuto respectivo, ou se a conduta for contrária aos fins da associação ou à lei, na forma posta no artigo 57 do Código Civil. 9.Pode um estatuto de associação admitir a transmissão a outrem da qualidade de associado? Pode, nos termos do artigo 56 do Código Civil. Se nada estiver previsto, a qualidade de associado é intransmissível. 10.O que significa domicílio necessário? É o domicílio que se vincula ao local onde o indivíduo exerce sua profissão, ofício ou ministério – Código Civil, artigo 76. 2 11.O nômade tem domicílio? Sim, onde se encontrar – Código Civil, artigo 73. 12.Onde é o domicílio da pessoa jurídica com vários estabelecimentos? Aquele onde tiver sido praticado o ato que se tenha em consideração – Código Civil, artigo 75, § 1º. 13.Que significa bens imóveis por acessão? São os bens que, embora móveis por natureza, são considerados incorporados ao imóvel. 14.Quando os materiais de construção perdem a característica de bens móveis? Quando se incorporam à construção. 15.Qual seria a influência da colocação de uma escultura de ouro sobre uma fonte num jardim, para o efeito de valorização do imóvel em que se localiza? Seria o aformoseamento. Portanto, trata-se de benfeitoria voluptuária. 16.Dê um exemplo de benfeitoria necessária. Qualquer obra que impeça a ruína de um prédio. 17.Por que não se podem vender estradas de qualquer natureza? Porque elas são bens públicos de uso comum do povo. 18.Quando podem ser alienados os bens públicos dominicais? Quando houver autorização legislativa. 19.Qual a condição para que o uso comum de bens públicos seja remunerado? Que haja lei da entidade a que pertencerem, nos termos do artigo 103 do Código Civil. 20.Pode um fato natural ser considerado “fato jurídico”? Sim, quando dele decorra a alteração na situação jurídica de alguém. A morte gera direitos sucessórios, o nascimento com vida investe o ser humano em direitos e obrigações, infundindo-lhe personalidade, o acréscimo de torrões em função da ação da torrente implica aumento da propriedade imobiliária. 21.Vale a doação verbal de imóvel cujo valor seja superior a 30 vezes o salário mínimo vigente no país? Não, exige-se escritura pública. 22.Qual o valor jurídico de um contrato para a construção de instalações para uma câmara de torturas, no Brasil? Nenhum, porque seu objeto seria ilícito. 3 23.Dê um exemplo de representação por vontade do interessado. Procuração outorgada a um advogado ou a um corretor da bolsa de valores. 24.Uma cláusula que estabelecesse que um indivíduo poderia residir em determinado imóvel até lograr aprovação em concurso configuraria que tipo de condição? Condição resolutiva. 25.Quando a condição é suspensiva, qual é o efeito jurídico da ação do beneficiário que força o respectivo implemento? Entende-se não se ter ela verificado. 26.Qual o valor jurídico de uma doação para caridade realizada por uma criança de oito anos? Nenhum, porque o agente é absolutamente incapaz. 27.O que diferencia o ato nulo do ato anulável? O ato nulo jamais se convalida, ao contrário do anulável. Se o juiz toma conhecimento da nulidade do ato, deve pronunciá-la a despeito de eventual silêncio dos interessados, ao passo que o ato anulável necessita ser impugnado por ação própria, por parte dos prejudicados por ele. 28.Todo ato jurídico lícito é negócio jurídico? Não, de acordo com o artigo 185 do Código Civil. Existem atos que são necessariamente praticados – a prestação de contas do administrador, por exemplo – que não se podem tratar como se fossem negócios, uma vez que é próprio destes poderem ou não ser celebrados livremente. 29.A que título se obriga ao pagamento de perdas e danos o indivíduo que destrói, num ataque de fúria, um estabelecimento comercial? A título de responsabilidade extracontratual. 30.No contrato de empreitada, por quanto tempo responde o construtor pela solidez da obra, caso o usuário desta não seja o respectivo dono? Responde como garante da solidez da construção, caso se verifique qualquer dano neste período, pelo prazo de cinco anos. A responsabilidade pelo dano verificado, contudo, rege-se pelas regras de prescrição postas na legislação civil. 31.Concluído contrato para a elaboração de projeto de engenharia, necessariamente o autor respectivo deverá executá-lo, ou há a necessidade, para que nasça tal obrigação, de cláusula específica? Há a necessidade de cláusula específica. 32.Caso no contrato de empreitada não haja previsão expressa da obrigação de fornecer os materiais, a quem incumbe fazê-lo? Ao dono da obra, nos termos do § 1º do artigo 610 do Código Civil. 4 33.Estará certo o dono da obra, ao rejeitar o trabalho que não se mostre de acordo com as normas técnicas respectivas? Sim, porque esta é, ao lado do afastamento das instruções recebidas e da inobservância dos planos apresentados, uma das hipóteses em que autorizada a rejeição, nos termos do artigo 615 do Código Civil. 34.Quando o projeto seja executado por terceiros, o respectivo autor por ele responde? No caso de se verificarem danos referentes à segurança e solidez da obra, nos termos dos artigos 618 e 622 do Código Civil. 35.Quando os materiais não sejam fornecidos pelo empreiteiro, o que ocorre no caso de estes serem inutilizados por motivo imprevisível, alheio à sua vontade? O prejuízo corre à conta do dono, nos termos do artigo 612 do Código Civil. 36.Quando pode o empreiteiro suspender a execução da obra? Nas hipóteses previstas no artigo 625 do Código Civil: 1) culpa do dono; 2) força maior; 3) dificuldades imprevisíveis no curso da execução, decorrentes de causas geológicas, hídricas ou outras semelhantes e recusa do dono em proceder ao reajuste do preço; 4) modificações exigidas pelo dono da obra que, por seu vulto e natureza, se mostrem desproporcionais em face do projeto por ele anteriormente aprovado. 37.Pode,em alguma hipótese, exigir o empreiteiro o acréscimo no preço no caso de modificação das condições do projeto original? Sim, quando as modificações decorrerem de instruções escritas do dono da obra (Código Civil, artigo 619, caput) ou estiver este seguidamente presente ao longo das operações que caracterizem o afastamento do projeto original (Código Civil, artigo 619, parágrafo único). 38.Pode, em alguma hipótese, o proprietário da obra, sem a concordância do autor do respectivo projeto, introduzir-lhe alterações? Somente quando por motivos supervenientes ou motivos de ordem técnica fique comprovada a inconveniência ou a excessiva onerosidade de se manter o projeto original – Código Civil, artigo 621, in fine. 39.Em que grau se compromete a validade de contratos de direção de obras firmados com profissional ou empresa não inscritos no CREA? São nulos. 40.Qual a natureza do prazo previsto no artigo 618 do Código Civil? Prazo de garantia, durante o qual o engenheiro responde pela solidez da obra. Unidade 4 – Bibliografia sugerida: Código de Defesa do Consumidor; MARQUES, Cláudia de Lima. Contratos no Código de Defesa do Consumidor. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008; SOUZA, Washington Peluso Albino de. Lições de Direito Econômico. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris, 2002. 1.Existe autorização constitucional para o Estado atuar sobre a iniciativa privada, quando se entenda presente lesão ao consumidor? Existe, tendo em vista o disposto nos artigos 5º, XXXII, 24, V, e 170, V, da Constituição Federal, e a determinação – atendida em 1990 – no artigo 48 do ADCT de se elaborar o Código de Defesa do Consumidor. Podia, também, ser inferida tanto da função social da propriedade, posta nos incisos XXIII do artigo 5º e III do artigo 170 quanto da repressão ao abuso do poder econômico, referida no § 4º do artigo 173 da Constituição Federal. 2.Por que não se pode considerar consumidora a empresa de incorporações, em relação à construtora, mas se pode considerar como tal a associação que adquira uma sala no prédio em construção para nela instalar sua sede? Porque para que se configure a relação de consumo é necessário que o bem ou serviço seja adquirido ou fruído sem intuito de gerar riquezas para o adquirente ou usuário – Código de Defesa do Consumidor, artigo 2º, caput -. 3.Por que se pode dizer que o direito do consumidor à informação praticamente vem a reduzir o leque de estratégias de venda à disposição do fornecedor? Porque dentre as estratégias de venda, aquelas que consistem em omitir dados que, uma vez conhecidos, implicariam a redução do preço ou mesmo afetariam a decisão de o consumidor adquirir o bem, constitutivas do “dolo bom”, são com ele incompatíveis. 4.Quais são os requisitos para que se aplique em favor do consumidor a inversão do ônus da prova? Que ele seja hipossuficiente ou, a critério do juiz, que a alegação seja, de acordo com as regras da experiência, verossímil – Código de Defesa do Consumidor, artigo 6º. VIII -, ou, ainda, que haja previsão legal expressa a respeito, como ocorre com a publicidade a que se irrogue a pecha de enganosa ou abusiva – Código de Defesa do Consumidor, artigo 38. 5.Por que não se pode admitir que se publiquem nomes de consumidores inadimplentes de modo a reduzi-los ao ridículo? Porque o Código de Defesa do Consumidor define tal conduta como prática comercial abusiva. 6.É possível a inclusão de cláusula arbitral em contrato de adesão? Não. Esta modalidade de renúncia à solução judicial dos conflitos de consumo não pode ser estabelecida em contrato de adesão, pena de nulidade. 7.Por que o fabricante responde perante o consumidor por produto que a este não vendeu diretamente? Porque, se a causa do dano decorrer de defeitos inerentes às características do produto – projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, acondicionamento ou apresentação – ou de informações inadequadas sobre sua utilização, a responsabilidade recai sobre quem teria o dever de tomar os cuidados para que ele não ocorresse, nos termos do artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor. 8.Quando cabe a desconsideração da personalidade jurídica, em se tratando da relação jurídica de consumo? Quando, nos termos do § 5º do artigo 28 do Código de Defesa do Consumidor, a personalidade jurídica se mostrar um obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. 9.O que é a convenção coletiva de consumo? É o ato negocial mediante o qual entidades de defesa do consumidor e associações de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica estabelecem condições relativas ao preço, à qualidade, garantia e características de produtos e serviços, assim como á reclamação e composição dos conflitos de consumo – Código de Defesa do Consumidor, artigo 107. 10.O que é publicidade abusiva? É a publicidade que, na promoção de bens e serviços, se traduz pela exploração de traços valorados negativamente pelo ordenamento jurídico – Código de Defesa do Consumidor, artigo 37, § 2º. 11.Qual a atitude que pode o consumidor tomar perante o fornecedor em face de vícios ocultos no produto? Pode pedir seja o vício sanado no prazo de trinta dias ou, se tal não ocorrer, pode, alternativamente. Exigir a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso, a restituição imediata da quantia paga, corrigida, sem prejuízo de perdas e danos ou o abatimento proporcional do preço – Código de Defesa do Consumidor, artigo 18, § 1º. 12.Por que se tem excluído, à luz do Código de Defesa do Consumidor, a responsabilidade das empresas de tabaco pelas mortes causadas pelo uso do cigarro? Porque, no caso, tem-se considerado presente a culpa exclusiva do consumidor e do caráter previsível do risco, nos termos dos artigos 8º, caput, e 12, § 3º, III, do Código de Defesa do Consumidor. Pontos de Direito Tributário – TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário. Rio de Janeiro: Renovar, 2005; Constituição Federal, Código Tributário Nacional, Leis Complementares 87, de 1996, e 116, de 2003. 1.Quantos impostos caem, de acordo com a Constituição, sob a competência da União, dos Estados-membros e do Distrito Federal e dos Municípios? À União cabem sete impostos elencados no artigo 153, sendo que um deles – o imposto sobre grandes fortunas – ainda não foi instituído e os que podem ser instituídos no exercício da competência residual – artigo 154 -; aos Estados e Distrito Federal cabem três impostos elencados no artigo 155 e aos Municípios e Distrito Federal cabem três impostos. 2.Por que a atividade da empresa de engenharia não se submete ao mesmo imposto que a atividade da empresa de material de construção? Porque a atividade de engenharia está caracterizada como prestação de serviços sujeita ao ISSQN, de competência municipal (inciso III do artigo 156 da Constituição Federal), ao passo que a de material de construção traduz circulação de mercadoria, sujeita ao ICMS, de competência estadual (inciso II do artigo 155 da Constituição Federal). 3.Pode, no sistema constitucional vigente, a União Federal conceder isenção de tributo estadual ou municipal? Não, porque o inciso III do artigo 151 da Constituição o proíbe. Isto não significa que mercadorias importadas, quando haja isenção de tributos locais (estaduais e municipais), não se beneficiem da aludida isenção, pois, no plano internacional, os Tratados somente podem ser celebrados pelo Poder Central. 4.Quando o ICMS não incide em operação referente à energia elétrica? Quando esta for destinada a outros Estados (letra “b” do inciso X do § 2º do artigo 155 da Constituição Federal). 5.Qual a base de cálculodo ITCD? É o valor venal dos bens ou direitos transmitidos (artigo 38 do Código Tributário Nacional). 6.É admissível a adoção de alíquotas progressivas no IPTU? Sim, seja em proporção ao valor (inciso I do § 1º do artigo 156 da Constituição), seja em decorrência da localização (inciso II do § 1º do artigo 156 da Constituição), seja para o fim de se promover a função social da propriedade urbana prevista em plano diretor (inciso II do § 4º do artigo 182 da Constituição Federal). 7.Por que se costuma chamar, a despeito de alguns combaterem esta denominação, “impostos indiretos” ao IPI, ao ICMS e ao ISSQN? Porque o seu valor está embutido no preço do produto vendido ou do serviço prestado, podendo, pois, ser transferido a terceiros pelo contribuinte respectivo. 8.O que é a solidariedade tributária? É a situação em que um débito tributário pode ser satisfeito por mais de um devedor e cada um dentre eles responde pela integralidade da dívida. 9.Qual a base, no Código Tributário Nacional, para que se cobrem taxas em função da fiscalização do atendimento de obra a exigências urbanísticas? O efetivo exercício do poder de polícia, nos termos do artigo 78 do Código Tributário Nacional. 10.O que é a Certidão Negativa de Débitos Tributários? É o documento pelo qual se indica que um contribuinte se encontra em dia com suas obrigações tributárias perante o Fisco. 11.Quais são as possibilidades de extinção do crédito tributário? São o pagamento, a prescrição, a decadência, a compensação, a remissão, a transação, o pagamento antecipado, consignação em pagamento, decisão administrativa em favor do contribuinte irreformável, conversão do depósito judicial em renda, a decisão judicial transitada em julgado e a dação em pagamento (artigo 156 do Código Tributário Nacional). 12.Aponte uma hipótese em que o imposto pode ser restituído a quem o pagou. Reconhecimento de que o tributo seria indevido, pagamento a maior do que o efetivamente devido, erro na identificação do sujeito passivo, na determinação do montante do débito, na elaboração ou conferência de qualquer documento referente ao pagamento, reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão administrativa (artigo 165 do Código Tributário Nacional). 13.Explique por que se chamam o IPI e o ICMS de impostos não-cumulativos. Porque, no momento de apurar o quanto deve, o contribuinte abate o valor que tenha sido pago nas etapas anteriores, seja da produção, no caso do IPI (artigo 49 do Código Tributário Nacional), seja na circulação, no caso do ICMS (artigos 19 e 20 da Lei Complementar 87, de 1996). 14.Pode a União estabelecer parâmetros para as alíquotas de algum imposto municipal? Explique. Pode. A fixação das alíquotas máximas e mínimas somente pode ser estabelecida por lei complementar em relação ao ISSQN, nos termos do inciso I do § 3º do artigo 156 da Constituição Federal. 15.Qual a importância do nome que o legislador dê ao tributo para lhe determinar a natureza? Nenhuma, nos termos do artigo 4º do CTN. O fato gerador e a base de cálculo é que determinam a natureza do tributo, justamente para se evitar que se instituam no âmbito de determinadas entidades federadas, tributos de competência de outras. Unidade 1 – Bibliografia sugerida: MATA-MACHADO, Edgar de Godoi. Elementos de teoria geral do Direito. 1.Como se diferenciaria, quanto à justiça, o Direito Natural do Direito Positivo? O direito natural diria respeito a uma concepção de justiça que não se alteraria em função de contingências, seria infalível, para além das imperfeições humanas, ao contrário do direito positivo, que traduz a concepção de justiça consagrada pela autoridade competente para estabelecer comandos em caráter de generalidade, que se imponham independentemente da vontade daqueles que se lhe submetam. 2.Qual a diferença entre normas técnicas e normas éticas? As normas técnicas voltam-se a tornar mais eficiente o atingimento de um determinado objetivo utilitário (normas para a elaboração de uma cadeira, por exemplo), ao passo que as normas éticas traduzem referencial da conduta humana. 3.O que o Direito, a Moral, a Moda, o Costume e a Religião têm em comum? São manifestações da ética. 4.Por que o Direito se ramifica? Para o fim de permitir a compreensão do todo sobre o qual se dirige, procura-se identificar as características de suas partes. Ou seja, para o fim de simplificar a sua compreensão e dar tratamento adequado a dados especiais da realidade. 5.A palavra “Direito”, quando se fala em “fontes do Direito”, está na acepção de Direito subjetivo ou Direito objetivo? E quando se fala em “direito adquirido”? Quando se fala em fontes do Direito, pensa-se no modo como este se dá a conhecer: Direito objetivo. Já quando se fala em direito adquirido, pensa-se em situação de vantagem que se passa a poder fruir sob o império de determinada legislação. Se é situação de vantagem, é no sentido de direito subjetivo. 6.É o Direito subjetivo antagônico ao Direito objetivo? Não. O direito subjetivo é situação de vantagem decorrente do direito objetivo. O conceito que se lhe opõe é o de dever jurídico. 7.Qual a diferença entre a jurisprudência e a doutrina, sob o aspecto da normatividade? A jurisprudência é fruto de uma interpretação reiterada dos tribunais a respeito de uma determinada questão e provém de um dos Poderes do Estado – o Judiciário -, com o que tem capacidade para editar norma. Já a doutrina, por ser o conjunto da produção científica no Direito, não tem o condão de definir os termos de relações jurídicas, mas tão-somente de esclarecer e auxiliar na interpretação dos problemas jurídicos. Seu caráter é muito mais de persuasão. 8.Que significa hierarquia das leis? Significa que dentre as normas de caráter geral e abstrato há algumas que podem disciplinar tanto a elaboração quanto o condicionamento do conteúdo de outras, estabelecendo as condições para que estas possam validamente obrigar a quem quer que seja a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. BIBLIOGRAFIA SUGERIDA: Lei de Introdução ao Código Civil; MONTEIRO, Washington de Barros. Direito Civil. V. 1. Capítulos sobre interpretação e integração – eficácia da lei no tempo – eficácia da lei no espaço. 9.Quando se fala em “clareza da lei”, está sendo afastada a possibilidade de interpretação? Não. Para se chegar à conclusão de que a lei é clara, é preciso que o texto tenha sido primeiro interpretado, tenha tido o respectivo sentido fixado. 10.O que é interpretação sistemática? Significa a compreensão do texto da lei no conjunto de toda a legislação vigente no país. 11.Que significa a expressão “lacunas da lei”? Significa a omissão, intencional ou não, do texto de lei a respeito de determinada situação que se apresente para a solução judicial. 12.Quando se pode dizer que a analogia é fonte do direito? Quando se estiver diante de situação de que a lei não tenha tratado, porém seja semelhante a matéria por esta disciplinada (analogia legis) ou a questão presente e solucionada em outras fontes do direito (analogia iuris). 13.Quando se pode dizer que a analogia é proibida? Quando se tratar de matéria sujeita ao princípio de estrita legalidade (definição de crimes, penas, criação de tributos). 14.A prática costumeira pode revogar lei em sentido contrário? Não. Uma lei só pode ser revogada por um diploma de igual ou superior hierarquia. 15.A revogação precisa necessariamente ser expressa? Não. Quando a lei nova disciplina toda a matéria que era regulada pela lei antiga, tacitamente ela a revoga. 16.Pode ocorrer revogação parcial da lei? Pode. É possível que a revogação de uma lei se limite a um artigo, parágrafo,inciso ou um dos seus segmentos, permanecendo todo o restante. 17.Aponte exceções ao princípio da irretroatividade da lei. A atuação do poder constituinte originário e a lei penal mais benigna. 18.Explique em que consiste o fenômeno da repristinação. Significa o revigoramento de lei revogada anteriormente. Só pode ser expressa a repristinação. 19.Que significa o “conflito de leis no espaço”? Significa a situação em que se encontram circunstâncias que atraem direitos positivos de diferentes Estados soberanos ao mesmo tempo. 20.Qual o fundamento para que o juiz se sirva do direito estrangeiro para resolver determinados litígios? A disciplina posta no direito a que ele esteja sujeito quando se lhe deparar um conflito de leis no espaço. 21.Celebrado contrato entre brasileiro e japonês na França, com cláusula a ser executada no Brasil, qual a lei que o disciplinará? A lei do lugar da celebração (no caso, a França), salvo, quanto à forma, a lei brasileira. BIBLIOGRAFIA SUGERIDA: MATA-MACHADO, Edgar de Godói da. Elementos de teoria geral do Direito. 22.Por que se fala que as relações no Direito Público são de subordinação? Porque um dos sujeitos na relação de Direito Público pode exercer a coação nos termos da lei. 23.O que se quer dizer quando se aponta para a posição de igualdade que as partes apresentam entre si no Direito Privado? Que nenhum dos sujeitos na relação de direito privado estaria autorizado a exercer a coação sobre o outro, e que a relação que entre eles se trava é marcada pela liberdade. Unidade 2 - BIBLIOGRAFIA SUGERIDA: Constituição Federal de 1988; SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 24.Por que se diz que o constitucionalismo é a manifestação formal da idéia de Estado de Direito? Porque a possibilidade do exercício da coação e as atribuições da capacidade do seu exercício vêm a ser previsíveis e, com isto, a própria liberdade humana vem a ser assegurada, porque se tem claramente postos os limites a que ela pode estar sujeita. 25.Explicar por que a democracia direta foi praticável na Grécia mas não seria praticável no Brasil. Porque a população brasileira é mais numerosa que a população da polis grega, o território onde vigora o direito brasileiro é maior e a cidadania é assegurada com maior amplitude que na Grécia antiga, onde ela se restringia aos homens proprietários de terras. 26.Distinguir entre o Estado liberal de Direito e o Estado social de Direito. O Estado liberal de Direito se manifesta pela limitação do Poder Público como manifestação da tutela da liberdade dos indivíduos, ao passo que o Estado social de Direito, ao mesmo tempo em que mantém a ideia de previsibilidade da atuação estatal, prevê a necessidade de que esta também se dê em caráter positivo, para minimizar as desigualdades entre os indivíduos. 27.Indicar onde a Constituição brasileira, no seu artigo 1º, faz referência à democracia representativa e à democracia semi-direta. No parágrafo único, quando diz que o povo exercerá o poder por representantes, refere-se à democracia representativa, e quando diz que o exercerá diretamente, nos termos da Constituição, refere, na realidade, a democracia semi-direta, uma vez que se reporta aos procedimentos na própria Carta previstos. 28.O que distingue a democracia semi-direta da democracia direta? Na democracia semi-direta, a despeito de o povo ter participação ativa tanto na elaboração como na revogação de leis, não se dispensam, para que estas sejam editadas, os Poderes Legislativo e Executivo, próprios da democracia representativa, ao passo que na democracia direta, a deliberação popular, sem passar por representantes, passa imediatamente a ter força de lei. 29.Por que se diz que o princípio da separação dos poderes garante a limitação recíproca entre eles? Porque dele decorre a atribuição de cada um dos Poderes exercer o controle sobre o outro: o Executivo, sobre o Legislativo, ao exercer o poder de veto ou sanção, o Legislativo, sobre o Executivo, ao poder apreciar os vetos, acolhendo-os ou rejeitando-os e ao exercer tanto o papel de fiscalização como o de julgador nos crimes de responsabilidade, e sobre o Judiciário, ao exercer o papel de julgador nos crimes de responsabilidade, e o Judiciário sobre o Executivo, ao julgar da legalidade e constitucionalidade dos atos deste, e sobre o Legislativo, ao julgar da constitucionalidade das leis. 30.De que modo ocorre a participação do Chefe do Executivo no processo legislativo? Pelo exercício da iniciativa legislativa, pela sanção e pelo veto. 31.Qual a diferença entre decreto e medida provisória? O decreto é ato do Executivo de hierarquia inferior à lei, ao passo que a medida provisória está no mesmo patamar hierárquico que a lei. 32.Qual a única hipótese em que o Judiciário pode julgar a lei, sem usurpar o papel do legislador? Quando ele realiza o controle de constitucionalidade. 33.Por que se pode dizer que a proibição da tortura é decorrência do princípio da dignidade da pessoa humana, consagrado no inciso III do artigo 1º da Constituição Federal? Porque a dignidade da pessoa humana se traduz pela consideração desta como fim em si mesmo, e a tortura tem como traço essencial a instrumentalização do ser humano, seja para a obtenção de provas. De qualquer sorte, isto não torna desnecessária a previsão expressa do repúdio à tortura na Constituição. 34.O que é o habeas corpus e como se diferencia do mandado de segurança? Habeas corpus é a ação constitucional voltada à defesa da liberdade física. Pode ser impetrado por qualquer pessoa em favor de quem esteja a sofrer ou ameaçado de sofrer qualquer coação ilegal sobre a sua liberdade de ir, vir ou permanecer em qualquer lugar. Somente admite prova documental. Já o mandado de segurança só pode ser impetrado por quem venha a sofrer coação ou ameaça a direito não amparado por habeas corpus ou por associação, sindicato ou partido político em defesa de seus associados. Ao contrário do habeas corpus, é necessária a contratação de advogado para a sua impetração. Também não admite outra prova que não a documental. 35.Constituem os direitos sociais negação dos direitos individuais? Por quê? Não. Eles constituem, antes, a possibilidade de que os direitos individuais possam ser exercidos mesmo por quem não seja titular da condição de proprietário. 36.Por que se pode dizer, com segurança, que não existe hierarquia, no âmbito interno, entre a União, o Estado-membro e o Município? Porque é próprio da forma federativa de Estado que cada um dos entes com capacidade para legislar e governar no respectivo âmbito possa fazê-lo por si, conforme a abrangência dos problemas. Quanto menor a abrangência dos problemas a serem resolvidos, mais forte se vê a exclusão da autoridade mais distante e a aproximação da autoridade mais próxima. 37.Por que a soberania nacional é tratada tanto como princípio fundamental da República quanto como princípio da ordem econômica e financeira na Constituição? Porque, de um lado, fala-se na soberania política, que é o poder de autodeterminação de um Estado na configuração das relações de poder e da edição do próprio ordenamento jurídico, ao passo que a soberania econômica diz com a capacidade de autodeterminação de um Estado na formulação e execução da respectiva política econômica. 38.O que significa competência legislativa concorrente? Significa a atribuição dada a mais de um dos entes da federação para legislar sobre determinadas matérias, como se pode ver no artigo 24 da Constituição Federal. 39.O que é a competência cumulativa? É a atribuição de encargos a mais de uma entidade da federação simultaneamente, como se lêno artigo 23 da Constituição Federal. 40.Como se resolve a contradição aparente constante do inciso IV do artigo 1º da Constituição Federal? Pela verificação do dado de que valorizar o trabalho não significa demitir o trabalhador de deveres nem suprimir os direitos ao lucro inerentes à livre iniciativa, do mesmo modo que assegurar a livre iniciativa não significa reduzir o trabalhador à condição de ferramenta animada. Trata-se do estabelecimento de um equilíbrio entre interesses antagônicos. 41.Por que se diz que a atribuição de uma função social à propriedade não é a negação desta como direito subjetivo? Porque quando se fala que a propriedade privada tem uma função social, isto é, que ela pode ser exercida em conformidade com o bem-estar da coletividade, o que se faz é dizer por que é legítimo assegurá-la como direito subjetivo. 42.Por que se pode dizer que a adoção da forma federativa de Estado auxilia a materializar o princípio do pluralismo político? Porque admite que os entes que compõem a federação – União, Estados, Distrito Federal e Municípios – possam ter governantes que não sejam necessariamente correligionários políticos, guardando, além disto, autonomia entre si. 43.Por que o pluralismo político não se confunde com o pluralismo partidário, embora pressuponha a existência deste? Porque o pluralismo político implica a admissão, inclusive, do apartidarismo – a ausência de simpatias partidárias – e do apoliticismo – ausência de posição política -, ao lado das várias posições políticas que se podem manifestar nos partidos. 44.Por que se pode tratar a liberdade de expressão como manifestação do pluralismo político? Porque ela implica a possibilidade de quaisquer posições, sem a necessidade de se passar por autorização oficial, serem dadas a conhecer ao público, tanto de apoio, como de oposição, como ainda de indiferença. Icarg*X1'1ª Prova de Tópicos Jurídicos e Sociais – Prof. Ricardo Antonio Luca Camargo – Turma ___ Aluno: _____________________________________ Número de matrícula:___________ Nota: ____ 1.Os Tribunais julgam as causas que lhe são apresentadas com base no Direito natural ( F ) 2.A outra face do direito subjetivo é o direito objetivo ( V ) 3.A coisa julgada em matéria civil não pode ser modificada por lei a ela posterior ( V ) 4.É possível impor sanção penal a uma conduta independentemente de anterior previsão em lei ( F ) 5.O Executivo pode vetar, total ou parcialmente, projeto de lei, fundado em inconstitucionalidade ( V ) 6.No Estado Federal, as entidades menores podem disciplinar os respectivos serviços públicos sem a necessidade de autorização das entidades maiores (V) 7.O pluralismo político impõe a filiação de cada cidadão a um partido (F ) 8.O mandado de segurança individual somente pode ser impetrado por quem sofra a lesão ou ameaça a direito subjetivo próprio, ao contrário do que ocorre com o habeas corpus (V ) 9.O fato de a um indivíduo ser atribuída personalidade não significa, necessariamente, que ele possa praticar, por si, os atos da vida civil ( V ) 10.Benfeitorias voluptuárias são aquelas que aumentam o conforto ou a segurança do uso do bem imóvel ( F) segurança não, só conforto 11.A responsabilidade do construtor sempre é de caráter contratual (F ) 12.O prazo de cinco anos durante o qual o construtor responde pela solidez da obra é de garantia ( V ) 13.O dono da obra pode dar instruções escritas para que sejam realizadas alterações no projeto (V ) 14.O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável aos serviços de engenharia (F) 15.A agência publicitária tem, quando acionada, de demonstrar que a publicidade por ela realizada não tem caráter enganoso ( V) 16.A União não é responsável pelos aumentos do IPTU em cada município ( V ) 17.A instituição de tributo não é possível sem lei anterior ( V ) 18.Os engenharia não estão sujeitos ao serviços de ICMS ( V ) 19.É próprio do Imposto sobre Produtos Industrializados apresentar caráter não-cumulativo (V ) 20.Quando o crédito tributário se extingue pela prescrição, o contribuinte não desembolsa dinheiro em prol do ente tributante ( V )
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