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Textos História da Enfermagem com roteiro para estudo

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DESENVOLVIMENTO DA ENFERMAGEM 
ATRAVÉS DA HISTÓRIA
A enfermagem é uma profissão que surgiu empiricamente e se desenvolveu, através dos séculos, em estreita relação com a história da civilização, mas que nem sempre acompanhou o desenvolvimento no campo científico. Houve época em que a enfermagem era uma atividade regida pelo espírito de serviço e humanismo, associado a crenças e superstições, sem ne​nhuma fundamentação científica, ou então épocas de maiores conhecimentos e habilidades, mas deficientes pelo padrão mo​ral dos elementos que a exerciam.
Podemos dividir a história da enfermagem em períodos assim compreendidos:
1. Período antes de Cristo
O tratamento do enfermo depende estritamente do conceito de saúde e de doença. Nesta época, os povos primitivos enten​diam a doença como um castigo dado pelos deuses, ou então como causada pelos efeitos de um poder diabólico, exercido sobre os homens.
Os povos recorriam a seus sacerdotes ou feiticeiros, acumu​lando estes as funções de médico, farmacêutico e enfermeiro. O tratamento se limitava a aplacar as divindades e afastar os maus espíritos.
Os documentos daquela época nos forneceram idéia do tratamento dispensado então aos doentes. Os mais antigos fo​ram encontrados no Egito, do ano 4688 a.C. ao ano 1552 da mesma era. Alguns destes documentos relatam prescrições e fórmulas médicas seguidas de fórmulas religiosas, que o doente devia pronunciar, enquanto ingeria o medicamento. Por outro lado, quem preparava a droga, devia fazê-lo ao mesmo tempo que dizia uma oração a Isis e a Hórus, princípio de todo bem.
Esses documentos não mencionam nada sobre os hospitais e enfermeiros, somente sobre a medicina, que era entrelaçada com crenças religiosas, embora com desenvolvimento científico bem significativo para a época. Reconheciam o coração como centro da circulação, embora desconhecessem como esta se processava, e a respiração como um ato de vital importância. Possuíam, junto aos templos, ambulatórios para que os futuros sacerdotes médicos pudessem praticar.
Na Índia, os documentos do século VI a.C. nos fornece​ram dados a respeito da enfermagem, medicina e existência de hospitais. Os hindus exigiam que os enfermeiros tivessem: asseio, habilidade, inteligência, conhecimento de arte culinária e de preparo dos remédios. Moralmente, deveriam ser: puros, dedicados e cooperadores.
A Grécia marcou esta época, pelo desenvolvimento e domí​nio da filosofia, das ciências, letras e artes e, principalmente, no campo da medicina. Foi ali que a medicina iniciou suas bases científicas, graças a Hipócrates, que recebeu a denomi​nação de "O Pai da Medicina".
2. Período da unidade cristã
O cristianismo, indiretamente, provocou uma transformação na organização política e social, através da reforma dos indi​víduos e da família. Surgiu, nesta época, um grande espírito de humanidade, e muitos cristãos, levados a procurar uma vida mais santa e caridosa, se reuniam em pequenas comunidades, que se dedicavam à assistência dos pobres, velhos, enfermos e necessitados, em casas particulares ou hospitais, chamadas Diaconias. Após o Edito de Milão (335 d.C), pelo qual Constantino dava aos cristãos a liberdade de culto, muitos romanos transformaram seus palácios em Casas de Caridade e inúmeros hospitais cris​tãos foram abertos. Foi uma época áurea para os hospitais. Acrescendo a isto, destacou-se a atuação das grandes Abades​sas na melhoria da assistência aos enfermos e elevação do ní​vel da enfermagem. Entre elas, ressaltamos o valor de Santa Hildegarda (séc. Xl), proveniente de família nobre e que tor​nou-se uma das mais célebres Abadessas, pelos seus grandes conhecimentos de Ciências Naturais, Enfermagem e Medicina. Escreveu sobre doenças do pulmão, verminose, icterícia. Dava grande importância à água em seus tratamentos e recomendava às enfermeiras que proporcionassem freqüentes banhos aos seus pacientes.
Neste período surgiram organizações, sob a forma religio​sa-militar, com a finalidade de libertar o túmulo de Cristo do domínio muçulmano (Cruzadas) e proteger os peregrinos que se dirigiam a Jerusalém (Cavaleiros de Lázaro, Cavaleiros de São João de Jerusalém e Cavaleiros Teutônicos).
Essas organizações religiosas-militares prestavam cuidados de "enfermagem" aos doentes e aos feridos.
O espírito de humanidade dominante naquela época muito contribuiu para que os enfermos recebessem um bom padrão de assistência, embora muito pouco tenha sido relatado especi​ficamente sobre a enfermagem.
3. Período de Decadência da Enfermagem
A baixa do espírito cristão repercutiu diretamente na enfer​magem, tanto na quantidade como na qualidade das pessoas que se dedicavam ao serviço dos enfermos. Os donativos e a generosidade iam cada vez mais diminuindo, os hospitais entrando em sérias dificuldades de funcionamento por falta de recursos humanos e materiais. Aos poucos, a decadência se agravava, ocasionando o fechamento de muitos hospitais. Outro fator que corroborou nessa crise dos hospitais foi a Refor​ma religiosa provocada por Lutero, Henrique VIII e Calvino, que expulsou dos hospitais as religiosas que assistiam os doen​tes, especialmente na Inglaterra.
Os cuidados prestados aos enfermos passaram a ser da​dos por pessoas de baixo nível social e qualificação pessoal. Esta atividade passa a ser um trabalho árduo e de baixa remu​neração; não havendo mais, ou muito pouco, o sentido cristão que regeu, por longa época, a razão de assistir os necessita​dos. O desenvolvimento científico da enfermagem naquela época foi muito pequeno, não conseguindo acompanhar o avanço que a medicina tinha conseguido alcançar.
Mas, no século XVII, surgiu São Vicente de Paulo, que fun​dou o Instituto das Filhas de Caridade, que se dedicaram aos enfermos, o que reergueu novamente a enfermagem e lhe deu o título de "Precursor da enfermagem moderna".
No século XIX, surgiu Florence Nightingale, reformando to​talmente a enfermagem e iniciando uma outra fase para a pro​fissão.
4. Período do Sistema Nightingale (Sistema Moderno de Enfermagem)
Florence Nightingale nasceu em Florença, em 1820, prove​niente de família rica. Dotada de uma cultura muito acima do comum entre as moças daquela época, demonstrou, desde mui​to cedo, uma tendência para tratar dos enfermos, encontrando no início oposição da família, por ser essa atividade, naquele tempo, exercida por pessoas, de um modo geral, de nível educa​cional e padrão moral baixos.
Mas Florence, dotada de decidida vocação e marcante per​sonalidade, não desistiu diante do obstáculo que se lhe opu​nha. Aos 31 anos conseguiu autorização para fazer estágio num hospital mantido por entidade protestante.
Recebeu aí, as primeiras orientações sobre os cuidados com os enfermos que não corresponderam ao que esperava. Sentiu então a necessidade de um ensino de enfermagem fun​damentado em bases científicas e metódico.
Em 9 de julho de 1860, fundou em Londres, Inglaterra, a primeira escola de enfermagem, funcionando junto ao Hospital St. Thomas. Estabeleceu que:
- a direção da escola deveria ser exercida por uma enfer​rmeira, e não por médico, o que era comum nos poucos cursos dados nos hospitais.
- o ensino deveria ser metódico, e não apenas ocasional, através da prática.	
- a seleção das candidatas deveria ser feita sob o ponto de vista físico, moral, intelectual e de aptidão profis​sional. 
Várias líderes surgiram dessa escola e introduziram o sis​tema Nightingale em diversos países, através da fundação de novas escolas.
Os cursos passaram a ser procurados por moças educadas e cultas; a enfermagem passava a ser uma profissão honrosa e melhor aceita na sociedade.
5. Enfermagem no Brasil
Desde a colonização do país, já se propunha a abertura de Santas Casas, tipo "Misericórdias", muito comuns em Portugal. A primeira destas foi fundada em 1543, após a fundação da Vila de Santos, por Braz Cubas. Seguiram-se as do Rio de Janeiro, Vitória, Olinda, Ilhéus e outras. Quanto ao desempenho da atividade de enfermagemna​quela época pouco se sabe, a não ser a atuação dos Jesuítas na fundação, direção e manutenção das obras de caridade, auxi​liados por voluntárias.
Entre os Jesuítas, destacou-se o Pe. Anchieta, que não se limitou só à catequese mas estendeu sua atenção ao campo da saúde e educação, tão carentes naquela época. Também os escravos recebiam orientação de seus senho​res para cuidar de doentes particulares.
Em 1852 as Irmãs de Caridade vieram para a Santa Casa do Rio de Janeiro, e, à medida que estas aqui chegavam, iam​-lhes sendo entregues os estabelecimentos de assistência.
No século XIX surgiram algumas iniciativas de abertura de cursos relacionados com a enfermagem. Abriu-se, junto à escola de Medicina da Bahia, o curso de parteiras. Tempos depois os psiquiatras sentiram a necessidade de preparo para os que se dedicassem ao cuidado dos enfermos mentais, fundando no Rio de Janeiro a Escola Alfredo Pinto, mas com bases bem rudimentares.
No tempo do Império, raros nomes se destacaram, mere​cendo especial atenção o de Ana Néri. Nascida na Bahia, se des​tacou no cenário da enfermagem brasileira, como voluntá​ria na guerra do Paraguai. Sua participação na assistência dos feridos, foi marcante, sendo denominada "Mãe dos Bra​sileiros".
Em 1923, com a fundação da Escola de Enfermagem Ana Néri, no Rio de Janeiro, que procurou seguir o sistema Nightin​gale, é que a enfermagem brasileira passou por um desenvol​vimento maior. Muitas outras escolas foram abertas, seguindo o mesmo sistema, surgindo daí líderes que atuaram em diver​sas entidades, como diretoras, ou na assistência aos enfermos - sempre voltadas para os três elementos que são indispensá​veis na profissão de enfermagem: Ideal, Arte e Ciência.
EM QUE CONSISTE A ENFERMAGEM
Emilia Luigia Saporiti Angerami
Francisco de Assis Correia
Definir a Enfermagem é uma tarefa difícil, quer pela restrição ou limitação que toda definição implica, quer pela dificuldade de encontrar uma expressão breve e completa significante do vocabulário,.
Há, portanto, uma forma de definir um conceito que parte da etimologia; o rastreamento semântico permite-nos ver a origem da palavra, mas não nos indica toda a sua dimensão. Muitas vezes, o que explica o significado de um termo é o seu uso. No que tange à Enfermagem, esse termo historicamente sempre significou essencialmente cuidado dos enfermos, mas a sua ótica é que se modifica ao longo dos séculos e, ultimamente, foi enriquecido pelas novas teorias, a ponto de hoje existir um pluralismo de concepções de Enfermagem.
Nesse nosso trabalho, partimos do significado de Enfermagem à luz da etimologia. A seguir, fazemos um rastreamento histórico da Enfermagem, detectando as principais óticas, que ao longo da história iluminaram o seu exercício. Por fim, abordamos a noção de Enfermagem à luz do seu pluralismo. 
Enfermagem à luz da etimologia
Segundo a etimologia, Enfermagem quer dizer ato ou efeito de tratar os enfermos. Enfermo é palavra derivada do latim infirmus, ou seja, doente, doentio, fraco, débil, achachoso; imperfeito.
Rastreamento histórico
A enfermagem nasceu das necessidades humanas em relaçao aos cuidados de saúde. Por isso, é atividade tão antiga quanto o homem, visto que responder aos seus anseios de saúde, de tratamento em suas enfermidades é parte integrante do processo de humanização. o sofrimento não só levou o homem a pensar sobre sua vida, mas, também, a encontrar forma de superá-lo.
A enfermagem nas comunidades primitivas: nas comunidades primitivas delineia-se o cuidado de enfermagem enquanto “tratamento por tentativa”, de maneira empírica, sobretudo no que tange a doenças externas e recurso à magia, ao sobrenatural no que respeita às doenças internas. A doença, o sofrimento, os males são entidades que devem ser exorcizadas. Sacerdotes - médicos - enfermeiros são profissionais desse exorcismo. Por isso, templo e hospital confundem-se numa mesma tarefa inseparável. Relações mitológicas estabelecem-se entre doenças e deuses. Vigilância e advinhação fazem parte de um mesmo processo. Enfermagem, aqui, é arte de saber manipular as forças da natureza e das divindades para a saúde do homem e das comunidades.
A enfermeira era aquela pessoa que intuitivamente criava um ambiente confortável para o cuidado e a segurança do doente. Estes cuidados tinham como elementos básicos o carinho, a limpeza, o conforto, alimentação e procedimentos simples de cuidado ao doente.
A enfermagem entre as civilizações antigas: com a evolução das grandes culturas, desenvolveu-se igualmente o cuidado para com a saúde. Reis-sacerdotes-mágicos-enfermeiros são os intermediários entre as divindades e os homens e os mediadores da saúde. Os templos-hospitais ampliam-se e dão lugar não só a um número maior de enfermos, mas também oferecem banhos, dietas, inalações, sangrias, poções mágicas, "incubadoras", cuidados de enfermagem os mais diversos - sendo que na índia exige-se dos enfermeiros "conhecimento da preparaçao das drogas, inteligência, devoção ao paciente e pureza do corpo e alma". A Enfermagem faz parte de um mesmo universo regido por forças sobrenaturais.
A Enfermagem a partir de Hipócrates: com Hipócrates (mais ou menos 460 ou 459 a.C), a medicina dissocia-se das superstições e misticismos e inicia seu período de diagnóstico e tratamento, atenção aos sintomas e cura entendida como propiciar condições de o homem readquirir seu equilíbrio. Os médicos servem​-se de ajudantes (Enfermeiros) nesta tarefa. A Enfermagem torna​se prática a serviço dos cuidados médicos.
A Enfermagem no período cristão e medieval: os cuidados para com os doentes continuam a evoluir com os passos da medicina e, com ela, da Enfermagem. O que modifica no período cristão e medieval é a ótica com a qual se cuida dos doentes. Já não é por magia ou superstição que se cuida dos doentes: é por amor ao próximo, por obra de misericórdia. Vê-se no enfermo a imagem do próprio Cristo enfermo e que necessita dos cuidados urgentes dos cristãos. O motivo deste cuidado é alcançar o Reino de Deus, a vida eterna. A Enfermagem é vista como atividade caritativa, quer nos mosteiros, nos conventos, nos hospitais, quer no atendimento domiciliar. 0 modelo que se tem é o bom samaritano (Lc 10, 29-37), que cuida do doente até o seu pleno restabelecimento. Por isso, enfermagem é atividade fraterna - cuidar do irmão doente - e aqueles que desempenham estes trabalhos são chamados irmãos ou irmãs, nome que será mudado, tardiamente, no século XVIII, na Inglaterra, de "Sister" para "Nurse".
É neste período que surgem as Diaconizas, as quais eram ordenadas para o serviço, o qual consistia em atender as necessidades de sobrevivência das pessoas carentes e doentes: dar água, alimento, vestimenta sempre permeado do ideal de ser viço e do amor ao próximo. Os mesmos princípios nortearam as "Damas romanas", as quais se dedicaram a fundar hospitais para atender doentes graves e vítimas de epidemias. Estas damas dedicavam-se também ao ensino.
A assistência aos doentes nos mosteiros era prestada em dois locais distintos: na clausura era denominado Infirmarium, que recebia os membros da ordem, e fora da clausura era o Hospice, que recebia pessoas da comunidade, estrangeiros e pacientes em geral.
A direção do Infirmarium cabia ao Infirmarius e do Hospice ao Hospitalarius. A assistência era prestada pelas monjas aos pacientes de sexo feminino e pelos monges aos de sexo masculino.
Sua prática consistia em manter o doente aquecido colocando tijolos quentes, realizar fricções, limpar o chão e servir alimentos.
Das outras organizações que surgiram para cuidado dos doentes destacamos no tempo das Cruzadas especificamente os "Cabeleiros de São João de Jerusalém" por terem conseguido mudar velhos regulamentos hospitalares, mas especificamente, pela condução e divisão de trabalho que apresentavam. A dedicação ao preparo do ambiente, a hierarquização das funções e a detalhada especificação de atividades, nos remetem àsraizes da atual atividade de administração hospitalar.
O "Grande mestre" da ordem era o superior ou chefe oficial da enfermaria. "O Grande Hospitaleiro" estava imediatamente acima dele, o Infermarius, cavaleiro profissional, era assistido por dois cavaleiros chamados Prodomi.
O Infermarius vivia no prédio, era responsável pela direção geral, não somente pela disciplina e boa conduta dos oficiais mas também pelo bem estar dos doentes, a tal ponto que eram obrigados a supervisionar o trabalho médico.
O regulamento determinava as funções especificas do Infermarius, dos Prodomi e dos demais oficiais.
A Enfermagem na Idade Moderna: a ótica da Enfermagem moderna cindiu-se com a concomitante cisão do mundo moderno: de um lado, constata-se a permanência da Enfermagem à luz da caridade cristã e, do outro, a enfermagem exercida à luz da secularização e da autonomia; aquela, ainda permanecia acesa pela chama da caridade, da vocação religiosa, do encontro pessoal; essa, pouco a pouco vai evoluindo pela profissionalização, pela humanização ou filantropia e pelo vínculo contratual como qualquer profissão emergente. Em ambas, porém, predomina até a primeira metade do século XIX, o pragmatismo, com sinais de evolução para uma prática mais elaborada desse saber.
Só na segunda metade do século XIX, entretanto, com Florence Nightingale, a Enfermagem assume a modernidade no sentido de racionalizar a prática, conferindo-lhe atividade noética, metódica e crítica.
O discurso, que então aparece, pretende ser a interpretação teórica de uma prática, tão antiga quanto os homens.
De prático e intuitivo ao longo dos séculos, o exercício da Enfermagem passou a elaborar o seu questionamento, a sua reflexão, a sua investigação e a sua pesquisa.
A situação dos hospitais encontrada por Florence Nightingale era de pouca ou nenhuma condição higiência, cirurgias realizadas sem anestesia, lixo em todos os ambientes e pessoas de baixo nível moral assistindo aos enfermos.
Em sua nova proposta para a enfermagem a descreve como uma prática cujo foco é o ambiente do paciente e este deve estar nas melhores condições para a natureza agir. As áreas por ela ressaltadas foram: ventilação, luz, temperatura e controle de odores e gases.
A Enfermagem contemporânea: como no passado, também agora, mas de modo mais rápido e intenso, diversos fatores são responsáveis pelas distintas concepções de Enfermagem:
 - as transformações sócio-econômico-culturais e políticas	e suas repercussões na vida do homem, seu ecossistema, de seu universo;
 - o desenvolvimento das ciências básicas: biológicas,humanas, exatas e os avanços tecnológicos;
 - as tendências filosóficas;
 - as próprias pesquisas na área de enfermagem;
 - as novas dimensões da educação; 
 - as tendências das políticas e saúde.
Esses e outros fatores contribuem sobremaneira para a nova evolução da Enfermagem.
Até o início da década de 50, quando se dá a emergência da enfermagem como ciência, a prática profissional era baseada em regras, princípios e tradições que foram passando ao longo do tempo através do ensino formal e informal. Os princípios que orientavam a prática e que lhe atribuíam um caráter científico, eram proposições existentes nas ciências físicas e biológicas transferidas para a enfermagem.
A enfermagem desta etapa construiu um conhecimento intuitivo sobre as necessidades de saúde das pessoas e o aplicou na sua prática de cuidar dos doentes, mas este conhecimento intuitivo mostrou-se insuficiente, desestruturado e inviável.
Na década de 50 iniciaram-se sérios esforços na busca de um conteúdo cognitivo próprio, na formulação de alguns conceitos bem como no aperfeiçoamento de enunciados existentes. Nesta fase são relevantes as publicações de Ida Orlando, Virginia Henderson, Hildegard Peplau.
Nas décadas 60-70 há um forte impulso na sistematização do conhecimento, formulação de conceitos, teorias e da terminologia, dando passos para sua própria epistemologia. Estas teorias procuram delimitar o objeto, área de pertinência e frequentemente a enfermagem é representada como uma disciplina cujo seu principal enfoque é a interação entre o enfermeiro e o cliente. São desta época os estudos de Lidia Hall (1966); Myra Levine (1967); Martha Rogers (1970); Dorothea Orem (1971); Imogenes King (1971); Sister Callesta Roy (1976). 
A fase que vivenciamos é a do reconhecimento da enfermagem como ciência, passando do “factual para o conceitual".
As teoristas tem revelado, em suas publicações, mudanças e progressos em relação às suas proposições iniciais, demonstrando cristalizações de suas idéias bem como a influência de uma sobre a outra. Outro aspecto que revela a consolidação deste conhecimento é o crescente uso na pesquisa, no ensino e algumas tentativas de aplicação na prática.
Pluralismo da Enfermagem
Este breve rastreamento histórico mostrou-nos a evolução da Enfermagem que, de prática espontânea, pragmática, intuitiva, caritativa... evoluiu para profissão, saber, arte, ciência ...
O resultado atual mostra-nos, porém, não uma única concepção de Enfermagem, mas um pluralismo de concepções. Num mundo pluralista como o nosso, também a Enfermagem traduz-se em pluralidade de conceitos, de modelos, de tendências filosóficas, de objetos, de processos ... 
Este pluralismo da Enfermagem faz parte daquilo que é constitutivo do homem. Faz parte do contexto de sua propria existência que é composta de realidades bastante diversas e que a experiência vivida pelo próprio homem demonstra não poder provir senão de muitas fontes originalmente distintas. Daí a dificuldade de o homem reduzir esta multiplicidade a um comum, em teoria como na prática.
Por outro lado, este pluralismo da Enfermagem é, também, resultado da cultura atual, onde já não existe mais um monolitismo explicador, mas várias possíveis explicações das realidades. Assim, já não há uma filosofia, mas várias filonofias; não há uma cultura, mas várias culturas; não há um centro de saber, mas vários centros de saber; já não há, também, uma Enfermagem, mas várias Enfermagens...
Falar, pois, em pluralismo da Enfermagem, é afirmar a existência de uma multiplicidade e de uma diversidade de Enfermagens, de modelos, de tendências...
Assim entendido o pluralismo, constatamos o seguinte quadro no que diz respeito à Enfermagem:
Pluralismo de definições de enfermagem enquanto profissão: 
- ela é arte;
- ela é arte e ciência;
- ela é ciência aplicada;
- ela é técnica;
- ela é profissão liberal;
- ela é ideal;
- ela é prática assistencial;
- ela é agenciadora de mudança social e cultural;
- ela é prática social...
Ao afirmarmos que a definição de Enfermagem é plural, não queremos, contudo, dizer que esses conceitos sejam opostos ou irreconsiliáveis. Pretendemos, sim, expressar que, por trás deles há sempre uma perspectiva diversa. Ora se provelegia um, ora outro, dependendo do tipo de opção que o pesquisador ou profissional tem, frente à profissão e à sua prática.
Pluralismo de recipientes da enfermagem (recipient of nursing care)
- homem;
- indivíduo;
- a família;
- a comunidade
- o país;
- o continente.
Pluralismo de filosofias na enfermagem:
- empirismo lógico;
- abordagem historistica;
- abordagem fenomenológica;
- abordagem existencialista;
- abordagem dialética;
- abordagem materialista histórica; 
- abordagem holístico-humanista;
- abordagem funcionalista;
- abordagem histórico-estrutural...
Pluralismo de modelos de enfermagem:
Cada conceito de Enfermagem tem, todavia, um modelo que o embasa e esses, hoje, podem ser: 
- modelo comportamental de Johnson;
- modelo de sistemas abertos de King;
- modelo de conservação de Newman;
- modelo de auto-cuidado de Orem;
- modelo de processo vital de Rogers;
- modelo de adaptação de Roy
Pluralismo de processo de enfermagem:
- promover e manter o equilíbrioorgânico;
- diagnosticar as necessidades do cliente; 
- prescrever os cuidados;
- interação terapêutica entre enfermeira-cliente;
- avaliar as respostas do indivíduo ao tratamento recebido;
- conservação das energias do paciente e do universo;
- facilitar as trocas de energia entre o homem e a natureza; 
- ajudar a pessoa a se adaptar aos estímulos do ambiente interno e externo;
- prover meios para atender às necessidades do cliente e do ambiente;
- promover a adaptação e a integração da pessoa em vista de sua saúde;
- identificar problemas;
- diagnosticar o comportamento das pessoas;
- determinar os objetivos da assistência ... 
Conclusão
Se optamos por dizer que a Enfermagem consiste, hoje, em ser pluralista, no sentido anteriormente exposto, a título de conclusão, precisamos o seguinte:
- o pluralismo na Enfermagem, como em outras áreas, representa uma tentativa de superar a uniformidade do passado;
- se não houver a aceitação deste pluralismo, a própria Enfermagem se fecha e não progride;
- este pluralismo supõe variedade de correntes e de opções teóricas e práticas;
- este pluralismo é resultante não apenas do momento cultural, mas de uma série de fatores e de condicionamentos: de classe, de nação, de raça, de sexo...
Mas, para nós, no momento atual de Brasil, interessa​-nos progredir sobretudo para uma Enfermagem que responda às nossas necessidades de saúde. A Enfermagem deve ser para nós, também, mediação de transformação, para melhoria da vida de todos os brasileiros, através do cuidado de pessoas. Essa tem sido a característica fundamental da profissão desde seu início, e atualmente permeia todos os modelos teóricos existentes.
ROTEIRO PARA ESTUDO DIRIGIDO EM GRUPO
	
* Ler integralmente o texto “Em que consiste a enfermagem”, de autoria de Emília Luigia S. Angerami e Francisco de Assis Correia e, a seguir, discuti-lo com os elementos do grupo de trabalho, que deve ser composto por 04 elementos. Após a discussão, elaborar resposta para as seguintes questões:
 1 - Etimologicamente, qual é o significado do termo enfermagem?
 2 - Como e quando nasceu a enfermagem?
 3 - Como os cuidados de enfermagem podem ser delineados nas comunidades primitivas? Quais eram as características da enfermeira neste período histórico?
 4 - Nas civilizações antigas, como os cuidados aos enfermos eram realizados? O que era exigido dos enfermeiros nesta época?
 5 - O que aconteceu com a enfermagem por influência de Hipócrates?
 6 - Qual é a ótica com a qual se cuidava dos doentes no período cristão e medieval? Como era vista a enfermagem naquele período?
 7 - No desenvolvimento da prática da enfermagem, quais foram as atividades realizadas:
	 a – pelas Diaconizas;
 b – nos mosteiros;
	 c – pelas Cruzadas.
 8 - Descreva o que aconteceu com a enfermagem na Idade Moderna.
 9 - Quais fatores são considerados responsáveis pelas distintas concepções da enfermagem contemporânea? 
10 - Qual foi o tipo de conhecimento construído pela enfermagem até a década de 50 do século passado?
11 - O que aconteceu na enfermagem a partir de 1950 ?
12 - Elabore uma síntese sobre as considerações apresentadas no texto, em relação ao pluralismo da enfermagem contemporânea. 
 
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