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Bioquímica I C d Q í i UFSCCurso de Química – UFSCar 5ª. Aula: Propriedades das Proteínas:Propriedades das Proteínas: carga elétrica, solubilidade e l õ ialterações estruturais Ref: Marzocco &Torres/ Lehninger Profa. Dra. Maria Teresa Marques Novo Departamento de Genética e Evolução – DGE Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) UFSCar- São Carlos 1 Propriedades das Proteínas: carga elétrica • Valor de pI da proteína: reflete sua composição em aa - é o pH em que carga (+) = carga (–) (carga total zero) d i d i l l d H- determinado experimentalmente: valor de pH em que a proteína não migra no campo elétrico - depende da proporção de aa básicos e aa ácidos na proteína. Ex. pepsina : 28% aa ácidos e 2% aa básicos - portanto, molécula da pepsina será neutra quando o pH for muito ácido (pI~1): proteína ácida(p ) p - proteínas ácidas: são proteínas que possuem pI< 72 P i d d d P t íPropriedades das Proteínas: carga elétrica g • Outro ex.: - citocromo c: aa básicos ~ dobro dos aa ácidos (no pI: metade dos amino desprotonados) ( p p ) pI = 10,6: proteína básica, pI > 7 - tanto para aa como para proteínas, temos que: + - carga (-) aumenta carga (+) aumenta pI carga zero Propriedades das Proteínas: carga elétrica Aa ácidos Aa básicos Razão: pI Asp glu Arg His Lys aa ácidos/p p g g y aa básicos pepsina 1,0 16,6 11,3 1,0 0,5 0,4 15,0 albumina 4,8 10,4 17,4 6,2 3,5 12,3 1,3 mioglobina 7,0 4,7 8,3 1,9 7,5 12,8 0,6g , , , , , , , citocromo c 10,6 3,6 5,9 2,2 2,5 15,2 0,5 4 Propriedades das Proteínas: carga elétrica • Exercício: Dado o peptídeo abaixo Gl Hi T S l L A P GlGlu- His- Trp- Ser-gly-Leu - Arg - Pro-Gly (a) Qual a carga líquida da molécula a pH 3, 8 e 11? (use valores tabelados de pKa, pK1 e pK2 )(use valores tabelados de pKa, pK1 e pK2 ) (b) Estimar o pI deste peptídeo Respostas: (a) pH 3, 8 e 11: cargas +2,~0 e -1, respectivam/ (b) pI=7,8 5 Propriedades das Proteínas: Solubilidade • Solubilidade: - determinada pela estrutura primária: esta determina a interação dos aa com a água na estrutura tridimensional - influenciada por: pHpH concentração de sais di lé i d lconstante dielétrica do solvente 6 Propriedades das Proteínas:p Solubilidade • Fatores que alteram a solubilidade: (1) pH: - altera carga da proteína - solubilidade é alterada pois depende da carga- solubilidade é alterada pois depende da carga - no pI não há carga: moléculas se agregam, solubilidade é menor do que em outros pH!solubilidade é menor do que em outros pH! - em pH ≠ pI proteínas têm carga iguais e se repelem, d lú ipermanecendo solúveis - quanto mais distante do pI maior a carga: maior a solubilidade! 7 Propriedades das Proteínas: S l bilid dSolubilidade • Fatores que alteram a solubilidade: (2) concentração de sais - muitas proteínas globulares são insolúveis em água e tornam-se cada vez mais solúveis conforme se aumenta atornam se cada vez mais solúveis conforme se aumenta a adição de sal, desde que em baixas concentrações do sal. solubilidade 8força iônica Propriedades das Proteínas:p Solubilidade em soluções salinas diluídas: efeito eletrostático de íons aumenta a l bilid dsolubilidade 9 Propriedades das Proteínas: S l bilid dSolubilidade • Fatores que alteram a solubilidade: (2) concentração de sais - em baixa concentração de sal a solubilidade aumenta (provavelmente devido ao aumento de íons + e – que interagem(provavelmente devido ao aumento de íons + e que interagem com grupos carregados da proteína, atenuando a interação entre elas): salting in) g - em alta concentração de sal a solubilidade diminui: ç íons competem com a proteína pelas moléculas de água para solvatação, aumentando a interação entre as moléculas desolvatação, aumentando a interação entre as moléculas de proteína, mais do que delas com a água: salting out 10 Propriedades das Proteínas:p Solubilidade solubilidade Salting in Salting out (NH4)2SO4(NH4)2SO4Na2SO4 força iônica 11 Propriedades das Proteínas: S l bilid dSolubilidade • Fatores que alteram a solubilidade: (2) concentração de sais Salting out: - ocorre com sais di- ou trivalentesocorre com sais di ou trivalentes - cada proteína precipita em uma concentração salina característica: usado para separar proteínascaracterística: usado para separar proteínas - costuma ser a etapa inicial para a purificação de proteínasproteínas - sal mais usado é o sulfato de amônio: muito solúvel (altas concentrações são possíveis) e precipita a proteína(altas concentrações são possíveis) e precipita a proteína na forma nativa (não desnaturada) 12 Propriedades das Proteínas: S l bilid dSolubilidade • Fatores que alteram a solubilidade: (3) solventes orgânicos - exemplos: acetona e álcool: possuem baixa constante dielétrica (álcool forma pontes de H: abaixa conste dielétrica da água)(álcool forma pontes de H: abaixa conste. dielétrica da água) - constante dielétrica (ε ): propriedade física que reflete o número de dipolos em um solvente (“isolamento” de íons; F= Q Q / ε r2)de dipolos em um solvente ( isolamento de íons; F= Q1Q2/ ε r2) - abaixam a constante dielétrica da água: portanto abaixam a solubilidade de proteínas pois interações iônicas dessas moléculassolubilidade de proteínas, pois interações iônicas dessas moléculas são muito mais fortes em meios menos polares - temperatura deve ser baixa para evitar desnaturação da proteína- temperatura deve ser baixa para evitar desnaturação da proteína - também se utiliza precipitação de DNA com etanol 13 Propriedades das Proteínas: Al õ iAlterações estruturais • Conformação nativa de uma proteína: - é a conformação assumida espontaneamente pela ç p p proteína após sua síntese (estruturas secundária, terciária e quaternária, se houver)q , ) - é a conformação mais estável que a molécula pode assumir nas condições em que se encontra: é o resultado dasassumir nas condições em que se encontra: é o resultado das interações internas da molécula e desta com seu meio portanto a água interfere com as estruturas- portanto, a água interfere com as estruturas possíveis da conformação nativa! d i l ã ifi ã d í d él l- durante isolação e purificação de proteínas das células, há alterações desse meio, o que pode provocar desnaturação14 Propriedades das Proteínas: Al õ iAlterações estruturais • Desnaturação: - é a perda da estrutura nativa (original) da proteína devido à quebra de ligações não-covalentes (ligações peptídicas são mantidas) - resulta na distensão da cadeia polipeptídica (perda da estrutura) e, consequentemente, na perda da função) , q , p ç biológica 15 Propriedades das Proteínas: Al õ iAlterações estruturais 16http://clovisbezerra.tripod.com/materiais-didaticos/fibras-itrans14a17.pdf, h ttp://www.vestibulandoweb.com.br/biologia/teoria/proteina-desnaturada.jpg Propriedades das Proteínas: Al õ iAlterações estruturais • Desnaturação: As ligações não-covalentes podem ser desfeitas por: - aquecimento (temperatura): afeta ligações de H da estrutura terciária . Ex. processo febrilp - pH muito alto ou muito baixo (lembrar função dos tampões): afeta interações iônicas e hidrofóbicas dados tampões): afeta interações iônicas e hidrofóbicas da estrutura terciária, pois alteram ionização dos R (a seguir)seguir) 17 Propriedades das Proteínas: Al õ iAlterações estruturais • Desnaturação: pH (Cont.) As ligações não-covalentes podem ser desfeitas por: pH muito baixo: proteína (+) mesma carga- pH muito baixo: proteína (+), mesma carga, repulsão intramolecular H it lt t í ( )- pH muito alto:proteína (-), mesma carga, repulsão intramolecular Consequência: exposição do interior hidrofóbicoeq p ç quebra das pontes de H! 18 Propriedades das Proteínas: Al õ iAlterações estruturais • Desnaturação: As ligações não-covalentes podem ser desfeitas por: solventes orgânicos polares miscíveis com a- solventes orgânicos polares, miscíveis com a água (ex. acetona, etanol): diminuem a constante dielétrica do meio afetando as interações hidrofóbicasdielétrica do meio, afetando as interações hidrofóbicas da estrutura terciária éi f t d H R d t í- uréia: forma pontes de H com R da proteína, substituindo ligações de H que mantinham a estrutura tinativa 19 Propriedades das Proteínas: Al õ iAlterações estruturais • Desnaturação: As ligações não-covalentes podem ser desfeitas por: detergentes e sabões: são anfipáticos (longa- detergentes e sabões: são anfipáticos (longa cadeia apolar com grupo terminal carregado) , se introduzindo na proteína e se associando com Rintroduzindo na proteína e se associando com R apolares (rompimento de ligações hidrofóbicas). Ex. SDSSDS 20 Propriedades das Proteínas: Al õ iAlterações estruturais • Desnaturação: As ligações não-covalentes podem ser desfeitas por: agitação vigorosa da solução protéica até- agitação vigorosa da solução protéica, até formação abundante de espuma (Ex. clara de neve) 21http://ctc.fmrp.usp.br/casadaciencia/bibliotecas/imagens/gr upos/biomoleculas/colhada.jpg Propriedades das Proteínas: Al õ iAlterações estruturais • Desnaturação: Pode ser irreversível: quando após a desnaturação a q p ç proteína torna-se insolúvel. Ex : albumina do ovo com o aquecimento formaEx.: albumina do ovo, com o aquecimento, forma coágulo insolúvel (sólido branco) : ovo frito ovoalbumina Desnaturada por temperatura http://2.bp.blogspot.com/_xlJOm7BwJSQ/RreK36gh6JI/AAAAAAAAAZY/YHkDnh0SUxY/s400/Ovo-frito.jpg 22 Propriedades das Proteínas: Al õ iAlterações estruturais • Desnaturação irreversível (Cont.): quando após a desnaturação a proteína torna-se q p ç p insolúvel. Ex : caseína do leite (+ ácido) : precipitaçãoEx.: caseína do leite (+ ácido) : precipitação, produzindo a coalhada ou o iogurte caseína desnaturada pelo pH baixo 23http://www.chacaradeorganicos.com.br/wp-cntent/uploads/2009/09/coalhadaCaseira.jpg Propriedades das Proteínas: Al õ iAlterações estruturais • Hidrólise ≠ Desnaturação: -Hidrólise é a reação reversa da síntese protéica a proteína ao hidrolisar se produz peptídeos e/ou- a proteína ao hidrolisar-se produz peptídeos e/ou aminoácidos constituintes l b tó i i á id i t- em laboratório: em meio ácido, com aquecimento - no estômago de animais: processo digestivo - na hidrólise ocorre destruição da estrutura primária, a qual se mantém durante a desnaturaçãoq ç 24 Propriedades das Proteínas: Al õ iAlterações estruturais • Renaturação - processo em que as proteínas reassumem a sua conformação nativa após retirada das condiçõesconformação nativa, após retirada das condições desnaturantes evidencia que de fato a estrutura tridimensional é- evidencia que de fato a estrutura tridimensional é consequência da sequência de aa! l lá i ã â d- exemplo clássico: renaturação espontânea da ribonuclease (enzima que degrada RNA) 25 Desnaturação e renaturação das proteínas Ribonuclease 26 Propriedades das Proteínas: Al õ iAlterações estruturais • Folding de proteínas - dobramento das proteínas na sua forma nativa na célulacélula - há proteínas que assessoram o dobramento das cadeias polipeptídicascadeias polipeptídicas - tais proteínas que auxiliam o folding são as h h ichaperonas e chaperoninas 27 Chaperonas moleculares: Proteínas que interagem com polipeptídeos i l f ld d i i d f ld dparcialmente folded ou inapropriadamente folded: Facilita folding correto ou fornece o microambiente Primeira classe:classe: Hsp70, se liga a g regiões hidrofóbicas de peptídeosde peptídeos unfolded: Estresse térmicotérmico 28 Chaperonas moleculares: Proteínas que interagem com polipeptídeos i l f ld d i i d f ld dparcialmente folded ou inapropriadamente folded: Facilita folding correto ou fornece o microambiente Primeira classe: Hsp70 29 Primeira classe: Hsp70 30 Primeira classe: Hsp70 31 Chaperoninas: p Segunda classe de chaperonas moleculares: C l téi l b d !- Complexos protéicos elaborados ! - Requeridos para o folding de proteínas celularesRequeridos para o folding de proteínas celulares que não se enovelam espontaneamente em condições normais (ex. 10 a 15% das proteínas de E. coli) 32 Chaperoninas: 33
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