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TRT - Processo Civil Aula 10

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Aula 10
Curso: Direito Processual Civil p/ TRT/8 - Analista Judiciário - Judiciária e Oficial de
Justiça
Professor: Gabriel Borges
685.489.742-49 - Paulo Roberto de Souza Santos
 Direito Processual Civil ʹ TRT 8ª Região 
 Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges ʹ Aula 10 
 
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TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO 
 
Aula 10: Do processo de execução: da execução em geral; das diversas espécies de 
execução: execução para entrega de coisa, execução das obrigações de fazer e de não 
fazer. Dos embargos do devedor. Da execução por quantia certa contra devedor 
solvente. Da remição. Da suspensão e extinção do processo de execução. 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo XXII: Do Processo de Execução 01 
2. Resumo 44 
3. Questões comentadas 48 
4. Lista das questões apresentadas 66 
5. Gabarito 73 
 
 
CAPÍTULO XXI: DO PROCESSO DE EXECUÇÂO 
 
Vimos nas outras aulas que o processo de conhecimento discute a 
titularidade do bem em litígio. Há incerteza sobre o direito material em disputa e o 
Estado é chamado a intervir. No processo de execução, já passamos a outra fase, 
em que o titular do direito é conhecido. O Estado deverá intervir, mas com seu poder 
coercitivo, para obrigar o devedor a cumprir o comando do ato judicial que resolveu 
o conflito. 
Pausa... nesse momento, aquela mocinha da primeira fileira pergunta: 
professor e se o devedor pagar o que deve de modo voluntário, ainda haverá 
necessidade do processo de execução? 
Ótima pergunta! Resposta: não. 
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685.489.742-49 - Paulo Roberto de Souza Santos
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 Teoria e Exercícios comentados 
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$�³ERD�DOPD´�TXH�YROXQWDULDPHQWH�SDJD�DR�FUHGRU�H[WLQJXH�DOL�R�FRQIOLWR��� 
Falamos de boa alma, mas não é bem assim. Isso ocorre bastante, a 
despeito de não ser o mais comum. 
Em muitos casos o sujeito já está tão cheio daquela intriga que quer logo se 
ver livre de tudo isso e do modo menos oneroso possível. 
A execução deve ser orientada por dois princípios, aparentemente, opostos 
± a efetividade da execução e menor onerosidade possível ao executado. 
Pelo princípio da efetividade da execução, deve-se atribuir ao credor 
exatamente o que lhe confere o título, no menor tempo possível. 
Por princípio da menor onerosidade ao devedor, o devedor, tendo 
possibilidade de adimplir sua dívida por mais de um meio, será beneficiado pela 
imposição do menos gravoso (art. 620). 
Também há exemplo deste último princípio nos arts. 668 e 594, do CPC. 
O executado pode, no prazo de 10 dias após intimado da penhora, requerer 
a substituição do bem penhorado, desde que comprove cabalmente que a 
substituição não trará prejuízo algum ao exequente e será menos onerosa para ele 
devedor. 
O credor, que estiver, por direito de retenção, na posse de coisa pertencente 
ao devedor, não poderá promover a execução sobre outros bens senão depois de 
excutida a coisa que se achar em seu poder (art. 594). 
O legislador foi muito feliz na redação do art. 594. Ora, se o credor se 
encontra na posse de bem do devedor, deve-se primeiro executar tal bem, para 
depois, somente, partir à execução de outro. Caso contrário haveria grande risco de 
o credor controlar patrimônio muito superior ao da dívida. 
 
 
 
 
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 Teoria e Exercícios comentados 
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1. PARTES 
 
No polo ativo da demanda executiva, pode existir a legitimação ordinária 
primária (ou originária), a legitimação ordinária superveniente (ou secundária) e a 
legitimação extraordinária. 
a) Legitimação ordinária primária (ou originária): ocorre quando, no polo 
ativo, a parte com legitimidade para iniciar o processo executivo ou a 
fase de cumprimento da sentença estiver indicada como credora no 
próprio título executivo. 
b) Legitimação ordinária superveniente (ou secundária): o demandante, 
somente ganha a legitimação para propor a demanda executiva por um 
ato ou fato superveniente ao título executivo. Mesmo atuando em nome 
próprio e defendendo interesse próprio, o sujeito que demanda, nessa 
circunstância, deve juntar à execução demonstração de que o ato que o 
legitima ocorreu de fato. 
c) Legitimação extraordinária: ocorre quando o sujeito em litígio o faz em 
nome alheio. Ex.: art. 566. Podem promover a execução forçada: [...] II -
 o Ministério Público, nos casos prescritos em lei. 
Já no polo passivo da demanda executiva, temos as seguintes hipóteses 
de legitimação: 
a) Legitimação ordinária primária (ou originária): o devedor, reconhecido 
como tal no título executivo; 
b) Legitimação ordinária superveniente (ou secundária): o espólio, os 
herdeiros, os sucessores do devedor ou o novo devedor que assume 
com o consentimento do credor a obrigação resultante do título executivo 
(art. 568, incisos II e III); 
c) Legitimação extraordinária: o fiador judicial e o responsável tributário, 
assim definido na legislação própria. 
Obs.: Notem que a legitimidade nem sempre estará expressa no título executivo, 
mas o título sempre conferirá legitimidade a alguém, ainda que em decorrência de 
previsão legal. 
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1.1. Legitimidade Ativa 
Poderá promover a execução: 
I - o credor a quem a lei confere título executivo; 
 1HVVH� FDVR�� FKDPDPRV� D� DWHQomR� SDUD� R� WHUPR� ³FUHGRU´�� SRLV� GHYHPRV�
interpretá-lo de modo abrangente, ou seja, o termo se liga a obrigações de várias 
naturezas, não só à de pagar quantia certa. Assim, dir-se-á credor de obrigação de 
entregar coisa, fazer e não fazer, entre outras. 
Para determinar a legitimação do sujeito que figura como credor, basta o 
magistrado comparar o sujeito que propõe a demanda com aquele indicado no titulo 
como credor. Em casos excepcionais, a lei poderá atribuir legitimidade ordinária a 
sujeito que não figura no título executivo como credor. É o caso do advogado que 
executa a sentença que fixa seus honorários. 
II - o Ministério Público, nos casos previstos em lei. 
É excepcional a hipótese de legitimação ordinária originária do MP, em que 
venha figurar no título executivo como credor. Seria o caso em que o MP demanda 
em nome próprio um interesse própriocom o intuito de condenar o demandado, de 
uma relação jurídica estabelecida desde a fase cognitiva, ao cumprimento de uma 
obrigação. 
Outra hipótese de atuação do MP é o seu ingresso em demanda judicial, em 
virtude de legitimação extraordinária, para defender em nome próprio direito alheio, 
de terceiros. Isso fará com que o MP figure no título executivo, ainda que não se 
possa afirmar que o fará a título de credor. 
³$LQGD�TXH�ILJXUH�QR�WtWXOR�MXGLFLDO��QmR�R�ID]HQGR�FRmo credor 
do direito, a legitimação do Ministério Público será 
extraordinária para a execução; aliás, exatamente a mesma 
legitimação que o possibilitou propor a demanda com o objetivo 
primeiro de condenar o réu, para depois executá-lo. Essa 
circunstância cria uma espécie de legitimação sui generis, 
porque, apesar de constar do título executivo como autor da 
demanda, a legitimação não decorre desse fato, mas sim de 
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H[SUHVVD� SUHYLVmR� OHJDO�´� (Neves, Daniel Amorin Assumpção, 
pg. 822, 3°Ed.) 
Há outras hipóteses em que a legitimidade do Ministério Público para atuar 
na demanda executiva, dependerá da inércia dos titulares do direito. Ex. ação civil 
pública fundada em direito individual homogêneo, de relevância social, em que o MP 
poderá executar a sentença se no prazo de um ano do trânsito em julgado não 
houver quem se habilite para executar a sentença. 
Podem também promover a execução, ou nela prosseguir: 
III - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por 
morte deste [credor], lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; 
Esse é um caso de legitimação superveniente em virtude da sucessão causa 
mortis. A legitimidade é atribuída ao espólio, aos herdeiros ou aos sucessores, que 
poderão dar início à demanda executiva, ou assumir o polo ativo no lugar do de 
cujus, uma vez que já se tenha iniciado a demanda. 
Conforme o momento da sucessão, são observados os seguintes requisitos: 
a) Antes de iniciada a execução: faz-se necessário demonstrar por meio de 
provas a legitimidade. 
b) Iniciada a execução: instaura-se um processo de habilitação incidente, 
com a suspensão, em tese, do processo principal. 
Dúvida: Por que em tese? Pelo simples fato de que, atualmente, dispensa-se o 
processo incidental quando o pretendente, para assumir o polo ativo, provar, de 
modo suficiente, a sua legitimidade. Há, nessa situação, observância aos princípios 
processuais da economicidade e celeridade. 
IV - o cessionário, presente quando o direito resultante do título executivo 
for transferido por ato entre vivos; 
Todo direito poderá ser objeto de cessão, salvo vedações legais. Dessa 
forma, a parte que recebe o crédito do detentor originário passa a ter legitimidade 
superveniente para executar o título. Para provar sua legitimação, o interessado 
deverá juntar na petição inicial, ou ao requerimento inicial, o instrumento de cessão 
de crédito. 
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V - o sub-rogado, presente nos casos de sub-rogação legal ou 
convencional. 
Há legitimidade superveniente na hipótese de sub-rogação. Ela poderá ser 
legal ou convencional, devendo o sub-rogado provar esse fenômeno jurídico. 
Tanto na hipótese de cessão como de sub-rogação, não são os novos 
credores obrigados a figurar no polo ativo da demanda já em trâmite, sendo-lhes 
facultado aguardar o resultado da demanda para, então, cobrar do antigo credor. 
 
1.2. Legitimidade Passiva 
O art. 568, CPC dispõe sobre a legitimidade passiva no procedimento 
executivo. Assim, a execução poderá ser proposta em face do: 
I - devedor, reconhecido como tal no título executivo; 
 Analisa-se a responsabilidade para o cumprimento da obrigação. Aquele a 
quem se possa atribuir o cumprimento de uma prestação, poderá ser sujeito passivo 
da demanda executiva. Assim, é irrelevante para a fixação da legitimação se o 
sujeito é realmente o devedor, sendo necessário, somente, que o título o aponte 
como tal, para que ele participe no polo passivo da demanda judicial com 
legitimidade ordinária originária. 
II - espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; 
 São hipóteses de legitimidade passiva derivada, ou também chamada de 
legitimação ordinária superveniente por causa mortis. 
III - novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a 
obrigação resultante do título executivo; 
 Ocorre assunção da dívida por outrem, de maneira a haver legitimação de 
novo devedor para conduzir o polo passivo do procedimento executivo. Na 
assunção da dívida a obrigação não muda. Ocorre a legitimação superveniente por 
ato inter vivos. 
IV - fiador judicial; 
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O fiador é um terceiro no processo, um legitimado superveniente. Ele é 
responsável por prestar fiança em juízo em beneficio de uma das partes do 
processo. A garantia poderá ser real [oferecimento de um bem] ou fidejussória [em 
que pessoalmente se obriga]. 
V - responsável tributário, assim definido na legislação própria. 
 
1.3. Litisconsórcio na execução 
Poderá ocorrer litisconsórcio na execução ± ativo, passivo ou misto. Regra 
geral, nas demandas executivas forma-se o litisconsórcio facultativo por 
conveniência dos sujeitos do processo. 
Na formação do litisconsórcio facultativo ocorre a cumulação de demandas, 
isso faz com que para verificar a formação litisconsorcial, ocorra a avaliação dos 
requisitos de admissibilidade da cumulação das demandas executivas. 
Art. 573. É lícito ao credor, sendo o mesmo o devedor, cumular várias 
execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, desde que para todas elas 
seja competente o juiz e idêntica a forma do processo. 
É importante lembrarmos que a formação do litisconsórcio, somente, 
ocorrerá se todos os credores e (ou) devedores vincularem-se à outra parte em 
razão de uma mesma relação jurídica material. 
 
1.4. Intervenção de terceiros na execução 
Das modalidades de terceiros, somente a assistência e o recurso de 
terceiros são cabíveis no procedimento executivo. 
No entanto, existem modalidades específicas de intervenção de terceiro no 
procedimento executivo. Vejamos: 
1) Protesto pela preferência: Concorrendo vários credores, o dinheiro ser-
lhes-á distribuído e entregue consoante a ordem das respectivas prelações; não 
havendo título legal à preferência,receberá em primeiro lugar o credor que 
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promoveu a execução, cabendo aos demais concorrentes direito sobre a 
importância restante, observada a anterioridade de cada penhora (art. 711 do CPC). 
2) Concurso especial de credores: em casos de penhoras sucessivas 
sobre a mesma demanda, haverá necessidade de que todos os credores da penhora 
participem da fase de pagamento. 
3) Exercício do beneficio de ordem pelo fiador: O fiador, quando 
executado, poderá nomear à penhora bens livres e desembargados do devedor. Os 
bens do fiador ficarão, porém, sujeitos à execução, se os do devedor forem 
insuficientes à satisfação do direito do credor (art. 595 do CPC). 
 
2. COMPETÊNCIA 
 
2.1. Competência da execução de título executivo judicial 
Em primeiro lugar é muito importante mencionar que o art. 575 do CPC foi 
revogado tacitamente pelo art.475-P do CPC. Assim, o cumprimento da sentença 
efetuar-se-á perante: 
I ± os tribunais, nas causas de sua competência originária; 
II ± o juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição; 
III ± o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal 
condenatória, de sentença arbitral ou de sentença estrangeira. 
 
2.2. Competência da execução de título executivo extrajudicial 
A competência para a execução de titulo executivo extrajudicial será 
processada perante o juízo competente e obedecerá às normas do processo de 
conhecimento. 
Já as regras de competência internacional seguirão os arts. 88 e 89 do 
CPC. No entanto, o inciso III do art. 88 não poderá ser interpretado à luz da 
competência internacional para execução de título extrajudicial, uma vez que diz 
respeito à ação cognitiva (dispensa processo de execução). 
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Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no 
Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. 
Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer 
outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o 
autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional. 
A competência interna será definida da seguinte maneira: 
1) Foro de eleição 
2) Foro do local do cumprimento da obrigação 
3) Foro do domicilio do executado 
 
Outras competências: 
 
Execução fundada em letra de câmbio 
ou nota promissória 
Deverá ser intentada no foro do local do 
pagamento. 
 
Execução fundada em duplicata 
Também deverá ser proposta no foro do 
local do pagamento. 
 
Execução fundada em chegue 
Deve ser proposta no foro do local do 
pagamento, indicado ao lado do nome do 
sacado. 
 
Execução fundada em debênture 
Será intentada no foro da sede, em 
território nacional, da companhia que a 
emitiu. 
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Execução fundada em documento 
público ou particular 
Deverá ser proposta no foro do 
cumprimento da obrigação, caso não haja 
esta indicação, deverá ser proposta no foro 
do domicílio do devedor. Essas duas 
hipóteses somente ocorrerão quando os 
títulos não estiverem arrolados no art. 585 
do CPC ou não houver foro de eleição. 
 
Execução fundada em contrato 
garantido por hipoteca 
Deverá ser intentada no foro da situação 
da coisa (art.95 do CPC). 
 
Execução fundada em contrato 
garantido por caução 
Deverá ser proposta no lugar da obrigação 
em que o contrato foi executado, na sua 
ausência, no foro do domicílio do 
executado. 
 
 
Execução de crédito de serventuário 
da justiça, perito ou intérprete 
Deverá ser proposta no foro da onde 
tramitou o processo, ou seja, o lugar do 
cumprimento da sentença. 
 
 
 
Pluralidade de executados 
Mesmo domicílio: a execução será intentada 
no foro do cumprimento da obrigação ou 
no foro do domicílio dos executados. 
Domicílios diferentes: a execução deverá 
ser intentada no foro do local de 
pagamento; não havendo, será demandada 
no foro do domicílio de qualquer um dos 
executados. 
 
 
 
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3. CLASSIFICAÇÃO DA EXECUÇÃO 
 
3.1. Quanto ao procedimento 
Quando falamos da ação temos que lembrar que sua atividade jurisdicional é 
substitutiva, ou seja, apenas busca satisfazer o direito requerido. Por meio da 
autorização legal ao Judiciário é permitido adentrar a esfera patrimonial do devedor, 
retirando bens, para satisfazer o direito do credor. 
É importante saber igualmente que na ação de execução o contraditório não 
será plenamente observado. O que isso quer dizer? 
Quer dizer que o devedor não apresentará defesa nos próprios autos da 
ação. Deverá realizá-la de maneira incidental, por meio da oposição de embargos à 
execução (ação incidental autônoma) ou da ação pré-executiva. 
Na execução, busca-se a satisfação da obrigação específica ± dar, fazer ou 
não fazer ± sendo, apenas, transformada em genérica ± obrigação de pagar a 
quantia certa ± quando a satisfação da obrigação específica for impossível de 
cumprir ou o credor requerer. 
 
1. A execução equivalerá ao processo judicial 
autônomo, quando: 
a) Fundada em título executivo extrajudicial. 
b) Fundada em sentença penal condenatória. 
c) Fundada em sentença arbitral. 
d) Dirigida pela e contra a Fazenda Pública. 
e) Reclamar o adimplimento da obrigação de prestar 
alimentos. 
2. Quando o título for executivo judicial, o cumprimento 
da obrigação poderá ser perseguido: 
a) Por efetivação: usando-se as medidas de apoio do 
art. 461, do CPC, quando a sentença determina a entrega do bem 
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ou a satisfação da obrigação de fazer ou não fazer. 
Art. 461do CPC: Na ação que tenha por objeto o 
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá 
a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, 
determinará providências que assegurem o resultado prático 
equivalente ao do adimplemento. 
§ 1° A obrigação somente se converterá em perdas e 
danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica 
ou a obtenção do resultado prático correspondente. 
§ 2° A indenização por perdas e danos dar-se-á sem 
prejuízo da multa (art. 287). 
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e 
havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito 
ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação 
prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou 
modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada. 
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior 
ou na sentença, impor mula diária ao réu, independentemente de 
pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, 
fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito. 
 § 5° Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção 
do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a 
requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a 
imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, 
remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e 
impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de 
força policial. 
 § 6° O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a 
periodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente 
ou excessiva. 
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DICA 
x Características e diferenças da fraude à execução e fraude contra credores. 
Vamos lá! 
Na fraude contra credores a alienação é realizada antes do recebimento do 
mandado de citação na execução (art. 593). O desfazimento da alienação que 
ocorre em favor de terceiro poderá ser questionado pelo credor. 
Na fraude à execução a alienação ocorre após a citação. Nesse caso, a 
fraude será resolvida de modo incidental na execução, ou seja, não há exigência de 
propositura de demanda específica. A venda qualifica-se como ineficaz em relação 
ao credor. 
 
4. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL 
 
A responsabilidade patrimonial é um instituto de direito processual e direito 
material. Como instituto de direito processual é entendida como a possibilidade de 
submissão de um patrimônio à satisfação do direito substancial do credor. 
Já como instituto de direito material, uma vez contraída a obrigação, uma 
das partes tem o dever de satisfazer o direito da outra. Representa uma situação 
jurídica de desvantagem que quando satisfeito o direito não faz surgir à dívida, 
característica do direito material. 
É importante lembrar que inexiste a responsabilidade pessoal. A 
responsabilidade é meramente patrimonial e nunca pessoal. 
 
4.1. Bens que respondem pela satisfação na execução 
O art. 591 do CPC determina quais os bens patrimoniais do responsável 
respondem pela satisfação pela dívida. 
O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos 
os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei. 
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9DPRV�HQWHQGHU�R�TXH�R�FyGLJR�TXLV�GL]HU�FRP��³com todos os seus bens 
presentes e futuros´��De acordo com Daniel Amorim Assumpção Neves, devemos 
HQWHQGHU�SRU�³EHQV�SUHVHQWHV´�aqueles existentes à época do surgimento da dívida e 
³EHQV� IXWXURV´� todos os adquiridos até a satisfação do direito do credor, salvo os 
bens alienáveis nesse período sem fraude. 
Vejamos os bens que ficam sujeitos à execução (art. 592): 
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito 
real ou obrigação reipersecutória; 
II - do sócio, nos termos da lei; 
III - do devedor, quando em poder de terceiros; 
IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de 
sua meação respondem pela dívida; 
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução. 
 
4.2. Impenhorabilidade de bens 
É uma garantia a pessoa do devedor ± sua dignidade humana ± que certos 
bens não sejam objeto de expropriação judicial. 
O art. 649, CPC apresenta os bens que não poderão, de modo nenhum, 
serem penhorados, ou seja, não respondem pela satisfação da dívida. 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à 
execução; 
II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a 
residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as 
necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, 
salvo se de elevado valor; 
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos 
de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por 
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liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os 
ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal; 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou 
outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão; 
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas 
forem penhoradas; 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que 
trabalhada pela família; 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação 
compulsória em educação, saúde ou assistência social; 
X - até o limite de 40 salários mínimos, a quantia depositada em caderneta 
de poupança. 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, 
por partido político. 
 
4.3. Responsabilidade Patrimonial Secundária 
Ficamsujeitos à execução os bens (art. 592 do CPC): 
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito 
real ou obrigação reipersecutória; 
II - do sócio, nos termos da lei; 
III - do devedor, quando em poder de terceiros; 
IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de 
sua meação respondem pela dívida; 
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução. 
 
 
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5. TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL 
 
Como já vimos, há dois tipos de títulos: judiciais e extrajudiciais. O 
primeiro é constituído pelo juiz, por meio da atuação jurisdicional. O extrajudicial é 
formado por ato de vontade das partes que constitui a relação jurídica de direito 
material. 
O código identifica títulos executivos judiciais e extrajudiciais. Executivos 
judiciais, após a reforma introduzida pela Lei nº 11.232/05, deixaram de compor o 
processo de execução e passaram ao processo de conhecimento. 
Na prática, pode-se entender o cumprimento de sentença como se fosse 
parte do processo de execução, mas na verdade compõe o de conhecimento. O juiz 
verificando que uma parte tem razão procede ao procedimento próprio do 
cumprimento de Sentença (revejam aula sobre sentença). 
Para que fique bem definida a diferença entre títulos executivos judiciais e 
extrajudiciais, elaboramos uma tabela, mostrando a distinção criada pelo código. 
Vejam quadro abaixo: 
 
São títulos executivos judiciais (Art. 
475-N ± Livro I: Conhecimento) 
I ± a sentença proferida no processo 
civil que reconheça a existência de 
obrigação de fazer, não fazer, entregar 
coisa ou pagar quantia; 
II ± a sentença penal condenatória 
transitada em julgado; 
III ± a sentença homologatória de 
conciliação ou de transação, ainda que 
inclua matéria não posta em juízo; 
 
São títulos executivos extrajudiciais 
(Art. 585 ± Livro II: Execução) 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, 
a duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro 
documento público assinado pelo 
devedor; o documento particular 
assinado pelo devedor e por duas 
testemunhas; o instrumento de 
transação referendado pelo Ministério 
Público, pela Defensoria Pública ou 
pelos advogados dos transatores; 
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IV ± a sentença arbitral; 
V ± o acordo extrajudicial, de qualquer 
natureza, homologado judicialmente; 
VI ± a sentença estrangeira, 
homologada pelo Superior Tribunal de 
Justiça; 
VII ± o formal e a certidão de partilha, 
exclusivamente em relação ao 
inventariante, aos herdeiros e aos 
sucessores a título singular ou 
universal. 
III - os contratos garantidos por 
hipoteca, penhor, anticrese e caução, 
bem como os de seguro de vida; 
IV - o crédito decorrente de foro e 
laudêmio; 
V - o crédito, documentalmente 
comprovado, decorrente de aluguel de 
imóvel, bem como de encargos 
acessórios, tais como taxas e despesas 
de condomínio; 
VI - o crédito de serventuário de justiça, 
de perito, de intérprete, ou de tradutor, 
quando as custas, emolumentos ou 
honorários forem aprovados por 
decisão judicial; 
VII - a certidão de dívida ativa da 
Fazenda Pública da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos 
Territórios e dos Municípios, 
correspondente aos créditos inscritos 
na forma da lei; 
VIII - todos os demais títulos a que, por 
disposição expressa, a lei atribuir força 
executiva. 
 
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6. ESPÉCIES 
 
São tipologias de execução: 
6.1. Processo de execução para a entrega da coisa 
6.1.1. Processo de execução para a entrega da coisa certa 
A petição inicial deverá preencher os requisitos do art. 282 do CPC, no que 
for aplicável ao processo de execução. A PI deve ser sempre acompanhada do titulo 
executivo. 
Uma vez que seja juntado aos autos o mandado de citação, correrão dois 
prazos: 
1) Dez dias para o executado cumprir [satisfazer] a obrigação, prazo em 
que não se admite a adoção de qualquer medida executiva, direta ou indireta; ou 
2) Quinze dias para a apresentação de embargos à execução, 
independentemente do depósito da coisa. 
Optando por apresentar os embargos à execução, o executado poderá 
oferecer em depósito a coisa e, dessa forma, pleitear o efeito suspensivo aos 
embargos (devendo preencher os requisitos do art. 739- A do CPC para tanto). 
Optando pela entrega da coisa, no prazo de 10 dias, satisfará o direito do 
exequente. Nesse caso, ocorrerá o que aduz o art. 624 do CPC: se o executado 
entregar a coisa, lavrar-se-á o respectivo termo e dar-se-á por finda a execução, 
salvo se esta tiver de prosseguir para o pagamento de frutos ou ressarcimento de 
prejuízos. 
3) Poderá o executado manter o seu estado de inércia, omitindo-se sobre a 
ordem contida na citação. Diante dessa atitude, poderá o juiz fixar multa e expedir 
mandado de busca e apreensão ou de imissão da posse. Registrem que, apesar de 
o código, no parágrafo único do art. 621, prever que poderá o juiz fixar o valor da 
multa por dia de atraso (astreintes) no cumprimento da obrigação ao despachar a PI, 
em verdade, o magistrado poderá fixá-la a qualquer momento do processo, se 
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houver inércia do executado. Também não há necessidade de que seja multa diária, 
podendo ser de outra natureza, mas somente será aplicada [a multa] depois de 
vencido o prazo que caiba ao executado, o que é condição necessária para 
configuração da inércia. 
Na hipótese da coisa devida estar em posse de terceiro ou de ter sido 
desviada de maneira fraudulenta, será buscada onde estiver. O terceiro somente 
será ouvido pelo juiz após depositar a coisa em juízo. 
 Art. 626 do CPC: Alienada a coisa quando já litigiosa, expedir-se-á 
mandado contra o terceiro adquirente, que somenteserá ouvido depois de depositá-
la. 
Se o exequente entender não ser mais interessante a entrega da coisa, por 
estar em posse de terceiro, poderá convertê-la em execução de pagar quantia certa. 
Também poderá haver conversão para execução de pagar quantia certa quando a 
coisa estiver deteriorada, desaparecida, ou não for localizada; situações em que 
será possível a reparação de perdas e danos e aplicação de multa. 
Em casos de benfeitorias na coisa, deve-se instaurar um processo de 
liquidação de sentença antes da execução. 
Art. 628 do CPC: Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo 
devedor ou por terceiros, de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação prévia é 
obrigatória. Se houver saldo em favor do devedor, o credor o depositará ao requerer 
a entrega da coisa; se houver saldo em favor do credor, este poderá cobrá-lo nos 
autos do mesmo processo. 
 
6.1.2. Processo de execução para a entrega da coisa incerta 
A diferença entre a entrega da coisa certa e a incerta diz respeito ao 
procedimento de individualização da coisa, que deverá ocorrer no início do processo 
executivo. Logo depois da individualização [ou seja, da escolha] a coisa passa a ser 
certa, então, segue as regras anteriormente estudadas (entrega da coisa certa). 
Coisa incerta não se confunde com coisa fungível. Fungível é aquilo que 
pode ser substituído, relaciona-se a coisa móvel de mesma qualidade, quantidade e 
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espécie. Coisa incerta, por seu turno, é a coisa indeterminada, mas passível de ser 
determinada mediante a escolha do bem entre vários distintos. 
O titulo executivo deverá conter o direito de escolha; se omisso, ao devedor 
caberá escolher o bem. Previsto o direito de escolha ao exequente, ele deverá fazê-
lo na petição inicial, para que a coisa se torne certa desde o início do processo, sob 
pena de preclusão, passando o direito automaticamente ao executado. O exequente 
terá de volta o direito de escolha, se o executado também deixar de exercê-lo. 
Nas situações em que o direito de escolha couber ao executado, ele será 
citado para entregar ou depositar a coisa incerta em um prazo de dez dias, não 
podendo dar um bem a pior nem se obrigando a dar outro a melhor. 
Art. 629. Quando a execução recair sobre coisas determinadas pelo gênero 
e quantidade, o devedor será citado para entregá-las individualizadas, se lhe couber 
a escolha; mas se essa couber ao credor, este a indicará na petição inicial. 
Contra a parte que realizou a escolha [exequente ou executado] caberá 
impugnação por quem não escolheu no prazo de 48 horas. Instalado o incidente, o 
juiz decidirá de plano, ou, se necessário, ouvindo perito de sua nomeação [art. 630]. 
 
6.2. Execução das obrigações de fazer e não fazer 
Uma diferença básica entre a modalidade de execução das obrigações de 
fazer e não fazer e as obrigações de pagar quantia certa e de entrega da coisa é 
que estas se resolvem de modo patrimonial, enquanto aquela [de fazer ou não fazer] 
exige uma atuação do devedor. 
Nesse tipo de execução há certa dificuldade de cumprimento do dever pelo 
demandado. 
Nas obrigações de fazer fungíveis, em que terceiros podem satisfazer a 
obrigação, há maior probabilidade de satisfação do direito, pois o magistrado 
poderá: 
a) Aplicar as astreintes (multa por dia de atraso ou outra unidade de tempo). 
b) Determinar a realização da obrigação por terceiro 
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c) Determinar a realização pelo próprio exequente ou sob a sua supervisão 
Já no caso de obrigação infungível, em que a satisfação da obrigação só 
depende da vontade do devedor, haverá duas possibilidades: 
a) Aplicar as astreintes 
b) Aplicar medidas de pressão psicológicas 
 
6.2.1. Execução das obrigações de fazer 
A petição inicial deve apresentar os requisitos elencados no art. 282, do 
CPC. Além disso, deve ser instruída com o título executivo, sendo sempre 
extrajudicial. A ausência do título executivo acarretará vício sanável, devendo o juiz 
determinar emenda à peça inicial em até 10 dias. 
Na execução de fazer não há uma garantia possível, como nos casos de 
execução por quantia certa, em que a penhora serve de garantia, e na execução de 
entrega de coisa, na qual o bem depositado poderá, ao final, ser entregue ao 
exequente. Nesse caso, o executado poderá cumprir a sua obrigação ou 
permanecer inerte. 
No título executivo estará determinado o prazo para que o executado 
satisfaça a obrigação. Caso não haja prazo no título, caberá ao magistrado indicá-lo 
levando em consideração a complexidade da obrigação. 
Não satisfeita a obrigação, o magistrado poderá aplicar multa e fixar a data 
para o início da cobrança ao despachar a inicial. O não pronunciamento do juiz faz 
com que a multa passe a gerar efeitos imediatos. 
Vale lembrar que o juiz goza de ampla liberdade para reduzir, aumentar ou 
modificar o prazo da multa às circunstâncias do caso concreto, aplicando ao 
processo de execução o art. 461, § 6° do CPC. A função dessa medida é pressionar 
psicologicamente [mas não só] o executado, para que este cumpra a obrigação. 
Devidamente citado, o exequente poderá adotar três posturas: embargar a 
execução em um prazo de 15 dias, cumprir a obrigação determinada pelo juiz ou 
permanecer inerte. 
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6.2.2. Execução das obrigações de não fazer 
Espécie de execução que visa uma tutela jurisdicional reparatória. O dever é 
de abstenção e caso não tenha respeitado a obrigação de não fazer, haverá a 
inexecução da obrigação. O que se busca é a realização do ato proibido. 
A obrigação de não fazer pode ser classificada em permanente (ou contínua) 
e instantânea. A obrigação permanente possibilita o retorno ao estado anterior e a 
instantânea não. 
Exemplo da permanente, temos na hipótese em que se construiu uma 
calçada onde havia compromisso de não o fazer. Uma vez removida, volta-se ao 
estado anterior. A instantânea ocorre, por exemplo, quando diante do compromisso 
de guardar segredo, ele é revelado ± não se volta atrás. 
Na obrigação de não fazer permanente, há formas de desfazimento do fato. 
Quando o devedor recusa-se a desfazer o ato proibido, ou seja, ato que não deveria 
ter sido praticado, o credor poderá requerer ao magistrado o desfazimento do ato à 
custa dodevedor. 
Além disso, o executado será responsabilizado por futuros danos e perdas, 
caso em que ocorrerá a conversão do processo executivo em execução de pagar 
quantia certa. 
 Já na instantânea como não há permissão para que se retorne ao estado 
anterior, a obrigação de não fazer poderá ser convertida em perdas e danos. 
Art. 643. Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz 
que mande desfazer o ato à sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos. 
Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-
se em perdas e danos. 
x Obrigações de emitir declaração de vontade 
O devedor, e somente ele, é capaz de declarar sua própria vontade, não 
sendo permitido a terceiros essa declaração. 
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Trata-se de uma espécie de obrigação infungível, mas é uma infungibilidade 
meramente jurídica, decorrente de princípio jurídico. Nesse caso, será possível a 
substituição da declaração de vontade por ordem judicial. 
 O interesse do exequente recai sobre o efeito produzido pelo cumprimento 
da obrigação e não pela ação do devedor. Assim, é totalmente possível obter os 
efeitos da ação por meio de decisão judicial. 
Vejamos os artigos que versam sobre o assunto. 
Art. 466-A. Condenado o devedor a emitir declaração de vontade, a 
sentença, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração 
não emitida. 
Art. 466-B. Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato não 
cumprir a obrigação, a outra parte, sendo isso possível e não excluído pelo título, 
poderá obter uma sentença que produza o mesmo efeito do contrato a ser firmado. 
Art. 466-C. Tratando-se de contrato que tenha por objeto a transferência da 
propriedade de coisa determinada, ou de outro direito, a ação não será acolhida se a 
parte que a intentou não cumprir a sua prestação, nem a oferecer, nos casos e 
formas legais, salvo se ainda não exigível. 
 
6.3. Execução das ações coletivas 
As regras a serem aplicadas a direitos coletivos, difusos e individuais 
homogêneos devem ser aquelas dirigidas a eles. Em casos específicos e em caráter 
subsidiário, porém, o Código de Processo Civil será fonte. 
Em relação ao processo de execução, a estrutura do CPC é voltada, em 
primeiro lugar, para satisfazer os interesses e direitos individuais, privilegiando a 
execução por quantia certa. 
Não há, portanto, adequada previsão do CPC para a execução de ações 
coletivas, nem o Código de Defesa do Consumidor junto à Lei da Ação Civil Pública 
trazem dispositivos que tratam do tema de modo completo. 
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Acaba sendo o CPC muito utilizado para suprir a ausência de previsão de 
uma e outra lei. Desse modo, a execução seguirá: 
1) Quanto à sentença de fazer e de não fazer, as disposições do art. 461, do 
CPC. 
2) Quanto à decisão de entrega da coisa, o que determina o art. 461-A do 
código. 
3) Quanto às sentenças pecuniárias, as disposições dos arts. 475-I a 475-R. 
 
6.3.1. Execução a partir de sentença penal coletiva 
Quando se viola direito coletivo, o sujeito comete ato ilícito com possíveis 
efeitos cíveis e penais. 
Ocorrida a tutela jurisdicional por meio de ações penais, poderá haver 
demanda cível com base naquela tutela. Teremos o caso de uma sentença penal 
condenatória que gerará efeitos no processo civil, determinando o cumprimento de 
obrigações de fazer, não fazer, entrega de coisa ou, mesmo, de pagamento de 
quantia. 
 
6.3.2. Execução coletiva de título extrajudicial 
A execução coletiva funda-se também em título executivo judicial. Exemplos: 
1) execução do compromisso de ajustamento de conduta; 2) execução das decisões 
do conselho administrativo de defesa econômica (CADE). 
DICA: As decisões do CADE são títulos extrajudiciais, cuja execução pode 
ser promovida pelo Ministério Público Federal (a requerimento do CADE) ou pelo 
próprio CADE. 
 
6.3.3. Execução de sentença genérica na ação sobre direitos individuais 
homogêneos 
Pode ser promovida, tal execução, pelas vítimas, seus sucessores ou pelos 
que a lei legitime ± substitutos processuais. 
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 Liquidada a sentença condenatória genérica, o prejudicado ou sucessor 
poderá, individualmente, promover sua execução. Na verdade, ao contrário do 
disposto no art. 98, CDC, a execução será necessariamente individualizada, uma 
vez que o direito tutelado é individual somente. Aqui, a execução é chamada coletiva 
pelo único fato de ser proposta por legitimado coletivo. 
Com precisão o jurista Marcelo AbeOKD�5RGULJXHV�� ³1HVVH�FDVR�� WHP�VH�Dt�
uma ação pseudocoletiva, formada pela soma de parcelas identificadas de direitos 
LQGLYLGXDLV´������� 
Art. 100, CDC: Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de 
interessados em número compatível com a gravidade do dano, poderão os 
legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida. 
Esse artigo prevê o fluid recovery, que fundado em sentença proferida em 
processo de direito individual homogêneo constitui execução de fato coletiva. 
Falamos, nesse caso, de execução que buscará indenização residual. 
 
 DOS EMBARGOS DO DEVEDOR. DA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA 
DEVEDOR SOLVENTE. DA REMIÇÃO. DA SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO 
PROCESSO DE EXECUÇÃO. 
 
EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE E 
INSOLVENTE 
Na execução por quantia certa contra devedor solvente, o devedor 
apresenta bens passíveis de penhora para a satisfação do débito, ou seja, o 
patrimônio do devedor é maior que o débito e, portanto, pode liquidá-lo 
integralmente. 
Nesse caso, se o devedor possui mais de um credor, o pagamento será 
realizado em consonância com o princípio da prioridade, em que a ordem de 
formalização da penhora, incidente sobre o mesmo bem, é respeitada. 
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A execuçãopor quantia certa contra devedor solvente ocorre por meio da 
prática, sucessiva, dos seguintes atos processuais: 
1) Citação do devedor: O executado será citado para, no prazo de 3 (três) 
dias, efetuar o pagamento da dívida (art. 652 do CPC). Caso a dívida seja satisfeita, 
a execução é extinta. 
Não é conferida ao executado a prerrogativa de nomear bens à penhora 
para a segurança do juízo, já que a não satisfação da quantia demandada no 
mandato de citação gera o cumprimento de penhora e da avaliação. 
2) Apresentação de petição pelo executado: No prazo para embargos, 
reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de 30% (trinta por 
cento) do valor em execução, inclusive custas e honorários de advogado, poderá o 
executado requerer seja admitido a pagar o restante em até 6 (seis) parcelas 
mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um por cento) ao mês 
(art. 745-A). 
3) Oposição dos embargos à execução: no prazo de 15 dias contados: a) 
da juntada soa autos do mandado de citação; b) da juntada aos autos da 
comunicação originada do juízo deprecado. 
4) Intimação do exequente para impugnar os embargos: no prazo de 15 
dias. 
5) Julgamento dos embargos por sentença. 
 6) Avaliação dos bens penhorados: caso não tenha sido realizada pelo 
oficial de justiça no inicio do procedimento, tendo como consequência a 
manifestação das partes, por meio de concordância ou impugnação que será 
solucionada por decisão interlocutória. Esta poderá Sr combatida por meio do 
agravo de instrumento. 
 7) Adjudicação dos bens por parte do exequente: Vejamos o art. 685-A. 
É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, 
requerer lhe sejam adjudicados os bens penhorados. 
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§ 1º Se o valor do crédito for inferior ao dos bens, o adjudicante depositará 
de imediato a diferença, ficando esta à disposição do executado; se superior, a 
execução prosseguirá pelo saldo remanescente. 
§ 2º Idêntico direito pode ser exercido pelo credor com garantia real, pelos 
credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelos 
descendentes ou ascendentes do executado. 
§ 3º Havendo mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles à licitação; 
em igualdade de oferta, terá preferência o cônjuge, descendente ou ascendente, 
nessa ordem. 
§ 4º No caso de penhora de quota, procedida por exequente alheio à 
sociedade, esta será intimada, assegurando preferência aos sócios. 
§ 5º Decididas eventuais questões, o juiz mandará lavrar o auto de 
adjudicação. 
8) Designação de dia e hora para a realização da hasta pública. 
9) Realização da primeira praça ou do primeiro leilão: caso seja 
autorizado a alienação judicial do bem penhorável no valor igual ao da avaliação. 
10) Realização da segunda praça ou do segundo leilão: autoriza-se a 
alienação judicial por qualquer valor, desde que não seja um valor meramente 
simbólico. 
 11) Arrematação dos bens em favor do terceiro, na praça ou no leilão, 
mediante o pagamento imediato do valor, ou, em 15 dias, mediante caução. 
Vejamos a execução por quantia certa contra devedor insolvente. 
Na execução por quantia certa contra devedor insolvente, os bens do 
devedor não são suficientes para satisfazer o débito, ou seja, a quantidade devida é 
maior que o patrimônio do devedor. 
Aplica-se, na execução por quantia certa contra devedor insolvente, o 
princípio da igualdade, onde havendo arrecadação de todos os bens do devedor e 
pagamento aos credores na proporção dos seus créditos. 
 
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 DEFESAS DO DEVEDOR E DE TERCEIROS NA EXECUÇÃO 
 
³([LVWHP� GHIHVDV� WtSLFDV� GR� H[HFXWDGR�� QR� FXPSULPHQWR� GH�
sentença é a impugnação e no processo de execução os 
embargos à execução. Além das defesas típicas, existem 
formas atípicas de resistência do executado, tais como a 
objeção ou exceção de pré-executividade e mesmo as ações 
heterotópicas, que veiculam questões de direito material que 
afetam o direito represenWDGR� QR� WtWXOR� H[HFXWLYR�´� (Neves, 
Daniel Amorim Assumpção, 3° Ed.). 
1. Impugnação 
A impugnação é a defesa comum do executado no cumprimento de 
sentença que condena o réu ao pagamento de quantia. Há várias correntes 
doutrinarias que defendem diferentes tipos de natureza à impugnação. Parte da 
doutrina diz que a impugnação tem natureza de ação incidental, outra corrente 
defende que a natureza da impugnação depende das matérias alegadas pelo 
executado, assim se a alegação for defensiva, voltada a vícios procedimentais, terá 
natureza de incidente processual; sendo alegação defensiva, voltada à obtenção de 
um bem jurídico, terá natureza de ação incidental. Majoritariamente dá-se à 
impugnação a natureza de incidente processual de defesa do executado. 
 
1.1. Matérias alegáveis em sede de impugnação 
A impugnação somente poderá versar sobre [art. 475-L, CPC]: 
I - Falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; 
II ± inexigibilidade do título; 
Obs. É considerado inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo 
declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em 
aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo STF como 
incompatíveis com a Constituição Federal. 
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III ± penhora incorreta ou avaliação errônea; 
IV ± ilegitimidade das partes; 
V ± excesso de execução; 
Obs. Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, 
pleiteia quantia superior à resultante da sentença, deverá declarar de imediato o 
valor que entende correto, sob pena de rejeição liminar dessa impugnação. 
VI ± qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como 
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que 
superveniente à sentença. 
 
1.2. Procedimento 
Interposta a impugnação, após a intimação, terá o exequente/ impugnado 15 
dias para contestá-la. Aplica-se, de modo subsidiário, o art. 740 do CPC, o qual 
permite que todos os meios de prova sejam admitidos na impugnação. 
A decisão que resolver a impugnação é recorrível mediante agravo de 
instrumento, salvo quando importar extinção da execução, caso em que caberá 
apelação. 
A impugnação não terá, em regra, efeito suspensivo, podendo o juiz atribuir-
lhe talefeito desde que relevantes seus fundamentos e o prosseguimento da 
execução seja manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de 
difícil ou incerta reparação. 
São os mesmos requisitos para a concessão de qualquer espécie de tutela 
de urgência: a parte ter aparente razão nas suas alegações (fumus boni iuris) e 
necessidade da tutela de urgência em face da probabilidade de perecimento do 
direito (periculum in mora). 
A denegação ou concessão do efeito suspensivo realiza-se por meio de 
decisão interlocutória, que pode ser recorrida usando-se o agravo de instrumento. 
Mas o legislador previu, ainda, a possibilidade de mesmo o juiz conferindo o 
efeito suspensivo, o exequente requerer que não pare a execução, para tanto 
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deverá prestar caução suficiente e idônea, arbitrada pelo juiz e prestada nos 
próprios autos [§1º, art. 475-M, CPC]. Assim, uma vez aceito o pedido do exequente 
e prestada a caução, ocorre a revogação da decisão de concessão de efeito 
suspensivo. 
 
2. Exceção de pré-executividade e objeção de pré-executividade 
A exceção de pré-executividade consiste em um dos instrumentos possíveis 
de serem interpostos no processo de execução pelo devedor, mediante alegação de 
uma nulidade processual. A admissibilidade do instituto é cabível quando for 
constatada ausência da legitimidade da parte, interesse de agir, possibilidade 
jurídica do pedido. Percebam que essas três são as condições da ação, além delas 
caberá a exceção quando faltar ao título executivo algum de seus requisitos básicos, 
conforme o título apresentado. Em síntese, é cabível em questões ligadas aos 
pressupostos processuais, condições da ação ou nulidades e defeitos flagrantes do 
título executivo. 
A exceção de pré-executividade pode ser manejada sem garantia de juízo, 
ou seja, sem que o devedor tenha de submeter seu patrimônio a algum gravame, 
nos próprios autos do processo de execução, a qualquer tempo. 
O STJ é tranquilo na admissão da genuína exceção de pré-executividade, 
bastando que o executado tenha: 1) prova pré-constituída de suas alegações e 2) 
que não seja necessária a instrução probatória para o juiz formar seu convencimento 
sobre o pedido de extinção da execução. 
Obs. Nas matérias de ordem pública não é exigida prova. 
Além desses dois requisitos citados, o STJ torna dependente o ingresso de 
exceção de pré-executividade ao momento anterior à penhora e aos embargos do 
devedor. 
As alegações mais comuns são a prescrição e o pagamento. A prescrição 
deve ser alegada de ofício pelo magistrado, de modo que, mesmo não sendo 
matéria de ordem pública, é alegada por meio de objeção de pré-executividade. O 
pagamento, por seu turno, deve ser alegado em sede de embargos à execução ou 
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impugnação pelo executado, e só em raras situações por meio da exceção de pré-
executividade. 
Dessa forma, pode-se apontar duas formas atípicas e incidentais de 
exceção: 
1) Objeção de pré-executividade: o executado alega matéria de ordem 
pública referente à inexistência de condições formais necessárias à 
continuidade da execução. 
2) Exceção de pré-executividade: o executado, em poder de prova pré-
constituída, alega matéria que não pode ser reconhecida de ofício pelo 
magistrado, que segundo a norma legal deveria ser alegada em sede de 
embargos à execução. 
 
2.1. Julgamento da exceção e objeção de pré-executividade 
Para atender ao inafastável princípio constitucional do contraditório, diante 
do ingresso da exceção ou objeção de pré-executividade, o juiz deve intimar o 
exequente que terá 5 dias para se manifestar. O juiz poderá indeferir de plano o 
pedido de intimação sem que seja ouvido o exequente nos casos de manifestada 
inadmissibilidade desta, evitando o chamado contraditório inútil. 
O STJ condiciona o conhecimento da objeção de pré-executividade à 
desnecessidade de dilação probatória. Vejamos a súmula 393, em que o STJ 
manifesta seu entendimento, inclusive em relação à execução fiscal. 
STJ Súmula nº 393 23/09/2009 DJe 07/10/2009 Exceção de Pré-Executividade. 
Admissibilidade. Execução Fiscal. Matérias de Ofício. Dilação Probatória. 
A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às 
matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória. 
Uma vez acolhido o pedido, extingue-se a execução por meio da sentença 
terminativa, recorrível por apelação. O exequente terá que pagar as verbas de 
sucumbência, mesmo nos casos de acolhimento parcial. Se rejeitado o pedido, a 
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decisão será interlocutória, recorrível de agravo de instrumento, e o procedimento 
executivo prosseguirá normalmente. 
Obs.: Somente haverá resolução de mérito capaz de gerar coisa julgada material, 
quando o juiz pronunciar a prescrição. 
Na exceção de pré-executividade, o magistrado analisará o pedido do 
executado uma vez intimado o exequente para que se manifeste, respeitando o 
princípio do contraditório. O magistrado poderá adotar uma das três posturas: 
1) Defere o pedido e extingue a execução, o que fará por meio de sentença, 
recorrível por apelação. 
2) Indefere o pedido e dá prosseguimento à execução, o que fará por meio 
de decisão interlocutória recorrível por agravo de instrumento. 
3) Não decide o pedido com fundamento na necessidade de produção de 
prova. Remete o debate ao tema alegado aos embargos à execução, o 
que fará por meio da decisão interlocutória recorrível por agravo de 
instrumento. 
 A decisão de acolhimento da exceção de pré-executividade depende de 
cognição exauriente, ou seja, o magistrado só deverá acolher a alegação do 
executado sobre o fundamento da certeza. Caso tenha o juiz dúvidas, ele terá que 
remeter às partes para a via própria, que serão os embargos ou a impugnação. 
Igualmente dependerá de cognição exauriente realizada pelo juiz, a decisão 
que indefere a exceção de pré-executividade, já que tendo necessidade de produção 
de provas, o juiz não decidirá o pedido do executado. 
Essa decisão é tanto interlocutória como de mérito. Apta a produzir coisa 
julgada material. Como é uma decisão interlocutória, o recurso cabível será o agravo 
de instrumento. 
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 DOS EMBARGOS DO DEVEDOR 
Os embargos do devedor possuem natureza jurídica de ação e quando 
intentados fazem tramitar, em um mesmo processo, duas ações: a execução e os 
embargos à execução (embargos do devedor). 
Em regra não tem efeito suspensivo, mas o juiz poderá, a requerimento do 
embargante, atribuir esse efeito quando, sendo relevantes seus fundamentos, o 
prosseguimento da execução manifestamente possa causar ao executado grave 
dano de difícil ou incerta reparação, e desde que a execução já esteja garantida 
por penhora, depósito ou caução suficientes. 
Independente de depósito, caução ou penhora, contudo, o executado 
poderá obstar-se à execução por meio de embargos que serão distribuídos por 
dependência, autuados em apartado e instruídos com cópias das peças 
processuais mais relevantes. 
Reparem duas coisas: 
1) o depósito, caução ou penhora são requisitos para se atribuir a 
suspensão, mas não para a oposição de embargos; 
2) Não são os embargos instruídos com cópia de todos os atos processuais, 
mas só dos mais importantes. 
Esse conhecimento foi cobrado pelo Cespe em uma prova de 2009: 
A respeito dos embargos de devedor, assinale a opção correta. 
a) É possível a efetivação de atos de penhora e avaliação dos bens, ainda que tenha 
sido atribuído efeito suspensivo aos embargos. 
b) Em regra, os embargos não têm efeito suspensivo. Contudo, o juiz pode, a 
requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando, 
sendo relevantes seus fundamentos, o prosseguimento da execução 
manifestamente possa causar ao executado grave dano de difícil ou incerta 
reparação, sem que, para isso, seja necessário que a execução já esteja garantida 
por penhora, depósito ou caução suficiente. 
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c) A decisão relativa aos efeitos dos embargos pode, de ofício, ser modificada ou 
revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada, cessando as circunstâncias 
que a motivaram. 
d) Os embargos à execução são distribuídos por dependência, autuados em 
apartado e instruídos com cópias de todas as peças processuais. 
e) A execução deve ficar suspensa por completo, ainda que o efeito suspensivo 
atribuído diga respeito a apenas uma parte do objeto daquela execução. 
5HVSRVWD��³D´ 
$� OHWUD� ³H´� WDPEpP� HVWi� HUUDGD�� SRUTXH� QRV� HPEDUJRV, quando o efeito 
suspensivo atribuído disser respeito apenas a parte do objeto da execução, ela 
prosseguirá quanto à parte restante. 
$�OHWUD�³F´��SRU�VXD�YH]��HUUD�DR�GL]HU�TXH�R�HIHLWR�VXVSHQVLYR�VHUi�DSOLFDGR�
de ofício, quando na verdade deve ser a pedido o embargante. 
Desse modo, regra geral, os embargos não terão efeito suspensivo, no 
entanto o magistrado poderá, a requerimento do embargante, conceder efeito 
suspensivo, quando os fundamentos forem relevantes, quando a continuação da 
execução ameaça causar dano irreparável e desde que a execução já esteja 
garantida por penhora, depósito ou caução. 
Relativamente ao prazo para opor os embargos, ele é de 15 dias, contado 
da data da juntada aos autos do mandado de citação. Nos casos em que houver 
vários executados, o prazo é contado a partir da juntada do respectivo mandado. No 
entanto, quando os executados forem cônjuges o prazo é contado individualmente. 
Obs.: o art.191 do CPC não se aplica ao prazo dos embargos. O art. 191 determina 
que o prazo deve ser contado em dobro quando houver litisconsórcio. No caso dos 
embargos do devedor, portanto, mais de um integrante no polo passivo não significa 
que o prazo seja contado em dobro. 
Nas execuções de carta precatória, a citação deverá ser comunicada, de 
imediato, ao juiz deprecante, inclusive por meio eletrônicos. Nesse caso, os 
embargos terão seus prazos contados a partir da juntada aos autos de tal 
comunicação. 
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1) A concessão do efeito suspensivo não impede a 
efetivação da penhora e avaliação dos bens. 
2) A decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a 
requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer 
tempo, em decisão fundamentada, cessando as circunstâncias que 
a motivaram. 
Os embargos poderão ser rejeitados, liminarmente, pelo 
magistrado quando forem intempestivos, quando inepta a petição 
ou quando protelatórios. Em caso de má-fé, a cobrança de multa ou 
indenização será promovida no próprio processo de execução, em 
autos apensos, operando-se por compensação ou execução. 
Obs.: No caso de embargos manifestamente protelatórios, o juiz imporá, em favor 
do exequente, multa ao embargante em valor não superior a 20% (vinte por cento) 
do valor em execução. 
 Uma vez recebidos os embargos, será o exequente ouvido no prazo de 15 
dias. Terá o magistrado o dever de julgar imediatamente o pedido ou designar 
audiência de conciliação, instrução e julgamento, proferindo a sentença no prazo de 
10 dias. 
A Lei 11.232/05 criou a impugnação (artigos 475-L e 475-M, ambos do 
CPC) como a forma pela qual o executado questiona o cumprimento de sentença, 
isto é, a execução fundada em título judicial. Desse modo, entre as inovações 
introduzidas pela reforma de 2005/2006 do CPC, encontra-se a substituição dos 
embargos do devedor pela impugnação quando se tratar de título judicial, uma 
vez que o legislador por entender incompatível com a celeridade processual, (os 
embargos são ação incidente que visa à anulação, redução da execução ou a 
retirada da eficácia executória de um título), a nova Lei classificou a impugnação 
como mero incidente oponível apenas por agravo de instrumento. 
 Preservou-se, como falamos, os embargos do executado como a forma pela 
qual o executado volta-se à execução fundada em título extrajudicial (artigo 745 
do CPC). 
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Mesmo considerando-se a execução ou o cumprimento de sentença como 
uma sequência de atos coativos, não há como se desprezar as garantias 
constitucionais a pretexto de agilizar a execução do julgado. 
É interessante observar que mesmo quando o Legislador

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