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TRT - Processo Civil Aula 01

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Direito Processual Civil – TRT 8ª Região 
 Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges – Aula 01 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 56 
 
 
AULA 01: Da Ação 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Da Ação 
1. Teorias da ação 
2. Elementos da Ação 
2.1. Partes 
2.2. Pedido 
2.3. Causa de pedir 
2.4. Condições da ação 
2.4.1. A possibilidade jurídica do pedido 
2.4.2. A legitimidade para agir em juízo 
2.4.2.1. Legitimidade ordinária versus extraordinária 
2.4.3. Interesse de agir 
2.4.4. Carência de Ação 
2.4.4.1. Diferença entre carência de ação e 
improcedência de ação 
2.5. Classificação (Ação) 
2.5.1. Quanto à natureza da relação jurídica 
2.5.2. Quanto ao objeto do pedido mediato 
2.5.3. Quanto à tutela jurisdicional 
2.6. Classificação das ações de conhecimento 
(certificação) 
2.6.1. Ações de prestação 
2.6.2. Ações Constitutivas 
2.6.3. Ações Declaratórias 
2.6.4. Ações dúplices 
2.7. Concurso das ações 
3. Pressupostos Processuais 
3.1. Pressupostos da existência 
02 
 Direito Processual Civil – TRT 8ª Região 
 Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges – Aula 01 
 
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3.2. Requisitos de validade 
2. Resumo 26 
3. Questões comentadas 29 
4. Lista das questões apresentadas 46 
5. Gabarito 56 
 
DA AÇÃO 
A definição da ação pode ser analisada constitucional, processual e 
materialmente. 1) Em sua definição constitucional, é direito fundamental, 
abstrato e autônomo. 2) Na concepção processual, é o direito de ir a juízo. 3) Na 
material, consiste no poder de pleitear um direito perante alguém. 
Para nosso estudo consideraremos, sobretudo, a ótica processual (2), que 
dissemos a princípio ser “o direito de ir a juízo”, mas aprofundaremos sua análise. 
Não é tão fácil obter um conceito, na acepção processual de ação. É, na verdade, 
uma definição polêmica de ser trabalhada na ciência processual, já que não há 
consenso doutrinário. Há várias teorias sobre o tema e apesar das divergências, não 
podemos negar que os estudos feitos e o progresso alcançado foram fundamentais 
para o Direito Processual. 
Frisamos que qualquer que seja a concepção adotada, a ação é um dos 
institutos mais relevantes do Direito Processual, já que, devido ao princípio da 
inércia de jurisdição, o Estado somente se manifestará depois de ser provocado pela 
parte interessada. 
A provocação se dá pelo exercício da ação. 
 Pessoal, vamos trabalhar um assunto espinhoso, não vou mentir. Fiquem 
atentos e tentem compreender ao final a resolução de uma questão do ano de 2012 
aplicada ao concurso de Procurador da Fazenda Nacional, carreira da PGFN. 
 
 Direito Processual Civil – TRT 8ª Região 
 Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges – Aula 01 
 
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1. TEORIAS DA AÇÃO 
1 – Teoria imanentista (ou civilista): (Imanente é um adjetivo que descreve 
o que existe sempre num objeto e é inseparável dele). Essa teoria, atualmente 
superada, exerceu grande influência no século XIX. O direito de ação é o direito 
material em movimento. Não existe um direito de ação autônomo, ele é o próprio 
direito material. A ação, assim era entendida, como “elemento constitutivo do direito 
subjetivo”, ou seja, mera manifestação do direito material; era a maneira como o 
direito material se manifestava após a incidência de uma lesão. 
Esclarecendo: o direito material refere-se ao conteúdo, descreve aquilo a 
que se tem direito; ao passo que o direito formal refere-se à possibilidade de 
perseguição deste direito. 
 
2 – Teoria concreta da ação (ou teoria do direito concreto de agir): 
primeira a distinguir os direitos material e de ação (formal). 
O direito de ação pertence ao indivíduo contra o Estado, para que ele 
obtenha uma sentença favorável e ao mesmo tempo contra a outra parte, que se 
submeterá à decisão do Estado. Por essa corrente, há autonomia do direito de 
ação em relação ao direito material, mas não independência; de modo que para que 
haja o primeiro, o segundo deve existir. Afirma, assim, essa teoria que para a 
existência do direito de agir há de existir o direito material. 
Em outras palavras, a ação é um direito autônomo do material, mas que só 
existe nos casos em que a decisão judicial é favorável ao autor. De modo que o 
direito de ação, posteriormente, torna-se dependente da existência real do direito 
material – por isso se diz “concreto”: dependência posterior da real efetivação do 
direito material, da concretude desse direito. 
 
3 – Teoria Abstrata (Teoria do direito abstrato de 
agir): considera autônomos e independentes direito de ação e direito material. O 
direito de ação é o direito abstrato de obter prestação jurisdicional do Estado, ou 
seja, o direito de provocar a atuação do Estado-Juiz. Nas palavras de Alexandre 
 Direito Processual Civil – TRT 8ª Região 
 Teoria e Exercícios comentados 
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Freitas Câmara “para essa concepção da ação, este seria um direito inerente à 
personalidade, sendo certo que todos seriam titulares do mesmo, o que significa 
dizer que todos teriam o direito de provocar a atuação do Estado-Juiz, a fim de que 
se exerça a função jurisdicional.” Dessa forma, mesmo que o magistrado negue a 
pretensão ajuizada pelo autor, ou seja, negue o direito material levado a juízo, este 
tem o direito de ação – o direito de levar à juízo a sua pretensão. 
Reparem que nessa teoria há duas relações jurídicas diferentes: uma é a 
relação processual entre o demandante (autor) e o Estado-Juiz, chamada de Direito 
de ação; a outra é a relação processual material formada entre as partes (autor e 
réu) na lide, de Direito Material. 
 
4 – Teoria da Asserção: (Asserção significa afirmação, proposição tida 
como verdadeira). Essa teoria está entre a abstrata e a eclética. Se o juiz perceber 
por uma análise sumária, com base nos elementos oferecidos pelo próprio 
autor, a ausência de alguma condição da ação, deve extinguir o processo sem 
julgamento de mérito. Mas, se o julgamento é posterior, não se baseando no que foi 
alegado pelo autor, a situação é de improcedência do pedido e não de carência de 
ação. 
Exemplo: ação de alimentos. Se em momento posterior ao pedido, 
verifica-se a ausência de vínculo de filiação, será o pedido considerado 
improcedente. 
Dúvida: 
As teorias da asserção e da prospectação se tocam de alguma forma? 
Na verdade elas são tidas como sinônimas, mas a Teoria da Prospectação 
tem no direito italiano variações que não se comunicam com a Asserção. Para nosso 
concurso podemos considerar como idênticas: Asserção ou Prospettazione. 
 
Depois de vermos a teoria eclética (abaixo) faremos breve confrontação 
entre essas duas últimas correntes, o que nos ajudará a entender melhor uma e 
outra. 
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5 – Teoria Eclética ou Mista: elaborada por Liebman, consiste emuma 
espécie de teoria abstrata com certos elementos adicionais. O direito de ação não 
depende do direito material, mas do preenchimento de requisitos 
formais: condições da ação. O direito de ação existe quando o autor tem direito 
a um julgamento de mérito. 
“A teoria eclética da ação tem, também, natureza abstrata, 
visto que não condiciona a existência do processo à do direito 
material afirmado pelo autor. Em outras palavras, para a teoria 
eclética, assim como para a teoria abstrata, ação existe ainda 
que o demandante não seja titular do direito material que 
afirma existir. Difere, porém, a teoria eclética da abstrata por 
considerar a existência de uma categoria estranha ao mérito da 
causa, denominada condições da ação, as quais seriam 
requisitos de existência do direito de agir. Para a teoria que ora 
examina, o direito de ação só existe se o autor preencher tais 
“condições”, devendo o processo ser extinto, sem julgamento 
do mérito, se alguma delas estiver ausente (hipótese em que 
se tem o fenômeno que se costuma designar por “carência de 
ação).” (Câmara, Alexandre Freitas, Lições de Direito 
Processual Civil, pág. 119) 
Essa teoria vem sofrendo críticas pela doutrina moderna, mas é a que está 
consagrada no CPC. Em seu art. 267, VI: extingue-se o processo, sem resolução de 
mérito: quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade 
jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual. 
É exatamente por este entendimento: de que não se julga o mérito quando 
ausente alguma das condições da ação, que a Teoria Eclética tem recebido críticas. 
A distinção entre mérito e condições da ação, feita por esta teoria, só se 
justifica porque o ordenamento pátrio distingue os efeitos jurídicos da sentença de 
carência e de improcedência. Quando há julgamento de mérito, considera-se 
prestada a tutela jurisdicional; enquanto ao ser considerada carente a ação, o 
julgamento prestado é somente de forma. 
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TEORIA DA ASSERÇÃO X ECLÉTICA 
A crítica que fazem os teóricos da asserção em relação à eclética decorre 
de que esta [eclética] somente reconhece a atividade jurisdicional quando há 
apreciação do mérito. A teoria da asserção entende, ao contrário, que mesmo não 
tendo sido observadas as condições da ação, terá havido sim atividade 
jurisdicional. 
A Teoria da Asserção tem sido cada vez mais adotada pelos tribunais. Veja 
ementa de julgado recente do STJ: 
PROCESSUAL CIVIL -ADMINISTRATIVO -RESPONSABILIDADE CIVIL DO 
ESTADO -AUSÊNCIA DE NEXO CAUSAL NA NARRAÇÃO CONTIDA NA 
PETIÇÃO VESTIBULAR -CONDIÇÕES DA AÇÃO -LIMITES RAZOÁVEIS E 
PROPORCIONAIS PARA A APLICAÇÃO DA TEORIA DA ASSERÇÃO -
ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DO ENTE ESTATAL. 
1. A teoria da asserção estabelece direito potestativo [aquele direito que não 
se pode contestar/ incontroverso] para o autor do recurso de que sejam 
consideradas as suas alegações em abstrato para a verificação das condições da 
ação, entretanto essa potestade deve ser limitada pela proporcionalidade e pela 
razoabilidade, a fim de que seja evitado abuso do direito. 
2. O momento de verificação das condições da ação, nos termos daquela 
teoria, dar-se-á no primeiro contato que o julgador tem com a petição inicial, ou 
seja, no instante da prolação do juízo de admissibilidade inicial do procedimento. 
Logo, a verificação da legitimidade passiva ad causam independe de dilação 
probatória na instância de origem e de reexame fático-probatório na esfera 
extraordinária. 
3. Não se há falar em legitimidade passiva ad causam quando as alegações 
da peça vestibular ilustrarem de maneira cristalina que o réu não figura na relação 
jurídica de direito material nem em qualquer relação de causalidade. Agravo 
regimental provido. (Processo: AgRg no REsp 1095276 MG 2008/0225287-8. 
Relator(a): Ministro HUMBERTO MARTINS. Julgamento: 25/05/2010. Órgão 
Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA. Publicação: DJe 11/06/2010) 
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Vamos analisar item por item de uma questão de bom nível de dificuldade, para 
Procurador da PGFN, que nos ajudará na abordagem do assunto: 
(ESAF 2012 – PGFN) O direito de ação sempre foi um dos mais polêmicos temas 
da ciência processual, proliferando-se, ao longo da história, inúmeras teorias para 
explicá- lo. Sua importância se destaca, em especial, pois corresponde a um 
iniludível ponto de contato entre a relação jurídica material e a relação jurídica 
processual, sobretudo quando analisado sob a ótica do ato que dá início ao 
processo e delimita seu objeto litigioso. No Brasil, o direito positivo sofreu nítida 
influência da doutrina de Enrico Tullio Liebman, que, com sua teoria eclética da 
ação, propôs a categoria das condições da ação, alocadas entre os pressupostos 
processuais e o mérito da demanda. 
Sobre o tema, identifique a opção correta. 
a) O direito de ação pode ser atualmente identificado como um direito público 
subjetivo, abstrato, autônomo da relação jurídica material, cuja existência 
dependerá da procedência da demanda proposta em juízo. 
Item errado. Este é o argumento é da Teoria Concreta, que liga a 
procedência do pedido ao direito de ir à juízo. Ela está superada, não vinculamos 
mais o direito de pedir ao direito material. 
b) Friedrich Carl Von Savigny, notável jurista alemão que se dedicou ao estudo 
profundo do direito romano, é citado pela doutrina como um adepto da teoria 
abstrativista, em decorrência da concepção de que se opera uma metamorfose no 
direito material quando lesado, transformando-se, assim, na actio. 
Item errado. O Savigny é um grande nome da Teoria Imanentista, que como 
vimos é aquela que prega não haver ação sem direito; e não haver direito sem 
ação; de maneira que a ação segue a natureza do direito. 
c) É da famosa polêmica entre Windscheid e Muther que percebemos significativo 
avanço na ciência processual. Associou-se a ideia da actio romana com a da 
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pretensão de direito material, o que definiu a autonomia entre o direito material e o 
direito de ação, consubstanciando, assim, definitiva passagem da teoria concreta 
para a teoria abstrata da ação. 
 Item errado. Bom falarem deste caso. Muther se levantou contra o 
pensamento de Windscheid. Para ele, ação consistiria no direito à tutela do Estado, 
cabendo a quem fosse ofendido em seu direito. Desse modo, ação seria um direito 
contra o Estado para invocar a tutela jurisdicional, distinto do direito material, o qual 
se quer resgatar. Ainda que discordasse de algumas questões postas pelo 
adversário, Windscheid admitiu a existência de um direito de agir face ao Estado e 
outro contra o devedor, mas entendia que um fosse pressuposto do outro. A 
discussão entre os dois juristas mostrou-se mais do que discordante, na verdade, 
complementares. A banca considerou errado este item por seu final, quando se falou 
em passagem da Teoria Concretapara a Abstrata, como se tivesse havido 
superação da primeira. Isso não ocorreu, os concretistas continuaram influenciando 
o debate sobre das teorias da ação e contribuindo para a criação de novas correntes 
com elementos que empregavam. 
 
d) Enrico Tullio Liebman propôs a categoria das condições da ação, afirmando que, 
se não fossem preenchidas as três condições inicialmente formuladas, o autor seria 
carecedor do direito de ação. Para Liebman, essa ideia deveria ser interpretada à luz 
da teoria da asserção, segundo a qual as condições da ação são examinadas a 
partir das alegações do autor (in status assertionem). Caso fosse necessária a 
dilação probatória para aferir a presença das condições da ação, estaríamos diante 
de um julgamento de mérito e não mais de pura carência de ação. 
 Item errado. O maior erro da questão está em atribuir a Liebman a análise 
segundo a Teoria da Asserção, sendo que suas ideias remetiam à Teoria Eclética; 
mas mesmo este erro pode ser contestado já que Liebman revisou sua teoria e 
aproximou-a dos pensadores da asserção. Depois há uma fundamentação que se 
liga à Teoria da Asserção e não à Eclética. 
 
e) Um dos maiores expoentes da teoria do direito concreto de agir foi Adolf Wach, 
desenvolvendo suas ideias a partir da teorização da ação declaratória. Para nosso 
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autor, o direito de ação efetivamente é autônomo em relação ao direito material, 
porém só existirá se a sentença ao final for de procedência. 
 Item correto. Wach foi quem desenvolveu a Teoria do Direito Concreto de 
Agir, segundo a qual somente a decisão que reconhece caber ao autor o direito 
material alegado legitimaria o exercício do direito de ação. 
 
Bela questão, não é mesmo?! Vamos tratar dos elementos da ação e das 
condições da ação, nas próximas páginas. São coisas distintas, fiquem atentos a 
isso! As condições da ação, que falaremos mais à frente, constituem a figura sobre a 
qual discorremos nas linhas anteriores, tão importante para trabalhar as teorias da 
ação. 
1) Ainda restou dúvida em relação à Teoria Eclética e à Teoria da Asserção?! 
Vamos ver um conceito mais objetivo acerca das Teorias. 
 
A Teoria Eclética, que se adota no CPC, prevê o preenchimento de 
condições da ação para que ela seja levada adiante. As condições da ação são 
abstração jurídica, mas sem elas não se admite levar adiante a ação. Seria como 
se, a partir de uma análise prévia, o autor tivesse que demonstrar estarem 
presentes os elementos condicionantes da procedência de seu pedido, um pré-
julgamento com análise das alegações do autor, com o problema de que esse 
julgamento é formal, somente, não gera análise de mérito. 
 
Na Teoria da Asserção esse julgamento será a princípio formal se houver 
indeferimento com base nas alegações do autor; mas se tomando como certas as 
alegações, vem-se verificar posteriormente que eram imprecisas as alegações do 
autor relativamente às condições da ação, ter-se-á decisão de mérito. Distinção que 
aí se faz entre a Teoria Eclética e a da Asserção. A Teoria Eclética faculta a dilação 
probatória das condições da ação, mas recusa o entendimento de que isso dê 
mediante exame de mérito. 
 
 
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2. ELEMENTOS DA AÇÃO 
São três os elementos da ação: as partes, o pedido e a causa de pedir. Eles 
fixam limites à relação processual, verificando quem será atingido e quem será 
beneficiado pelos efeitos do processo. Além disso, os elementos impedem a 
propositura de ações repetidas, o que caracterizaria litispendência, e servem 
igualmente para indicar ações marcadas pela conexão [que estão ligadas, conexas]. 
 
2.1. PARTES 
Seu conceito distingue-se em duas linhas: uma aberta, que considera parte 
todo sujeito que atua na relação processual, defendendo seu direito ou de terceiro; 
outra estrita, que considera parte somente o demandante da tutela jurisdicional ou 
contra quem se demanda. 
A parte classifica-se em processual ou material. A parte processual se inclui 
na relação jurídica processual; integra o contraditório; assume qualquer das 
situações processuais; atua com parcialidade e pode sofrer consequências da 
sentença. Ela pode ser tanto da demanda (autor ou réu) como parte auxiliar, que, 
embora não formule ou não tenha contra si pedido formulado, é sujeito do 
contraditório. (Ex: o assistente simples). Dessarte, existem as partes principais, 
demandante e demandado, e as partes de demandas incidentais, que podem ou 
não ser as mesmas da demanda principal. 
A parte material ou do litígio é a parte da relação jurídica discutida em juízo; 
pode ou não ser parte da ação. Há casos de legitimação, para defesa em nome 
próprio, de interesses de outrem. É o que acontece com o Ministério Público na 
defesa de hipossuficientes: defende interesses de um terceiro, mas atua em nome 
próprio. A parte será considerada legítima quando tiver a devida autorização para 
estar em juízo; ou ilegítima quando, apesar de estar em juízo, não tiver a 
autorização necessária para estar presente. 
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Há também a parte complexa, que é o conjunto formado pelo incapaz e seu 
representante ou pessoa jurídica e o seu órgão presente. Em suma, constitui-se pela 
comunhão entre parte ilegítima e seu representante. 
 
2.2. PEDIDO 
O pedido é aquilo que se pretende com a ação, a providência jurisdicional. 
Costuma-se classificar o pedido em imediato (processual) e mediato (material). Ele 
deve ser certo e determinado, diferente do que diz o art. 286 do CPC, que utiliza a 
conjunção alternativa [ou] em lugar da aditiva [e]. 
 
2.3. CAUSA DE PEDIR 
O Brasil adota para a causa de pedir a teoria da substanciação, criada pelo 
Direito alemão, no qual a causa de pedir independe da natureza da ação, sendo 
criada somente pelos fatos jurídicos descritos pela autoria. 
Dúvida: 
A teoria da substanciação da causa de pedir independe da natureza da 
ação? 
A causa de pedir não se define pelo que alega o autor, mas pelos fatos por 
ele alegados e resistidos pela outra parte. Não importa, assim, os dispositivos legais 
mencionados pelo autor, o juiz poderá decidir a causa com base em outros 
dispositivos, levando em conta os fatos narrados na demanda. 
 
 
Art. 3o: Para propor ou contestar ação é necessário 
ter interesse e legitimidade. 
Art. 4o: O interesse do autor pode limitar-se à 
declaração: 
I – da existência ou da inexistência de relação 
jurídica; 
II – da autenticidade ou falsidade de documento. 
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Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, 
ainda que tenha ocorrido a violaçãodo direito. 
Art. 5o: Se, no curso do processo, se tornar litigiosa 
relação jurídica de cuja existência ou inexistência depender o 
julgamento da lide, qualquer das partes poderá requerer que 
o juiz a declare por sentença. 
Art. 6o: Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, 
direito alheio, salvo quando autorizado por lei. 
 
2.4. CONDIÇÕES DA AÇÃO 
O processo civil brasileiro adotou uma visão eclética sobre o direito da ação: 
é a garantia do julgamento do mérito da causa. Para que ocorra o julgamento, é 
necessário preencher certas condições que serão aferidas sob o guarda-chuva da 
relação jurídica material deduzida em juízo. 
São condições para o julgamento: a legitimidade ad causam, o interesse de 
agir e a possibilidade jurídica do pedido. 
 
2.4.1. A POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO 
Não se confunde com a previsão, in abstracto, na lei. Pelo contrário, a 
possibilidade jurídica do pedido pode ser analisada pela falta de previsão que a 
torne inviável. 
Em outras palavras, há impossibilidade do pedido quando a lei assim 
determinar. Exemplo: Pedir a separação do Estado de São Paulo da federação. 
 
2.4.2. A LEGITIMIDADE PARA AGIR EM JUÍZO 
Parte legítima é a que está em posição processual equivalente com a 
situação legitimadora, derivada de previsão legal. Exemplo fictício: se Alfeu pretende 
obter uma indenização de Beto, é necessário que Alfeu seja quem está na posição 
jurídica de vantagem e Beto seja o potencial responsável pelo dever de indenizar. 
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2.4.2.1. LEGITIMIDADE ORDINÁRIA VERSUS EXTRAORDINÁRIA 
A legitimação ad causam pode ser dividida em ordinária e extraordinária. Na 
legitimidade ordinária, há identidade entre a situação legitimante e as situações 
jurídicas sob a apreciação do magistrado. Desse modo, as figuras das partes são 
correspondentes com os polos da relação jurídica. O legitimado ordinário defende 
em juízo interesse próprio. 
Na legitimidade extraordinária (substituição processual), não há conexão 
total entre a situação legitimante e as situações jurídicas sob apreciação do 
magistrado. O legitimado extraordinário é o sujeito que defende em nome próprio 
interesse alheio. 
(TJ ES Cespe 2011) Os sujeitos da relação processual são, em regra, as partes e o 
juiz. O autor deve ser o titular do direito por ele reclamado em juízo, sob pena de 
não ter o seu pedido examinado; entretanto, de acordo com a sistemática 
processual, o autor pode postular em nome próprio direito de terceiro, sempre que 
isso representar um benefício para o terceiro em defesa de quem postule. 
a) Certo 
b) Errado 
 
“Art. 6° Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando 
autorizado por lei.” 
Gabarito: Errado 
 
É dividida em espécies de legitimação extraordinária autônoma ou 
subordinada. Nesta, o legitimado assume posição acessória no processo, de modo 
que o titular da relação jurídica em questão deve estar presente. Geralmente, atribui-
se a legitimação subordinada a titular de outra relação jurídica, mas que tenha nexo 
com a principal. Naquela, de modo independente da atuação do titular do direito em 
litígio, o legitimado extraordinário pode conduzir o processo. 
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Professor, o que vem a ser o conceito de Legitimidade extraordinária 
autônoma? 
A legitimidade extraordinária autônoma nomeia a participação de um 
legitimado a atuar no processo, diferente do titular do direito material – ele passa a 
ter o condão de movimentar o processo de forma autônoma, diminuindo a 
importância da participação do titular do direito material. Diz-se extraordinária 
porque é uma legitimidade conferida a outrem, não titular do direito pleiteado. 
Ocorre mediante previsão legal. 
 
2.4.3. INTERESSE DE AGIR 
O interesse de agir constitui-se no binômio: adequação, necessidade. Fala-
se em adequação relativamente à opção pelo meio processual que possa vir 
a produzir resultado útil. De modo que, se alguém tem consigo título executivo, não 
terá interesse em processo de conhecimento, porque não há pendenga a ser 
resolvida. Nesse caso, deve o interessado perseguir a imediata execução do título. 
Fala-se em necessidade do provimento judicial quando, somente por meio 
dele, o sujeito poderá obter o bem almejado. Uma vez que possa ser alcançado o 
resultado sem a prestação judicial, não existirá interesse de agir (exemplo: a 
cobrança de dívida que sequer tenha vencido). 
 
 
 
 
2.4.4. CARÊNCIA DE AÇÃO 
Reconhecida de ofício, a carência de ação é matéria de ordem pública. As 
condições da ação devem estar presentes no processo tanto no momento da 
propositura como ao longo do julgamento. Na ausência de uma das condições de 
modo superveniente, o juiz conhecerá o autor como carecedor da ação. 
Condições da 
Ação 
Legitimidade das partes; 
possibilidade jurídica do pedido e 
interesse de agir. 
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Alguns doutrinadores entendem que a análise das condições da ação deve 
ser feita no início do processo, para evitar seu prosseguimento desnecessário. 
Contudo, há duas teorias que versam sobre a ausência das condições da ação 
quando aferida somente depois da produção de prova: a teoria da apresentação, 
defendida majoritariamente pelos doutrinadores, na qual a decisão da sentença será 
de carência da ação; e a teoria da prospectação, em que a sentença será de 
mérito diante do aprofundamento da cognição. 
 
2.4.4.1. DIFERENÇA ENTRE CARÊNCIA DE AÇÃO E IMPROCEDÊNCIA DE 
AÇÃO 
Na carência da ação, o magistrado declara que há falta de condição da 
ação, sem apreciar o mérito. Posteriormente, poderá ser repetida ou renovada a 
demanda (o autor deverá pagar as custas e despesas processuais, bem como os 
honorários advocatícios a que foi condenado). 
Por sua vez, na improcedência da ação, o magistrado decidirá acerca do 
mérito da demanda e declarará que o autor, segundo o direito material aplicável, não 
faz jus à providência pleiteada. Nesse caso, pelo fenômeno da coisa julgada, a 
sentença torna-se imutável, não havendo possibilidade de posterior renovação ou 
repetição. 
 
2.5. CLASSIFICAÇÃO (AÇÃO) 
2.5.1. QUANTO À NATUREZA DA RELAÇÃO JURÍDICA 
Classificam-se de acordo com a relação jurídica estabelecida em juízo: 
a) Relação jurídica real: ação real; 
b) Relação jurídica pessoal: ação pessoal. 
A ação real visa a tutelar direito real, aquele que recai sobre a coisa. É o 
direito sobre a coisa. Ex: a propalada ação de usucapião. 
O Código Civil elenca no art. 1.225 modalidades de direitos reais: 
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Art. 1.225. São direitos reais:I - a propriedade; II - a superfície; III - as 
servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente 
comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese; XI - a 
concessão de uso especial para fins de moradia; XII - a concessão de direito real de 
uso. 
As ações possessórias, a despeito de terem regramento jurídico muito 
próximo ao das ações reais, com elas não se confundem. As ações possessórias 
seguem uma estrutura própria, em que não se questiona a propriedade da coisa 
(característica da real). 
Quanto ao direito pessoal, sua natureza envolve os negócios jurídicos, as 
obrigações, os contratos, pressupõe relação jurídica entre sujeitos. 
 
 
 
 
2.5.2. QUANTO AO OBJETO DO PEDIDO MEDIATO 
As demandas classificam-se em mobiliárias (bem móvel) e imobiliárias (bem 
imóvel) quanto ao objeto do pedido mediato. Deve-se atentar para não classificar 
toda ação imobiliária como real nem toda ação mobiliária em pessoal. 
Exemplos: 
1) A ação de despejo é classificada como pessoal e imobiliária, já que tem 
como fundamento o direito pessoal. 
2) Poder-se-á propor uma reivindicatória de um carro, nesse caso a ação 
mobiliária não terá natureza de pessoal, mas de real. 
 
 
 
 
Real Pessoal 
Mobiliária Imobiliária 
Demanda Pessoal 
Relativa a bem móvel 
Relação jurídica real 
 
Relativa a bem imóvel 
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2.5.3. QUANTO À TUTELA JURISDICIONAL 
De acordo com a função jurisdicional que se visa, podemos classificar as 
demandas em: conhecimento, cautelar e execução. 
 
 
 
 
 
Esse critério tem perdido importância, por conta do caráter sincrético (pela 
mistura das características de vários tipos dessas ações), cada vez mais comum, 
que reveste as ações. 
De outro modo: 
 
 
 
 
 
 
 
2.6. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES DE CONHECIMENTO (CERTIFICAÇÃO) 
2.6.1. AÇÕES DE PRESTAÇÃO 
Tradicionalmente, os doutrinadores fazem distinção dos direitos entre: os 
direitos a uma prestação, ou seja, os que se relacionam com as ações de prestação 
– como mandamentais; e direitos potestativos, que se relacionam com as ações 
constitutivas. 
O direito a uma prestação é o poder jurídico conferido a um sujeito de exigir 
de outro o cumprimento de uma prestação de fazer ou não fazer algo e de dar a 
Conhecimento Cautelar Execução 
Relativa ao processo de 
conhecimento. 
Relativa ao processo 
cautelar 
 
Relativa ao processo de 
execução. 
 
Classificação das ações 
Real/ Pessoal 
Leva em consideração o direito. 
Mobiliária/ Imobiliária 
 
Leva em consideração o objeto. 
Conhecimento/Cautelar/ Execução 
– ações Sincréticas. 
Leva em consideração a tutela que se 
busca. 
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coisa, em dinheiro ou não. A concretização do direito a uma prestação efetiva-se 
com a realização da prestação devida. Quando não ocorre essa prestação, ocorre 
inadimplemento ou lesão. Exemplo de direitos a uma prestação: direitos absolutos e 
obrigações. 
 
2.6.2. AÇÕES CONSTITUTIVAS 
A ação constitutiva relaciona-se aos direitos potestativos. O direito 
potestativo, por seu turno, é o poder jurídico dado a um determinado indivíduo para 
submeter outro direito à alteração, criação ou extinção de situações jurídicas. Ao 
contrário do direito a uma prestação, que ocorre no campo dos fatos, o direito 
potestativo efetiva-se no campo jurídico, das normas. 
Exemplo: anular um negócio jurídico é um direito potestativo; essa anulação 
se dá com a simples decisão judicial transitada em julgado, não é necessária 
nenhuma outra providência material, como destruir o contrato. 
Quando houver uma situação jurídica nova, modificativa ou de extinção 
gerada do resultado do processo, há uma demanda constitutiva. São exemplos de 
demanda constitutiva: ação de revisão ou resolução de contrato, separação judicial, 
ação de falência, exclusão de herdeiro. 
Os efeitos da decisão constitutiva são ex nunc. Porém, em certos casos, 
haverá o reconhecimento das decisões constitutivas-negativas com efeitos 
retroativos – ex tunc. (art. 182 do CC-2002) 
 
2.6.3. AÇÕES DECLARATÓRIAS 
A ação declaratória pode ter caráter principal ou incidental. Na definição 
legal, no art. 325 do CPC, o autor poderá requerer, no prazo de 10 dias, que o juiz 
profira sentença incidente sobre o direito em que se funda a ação, se da declaração 
da existência ou da inexistência do direito depender, no todo ou em parte, o 
julgamento da lide. Portanto, a ação declaratória versa sobre a existência ou não de 
um direito. É incidental quando proposta no curso do processo, devendo relacionar-
se com ele. 
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Tem como objetivo verificar a existência ou não de uma situação jurídica. A 
situação jurídica é o gênero do qual a relação jurídica é a espécie. Portanto, não se 
resume a sua função ao que descreve o inciso I do art. 4o do CPC. 
Art. 4o: O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I – da existência ou da inexistência de relação jurídica; 
II – da autenticidade ou falsidade de documento. 
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido 
a violação do direito. 
As ações declaratórias são demandas meramente certificativas, ou seja, de 
certificação. Por não ser uma demanda que tem como objetivo a efetivação de um 
direito, as ações declaratórias são imprescritíveis. 
Assim, diz-se que a ação declaratória pura é imprescritível porque tem 
somente este objetivo: declarar a existência de uma relação jurídica, ou, se relativa a 
fatos, eventos, a autenticidade ou falsidade de documento. Somente em relação à 
autenticidade de um documento a ação declaratória poderá ser usada para certificar 
um fato. 
Não é possível, por essa modalidade de ação, a efetivação de um direito, 
demonstrar a ocorrência de outros fatos, que não seja o mencionado da 
autenticidade. O Poder Judiciário não é órgão consultivo ou opinativo, daí a 
restrição. 
Dúvida: 
Professor, na ação declaratória não há contagem de prazo prescricional? 
Exemplo: numa ação declaratória de inexistência de vínculo com a união federal 
para pagamento de tributos não haveria contagem de prazo? 
Boa questão. Mas perceba, no seu exemplo, que a declaração de 
inexistência de vínculo com a União é meramente declaratória, e não prescreve. 
Mas deixa de ser meramente declaratória se presente o pedido de restituição de 
tributos pagos quando, erroneamente, se entendia existir o vínculo. 
Vale mencionar a interpretação do STJ sobre o assunto, que sumulou o 
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entendimento de que é possívelação declaratória em dois outros casos não 
prescritos no CPC: visando a obter certeza quanto a exata interpretação de cláusula 
contratual (Enunciado n° 181 da Súmula STJ); e para reconhecimento de tempo de 
serviço para fins previdenciários (Enunciado n° 242 da Súmula STJ). 
 
Vejamos uma questão da FCC/2010: 
(TCE RO – FCC 2010) Em matéria de ação declaratória, considere: 
I. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. 
II. Os únicos fatos que podem ser objeto da ação declaratória são a autenticidade e 
a falsidade documental. 
III. A ação declaratória está sujeita a prazos prescricionais. 
IV. É inadmissível ação declaratória visando a obter certeza quanto à exata 
interpretação de cláusula contratual. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
e) III e IV. 
Gabarito: A 
 
Reparem que o item I repete o conteúdo do parágrafo único, segundo o qual 
é possível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Assim, 
não visará a restituir o direito violado, mas apenas declarar sua existência. Ex: 
imaginem que um herdeiro de pessoa que teve direito lesado há 50 anos vá a juízo 
pedir o reconhecimento de que seu ancestral foi injustiçado, poderá fazê-lo, ainda 
que esteja prescrito o direito de indenização. 
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Voltando a nossa questão: o item II da questão traz o exato conteúdo do 
inciso II do art. 4°, CPC, em que a ação declaratória de fato somente será admitida 
em relação à autenticidade documental. É possível que se requeira pela via judicial a 
declaração de existência de relação jurídica que emergiu de um fato, mas jamais 
para pedir a simples certidão de que ocorreu ou não um evento. O Poder Judiciário 
(exceção da Justiça Eleitoral) não é órgão consultivo. 
Sobre o item IV, ele está errado porque O STJ tem sumulado o 
entendimento de que é possível, sendo admissível, portanto, ação declaratória em 
dois outros casos: visando a obter certeza quanto a exata interpretação de cláusula 
contratual (Enunciado n° 181 da Súmula STJ); e para reconhecimento de tempo de 
serviço para fins previdenciários (Enunciado n° 242 da Súmula STJ). 
Desse modo, a letra “a” é a correta. 
Dúvida: 
É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata 
interpretação de cláusula contratual? Sim é admissível. Vejamos a Súmula do STJ. 
STJ Súmula nº 181 - 05/02/1997 - DJ 17.02.1997 Ação Declaratória - 
Interpretação de Cláusula Contratual 
 É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata 
interpretação de cláusula contratual. 
(TJ DF – TJ DFT 2011) Assinale a alternativa correta, considerando as disposições 
legais, bem como a doutrina e a jurisprudência prevalentes, nas questões a seguir: 
 
Visando a obter certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual: 
a) não é admissível ação declaratória; 
b) é admissível ação declaratória 
c) deve ser ajuizado mandado de injunção; 
d) nenhuma das alternativas anteriores (a, b, c) é correta. 
Gabarito: B 
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2.6.4. AÇÕES DÚPLICES 
Essas ações podem ser compreendidas sob o aspecto material ou 
processual. As ações dúplices, sob o aspecto processual, podem ser entendidas 
como sinônimo de pedido contraposto. Exemplo: a demanda feita pelo réu contra o 
autor na contestação. Essa interpretação, porém, não é a mais correta, mas é muito 
utilizada na prática. 
As ações dúplices (sob o aspecto material) são ações em que as partes da 
lide possuem as mesmas condições no processo. Assim, não se pode falar de 
demandante e demandado, pois os dois assumem as duas posições. Isso ocorre 
pelo simples fato de essa situação decorrer da pretensão deduzida em juízo. Ou 
seja, no processo, o bem atribuído a uma das partes independe da posição 
processual das partes. Um exemplo de ações dúplices são as ações de divisórias, 
as ações de acertamento. 
 
Exemplo de ação dúplice. 
 
Citemos um exemplo de ação dúplice: a divisória de terra particular. Perceba 
que autor e réu estão em situação de virtual paridade, em que o indeferimento do 
alegado pelo autor, independentemente de reivindicação de tutela pelo réu, irá 
beneficiar o réu. Os dois duelam por um bem único, em que o réu está em relação 
simétrica com o autor. As duas partes podem distinguir-se formalmente pelo fato de 
que um é demandado e o outro demandante, mas o julgamento beneficiará um ou 
outro invariavelmente. 
 
2.7. CONCURSO DAS AÇÕES 
O concurso de ações (rectius: direitos) ocorre em seu aspecto objetivo de 
duas maneiras: no concurso impróprio, em que existe mais de uma prestação 
concorrente, que se origina de um mesmo fato gerador; e no concurso próprio, em 
que uma pluralidade de causas de pedir autoriza a formulação de um mesmo 
pedido. 
Quando os direitos são concorrentes o juiz só poderá atender a um deles, 
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assim é possível o concurso objetivo de pedidos que sejam incompatíveis, mas o 
atendimento simultâneo a todos eles é que não será possível. 
Inclusive a situação de pretensões subsidiárias é bastante útil ao direito. 
Seria na Justiça Trabalhista, o caso de pedido de readmissão de quem foi demitido, 
ou subsidiariamente a indenização, mas o segundo somente seria atendido se o 
primeiro não pudesse ser contemplado. Mas percebam que o atendimento às duas 
pretensões seria inaceitável, pois não seria possível conceder indenização pela 
demissão de alguém que tenha sido readmitido. Há entre as pretensões 
concorrentes uma relação de prejudicialidade, em que o atendimento a uma delas 
prejudica o atendimento à outra. 
Quando ocorrer concurso de ações, somente será possível a satisfação de 
um dos direitos concorrentes, de maneira que o juiz não poderá proferir decisão que 
acolha direitos simultaneamente concorrentes. 
Um exemplo de concurso impróprio - mesmo fato gerador para dois pedidos 
- é o de contrato que se torna demasiadamente oneroso, por motivo imprevisível, e o 
autor pede invalidação do contrato ou redução do valor das prestações. 
 Exemplo de concurso próprio - pluralidade de causas de pedir para um 
mesmo pedido - temos o consagrado exemplo de Candido Dinamarco, em que um 
passageiro sofre lesão no transporte ferroviário, passando a ter o direito de 
indenização por culpa do funcionário da empresa de transporte, ou, de modo 
objetivo, da empresa que deveria te lhe garantido uma condução segura. 
 
3. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
Pressupostos processuais são elementos, requisitos necessários para a 
existência e desenvolvimento do processo. “Pressupostos processuais são todos os 
elementos de existência, os requisitos de validade e as condições de eficácia do 
procedimento, aspecto formal do processo, que é ato- complexo de formação 
sucessiva.” (Didier Jr., 2010, pág. 230)Direito Processual Civil – TRT 8ª Região 
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3.1. PRESSUPOSTOS DA EXISTÊNCIA 
Pressupostos é tudo que precede a formação do ato e que é essencial para 
a sua existência no mundo jurídico. Didier relata que o processo pode ser analisado 
sob o aspecto interno e externo. Do ponto de vista interno, o processo é uma relação 
jurídica; do externo, é considerado um procedimento. 
Pressupostos da existência subjetivos e objetivos: são essenciais à 
formação da relação jurídica processual; a ausência dos pressupostos importa na 
inexistência da relação processual. Para que ocorra a relação jurídica deve existir a 
coexistência dos elementos subjetivos (sujeitos) e objetivos (fato jurídico e objeto) do 
processo. 
a) Subjetivos: as partes e o Estado-juiz são os sujeitos processuais 
principais da relação jurídica. 
Obs.: Capacidade processual: é a aptidão, daqueles que têm capacidade civil, de 
assumir uma situação jurídica processual como demandante ou como demandado 
numa relação processual. As pessoas naturais, jurídicas e os entes 
despersonalizados são dotados de capacidade processual. 
Obs.: Para a existência do ato é necessário que o órgão esteja investido de 
jurisdição. 
b) Objetivos: são dois: o fato jurídico e o objeto. O fato jurídico é 
responsável por instalar a relação jurídica – ato postulatório –, enquanto o objeto é a 
prestação jurisdicional solicitada pelo ato inaugural, ou seja, pelo fato jurídico. O 
objeto é sinônimo de demanda. 
 
3.2. REQUISITOS DE VALIDADE 
Uma vez preenchidos os pressupostos processuais, a relação jurídica 
processual passa a existir e torna-se possível analisar a validade da relação jurídica 
processual. Os requisitos de validade também são classificados em subjetivos e 
objetivos. Eles são os elementos relacionados ao desenvolvimento regular do 
processo, como os sujeitos e as formalidades. 
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a) Subjetivos: em relação às partes, o que é analisado é à capacidade 
de agir em juízo (autor ou réu), realizando atos processuais de forma autônoma, 
sem o apoio de assistente ou representante legal (capacidade processual), ou, por 
pessoas indicadas pela lei, como no caso do administrador de condomínio. 
As pessoas jurídicas também têm capacidade de agir, a qual é atribuída a 
um órgão que a representará em juízo. Outros requisitos subjetivos são a 
competência e a imparcialidade, ambos ligados à figura do juiz. 
b) Objetivos: dividem-se em requisitos intrínsecos e requisitos 
extrínsecos (negativos). Os intrínsecos relacionam-se ao próprio processo, ao 
formalismo processual, aos vários atos a serem praticados no desenvolver da 
relação jurídica, aos deveres e faculdades das partes, à coordenação de suas 
atividades, como a comunicação dos atos processuais. 
Os extrínsecos são condições que estão fora do processo, mas que têm o 
poder de impedir o seu normal prosseguimento, subordinando sua validade e a 
eficácia da sua constituição, bem como sua extinção. Assim, em principio são vícios 
insanáveis, que extinguem o processo. Podem ser citados como exemplos: a 
litispendência, a coisa julgada, a perempção e a convenção de arbitragem. 
 
Quando um dos requisitos não é preenchido na sua integralidade, 
a princípio, não será invalidado, pois é permitido que se anule somente o 
ato processual defeituoso. Como o processo é composto por uma 
sucessão de atos é possível que o ato inicial esteja válido e que não seja 
admitido o procedimento. Isso porque só comprometerão o procedimento 
os fatos relacionados à demanda originária, como os relacionados às 
partes. Além disso, é necessário que o defeito não permita que o objeto da 
lide seja apreciado, o que só ocorre dentro da cadeia de atos do 
procedimento processual. 
Quando o ato processual defeituoso não impede a apreciação do 
mérito poderá ocorrer uma das três consequências: não será considerado 
um requisito de validade do processo; será um requisito de validade do 
ato, considerado de modo isolado ou poderá ser requisito de validade de 
um procedimento incidental ou recursal. 
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Dúvida: 
Professor, não sei qual é a diferença entre ausência de pressupostos 
processuais e ausência de condições da ação? 
Ótima pergunta, porque a despeito de serem coisas distintas, 
conceitualmente há similaridade entre os institutos. 
Didaticamente, entenda-os de forma distinta. As condições da ação são 
verificadas pelo órgão judicial ao analisar se deve ou não as admitir no processo. 
Sem as condições da ação, o autor será carecedor. As condições são requisitos 
necessários para o direito de ação. Se presentes, o autor terá seu direito de ação 
assegurado. 
Os pressupostos processuais englobam elementos indispensáveis à 
existência do processo e requisitos de validade do processo. O vício do primeiro 
(existência) leva a que o processo seja considerado inexistente e o vício do segundo 
(validade), a que o processo seja considerado nulo. 
Somente se preenchidos, nessa ordem, os pressupostos processuais e as 
condições da ação é que o órgão deverá julgar o mérito. Os pressupostos 
processuais permeiam todo o CPC. Ex.: julgamento por indivíduo que não esteja 
investido de jurisdição - nessa situação, não há julgamento de mérito e o ato 
praticado é inexistente. 
 
- a ação é o ato jurídico que se chama demanda. 
- a demanda é o nome processual dado à relação jurídica substancial quando posta 
à apreciação do poder judiciário. 
- Elementos da ação: São três os elementos da ação: as partes (pessoas), o 
pedido (objeto) e a causa de pedir (fato jurídico). 
- São condições para o julgamento: a legitimidade ad causam, o interesse de agir 
e a possibilidade jurídica do pedido. 
- O processo civil brasileiro adotou uma visão eclética sobre o direito da ação: é a 
garantia do julgamento do mérito da causa. 
RESUMO DA AULA 
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Teoria imanentista: a ação é imanente ao direito, ou seja, a todo direito 
corresponde uma ação, que o assegura. 
Teoria Concreta da Ação: a ação só existe quando existir o direito material; direito 
potestativo: a ação é direito autônomo e concreto, porém se dirige contra o 
adversário, não contra o Estado. 
Teoria Abstrata: a ação não tem relação alguma de dependência com o direito 
material controvertido. 
Teoria Eclética: a ação é o direito público subjetivo a um pronunciamento sobre a 
situação jurídica controvertida deduzida no processo; para surgir tal direito, devem 
estar presentes as denominadas condições da ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Subjetivo Objetivos 
Pedido: Imediato: a condenação, a 
declaração ou a constituição do direito; 
Mediato: o bem jurídico almejado; Remota: 
o fato jurídico;Próxima: as consequências 
jurídicas (indicação do fato e da relação 
jurídica dele decorrente. 
Causa de 
pedir 
Partes: quem pede ou em face de 
quem é pedida uma providência 
jurisdicional. Pode ou não coincidir 
com as partes da relação de 
direito material. 
Elementos da Ação 
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Condições da Ação 
Possibilidade jurídica do 
pedido: inexistência de 
vedação de análise do 
pedido no plano hipotético. 
Interesse de Agir: 
necessidade da providência 
jurisdicional solicitada e 
adequação do procedimento 
escolhido. 
Legitimidade para a causa: 
pertinência subjetiva abstrata 
com o direito material (ativa e 
passiva). 
Exame das Condições da Ação 
Teoria da comprovação: a parte deve provar as condições da ação. 
Teoria da asserção: as condições da ação são verificadas apenas 
pelas afirmações ou assertivas das partes. 
Classificações da Ação 
Ação de conhecimento: 
visam ao acertamento do 
direito. 
Ação de Execução: visa à 
satisfação do devedor. 
 
Ação Cautelar: visa ao 
acautelamento do processo. 
Condenatória; Declaratória; Constitutiva; 
Mandamental. 
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QUESTÕES COMENTADAS AULA 
 
01. (TCE RO – FCC 2010) Em matéria de ação declaratória, considere: 
I. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do 
direito. 
II. Os únicos fatos que podem ser objeto da ação declaratória são a 
autenticidade e a falsidade documental. 
III. A ação declaratória está sujeita a prazos prescricionais. 
IV. É inadmissível ação declaratória visando a obter certeza quanto à exata 
interpretação de cláusula contratual. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
e) III e IV. 
COMENTÁRIO: 
Art. 4º O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I – Art. 4º, Parágrafo único, CPC: é admissível a ação declaratória, ainda 
que tenha ocorrido a violação do direito. 
II - da autenticidade ou falsidade de documento. 
A assertiva II traz o exato conteúdo do inciso II do art. 4°, CPC. A ação 
declaratória de um fato, de um evento, somente será admitida em relação à 
autenticidade documental. 
É possível que se requeira pela via judicial a declaração de existência de 
relação jurídica que emergiu de um fato, mas jamais para pedir a simples certidão de 
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que ocorreu ou não um evento. O Poder Judiciário (exceção da Justiça Eleitoral) não 
é órgão consultivo. 
Sobre o item IV, ele está errado porque O STJ tem sumulado o 
entendimento de que é possível, sendo admissível portanto, ação declaratória em 
dois outros casos: visando a obter certeza quanto a exata interpretação de cláusula 
contratual (Enunciado n° 181 da Súmula STJ); e para reconhecimento de tempo de 
serviço para fins previdenciários (Enunciado n° 242 da Súmula STJ). 
Dúvida: Por que o item II da questão está correto se também pode ser objeto de 
ação declaratória o que está no inciso I do art. 4º do CPC? 
O item II está correto porque somente a questão relativa à autenticidade ou 
não do documento, já que houve ou não a conduta para sua falsificação, é 
considerada um fato possível de ser verificado por ação declaratória. As demais 
ocorrências não ensejam um fato. 
Gabarito: A 
 
02. (TJ MS – FCC 2009) Fala-se que uma ação é idêntica à outra quando tiver 
fundamentos e pedidos de mesma natureza. 
a) a mesma natureza. 
b) o mesmo pedido e as mesmas partes. 
c) o mesmo pedido e as mesmas partes e a mesma causa de pedir. 
d) o mesmo pedido e a mesma causa de pedir. 
COMENTÁRIO: 
Para ser considerada idêntica, a ação deve conter os mesmos elementos: as 
partes, o pedido e a causa de pedir. 
Art. 301, § 2º, CPC: uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas 
partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
Gabarito: C 
 
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03. (TRT 4R – FCC 2006) A respeito da jurisdição e da ação, é correto afirmar 
que 
a) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da autenticidade de 
documento. 
b) é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do 
direito. 
c) não é necessário ter interesse e legitimidade para propor ou contestar a 
ação. 
d) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da existência ou 
inexistência de relação jurídica. 
e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da falsidade de 
documento. 
COMENTÁRIO: 
Art. 4º do CPC: o interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido 
a violação do direito. 
Gabarito: B 
 
04. (TRT 23R – FCC 2007) É totalmente correto afirmar que o direito de ação é 
um direito 
a) subjetivo, privado, autônomo e concreto. 
b) subjetivo, público, autônomo e abstrato. 
c) objetivo, público e vinculado ao resultado do processo. 
d) objetivo, privado e vinculado ao resultado do processo. 
COMENTÁRIO: 
O direito de ação é subjetivo porque depende de provocação para 
concretizar-se. Está relacionado com o princípio da inércia de jurisdição, ou seja, o 
indivíduo deve provocar o judiciário para que seu direito torne-se efetivado.; 2) É 
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público porque o direito de ação é exigido contra o Estado para que a justiça seja 
prestada; 3) Abstrato porque independe da razão das partes e do resultado final; 4) 
O direito de ação é autônomo porque difere do direito material. 
Gabarito: B 
 
05. (TRT 7ª Região – FCC 2009) No que concerne à jurisdição e à ação, é 
INCORRETO afirmar: 
a) ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando 
autorizado por lei. 
b) o interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência ou da 
inexistência de relação jurídica. 
c) ocorrendo violação do direito não é admissível a ação declaratória. 
d) para propor ou contestar a ação é necessário ter legitimidade e interesse. 
e) nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o 
interessado a requerer, nos casos e forma legais. 
COMENTÁRIO: 
Percebam que o examinador recorreu novamente à redação de artigos do 
CPC para elaborar a questão. 
Os itens muito se assemelham ao da questãoanterior, razão por que vamos 
explicar somente a alínea que contém erro e que deve ser marcada. 
O item c está errado porque é admissível a ação declaratória, ainda que 
tenha ocorrido a violação do direito (parágrafo único, art. 4°). 
Gabarito: C 
 
06. (TRE SE – FCC 2007) A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada 
em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do 
domicílio do réu. Todavia 
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a) sendo desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado no domicílio de 
seus ascendentes ou, na falta deles, do parente consanguíneo de grau mais 
próximo. 
b) havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados 
no foro de qualquer deles, à escolha do autor. 
c) tendo o réu mais de um domicílio, será demandado no foro do domicílio do 
autor, por expressa disposição legal. 
d) quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será 
proposta no domicílio de seus ascendentes ou, na falta deles, do parente 
consanguíneo de grau mais próximo. 
e) quando o réu e o autor não tiverem domicílio nem residência no Brasil, a 
ação será proposta no foro do domicílio da embaixada do País em que reside o 
réu. 
COMENTÁRIO: 
A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre 
bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu, No entanto, 
havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados no foro de 
qualquer deles, à escolha do autor. 
Gabarito: B 
 
7. (TRE ES – Cepse 2011) No que concerne a competência e condições da 
ação, julgue os itens que se subseguem. 
Se, no curso do processo, o juiz verificar a ausência de uma das condições da 
ação, o processo deverá ser suspenso. 
a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIO: 
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 Quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade 
jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual, o processo é extinto, no 
atual sistema do CPC, sem resolução de mérito. Questão, portanto, errada. 
Gabarito: Errado 
 
8. (DPU – Cespe 2012) O interesse de agir 
a) é aspecto processual de natureza subjetiva que impede a análise pelo juiz. 
b) significa que será legitimado a atuar em juízo apenas o titular do interesse 
levado a juízo pela demanda. 
c) consiste na adequação do provimento jurisdicional e na necessidade da 
tutela pretendida pelo demandante. 
d) estará presente quando não houver, pelo ordenamento jurídico, vedação ao 
pedido deduzido na inicial. 
e) apenas ficará configurado se o resultado final do processo for favorável ao 
autor. 
COMENTÁRIO: 
O interesse de agir constitui-se no binômio: adequação, necessidade. Fala-
se em adequação relativamente à opção pelo meio processual que possa vir 
a produzir resultado útil. De modo que, se alguém tem consigo título executivo, não 
terá interesse em processo de conhecimento, porque não há pendenga a ser 
resolvida. Nesse caso, deve o interessado perseguir a imediata execução do título. 
Fala-se em necessidade do provimento judicial quando, somente por meio 
dele, o sujeito poderá obter o bem almejado. Uma vez que possa ser alcançado o 
resultado sem a prestação judicial, não existirá interesse de agir (exemplo: a 
cobrança de dívida que sequer tenha vencido). 
Gabarito: C 
 
9. (TRT SE – FCC 2012) Paulo propõe demanda contra Pedro, visando à 
cobrança de uma dívida em dinheiro, que no entanto não se encontrava ainda 
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vencida. Nesse caso, a ação será julgada extinta, sem resolução de mérito, 
porque 
a) falta interesse processual a Paulo, extinguindo-se a demanda por ausência 
de uma das condições da ação. 
b) falta possibilidade jurídica a Paulo, condição da ação que, ausente, leva à 
extinção processual. 
 c) alta condição de procedibilidade a Paulo, ou seja, uma das condições de 
constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo. 
d) falta legitimidade ativa a Paulo, extinguindo-se a ação por falta de uma de 
suas condições. 
e) terá ocorrido perempção ou contumácia. 
COMENTÁRIO: 
Não existe conflito no caso apresentado pela banca – a dívida ainda não se 
encontra vencida. Vejam a questão anterior, que versa sobre o interesse de agir. Foi 
exatamente isso que faltou: interesse processual de Paulo. 
Vimos, ademais, que quando não ocorrer qualquer das condições da ação, 
como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual, o 
processo se extingue sem resolução de mérito. Portanto, a letra “a” está correta. 
Gabarito: A 
 
Questões sem comentário: 
10. (TRT PE – FCC 2012) São condições da ação: 
a) citação do réu, possibilidade jurídica do pedido e interesse de agir. 
b) competência do juiz, interesse de agir e legitimidade das partes. 
c) interesse de agir, legitimidade das partes e possibilidade jurídica do pedido. 
d) pagamento das custas iniciais do processo, achar-se a parte representada 
por advogado e competência do juiz. 
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e) não achar-se prescrita a pretensão, existência do direito pleiteado e 
legitimidade das partes. 
Gabarito: C 
 
11. (TRE PR – FCC 2012) São condições da ação: 
 a) capacidade postulatória, legitimidade das partes e interesse processual. 
b) competência do juiz, inocorrência da prescrição e não terem as partes 
celebrado convenção de arbitragem. 
c) interesse de agir, inocorrência da prescrição ou de decadência e capacidade 
de ser parte. 
d) possibilidade jurídica do pedido, legitimidade das partes e interesse 
processual. 
e) possibilidade jurídica do pedido, não se achar perempta a ação e citação 
válida do réu. 
Gabarito: D 
 
12. (TJ RJ – FCC 2012) Se alguma das condições da ação não for atendida, o 
processo 
a) é nulo, não havendo formação de coisa julgada de nenhuma espécie. 
b) será julgado com resolução do mérito, formando coisa julgada material. 
c) será julgado com resolução do mérito, acarretando coisa julgada formal. 
d) será julgado extinto sem resolução do mérito, formando coisa julgada 
material. 
e) será julgado extinto sem resolução do mérito, acarretando coisa julgada 
formal. 
Gabarito: E 
 
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13. (TJ RR – Cespe 2012) A jurisdição, que tem por finalidade compor os 
conflitos de interesses, resguardando a ordem jurídicae a autoridade da lei, 
constitui uma das funções de soberania do Estado. A respeito dessa função 
estatal, julgue os itens subsequentes. 
Segundo a doutrina, o juízo de conciliação configura uma das categorias dos 
atos de jurisdição voluntária. 
a) Certo 
b) Errado 
 
COMENTÁRIO: 
Esta questão é polêmica. Há divergência sobre a natureza da 
conciliação após citação do réu, em que a relação processual já foi estabelecida. 
O Cespe considerou correta a questão, então já sabemos que o 
posicionamento da banca é de que o “juízo de conciliação configura uma das 
categorias dos atos de jurisdição voluntária”. A favor da banca está parcela da 
doutrina cujo entendimento é de que a decisão não se deveu à atuação do Estado, 
mas à vontade das partes. Esse pensamento, em tese, pode ser questionado, 
porque o fato de levar a demanda à decisão judicial, independentemente de o 
julgador proferir sentença, impõe pressão às partes. A pressão é inquestionável, já 
que as partes estão cientes de que se não houver conciliação, a discussão seguirá 
adiante, mas em bases jurisdicionais. 
Vale destacar que a conciliação, na verdade, deve ser realizada em qualquer 
momento do processo, a despeito da existência da audiência de conciliação, não se 
impõe um momento próprio, é, ao contrário, uma conduta a ser estimulada pelo 
órgão julgador. 
Gabarito: Certo 
 
 
O CPC adotou a teoria eclética sobre o direito de ação, segundo a qual o 
direito de ação é o direito ao julgamento do mérito da causa, julgamento esse 
que fica condicionado ao preenchimento de determinadas condições da ação 
(Didier Jr, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, v1). 
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Com base no enunciado e nos seus conhecimentos sobre as condições da 
ação, julgue os seguintes itens C ou E: 
 
14. Ao mesmo tempo em que a Lei confere à parte a abertura da via judicial por 
meio do exercício do direito de ação, para que o conflito de interesses possa 
ser resolvido, ela condiciona o referido exercício à observância de regras 
mínimas, que possam garantir a prolação de sentença de mérito, quando 
estiverem presentes. 
a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIO: 
Certo. Reparem que o enunciado é um instrumento importante para o 
candidato. A questão está tranquila, em conformidade com o enunciado. 
Gabarito: Certo 
 
15. Quando houver carência da ação, por falta de qualquer de suas condições, 
o juiz não poderá enfrentar a questão de ofício, sob risco de ferir o princípio da 
imparcialidade do órgão jurisdicional. 
a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIO: 
Errado. O enunciado da questão contraria o disposto no § 3º do art. 267 
(CPC): o juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto 
não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e Vl (...). Cujo 
inciso VI: quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a 
possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual. Ademais, 
constata-se que a questão é de ordem pública, do interesse do Estado. 
Gabarito: Errado 
 
16. Consistem em condições da ação a causa de pedir, as partes e o próprio 
pedido, além da possibilidade jurídica do pedido, a legitimidade das partes, o 
interesse processual. 
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a) Certo 
b) Errado 
 
COMENTÁRIO: 
Errado. Os três primeiros citados: a causa de pedir, as partes e o pedido são 
elementos da ação. São comparados aos dados pessoais da demanda. Já a 
possibilidade jurídica do pedido, a legitimidade das partes, o interesse processual 
são realmente condições da ação. 
Gabarito: Errado 
 
17. (TRT 1ª Região – Cespe 2010) O réu de ação de cobrança alegou que não 
era devedor, pois não tinha com o autor relação de cunho negocial capaz de 
justificar a demanda. Ao analisar a defesa, o juiz afastou a preliminar sob o 
argumento de que, conforme narrativa do autor, era possível entender que o 
réu fosse, em tese, devedor. Além disso, o juiz considerou que o exame detido 
do tema demandava dilação probatória e que, portanto, seria atinente ao 
mérito. 
Com base na situação descrita, é correto afirmar que o juiz aplicou a teoria 
a) abstrata da ação. 
b) do direito potestativo de agir. 
c) concreta da ação. 
d) imanentista. 
e) da asserção. 
COMENTÁRIO: 
Ótima oportunidade de revisão dos conceitos de teorias da ação. 
Teoria Abstrata: considera autônomos e independentes direito de ação e 
direito material. O direito de ação é aquele abstrato de obter prestação jurisdicional 
do Estado. 
Teoria do direito potestativo de agir (Chiovenda): o sujeito se investe no 
poder de adquirir, exercer ou alienar direitos como lhe assegura a lei. Exaure-se a 
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ação por seu próprio exercício e, como potestativa, a ação pertence sempre ao 
autor, sendo um direito seu a ser alienado e usado. 
Teoria concreta da ação: o direito de ação pertence ao indivíduo contra o 
estado para que obtenha uma sentença favorável e ao mesmo tempo contra a outra 
parte, que se submeterá à decisão do Estado. 
Teoria imamentista: o direito de ação é o direito material em movimento. Não 
existe um direito de ação autônomo, ele é o próprio direito material. 
Teoria da Asserção: por essa teoria, se o juiz perceber por uma análise 
sumária, com base nos elementos oferecidos pelo próprio autor, a ausência de 
alguma condição da ação, deve extinguir o processo sem julgamento de mérito. 
O juiz utilizou essa última teoria, uma vez que analisou as condições da 
ação. 
Gabarito: E 
 
18. (TRT 5ª Região – Cespe 2008) Acerca da jurisdição, da ação, das partes e 
procuradores, do litisconsórcio e da assistência, julgue o item seguinte. 
Segundo os postulados da teoria eclética (Liebmam), adotada pelo CPC 
brasileiro, o direito de ação não está vinculado a uma sentença favorável, mas 
também não está completamente independente do direito material. 
a) Certo 
b) Errado 
 
COMENTÁRIO: 
Perfeito. A Teoria Eclética, elaborada por Liebman, consiste em uma espécie 
de teoria abstrata com elementos adicionais. O direito de ação não depende do 
direito material, mas do preenchimento de requisitos formais: condições da ação. O 
direito de ação existe quando o autor tem direito a um julgamento de mérito. 
Gabarito: Certo 
 
19. (PGE ME – Cespe 2008) Com relação à ação e aos pressupostos 
processuais, assinale a opção correta. 
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a) Se aplicar o princípio da instrumentalidade do processo, o juiz pode apreciar 
o mérito da ação mesmo que não estejam presentes as condições dessa ação. 
b) Enquanto não proferida a sentença de mérito,

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