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TRT Processo Civil Aula 08

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Aula 08
Curso: Direito Processual Civil p/ TRT/8 - Analista Judiciário - Judiciária e Oficial de
Justiça
Professor: Gabriel Borges
685.489.742-49 - Paulo Roberto de Souza Santos
 Direito Processual Civil ʹ TRT 8ª Região 
 Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges ʹ Aula 08 
 
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TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO 
 
 
AULA 08: Fase Instrutória: Das provas: ônus da prova; depoimento pessoal; 
confissão; provas documental e testemunhal. Da audiência: da conciliação e da 
instrução e julgamento. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo XVIII: Fase Instrutória: Das provas: ônus da prova; 
depoimento pessoal; confissão; provas documental e testemunhal. 
Da audiência: da conciliação e da instrução e julgamento. 
01 
2. Resumo 40 
3. Questões comentadas 44 
4. Lista das questões apresentadas 60 
5. Gabarito 67 
 
³Nunca é tarde demais para ser aquilo que sempre se desejou ser.´ (George 
Eliot). 
 
 CAPÍTULO XVIII: DAS PROVAS 
 
O direito à prova tem origem nos princípios do contraditório e de acesso à 
justiça. Por meio desse direito, busca-se garantir adequada participação do cidadão 
no processo. Produzida a prova, ela se desprende de quem a apresentou e é 
integrada aos autos. Torna-se irrelevante saber quem a produziu, inclusive, podendo 
ser utilizada contra quem a encaminhou ao processo. 
O juiz irá valorar e considerar as provas sem se preocupar com a sua 
origem, a menos que seja ilícita. Ademais, elas têm efeito extensivo aos 
litisconsortes. Assim, os fatos provados podem alcançar as partes e litisconsórcios, 
ainda que para prejudicar. 
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Ora, obviamente um fato não pode ser entendido de uma forma para um 
sujeito e de outra para outro, senão não se estaria privilegiando a verdade dos fatos. 
O fato é verdadeiro ou falso para todos os sujeitos do processo. Não estamos, 
contudo, afirmando que uma prova surtirá os mesmos efeitos a todos os sujeitos. 
Isso nem sempre ocorrerá e dependerá de como o fato que está sendo provado, ou 
não, atinge, especificamente, cada pessoa. 
 
1. Teoria Geral da Prova 
A prova é tema fundamental para o processo civil, ela é o meio utilizado para 
formar o convencimento do juiz a respeito da existência de fatos controvertidos que 
tenham relevância para o processo. A produção dessas provas não será necessária 
se a questão controvertida for apenas de Direito. 
Sob o aspecto objetivo, a prova é compreendida como um conjunto de 
instrumentos produtores da certeza jurídica ou o conjunto de instrumentos utilizados 
para demonstrar a existência de fatos relevantes para o processo. 
Não há consenso quanto à natureza jurídica das normas que tratam das 
provas. Embora a tendência mais moderna a considere de natureza processual, há 
algumas correntes que atribuem a elas natureza substancial. 
 
1.1. Classificação 
 
A - Quanto ao fato 
a) Diretas: buscam demonstrar a veracidade da alegação de ocorrência 
de determinado fato. São aquelas provas que mantém relação imediata com o que 
se quer provar. Exemplo: recibo de quitação é prova direta do pagamento. 
b) Indiretas: destinam-se a comprovar a veracidade dos fatos 
secundários (indícios). Por meio dos indícios, o juiz poderá deduzir o fato principal, 
ou seja, referem-se a fato diferente do que se quer provar, mas permitem que por 
meio delas e de induções se prove o fato desejado. Exemplo: prova de danos nas 
plantações para demonstrar que houve prática de turbação no imóvel. 
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B - Quanto ao Sujeito 
a) Pessoal: a verdade dos fatos será verificada com base em uma 
declaração ou afirmação de alguém sobre esses fatos ± produzida por uma 
declaração consciente de alguém. Exemplo: depoimento pessoal e prova 
testemunhal. 
b) Real: constituída por meio de objetos (coisas) que revelam fatos. Não 
há, portanto, declaração da verdade. Nesse caso, a verdade dos fatos será 
verificada por meio do exame de coisa ou pessoa. Exemplo: perícia. 
 
C - Quanto à preparação 
a) Causal: formada dentro do próprio processo. Exemplo: perícia e 
depoimento processual. 
b) Pré-constituída: produzida fora do processo. Exemplo: prova 
documental. 
 
D - Quanto ao objeto 
Testemunhais: formadas de modo oral. Não é a prova testemunhal 
somente, mas também o depoimento pessoal, o depoimento do perito, o 
interrogatório etc. 
Documentais: consistem nas afirmações sobre o fato, na forma escrita ou 
gravada (ex.: fotografia). 
Materiais: são as demais provas, que não se classifiquem como 
documentais nem como testemunhais. 
 
1.2. Objeto da Prova 
O objeto essencial da prova são os fatos. Esses deverão ser demonstrados 
no processo se mantiverem relevância para seu julgamento. Assim, nem tudo que se 
discute no processo precisa ser comprovado. 
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O direito deve ser de conhecimento do juiz e por isso não precisa ser 
provado, o que poderá ser exigida é a prova de sua vigência, uma vez que o juiz não 
é obrigado a conhecer, todas as normas jurídicas de direito municipal, estadual, 
estrangeiro ou consuetudinário (CPC, art. 337). Dessa forma, essa exigência 
constitui exceção ao jura novita cria (o juiz tem que conhecer a norma jurídica). 
A prova da vigência da norma pode ser feita por meio de certidões ou, no 
caso de direito estrangeiro, por pareceres de juristas do outro país ou ainda por 
juristas locais que tenham notório conhecimento da legislação estrangeira. 
São admitidos todos os meios legais e os moralmente legítimos, ainda que 
não especificados no CPC, para provar a verdade dos fatos, em que se funda a 
ação ou a defesa (art. 332). O objeto de prova deverá ser pertinente à causa em 
discussão. Se a prova que se quer produzir nada irá acrescentar ao convencimento 
do juiz, por motivo de economia processual, deve ser evitada. É também 
impertinente a produção de prova sobre fato impossível. O CPC, em seu art.334, cita 
alguns fatos relevantes que não precisam ser comprovados: 
 
1 ± Notórios: aqueles de conhecimento geral. Para que assim sejam 
entendidos, não há necessidade que sejam de conhecimento dojuiz; mas o sendo, 
não podem ser declarados de ofício. Assim, são notórios os de conhecimento geral 
na região onde tramita o processo. Não é preciso que eles sejam de conhecimento 
global para serem notórios. 
Exemplo: É do conhecimento de todos os paulistanos, os sérios problemas 
de violência urbana, a criminalidade e o trânsito lento na Grande São Paulo. Em 
uma cidade do interior, todos sabem que são frequentes as inundações nas casas 
de uma determinada região ribeirinha. 
 
2 ± Os afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária: não 
há porque provar o que não está sendo contestado. A confissão pode ser a expressa 
pela parte ou ser ficta, esta advém da revelia ou do descumprimento do ônus da 
impugnação especificada dos fatos (CPC, art. 302), quando eles produzirem efeitos. 
 
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3 ± Os admitidos, no processo, como incontroversos: embora os fatos 
comprovados expressa ou fictamente sejam incontroversos, nem sempre será 
afastada a possibilidade de produção de prova. Esses fatos estão especificados nos 
incisos dos art. 302 e 320, e, para eles, mesmo que não haja contestação ou 
impugnação especificada dos fatos, o juiz determinará a produção de provas. 
 
Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos 
narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, 
salvo: 
 I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
 II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que 
a lei considerar da substância do ato; 
 III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu 
conjunto. 
 Observando-se que Esta regra, quanto ao ônus da impugnação 
especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao 
órgão do Ministério Público (parágrafo único). 
Art. 320. A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo 
antecedente: 
I - se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que 
a lei considere indispensável à prova do ato. 
 
4 ± Cuja existência ou veracidade a lei já faça presumir: o legislador 
presume a veracidade de determinados fatos de maneira absoluta (juris et de juri, 
não admite prova em contrário) ou relativa (juris tantum, admite prova em contrário). 
A presunção, nesse caso, é resultado do fato confirmado que, a partir da aplicação 
da lei, se pode concluir. 
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A presunção de veracidade em uma alegação exclui a necessidade de que 
ela seja provada. Quando essa presunção for relativa, o adversário é quem 
produzirá provas demonstrando a inveracidade (Exemplo: revelia). Já no caso da 
presunção absoluta a produção de provas em contrário será totalmente afastada. 
As presunções podem ser: 
a) Legais: estabelecidas pelo próprio legislador. Exemplo: revelia ou 
culpa do patrão por ato do empregado. 
b) Simples ou hominis: decorrem da observação daquilo que 
normalmente acontece. Exemplo: acidente de trânsito no qual há colisão na traseira 
de um veículo que segue à frente. 
 
Obs.: Os indícios são sinais indicativos da existência ou veracidade de um fato, mas 
sozinhos não provam tal fato. Assim, eles não podem ser confundidos com as 
presunções. 
 
1.2.1. Prova de Fato Negativo 
Os fatos negativos não precisam ser provados (negativa non sunt probanda), 
isso ocorre porque se demonstra a existência de um fato e não sua inexistência, ou 
seja, quem afirma a existência de um fato é quem deve prová-lo e não quem o nega. 
 
1.2.2. O Juiz e a Produção da Prova 
O CPC, art. 130, esclarece que o juiz não tem mais um papel passivo na 
condução do processo. Ele não age como espectador limitando-se a procurar a 
verdade formal dos fatos que as partes apresentam. Para encontrar a solução mais 
justa do processo, ele precisa interferir diretamente na produção da prova, 
procurando a verdade real para tomar sua decisão. Ainda que o processo trate 
somente de interesse exclusivo, sempre haverá um interesse indisponível ± a 
solução mais justa possível. 
O juiz, a princípio, não deve julgar com base no ônus da prova. Deverá 
buscar sempre a verdade real, determinando de ofício a produção de provas se 
houver inércia das partes, e somente quando esgotadas as possibilidades de 
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produção de provas poderá recorrer a essa opção, devendo, contudo, manter a 
imparcialidade, já que o objetivo é encontrar a solução mais justa. 
Nesse caso, a atividade probatória não caberá somente às partes, mas o juiz 
também deve interferir. Não pode se contentar com a verdade formal ao declarar o 
ônus da prova sem recorrer a tudo que for possível para encontrar a verdade real. 
A interferência do juiz também permite que se assegure a igualdade entre os 
sujeitos processuais ± princípio da igualdade, garantido tanto pela CF quanto pelo 
CPC. Essa exigência da lei processual é real e possibilita que o juiz solicite a 
produção de provas não requeridas pela parte mais fraca. 
Ora, caso se omitisse, não defendendo a parte mais fraca, o juiz estaria 
desrespeitando a imparcialidade, afrontando a própria Carta Magna. Assim, fica 
claro que o magistrado poderá de ofício solicitar a produção de provas para 
assegurar o princípio da igualdade e que se encontre a verdade. 
Em regra, o ônus da prova caberá ao autor quando se tratar de fato 
constitutivo de seu direito. Deve o autor, portanto, provar os fatos que alega na 
petição inicial ± as partes têm o ônus de produzir prova e não o dever. O réu não 
precisa provar a inverdade do que alegou o autor, se não o fizer, não ficará em 
situação de desvantagem. Ficará, sim, se o autor provar o que alegou. 
A exceção ocorre quando o réu alegar, em defesa de mérito indireta, fato 
novo, que possa extinguir, modificar ou impedir direito do autor. Nesse caso, há 
inversão do ônus. Exemplo: o réu alega compensação de dívida numa ação de 
cobrança (na compensação, duas pessoas são ao mesmo tempo credoras e autoras 
uma da outra). 
A regra do ônus da prova terá importância para o juiz quando, no momento 
da decisão, a prova for insuficiente ou inexistente. De modo que ele terá que dizer a 
quem recaía a prova dos fatos e julgar com desvantagem para aquela parte. A 
inversão do ônus da prova se dá de três modos: 
a)Convenção entre as partes: salvo quando recair sobre direito 
indisponível da parte ou tornar à parte excessivamente difícil o exercício do direito 
(art. 333, parágrafo único). 
b) Legal: Aquela prevista expressamente em lei. Temos esse exemplo no 
Código de Defesa do Consumidor, por exemplo, no § 3o do art. 14: o fornecedor de 
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serviços só não será responsabilizado quando provar: I ± que, tendo prestado o 
serviço, o defeito inexiste; II ± a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
c) Judicial. O juiz deverá analisar a viabilidade de seu cabimento 
mediante verificação dos requisitos legais. Ocorre também no CDC, inciso VII do art. 
6o: a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da 
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a 
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências. 
O ônus de alegar antecede ao ônus de provar, ou seja, o objeto da prova 
será delimitado pelos fatos alegados. Na petição inicial o autor irá mencionar os 
fatos constitutivos do seu direito e o réu, na contestação, invocará fatos extintivos, 
modificativos ou impeditivos do direito do autor, e o juiz se aterá aos fatos 
apresentados pelas partes na hora de proferir seu julgamento, não podendo 
considerar fatos que essas partes não tenham apresentado. 
O ônus da prova poderá ser examinado sob dois aspectos: 
a) Subjetivo: as regras do ônus da prova são dirigidas às partes e cada 
uma delas deverá provar as alegações que formulou para convencer o juiz de sua 
veracidade. Nesse caso, há distribuição de encargos entre as partes e aquela que 
não cumprir sua parte sofrerá as consequências negativas desse descumprimento. 
b) Objetivo: as regras do ônus da prova são dirigidas ao magistrado para 
orientar o julgamento e ele não poderá proferir o non liquet �³QmR� HVWi� FODUR´��� 2X�
seja, sem determinar a produção das provas necessárias à apuração do ocorrido, o 
juiz não poderá alegar incerteza quanto aos fatos que fundamentam o pedido. 
Depois de cumprido todo o processo de instrução e não havendo mais 
provas que possam esclarecer os fatos, caso haja uma dúvida insanável, o juiz 
deverá dar a sentença com base no ônus da prova. Isso significa que ele se 
perguntará a quem cabia fazer a prova e se a resposta for ao autor, então a 
demanda será julgada improcedente, se for ao réu, será procedente. Cabe ressaltar 
que o juiz só se utilizará dessa premissa em casos extremos, onde a dúvida seja 
invencível. 
 
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1.3. Distribuição do ônus da prova 
Está previsto no art. 333 do CPC e estabelece: o ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do 
direito do autor. 
Assim, no aspecto subjetivo pode-se dizer que o ônus da prova cabe a 
quem faz a alegação. Essa regra vale não somente para autor e réu, mas para 
qualquer um que vier a intervir no processo. Ou seja, cada parte terá o ônus de 
provar aquilo que alegou e que é do seu interesse ver reconhecido. 
Numa defesa de mérito indireta, o réu irá reconhecer o direito, mas ao 
mesmo tempo oporá fato impeditivo, modificativo ou extintivo (conforme art. 333, II, 
do CPC), desse modo, o réu estará assumindo o ônus de provar o fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor, deverá provar o que alegou. 
Pelo aspecto objetivo do ônus da prova não se leva em conta quem 
produziu a prova, mas, tão somente, se ela foi produzida. Ou seja, afasta-se a 
questão de a quem recaía provar segundo critérios relativos aos sujeitos do 
processo, importa se o que foi alegado está provado. As provas não pertencem a 
uma ou outra parte, integram o processo. 
 
1.4. Inversão do ônus da prova 
De maneira geral a parte que tem interesse na demonstração de um fato é 
quem tem o ônus de comprová-lo. A inversão do ônus da prova se dará quando 
houver alteração dessa regra natural de distribuição de ônus e poderá ter três 
origens distintas: legal, convencional ou judicial (como exposto no tópico 1.2.2. O 
Juiz e a Produção da Prova). 
 
 1.4.1. Inversão Convencional 
É possível alterar a distribuição do ônus da prova entre as partes através de 
convenção. Isso está disposto no CPC, art. 333, parágrafo único, que prevê também 
duas exceções a essa possibilidade: é nula a convenção que distribui de maneira 
diversa o ônus da prova quando: 
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I ± recair sobre direito indisponível da parte; 
II ± tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
Assim, no caso do inciso I a inversão não será possível, pois uma vez que o 
direito é indisponível não está sujeito à transação, nem à confissão, e a inversão 
seria uma burla indireta a essas proibições. 
Já no caso do inciso II, mesmo que o direito seja disponível e o interessado 
possa renunciar ou transigir sobre ele, o próprio juiz não pode conduzir um processo 
público no qual a parte assumiu, por convenção, o ônus de produzir a probatio 
diabolica, ou seja, uma prova muito difícil de ser alcançada. 
 
1.4.2. Inversão judicial 
O juiz autorizado pela lei, ao proferir o julgamento, altera as regras legais de 
distribuição do ônus da prova. Isso acontece no Código de Defesa do Consumidor, 
quando no art. 6º, VIII, prevê-se a permissão da inversão do ônus da prova em favor 
do consumidor sempre que o juiz acreditar ser verossímil a alegação ou quando for 
ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência. 
Pode ocorrer a inversão judicial de fato quando o juiz considerar que o 
consumidor é hipossuficiente não só economicamente, mas principalmente quanto à 
informação. Ou seja, sempre que a produção de prova se tornar difícil para o 
consumidor porque lhe falta esclarecimento técnico ou informações que estão em 
poder do fornecedor. 
 
1.5. Hierarquia das Provas 
O CPC, art. 131, consagrou o princípio da persuasão racional ou livre 
convencimento motivado. Isso significa que, ao analisar a prova, o juiz pode atribuir 
valor a ela como melhor lhe aprouver. Assim, as provas, independentemente de seu 
tipo, poderão influenciar o juiz na tomada de decisão, uma não terá necessária 
prioridade ou preferência sobre outra. 
Esse princípio diverge do sistema da prova legal, ou tarifada, em que cada 
tipo de provatem um valor fixo pré-estabelecido. Esse sistema deixa pouca margem 
à formação da convicção do juiz e é repudiado pela processualística moderna. 
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Apesar desse repúdio, é possível citar exemplos da prova legal em nosso 
ordenamento, é o caso do art. 366 e 401 do CPC. 
Art. 366. Quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento 
público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta. 
Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos 
cujo valor não exceda o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo 
em que foram celebrados. 
O sistema de convicção íntima permite que o juiz decida de acordo com sua 
vontade sem nem mesmo se basear nas provas e sem fundamentar sua decisão. A 
adoção desse sistema abre espaço para arbitrariedades judiciais e por isso não é 
mais utilizado, a não ser no caso das decisões do Tribunal do Júri. 
O princípio da persuasão racional ou livre convencimento motivado permite 
que o juiz tenha liberdade para dar o valor que julgar necessário às provas, mas 
também lhe atribui o dever de justificar sua decisão com base nas provas colhidas, 
demonstrando quais delas foram mais importantes para convencê-lo de sua decisão. 
Essa decisão não poderá basear-se em razões pessoais, motivações emocionais e 
nem num conhecimento próprio dos fatos. Quando o caso for de conhecimento 
próprio dos fatos, o juiz deverá ser substituído, mas poderá ser ouvido como 
testemunha. 
 
1.6. Fontes e Meios de Prova 
Fontes de prova são elementos específicos e externos ao processo por meio 
dos quais se podem extrair informações relevantes para a comprovação do que se 
alega. Poderá ser considerada fonte, a pessoa que tenha conhecimento dos fatos e 
possa dar seu depoimento, bem como coisa de cujo exame possam ser elucidadas 
questões de fato relevantes ao processo. Essas fontes deverão ser submetidas a 
análises e investigações necessárias para que se esclareça o que for necessário 
Meios de prova são métodos gerais usados nos processos para a 
investigação do fato. São elementos genéricos e internos ao processo. Enquanto 
uma pessoa que contenha informação sobre os fatos é uma fonte de prova, a prova 
testemunhal, com todos os seus requisitos e formas de obtenção é um meio. 
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Coisa cujo exame traga informações sobre o processo é uma fonte, e prova 
pericial ou inspeção judicial é o meio. Quanto a esses meios, estabelece o CPC, art. 
332: Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não 
especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se 
funda a ação ou a defesa. 
A confissão não é propriamente um meio de prova e sim uma declaração 
onde a parte reconhece fato que lhe é desfavorável tornando desnecessária a 
produção de provas. 
O artigo 332, citado, possibilita a apreciação de provas atípicas, não 
previstas no ordenamento jurídico. Segundo o art. 332, o rol de provas mencionado 
na lei é numerus apertus (exemplificativo). São exemplos de provas atípicas ± prova 
emprestada, constatações feitas por oficial de justiça, comportamento 
extraprocessual das partes. 
 
1.7. Espécies de Prova 
O CPC prevê espécies típicas de provas ± testemunhal, pericial, 
documental, depoimento pessoal, confissão e inspeção judicial. Mas, não restringe a 
ocorrência de outras espécies: as atípicas, que devem cumprir a regra, já 
mencionada, do art. 332: a prova deve ser legal e moralmente legítima. 
 
1.7.1. Depoimento pessoal 
Quando a parte contrária requer testemunho das partes em juízo, origina-se 
o depoimento pessoal. É uma espécie de prova oral. Não se confunde com prova 
testemunhal, pois os sujeitos que prestam depoimento pessoal devem estar na 
relação jurídica processual como partes da demanda. 
Também não se confunde depoimento pessoal com prova pericial, pois 
enquanto o depoimento pessoal deve ser prestado por sujeitos interessados, 
diretamente, no processo, a prova pericial deve ser dirigida por um terceiro que não 
tenha interesse na solução processual. 
O pedido para depoimento pessoal dos sujeitos envolvidos deve ser feito 
expressamente pela parte contrária do processo (autor ou réu). Admite-se pedido de 
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depoimento pessoal feito por terceiros intervenientes dos sujeitos que se encontram 
em posição oposta no processo. No entanto, não se admite o pedido de ofício feito 
pelo juiz, pois, nesse caso, estaria ocorrendo o interrogatório da parte e não 
depoimento pessoal. 
O Ministério Público, quando atuar como parte, poderá requerer depoimento 
pessoal da parte contrária. Quando atuar como fiscal da lei, não se pode falar em 
parte contrária, mas o MP poderá requerer o depoimento pessoal das partes. Frise-
se que figura como sujeito no depoimento pessoal, sempre, a pessoa física. Essa 
regra se aplica à pessoa jurídica que seja parte no processo, de modo que o 
depoimento pessoal da pessoa jurídica será realizado por representante legal ou 
preposto com poderes de confessar. Por fim, regem o depoimento pessoal o 
princípio da pessoalidade e indelegabilidade. 
 
A - Consequências do depoimento pessoal 
O depoimento pessoal terá seus efeitos definidos em razão de fatores 
diversos, como presença da parte na audiência de instrução, da postura adotada, do 
conhecimento dos fatos. A parte que prestar o depoimento pessoal deverá ser 
intimada pessoalmente, não sendo suficiente a intimação do seu patrono. 
Também se deve ter em mente que a presença não é dever processual, e 
sendo assim, não é admitida a aplicação de nenhuma sanção ao ausente. 
Entretanto, há um efeito processual originado da ausência da parte: a confissão 
tácita, ou seja, os fatos apresentados pela parte contrária serão considerados 
verdadeiros. 
Além de que, acarretará o mesmo efeito citado quando a parte comparecer, 
mas ficar em silêncio ± não respondendo às perguntas do juiz, do defensor da parte 
contrária ou às respondendo de modo evasivo, salvo se a parte permanecer em 
silêncio nos casos previstos nos arts. 345 e 347, CPC, situações em que não sofrerá 
sanção de serem imputados como verdadeiros os fatos não contestados. 
Art. 345. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao 
que lhe for perguntado, ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais 
circunstâncias e elementos de prova, declarará,na sentença, se houve recusa de 
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depor. 
Art. 347. A parte não é obrigada a depor de fatos: 
I - criminosos ou torpes, que lhe forem imputados; 
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. 
Contudo, mesmo nas exceções acima citadas, não se admite o silêncio 
quando as ações forem de caráter de filiação, divórcio ou anulação de casamento 
(parágrafo único do art. 347, CPC). 
A confissão expressa poderá ocorrer na audiência. Para que isso ocorra, 
basta a parte, no depoimento pessoal, responder positivamente às perguntas que 
contêm como objeto fatos contrários a seu interesse. 
 
B - Procedimento 
O depoimento pessoal é composto por quatro etapas: propositura, 
admissibilidade, produção e valoração. 
1 ± Propositura: para o autor, ocorre com a petição inicial e para o réu, com 
a contestação. 
2 ± Admissibilidade: ocorre no saneamento do processo devendo ser feita 
oralmente, na audiência preliminar, ou por escrito por meio da decisão saneadora. 
Em qualquer das formas, trata-se de uma decisão interlocutória, recorrível por 
agravo. 
3 ± Produção: divide-se em duas fases: preparação e realização. A 
preparação ocorre antes da audiência de instrução, constitui a intimação. Essa tem 
caráter pessoal e poderá ser feita por meio dos correios ou pelo oficial de justiça. A 
realização, por sua vez, ocorre na audiência de instrução e julgamento. 
4 ± Valoração: ocorrerá no momento em que o magistrado proferir a 
sentença. 
 
1.7.2. Interrogatório das Partes 
Constitui um meio de prova e pode ser determinado de ofício pelo juiz, a 
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qualquer tempo, para esclarecer fatos que não tenham ficado claros ao longo do 
processo. Tem caráter complementar e por isso geralmente é solicitado depois do 
encerramento da instrução quando o juiz ainda precisa sanar alguma dúvida que 
restou após analisar as provas. 
Não deve ser confundido com o depoimento pessoal, que apesar de também 
ser um meio de prova é requerido pelo adversário e ocorre na fase de instrução do 
processo tendo como objetivo extrair da parte uma confissão. 
 
A - Procedimento 
O juiz manda intimar as partes pessoalmente para serem interrogadas. O 
intimado não tem a obrigação de comparecer e sim o ônus, logo se não o fizer 
deverá arcar com os prejuízos de sua omissão. Nesse caso o juiz não aplicará a 
pena de confesso, pois essa só cabe para recusa de depoimento pessoal, porém 
como ele precisava de esclarecimentos que não obteve, isso poderá prejudicar o 
que se omitiu. 
Uma vez determinado o interrogatório o juiz questionará os pontos que 
precisa elucidar e os advogados poderão participar e até formular perguntas. 
 
1.7.3. Confissão 
A parte favorece o adversário declarando fatos contrários ao seu próprio 
interesse. A confissão tem natureza jurídica de declaração unilateral de 
reconhecimento de fatos e não deve ser considerada como meio de prova, pois não 
é um mecanismo à disposição das partes para obter informações a respeito de fatos 
relevantes para o processo. Apesar disso, ela influencia fortemente o convencimento 
do juiz já que afasta a controvérsia quanto ao fato discutido. 
É diferente da renúncia ao direito ou do reconhecimento jurídico do pedido, 
pois, nestes a parte abre mão do direito discutido no processo e extingue-se o 
processo com o julgamento do mérito em desfavor do autor que tenha renunciado a 
direito ou em seu favor se houver reconhecimento jurídico do pedido pelo réu. 
Por meio da confissão a parte admite a verdade de um fato, mas isso não 
significa que o pedido do adversário será acolhido, pois cabe ao juiz estabelecer as 
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consequências desse ato, fundamentando-se no princípio do livre convencimento 
motivado. 
Dessa forma, a confissão ocorre quando a parte admite como verdadeiros os 
fatos alegados contra si. Ela engloba três elementos: reconhecimento de fato 
alegado; voluntariedade; prejuízo à parte que confessou. Além disso, para que a 
confissão seja eficaz, é necessário preencher alguns requisitos: o confitente deve ter 
capacidade plena; inexigibilidade de forma especial para a validade do ato; 
disponibilidade do direito relacionado ao fato confessado. 
É considerada pela lei processual como negócio jurídico, tanto que pode ser 
anulada se houver vício de consentimento. 
Art. 352 do CPC: A confissão, quando emanar de erro, dolo ou coação, 
pode ser revogada: 
 I - por ação anulatória, se pendente o processo em que foi feita; 
 II - por ação rescisória, depois de transitada em julgado a sentença, da qual 
constituir o único fundamento. 
Parágrafo único. Cabe ao confitente o direito de propor a ação, nos casos 
de que trata este artigo; mas, uma vez iniciada, passa aos seus herdeiros. 
 
A - Espécies de confissão 
A confissão pode ser: 
1 ± Judicial: realizada nos autos por meio de atos do processo e pode ser 
feita tanto pela parte como por representante com poderes para confessar. Verifica-
se no processo, podendo ocorrer a qualquer tempo durante o depoimento da parte e 
podendo ter a forma escrita ou oral. Se for escrita poderá vir em qualquer 
manifestação das partes, como contestação, réplica ou petição apresentada aos 
autos. Além disso, pode ser provocada ou espontânea. 
a) Provocada: é resultado do depoimento pessoal, podendo ser real ± 
quando a parte responde às perguntas ± e ficta, quando a parte não comparece na 
audiência ou nega-se a responder às perguntas injustificadamente. 
b) Espontânea: realiza-se fora do depoimento pessoal, podendo ser oral 
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ou escrita. 
2 ± Extrajudicial: feita fora do processo, oralmente (caso em que só terá 
eficácia se a lei não exigir prova literal ± CPC, art. 353, parágrafo único) ou de modo 
escrito. Quando escrita e feita pela parte ou por representante, terá a mesma 
eficácia probatória da judicial. 
Quando feita por terceiros ou contida em testamento, será apreciada 
livrementepelo magistrado. Devemos lembrar que nenhuma das formas de 
confissão é prova plena. Ademais, a confissão é indivisível, não sendo permitido à 
parte aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável. 
A confissão judicial ou extrajudicial poderá ser feita pela parte ou por 
procurador com poderes especiais. 
Art. 349 do CPC: A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. 
Da confissão espontânea, tanto que requerida pela parte, se lavrará o respectivo 
termo nos autos; a confissão provocada constará do depoimento pessoal prestado 
pela parte. 
Parágrafo único. A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte, 
ou por mandatário com poderes especiais. 
 
B - Eficácia da confissão 
A confissão dispensa a prova porque torna os fatos sobre os quais se 
discute incontroversos (CPC, art. 334). Porém, essa regra é relativa e não absoluta 
devido ao princípio do livre convencimento motivado do juiz. Ou seja, embora a 
confissão provoque presunção de veracidade dos fatos, ela é um dos vários 
elementos de convencimento do juiz e ele é quem decidirá se ela torna os fatos 
incontroversos dispensando outras provas, ou se não os considera assim 
determinando as provas e baseando sua decisão no conjunto dos elementos, entre 
eles a confissão. 
Restrições à eficácia da confissão: 
a) A confissão extrajudicial, feita verbalmente, só será eficaz se a lei não 
exigir prova literal. 
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b) Não é possível provar por confissão atos ou negócios jurídicos para os 
quais se exija por lei a forma escrita como substância do ato. 
c) Terá sua eficácia apreciada pelo juiz confissão judicial ou extrajudicial 
feita por escrito a terceiro. Nesse caso, o juiz aprecia a existência e não a eficácia da 
confissão e decide livremente se ela ocorreu ou não. 
d) Se a forma constituir a própria substância do ato, a confissão não será 
eficaz como prova. Quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento 
público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta. 
(CPC, art. 366). 
Nos casos de litisconsórcio, qualquer um dos litisconsortes pode confessar 
sem o consentimento dos demais, mas essa confissão só é prova contra ele mesmo 
(CPC, art. 350). Inclusive, pode ocorrer de essa confissão não ser eficaz nem 
mesmo para o confitente, pois o fato por ele confessado pode ser impugnado pelos 
demais litisconsortes, tornando-o controverso e fazendo com que se torne 
necessária a produção de provas. 
Assim, a dispensa de provas, nesse caso, só ocorrerá se o litisconsorte 
confessar fato que se refira somente a ele e a seus interesses, o que só é possível 
no litisconsórcio simples já que no unitário o que é relevante a um litisconsorte é 
relevante para todos, forçando-se uma solução comum. 
Aplica-se a regra do art. 350 do CPC, referente aos litisconsortes, à 
confissão expressa e ficta. No parágrafo único do mesmo dispositivo (art. 350), 
estabelece-VH�TXH� ³QDV�Do}HV�TXH�YHUVDUHP�VREUH�EHQV� LPyYHLV�RX�GLUHLWRV� VREUH�
LPyYHLV�DOKHLRV��D�FRQILVVmR�GH�XP�F{QMXJH�QmR�YDOHUi�VHP�D�GR�RXWUR´��&RP�LVVR��R�
legislador procura evitar que se burle a exigência de outorga uxória (exigência de 
que a pessoa casada tenha o consentimento do outro cônjuge) nas demandas que 
versem sobre bens imóveis. Constitui exceção a essa regra, segundo o novo Código 
Civil, os casos de casamento em regime de separação absoluta de bens, que 
dispensa a outorga uxória, sendo suficiente a confissão de cônjuge titular do bem, 
mesmo que desacompanhado. 
Será considerada confissão ineficaz aquela referente a fatos relacionados a 
direitos indisponíveis, geralmente, de natureza extrapatrimonial e pública. Nesses 
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casos, o juiz não considerará os fatos incontroversos e procederá à produção de 
provas. 
Ademais, a eficácia da confissão está restrita a prova de fatos, jamais de 
direitos. 
 
C - Perda de eficácia 
O art. 352, CPC, trata da possibilidade de revogação da confissão, porém a 
redação do artigo é falha e, na verdade, trata-se de retratação. Isso é, o confitente 
pode apresentar-se em juízo e exprimir nova versão dos fatos. Nesse caso, o juiz 
apreciará ambas e decidirá com base na sinceridade da confissão, da retratação, e 
nos demais elementos de prova. 
A confissão será ineficaz quando ela apresentar vício de consentimento ± 
erro, dolo ou coação. Caso o processo ainda esteja pendente, o art. 352 prevê a 
possibilidade de revogá-la por meio da ação anulatória, que irá declarar-lhe a 
ineficácia e não revogá-la ou anulá-la de fato, já que ela não é um negócio jurídico. 
O mesmo poderá ser feito em casos de fraude ou simulação contra 
credores, embora não esteja presente no referido artigo. Se o fundamento da ação 
for vício de consentimento, o confitente ou, em caso de morte, os herdeiros que se 
habilitem poderão ajuizar ação de anulação. Já se o vício for social, o terceiro 
prejudicado, o MP e a Fazenda Pública poderão ajuizar a ação. Quando essa ação 
for ajuizada é possível que o juiz do processo em que foi feita a confissão determine 
sua suspensão esperando a questão de eficácia ser resolvida. 
Se a sentença já tiver transitado em julgado e a confissão feita tiver sido o 
único fundamento do processo caberá ação rescisória. Nesse caso, será declarada 
a ineficácia da confissão e rescindida a sentença que a utilizou como único 
fundamento. 
Durante o curso do processo não há nada que impeça ao confitente de 
demonstrar que sua confissão não partiu de uma declaração de vontade livre e 
consciente. Assim, a ineficácia será decidida incidenter tantum (incidentalmente), 
sem força de coisa julgada, pelo mesmo juiz que já está cuidando do processo e, se 
demonstrado o vício, ele negará sua eficácia e não se baseará nela para seu 
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convencimento. 
 
D - Indivisibilidade da confissão 
(VWi� GLVSRVWD� QR� &3&�� DUW�� ����� ³$� FRQILVVmR� p�� GH� UHJUD�� LQGLYLVtYHO�� QmR�
podendo a parte, que a quiser invocar como prova, aceitá-la no tópico que a 
beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável. Cindir-se-á, todavia, quando o 
confitente lhe aduzir fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de defesa de 
GLUHLWR�PDWHULDO�RX�GH�UHFRQYHQomR´ 
A leitura do referido artigo transmite uma impressão equivocada de que a 
parte é quem decidirá se invoca ou não a confissão como prova. Porém, aconfissão 
constará nos autos e o juiz é quem decidirá qual sua importância para a formação de 
seu convencimento. 
A indivisibilidade significa que a confissão deve ser analisada como um todo 
e não isoladamente, admitindo apenas a parte em que o confitente declare algo em 
seu desfavor. Se o réu confessar na contestação ou o autor na reconvenção novos 
fatos que constituam fundamento de defesa, haverá a cisão. Pois não é possível 
confessar em seu próprio favor, somente sobre fatos contrários ao interesse próprio. 
O juiz é quem decidirá se dispensa ou não a produção de provas por causa 
da confissão. 
 
1.7.4. Prova documental 
Amplamente, é qualquer coisa capaz de representar um fato; estritamente, 
documento é o papel escrito. Está disposta no CPC, art. 364, e o legislador atribuiu a 
ela grande importância, uma vez que procurando manter a segurança jurídica, cada 
vez mais, as pessoas abandonam os acordos verbais e passam a documentar suas 
relações. 
Em vários casos, a própria lei material exige que o contrato tenha uma forma 
determinada. Esses são os negócios solenes, que se comprovam pela juntada do 
respectivo instrumento, porém até os contratos não solenes vem sendo celebrados 
de maneira escrita. Isso ocorre porque mesmo que o acordo não tenha uma forma 
específica, como é o caso do contrato de locação, as partes preferem fazê-lo 
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formalmente para se resguardarem. Reforçando esse pensamento, o art. 401do 
CPC não admite a prova exclusivamente testemunhal nos contratos de valor 
superior a dez salários-mínimos. 
Art. 401. A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos 
cujo valor não exceda o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo 
em que foram celebrados. 
 
A - Conceito de documento 
É qualquer representação material que sirva para provar um determinado 
fato ou ato. Geralmente são classificadas como prova documental literal aquelas 
escritas, mas os documentos podem utilizar outros tipos de suporte e também outras 
formas de representação. Ex: gravações em áudio. 
Os documentos são fontes de prova passiva, uma vez que as informações 
retiradas deles não precisam de participação ativa de alguém, como ocorre com a 
prova testemunhal, por exemplo. 
O conceito de documento se assemelha ao de instrumento, porém esse 
último representa a utilização da forma escrita para registrar uma declaração de 
vontade, é espécie, enquanto documento é o gênero. 
O instrumento pode ser da própria essência do negócio, constituindo 
verdadeiro suporte da manifestação de vontade sem o qual não haveria poder 
vinculante. Nos contratos solenes, por exemplo, exige-se o instrumento público 
como da essência do negócio, contudo em alguns casos a lei não o exige, podendo 
as partes optar por fazê-lo para produzir prova futura da manifestação da vontade. 
 
B - Classificação dos documentos 
 
1 ± Quanto à autoria 
a) Autógrafos: o que neles está contido foi produzido pelo próprio autor. 
Exemplo: escritos particulares, pois são lavrados pelos próprios emissores de 
vontade. 
b) Heterógrafos: o que neles está contido foi produzido por outra pessoa. 
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Exemplo: escrituras públicas, pois nelas o tabelião lavra a vontade dos contratantes. 
c) Públicos: expedidos por escrivão, tabelião ou funcionários públicos em 
geral. (CPC, art. 364). O documento público faz prova da sua formação e dos fatos 
que forem declarados como presenciados por oficial público. Assim, quando o 
documento for produzido por agente público e na presença de oficial de justiça serão 
considerados como verdadeiros quanto à formação e quanto aos fatos alegados. 
Essa presunção é relativa, uma vez que poderá ser contestada por meio de outras 
provas produzidas no processo. Quando a lei exigir instrumento público, prova 
diversa não poderá suprir a ausência do documento público. 
d) Privados: expedidos por particulares. O documento particular é aquele 
elaborado sem a intervenção de oficial público. É considerado documento particular 
aquele escrito e assinado pelos sujeitos; escrito por terceiros e assinado pelo 
declarante; escrito pela parte e não assinado e aquele que não foi nem escrito nem 
assinado pela parte. Nos dois primeiros casos, serão considerados verdadeiros os 
fatos em relação ao signatário ± presunção de veracidade relativa. Será autor do 
documento: aquele que o fez e o assinou; aquele por conta de quem foi feito, 
estando assinado; e aquele que, mandando compô-lo, não o assinou porque, 
costumeiramente, não se assina. 
 
2 ± Quanto ao conteúdo 
a) Narrativos: contêm declarações referentes a um fato de conhecimento 
de quem escreve. 
b) Dispositivos: contêm declaração de vontade, e não do conhecimento 
de um fato. Assim como os contratos, eles se relacionam com a constituição, 
extinção ou modificação das relações jurídicas. 
 
3 ± Quanto à forma 
a) Solenes: para serem válidos exigem uma forma específica que deve 
ser observada. 
b) Não solenes: não há exigência de uma forma específica para serem 
válidos. 
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C - Exibição de documento ou coisa 
Geralmente, a parte que vai usar os documentos já os tem e é quem deve 
juntá-los aos autos. Porém, existe a possibilidade de o juiz atribuir poder ao que não 
tem esses documentos para exigi-los de quem tem, existem duas maneiras de fazer 
isso: 
a) Requisição judicial: é enviada pelo juiz às repartições públicas, 
obrigando-DV� D� FXPSULU� VXD� GHWHUPLQDomR�� DSUHVHQWDQGR� ³,� ± as certidões 
necessárias à prova das alegações das partes; II ± os procedimentos administrativos 
nas respectivas causas em que forem interessados a União, o Estado, o Município, 
RX� DV� HQWLGDGHV� GD� DGPLQLVWUDomR� LQGLUHWD´� �DUW�� ������ 1R� FDVR� GRV� SURFHGLPHQWRV�
administrativos, o juiz mandará extrair cópia ou certidão das peças indicadas pelas 
partes ou de ofício, no prazo máximo de 30 dias, e restituirá os autos à origem. 
Essa ordem de requisição pode ocorrer de ofício ou à pedido das partes 
sempre que houver documento necessário à apuração dos fatos que não pode ser 
conseguido sem a intervenção judicial. 
As requisições feitas às repartições públicas têm sido utilizadas não só para 
a juntada de documentos, mas também para buscar informações que serão úteis às 
partes. Ex.: requisição de endereços ou dados de alguém, informações sobre a 
existência de bensou depósitos bancários junto ao Banco Central ou Receita 
Federal. 
 
 
a) Qualquer reprodução mecânica faz prova quando a 
parte contrária a confirmar. 
b) Em caso de impugnação, o magistrado determinará a 
produção de prova pericial. 
c) Reproduções fotográficas ou obtidas por meio de outros 
processos de reprodução terão validade de certidão sempre que o 
escrivão der fé a sua conformidade. 
d) Quando o documento tiver emenda, borrão ou 
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cancelamento em parte substancial do processo, caberá ao juiz 
apreciar a fé do documento. 
e) A fé do documento termina quando: declarada 
judicialmente sua falsidade, contestada a assinatura, até que se 
comprove a veracidade e quando for assinado em branco e de modo 
abusivo for preenchido. 
 
D - Incidente de falsidade documental 
A falsidade documental pode ser objeto de uma ação autônoma. No entanto, 
para a necessidade de alegar a falsidade documental durante o processo, caberá 
espécie de ação declaratória incidental. Tanto os documentos públicos como os 
privados poderão ser objeto do incidente de falsidade documental. 
O incidente de falsidade documental poderá ser arguido a qualquer tempo e 
grau de jurisdição. O prazo preclusivo para arguição na petição inicial é o prazo de 
contestação. Nos demais casos, o prazo é de dez dias contados da intimação da 
juntada aos autos. 
Terá legitimidade para arguir o incidente a parte não responsável por 
produzir a prova e o Ministério Público, quando atuar como fiscal da lei. É bom 
lembrar que a interposição de incidente de falsidade suspende determinados atos do 
processo ± suspensão imprópria. 
 
E - Produção da prova documental 
A produção da prova documental deve ser realizada pelo autor na petição 
inicial e pelo réu na contestação. Apesar da natureza preclusiva do art. 396 do CPC 
± movimentos iniciais das partes no processo ± não se admite a produção de prova 
documental. Há duas exceções: fazer prova de fatos ocorridos depois dos 
articulados e fazer provas para contrapor prova documental produzida pela parte 
contrária. 
 
1.7.5. Prova testemunhal 
É produzida por meio de inquirição de pessoas estranhas ao processo sobre 
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fatos que sejam relevantes para o julgamento. A própria testemunha fornece as 
informações ao juiz, tornando-se um meio de prova ativo e pessoal. Esse meio de 
prova sofre inúmeras críticas e, muitas vezes, é restringido ou menos valorizado no 
processo por ser considerado mais suscetível a distorções dos mais variados tipos. 
Mesmo assim, a oitiva de testemunhas é indispensável como instrumento de prova, 
podendo comprovar fatos que não possam ser por outro meio comprovados. 
Também, nesse caso, prevalece o princípio do livre convencimento, ou seja, 
o juiz é quem decidirá de maneira motivada o que é importante para formação de 
sua convicção. Assim, o juiz poderá basear sua convicção em um ou em vários 
depoimentos, desde que quem testemunhou seja idôneo, insuspeito, tenha 
conhecimento dos fatos e preste declarações verossímeis. 
 
A - Admissibilidade e valor da prova testemunhal 
As restrições estabelecidas pela lei para a admissibilidade da prova 
testemunhal permitem perceber a menor confiabilidade atribuída a elas pelo 
legislador. Elas estarão sujeitas a demonstração de fatos controvertidos, que a 
testemunha conheça direta ou indiretamente. 
As testemunhas não serão ouvidas sobre questões jurídicas, técnicas ou 
científicas. É vedada pela lei processual inquirição de testemunhas sobre fatos: I - já 
provados por documento ou confissão da parte; II - que só por documento ou por 
exame pericial puderem ser provados. 
Há outra restrição importante no art. 401 do CPC: A prova exclusivamente 
testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o décuplo do maior 
salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados. 
Não se aplica a restrição do art. 401 a qualquer que seja o valor do contrato, 
as exceções são: 
a) Houver começo de prova por escrito, reputando-se tal o documento 
emanado da parte contra quem se pretende utilizar o documento como prova; 
b) Credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova 
escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, depósito necessário ou 
hospedagem em hotel. (CPC, art. 402 e incisos) 
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Dessa forma, não se aplica essa restrição ao documento escrito produzido 
pelo adversário, mesmo que não assinado. Logo o documento deve ser escrito, não 
acompanhado de fotografias ou gravações e conter indícios relevantes sobre a 
existência do contrato. 
Assim, a prova testemunhal seria inadmissível se a ela não fossem somados 
esses indícios que sozinhos também seriam insuficientes (CPC, art. 400, I). As 
regras válidas para a existência dos contratos aplicam-se ao pagamento e remissão 
da dívida (CPC, art. 404). 
 
B - A testemunha 
Deverá ser pessoa física, alheia ao processo, mas que conheça fatos 
relevantes a ele e compareça perante o juiz para declará-los. Seu interesse deve ser 
o de colaborar com o juízo, limitando-se a oferecer informações verdadeiras. Já o 
testemunho é o ato de prestar depoimento. 
Pessoas incapazes, impedidas ou suspeitas são proibidas por lei de prestar 
depoimento, pois é necessário que a testemunha tenha condições físicas e morais 
para prestá-lo. Assim, são incapazes de depor: 
a) Interdito por demência; 
b) Aquele que não podia discernir os fatos, quando ocorreram, por estar 
acometido de enfermidade, ou debilidade mental, ou não estava habilitado a 
transmitir percepções quando deveria depor. Nesses casos, a prova testemunhal 
não teria utilidade porque a prestação de informações estaria comprometida pela 
falta de discernimento. 
Nos casos de deficiência física, se o depoimento não se utilizar do sentido 
deficiente é válido (CPC, ART. 405, § 1º, I, II e IV). Ex.: se para testemunhar um fato 
do qual dependa exclusivamente da visão, e a testemunha tiver unicamente 
problemas auditivos, não há que se falar em restrição a seu depoimento. 
O menor de 16 anos é incapaz para depor, mas o relativamente capaz não o 
é. Ele poderá depor sem nenhuma restrição, não havendo nem mesmo a 
necessidade de ser assistido por pais ou tutor (CPC, art. 405, § 1º, III). 
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Quem intervém em nome de qualquer das partes é impedido de ser 
testemunha (representante legal dos incapazes e das pessoas jurídicas). Também 
são impedidos o cônjuge ou os parentes próximos, até o terceiro grau, 
consanguíneos ou afins. Esses parentes até poderão ser ouvidos, segundo a lei 
processual, quando se tratar de causa relativa ao estado da pessoa e não houver 
outro meio de apuração desse fato, se ele for fundamental para o julgamento do 
mérito. 
Quem assiste, assistiu, qualquer das partes, ou os advogados das partes, 
bem como o juiz também são impedidos de depor (CPC, art. 405, § 2º, I, II e III). O 
juiz que tiver conhecimento dos fatos, deverá declarar-se impedido e poderá ser 
testemunha, desde que o substituto automático passe a presidir o processo. Seu 
nome será excluído do rol de testemunhas, se chamado a depor não tiver 
conhecimento dos fatos. Por outro lado, se tiver conhecimento dos fatos e, por isso, 
declarar-se impedido, a parte que o incluiu será proibida de desistir de seu 
depoimento. (CPC, art. 409). 
Obs.: O companheiro da parte também é impedido de depor, se houver união 
estável. 
Perde a credibilidade e por isso é suspeito aquele que mantém profunda 
amizade íntima ou profunda inimizade capital. Embora seja difícil para o juiz avaliar 
amizade íntima, ele deverá fazê-lo procurando parâmetros indicativos de um 
relacionamento próximo, e o mesmo ocorrerá com a inimizade capital. O fato de 
existir ação em curso entre a parte e a testemunha não a tornará suspeita, antes 
deverá ser verificada a natureza e grau desse litígio. 
Poderá ser suspeita a testemunha que tenha interesse no litígio e esse 
interesse poderá ter várias origens. Também poderá ser suspeita testemunha que 
trabalhe para a parte, pois a relação de subordinação poderia cercear sua liberdade. 
Antes de iniciar o depoimento far-se-á a qualificação da testemunha e se 
houver qualquer dos elementos que configurem casos de suspeição ou 
impedimento, o juiz poderá dispensar o depoimento. Se isso não for feito, a parte 
poderá contraditar a testemunha arrolada por seu adversário; isso é, alegar a 
incapacidade, impedimento ou suspeição. Essa ação deverá ser requerida antes que 
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o juiz advirta a testemunha a dizer a verdade, e antes de ter início o depoimento. 
A parte que a solicitar deve expor as razões pelas quais a está solicitando e 
pode inclusive comprovar por meio de documentos suas alegações. O juiz 
questionará a testemunha sobre as alegações e se ela negar, o suscitante terá a 
chance de comprovar suas alegações, levando ao juiz até três testemunhas para 
depor e comprovar essas alegações. Se o juiz as acatar, poderá dispensar a 
testemunha ou ouvi-la sem compromisso; se negar, ouvirá a testemunha advertindo-
a das penas de falso. 
Quando houver necessidade extrema, o juiz poderá ouvir testemunhas 
impedidas ou suspeitas sem compromisso e dará o valor que achar conveniente, 
que será diferente dos que tem compromisso (CPC, art.405, §4º). 
 Existem três tipos de testemunhas: 
1 ± Presencial: aquela que presenciou o fato. 
2 ± Referência: aquela que não presenciou o fato, mas teve conhecimento 
por meio de quem supostamente o cometeu. Nesse caso, o testemunho será mero 
indício. 
3 ± Referida: a "testemunha referida" é, na verdade, aquela cuja 
existência se toma conhecimento no depoimento de outra testemunha. 
 
 
C - Cabimento 
Caso não haja disposição em contrário, a prova testemunhal é admissível. 
(P�UHJUD��WRGR�WHUFHLUR�SRGH�WHVWHPXQKDU��)RL�GLWR�³HP�UHJUD´�SRUTXH�R�DUW������GR�
CPC prevê exceções, por meio de impedimento, incapacidade e suspeição. 
Como se sabe, estão impedidos de testemunhar em relação às partes na 
demanda: o cônjuge, ascendentes e descendentes, em qualquer grau, ou colateral 
até o terceiro grau das partes, seja por consanguinidade ou afinidade. Também 
ficam impedidos as partes e o sujeito que intervém no processo. 
Em relação ao magistrado, caso seja arrolado como testemunha, caberá a 
ele decidir se testemunhará ou não. Se optar por testemunhar, será declarado 
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impedido, devendo remeter o processo para o substituto legal. Nesse caso, a parte 
que o arrolou não poderá desistir da oitiva, pois estaria ferindo o princípio do juiz 
natural. 
O juiz, decidindo não testemunhar, deverá indeferir o pedido por meio de 
decisão interlocutória recorrível por agravo. Devemos lembrar que se encerra o 
impedimento em ações em que haja interesse público ou nas ações de estado da 
pessoa, quando a prova não puder ser produzida de outra maneira e tiver caráter 
definitivo. 
Serão suspeitos para testemunhar: 
a) Condenado definitivo por crime de falso testemunho. 
b) Aquele que não for digno de fé, devido a seus costumes. 
c) Inimigo capital ou amigo íntimo da parte, e não do juiz ou do advogado. 
d) Quem tiver interesse no litígio, o interesse deve ser jurídico. 
 
D - Deveres e direitos das testemunhas 
O primeiro dever das testemunhas é o comparecimento em juízo. O segundo 
dever é a obrigação de depor, ou seja, não poderá permanecer em silêncio, salvo 
quando lhe acarretar prejuízos ou a parentes (I, art. 406, CPC). Além disso, deve a 
testemunha dizer a verdade. As testemunhas têm o direito de não depor a respeito 
dos fatos que por estado ou profissão devam guardar sigilo. Têm o direito ao 
tratamento respeitoso e a não arcar com eventuais despesas para o 
comparecimento à audiência ou em razão da ausência no trabalho. 
 
E - Produção da prova testemunhal 
Realiza-se na audiência de instrução e julgamento, salvo: produção 
antecipada de provas; testemunhas que por doença ou outro motivo relevante 
estejam impossibilitadas de comparecer em juízo e demais autoridades previstas no 
art. 411do CPC; bem como as testemunhas que residam em outra comarca ou 
sessão judiciária, que serão ouvidas por carta precatória, e que residam em outro 
país, por carta rogatória. 
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De acordo com o CPC, as partes poderão oferecer até dez testemunhas. 
Caso sejam oferecidas mais de trêspara fato idêntico, o magistrado poderá 
dispensar o testemunho. As testemunhas devem ser arroladas previamente para 
que seja preservado o princípio do contraditório. 
Cabe ao juiz fixar o prazo para a apresentação das testemunhas e só em 
razão do seu silêncio é que se aplicará o prazo de dez dias antes da audiência. A 
petição deve conter: nome, profissão, residência e local de trabalho da testemunha. 
A omissão de um ou mais desses elementos causará a nulidade relativa. Uma vez 
listadas as testemunhas, a parte poderá substituí-las em três casos: falecimento, em 
razão de enfermidade e nos casos em que a testemunha mudou de residência e não 
tenha sido encontrada pelo oficial de justiça ou pelos correios. 
Outra observação a ser feita é a respeito da invenção de testemunha, 
percebendo esse ato malicioso por parte do advogado, o magistrado deverá proibir a 
substituição e aplicar a multa de litigância de má-fé. Além disso, o juiz determinará à 
Ordem dos Advogados a instauração do processo administrativo. 
Por fim, caso a testemunha negue os fatos imputados a ela, a parte que lhe 
imputou tais fatos deverá provar o que alegou (por meio de documentos ou 
testemunhas). Se necessária a produção de prova testemunhal, o juiz poderá adotar 
uma das seguintes decisões: indeferir ou acolher o depoimento da testemunha; 
deferir e não ouvir a testemunha; acolher, desqualificar a qualidade de testemunha 
do terceiro e colher o seu depoimento como mero informante do juízo. 
 
1.7.6. Inspeção Judicial e Prova Pericial 
Inspeção judicial é a prova produzida diretamente pelo magistrado, na 
inspeção das pessoas, coisas ou lugares. A inspeção judicial poderá ocorrer de 
ofício ou a pedido das partes. O próprio juiz faz exame em pessoas ou coisas para 
esclarecer fatos relevantes à causa. Não há consenso sobre a natureza jurídica da 
inspeção judicial ou se ela pode ser considerada um meio de prova. Como o juiz 
procede a exames ictu oculi predomina o pensamento de que ela é um meio de 
prova especial. 
Às partes é permitido o acompanhamento da inspeção, esclarecendo ou 
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fazendo observações pertinentes. O magistrado, quando necessitar de 
conhecimento técnico especializado, poderá requerer auxílio pericial. Finda a 
inspeção, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado com todas as informações 
importantes ao julgamento. Por fim, devemos lembrar que a inspeção ocorrerá na 
sede do juízo e na audiência de instrução e julgamento. A inspeção fora da sede do 
juízo dar-se-á como medida de verificação, interpretação ou reconstituição dos fatos. 
Na prova pericial, há a necessidade de tornar claros os fatos que exijam um 
conhecimento técnico específico para a compreensão completa. O CPC classifica 
perícia como exame, vistoria ou avaliação. 
1 ± Exame: perícia que tem como objeto bens móveis, pessoas, coisas e 
semoventes. 
2 ± Vistoria: perícia que tem como objeto bens imóveis. 
3 ± Avaliação: perícia que tem como objetivo verificar o valor de 
determinado bem, direito ou obrigação. 
A inspeção judicial é diferente da perícia, pois dispensa a nomeação de 
alguém com conhecimento técnico que preste informação ao juiz, uma vez que é o 
próprio juiz quem procede ao exame. 
 
A - Cabimento 
Por ser um meio de prova complexo, caro e demorado, a prova pericial não 
será produzida quando não for necessária a prova do que envolver o conhecimento 
especializado. Também será dispensada prova pericial nos casos em que se 
demonstrarem desnecessárias em razão de outras provas produzidas, como a prova 
documental. 
Além disso, há duas outras formas de dispensa de prova pericial, a saber: 
primeiro, quando as partes tanto na inicial como na contestação, apresentarem 
pareceres ou documentos técnicos que o magistrado reconhecer elucidativos às 
questões de fato; segundo, diz respeito à impraticável verificação do fato. 
 
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A prova pericial não é admitida no procedimento 
sumaríssimo. Nesse rito, apenas é admitida a inspeção judicial 
que se classifica como prova pericial simplificada, não tendo a 
necessidade de elaborar um laudo técnico. As conclusões são 
externalizadas pelo perito na audiência. Por sua vez, nos 
casos de rito sumário, a prova pericial é permitida, não 
podendo, contudo, ser complexa, pois se isso ocorrer, o rito 
passa a ser ordinário. 
 
 
B - Procedimento da prova pericial 
Em qualquer fase do processo poderá ser solicitada pelas partes ou de ofício 
a inspeção judicial. É costume dizer que esse procedimento tem caráter 
complementar porque na maioria das vezes é feito para esclarecer dúvidas que 
restaram depois da produção de provas, mas nada impede que ele seja feito no 
início como meio de evitar produção de provas demoradas ou dispendiosas. 
As partes poderão participar da diligência e, por isso, serão informadas 
sobre ela. A coisa ou pessoa que será inspecionada poderá ser apresentada em 
juízo ou ser feita no local em que ela se encontra. (CPC, art. 442). 
A indicação do perito será feita pelo próprio magistrado, até mesmo nos 
casos de perícia complexa. O juiz deverá, todavia, seguir dois requisitos: 
a) O perito deve ser profissional de nível universitário, devidamente 
inscrito no órgão de classe competente. 
b) O perito deve comprovar a sua especialidade na matéria por meio de 
certidão de órgão profissional em que for inscrito. 
A atuação do perito representa prestação de serviço público de caráter 
eventual. Terá ele o dever de prestá-lo, garantida a devida remuneração. O perito 
poderá escusar-se da atividade, por motivo legítimo, no prazo de cinco dias da 
intimação ou do impedimento superveniente. A substituição do perito poderá ocorrer 
em duas hipóteses: 
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a) O perito não tem o conhecimento técnico ou científico necessário, a ponto 
de impedir que o trabalho pericial seja realizado a contento. Trata-se de hipótese de 
rara ocorrência em razão de ser o próprio juiz o responsável pela indicação do 
perito, presumindo-se ter ciência prévia de sua capacidade. 
b) O descumprimento do prazo para a entrega do laudo pericial sem motivo 
legítimo, devendo-se a todo custo evitar essa hipótese de substituição, 
considerando-se todo o tempo, energia e dinheiro já gastos. 
Além dessas duas hipóteses, o perito também poderá ser substituído se for 
suspeito ou impedido. Caso o perito descumpra o prazo de

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