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Análise documental: Livre des métiers d'Etienne Boileau

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Trabalho Avaliativo
Disciplina: Métodos e técnicas de pesquisa II
Discente: Leandro Rocha
Docente: Bruno Henrique Souza Costa; Bacharelado, VII Período
Análise Documental
Livre des Metiers d' Etienne Boileau, I.I., t.XI, vol V, p.269
Goiânia. 07/05/2018
Análise Documental em História:
Natureza do texto:
	O trecho do qual nos propomos a analisar no seguinte trabalho é um fragmento da obra Livre des Metiers d' E Boileau, que se compreende na página 269, no I.I., t.XI, do volume 5. Usando de referência a obra Métiers et corporations de la ville de Paris: Les livres des Métiers D’Étienne Boileau, publicados por René Lespinasse (1843 – 1922) e François Bonnardot (1843 – 1926). O Livro dos Comércios – sendo mais específico, o recorte da página 269 que estamos realmente analisando - se trata portanto de um manual de conduta escrito pelo francês Etienne Boileau (1200? – 12..) direcionado aos ourives parisienses do século XIII.[1: LESPINASSE, René; BONNARDOT, François. Les Métiers et corporations de la Ville de Paris: XIII sécle - Le Livre des Métiers D’Étienne Boileau - Paris. Imprimerie Nationale. 1899. P. 1 – 48. Disponível em: http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k110190t Data de acesso: 05/05/2018.][2: Foi usado como referência para definir a natureza do texto e os seguintes passos da análise documental o prefácio e a introdução feita pelos autores citados.]
Circunstâncias de redação:
	Como Bonnardot e Lespinasse mostram no seu prefácio, a obra da qual tratamos é fruto de um período centralizado, demarcado por séculos de soberania feudal e da dominação religiosa com parceria ao estado (p. 10). Como nos mostra Le Goff (1924 – 2014) em Mercadores e Banqueiros da Idade Média (1991), a sociedade medieval do século XIII e XIV estava em um período de transição para aquilo que ele define de “revolução comercial”. Os centros urbanos renasciam e se tornavam cada vez mais prósperos, as autoridades econômicas se sobrepunham aos soberanos políticos, e os burgos com suas feiras cresciam imensuravelmente (p.7 – 8). Apareciam novos tipos de mercadores, dentre estes: Mercadores itinerantes, vigoravam pelas vias comerciais, sendo estas terrestres, fluviais e marítimas; Haviam também os mercadores sedentários, que formulavam contratos entre si, para dinamizar e facilitar as trocas (p. 16 -17). Apesar deste ambiente de mudanças radicais, lembremos o conceito de “longa duração” de Fernand Braudel (1902 – 1985), pois apesar das mudanças históricas ressaltadas pelo Le Goff a cultura e a mentalidade do século XIII ainda possui seu combustível motor nas relações religiosas e de hierarquia social, como veremos nas consequências desta análise documental.[3: LE GOFF, Jacques. Mercadores e banqueiros da idade média - São Paulo, Martins Fontes. 1991. P. 1 – 131. Disponível em: https://mega.nz/#F!ckN1CRQI!HmjoDloyHVLRV_w-rI6wNQ Data de acesso: 05/05/2018]
	Era então, neste ambiente que se encontravam os nossos objetos de análise (Etienne + trecho da obra), na forma de organização mercantil e exclusivista das corporações medievais. 
Ideia Geral e Plano
IG: Só se pode ser ourives quem fizer o juramento e trabalhar segundo os usos e costumes dessa profissão.
Plano:
Nenhum ourives pode trabalhar o ouro se não for com a melhor técnica
Nenhum ourives pode cunhar moeda que não seja tão boa quanto a libra esterlina ou melhor
Nenhum ourives pode ter mais que um aprendiz estrangeiro.
Nenhum ourives pode ter aprendiz privado com menos de dez anos.
Nenhum ourives pode ter aprendiz privado de menos de dez anos. Só pode ter aprendizes sob a condição de que ganhem cem soldos ao ano.
Nenhum ourives deve pedágios e outros tributos.
Nenhum ourives pode abrir sua forja no dia do apóstolo
Tudo o que se ganhar nas forjas nos dias que abrirem no dia dos Santos Pedro e Paulo, e aos domingos, em forma de rodízio, deve ser colocado na caixa da Companhia dos ourives para se fazer um jantar aos pobres do Hotel de Dieu de Paris).
Explicação dos Detalhes
Alcance do Texto:
	O texto do qual tratamos é um recorte de uma obra maior chamada Livre des Metiers d' E. Boileau. Etienne Boileau, que de acordo com Bonnardot e Lespinasse, foi um importante corporativista Francês (Introdução, p. 02-03). O trecho como um manual de conduta, busca definir os deveres, obrigações e os direitos dos ourives parisienses do século XIII, que juraram ter e guardar bem e lealmente a todas estas instituições. Em Paris só se pode ser ourives quem jurar: trabalhar o ouro se não for com a melhor das técnicas; só se pode ser ourives quem cunhar ouro com qualidade igual ou superior à libra esterlina. Nenhum ourives pode ter mais que um aprendiz estrangeiro. Nenhum ourives pode ter aprendiz privado de menos de dez anos. Nenhum ourives deve pedágios e outros tributos. Nenhum ourives pode abrir sua forja no dia do apóstolo, exceto se for sábado, assim sendo, nos dias que abrirem nestes dias, tudo que for ganho através das forjas deve ser direcionado para um jantar aos pobres do Hotel de Dieu de Paris. Os ourives juraram ter e guardar bem e lealmente todas estas instituições.
 Consequências:
A fonte tratada nesta análise documental, nos mostram com detalhes como se davam as relações sociais e econômicas daquele período, o que nos permite fazer uma boa reconstituição cultural daquele período. Como nos mostra a escritura de Etienne Boileau, o ourives do século XIII era uma permanência da tradição medieval mediante a “revolução comercial” tratada por Le Goff. O ourives permaneceu uma profissão corporativista, com necessidades de juramentos e deveres entre a sua própria sociedade e a sociedade que o cercava. Isto é, a profissão do ourives era regulamentada tanto pelos próprios ourives quanto pelo Estado através da instituição do juramento. A profissão tinha ainda uma funcionalidade religiosa, visto que a religião determinavam os dias que deveriam ou não trabalhar e como deveriam gerir o certa quantidade de dinheiro para beneficiar cumprir com seu dever social. 
O ourives, tinha, portanto, a obrigação de fazer a cunhagem monetária mais perfeita possível, tão necessária ao comércio em ascensão, o que se mostrava uma tarefa importantíssima a ponto de serem isentos dos impostos e pedágios.

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