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Sentimento de insegurança e medo do crime Gabriela R. Cardoso Fear and crime in Latin America: redefining State- Society relations O Lucía Dammert O PhD em Ciência Política pela Universidade de Leiden O Livro publicado em 2012 O Pesquisadora da FLACSO e da Universidade do Chile O Destaque ao caso chileno Aspectos gerais da obra O O sentimento de insegurança é um fenômeno pouco conhecido e que tem sido parcialmente explorado nas ciências sociais; O O sentimento de insegurança possui um profundo impacto social, econômico e cultural; O Pode contribuir na definição de muitas estruturas do Estado; Aspectos gerais da obra O Complexidade do medo enquanto um fenômeno social; O Interpretar o medo por meio de diferentes pontos de vista; O O estudo do medo não pode ser compreendido na pureza de uma dada disciplina; O Desenvolver uma estratégia profunda para a interpretação do medo baseada em uma triangulação teórica; Sobre o medo O O medo de hoje possui algumas características que são inerentes a um processo social específico, em um dado momento no espaço e na história; O Medo como expressão de uma ansiedade cultural O Perda da coletividade na vida urbana; O O medo vai além da mera percepção do processo cognitivo, individual, mas sim inclui elementos culturais e sociopolíticos; Objeto do estudo O Objeto - tratar do fenômeno social do medo do crime, com relação ao profundo processo de modernização em curso na América Latina; O O risco é uma condição inerente das sociedades modernas, constituídas pela insegurança; O Medo como uma experiência individualmente vivenciada, mas construída socialmente e partilhada culturalmente (Reguillo); O O significado do medo dependerá do gênero, contexto (casa, vizinhança, cidade), emoção implicada e discurso do medo; Medo do crime e relações comunitárias O Relação do medo do crime com o enfraquecimento das relações comunitárias; O Uma sociedade caracterizada pelo medo e pela constante percepção do risco possui limitações para consolidar uma cidadania ativa; O “The gap between crime occurrences and excessive concern about them may be the expression of a deeper phenomenon related to basic insecurities, i.e., those provoked by the weakening of social ties, the feeling of community, and, ultimately, the notion of order” (DAMMERT, 2012, p. 4). Estrutura conceitual do livro O 1) O processo de mudança social e cultural tem ocorrido nas últimas décadas; O Lechnner e Estudos do United Nations Development Programme – perspectiva macrossocial; O Mudança sociocultural para explicar o medo dos cidadãos; O 2) A segunda forma é a abordagem baseada na tradicional análise do medo do crime; O O medo de ser vítima do crime ou a probabilidade de se tornar vítima; O 3) A terceira forma de interpretação é a sociologia das emoções, que torna possível analisar o medo em detalhes pela abordagem microssocial (Jackson, Gordon); Metodologia O Técnicas quantitativas e qualitativas de pesquisa, de modo complementar; O Os dados qualitativos incluem entrevistas e grupos focais (Chile); O Na dimensão quantitativa, analisa diversas pesquisas de opinião e surveys internacionais sobre vitimização (Latinobarômetro, Barômetro das Américas – LAPOP e ENUSC); Cap. 1 - Democracia, modernidade e medo no Chile contemporâneo O Uma forma diferente de mal-estar social desenvolveu-se no Chile, caracterizado pelo fato das pessoas não se perceberem como sujeitos da modernização; O Medo como uma característica da modernidade, na qual a incerteza prevalece sobre o sentimento de insegurança; O As pessoas já não buscam mais “mudar o mundo”, mas sim as suas vidas, ocorre assim uma individualização dos objetivos que se aplica para as expectativas das pessoas sobre os políticos; Cap. 1 - Democracia, modernidade e medo no Chile contemporâneo O Riscos ao capital social no Chile; O Desde os anos 80, tem ocorrido um aumento nas associações com objetivos específicos e imediatos, o que pode confirmar a hipótese das relações de confiança cívica e comprometimento estão mudando; O As pessoas não se sentem participantes da democracia, sendo incapazes de descobrir a relação entre o estado do país e as suas vidas diárias; Risco e Controle do crime O Beck O A sociedade de hoje pode ser caracterizada pelo aumento do risco O Impossibilidade de limitar as incertezas dos avanços tecnológicos; O A consolidação do neoliberalismo na economia, bem como a combinação com valores conservadores contribuiu para o privilegiado papel do mercado; O “The security policies promoted from a neoliberal and conservative axis have imposed a new way of tackling crime and criminality, in which there is a ‘programmatic combination of privatized prudentialism and punitive sovereighty’ (O’MALLEY, 2006: 76)”. Controle do crime e populismo penal O O controle do crime consiste em uma questão central da segurança pública e políticas de justiça penal; O No contexto que promove o desenvolvimento da responsabilidade individual com a finalidade de proteger do crime, dá origem a uma dupla vitimização: O Redução da liberdade cívica; O Aumento do controle com o intuito de lidar com o crime; Populismo penal O A relação entre a esfera política e a sanção penal responde há várias hipóteses: O Aumento da punição como tendo efeito direto na redução das taxas de crime; O Sanções fortes contribuem para o fortalecimento do consenso moral contra os atos que violam a lei (crimes sexuais); O O impacto eleitoral do apelo forte contra o crime; Populismo penal O Fatores que explicam o crescimento do populismo penal nas últimas décadas: O Mudanças no sentimento de comunidade; O Políticas que respondem fortemente à crimes de forte impacto; O Cobertura da mídia; Características que definem o populismo penal O Especialistas e pesquisadores possuem um papel de menor peso; O As vítimas passam a ter um papel ativo na promoção da segurança; O A subjetividade define a característica da agenda pública; O Construção de uma democracia mal-informada; Populismo penal – “Penal populism emerged as a political reaction to the anxieties typical of late modernity derived mainly from the increase of criminality and perception of insecurity” (DAMMERT, 2012, p. 25). Cap. 2 – Medo como uma categoria para a análise O Medo do crime O Tornou-se tema de investigação na metade dos anos 60 na Inglaterra e nos EUA; O Muitos estudos sobre o tema foram desenvolvidos no período; O Fundamentalmente um tópico de política pública; O Relação com a necessidade de efetividade das políticas públicas; O Usado em termos políticos com pouco conhecimento teórico; Cap. 2 – Medo como uma categoria para a análise O Objetivo do capítulo – descrever as complexidades da análise do medo como categoria social; O Diversas teorias políticas da formação do Estado enfatizaram a necessidade de um órgão regulador das ações dos indivíduos para tornar possível a vida em comunidade; O O medo do crime é considerado na literatura da América Latina de modo limitado; O Na década de 90, aumentou a preocupação pública e política com a insegurança e o crime na América Latina: Cap. 2 – Medo como uma categoria para a análise O O medo trata-se de um conceito em mutação nas décadas recentes, tais características são necessárias para entender a sua persistência; O A análise do medo como central em muitos estudos de vitimização: O 1) A lacuna entre o crime cometido e os níveis de ansiedade da população; O 2) Identificaras características das vítimas para checar se há algo sobre as vítimas que possa explicar os crimes; O 3) Avançar nos crime que não são reportados. Cap. 2 – Medo como uma categoria para a análise O A questão sobre o que entendemos pelo não medo não tem sido rigorosamente tratada na literatura acadêmica; O O consenso amplamente aceito é que a melhor forma de tratar o estudo do medo é pelas pesquisas de opinião ou vitimização; O Nos últimos anos, diferentes perspectivas analíticas usam metodologias qualitativas para entender o medo de um melhor modo; O O tradicional conceito do medo pode ser interpretado em três níveis: individual, familiar e comunitário; Três níveis para a análise do medo O Primeiro nível – é um consenso a importância das variáveis individuais a serem levadas em conta, tratam- se dos fatores da população que podem influenciar no aumento ou não do sentimento de insegurança. O As variáveis mais utilizadas são: idade, gênero, escolaridade, status de emprego, nível de renda, participação em organizações sociais, confiança nas instituições de justiça criminal; Três níveis para a análise do medo O Segundo nível – tem relação com as características familiares e inclui fatores como renda familiar, tipologia da família. O Variáveis: renda familiar, número de membros da família (rede de proteção), tipologia familiar; O Terceiro nível – visa caracterizar a comunidade em que os respondentes vivem para determinar os fatores que podem influenciar ou níveis de vitimização ou medo; O Fontes externas às pesquisas de vitimização; O Ex: as taxas de desemprego, a renda per capita, população abaixo da linha da pobreza; existência de espaços públicos, iluminação dos espaços de residência dos moradores. Análise do medo O Os surveys também usam indicadores para medir a presença de segurança privada na comunidade, presença de esquemas informais de controle social, presença de postos policiais, indicadores para medir a presença de organizações sociais e redes de cooperação. O Destaca o desafio dos estudos empíricos sobre o medo: O Fontes de informações disponíveis em decorrência das limitações das estatísticas oficiais; Variáveis do medo e conexões O Crítica estudos quantitativos - não enfatizam aspectos culturais e simbólicos; O As características pessoais e sociodemográficas; O Vitimização; O Mídia de massa; O Integração social e participação cidadã; O Cidadania e desconfiança institucional; As características pessoais e sociodemográficas O Diversos estudos confirmam a conexão do sentimento de insegurança com características demográficas e pessoais; O A vulnerabilidade pessoal aos atos criminosos possui relação com gênero, idade, estado de saúde, capacidade de se defender; O Gênero é considerado a variável mais relevante, pois há diferenças importantes entre homens e mulheres: idade e pobreza são importantes no caso de mulheres, enquanto para os homens é a capacidade de auto-defesa e nível de renda; O “The findings indicates that although vulnerability competes with several other variables regardless of the fear metrics used, it turned out to be a very important factor to explain the personal feelings associated with the fear of crime. It should be noted, however, that the subjects age and gender determine their lifestyles, perception of who is considered a 'stranger', and their more or less frequent use of public spaces and transport” (DAMMERT, 2012, p. 35). Vitimização O A experiência de ter sido vítima de crime contribui para o aumento da percepção de ser afetado novamente; O A relação entre experiências de vitimização e o medo da delinquência produziram resultados contraditórios; O Para isolar os efeitos de vitimização no sentimento de insegurança, é necessário controlar outros fatores relacionados; O É necessário medir as experiências de vitimização dentro de grupos homogêneos, controlando características situacionais; Mídia de massa O Diversos estudos internacionais tem sugerido que o tratamento da mídia ao crime é um fatores que leva ao medo; O Entretanto, a opinião não é geralmente compartilhada na literatura internacional. Chricos et al, apontam que a relação entre assistir televisão e o medo tem sido teorizada, mas não suficientemente estudada de um modo empírico; O No que se refere à América Latina, muitos especialistas tem feito a conexão entre mídia de massa e medo, assim como o papel político e ideológico da mídia. No caso chileno, a percepção dos cidadãos destaca o papel da mídia ao noticiar os casos. Emoção, risco e atitudes sociais O O que acontece quando a questão das emoções é introduzida? O Importância da perspectiva microssocial; O Sentimentos como forma de representar emoções; O Sociologia das emoções desenvolveu-se na década de 70;
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