Buscar

processo judicial tribut rio

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO 
 
 
Processo judicial tributário: 
 
 
- EXECUÇÃO FISCAL; 
 
 
- MEDIDA CAUTELAR FISCAL; 
 
 
- AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL; 
 
 
- AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO; 
 
 
- AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO; 
 
 
- AÇÃO DECLARATÓRIA; 
 
 
- MANDADO DE SEGURANÇA. 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O processo judicial tributário conta com ações de iniciativa do Fisco e com ações 
de iniciativa do contribuinte. 
 
Como a relação jurídica tributária é constituída unilateralmente pelo Fisco, à 
obviedade, o maior número de ações existentes é de iniciativa do contribuinte. 
 
Desse modo, as ações de iniciativa do Fisco são: a execução fiscal e a medida 
cautelar fiscal. 
 
Já as ações de iniciativa do contribuinte são: ação anulatória de débito fiscal, 
ação de repetição de indébito, ação de consignação em pagamento, ação 
declaratória, mandado de segurança. 
 
 
2. ESTUDO ESPECÍFICO DE CADA AÇÃO 
 
 
a) MEDIDA CAUTELAR FISCALA 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
Medida cautelar fiscal encontra-se regida pela Lei n. 8.397/92, que conta somente 
com 20 (vinte) artigos. Como a lei é relativamente pequena, é importante que o 
aluno faça uma atenta leitura da lei seca. 
 
Com efeito, a Lei n. 8.397/92 instituiu a medida cautelar fiscal, cujo objetivo é 
igual o de qualquer outra cautelar, qual seja, assegurar a efetividade do processo, 
seja ele de conhecimento ou executivo. 
 
Todavia, como assevera Hugo de Brito Machado Segundo1, “a Fazenda Pública, 
em regra, não se vale de processos de conhecimento. Não tem interesse nem 
legitimidade para tanto, eis que dotada da aptidão de constituir 
unilateralmente seus próprios títulos executivos. O Estado-Fisco necessita, isso 
sim, do processo executivo, para obter o adimplemento do crédito por ele próprio 
lançado, e, eventualmente, pode necessitar de um processo cautelar, para 
assegurar a efetividade do processo de execução.” 
 
Com o fito de assegurar a efetividade da execução, em regra, toda vez que o 
devedor tributário ou não tributário adotar conduta indicativa de frustração de 
pagamento de crédito tributário regularmente constituído, o Estado-Fisco 
poderá manejar a Ação Cautelar Fiscal. 
 
Veja que não é necessário que haja Execução Fiscal em curso. O Estado-Fisco 
pode manejar a medida antes mesmo da propositura da Execução Fiscal, 
consoante o art. 1º da Lei n. 8.397/92, in verbis: 
 
Art. 1° O procedimento cautelar fiscal poderá 
ser instaurado após a constituição do crédito, 
inclusive no curso da execução judicial da Dívida 
Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios e respectivas autarquias. 
 
Desse modo, a Ação Cautelar Fiscal pode ser incidental ou preparatória, a 
depender, respectivamente, de estar ou não em curso a Execução Fiscal. 
Todavia, vale salientar que sempre será dela dependente, pois ela visa tão 
somente assegurar a efetividade da Ação de Execução Fiscal. Eis a razão pela 
qual os autos da Cautelar Fiscal ficam apensos ao da Execução Fiscal, na forma 
do art. 14 da Lei. 
 
Com efeito, os requisitos da Ação Cautelar Fiscal não diferem dos requisitos 
ordinários das cautelares em geral, que são: o fumus boni iuris e o perigo da 
demora. 
 
Na verdade, o artigo 3º da Lei prevê que, para concessão da medida cautelar 
fiscal, é essencial: 
 
Art. 3° (...) 
 
 
1 MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Processo Tributário. Ed. Atlas, 2014. 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
I - prova literal da constituição do crédito fiscal; 
 
 
II - prova documental de algum dos casos mencionados no 
artigo antecedente. 
 
No particular, o fumus boni iuris da Ação Cautelar Fiscal consiste na prova literal 
constituição do crédito fiscal (art. 3º, inciso I). Todavia, nem sempre será 
necessário que o crédito tributário esteja regularmente constituído. 
 
O STJ adota posição, segunda a qual, antes da conclusão do processo 
administrativo tributário (ou seja, da regular constituição definitiva do crédito 
tributário), pode o Estado-Fisco propor a Medida Cautelar Fiscal. Embora o art. 
151, III, do CTN preceitue que as reclamações e os recursos, nos termos das leis 
reguladoras do processo administrativo tributário, suspendem o crédito tributário, 
à obviedade, o direito do contribuinte de recorrer administrativamente não pode 
ser usado como artifício para ganhar tempo enquanto se desfaz de seu 
patrimônio. 
 
Logo, a medida cautelar poderá ser deferida independentemente da prévia 
constituição do crédito tributário. Todavia, tal possibilidade existe somente em 
hipóteses taxativas. Veja, então, o parágrafo único do art. 1º: 
 
Parágrafo único. O requerimento da medida cautelar, 
na hipótese dos incisos V, alínea „b‟, e VII, do art. 2º, 
independe da prévia constituição do crédito tributário. 
 
Tais casos são os seguintes: 
 
Art. 2º. 
 
(...) 
 
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda 
ao recolhimento do crédito fiscal: 
 
(b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros; 
 
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida 
comunicação ao órgão da Fazenda Pública 
competente, quando exigível em virtude de lei; 
 
O perigo da demora, por sua vez, consiste nos atos concretos de desfazimento do 
patrimônio praticados pelo contribuinte (art. 3º, inciso II). Uma listagem de 
possíveis atos concretos encontra-se no art. 2º da Lei, in verbis: 
 
Art. 2º A medida cautelar fiscal poderá ser 
requerida contra o sujeito passivo de crédito tributário 
ou não tributário, quando o devedor: 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar 
bens que possui ou deixa de pagar a obrigação no 
prazo fixado; 
II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se 
ausentar, visando a elidir o adimplemento da 
obrigação; 
 
III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar 
bens; 
 
IV - contrai ou tenta contrair dívidas que 
comprometam a liquidez do seu patrimônio; 
 
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda 
ao recolhimento do crédito fiscal: 
 
a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa 
sua exigibilidade; 
 
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros; 
 
VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, 
que somados ultrapassem trinta por cento do seu 
patrimônio conhecido; 
 
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida 
comunicação ao órgão da Fazenda Pública 
competente, quando exigível em virtude de lei; 
 
VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes 
declarada inapta, pelo órgão fazendário; 
 
IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a 
satisfação do crédito. 
 
Observe que não se trata de um rol exaustivo. Isso porque o inciso IX do art. 2º 
da Lei n. 8.397/92 preceitua genericamente que “outros atos que dificultem ou 
impeçam a satisfação do crédito” podem ensejar a medida cautelar fiscal. 
 
Como dito, a Ação Cautelar Fiscal pode ser ajuizada antes ou depois da 
propositura da Ação de Execução Fiscal. De um modo ou de outro, ela deve ser 
ajuizada perante o juízo competente para processar e julgar a Ação de Execução 
Fiscal. 
 
Caso a Execução Fiscal esteja no Tribunal, em sede recursal, a apreciação da 
Ação Cautelar Fiscal competirá ao relator do recurso (art. 5º da Lei n. 8.397/92). 
 
Como se trata de uma ação como outra qualquer, a petição inicial da Ação 
Cautelar Fiscal deverá preencher os requisitos do art. 6º da referida Lei, os quais 
se assemelham com os do art. 319 do NCPC, in verbis: 
Preparação de qualidadepara concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
Art. 6° A Fazenda Pública pleiteará a medida 
cautelar fiscal em petição devidamente 
fundamentada, que indicará: 
 
I - o Juiz a quem é dirigida; 
 
II - a qualificação e o endereço, se conhecido, do 
requerido; III - as provas que serão produzidas; 
IV - o requerimento para citação. 
 
Art. 282. A petição inicial indicará: 
 
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; 
 
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, 
domicílio e residência do autor e do réu; 
 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o 
pedido, com as suas especificações; 
 
V - o valor da causa; 
 
VI - as provas com que o autor pretende 
demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
 
VII - o requerimento para a citação do réu. 
 
Em sendo demonstrada a urgência da medida, o juízo pode deferir a liminar 
na Ação Cautelar Fiscal, sem necessidade de justificação prévia da Fazenda 
Pública e de prestação de caução (art. 7º da Lei). Dessa decisão concessiva 
de liminar, o contribuinte pode interpor Agravo de Instrumento. 
 
Após o ajuizamento da Ação Cautelar Fiscal, o requerido é chamado ao processo 
por meio de citação, devendo contestar o pedido da inicial e indicar as provas a 
serem produzidas, no prazo de 15 dias (art. 8º da Lei). 
 
Observe que o prazo da contestação corre de acordo com as disposições 
gerais presentes no art. 231, NCPC. 
 
O art. 9º preceitua que, “não sendo contestado o 
pedido, presumir- se-ão aceitos pelo requerido, como 
verdadeiros, os fatos alegados pela Fazenda Pública, 
caso em que o Juiz decidirá em dez dias.”. “Se 
o requerido contestar no prazo legal, o Juiz 
designará audiência de instrução e julgamento, 
havendo prova a ser nela produzida.” 
 
O efeito da Ação Cautelar fiscal é basicamente a indisponibilidade dos bens 
do contribuinte, assemelhando-se, portanto, à medida de arresto, prevista no art. 
301 do NCPC. A indisponibilidade deve guardar necessariamente correlação com 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
o montante do crédito tributário, sob pena de a medida se revelar 
desproporcional. 
 
Nesse contexto, o art. 4º da Lei prevê casos em que a indisponibilidade dos bens 
pode atingir os bens do sócio gerente. Veja: 
 
Art. 4° A decretação da medida cautelar fiscal 
produzirá, de imediato, a indisponibilidade dos bens 
do requerido, até o limite da satisfação da obrigação. 
 
§ 1° Na hipótese de pessoa jurídica, a 
indisponibilidade recairá somente sobre os bens do 
ativo permanente, podendo, ainda, ser estendida 
aos bens do acionista controlador e aos dos que em 
razão do contrato social ou estatuto tenham poderes 
para fazer a empresa cumprir suas obrigações fiscais, 
ao tempo: 
 
a) do fato gerador, nos casos de lançamento de ofício; 
 
b) do inadimplemento da obrigação fiscal, nos demais 
casos. 
 
§ 2° A indisponibilidade patrimonial poderá ser 
estendida em relação aos bens adquiridos a qualquer 
título do requerido ou daqueles que estejam ou 
tenham estado na função de administrador (§ 1°), 
desde que seja capaz de frustrar a pretensão da 
Fazenda Pública. 
 
Como se vê, a lei exige apenas que se trate de sócio gerente à época do fato 
gerador, nos casos de lançamento de ofício, ou à época do inadimplemento da 
obrigação fiscal nos demais casos. Observa-se que a Lei de Medida Cautelar 
Fiscal não exige que o sócio gerente tenha agido com excesso de poderes ou 
infração de lei, contrato social ou estatuto (art. 135, III, do CTN). 
 
Entretanto, não só a doutrina, como também a jurisprudência defendem que os §§ 
do art. 4º da Lei não devem ser interpretados isoladamente. Ao revés, deve-se 
fazer uma interpretação conforme a CF e o CTN. Por isso, o STJ já decidiu que 
tal dispositivo legal só pode ser aplicado, se interpretado em consonância com as 
exigências do CTN, in verbis: 
 
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CAUTELAR FISCAL. 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. INDISPONIBILIDADE DOS BENS. 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. LEI 8.397/92. AUSÊNCIA DE ANÁLISE QUANTO 
À COMPROVAÇÃO DE EXCESSO DE MANDATO, INFRAÇÃO À LEI OU AO 
REGULAMENTO. NECESSIDADE DE VERIFICAÇÃO DOS REQUISITOS DO 
ART. 135 DO CTN. 
 
1. Cuida-se de medida cautelar ajuizada pela Fazenda Nacional, onde se pleiteou 
a decretação da indisponibilidade dos bens da sociedade e de seus 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
administradores, sob o argumento de que a pessoa jurídica foi notificada, nos 
autos de infração no processo administrativo. 
 
2. O Tribunal de origem manteve sentença de procedência de medida 
cautelar fiscal, com fundamento no art. 2º, VI e VII, da Lei 8.397/92, 
determinando a indisponibilidade de bens pessoais da recorrente e da 
empresa executada até a satisfação do crédito tributário. 
 
3. O requerimento da medida cautelar independe de prévia constituição do 
crédito tributário na hipótese em que o devedor, notificado pela Fazenda Pública 
para que proceda ao recolhimento da exação, pratica atos visando ao não 
cumprimento da obrigação, ou seja, aliena ou transfere bens de sua propriedade, 
sem proceder à devida comunicação ao órgão fazendário competente. 
 
4. No entanto, esta Turma já decidiu que "os requisitos necessários para a 
imputação da responsabilidade patrimonial secundária na ação principal de 
execução são também exigidos na ação cautelar fiscal, posto acessória por 
natureza" (REsp 722.998/MT, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 
28/04/2006 
 
5. A decretação da indisponibilidade dos bens do sócio, ora recorrente, no 
Tribunal de origem, baseou-se unicamente no fato de o devedor ter sido citado 
para pagamento da dívida tributária. 
 
6. "A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o REsp 
1.101.728/SP, Min. Teori Albino Zavascki, na sessão do dia 11.3.2009, sob o 
regime do art. 543-C do CPC (artigo 1.036, NCPC), firmou entendimento de que 
a simples falta do pagamento de tributo não configura, por si só, circunstância que 
acarrete a responsabilidade subsidiária dos sócios" (AgRg no REsp 
1.122.807/PR, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 23/04/2010). 
 
7. Recurso especial provido. 
 
(REsp 1141977/SC, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA 
TURMA, julgado em 21/09/2010, DJe 04/10/2010) 
 
Além dessa discussão, o art. 4º traz outra controvérsia, qual seja: a medida 
de indisponibilidade sempre recairá somente sobre os bens do ativo permanente 
ou há exceção à regra? 
 
Com efeito, tal regra se impõe em função do princípio da função social da 
empresa, o qual impede que a medida de indisponibilidade decretada na Ação 
Cautelar Fiscal venha a atrapalhar as atividades empresariais. Contudo, tal regra 
comporta exceções em situações excepcionais, como assevera o STJ: 
 
PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. MEDIDA CAUTELAR 
FISCAL. ART. 4º, § 1º, DA LEI 8.397/92. INDISPONIBILIDADE. PESSOA 
JURÍDICA. BENS ESTRANHOS AO ATIVO PERMANENTE. VALORES 
REPASSADOS PELO PROGRAMA DE EQUALIZAÇÃO DOS CUSTOS DA 
PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR DA REGIÃO NORDESTE. 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
1. O art. 4º, § 1º, da Lei nº 8.397/02 que disciplina a medida cautelar fiscal põe a 
salvo do gravame da indisponibilidade os bens de pessoa jurídica que não 
integrem o seu ativo permanente. 
 
2. Todavia, em situações excepcionais, quando a empresa estiver com suas 
atividades paralisadas ou não forem localizados em seu patrimônio bens que 
pudessem garantir a execução fiscal, esta Corte vem admitindo a decretação de 
indisponibilidade de bens de pessoa jurídica, ainda que estes não constituam o 
seu ativo permanente (REsp 513.078/AL).3. Sem embargo do entendimento trilhado no precedente citado, no caso, não 
restou demonstrado que a recorrida, usina açucareira, está com suas 
atividades paralisadas ou que não foram localizados em seu patrimônio bens 
capazes de garantir as execuções fiscais ajuizadas. 
 
4. Recurso especial improvido. 
 
(REsp 677.424/PE, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 14/12/2004, DJ 04/04/2005, p. 288) 
 
O art. 10 da Lei n. 8.397/92 permite que o contribuinte suste a indisponibilidade 
de seus bens, caso garanta o crédito tributário. A Fazenda Pública, então, será 
manifestada a concordar com a substituição no prazo de 5 (cinco) dias. 
 
Caso a Fazenda Pública se omita, a omissão é interpretada como concordância. 
 
O artigo 11 da Lei assevera que “Quando a medida 
cautelar fiscal for concedida em procedimento 
preparatório, deverá a Fazenda Pública propor a 
execução judicial da Dívida Ativa no prazo de 
sessenta dias, contados da data em que a 
exigência se tornar irrecorrível na esfera 
administrativa.” 
 
Perceba que essa disposição legal foge à regra aplicada às ações cautelares, 
prevista no art. 308 do NCPC: 
 
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido 
principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 
30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos 
mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela 
cautelar, não dependendo do adiantamento de novas 
custas processuais. 
 
O art. 13 traz as situações em que a medida de indisponibilidade cessa seus 
efeitos. Cabe aqui fazer uma comparação com as hipóteses em que a medida 
cautelar geral do CPC tem também efeitos cessados. Veja, portanto o seguinte 
quadro: 
 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
 
 
CAUTELAR FISCAL 
 
CAUTELAR GERAL 
 
I - se a Fazenda Pública 
não propuser a execução judicial da 
Dívida Ativa no prazo fixado no art. 11 
desta lei; (60 dias) 
 
I - se a parte não intentar a 
ação no prazo estabelecido no art. 
308; (30 dias) 
 
II - se não for executada 
dentro de trinta dias; 
 
II - se não for executada 
dentro de 30 (trinta) dias; 
 
 
III - se for julgada extinta a 
execução judicial da Dívida Ativa da 
Fazenda Pública; 
 
III - se o juiz declarar extinto o 
processo principal, com ou sem 
julgamento do mérito. 
 
IV - se o requerido promover 
a quitação do débito que está sendo 
executado. 
 
 
 
Como se observa, as hipóteses são praticamente iguais. As diferenças consistem 
no prazo previsto no inciso primeiro, como já abordado, bem como na 
previsão do inciso IV para Ação Cautelar Fiscal. 
 
Os artigos 15 e 16 ampliam as exceções nas quais o processo cautelar faz coisa 
julgada. Ao invés de fazer coisa julgada somente quando “o motivo do 
indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição” (art. 310 do 
NCPC), a coisa julgada forma-se sempre que “o Juiz, no procedimento cautelar 
fiscal, acolher alegação de pagamento, de compensação, de transação, de 
remissão, de prescrição ou decadência, de conversão do depósito em renda, ou 
qualquer outra modalidade de extinção da pretensão deduzida.”. 
 
O art. 17 regula a apelação, que será destituída de efeito suspensivo, o que foge 
à regra do art. 1.012 do NCPC. 
 
 
b) AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL 
 
É a ação mais ampla no processo judicial tributário. Isso porque, ao contrário do 
Mandado de Segurança, ela permite ampla dilação probatória e possibilita a 
impugnação de atos que foram cientificados há mais de 120 dias. Isso porque é 
ação de rito ordinário. 
 
Hugo de Brito Machado Segundo2 ensina acerca da tutela a ser obtida por 
meio da ação anulatória de débito fiscal: 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
 
Como ocorre com a maior parte das “ações”, na 
“ação anulatória” não se busca a prestação de uma 
tutela jurisdicional “pura”, apenas condenatória, ou 
apenas declaratória. A sentença que dá pela 
procedência dos pedidos formulados pelo autor de 
uma ação desse tipo tem conteúdo declaratório, 
constitutivo negativo e, também, condenatório. 
Declara-se a nulidade do lançamento, que é descons- 
tituído enquanto realidade formal autônoma em 
relação à obrigação que lhe dá origem. Caso a 
nulidade deva-se a um vício material, gerado pela 
inexistência de obrigação tributária a ser lançada, 
declara-se ainda a inexistência dessa obrigação, e a 
impossibilidade de ser feito outro lançamento com o 
mesmo conteúdo. Além disso, condena-se a Fazenda 
Pública correspondente, não só a não cobrar aquela 
quantia, mas especialmente ao ressarcimento das 
custas judiciais e dos honorários advocatícios 
despendidos para a propositura da ação. 
 
Recorde-se que o art. 38 da Lei de Execuções Fiscais prevê o seguinte: 
 
Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda 
Pública só é admissível em execução, na forma desta 
Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação 
de repetição do indébito ou ação anulatória do ato 
declarativo da dívida, esta precedida do depósito 
preparatório do valor do débito, monetariamente 
corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e 
demais encargos. 
 
 
Contudo, o STJ, em sede de recurso repetitivo, já se manifestou contrário à 
recepção de tal dispositivo legal pela vigente ordem constitucional, in verbis: 
 
1. A propositura de ação anulatória de débito 
fiscal não está condicionada à realização do depósito 
prévio previsto no art. 38 da Lei de Execuções 
Fiscais, posto não ter sido o referido dispositivo legal 
recepcionado pela Constituição Federal de 1988, em 
virtude de incompatibilidade material com o art. 5º, 
inciso XXXV, verbis: "a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a 
direito". 
 
2 MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Processo Tributário. Ed. Atlas, 2014. 
 
 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
 
2. "Ação anulatória de débito fiscal. art. 38 da 
lei 6.830/80. Razoável a interpretação do aresto 
recorrido no sentido de que não constitui requisito 
para a propositura da ação anulatória de débito fiscal 
o depósito previsto no referido artigo. Tal 
obrigatoriedade ocorre se o sujeito passivo pretender 
inibir a Fazenda Pública de propor a execução fiscal. 
Recurso extraordinário não conhecido." (RE 105552, 
Relator Min. DJACI FALCAO, Segunda Turma, DJ 30-
08-1985) 3. Deveras, o depósito prévio previsto no art. 
38, da LEF, não constitui condição de procedibilidade 
da ação anulatória, mas mera faculdade do autor, 
para o efeito de suspensão da exigibilidade do crédito 
tributário, nos termos do art. 151 do CTN, inibindo, 
dessa forma, o ajuizamento da ação executiva 
fiscal, consoante a jurisprudência pacífica do E. 
STJ. (Precedentes do STJ (...). (REsp 962.838/BA, 
Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, 
julgado em 25/11/2009, DJe 18/12/2009) 
 
Lembre-se de que pode haver litispendência entre embargos à execução e 
ação anulatória. 
 
1. Ocorre litispendência quando há identidade de 
partes, causa de pedir e pedido entre os embargos à 
execução e a ação anulatória/revisional de débito 
fiscal. (...) (AgRg no AREsp 477.206/PR, Rel. Ministro 
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 08/04/2014, DJe 14/04/2014) 
 
Pode também haver conexão entre a ação anulatória e os Embargos à 
Execução relativos ao mesmo crédito tributário. Contudo, há duas hipóteses 
em que a conexão não poderá ser reconhecida: a) se houver Vara especializada 
própria para Execução Fiscal, pois será caso de competência absoluta; b) se 
um dos processos já foi julgado, na forma da Súmula 235 do STJ. A respeito 
da primeira hipótese, observe:1. "A reunião de ações, por conexão, não é 
possível quando implicar em alteração de 
competência absoluta" (AgRg no Ag 1385227/MS, 
Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA 
TURMA, DJe de 26.10.2012). 
 
(AgRg no REsp 1463148/SE, Rel. Ministro MAURO 
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 02/09/2014, DJe 08/09/2014) 
 
Ademais, a mera propositura da ação anulatória não suspende a exigibilidade do 
tributo. Com efeito, ajuizada a ação, há duas vias para obter a suspensão do 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
crédito tributário, afora as demais previstas no CTN: obtenção de liminar na ação 
anulatória ou depósito do montante integral. 
 
Veja que a liminar não pode ficar condicionada ao depósito, tendo em vista 
que são hipóteses distintas de suspensão do crédito tributário (art. 151, II, do 
CTN). Com efeito, o art. 151, V, do CTN prevê autonomamente que a concessão 
de liminares em ações suspende o crédito tributário. 
 
 
 
c) AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO 
 
Ação na qual se pleiteia a devolução de quantia paga indevidamente a título de 
tributo. Ricardo Alexandre 3 explica que “o fundamento da regra é princípio da 
vedação ao enriquecimento sem causa”. 
 
A repetição do indébito tributário conta com previsão no art. 165 do CTN, in 
verbis: 
 
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, 
independentemente de prévio protesto, à restituição 
total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade 
do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º 
do artigo 162, nos seguintes casos: 
 
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo 
indevido ou maior que o devido em face da legislação 
tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias 
materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; 
 
II - erro na edificação do sujeito passivo, na 
determinação da alíquota aplicável, no cálculo do 
montante do débito ou na elaboração ou conferência 
de qualquer documento relativo ao pagamento; 
 
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de 
decisão condenatória 
 
Veja que não é necessário protesto para restituição do imposto pago 
indevidamente. 
 
Grande controvérsia surge a respeito da legitimidade ad causam para 
propositura de ação de repetição de indébito de tributos indiretos. Com efeito, 
tributos indiretos são os que permitem a translação do seu encargo econômico 
para uma pessoa diferente da definida em lei como sujeito passivo. 
 
 
3 ALEXANDRE. Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. Ed. Gen Método, ed. 
2015. 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
Por algum tempo, o STF inadmitiu a restituição de tributos indiretos pagos 
indevidamente. A lógica era a de que, se alguém iria se enriquecer sem causa, 
que esse alguém fosse o Estado-Fisco. 
 
Todavia, essa posição foi alterada mediante a previsão legal do art. 166 do CTN, 
in verbis: 
 
Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por 
sua natureza, transferência do respectivo encargo 
financeiro somente será feita a quem prove haver 
assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo 
transferido a terceiro, estar por este expressamente 
autorizado a recebê-la. 
 
Assim sendo, em duas hipóteses, poderá haver a repetição: a) o contribuinte de 
direito demonstrar que não transferiu o encargo; b) o contribuinte de direito 
estiver expressamente autorizado pelo contribuinte de fato a receber a 
restituição. 
 
Nesse passo, o STF sumulou verbete n. 546: 
 
Súmula n. 546 – Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando 
reconhecido por decisão, que o contribuinte de jure não recuperou do 
contribuinte de facto o quantum respectivo. 
 
Tal entendimento continua a ser aplicado pela jurisprudência, conforme se 
observa no recente excerto do STJ: 
 
1. "A jurisprudência desta Corte é no sentido de que os tributos ditos 
indiretos, dentre eles o ICMS, sujeitam-se, em caso de restituição, 
compensação ou creditamento, à demonstração dos pressupostos estabelecidos 
no artigo 166 do CTN" (REsp 1.209.607/SP, 2ª Turma, Rel. Min. 
Mauro Campbell Marques, DJe de 12.11.2010). 
 
2. "Aplica-se o art. 166 do CTN também à repetição de indébito de ICMS 
recolhido na sistemática da substituição tributária" (AgRg no AREsp 
31.660/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 
07/03/2013, DJe 20/03/2013). 
 
3. Agravo regimental não provido. 
 
(AgRg no REsp 1421880/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 19/11/2015, DJe 27/11/2015) 
 
Todavia, repare que há exceção à regra. Em sede de recurso repetitivo, o STJ 
reconheceu a legitimidade do usuário de energia elétrica (consumidor), 
contribuinte de fato do ICMS, tendo em vista que, nesses casos, é peculiar a 
relação jurídica existente entre o contribuinte de direito, a concessionária, e o 
Estado-concedente. Veja: 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
Diante do que dispõe a legislação que disciplina as concessões de serviço 
público e da peculiar relação envolvendo o Estado-concedente, a 
concessionária e o consumidor, esse último tem legitimidade para propor ação 
declaratória c/c repetição de indébito na qual se busca afastar, no tocante ao 
fornecimento de energia elétrica, a incidência do ICMS sobre a demanda 
contratada e não utilizada. O acórdão proferido no REsp 903.394/AL 
(repetitivo), da Primeira Seção, Ministro Luiz Fux, DJe de 26.4.2010, dizendo 
respeito a distribuidores de bebidas, não se aplica ao casos de fornecimento de 
energia elétrica. 
 
Recurso especial improvido. Acórdão proferido sob o rito do art. 543-C do 
Código de Processo Civil. 
 
(REsp 1299303/SC, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, PRIMEIRA 
SEÇÃO, julgado em 08/08/2012, DJe 14/08/2012) 
 
De acordo com o art. 167 do CTN, “a restituição total ou parcial do tributo dá 
lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades 
pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas 
pela causa da restituição.” 
 
Além dessa repetição proporcional dos juros e penalidades indevidamente 
pagas, pelo tempo que o contribuinte espera a restituição do valor 
indevidamente pago, o Estado-Fisco deve pagar juros e correção monetária. 
 
Veja que uma coisa é diferente da outra. Uma coisa é a restituição proporcional 
dos juros e multas pagas conjuntamente com um valor recolhido a título de 
tributo. Outra coisa é os juros e correção monetária que devem ser pagos pelo 
Fisco, tendo em vista a utilização de capital alheio. 
 
Os juros são devidos a partir do trânsito em julgado da decisão que a 
determinar, conforme o art. 167, parágrafo único, do CTN. A regra é justa 
quando o erro decorre do contribuinte. É injusta, porém, quando o erro decorre 
do próprio fisco, pois, nesse caso, o mais correto deveria ser a incidência de 
juros desde o pagamento indevido. O STJ, entretanto, abarca a letra da lei 
sem restrições. Veja a seguinte súmula: 
 
Súmula 188 – Os juros moratórios, na repetição do 
indébito tributário, são devidos a partir do trânsito em 
julgado da sentença. 
 
Já a correção monetária incide a partir do pagamento indevido, senão veja: 
 
Súmula 162 – Na repetição de indébito tributário, 
a correção monetária incide a partir do 
pagamento indevido. 
 
Todavia, em âmbito federal, principalmente, adota-se a taxa SELIC, a qual já 
abarca juros e correção monetária, sendo vedada sua cumulação com qualquer 
outro índice. 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
Dessa maneira, na prática, a União acaba pagando os juros e a correção 
monetária a partir do pagamento indevido. Em relação às repetições de 
indébitode tributos estaduais, o STJ recentemente sumulou o seguinte: 
 
Súmula 523 - A taxa de juros de mora incidente na 
repetição de indébito de tributos estaduais deve 
corresponder à utilizada para cobrança do tributo 
pago em atraso, sendo legítima a incidência da taxa 
Selic, em ambas as hipóteses, quando prevista na 
legislação local, vedada sua cumulação com 
quaisquer outros índices. 
 
A respeito do prazo para obter a repetição do indébito, tem-se que o prazo 
para pleitear a restituição administrativamente é decadencial e 
judicialmente é prescricional. 
 
O prazo administrativo (decadencial) é de 5 anos, na forma do art. 168: 
 
Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se 
com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: 
 
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da 
data da extinção do crédito tributário; (Vide art 3 da 
LCp nº 118, de 2005) 
 
II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data 
em que se tornar definitiva a decisão 
administrativa ou passar em julgado a decisão 
judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou 
rescindido a decisão condenatória. 
 
O prazo judicial (prescricional) pode ser de dois anos ou cinco anos. Se 
houver pedido administrativo anteriormente denegado, é de dois anos. Se o 
contribuinte socorrer-se diretamente à via judicial, o prazo será de cinco anos. 
Observe: 
 
Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da 
decisão administrativa que denegar a restituição. 
 
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação 
judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação 
validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada. 
 
O parágrafo único do referido preceito recomenda a leitura da seguinte 
Súmula: 
 
Súmula 383 do STF - A prescrição em favor da 
Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e 
meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica 
reduzida aquém de cinco anos, embora o titular 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
do direito a interrompa durante a primeira metade 
do prazo. 
 
d) AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
 
O artigo 164, I a III, do CTN traça as hipóteses de cabimento da ação de 
consignação em pagamento, quais sejam: 
 
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser 
consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos 
casos: 
 
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste 
ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, 
ou ao cumprimento de obrigação acessória; 
 
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento 
de exigências administrativas sem fundamento legal; 
 
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de 
direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo 
fato gerador. 
 
A exigência a que se refere o inciso III do art. 164 não será 
obrigatoriamente aquela feita por entes federativos de mesma natureza (ex: 
Município e Município/Estado e Estado). 
 
Em outras palavras, havendo dúvida acerca de qual é o sujeito ativo da 
obrigação tributária, é cabível a consignação em pagamento mesmo que a 
cobrança esteja sendo realizada por entes federativos de nível diversos. Sobre o 
tema, veja a seguinte posição do STJ: 
 
1. "Não obstante o entendimento doutrinário no sentido de admitir a ação de 
consignação em pagamento, com base no art. 164, III, do CTN, apenas quando 
houver dúvida subjetiva em relação a entes tributantes que possuam a mesma 
natureza (Estado contra Estado e Município contra Município) (...), a doutrina 
majoritária tem admitido a utilização da ação mencionada quando plausível a 
incerteza subjetiva, mesmo que se trate de impostos cobrados por entes de 
natureza diversa." (REsp 931.566/MG, 1ª T., Min. Denise Arruda, DJe 
de 07/05/2009). (REsp 1160256/MG, Rel. Ministro TEORI ALBINO 
ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/08/2011, DJe 
12/08/2011) 
 
Vale ressaltar que, na ação de consignação em pagamento, o contribuinte visa 
ao depósito do que ele entende devido e não daquilo que o Estado-Fisco 
entende devido. 
 
Eis a razão pela qual o contribuinte apenas se resguarda da mora do que foi 
consignado. Se houver alguma diferença de valor em favor do Estado-Fisco, o 
contribuinte terá que pagar todos os encargos referentes a tal 
diferença. Os parágrafos do artigo acima transcrito preceituam: 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito 
que o consignante se propõe pagar. 
 
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento 
se reputa efetuado e a importância consignada é 
convertida em renda; julgada improcedente a 
consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito 
acrescido de juros de mora, sem prejuízo das 
penalidades cabíveis. 
 
Segundo a jurisprudência, a ação de consignação em pagamento não é meio 
idôneo para efetivar parcelamento, notadamente quando o contribuinte visa ao 
parcelamento fora dos parâmetros legais, in verbis: 
 
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO 
ESPECIAL. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. DISCUSSÃO 
ACERCA DO DÉBITO TRIBUTÁRIO E POSSIBILIDADE DE 
PARCELAMENTO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. PRECEDENTES. 
AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 
 
1. É pacífico o entendimento desta Corte Superior no sentido de que a ação de 
consignação em pagamento é via inadequada para forçar a concessão de 
parcelamento e discutir a exigibilidade e a extensão do crédito tributário 
(precedentes citados: AgRg no Ag 1.285.916/RS, Rel. Min. Benedito 
Gonçalves, DJe 15.10.2010; AgRg no REsp 996.890/SP, Rel. Min. 
Herman Benjamin, DJe 13.3.2009; REsp 1.020.982/RS, Rel. Min. Mauro 
Campbell Marques, DJe 3.2.2009; AgRg no Ag 811.147/RS, Rel. Min. Teori 
Albino Zavascki, DJ 29.3.2007). 
 
2. Agravo regimental a que se nega provimento. 
 
(AgRg no REsp 1270034/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 23/10/2012, DJe 06/11/2012) 
 
Ademais, para o êxito da consignação, ela deve ser feita em dinheiro e não 
mediante o depósito do valor que o contribuinte acha devido, pois é vedado o 
intento de fazer depósitos parceladamente. Veja os seguintes julgados: 
 
1. A consignação em pagamento e a dação obedecem ao princípio estrito da 
legalidade, por isso que não se enquadrando nas hipóteses legalmente 
previstas, não há extinção do crédito tributário. Deveras, como consequência, a 
regra é a quitação específica da exação. 
 
2. A ação consignatória julgada procedente extingue o crédito tributário, e é 
levada a efeito através do depósito da quantia apta à satisfação do débito 
respectivo. Seu êxito reclama o adimplemento da obrigação tributária na forma 
da lei para o pagamento dos tributos em geral. 
 
3. O débito tributário deve, necessariamente, ser pago "em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir". A dação em pagamento, para o fim de quitação de 
obrigação tributária, só é aceita em hipóteses elencadas legalmente. 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
 
4. Não se pode proceder a encontro de contas se o crédito com que se pretende 
quitar o débito não é oponível ao titular do crédito que se deve adimplir; vale 
dizer, créditos de TDA's em confronto com débito municipal. 
 
5. Na ação de consignação em pagamento o credor não pode ser 
compelido a receber coisa diversa do objeto da obrigação. Em se tratando de 
dívida tributária, indisponível à Autoridade Fazendária, não há como se admitir a 
dação em pagamento por via de título da dívida pública, se este procedimento 
escapa à estrita legalidade. 
 
6. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido. 
 
(REsp 480.404/MG,Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
20/11/2003, DJ 19/12/2003, p. 331) 
 
1. A ação consignatória, que é de natureza meramente declaratória, tem por 
objetivo apenas liberar o devedor de sua obrigação com a quitação de seu 
débito, por meio de depósito judicial, quando o credor injustificadamente se 
recusa a fazê-lo. 
 
2. Recolher parceladamente o valor do débito fiscal na seara da ação 
consignatória é desviar-se da finalidade por ela pretendida. 
 
3. De acordo com o Min. Luiz Fux, a referida ação não pode ser servil à 
obtenção de parcelamento do débito tributário, sob pena de fazer da 
legislação, que prevê o referido benefício, letra morta. 
 
Súmula 83/STJ. (...) 
 
(AgRg no REsp 1397419/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 04/02/2014, DJe 10/02/2014) 
 
Vale asseverar que o art. 541 do NCPC não tem aplicação em âmbito 
tributário. Veja o que dispõe o referido preceito legal: 
 
Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, 
consignada uma delas, pode o devedor continuar a 
depositar, no mesmo processo e sem mais 
formalidades, as que se forem vencendo, desde que o 
faça em até 5 (cinco) dias contados da data do 
respectivo vencimento. 
 
Sobre o tema, o STJ posiciona-se da seguinte forma: 
 
(...)2. Por força dos artigos 113, § 1º, 140, 141 e 156, inciso VI, do Código 
Tributário Nacional, o prazo de 5 dias previsto no art. 892 do CPC (541, NCPC) 
não é aplicável aos depósitos judiciais referentes a créditos tributários, de tal 
sorte que são exigíveis multa e juros de mora caso o depósito não seja realizado 
dentro do prazo de vencimento do tributo. Mutatis mutandis, vide: REsp 
1351073/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
13/05/2015; AgRg no Ag 1239917/SP, Rel. Ministro Castro Meira, 
Segunda Turma, DJe 17/05/2010; REsp 622.183/RS, Rel. Ministra 
Denise Arruda, Primeira Turma, DJ 17/09/2007; REsp 624.156/RS, Rel. 
Ministro João Otávio de Noronha, Segunda Turma, DJ 20/03/2007. 
 
3. Não se pode permitir que o contribuinte ou responsável tributário, por estar 
em juízo, seja agraciado com mais 5 dias para adimplir o tributo, só porque 
ajuíza ação consignatória em pagamento, porquanto, diretamente, estar-se-ia 
criando distinção vedada pela Constituição Federal (art. 150, inciso I, da 
Constituição Federal), além de estar-se estabelecendo espécie de moratória 
tributária, de caráter geral, sem previsão legal. 
 
4. Agravo regimental não provido. 
 
(AgRg no REsp 1365761/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/06/2015, DJe 17/06/2015) 
 
e) AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO TRIBUTÁRIO 
 
A ação declaratória é a ação que visa declarar a inexistência de uma relação 
jurídica tributária. Com efeito, basicamente, toda ação tributária traz ínsita uma 
declaração. 
 
À obviedade, a própria ação anulatória faz um juízo declaratório da relação 
jurídica tributária. Todavia, Hugo de Brito Machado Segundo4 aponta que 
“A peculiaridade da ação declaratória reside no fato de que, nela, o que se 
pede é precisamente a declaração, que será veiculada no dispositivo da 
sentença. A coisa julgada, portanto, vincula as partes no tocante à relação 
jurídica declarada, mesmo em relação aos períodos futuros, naturalmente 
enquanto subsistir o mesmo contexto fático/normativo (item 3.5.3, infra)”. 
 
Sendo assim, importa questionar é viável ação declaratória se o crédito já tiver 
sido constituído? 
 
Sim. Conforme, o mesmo autor “O parágrafo único do art. 4o do CPC/73 (Art. 
20, NCPC) é bastante claro ao destacar ser “admissível a ação declaratória, 
ainda que tenha ocorrido a violação do direito”. Assim, a ação 
declaratória de inexistência de relação jurídica que obrigue o contribuinte a 
pagar determinado tributo, por exemplo, pode ser proposta mesmo depois 
de efetuado um lançamento no qual esse tributo é exigido. Nem poderia mesmo 
ser diferente, eis que a ação meramente declaratória tem objeto distinto da ação 
anulatória. Seu pedido, caso atendido, envolve a proibição de serem feitos 
lançamentos futuros, nos quais se exija precisamente o cumprimento da 
relação jurídica que o Judiciário considerou inexistente. Não há relação 
necessária com o lançamento já efetuado, que inclusive terá de ser 
desconstituído por ação própria, não estando envolvido pelos efeitos 
da sentença.” 
 
4 MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Processo Tributário. Ed. Atlas, 2014. 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
 
A referida ação segue o rito ordinário. Além disso, assim como a ação 
anulatória, o depósito prévio não é obrigatório, mas sua efetivação suspenderá o 
crédito tributário, na forma do art. 151, II, do CTN. 
 
Veja, por fim, após a citação válida na ação declaratória, restará interrompido o 
prazo para ajuizamento da ação de repetição de indébito, cujo objetivo será o de 
reaver o tributo indevidamente pago dada a inexistência declarada da relação 
jurídica tributária, in verbis: 
 
1. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que a citação válida na 
ação declaratória de inexistência de relação jurídica interrompe o prazo para o 
ajuizamento da correspondente ação de repetição de indébito tributário. (...) 
 
(AgRg no REsp 1241115/RJ, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 07/11/2013, DJe 20/11/2013) 
 
 
f) MANDADO DE SEGURANÇA 
 
O mandado de segurança (MS) é uma das ações mais utilizadas em âmbito 
tributário. Com efeito, essa ação é usada para impugnar lançamentos, afastar 
óbices à compensação, impugnar cancelamento de isenção/imunidade tributária, 
entre outras utilidades. 
 
A disciplina jurídica do Mandado de Segurança em âmbito tributário é bem 
parecida com a disciplina do Mandado de Segurança na seara de outras 
matérias. 
 
Com efeito, o regramento básico está na Lei 12.016/2009, cujas especificidades 
aplicam-se integralmente ao MS em âmbito tributário, à exemplo da 
impossibilidade de MS contra lei em tese (Súmula 266 do STF), da necessidade 
de prova pré-constituída (direito líquido e certo), da observância do prazo 
decadencial de 120 dias da ciência do ato e da impossibilidade de cobrança de 
valores pretéritos (Súmula 269 e 271 do STF), entre outras. 
 
A respeito do último exemplo, se o contribuinte recolhe tributo indevidamente, 
ele não pode ajuizar Mandado de Segurança, com o fito de reaver o dinheiro 
pago indevidamente a título de tributo. Caso contrário, o MS estaria sendo usado 
como sucedâneo de ação de cobrança, o que é vedado. 
 
Assim sendo, caso o contribuinte queira reaver o dinheiro pago, ele deve 
ajuizar a Ação de Repetição de Indébito. Caso ele apenas pretenda 
compensar o valor indevidamente pago com o de algum tributo por ele devido, 
ele pode ajuizar o MS com o fito de obter tutela declaratória do direito à 
compensação, conforme resvala a S. 213 do STJ, in verbis: 
 
“O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do 
direito à compensação tributária”. 
 
Vale observar que não é o mero ajuizamento do MS que suspende a 
exigibilidade do crédito tributário. É necessária a concessão de liminar no MS, 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
na forma do art. 151, IV, do CTN. Lembre-se, por oportuno, que tal suspensão 
do crédito tributário impossibilita apenas o ajuizamento da execução fiscal, mas 
não a possibilidade de o Estado- fisco constituí-lo. 
 
 
SÚMULAS DO STF 
 
Súmula 266 - Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. 
 
Súmula 269 – O mandado de segurança não é substitutivo de ação de 
cobrança. 
 
Súmula271 - Concessão de mandado de segurança não produz efeitos 
patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados 
administrativamente ou pela via judicial. 
 
Súmula 430 - Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o 
prazo para o mandado de segurança. 
 
Súmula 625 - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de 
mandado de segurança. 
 
SÚMULAS DO STJ 
 
Súmula 212 - A compensação de créditos tributários não pode ser 
deferida por medida liminar. 
 
Súmula 213 - O mandado de segurança constitui ação adequada para a 
declaração do direito à compensação tributária.

Outros materiais