TRT Discursiva Aula 04

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DISCURSIVA TRT 8 ª REGIÃO – Questões Discursivas
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
Queridos alunos,
Com o objetivo de prepará-los para resolução de questões tipo situação-
problema, que deverão ser respondidas em até vinte linhas, apresentarei
na aula de hoje, somente, questões de resolução de peças processuais
organizadas pela banca CESPE.
Nessas questões a minha intenção é que vocês tenham base para
resolver a situação hipotética. Não se preocupem com a resolução
de peça processual.
Na próxima aula (aula 05 – 21 de agosto), apresentarei sugestão
de temas com a base doutrinária, jurisprudencial e legal.
Vamos dar início, então, ao nosso estudo!
Apresentação de questões com sugestão de resposta:
1. (CESPE–OAB/SP - 136.º Exame de Ordem) O secretário de
Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, com atuação
em Brasília – DF, recusando-se à efetivação do registro sindical do
Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica do Estado de São Paulo
(SINTEB/SP) sob o argumento de que restaria desatendido o princípio da
unicidade sindical, determinou o arquivamento do respectivo processo
administrativo. O sindicato recorreu da decisão, demonstrando, por meio
de documento, não haver outro sindicato a representar a referida
categoria profissional no âmbito do mesmo município.
Em face da situação hipotética acima, na condição de advogado (a)
contratado (a) pelo SINTEB/SP e considerando que a entidade teve seus
estatutos registrados no cartório competente, redija a peça judicial
cabível contra o arquivamento do processo de registro sindical, na qual
sejam abordados, necessariamente, os seguintes aspectos:
a) princípio da unicidade sindical;
b) atuação do Ministério do Trabalho e Emprego no registro das
organizações sindicais.
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DISCURSIVA TRT 8 ª REGIÃO – Questões Discursivas
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
1.1 - Princípio da Unicidade sindical: Tal princípio encontra-se
expresso no art.8º, inciso II, da Constituição Federal de 1988, em vigor,
que traça as diretrizes da “Organização Sindical” no Brasil e reforçado
pelo disposto no art. 516 da CLT. Consiste na proibição legal de se criar,
numa mesma base territorial, mais de uma organização sindical
representativa de categoria profissional (empregado) ou econômica
(empregador), isso em qualquer grau de representação, o que inclui as
federações e confederações (art.533, CLT), ressaltando-se que a base
territorial mínima permitida deve sempre corresponder, segundo o
mencionado dispositivo constitucional, à área de um Município. 
Contrariamente ao que dispõe a Convenção 87 da OIT - Organização
Internacional do Trabalho (da qual o Brasil é membro atuante) que
consagra o ”sistema da pluralidade sindical” - em que se poderia,
livremente e sem quaisquer restrições, criar tantos sindicatos quantos
fossem os interessados - a Constituição Federal de 1988 adotou o
princípio da “unicidade sindical”. 
Sérgio Pinto Martins entende que a unicidade sindical adotada pela
Constituição da República em vigor, por restringir o direito de associação
dos trabalhadores, constitui espécie de “controle estatal”, de
interferência e intervenção do Poder Público na organização sindical,
vedada pelo inciso I do artigo 8º da Carta Magna. 
Para o citado doutrinador “[...] a Lei Maior estabelece que a unicidade
envolve a base territorial, impedindo a existência de vários sindicatos de
uma mesma categoria, inclusive de sindicatos por empresa. Limita a
unicidade sindical o direito de liberdade sindical, sendo produto artificial
do sistema legal vigente. Não deixa de ser uma forma de controle, por
meio do Estado, do sindicato e da classe trabalhadora, evitando que esta
faça reivindicações ou greves.” (destacamos). 
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
No entanto, nos casos em que um mesmosindicato represente, em
determinada base territorial, várias categorias profissionais, unidas em
virtude da “[...] similitude de condições de vida oriunda da profissão ou
trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade
econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas [...]” (§§
2º e 4º, art. 511; art. 570, parágrafo único, CLT), a lei prevê a
possibilidade de qualquer das atividades ou profissões concentradas na
forma acima descrita, virem a se dissociar do sindicato principal,
formando um novo sindicato na mesma base territorial ( art. 571, CLT).
Nesses casos, observada a área mínima de um município o novo
sindicato poderá instalar-se normalmente sem que isso constitua
violação ao princípio da unicidade sindical.
1.2 - Da formação e registro do sindicato: Para adquirir
personalidade jurídica, o Sindicato deverá promover a inscrição de seus
atos constitutivos no respectivo registro (art. 45, CCB-2002), no caso, o
Cartório de Títulos e Documentos, ocasião em que também se dará ao
ato a devida publicidade. Entretanto, a sua simples existência legal não
lhe assegura o exercício das prerrogativas sindicais, impondo-se, para
fins cadastrais e de controle da unicidade da base territorial, o depósito
de seus estatutos perante o Ministério do Trabalho (art. 8º, incisos I, III
e IV, CF/88; art.513, letras “a”, “b” “c” e “e”, da CLT; Portaria 186/2008-
TEM; Súmula 677-STF). 
Assim é que ocorrer o registro no Cartório de Títulos e Documentos e
adquirida a personalidade jurídica, dever-se-á proceder ao Registro do
Sindicato perante o Ministério do Trabalho, através da Delegacia Regional
do Trabalho da unidade da federação onde se localiza a sua sede,
adotando-se, segundo a Portaria 186/2008-MTE, os seguintes
procedimentos: 
 Para a solicitação de registro, a entidade sindical deverá acessar o
Sistema do Cadastro Nacional de Entidades Sindicais - CNES,
disponível no endereço eletrônico www.mte.gov.br, e seguir as
instruções ali constantes para a emissão do formulário de pedido
de registro.
 Após a transmissão dos dados e confirmação do envio eletrônico do
pedido, o interessado deverá protocolizar, para formação de
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Professora Déborah Paiva 
processo administrativo, unicamente na Superintendência Regional
do Trabalho e Emprego - SRTE da unidade da Federação onde se
localiza a sede da entidade sindical, sendo vedada a remessa via
postal, os seguintes documentos:
I - requerimento original gerado pelo Sistema, assinado pelo
representante legal da entidade;
II - edital de convocação dos membros da categoria para a
assembléia geral de fundação ou ratificação de fundação da
entidade, do qual conste a indicação nominal de todos os
municípios, estados e categorias pretendidas, publicado,
simultaneamente, no Diário Oficial da União e em jornal de grande
circulação diária na base territorial, com antecedência mínima de
dez dias da realização da assembléia para as entidades com base
municipal, intermunicipal ou estadual e de trinta dias para as
entidades com base interestadual ou nacional;
III - ata da assembléia geral de fundação da entidade e eleição,
apuração e posse da diretoria, com a indicação do nome completo
e número do Cadastro Pessoas Físicas - CPF dos representantes
legais da entidade requerente, acompanhada de lista contendo o
nome completo e assinatura dos presentes;
IV - estatuto social, aprovado em assembléia geral e
registrado em cartório, que deverá conter os elementos
identificadores da representação pretendida, em especial a
categoria ou categorias representadas e a base territorial;
V - comprovante original de pagamento da Guia de Recolhimento
da União - GRU, relativo ao custo das publicações no Diário Oficial
da União, conforme indicado em portaria ministerial, devendo-se
utilizar as seguintes referências: UG 380918, Gestão 00001 e
Código de recolhimento 68888-6, referência 38091800001-3947;
VI - certidão de inscrição do solicitante no Cadastro Nacional de
Pessoa jurídica - CNPJ, com natureza jurídica específica; e
VII - comprovante de endereço em nome da entidade.
 O processo será encaminhado preliminarmente à Seção de Relações
do Trabalho da SRTE, para efetuar a conferência dos documentos
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que acompanham o pedido de registro sindical e encaminhá-lo, por
meio de despacho, à Coordenação-Geral de Registro Sindical da
Secretaria de Relações do Trabalho - CGRS para fins de análise.
 Os pedidos de registro sindical ou de alteração estatutária serão
analisados na CGRS, que verificará se os representados
constituem categoria, nos termos da Lei, bem como a
existência, no CNES, de outras entidades sindicais
representantes da mesma categoria, na mesma base
territorial da entidade requerente.
 O pedido será arquivado pelo Secretário de Relações do 
Trabalho, com base em análise fundamentada da CGRS nos
seguintes casos:
I - não caracterização de categoria econômica ou profissionalpara
fins de organização sindical, nos termos da legislação pertinente;
II - insuficiência ou irregularidade dos documentos apresentados, na
forma dos arts. 2o, 3o e 22;
III - coincidência total de categoria e base territorial do
sindicato postulante com sindicato registrado no CNES;
IV - quando a base territorial requerida englobar o local da
sede de sindicato, registrado no CNES, representante de
idêntica categoria; e
V - quando o pedido não for protocolado diretamente na
Superintendência Regional do Trabalho e Emprego - SRTE da
unidade da federação onde se localiza a sede da entidade sindical
postulante. 
Após a verificação, pela CGRS, da regularidade dos documentos
apresentados e a análise relativa à constituição de categoria e da
existência de sindicato cadastrado no CNES - Cadastro nacional de
Entidades Sindicais que represente a mesma categoria e na mesma base
territorial, o pedido de registro sindical ou de alteração estatutária será
publicado no Diário Oficial da União, para fins de publicidade e abertura
de prazo para impugnações.
As decisões de arquivamento efetuados na forma da Portaria 186/2008,
mormente aqueles com fundamento na inobservância do princípio da
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unicidade sindical (art. 5º, incisos III e IV da Portaria citada) serão
publicadas no Diário Oficial da União e devidamente certificadas no
processo, das quais poderá o interessado apresentar recurso
administrativo, na forma do Capítulo XV da Lei no 9.784, de 29 de
janeiro de 1999. Assim, segundo a construção da questão apresentada,
ora sob análise, se foi negado provimento ao recurso administrativo
aviado pelo Sindicato, não obstante a comprovação, através de prova
documental, da inexistência de outro sindicato a representar a categoria
no âmbito do mesmo município (observe-se que o que se pede na
questão é a elaboração de uma “peça judicial cabível” e não uma de
caráter “administrativo” ), a única opção possível e plausível é a
interposição de um mandado de segurança, com base na Lei 1533/51,
art. 1º e 5º, inciso II. E a competência para apreciação e julgamento,
após o advento da EC 45/04, será da Justiça do Trabalho ( 1ª Instância),
na forma do inciso IV do art. 114 da CF/88. 
Capítulo XV da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999. 
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
 Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de
razões de legalidade e de mérito.
 § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a
qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à
autoridade superior.
 § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo
independe de caução.
 § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria
enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da
decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de
encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade
ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (
 Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três
instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.
 Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
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DISCURSIVA TRT 8 ª REGIÃO – Questões Discursivas
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
 I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no
processo;
 II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente
afetados pela decisão recorrida;
 III - as organizações e associações representativas, no tocante a
direitos e interesses coletivos;
 IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses
difusos.
 Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo
para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência
ou divulgação oficial da decisão recorrida.
 § 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso
administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a
partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
 § 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser
prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.
 Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o
recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo
juntar os documentos que julgar convenientes.
 Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem
efeito suspensivo.
 Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou
incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a
imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito
suspensivo ao recurso.
 Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele
conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo de
cinco dias úteis, apresentem alegações.
 Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
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DISCURSIVA TRT 8 ª REGIÃO – Questões Discursivas
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
 I - fora do prazo;
 II - perante órgão incompetente;
 III - por quem não seja legitimado;
 IV - após exaurida a esfera administrativa.
 § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a
autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
 § 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração
de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão
administrativa.
 Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá
confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão
recorrida, se a matéria for de sua competência.
 Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder
decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado
para que formule suas alegações antes da decisão.
 Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula
vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as
razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. 
 Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação
fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á
ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento
do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em
casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas
cível, administrativa e penal. 
 Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções
poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando
surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de
justificar a inadequação da sanção aplicada.
 Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
agravamento da sanção.
CAPÍTULO XVI DOS PRAZOS
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DISCURSIVA TRT 8 ª REGIÃO – Questões Discursivas
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
 Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da
cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e
incluindo-se o do vencimento.
 § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil
seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou
este for encerrado antes da hora normal.
 § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
 § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a
data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do
início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
 Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os
prazos processuais não se suspendem.
CAPÍTULO XVII DAS SANÇÕES
 Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente,
terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não
fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
CAPÍTULO XVIII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
 Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a
reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os
preceitos desta Lei.
 Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
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1.3. Modelo de Peça:
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DO
TRABALHO DE BRASILIA - DISTRITO FEDERAL 
 
SINDICATO DOS TRABALHADORES DA
EDUCAÇÃO BÁSICA DO ESTADO DE SÃO PAULO (SINTEB/SP),
entidade com personalidade jurídica de direito privado, com seus
estatutos devidamente registrados no cartório de Títulos e Documentos
da comarca de (xxxxxxx), nesse ato representado por seu Presidente
(qualificação: nome, estado civil, profissão, inscrição no CPF e nº da
Identidade, domicílio e residência), eleito nos termos da ata em anexo da
assembléia respectiva (documentosanexos), por intermédio de seu
advogado, constituído nos termos do incluso instrumento de mandato,
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência impetrar
MANDADO DE SEGURANÇA, pelo rito especial, com fundamento no
artigo 5º, LXIX da CF/88 e nas disposições da Lei 1.533/51, em face do
SECRETÁRIO DE RELAÇÕES DO TRABALHO DO MINISTÉRIO DO
TRABALHO E EMPREGO, com atuação em Brasília – DF, e o faz pelos
motivos de fato e de direito que passa a aduzir. 
1. PRELIMINARMENTE: 
 1.1. DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
Após o advento da Emenda Constitucional 45, de 08 de dezembro de
2004, que implementou a reforma parcial no Poder Judiciário, a Justiça
do Trabalho teve sua competência material ampliada, que passou a
alcançar as ações que versem sobre representação sindical, bem assim
para a apreciação dos mandados de segurança, “[...] quando o ato
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição.” ( art. 114,incisos
III e IV da CF/88). 
Como se verá, o ato aqui questionado refere-se ao registro do Sindicato
Impetrante no Ministério do Trabalho e Emprego para o atendimento do
disposto no art. 8º, I, CF/88, ou seja, o “registro no órgão competente “
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
( Súmula 677, STF) para os fins do contido no art. 513 da CLT. Assim
inquestionável a competência desta Justiça Especializada pra conhecer,
processar e julgar o presente Mandado de Segurança. 
 1.2 - DO RESUMO DOS FATOS:
O Impetrante, devidamente amparado pela Assembléia Geral, formalizou
a formação do SINTEB- Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica
do Estado de São Paulo, promovendo, após, ao registro de seus
estatutos perante o Cartório de Títulos e Documentos, na forma do art.
45 do Código Civil Brasileiro de 2002, em vigor. 
Ato contínuo, através da Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego - SRTE da sede do Sindicato, com estrita observância da
186/2008-MTE, requereu o registro do Sindicato. O processo respectivo
foi encaminhado à Seção de Relações do Trabalho da SRTE, onde se
procedeu a conferência dos documentos que acompanhavam o pedido de
registro sindical e posteriormente encaminhado à Coordenação-Geral de
Registro Sindical da Secretaria de Relações do Trabalho - CGRS para fins
de análise e remetido posteriormente ao Secretário de Relações do
Trabalho, que se recusando à efetivação do registro sindical do
Impetrante sob o argumento de que restara desatendido o princípio da
unicidade sindical, determinou o arquivamento do respectivo processo
administrativo. 
Da decisão aviou, o Sindicato Impetrante, recurso administrativo,
demonstrando, por meio de farta prova documental, não haver outro
sindicato a representar a referida categoria profissional no âmbito do
mesmo município, permanecendo a situação, contudo, inalterada. 
Assim, em função da recusa da autoridade coatora em conceder o devido
Registro Sindical, está o Sindicato Impetrante impedido de exercer as
 prerrogativas de representação e defesa dos interesses da categoria
profissional respectiva. E assim, havendo prova inconteste de que a
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DISCURSIVA TRT 8 ª REGIÃO – Questões Discursivas
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
formação do Sindicato respeitou o princípio da unicidade sindical, é
ilegítima a recusa manifestada, como ilegítimo é o ato que determinou o
arquivamento do processo respectivo, atos que feriram direito líquido e
certo do Impetrante. E a ilegalidade e abuso persistem na media em que,
interposto o recurso administrativo da decisão, até o momento nenhuma
solução se apresentou, prevalecendo a recusa no registro e o
arquivamento do processo. 
1.3. DOS PEDIDOS 
Diante do exposto requer o Impetrante:
a) seja liminarmente determinado à Autoridade
Coatora, o desarquivamento do processo de pedido de registro da
Entidade Sindical ora Impetrante, para os fins de deferimento do pedido
respectivo, com a consequente concessão da Carta Sindical que
habilitará o Sindicato a exercer as prerrogativas legais de representação
e defesa dos interesses da categoria profissional respectiva. 
 b) a notificação da autoridade coatora para que
preste suas informações no prazo legal.
c) por fim, a concessão definitiva da segurança para
que seja restaurada a legalidade no objeto da presente impetração.
Dá-se à causa o valor de R$ ________ (__________).
Nestes termos, com os documentos inclusos. 
Pede deferimento.
2. (CESPE–OAB/SP - 136.º Exame de Ordem) Joaquim foi admitido,
em dezembro de 2004, mediante concurso público, pela Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), no cargo de operador de
triagem e transbordo. Foi demitido, imotivadamente, em março de 2008.
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DISCURSIVA TRT 8 ª REGIÃO – Questões Discursivas
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
Em abril do mesmo ano, ajuizou ação trabalhista na 2.a Vara do Trabalho
de São Paulo, pedindo sua reintegração na empresa pública, em razão da
peculiar condição da ECT, que é equiparada à fazenda pública. O juiz do
trabalho negou o pedido constante na reclamação trabalhista ajuizada
por Francisco, argumentando que o vínculo jurídico com a ECT seria de
natureza contratual, sujeito às normas determinadas na CLT, razão pela
qual seria desnecessário exigir que a ECT se submetesse, para fins de
demissão de seus funcionários, a processo administrativo em que
constasse a motivação do ato.
Considerando a situação hipotética acima apresentada, na condição de
advogado (a) contratado (a) por Joaquim, redija a peça judicial cabível
em defesa do direito de seu cliente ser reintegrado no cargo.
1.1 - Trata-se de Recurso Ordinário (art. 895, “a”, CLT, com as
alterações promovidas pela Lei 11.925, de 17 de abril de 2009), a ser
interposto contra a decisão do Juiz da 2ª Vara do Trabalho de São Paulo
que julgou improcedente ação trabalhista ajuizada por Joaquim,
empregado da ECT, pleiteando sua reintegração no emprego, uma vez
que, face à peculiar condição da empregadora, é detentor de estabilidade
no emprego e, mesmo assim, foi demitido imotivadamente. 
1.2 - A situação envolve questão relativa à investidura nas empresas
públicas e sociedades de economia mista, mediante concurso público e
sob o regime da CLT, de empregados públicos. Como é sabido, as
empresas públicas e sociedades de economia mista, entidades estatais
que exploram atividade econômica, equiparam-se, quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários, às empresas
privadas (art. 173, inciso II, CF/88). Entretanto, por se inserirem no
âmbito da Administração Pública Indireta (art. 4º, inciso II, letra “b” e
“c”, Decreto-Lei 200, de 25/02/671), sujeitam-se aos princípios próprios,
inerentes à Administração Pública (legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência), inclusive no tocante à forma de
investidura de seus servidores, o que deve dar-se mediante concurso
1Que dispõe: “4° A Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos
serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II - A
Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade
jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c)Sociedades de Economia Mista; d)
fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987). [destacamos].
 
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Professora Déborah Paiva 
público de provas ou de provas e títulos (art. 37, caput e inciso II,
CF/88). 
O vínculo desses servidores com a administração pública é de natureza
contratual, regendo-se a relação jurídica estabelecida entre as partes
pela CLT e, se for o caso, pela legislação específica e esparsa ( como é o
caso, por exemplo, dos petroleiros, a quem se aplicam as disposições
específicas da Lei n.º 5.811, de 11 de outubro de
1972). Diferentemente, a natureza da relação jurídica estabelecida entre
a Administração Pública e os ocupantes de cargos públicos, nesses
legalmente investidos na forma preconizada pela Constituição Federal é
legal (exemplo são os servidores públicos federais regidos pela Lei
8112/90). E nesse caso, aos servidores públicos nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público se assegura a
estabilidade no serviço público após três anos de efetivo exercício, só o
perdendo : I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II -
mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa; ou, III - mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa
( art.41, caput e § 1º, incisos I a III, CF/88). 
Há de ser ressaltado que os cargos públicos de provimento efetivo só
têm previsão na Administração Pública Direta (art. 4º, I, DL 200/67), não
existindo, na Administração Pública Indireta, nas sociedades de economia
mista e empresas públicas. Em consequência, os empregados públicos -
à exceção daqueles que pertencem aos quadros da administração direta,
autárquica e fundacional, dessa última desde não seja exploradora de
atividade econômica - lotados nas sociedades de economia mista e
empresas públicas, não obstante terem sido “contratados” mediante
concurso público, não gozam da “estabilidade no emprego”, não se lhes
aplicando, ainda que analogicamente, a regra contida no art. 41 da
Constituição Federal. 
Nesse contexto, em face do direito potestativo que se reconhece ao
empregador de resilir, a qualquer tempo, o contrato de trabalho2,
poderão ser dispensados sem que tenha, o administrador público, a
obrigatoriedade de “motivar” tal ato. Esse o entendimento que emerge
2 O Brasil não ratificou, incorporando ao seu ordenamento jurídico, a Convenção 158 da OIT que veda a
dispensa arbitrária, imotivada e sem justa causa do empregado pelo empregador. Na realidade brasileira, a
única proteção de que dispõe o trabalhador, não obstante o direito assegurado no art. 7º, inciso I da CF/88,
restringe-se ao aviso prévio de 30 dias e à multa de 40% sobre os depósitos do FGTS (art. 7º, inciso XXI,
CF/88; art. 7º, inciso III c/c art. 10, inciso I, do ADCT da CF/88 e § 1º, Lei8.036/90). 
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
da Súmula 390 do TST e da primeira parte da OJ 247, I (SDI-1),TST,
respectivamente, verbis:
Súmula 390 do TST – Estabilidade. Art. 41
da CF/1988. Celetista. Administração direta,
autárquica ou fundacional. Aplicabilidade.
Empregado de empresa pública e sociedade
de economia mista. Inaplicável 
I – O servidor público celetista da administração
direta, autárquica ou fundacional é beneficiário
da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988 
II – Ao empregado de empresa pública ou
de sociedade de economia mista, ainda que
admitido mediante aprovação em concurso
público, não é garantida a estabilidade
prevista no art. 41 da CF/1988(ex-OJ 229 –
Inserida em 20.06.2001)". (grifamos e
destacamos) 
 E, 
TST - Orientação da SDI-I, 247. SERVIDOR
PÚBLICO. CELETISTA CONCURSADO.
DESPEDIDA IMOTIVADA. EMPRESA PÚBLICA
OU SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.
POSSIBILIDADE (alterada – Res. nº 143/2007)
- DJ 13.11.2007
A despedida de empregados de empresa
pública e de sociedade de economia mista,
mesmo admitidos por concurso público,
independe de ato motivado para sua
validade; (grifamos e destacamos).
Entretanto, a Empresa de Correios e Telégrafos, criada pelo Decreto-Lei
509/69 (pela transformação do Departamento de Correios e Telégrafos
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, art. 1º do referido DL),
possui características peculiares, diferentes das demais empresas
públicas, pois goza dos privilégios da fazenda pública, quer em relação à
imunidade tributária direta ou indireta, impenhorabilidade de seus bens,
rendas e serviços, quer no concernente a foro, prazos e custas
processuais. (art. 12, DL citado). Em razão disso, no tocante à condição
dos seus empregados, admitidos por concurso na forma do art. 37, II, da
CF/88, o TST, através da OJ 247(SDI-1), parte final, entende que a
dispensa dos mesmos não pode se dar sem a necessária motivação,
como se vê, em literal transcrição:
A validade do ato de despedida do
empregado da Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos (ECT) está 
condicionada à motivação, por gozar a
empresa do mesmo tratamento destinado à
Fazenda Pública em relação à imunidade
tributária e à execução por precatório, além 
das prerrogativas de foro, prazos e custas 
processuais. ((grifamos e destacamos). 
E em razão disso, conclui-se que laborou em erro
o MM. Juiz da 2ª Vara do Trabalho de São Paulo ao julgar improcedente a
reclamação proposta por Joaquim, desafiando a decisão respectiva, como
se viu, com a utilização da fundamentação acima, o recurso ordinário
(art. 895, “a”, CLT). 
-----------------------------------------------------------------------------
3. (CESPE–OAB/SP - 136.º Exame de Ordem) Raimundo e Pedro,
propagandistas-vendedores da empresa Medicamentos Baixo Custo,
foram demitidos, sem justa causa, em janeiro de 2007. Em abril do
mesmo ano, ajuizaram ação na 5.a Vara do Trabalho de São Paulo,
argumentando que foram dispensados imotivadamente, embora
possuíssem estabilidade provisória por integrar, respectivamente, a 8.a e
a 9.a suplência da diretoria do Sindicato dos Empregados
Propagandistas, Propagandistas-Vendedores e Vendedores de Produtos
Farmacêuticos do Estado de São Paulo. A empresa contestou a ação,
alegando que a quantidade dos membros eleitos para a diretoria do
sindicato teria ultrapassado o número legal. O juiz de 1.º grau
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
reconheceu que, embora o estatuto do sindicato estabeleça um número
maior de membros efetivos e suplentes para a diretoria, ambos os
vendedores estariam protegidos pela estabilidade,razão pela qual
determinou a reintegração dos trabalhadores. Houve recurso por parte
da empresa, tendo o TRT da 2.a Região mantido a decisão nos seus
exatos termos.
Em face da situação hipotética acima, na condição de advogado (a)
contratado (a) pela empresa Medicamentos Baixo Custo, redija a peça
judicial cabível em defesa de sua cliente, apresentando os argumentos
de fato e de direito pertinentes à matéria.
1.1. - A hipótese seria a de cabimento de Recurso de Revista para o
TST, uma vez que o Acórdão proferido pelo TRT da 2ª Região, mantendo
integralmente a sentença de 1º grau prolatada pela 5ª Vara do Trabalho
de São Paulo, o fez em literal violação do artigo 522 da CLT
(recepcionado pela CF/88 segundo entendimento do TST exarado na
Súmula 369, II3), que limita o número de dirigentes sindicais ao máximo
de 07(sete), inclusive para fins de aquisição e concessão da estabilidade
provisória (art.543, § 3º da CLT e art. 8º, VIII, CF/88).
Nesse contexto, ocupando os empregados Raimundo e Pedro, segundo a
formulação do problema, a 8ª e 9ª suplência da diretoria do Sindicato,
situavam-se além do número máximo permitido por lei, não se lhes
aplicando as regras celetistas e constitucional, acima citadas,
garantidoras da estabilidade provisória durante o exercício da atividade
sindical, até 1(um) ano após o final do mandato respectivo. 
1.2 - Assim, para impugnar o acórdão proferido pelo TRT da 2ª Região
em desacordo com lei federal (CLT, em seu art. 522, que limita o número
de dirigentes sindicais ao máximo de 07) e contrário a Súmula da
Jurisprudência uniforme do TST (Súmula 369, II, TST, que diz que o
dispositivo celetista mencionado foi recepcionado pelo art. 8º, inciso VIII,
da CF/88 para fins de reconhecimento da estabilidade provisória de
dirigente sindical) o recurso próprio é o Recurso de Revista, a ser
interposto, no caso, perante o Presidente do Tribunal Regional do
Trabalho da 2ª Região (arts. 896, caput e § 1º, CLT e 226 da Resolução
Administrativa 1.295/2008-RITST; ) sendo competente para o seu
3 Que diz: Súmula nº 369 - TST - Res. 129/2005 - DJ 20, 22 e 25.04.2005 - Conversão das Orientações
Jurisprudenciais nºs 34, 35, 86, 145 e 266 da SDI-1 - Dirigente Sindical - Estabilidade Provisória. I -
Omissis; II - O art. 522 da CLT, que limita a sete o número de dirigentes sindicais, foi recepcionado
pela Constituição Federal de 1988. (ex-OJ nº 266 - Inserida em 27.09.2002). Nossos grifos e destaques. 
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
julgamento uma das Turmas do TST (art. 702, § 2º, letra “b”, CLT; art.
5º, letra “a”, da Lei 7701/88). Tal recurso depende de preparo prévio
(depósito recursal exigível além daquele realizado para a interposição do
recurso ordinário) como pressuposto extrínseco de admissibilidade, sob
pena de deserção. (art.899 e §§, CLT; art. 7º, Lei 5584/70; art. 13, Lei
7701/8). A teor da Súmula 128, inciso I, do TST, observado o limite do
valor da condenação, “É ônus da parte recorrente efetuar o depósito
legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob
pena de deserção” (nossos grifos e destaques). 
1.3 - Entretanto a questão apresenta um dado importante. Diz ela, em
seu enunciado, que a sentença do juiz de 1.º grau que reconheceu
estarem os reclamantes protegidos pela estabilidade sindical (apesar do
estatuto do sindicato estabelecer número maior de membros efetivos e
suplentes para a diretoria) e determinou a reintegração dos mesmos no
emprego, foi mantida pelo TRT da 2ª Região, “[...] nos seus exatos
termos” , ou seja, sem maiores questionamentos. Em outras palavras o
Regional, em relação à matéria, não enfrentou a matéria, deixando de,
sobre ela, adotar tese explícita, limitando-se sua atuação à manutenção
da decisão de 1º grau nos seus exatos termos, isso apesar de ter a
mesma sido agitada na contestação apresentada e no Recurso Ordinário
interposto. 
Nessa razão, como pressuposto de admissibilidade do Recurso de Revista
e visando obter o pronunciamento do TST à respeito em grau de Recurso
de Revista, a matéria sob discussão deverá ser prequestionada, nos
termos da Súmula 297 do TST, verbis: 
TST - Sumula 297 - Prequestionamento -
Oportunidade - Configuração
I - Diz-se prequestionada a matéria ou questão
quando na decisão impugnada haja sido adotada,
explicitamente, tese a respeito.
No caso específico, repita-se. o Regional não adotou tese explícita sobre
a matéria, e, conforme entendimento contido na OJ 151 da SDI(1) do
TST : 
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DISCURSIVA TRT 8 ª REGIÃO – Questões Discursivas
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
“decisão regional que simplesmente adota os
fundamentos da decisão de primeiro grau não
preenche a exigência do prequestionamento, tal como
previsto na Súmula nº 297.”. 
E, ainda, segundo a 0J 256, SDI (1) do TST: 
“Para fins do requisito do prequestionamento de que
trata a Súmula nº 297, há necessidade de que haja,
no acórdão, de maneira clara, elementos que levem à
conclusão de que o Regional adotou uma tese
contrária à lei ou à súmula.” 
Nesse caso, cumpre à empresa Reclamada,para fins de
prequestionamento da matéria e visando propiciar a futura interposição
do Recurso de Revista, no prazo de 05(cinco) dias da publicação do
Acórdão, opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, consoante o disposto no art.
897-A, da CLT, verbis:
“Caberão embargos de declaração da sentença
ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu
julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão
subseqüente a sua apresentação, registrado na
certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos
casos de omissão e contradição no julgado e
manifesto equívoco no exame dos pressupostos
extrínsecos do recurso.” (nossos grifos e destaques).
É nesse sentido o inciso II da Súmula 297, TST:
“Incumbe à parte interessada, desde que a matéria
haja sido invocada no recurso principal, opor
embargos declaratórios objetivando o
pronunciamento sobre o tema, sob pena de
preclusão.”
E se não obstante a interposição dos Embargos Declaratórios o Tribunal,
ainda assim, se omitir, a matéria será tida como prequestionada para os
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
fins e efeitos de Direito, o que decorre expresso do inciso III da Súmula
retro citada: 
“Considera-se prequestionada a questão jurídica
invocada no recurso principal sobre a qual se omite o
Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos
embargos de declaração.” 
1.4 - OS Embargos de Declaração, no caso, serão opostos perante o
próprio Tribunal prolator do Acórdão (Turma, na pessoa do Relator do
recurso respectivo) que deverá julgá-lo na primeira audiência ou sessão
subseqüente a sua apresentação. (art. 897-A, CLT). 
 
 
Modelo de Embargos de Declaração por omissão: 
 
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) Relator (a) da ...ª
Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região - SP 
Processo número: XXXXXXXXXXXXXXXX 
(espaços) 
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
MEDICAMENTOS BAIXO CUSTO, (qualificação) nos
autos da Reclamatória Trabalhista que lhe movem RAIMUNDO e PEDRO,
processo em epígrafe, em curso perante a 5ª Vara do Trabalho de São
Paulo, Capital, com fundamento no artigo 897-A da CLT, observando que
o Venerando acórdão não apreciou matérias contidas no Recurso
Ordinário interposto pelo reclamante, ora embargante, limitando-se, tão
somente, a manter a decisão de 1º grau por todos os seus termos, com
o objetivo de esgotar os limites da defesa dos seus direitos, e
considerando, ainda, o teor da Súmula 297 e Orientações
Jurisprudenciais 151 e 256, ambas da SDI (1), do TST, sobre a
necessidade de prequestionamento da matéria impugnada para fins de
interposição do competente Recurso de Revista, vem, respeitosamente,
opor 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, que objetivam suprir omissão, nesse
sentido, do Tribunal, a saber. 
1. Da decisão de 2º grau 
Esta Colenda Turma, ao proferir o julgamento do
presente feito, entendendo pela garantia de estabilidade sindical aos
Embargados, não obstante as restrições do art. 522 da CLT e o
entendimento consubstanciado na Súmula 369, II, TST, relativamente à
circunstância de ter sido o referido dispositivo celetizado recepcionado
pelo art. 8º, inciso VIII, da CF/88 no que tange ao reconhecimento da
estabilidade provisória de dirigente sindical limitada ao número máximo
de 07(sete), o fez, nos termos do Acórdão respectivo, abaixo transcrito,
limitando-se à negar provimento ao recurso ordinário aviado pela ora
Embargante, confirmando, pura e simples, a decisão de 1º grau, “nos
seus exatos termos”, como se vê : (transcrição do acórdão embargado). 
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
2. Prequestionamento - omissão no julgado: 
Ocorre que pretende a Embarganterecorrer do
referido Acórdão interpondo, a tempo e modo, o competente Recurso de
Revista, o que exige, no entanto, o prequestionamento da matéria
impugnada, que, ressalve-se, foi devidamente agitada no recurso
ordinário. Entretanto, negado provimento ao RO e limitando-se o
Acórdão embargado, adotando-lhe os fundamentos, a, simplesmente,
manter, “por seus termos”, a decisão de 1º grau, isso sem enfrentar, de
forma explícita o tema, tem-se, nos precisos termos da OJ 151 da SDI
(1), TST, como não prequestionada a matéria para os fins e efeitos de
Direito, como se vê, verbis 
“decisão regional que simplesmente adota os
fundamentos da decisão de primeiro grau não
preenche a exigência do prequestionamento, tal
como previsto na Súmula nº 297.”. 
E nesse caso, sob pena de preclusão, são cabíveis
os presentes Embargos de Declaração, opostos para que essa E. Turma,
suprindo omissão, se manifeste, de forma explícita, sobre a matéria
agitada no Recurso Ordinário, para os fins, assegurado seu
prequestionamento, de propiciar à Embargante, no exercício do seu
direito de ampla defesa, a interposição do competente Recurso de
Revista. 
Esse o entendimento contido na OJ 256-SDI (1): 
“Para fins do requisito do prequestionamento de que
trata a Súmula nº 297, há necessidade de que haja,
no acórdão, de maneira clara, elementos que levem
à conclusão de que o Regional adotou uma tese
contrária à lei ou à súmula.” 
E no inciso II da Súmula 297, do TST: 
“Incumbe à parte interessada, desde que a matéria
haja sido invocada no recurso principal, opor
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
embargos declaratórios objetivando o
pronunciamento sobre o tema, sob pena de
preclusão.”
3. Conclusão 
 Em conclusão, com a devida vênia, entende a
Embargante, no que tange ao prequestionamento da matéria - que lhe
assegurará o direito de dele interpor o recurso cabível - que o acórdão
impugnado, conforme fundamentação supra, restou omisso, pelo que
espera possam ser admitidos pertinentes e oportunos os presentes
Embargos de Declaração, que deverão ser recebidos, para ao final,
dando-lhes provimento, suprir-se a omissão apontada, manifestando-se
esta Turma, de forma explícita, sobre a matéria agitada no recurso
ordinário, em atendimento ao contido na Súmula 297 e OJs 151 e 256,
ambas da SDI (1), todas do TST. 
Nestes termos 
Pede deferimento. 
 São Paulo, (dia) de (mês) de (ano) 
4. (CESPE–OAB/SP-134.º Exame de Ordem/2007) João Pedro,
antigo sócio da empresa BC Ltda., desligou-se da sociedade no ano de
1998, tendo sido o ato devidamente formalizado perante a Junta
Comercial, no momento oportuno.José da Silva, sob o argumento de ter
trabalhado, de janeiro de 2003 a julho de 2006, para a referida empresa,
pleiteou verbas rescisórias e outros direitos trabalhistas, que alegou não
ter recebido.Por ocasião de audiência inaugural, realizada em setembro
de 2006,a reclamada, fazendo-se representar por preposto, contestou o
feito, tendo, contudo, juntado cópia de contrato social desatualizado, ou
seja, anterior à data da saída de João Pedro. Julgada procedente em
parte a ação, como trânsito em julgado e homologação da conta de
liquidação, o oficial de justiça, após a citação da executada, não mais
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Professora Déborah Paiva 
encontrou a empresa no endereço indicado, tendo o juízo determinado a
desconsideração da personalidade jurídica, ocorrendo, então, já em
janeiro de 2008, a penhora de bens pessoais do já referido ex-sócio,
João Pedro. Considerando a situação hipotética acima, redija, na
condição de advogado contratado por João Pedro, a medida processual
cabível,na qual seja pleiteado o levantamento da penhora e a exclusão
de João Pedro da execução.
1.1. Comentários:
O “sócio” João Pedro - que teve seus bens particulares penhorados em
virtude da desconsideração da personalidade jurídica da empresa BC
Ltda., da qual fazia parte, decretada pelo Juízo com base em contrato
social desatualizado juntado aos autos - já havia formalizado a sua
retirada da sociedade, com o devido registro na Junta Comercial, no ano
de 1998. 
De se observar que, à época da admissão do Reclamante (janeiro de
2003), entrava em vigor o novo Código Civil Brasileiro, Lei 10.406, de 10
de janeiro de 2002, publicado no DOU de 11 de janeiro de 2002 e com
previsão de entrada em vigor um ano após a sua publicação (art.2.044),
o que se deu em 11 de janeiro de 2003. À época da “retirada” do sócio
João Pedro as Sociedades por Cotas de Responsabilidade Ltda. regiam-se
pelo Decreto 3.078/1919, aplicando-se, na omissão, supletivamente,
relativamente à responsabilidade remanescente do sócio retirante (at.
8º, parágrafo único, CLT), o disposto no parágrafo único do art. 5º e no
art. 51 do Decreto Lei 7661/45 (Lei de Falências), que a mantinham pelo
prazo de dois anos após a retirada.
Com a entrada em vigor, em 11 de janeiro de 2003, do novo Código Civil
de 2002, revogado o Decreto Legislativo 3.078/19