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Preparação Física Geral

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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
Meu nome é Sérvio Antônio Bucioli. Graduei-me em 
Licenciatura Plena em Educação Física pelo Claretiano e 
sou mestre em Biociências pela Faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo (USP – Ribeirão Preto), onde 
desenvolvi pesquisas em Nutrologia, sobre danos causados 
pelo exercício excessivo e a ação de vitaminas antioxidantes 
na prevenção dos efeitos oxidativos causados no DNA. 
Atualmente, faço parte do corpo docente do Claretiano 
– Centro Universitário, ministrando aulas nos cursos 
presenciais, nas disciplinas de Medidas e Avaliações da 
Atividade Motora, Preparação Física Desportiva, Cinesiologia, 
Biomecânica, Estratégias Nutricionais e Suplementação 
Esportiva e, na Pós-Graduação, nas disciplinas de Estudos 
Avançados em Educação Física e Saúde, Didática e Prática 
do Condicionamento Físico em Academias e Treinamento Personalizado, Fisiologia 
do Exercício, Fisiopatologias, Populações Especiais e Saúde, Treinamento Juvenil 
– Aprendizagem e Desenvolvimento Motor, Planejamento e Periodização do 
Treinamento Esportivo, e Suplementação Nutricional voltados ao Esporte e à Estética. 
Nos cursos a distância, ministro as disciplinas de Nutrição Aplicada à Atividade Física, 
Atividade Física na Terceira Idade, Preparação Física Geral, disciplinas de cujas obras 
sou autor. Desde já, manifesto minha satisfação em dividir com você essa experiência 
profissional, colocando-me à disposição para o que for necessário.
E-mail: serviobucioli@claretiano.edu.br
Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
Sérvio Antônio Bucioli
Batatais
Claretiano
2015
PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição 
na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito 
do autor e da Ação Educacional Claretiana.
Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva
Vice-Reitor: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gatti
Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon
Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gatti
Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Ms. Luís Cláudio de Almeida
Coordenador Geral de EaD: Prof. Ms. Evandro Luís Ribeiro
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera 
• Cátia Aparecida Ribeiro • Dandara Louise Vieira Matavelli • Elaine Aparecida de Lima Moraes • 
Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos 
Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Rosemeire 
Cristina Astolphi Buzzelli • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Cecília Beatriz Alves Teixeira • Eduardo Henrique Marinheiro • Felipe Aleixo • Filipi 
Andrade de Deus Silveira • Juliana Biggi • Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz • Rafael Antonio 
Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Sônia Galindo Melo • Talita Cristina Bartolomeu • Vanessa 
Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Eduardo de Oliveira Azevedo • Joice Cristina Micai • Lúcia 
Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires 
Botta Murakami • Wagner Segato dos Santos
Videoaula: José Lucas Viccari de Oliveira • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Preparação Física Geral 
Versão: ago./2015
Formato: 15x21 cm
Páginas: 222 páginas
SUMÁRIO
CONTEúDO INTRODuTóRIO
1. INTRODuçãO ................................................................................................... 9
2. GLOSSáRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 11
3. ESquEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 14
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS ..................................................................... 14
5. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 15
uNIDADE 1 – PRINCíPIOS CIENTíFICOS DO TREINAMENTO
1. INTRODuçãO ................................................................................................... 19
2. CONTEúDO BáSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 20
2.1. CONCEITuAçãO DOS PRINCíPIOS DE TREINAMENTO ......................... 20
3. CONTEúDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 68
3.1. PRINCíPIOS CIENTíFICOS DO TREINAMENTO ....................................... 68
4. quESTÕES AuTOAVALIATIVAS ....................................................................... 69
5. CONSIDERAçÕES ............................................................................................. 72
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 72
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS ..................................................................... 72
uNIDADE 2 – CAPACIDADES FíSICAS
1. INTRODuçãO ................................................................................................... 77
2. CONTEúDO BáSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 77
2.1. CAPACIDADES FíSICAS ............................................................................ 77
3. CONTEúDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 117
3.1. CAPACIDADES FíSICAS ............................................................................ 117
4. quESTÕES AuTOAVALIATIVAS ....................................................................... 118
5. CONSIDERAçÕES ............................................................................................. 121
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 122
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS ..................................................................... 122
uNIDADE 3 – PLANEJAMENTO E PERIODIzAçãO DA FORçA
1. INTRODuçãO ................................................................................................... 127
2. CONTEúDO BáSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 127
2.1. PLANEJAMENTO E PERIODIzAçãO DA FORçA ..................................... 128
3. CONTEúDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 172
3.1. PERIODIzAçãO ........................................................................................ 172
4. quESTÕES AuTOAVALIATIVAS ....................................................................... 173
5. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 176
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS ..................................................................... 177
uNIDADE 4 – PREPARAçãO TÉCNICO-TáTICA E PSICOLóGICA
1. INTRODuçãO ................................................................................................... 181
2. CONTEúDO BáSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 181
2.1. PREPARAçãO TÉCNICO, PREPARAçãO TáTICA E PREPARAçãO 
PSICOLóGICA ........................................................................................... 182
3. CONTEúDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 215
3.1. PREPARAçãOTÉCNICO, PREPARAçãO TáTICA E PREPARAçãO 
PSICOLóGICA ........................................................................................... 215
4. quESTÕES AuTOAVALIATIVAS ....................................................................... 216
5. CONSIDERAçÕES ............................................................................................. 220
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 221
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRáFICAS ..................................................................... 221
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Conteúdo
Introdução aos estudos das capacidades físicas e habilidades motoras nas 
diversas faixas etárias e em condições especiais. A disciplina aborda o apro-
fundamento dos métodos de avaliação das diferentes capacidades físicas no 
processo de periodização do treinamento desportivo, compartilhadas com a 
preparação técnica, tática e psicológica dos atletas.
Bibliografia Básica
BOMPA, T. O. A periodização no treinamento desportivo. São Paulo: Manole, 2001.
PLATONOV, V. N. Teoria geral do treinamento desportivo olímpico. Porto Alegre: 
Artmed, 2004.
WEINECK, J. Treinamento ideal. São Paulo: Manole, 2003.
Bibliografia Complementar
ASTRAND, P. O.; RODAHL, K. Tratado de fisiologia do exercício. 2 ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara, 1987.
BARBANTI, V. Aptidão física: um convite à saúde. São Paulo: Manole, 1990.
BITTENCOuRT, N. Musculação: uma abordagem metodológica. 2 ed. Rio de Janeiro: 
Sprint, 1986.
DANTAS, E.H.M. Flexibilidade: alongamento e flexionamento. 2 ed. Rio de Janeiro: 
Shape, 1991.
FOX, E. L. et al. Bases fisiológicas da educação física e dos desportos. Rio de Janeiro: 
Koogan, 1991.
VERKHOSHANSKI, I. V. Força: treinamento de potência muscular. Londrina: CID, 1996.
zAKHAROV, A.; GOMES, A. C. Ciência do treinamento desportivo. Rio de Janeiro: 
Grupo Palestra, 1992.
8 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
TRITSCHLER, K. A. Medida e avaliação em educação física e esportes de Barrow & 
McGee. São Paulo: Manole, 2003.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao 
condicionamento e ao desempenho. São Paulo: Manole, 2000.
MATVEEV, L. P. Preparação desportiva. Londrina: CID, 1996.
Palavras-chave ––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Princípios Científicos do Treinamento. Capacidades Físicas. Periodização. Preparação 
Técnica. Preparação Tática e Preparação Psicológica.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá 
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias 
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, 
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento 
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de 
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente 
selecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados 
em sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdo Digital Integrador” porque 
são imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. 
Juntos, não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) 
e a leitura de “navegação” (hipertexto), como também garantem a abrangência, 
a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de 
estudo obrigatórios, para efeito de avaliação.
9© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODuÇãO
Estimado aluno, seja bem-vindo a obra de Preparação Fí-
sica Geral!
Através dos conteúdos expostos vamos compartilhar nos-
sos conhecimentos e esperamos que tudo que puder estudar 
aqui seja útil e possa ser aproveitado em sua formação acadêmi-
ca e em um futuro muito próximo empregado em suas ativida-
des profissionais.
Ao desbravarmos as páginas desta obra esperamos que os 
conceitos escolhidos para compor este material sejam aprovei-
tados para que você construa uma brilhante prática profissional 
e a cada momento durante a aprendizagem consiga aplicar de 
maneira efetiva as teorias aqui expostas.
Quando falamos de preparação física de maneira geral 
buscamos angariar subsídios que alicercem e solidifiquem uma 
área de atuação muito abrangente, assim não é a nossa intenção 
e isto também seria humanamente impossível explorar todos os 
conteúdos que compõem esta disciplina, por isso é muito impor-
tante que você transponha os conhecimentos aqui ofertados e 
busque também outras formas e fontes dentro do ramo da pre-
paração física que mais lhe trouxer afinidade.
Com o estudo desta obra, você poderá compreender e re-
fletir de forma bastante abrangente sobre muitos conceitos que 
serão imprescindíveis em sua formação, buscamos confeccionar 
um material de leitura simples e agradável, no entanto, com o 
que temos de mais relevante quando se trata da Preparação Físi-
ca Geral, todavia, você é quem determinará o que será de provei-
to e o que serão simples linhas escritas, o seu comprometimento 
e dedicação poderão ser transformadores em nossa disciplina.
10 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Aqui poderemos conhecer quais são os princípios científi-
cos da preparação física, notaremos quão é importante a figura 
do educador físico na detecção dos perfis individuais e adaptati-
vos, na mensuração das sobrecargas de treinamento, na especi-
ficidade de cada treinamento atingindo de maneira singular cada 
objetivo, assim como a relação entre o volume e a intensidade 
do treinamento.
Veremos como a continuidade na Preparação Física é im-
portante e os princípios relacionados à saúde que nos levará a 
refletir sobre a importância do trabalho multidisciplinar sem-
pre em benefício de nosso aluno/atleta que busca em nós seus 
resultados e confia em nosso trabalho e projeta seus anseios 
naquilo que planejamos durante a realização de nossa prática 
profissional.
Ainda estudando esta produção verificaremos os compo-
nentes das qualidades físicas e a importância de cada capacida-
de no desenvolvimento global da performance, poderemos ana-
lisar de maneira bem clara e objetiva.
Ao tomar conhecimento de cada uma das capacidades 
físicas você ampliará o universo de conhecimento em especial 
sobre os componentes da Preparação Física que versam sobre a 
velocidade, a flexibilidade, a resistência e a coordenação e pos-
teriormente a força e sua periodização.
Os principais conceitos relacionados à atividade física na 
terceira idade, mediante os tópicos específicos elencados ao lon-
go do estudo, rumo à efetivação da práxis pedagógica por meio da 
aplicação desses conhecimentos em seu cotidiano profissional.
Discorrendo sobre a planificação do treinamento, neste 
momento do aprendizado você já terá conhecido e entendido os 
11© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
princípios que regem a preparação física geral e suas capacida-
des, assim já poderá entender os ciclos de treinamento e como 
se deve realizar cada período de treinamento (periodização).
Para uma melhor compreensão e abrangência e pela imen-
sa gama de informações sobre a periodização nos pautamos em 
ficar em uma vertente de estudo única, com intuito de não ge-
rar divergências ou interpretações diversas sobre os diferentes e 
distintos métodos de planificar o treinamento esportivo e assim 
deixar didaticamente mais clara cada etapa que compõe a Prepa-
ração Física Geral e Especial.
Por fim, detalharemos a preparação Técnica, Tática e Psico-
lógica onde entenderemos cada um destes conceitos e os princí-
pios de sua aplicação em nosso cotidiano profissional.
Assim, desejamosque cada abordagem aqui realizada seja 
uma chave que abra portas em sua formação, desejamos que ao 
estudar a Preparação Física Geral você possa agregar não somen-
te conhecimentos, mas valores que lhe acompanharão por toda 
vida acadêmica e profissional!
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e 
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados.
1) Alterações assintomáticas: podem ser entendidas 
como as alterações que não apresentam sintomas 
evidentes e devem ser detectadas através do conheci-
mento entre o professor e o aluno/ atleta.
12 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
2) Atividades Acíclicas: estas atividades são aquelas que 
se realizam sem que o gesto esportivo seja repetido 
continuamente, podemos ter como exemplo os espor-
tes coletivos como o futebol, o voleibol, o handebol, 
enfim todas aquelas modalidades quesua realização 
não demandam repetições do início ao final realizadas 
na mesma forma.
3) Atividades Cíclicas: São as atividades que repetem ou 
de forma contínua são praticadas com o mesmo gesto 
esportivo, como por exemplo o ciclismo, a natação, a 
corrida e o remo.
4) Contração Isocinética: uma contração é isocinética 
quando a velocidade de movimento é constante.
5) Contração Isométrica: processo, com gasto energéti-
co, no qual o comprimento das fibras musculares não 
se altera. 
6) Contração Isotônica concêntrica: processo, com gas-
to energético, que resulta no encurtamento das fibras 
musculares. 
7) Contração Isotônica excêntrica: processo, com gas-
to energético, que resulta no alongamento das fibras 
musculares. 
8) Contração Isotônica: a condição em que um múscu-
lo se contrai e realiza trabalho e movimento articular 
contra uma resistência.
9) Elasticidade: quando tratarmos do estiramento elásti-
co dos componentes musculares.
10) Feeling: agir de forma intuitiva, tomar decisões emba-
sadas na sensibilidade tendo a intuição de colocar em 
13© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
prática os procedimentos a serem utilizados no mo-
mento correto.
11) Maleabilidade: que são as modificações da pele devi-
do a tensões parciais devido as acomodações do seg-
mento utilizado.
12) Mobilidade: termo que utilizado no tocante ao grau de 
liberdade de movimento da articulação.
13) Núcleo Supraquiasmático: considerado o “relógio” 
que é responsável pelo controle e processamento das 
informações. É um centro de regulação e estimula-
ção de melatonina pela glândula pineal localizado no 
hipotálamo.
14) Plasticidade: referente ao grau de deformação tem-
porária das estruturas musculares ou articulares para 
realização do movimento restando ainda um grau resi-
dual de deformação após a aplicação do estímulo co-
nhecido como histeresis.
15) Ritmos Circadianos: correspondente ao ciclo de um 
dia do ponto de vista biológico, ou seja, todas as al-
terações orgânicas de ordem física, mental ou psico-
lógica que pode ser influenciado por diversos fatores, 
luz, calor, entre outros, podemos dizer que nosso sono, 
nossa digestão, a temperatura corporal são controla-
das e também controlam este ciclo.
16) Somatização: relativo a somar ou acumular, no texto o 
termo é enquadrado como associação a uma sequên-
cia de estados de lassidão que geram o cansaço. 
17) Strain: estado descrito por alguns autores como um 
estado de sobretreinamento, sua tradução vem do in-
14 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
glês como um substantivo de estresse, ou ainda esfor-
ço em excesso.
3. EsquEmA dos ConCEitos-ChAvE
O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos concei-
tos mais importantes deste estudo.
 
Princípios Científicos da 
Preparação Física 
Individualidade Biológica, 
Adaptação, Sobrecarga, 
Interdependência Volume‐
Intensidade, Continuidade, 
Variabilidade e Saúde. 
Capacidades Físicas
Velocidade 
Flexibilidade 
Resistência  
Coordenação 
Preparação Tática 
Preparação Técnica 
Preparação Psicológica 
Força, Planejamento e 
Periodização. 
Preparação Física Geral 
Preparação Física Especial 
Periodização da Força 
PREPARAÇÃO FÍSICA 
GERAL 
Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Atividade Física na Terceira Idade.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASTRAND, P. O.; RODAHL, K. Tratado de fisiologia do exercício. 2 ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara, 1987.
15© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
BARBANTI, V. Aptidão física: um convite à saúde. São Paulo: Manole, 1990.
BITTENCOuRT, N. Musculação: uma abordagem metodológica. 2 ed. Rio de Janeiro: 
Sprint, 1986.
BOMPA, T. O. A periodização no treinamento desportivo. São Paulo: Manole, 2001.
DANTAS, E. H. M. Flexibilidade: alongamento e flexionamento. 2 ed. Rio de Janeiro: 
Shape, 1991.
FOX, E. L. et. al. Bases fisiológicas da educação física e dos desportos. Rio de Janeiro: 
Koogan, 1991.
MATVEEV, L. P. Preparação desportiva. Londrina: CID, 1996.
PLATONOV. V. N. Teoria geral do treinamento desportivo olímpico. Porto Alegre: 
Artmed, 2004.
______. Teoria geral do treinamento desportivo olímpico. Porto Alegre: Artmed, 2008.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento 
e ao desempenho. São Paulo: Manole, 2000.
TRITSCHLER, K. A medida e avaliação em educação física e esportes de Barrow & 
McGee. São Paulo: Manole, 2003.
VERKHOSHANSKI, I. V. Força: treinamento de potência muscular. Londrina: CID, 1996.
WEINECK, J. Treinamento ideal. São Paulo: Manole, 2003.
zAKHAROV, A.; GOMES, A. C. Ciência do treinamento desportivo. Rio de Janeiro: Grupo 
Palestra, 1992.
5. E-REFERÊnCiAs
DANTAS, E. H. M. A prática da preparação física. 5 ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003. 
Disponível em: <https://docs.google.com/folderview?id=0B02-rtNfmjFOYjg1OWFl
zGqtMTE4Ny00OGIwLThlNzYtMTu3zTVhNjhmOTqx&usp=drive_web&hl=pt_BR>. 
Acesso em: 07 jul. 2015.
TuBINO, M. J. G. Metodologia científica do treinamento desportivo. 13 ed. Rio 
de Janeiro: Shape, 2003. Disponível em: <https://treinamentoesportivoufes.files.
wordpress.com/2014/04/princc3adpios-te-tubino-e-moreira.pdf>. Acesso em: 07 jul. 
2015.
© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
17
UNIDADE 1
Princípios Científicos do 
Treinamento
Objetivos
• Compreender cada Princípio Científico do Treinamento e identifica-
-los durante a Preparação Física Geral.
• Analisar as diferentes particularidades descritas em cada princípio e 
conseguir emprega-los durante o processo de Preparação Física.
• Identificar os Princípios Científicos do Treinamento em quaisquer mo-
dalidades de Preparação Física e entender cada um deles dentro do 
processo de elaboração da Preparação Física Geral.
Conteúdos
• Princípio da Individualidade Biológica.
• Princípio da Adaptação.
• Princípio da Sobrecarga. 
• Princípio da Interdependência Volume-Intensidade.
• Princípio da Continuidade.
• Princípio da Variabilidade.
• Princípio da Saúde.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
18 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
1) Não se limite somente ao conteúdo deste Conteúdo Básico de Referên-
cia; busque outras informações em sites, artigos e revistas confiáveis e/
ou nas referências bibliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. 
Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator 
determinante para o seu crescimento intelectual.
2) Busque entender e identificar os principais conceitos apresentados sobre 
a atividade física na terceira idade, de maneira a integrar este estudo ao 
seu cotidiano profissional.
3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no 
ConteúdoDigital Integrador.
4) Sempre integre o conteúdo teórico à sua prática profissional, fazendo com 
que o aprendizado seja afixado de maneira a contribuir para seu sucesso 
profissional.
19© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
1. INTRODuÇãO
quando falamos sobre os Princípios do Treinamento Es-
portivo, devido ao grande número de publicações e estudiosos 
sobre as ciências que regem a Preparação Física podemos nos 
deparar com diferentes nomenclaturas destes princípios, porém 
com conceitos muito bem definidos, desta forma delinearemos 
nossas definições nas obras que são mais referenciadas no estu-
do destes Princípios de Treinamento.
Desta forma, nos pautaremos em Tubino (2003) para eluci-
dar os primeiros cinco princípios que são:
1) O Princípio da Individualidade Biológica.
2) O Princípio da Adaptação. 
3) O Princípio da Sobrecarga. 
4) O Princípio da Interdependência Volume-Intensidade. 
5) O Princípio da Continuidade. 
Após a exploração dos princípios expostos pelo autor su-
pracitado e o entendimento de sua interrelação complementa-
remos nosso entendimento sobre os Princípios de Treinamento 
com Dantas (1995), acrescentando mais um princípio às defini-
ções de Tubino (1984) expondo o "Princípio de Especificidade".
Onde Tubino (2003, p. 93) ainda destaca a importância 
da interrelação entre estes princípios afirmando que "antes de 
passar ao estudo isolado de cada princípio, é importante enfa-
tizar que os princípios se interrelacionam em todas as suas apli-
cações". Posteriormente, Gomes da Costa (1996), complemen-
tando os estudos realizados por Manoel Tubino e Estélio Dantas 
com mais dois princípios, o "Princípio da Variabilidade" e o 'Prin-
cípio de Saúde".
20 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Assim, após estudarmos os oito Princípios de Treinamento, 
a interrelação dos cinco primeiros expostos por Tubino (2003) 
que se relacionam com o Princípio da Especificidade de Dantas 
(1995) e, por fim, a interrelação destes com os dois últimos des-
critos por Gomes da Costa (1996), entendendo assim, a impor-
tância para a preparação física de conhecermos cada princípio e 
a relação que têm entre si.
2. CONTEúDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su-
cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú-
do Digital Integrador.
2.1. CONCEITuAçãO DOS PRINCíPIOS DE TREINAMENTO
Para Tubino (2003) os Princípios de Treinamento podem 
ser entendidos como referências essenciais na busca do alto ren-
dimento dentro da preparação física e o treinamento esportivo, 
uma vez que na comunidade científica estes são aceitos como 
ciências do treinamento, regras que ao serem adotadas duran-
te o período de treinamento, proporcionarão a obtenção de um 
maior rendimento atlético, visando obter os melhores benefícios 
possíveis em todos os componentes fisiológicos do atleta. 
Os Princípios de Treinamento contemplam particularida-
des na obtenção dos objetivos traçados para o cumprimento de 
metas baseados nas ciências biológicas, psicológicas e pedagó-
gicas. Assim, esses princípios refletem a teoria e metodologia 
do treinamento esportivo têm princípios específicos baseados 
21© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
nas particularidades do cumprimento de importantes objetivos 
do treinamento, ou seja, a elevação dos níveis de habilidade e 
desempenho.
O Princípio da Individualidade Biológica 
A descrição dada por Tubino (2003, p. 93) para este princi-
pio é que "chama-se individualidade biológica o fenômeno que 
explica a variabilidade entre elementos da mesma espécie, o que 
faz que com que se reconheça que não existem pessoas iguais 
entre si". 
Desta forma, podemos entender a afirmação que cada pes-
soa é um ser único e irrepetível, possuindo cada qual sua própria 
estrutura e sua formação física e psíquica, o que nos leva direta-
mente ao entendimento de que a individualização do treinamen-
to proporciona melhores resultados, pelo fato de que cada variá-
vel fisiológica tem comportamento individual, com mecanismos 
de ajustes e adaptações altamente específicos que obedecem às 
características e necessidades de cada indivíduo (TuBINO, 2003).
Cada ser humano possui uma estrutura física e formação psí-
quica própria, que obriga a estabelecer-se diferentes tipos de 
condicionamentos para um processo de preparação esportiva 
que atenda às características físicas e psíquicas individuais dos 
atletas. Nestes condicionamentos físicos e psíquicos, os indica-
dores usados para revelar as possibilidades e as necessidades 
individuais dos atletas são os testes, que podem servir como 
medidas para uma avaliação do treinamento até então empre-
gada (TuBINO, 2003 p. 93).
Assim, podemos entender a colocação de Tubino (2003, 
p. 93) quando afirma que "em termos de preparação esportiva 
científica não devem existir classes heterogêneas, mas sim pe-
22 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
quenos grupos homogêneos com características e índices quase 
semelhantes".
A homogeneidade dos grupos de treinamento também fa-
cilita o treinamento desportivo, principalmente em casos onde 
o número de treinadores é insuficiente ou existem restrições ou 
falta de horários disponíveis, portanto, quanto mais individuali-
zado for o treinamento, maiores e melhores serão seus resulta-
dos, o treinamento altamente especializado e individual é um 
fator de grande favorecimento para a obtenção de grandes per-
formances esportivas.
Outro fator muito evidente para o sucesso do treinamento 
é a experiência do treinador que é o responsável pela identifi-
cação dos pontos fortes (positivos) e fracos (negativos) de seu 
atleta, detectados estes pontos a elaboração do treinamento in-
dividualizado se tornará extremamente mais fácil.
O treinador pode através de testes específicos verificar as 
potencialidades de seu aluno/atleta que são seus pontos fortes 
que devem ser cada vez mais desenvolvidos, para que possa ha-
ver o melhor aproveitamento possível destas potencialidades 
durante o desenvolvimento da performance (desempenho), no 
entanto, as debilidades, necessidades e fraquezas (pontos fra-
cos) do atleta/aluno deverão ser corrigidos ou melhorados para 
que estas se desenvolvam da melhor forma possível afim de que 
estas fragilidades sejam amenizadas, neutralizadas ou mesmo 
suprimidas.
Para Dantas (2003, p. 47) "podemos dizer que os poten-
ciais são determinados geneticamente, e que as capacidades ou 
habilidades expressas são decorrentes do fenótipo". E que "o 
campeão seria aquele que nasceu com um "dom da natureza" 
23© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
que, aproveitando totalmente esse dom, o desenvolve através 
de um perfeito treinamento (DANTAS, 2003, p. 48). 
 Para Dantas (2003), a individualidade biológica pode ser 
entendida como a união dos fatores genéticos (genótipo) e da 
interferência do meio (fenótipo). "O indivíduo deverá ser sempre 
considerado como a junção do genótipo e do fenótipo, dando 
origem ao somatório das especificidades que o caracterizarão" 
(DANTAS, 2003, p. 47).
Figura 1 Esquema Indivíduo = Genótipo + Fenótipo.
24 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Fonte: adaptado de Dantas (2003, p.47).
Figura 2 Individualidade genética.
Desta forma, embasado nas colocações de Dantas (2003, 
p. 47) podemos entender que a composição genética, é um fator 
determinante responsável pelo potencial do atleta em diversos 
fatores como:
• Composição corporal. 
• Biótipo. 
• Altura máxima esperada. 
• Força máxima possível.
• Aptidões Físicas eintelectuais (potencialidades) como 
maior VO
2 
(possível percentual de fibras musculares dos 
diferentes tipos, etc.).
25© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Já o fenótipo segundo Dantas (2003, p. 47) pode ser enten-
dido como tudo aquilo que o indivíduo pode adquirir após seu 
nascimento, sendo responsável por outras características como:
• Habilidades desportivas.
• Consumo máximo de oxigênio que um indivíduo apre-
senta (VO
2 máx.
).
• Percentual observável real dos tipos de fibras 
musculares.
• Potencialidades expressas (altura do Indivíduo, sua for-
ça máxima etc.).
Além destas características que são individuais, outras que 
são mais coletivas como, o sexo, a idade, a etnia (raça) influen-
ciam na formação da individualidade, pois estas são característi-
cas em comum que determinam grupos de pessoas.
Como vimos anteriormente, quanto mais individualizado 
for o treinamento, maiores serão seus sucessos e resultados, as-
sim, em grupos de atletas/alunos numerosos é muito importante 
que a individualização seja preconizada evidenciando o princípio 
de Individualidade Biológica, sendo que a busca pelo maior ní-
vel de performance estará diretamente relacionada a persona-
lização do treinamento para cada um do grupo, todavia quando 
não existe a possibilidade de individualização, havendo grande 
número de atletas/alunos haverá a indiscutível necessidade de 
subdividi-los em grupos com a maior homogeneidade possível 
(DANTAS, 2003).
Portanto, mesmo com toda eficiência demonstrada pela 
individualização e homogeneidade entre os grupos, a busca pelo 
melhor dentro de cada modalidade, o surgimento do "campeão" 
está respaldada exclusivamente nos resultados obtidos com um 
26 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
treinamento personalizado e contínuo a esta individualização 
somada ao "dom da natureza", termo descrito por Dantas, que 
o atleta já nasce, o aproveitamento da totalidade deste "dom" 
só pode ser conseguida com o desenvolvimento de um perfeito 
treinamento que envolverá diversos fatores de forma síncrona e 
interdependentes.
Dantas (2003) explica que os resultados só serão conse-
guidos se houver uma consiliação dos fatores genéticos ao trei-
namento, ou seja, aquele indivíduo que já possua uma predis-
posição genética, motivação, habilidade e personalidade que 
correspondam a modalidade esportiva sejam associados a um 
treinamento perfeito, ou muito próximo da perfeição.
Estes fatores serão diversos que convergirão para a compo-
sição "do melhor", do "campeão" do "primeiro lugar no pódio", 
podemos esquematizadamente verificar isto pela figura a seguir: 
27© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
 
Fonte: Dantas (2003, p. 48).
Figura 3 Fatores condicionantes da performance de alto nível.
Podemos, então, afirmar que o princípio da Individualida-
de Biológica segmenta cada pessoa e unifica os indivíduos com 
características comuns à cada modalidade esportiva, assim, 
28 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
cada um de nós somos diferentes, únicos e irrepetíveis, portanto 
dentro de cada modalidade esportiva as semelhanças individuais 
biológicas determinarão as características comuns àqueles que 
obterão sucesso em determinado esporte ou modalidade pelas 
similaridades que apresentam individual e biologicamente.
Ao treinador a formação de um campeão, ou do mais apto 
ao sucesso da modalidade está pautada em uma boa seleção ini-
cial, que dependerá existência de um grande número de prati-
cantes da modalidade desenvolvida, assim também conhecer a 
individualidade biológica (as características do genótipo e fenó-
tipo) de seu concorrente (adversário) propiciará a exploração dos 
pontos fracos de seu oponente, como estratégias que contensão 
dos seus pontos fortes, podendo assim culminar no sucesso de 
seu atleta/aluno.
Princípio da Adaptação 
Segundo Tubino (2003, p. 94), "este princípio do Treina-
mento Esportivo está intimamente ligado ao fenômeno do es-
tresse", ou seja, a quebra da homeostase, estudos que inves-
tigam estes eventos, estresse ou rompimentos da homeostase 
datam seu início 1920 com os apontamentos de Cânon e Hus-
say, sendo altamente enfatizados no período entre 1950 e 1970, 
onde praticamente surgiu uma literatura científica básica sobre 
este fenômeno.
O quadro exposto por TuBINO (2003, p. 94) nos dimensio-
na para a quantidade de estudos que surgiram na investigação 
do estresse neste período:
29© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Quadro 1 Cronologia dos principais fenômenos do estresse no 
período entre 1950 e 1970.
Selye (1950) Selye e Heujer (1956)
Ecler e Luft (1952) Goodall, Stone e Haynes (1957)
Ecler e Hellner (1952) Birke et al (1957)
Selye e Horava (1952) Hsieh e Carlson (1957)
Selye (1952) Sundin (1958)
Dunner (1953) Sutherland e Rall (1960)
Selye (1953) Pekkarinen (1961)
Setaxe (1954) Leduc (1961)
Franksson, Gemzell e Euler (1954) Frankenhaeuser, Sterky e Jaerpe (1962)
Euler e Lundberg (1954) Bloom, Frankenhaeuser e Euler (1963)
Selye e Heujer (1954) Moore e underwood (1963)
Euler, Heliner-Bjorkmann e Orwen 
(1955)
Carlyle (1963)
Wada, Seo e Abe (1955) Johnson (1966)
Selye e Heujer (1955) Levi (1967)
Karki (1956) Tubino (1969)
Dole (1956) Euler (1969)
Fonte: adaptado de Tubino (2003, p. 94).
Observando esta cronologia fica evidente a importância 
dos autores como o médico austríaco Hans Selye descrevendo 
a Sindrome de Adaptação Geral (SAG) e o sueco Von Eulera clas-
sificando o estresse físico, bioquímico e mental, sendo estes as 
maiores referências nos estudos sobre estresse, no entanto ou-
tros autores trouxeram contribuições importantes como o fran-
cês Claude Bernard, que foi o primeiro cientista a evidenciar a 
capacidade do organismo humano em enfrentar alterações am-
bientais externas pela manutenção de um meio interno em cons-
tante equilíbrio (Tubino, 2003).
Dando continuidade aos estudos de Bernard, o fisiologis-
ta Cannon em 1929 demonstrou por seus experimentos que as 
células respondiam aos estímulos estressores por meio de va-
30 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
riações compatíveis com a atividade vital em um processo de 
equilíbrio dinâmico onde o organismo mantinha seu equilíbrio 
interno, surgindo a partir daí o termo homeostase.
Para Dantas (2003, p. 48), o princípio da Adaptação somen-
te pode ser entendido se for compreendido o conceito de home-
ostase: "Homeostase é o estado de equilíbrio instável mantido 
entre os sistemas constitutivos do organismo vivo, e o existente 
entre este e o meio ambiente".
Assim, o autor ainda relata que a homeostase pode ser 
rompida por fatores internos que geralmente são procedentes 
do córtex cerebral ou por fatores externos como calor frio, emo-
ções oscilações na pressão, esforço físico, entre outros. Desta 
forma, sempre que o estado de balanceamento é rompido, a ho-
meostase perturbada, o organismo recorrerá a procedimentos 
compensatórios para reestabelecer o estado de equilíbrio, assim 
cada estímulo o qual o organismo está sujeito desencadeará uma 
resposta adequada conforme notamos na figura a seguir:
Fonte: adaptado de Dantas (2003, p. 49).
Figura 4 A todo estímulo do meio ambiente corresponderá a uma reação do organismo.
31© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Assim sabendo- se que o equilíbrio homeostático modifica-se 
por qualquer alteração ambiental, isto significa que para cada 
estímulo haverá uma resposta. E entendendo-se por estímulos 
o calor, os exercícios físicos, as emoções, as infecções, e outroscom base num grande número de experiências e observação e 
de diversos autores concluiu-se que:
a) estímulos débeis - não acarretam conseqüências; 
b) estímulos médios - apenas excitam; 
c) estímulos médios para fortes - provocam adaptações; 
d) estímulos muito fortes - causam danos (TuBINO, 2003, p. 
95-96).
Tubino (2003, p. 95) demonstra ainda em seus estudos que 
"todos os estímulos atenuantes sobre o organismo podem se 
tornar fatores estressantes", embasados nos estudos do sueco, 
Von Euler, realizados em 1969 "classificou-se o estresse segun-
do a origem de seus estressores", uma vez que estes agentes 
estressores podem ser de qualquer natureza, denominou-se os 
agentes estressores em três tipos clássicos os quais denominou:
• Estresse Físico.
• Estresses Bioquímicos.
• Estresses mentais.
Assim, o estresse físico pode ser provocado por quaisquer 
agentes de natureza física, podendo ser desencadeado pela tem-
peratura, pela umidade, ou pelo esforço físico por exemplo.
Os estresses bioquímicos são desencadeados por quais-
quer agentes farmacológicos, de natureza química, tais como 
analgésicos, anestésicos, calmantes, estimulantes, tóxicos, dro-
gas em geral.
32 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Dantas (2003, p. 49) cita ainda outros fatores Bioquímicos 
estressantes, como insulina, qu provoca hipoglicemia, ácidos e 
bases que podem provocar acidose e alcalose sucessivamente, 
hormônios que agem conforme suas características específicas, 
álcool, que provoca diversos efeitos entre eles vasodilatação ge-
ral, cigarro (fumo) que provoca alterações sobre os sistemas res-
piratório circulatório e também digestivo.
Por fim os estresses mentais, que são os que têm origem 
na mente e estão relacionados por fatores como ansiedade, de-
pressão, angustia, preocupações ou por outros fatores oriundos 
do córtex cerebral (DANTAS, 2003).
Tubino (2003) concordando com Dantas (2003), expõe e 
relaciona as colocações referentes à estimulação dos diferentes 
fatores estressores no organismo quando este é estimulado e 
imediatamente aparecem mecanismos de resposta e compen-
sação para equilibrar e suprir a um aumento de necessidades fi-
siológicas. Assim, podemos claramente notar a relação existente 
entre a adaptação dos diversos e diferentes estímulos oferecidos 
pelo treinamento e o fenômeno de estresse que este gera no 
organismo.
Quando o organismo é estimulado, imediatamente aparecem 
mecanismos de compensação para responder a um aumento 
de necessidades fisiológicas. Assim após constatar que existe 
uma relação entre a adaptação aos estímulos e o fenômeno de 
estresse (base do princípio científico da adaptação) é preciso 
frisar que o estresse ou síndrome de adaptação geral (SAG), se-
gundo SELYE (1956) é a reação do organismo aos estímulos que 
provocam adaptações ou danos ao mesmo.
A síndrome de adaptação geral (SAG) é dividida em três fases 
que podem se suceder até que o agente estressante, na sua 
ação sobre o organismo, atinja o limite da capacidade fisiológi-
ca de compensação do mesmo (TuBINO, 2003, p .96).
33© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
A Síndrome de Adaptação Geral está dividida em três fases:
• 1ª Fase: Reação de alarme. 
• 2ª Fase: Fase da resistência (adaptação).
• 3ª Fase: Fase da exaustão.
Descrita por Tubino (2003) e Dantas (2003), a fase de alar-
me ou fase de excitação é caracterizada pela mobilização de me-
canismos que causam desconforto que para proteger a vida ou 
o organismo o colocam em um "estado de alerta", encontramos 
esta fase subdividida em duas partes, o choque e o contrachoque:
[...] sendo o choque a resposta inicial do organismo a estímulos 
aos quais não está adaptado, e pode provocar, por exemplo, 
a diminuição da pressão sanguínea, enquanto o contrachoque, 
neste caso, ocasionaria uma inversão de situação, isto é, um 
aumento da pressão sanguínea (TuBINO, 2003, p. 96). 
A fase da resistência é a fase caracterizada pela da adapta-
ção, ou seja, nesta fase o organismo obtém o desenvolvimento 
adequado dos canais específicos de defesa, ou seja, nesta fase 
o organismo está resistindo a ação do agente estressor inicial, 
sendo assim, esta fase, a fase da resistência é a fase que mais 
interessa ao Treinamento Desportivo (TuBINO, 2003). 
Por fim a última fase descrita pelo autor supracitado, a fase 
da exaustão e corroborada por Dantas (2003, p. 49) que des-
creve esta fase "provoca danos temporários ou permanentes", 
este momento é caracterizado pela disseminação das reações, 
em consequência da saturação dos canais apropriados de defe-
sa, apresentando o que os autores classificam como "presença 
do colapso", que pode levar inclusive a morte.
O treinamento tem por objetivo provocar adaptações or-
gânicas, fazendo assim com que através deste, o aluno/atleta se 
torne apto a desenvolver suas capacidades atingindo níveis de 
34 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
performance, portanto, de maneira geral os atletas estão sub-
metidos de modo permanente a agentes estressores de várias 
origens, no entanto há também no atleta, por mais treinado que 
esteja um limite de adaptação, assim quando estes são submeti-
dos a treinamentos com grandes solicitações, os agentes estres-
sores têm seus efeitos acumulativos que restringem a adaptação 
(DANTAS, 2003; TuBINO, 2003).
Desta forma, os treinadores (educadores físicos) devem 
conhecer os limites de seus alunos/atletas e referenciar-se nos 
indicadores fisiológicos dos agentes estressantes determinando 
cargas de treinamento mensuradas dentro das capacidades de 
adaptação. "O treinador dependerá de parâmetros fisiológicos, 
e seu feeling, para situar a intensidade do treinamento dentro de 
uma faixa que provoque adapetaçãoe são organismo" (DANTAS, 
2003, p. 50).
Tubino (2003) explica que um dos principais propósitos 
em treinar, ou do treinamento é estimular o corpo para que este 
chegue a forma física especificada e objetivada, sempre por meio 
de renovadas técnicas de exercícios, assim os estímulos estres-
sores aplicados de maneira correta subsidiarão adaptações po-
sitivas ao organismo, portanto, os agentes estressantes os quais 
o atleta não esteja adaptado proporcionarão um desgaste físico 
bem maior fazendo com que o atleta/ aluno chegue ao estado de 
exaustão bem mais cedo, assim o treinamento deve ser progra-
mado de forma que não ultrapasse a fase de adaptação.
É muito importante estabelecer que é a adaptação do or-
ganismo que determinará o nível de treinamento e que se for 
utilizada uma intensidade fraca ou média, não ocorrerão efeitos 
ao treinamento, assim de maneira inversa, se os estímulos foram 
muito fortes provocarão um estado de exaustão.
35© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
É natural (e desejável) que o atleta, após uma sessão de treina-
mento, esteja cansado.
Porém, é imprescindível que após um período de repouso, ele 
consiga recuperar-se totalmente e esteja em perfeitas condi-
ções para o treino seguinte. Se, no entanto, estiver aplicado es-
tímulos muito fortes, e em um período de recuperação ou ali-
mentação insuficiente, ou na presença de estados psicológicos, 
não haverá esta recuperação e o atleta entrará num processo 
de exaustão que Carlyle (1967) e diversos autores denominam 
como strain (DANTAS, 2003, p. 50).
Segundo Carlyle (apud Tubino, 2003) em qualquer treina-
mento poderão surgir agentes estressores negativos que pode-
rão gerar um estado indesejável como fadiga, sobretreinamento, 
exaustão (estafa), chamando este fenômeno de "strain" termo 
que passou a ser conhecido e adotado e aceito pela comunidade 
científica internacional.
Dantas (2003) define os termos utilizado para descrever 
este desgaste orgânicoque a atividade física provoca:
• O cansaço pode ser entendido como uma sensação sub-
jetiva de desgaste provocada pelo exercício ou somati-
zação (estar em um estado psicológico de dor e sinto-
mas físicos estressantes).
• A fadiga é descrita como um estado de depleção das re-
servas energéticas onde se associa um acúmulo de cata-
bólitos no organismo que dificultará a continuidade da 
atividade física ou do exercício, podendo inclusive haver 
uma incapacitação temporária de realiza-lo.
• No sobretreinamento observa-se que há uma recu-
peração incompleta antes que possa se aplicar novos 
estímulos de carga no processo de treinamento, pro-
36 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
vocando exaustão e consequentemente diminuindo a 
capacidade de trabalho.
• Na exaustão, caracteriza um estado onde o organismo 
é submetido a uma carga de trabalho muito forte, e não 
se recupera de forma conveniente, podendo ser origi-
nária de insuficiência de repouso ou inadequada ali-
mentação com caráter progressivo.
Alguns agentes estressantes, segundo Tubino (2003) po-
dem levar os atletas a um estado de strain.
a) Esforço Físico acima das capacidades individuais.
b) Alimentação inadequada
c) Falta de aclimatização
d) Presença de condições patológicas
e) Estado Psicológico anormal
f) Ausência de Repouso e revigoramento.
g) Mudanças bruscas das rotinas diárias (provoca alterações nos 
ritmos circadianos) (TuBINO, 2003, p. 102).
Em linhas gerais, o strain pode ser gerado por aplicação 
de cargas excessivas dentro de um processo de sobretreina-
mento, no alto nível o sobretrinamento assume um a impor-
tância primordial na preparação dos atletas, pois há utilização 
para aumento da performance de cargas de treinamento fortes 
sempre tangenciando muito fortes, assim o atleta no alto nível 
está sempre em seu treinamento em seu limite de adaptação 
e consequentemente próximo da exaustão. Assim sendo, deve 
se identificar de maneira precoce a exaustão, possibilitando a 
continuação do treinamento mesmo com redução das cargas de 
trabalho, mesmo que esta estratégia fatalmente gere consequ-
37© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
ências fatais para performance, é a escola mais sensata e preferí-
vel a estagnação e parada total do treinamento (DANTAS, 2003).
Para Tubino (2003, p. 102-103) "existe uma série de evi-
dências contestáveis, muitas vezes até visualmente para diag-
nosticar atletas que estejam em “strain”:
a) falta de apetite:
b) perda de peso; 
e) diminuição do bem-estar geral;
d) dores articulares e musculares;
e) aumento da freqüência cardíaca basal e de repouso;
f) excitabilidade;
g) problemas digestivos; 
h) irritabilidade;
i) diminuição da capacidade de concentração; 
j) aumento da tensão arterial; 
l) angústia;
m) hipóxia; 
n) transtornos no metabolismo;
o) tensão muscular geral aumentada;
p) diminuição da coordenação motora.
Diversos autores entre eles nossos referenciais de estudo, 
Tubino (2003) e Dantas (2003) concordam sobre a importância 
de se verificar e considerar o princípio da adaptação, onde qual-
quer descuido na aplicação das cargas de treinamento (agentes 
estressantes), poderá levar os atletas ao strain, portanto, a res-
ponsabilidade de prevenção deste estado é do educador físico 
(treinador), pois o bom profissional não se limitará somente em 
38 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
elaborar e acompanhar o treinamento, mas em conhecer seu 
aluno/atleta, e somente assim o profissional de educação físi-
ca terá condições de detectar alterações assintomáticas em seu 
aluno/atleta indicando nele um processo de sobretreinamento. 
Dantas (2003, p. 51) destaca ainda o dilema de que se o 
treinador não estipular volumes e intensidade de trabalho maio-
res possíveis para fase de treinamento, estará prejudicando a 
performance de seu aluno/atleta para as competições, desta for-
ma o educador físico tem que trabalhar com uma margem de 
ação muito restrita e, muitas vezes inexistente, dedicando "de 
corpo e alma ao conhecimento de seus atletas".
O bom treinamento é aquele que é o suficiente para oca-
sionar ajustes e adaptações sem causar danos ao organismo, 
sendo capaz de gerar benefícios com consequente aumento da 
performance.
Princípio de Sobrecarga
"Imediatamente após a aplicação de uma carga de traba-
lho, há uma recuperação do organismo, visando restabelecer a 
homeostase" (DANTAS, 2003, p. 51).
Justamente o momento exato em que se produz a adap-
tação após a aplicação de uma carga de trabalho que é o ponto 
de grande discussão quando estudamos a preparação física ou o 
treinamento, assim, o qual seria o período de melhores adapta-
ções após os agentes estressantes (estímulos) serem aplicados? 
Alguns estudos assinalarão que o estabelecimento da 
adaptação se dará durante os intervalos intermediários dos trei-
nos, já outros apontarão que a adaptação será estabelecida após 
o último intervalo da sessão de treino. Portanto, nos dois casos 
39© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
(em ambas as situações), as adaptações ocorrerão, o que será 
preponderante será para que isto aconteça será o adequado 
tempo de repouso (TuBINO, 2003).
Dantas (2003, p. 51) traz a explicação de que "o tempo 
necessário para recuperação é proporcional à intensidade do 
trabalho realizado", assim, com a aplicação de uma carga muito 
forte, o organismo será capaz de se reestabelecer e compensá-
-la, quase que em sua totalidade com quatro horas de repouso, 
preparando-se para sofrer um novo desgaste, mais forte que o 
anterior. 
Hegedus (apud Tubino, 2003) descreve dois fenômenos, 
um fenômeno chamado "assimilação compensatória" que seria 
composta de uma fase de recuperação, onde as reservas orgâni-
cas seriam reestabelecidas, e um outo chamado "período de res-
tauração ampliada" no qual seria assimilada uma maior reserva 
energética para aplicação de novos estímulos.
Segundo Hegedus (1969), os diferentes estímulos produzem di-
versos desgastes, que são repostos após o término do trabalho, 
e nisso podemos reconhecer a primeira reação de adaptação, 
pois o organismo é capaz de restituir sozinho as energias per-
didas pelos diversos desgastes, e ainda preparar-se para uma 
carga de trabalho mais forte. Chama-se este fenômeno de assi-
milação compensatória. Assim, sabe-se que não só são repostas 
as energias perdidas, como também são criadas maiores reser-
vas de energia de trabalho. A primeira fase, isto é, a que recom-
põe as energias perdidas, chama-se período de restauração, 
o qual permite a chegada a um mesmo nível de energia que 
existia anteriormente ao estímulo. A segunda fase é chamada 
de período de restauração ampliada, após o qual o organismo 
dispõe de uma maior energia para novos estímulos (TuBINO, 
2003, p. 103).
40 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Desta forma, podemos entender simplificadamente a 
assimilação compensatória:
ASSIMILAÇãO COMPENSATÓRIA
Período de restauração + Período de restauração ampliada
Dantas (2003) também apresenta uma representação es-
quemática que demonstra que uma carga muito forte (passando 
da linha C-D) poderão gerar exaustão (3ª fase da Síndrome de 
Adaptação Geral – SGA), fazendo com que não ocorra compensa-
ção compensatória, nem mesmo a recuperação metabólica em 
um espaço de tempo considerado normal, fazendo assim com 
que em decorrência deste fato, a próxima carga deverá ser me-
nor que a inicial.
41© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Fonte: adaptado de Dantas (2003, p. 50).
Figura 5 Representação esquemática. 
Assim, também caso não sejam aplicadascargas em inten-
sidades crescentes ou as cargas forem de mesma intensidade so-
mente ocorrerá o período de recuperação ampliada no primeiro 
período de recuperação, conforme é demonstrado na figura 6, 
não havendo progresso do treinamento (Dantas, 2003).
42 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Fonte: adaptado de Dantas (2003, p. 50).
Figura 6 Representação esquemática. 
Dantas (2003, p. 52) alerta que como pode ser observado 
não ocorre nenhum efeito positivo ao treinamento, havendo in-
clusive uma discreta regressão na capacidade física, quando esta 
é comparada com o nível inicial de condicionamento. A "assimi-
lação compensatória, ou a supercompensação, que permite a 
aplicação progressiva do princípio da sobrecarga", podendo ser 
muito comprometido por uma incorreta aplicação das cargas e 
do tempo de aplicação da mesma.
Já Tubino (2003) afirma que os estímulos mais fortes sem-
pre deverão ser aplicados no final da assimilação compensatória, 
por ser justamente neste período que teremos a maior amplitu-
de do período da restauração ampliada, segundo o autor para 
que seja elevado o limite de adaptação do atleta. O princípio 
da sobrecarga, pode também ser definido como o principio da 
progressão gradual, sendo fundamental para qualquer proces-
so de evolução no treinamento, Hegedus (apud Tubino, 2003, p. 
43© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
104) apresenta um gráfico com a representação do princípio da 
sobrecarga. 
Fonte: segundo Hegedus apud Tubino (2003, p. 104).
Figura 7 Representação gráfica do princípio da sobrecarga.
44 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Fonte: adaptado de Hegedus (apud Tubino, 2003, p. 104).
Figura 8 Representação gráfica do princípio da sobrecarga.
Podemos notar pela seta progressiva (crescente) que a as-
similação compensatória foi positiva, no entanto, caso não haja 
uma relação ótima entre a aplicação das cargas e as pausas entre 
as sessões de treino durante o treinamento, poderão ocorrer 
graves prejuízos na evolução da preparação, conforme repre-
sentado por Hegedus (apud Tubino, 2003, p. 105) na figura que 
demonstra a "Progressão da forma fisica prejudicada devido a in-
tervalos muito pequenos entre as sessões de treino" que explica 
situações indesejáveis de treinamento, em que são representa-
das as consequências negativas, causadas pela má relação en-
tre as aplicações de cargas de treinamento e as pausas entre as 
sessões de treino, que culminarão na regressão da preparação. 
Como poderemos notar as pausas entre as sessões de prepara-
45© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
ção são extensas demais, fazendo com que as sessões de treina-
mento fiquem demasiadamente distanciadas "o que provoca um 
período de decréscimo da restauração, não deixando condições 
para um aumento de possibilidades do atleta em relação à ab-
sorção de mais cargas".
Fonte: Hegedus apud Tubino (2003, p. 105).
Figura 9 Progressão da forma física prejudicada devido a intervalos muito grandes entre 
as sessões de treino. 
46 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Fonte: adaptado de Hegedus apud Tubino (2003, p. 105).
Figura 10 Progressão da forma física prejudicada devido a intervalos muito grandes 
entre as sessões de treino.
Observamos que a adaptação é nula (sem efeitos), porém 
uma situação ainda mais indesejável pode ocorrer quando há 
47© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
aplicação de novas cargas de treinamento quando o período de 
restauração ainda não se completou, ou seja, o treinamento con-
tinua sem que exista um intervalo adequado entre as sessões de 
treinamento, criando condições favoráveis ao aparecimento do 
sobretreinamento (strain), onde notamos uma adaptação nega-
tiva com a seta apontando na descendente.
Fonte: Hegedus apud Tubino (2003, p. 105).
Figura 11 Progressão da forma física prejudicada devido a intervalos muito pequenos 
entre as sessões de treino.
48 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Fonte: adaptado de Hegedus apud Tubino (2003, p. 105).
Figura 12 Progressão da forma física prejudicada devido a intervalos muito pequenos 
entre as sessões de treino.
No início as adaptações que ocorrem no organismo surgem 
mais rápidas e consequentemente estas ficam cada vez mais len-
tas a medida que a performance melhora.
Estas adaptações ocorrem fisiologicamente a partir dos es-
tímulos produzidos pelo treinamento aplicado (stress físico).
Por tanto estes princípios estão interligados a intensidade 
e principalmente ao tempo de recuperação.
Em linhas gerais, resumindo este processo, a aplicação de 
uma nova carga dependerá basicamente de 3 (três) fatores:
• Intensidade da carga anterior.
• Período de recuperação (anabolismo).
49© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
• Período de recuperação ampliada (supercompensação).
Quando somamos o período de recuperação com o perío-
do de recuperação ampliada criamos uma base compensatória e 
assim surge o superávit energético.
 Dantas (2003) explica que "o equilíbrio entre a carga apli-
cada e tempo de recuperação é que garantirá a existência da su-
percompensação de forma permanente". Esta forma pode surgir 
duas situações de maior dificuldade:
A primeira quando temos uma fase de recuperação 
excessiva para compensação da carga aplicada e a segunda 
quando a fase de recuperação é insuficiente para a compensação 
da carga aplicada.
Na recuperação excessiva, "a aplicação de uma nova carga 
de trabalho ocorre após a fase máxima de supercompensação" 
o que faz com que exista um desperdício em parte do treina-
mento anterior, enquanto quando a recuperação é insuficiente 
poderá conduzir o aluno/atleta a um estado de strain, "por não 
propiciar ao organismo condições de recuperação antes da apli-
cação de uma nova carga" (DANTAS, 2003, p. 52).
Podemos então entender claramente que as cargas mais 
intensas exigirão maior tempo de recuperação e cargas mais 
amenas, menor tempo de compensação, desta forma a redução 
da carga deve corresponder uma redução no período de recu-
peração e se há acréscimo da carga deve se haver ampliação da 
fase de recuperação.
Há um ponto correto para a aplicação de uma nova carga, 
conforme demonstra Dantas (2003, p. 53), pois se o período de 
recuperação é insuficiente ou excessivo não haverá um aprovei-
tamento ótimo do treinamento.
50 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Fonte: Dantas (2003, p. 53).
Figura 13 Ponto de aplicação de nova carga de trabalho na curva de compensação.
Segundo Dantas (2003), pode se aplicar além do intervalo 
de recuperação ao princípio da sobrecarga:
• O volume do treinamento.
• A intensidade do treinamento.
• Tanto sobre o volume quanto sobre a intensidade.
O volume, também chamado de quantidade de treinamen-
to corresponde ao total de carga do treinamento e a intensidade 
corresponde à qualidade de treinamento, ambas expressam o 
somatório da carga de treinamento a que o atleta está subme-
tido. Normalmente, aplica-se a sobrecarga inicialmente sobre o 
51© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
volume; após esta carga estar assimilada é que se sobrecarrega a 
intensidade (DANTAS, 2003, p. 53).
Na preparação Física a aplicação do princípio da sobrecar-
ga deve ser realizada em todos os componentes:
Preparação técnico-tática 
Sobrecarga no volume: 
• Aumento do número de repetições do movimento (gesto 
desportivo).
• Aumento da duração do treinamento (número de horas).
• Aumento da cargahorária semanal de treino, etc.
Sobrecarga na intensidade:
• Crescente dificuldade dos movimentos realizados.
• Aumento da velocidade de execução.
• Diminuição do tempo de repouso, etc.
Preparação Psicológica
Sobrecarga no volume:
• Aumento no tempo dedicado ao treinamento mental.
• Aumento no tempo dedicado ao relaxamento, etc.
•	 Sobrecarga na intensidade:
• Treinamento sob condições estressantes (ruído da plateia, 
apupos, etc).
• utilização de técnicas de ativação e motivação (DANTAS, 
2003, p. 53).
Princípio da Interdependência Volume-Intensidade
O Princípio da Interdependência Volume-Intensidade 
está diretamente ligado intimamente ligado ao Princípio da so-
52 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
brecarga, "pois o aumento das cargas de trabalho é uma impo-
sição para obter uma melhora da performance". Esta melhoria 
poderá ocorrer pelo aumento do volume ou conta da ampliação 
da intensidade (DANTAS, 2003, p. 53).
Tubino (2003) citando KASHLAKOV (1970), observando es-
pecificamente a melhoria de performance em atletas meio fun-
distas, pode se constatar que o aumento do desempenho destes 
atletas era devido a quantidades de trabalho maiores, e tam-
bém a um aumento substancial na intensidade dos estímulos de 
treinamento.
Dantas (2003) lembra que se o organismo é submetido a 
uma intensidade alta de treinamento este somente será capaz 
de suportá-la por um curto espaço de tempo, por outro lado 
quando há necessidade de um esforço que dure um tempo mais 
longo a carga deverá ser necessariamente moderada, conforme 
demonstra a figura a seguir, quando uma variável é aumentada 
inversamente proporcional outra variável será diminuída. 
 
Fonte: adaptado de Dantas (2003, p. 54).
Figura 14 Aumento e diminuição de variáveis.
53© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
"Na maioria das vezes, o aumento dos estímulos de uma 
dessas duas variáveis é acompanhado da diminuição da aborda-
gem em treinamento da outra" (TuBINO, 2003, p.108).
Quando empregamos este princípio no alto nível podemos 
afirmar que a escolha do volume e da intensidade estará sempre 
pautado em dois critérios:
1) A qualidade física preconizada (o que se pretende 
treinar).
2) Período de treinamento (em que fase do treinamento 
se encontra o atleta/aluno). 
De forma geral notamos que o sucesso nas modalidades 
esportivas conseguido com os atletas "de elite" ou no alto nível 
por estarem sempre buscando a maior performance possível 
no alto-rendimento, independente da modalidade esportiva 
praticada, estão sempre embasados em grande quantidade 
(volume) e numa alta qualidade (intensidade) de treinamento.
Desta forma, podemos dizer que a estimulação do volu-
me, ou da intensidade, mesmo no alto nível, para as atividades 
de alto rendimento, deverá estar sempre pautada na caracterís-
tica da modalidade (qual característica de qualidade física tem 
a modalidade treinada) e em qual fase de treinamento estou 
aplicando a interdependência entre o volume e a intensidade, 
que dependerá de uma série de fatores, pois "qualquer ação de 
incremento do volume provocará modificações na estimulação 
da intensidade, sendo que a recíproca será sempre verdadeira" 
(TuBINO, 2003, p. 108).
As qualidades físicas com características de utilização em 
curto espaço de tempo requerem em seu treinamento, uma 
grande ênfase na intensidade, assim como em atividades físi-
54 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
cas de características prolongadas exigirão ênfase no volume de 
treinamento, conforme esquematizou Dantas (2003, p. 54), na 
figura a seguir, "comparando as qualidades físicas treináveis pelo 
emprego da sobrecarga". 
Fonte: adaptado de Dantas (2003, p. 54).
Figura 15 Comparação de qualidades físicas.
Essas variáveis entre a intensidade e o volume devem ser 
muito elucidadas pelo treinador (educador físico), pois a mani-
pulação destas variáveis no momento correto do treinamento 
é que determinarão o sucesso do treinamento e consequente-
mente a obtenção do máximo da performance (peak) que deve 
estar em consonância (de acordo) com os períodos de competi-
ção ou das competições alvo, Dantas (2003) coloca que o pico de 
desempenho durante as competições se baseia mais no feeling 
do treinador (educador físico) do que em quaisquer parâmetros 
fisiológicos, pois por mais que exista uma série de fatores que le-
varão aos maiores ajustes do treinamento, a "sintonia fina" está 
na sensibilidade do treinador.
55© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Para Tubino (2003, p. 109) "o princípio cientifico da inter-
dependência volume-intensidade um fator fundamental para a 
evolução de processos de treinamento desportivo", desta forma, 
é importante a apresentação de sugestões e indicações relacio-
nadas com a aplicação desse princípio.
• A interdependência entre o volume e a intensidade é 
um dos aspectos do treinamento desportivo em que 
ocorre grande numero de investigações, pois cada vez 
mais os estudiosos chegam à confirmação de que a uti-
lização ótima de estímulos dessas duas variáveis é que 
pode oferecer condições funcionais excepcionais para 
níveis atléticos mais altos, e também para que se che-
gue ao ápice da forma desportiva no momento certo.
• Num treinamento, a ênfase no volume (quantidade) de 
cargas desempenha um papel de base para resultados 
futuros, enquanto que o incremento na intensidade 
(qualidade) tem como proposito levar a condição dos 
atletas ao "peak" da forma desportiva e à assimilação 
do volume total de preparação do volume total de pre-
paração realizada.
• Em todo processo de preparação desportiva de alta 
performance deve seguir uma trajetória com ênfase 
nas variáveis volume e intensidade. "O treinamento 
deve sair de uma ênfase na ‘quantidade’ (volume) 
de trabalho, e chegar à ‘qualidade’ (intensidade) de 
preparação" (TuBINO, 2003, p. 109). 
Finalizando este princípio científico, Dantas (2003, p. 55) 
apresenta na prática como se dá a sobrecarga sobre o volume ou 
sobre a intensidade:
56 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Sobrecarga no Volume (quantidade de treinamento)
• Quilometragem percorrida
• Número de repetições
• Duração do trabalho (tempo)
• Número de Séries
• Horas de treinamento, etc
• Horas de treinamento
Sobrecarga na Intensidade (qualidade do treinamento)
• quilagem utilizada 
• Velocidade
• Ritmo
• Redução dos Intervalos (pausas) Amplitude de movimentos, 
etc.
Princípio da Continuidade
A continuidade do treinamento é primordial para que a 
condição física desejada seja alcançada, desta forma o Princípio 
Científico da Continuidade apresenta uma relação direta com 
a aplicação de cargas progressivas e suas subsequentes adap-
tações assimiladas pelo organismo, desta forma podemos afir-
mar que o Princípio da Continuidade está diretamente relacio-
nado ao Princípio da Adaptação, pois é a adaptação das cargas 
de maneira contínua que faz com que o que " a aplicação de 
cargas crescentes vão sendo progressivamente assimiladas pelo 
organismo" conforme verificamos na esquematização de Dantas 
(2003, p. 56):
57© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Fonte: adaptado de Dantas (2003, p. 56).
Figura 16 Esquema de Estímulo versus Tempo.
Esta figura demonstra a importância de se dar continui-
dade ao treinamento ao longo do tempo, fato este que alicerça 
o Princípio da Continuidade, para Tubino (2003) somente após 
alguns anos seguidos de treinamento é que se pode conseguir 
uma boa condição atlética. Outro fator destacado pelo autor é 
que "existe uma influência bastante significativa das prepara-ções anteriores em qualquer esquema de treinamento em anda-
mento" (TuBINO, 2003, p. 107). 
Assim, podemos pautar o princípio da continuidade nestas 
duas diretrizes:
1) Unicamente pode se conseguir bons resultados com 
em uma preparação, ou uma boa condição atlética 
58 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
com o treinamento contínuo, interrupto e progressivo 
e somente após alguns anos de prática.
2) As preparações anteriores, ou seja, os treinamentos 
realizados precedentemente terão grande influência 
no treinamento atual, assim podemos dizer que mes-
mo que ocorram algumas perdas um treinamento ja-
mais é totalmente perdido. Dantas (2003) ressalta dois 
aspectos do princípio da continuidade: a interrupção 
do treinamento e o período de treinamento, onde des-
taca que a interrupção consciente dos programas de 
treinamento para que se reestabeleça a recuperação é 
benéfica e imprescindível para que se obtenha sucesso 
nos resultados, sendo que esta recuperação pode osci-
lar de poucos minutos até 48 (quarenta e oito) horas, 
pois também após este período já inicia-se um proces-
so de diminuição do estado físico caso não ocorra a 
aplicação de novos estímulos, o que no alto nível pode 
trazer comprometimentos sérios na preparação e ob-
tenção dos resultados esperados. Dantas (2003, p. 56) 
explica ainda o porquê das 48 (quarenta e oito) horas 
serem consideradas o limite máximo de recuperação 
ou repouso:
Matveev (1981) ensina que "a progressão pedagógica do treina-
mento tem como regra geral começar o treino seguinte durante 
um estado de recuperação da sessão anterior". Buscando qual 
é este tempo médio de recuperação, verifica-se que o repouso, 
o sono e o metabolismo da nutrição fazem a restauração das re-
servas energéticas do organismo, em sua quase totalidade em 
48 horas, embora haja um fator exponencial da recuperação 
que irá se prolongar por até 12 dias.
O grande segredo do princípio da continuidade é a aplicação 
de nova carga de trabalho durante o período de recuperação 
59© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
ampliada, ou seja, antes que o organismo, ao se recuperar to-
talmente, retorne ao nível de homeostase inicial. Além disso, 
deve-se fazer uma correta distribuição temporal da aplicação 
da carga, pois num treinamento de alto nível procura-se dar 
dois ou três dias de estímulos crescentes antes de propiciar um 
dia de recuperação. Desta forma, consegue-se um efeito multi-
plicador do stress aplicado. O fenômeno da supercompensação 
num contexto de treinamento total de alto nível não ocorrerá, 
forçosamente, após cada treino, mas sim após uma série de 
treinos sucessivos (DANTAS, 2003, p. 56).
Após estas elucidações Dantas (2003) explica ainda que um 
atleta de alto nível com necessidade de treinar durante dois pe-
ríodos diários por seis dias semanais estaria submetido a uma 
carga de trabalho que só seria assimilável graças a supercom-
pensação ocorrida após uma sequência de treinos conforme de-
monstra a figura a seguir:
Fonte: Dantas (2003, p. 56).
Figura 17 A supercompensação atuando de forma expandida após dois ou três dias de 
estímulos sucessivos.
60 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
Tubino (2003) diz que o princípio da continuidade compre-
enderá sempre durante o treinamento, uma sistematização de 
trabalho que não permita uma quebra da continuidade sendo 
complementado por Dantas (2003) que afirma que treinamen-
tos semanais inferiores a três dias alternados de trabalho por se-
mana tornam se inúteis (inócuo, nas palavras do autor) afirman-
do ainda que qualquer treinamento de alto nível, que apresente 
frequência maior a doze sessões semanais (duas por dia durante 
seis dias da semana) conduzirão de maneira inevitável ao strain 
e por fim completa seu pensamento dizendo que pausas supe-
riores a 48 horas sós só serão recomendadas face ao surgimento 
de um quadro de sobretreinamento.
Devemos lembrar que os autores supracitados estão fa-
zendo suas afirmações respaldadas em um treinamento de alto 
nível, mas, Dantas (2003) faz uma ressalva ao que ele chama de 
"atletas de níveis inferiores", ou seja, aqueles que não treinam 
para competições, para estes o autor afirma que algumas vezes 
as pausas no treinamento ultrapassam 48 horas e nestes casos, 
o treinador (educador físico) não utiliza a última carga, mas a 
carga correspondente ao período de interrupção. Por exemplo, o 
aluno/atleta que interrompe seu treinamento por uma semana, 
quando retornar não deverá utilizar a última carga que parou, 
mas a correspondente a de duas semanas anteriores, ou seja, 
uma semana antes da interrupção.
Tubino (2003, p. 107) coloca que "a continuidade de trei-
namento evita que os treinadores subtraiam etapas importantes 
na formação atlética de um desportista", Dantas (2003) diz que, 
quando esta continuidade é interrompida por um período igual 
ou superior a quatro semanas o treinamento deverá partir da 
"estaca zero", embora, conforme já elucidado anteriormente 
sobre as preparações anteriores têm influência no treinamento 
61© PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
atual, a progressão ao retornar ao treimanento será mais rápida 
do que a realizada anteriormente.
quanto à duração mínima do treinamento evidenciada no 
Princípio da Continuidade Dantas (2003, p. 57) diz:
Para se obter os primeiros resultados no desenvolvimento das 
qual idades físicas visadas, é necessário um mínimo de persis-
tência no treinamento, com o intuito de propiciar uma duração 
que permita ocorrerem as alterações bioquímicas e morfológi-
cas necessárias.
Passado este estágio inicial, a constatação da melhora irá forne-
cer um feed-back que incentivará a persistência do atleta. Este 
período crítico inicial pode ser bem observado em sedentários 
que iniciam o trabalho físico. Normalmente, aqueles que con-
seguem vencer a barreira do terceiro mês incorporam o exercí-
cio como um hábito de vida. Os professores que trabalham em 
academias de ginástica já tratam com jocosidade esta faixa e 
tempo, que vai dos dois meses e meio aos três meses e meio, 
e na qual o indivíduo sem muita persistência abandona o exer-
cício físico, muitas vezes retomando no ano seguinte para uma 
nova tentativa.
Quando se trata de qualidades físicas específicas necessi-
ta-se de uma duração mínima para que os primeiros efeitos se 
estabeleçam, devido a diversidade de informações bibliográfi-
cas. Dantas (2003) fez observações empíricas em jovens atletas 
brasileiros sobre o período mínimo de treinamento em algumas 
qualidades físicas:
• Força máxima: obtida após 12 a 18 meses de treina-
mento (48 a 72 semanas).
• Força explosiva e força estática: obtenção de resulta-
dos após 5 a 6 meses de treinamento (20 a 24 semanas).
• Força dinâmica e hipertrófica: resultados após 10 a 12 
semanas (aproximadamente 3 meses de treinamento).
62 © PREPARAÇÃO FÍSICA GERAL
UNIDADE 1 – PrINcíPIos cIENtífIcos Do trEINAmENto
• Resistência anaeróbica: primeiros resultados após 7 se-
manas de treinamento.
• Resistência aeróbica: primeiros resultados após 10 a 12 
semanas (aproximadamente 3 meses de treinamento).
• Resistência muscular localizada: resultados obtidos 
aproximadamente em 8 semanas de treinamento (2 
meses).
Princípio da Especificidade
O Princípio Científico da Especificidade se relaciona dire-
tamente com o Princípio da Individualidade Biológica, estabele-
cendo limites individuais a esta capacidade de transferência. 
Mesmo sabendo que o organismo tem a capacidade de 
suportar sobrecargas especificamente impostas durante o trei-
namento para competições, não se supunha que a margem de 
transferência adaptativa fosse tão restrita como ela se apresenta

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