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DISCIPLINA Noções de Nutrição e Dietética Aula 2 Ma. Lidiani Figueiredo Santana Nutricionista CRN3 - 42964 Email: lidi_lfs@hotmail.com Conceito de Digestão O que é a digestão? A digestão é o conjunto das transformações químicas e físicas que os alimentos orgânicos sofrem ao longo de um sistema digestivo, para se converterem em compostos menores hidrossolúveis e absorvíveis. Ela tem a função de manter o suprimento de água, eletrólitos e nutrientes do organismo, em um fluxo contínuo. O que é a digestão? Sistema Digestório Humano? No homem, todo o sistema digestivo mede cerca de nove metros de comprimento. Em uma pessoa adulta saudável este processo pode levar entre 24 e 72 horas. A fisiologia da digestão varia entre indivíduos, e é influenciada por diversos outros fatores tais como as características dos alimentos e o tamanho da refeição. Etapas Boca: também conhecida como cavidade bucal ou oral, na qual o alimento é mastigado. A saliva é secretada em grandes quantidades (1 a 1,5 litros/dia) por três pares de grandes glândulas exócrinas salivares (parótidas, submandibulares e sublinguais) e por muitas outras menores na cavidade oral, onde é misturada, com a ajuda da língua, ao alimento mastigado. Etapas Boca: também conhecida como cavidade bucal ou oral, na qual o alimento é mastigado. A saliva tem a função de limpar a cavidade oral, umedecer a comida e iniciar a digestão, pois contém enzimas como a amilase, que ajuda na decomposição química. Etapas Deglutição A ato de deglutir transporta os alimentos mastigados para o esôfago, passando pela orofaringe e hipofaringe. O mecanismo para engolir é coordenado pelo centro de deglutição no bulbo e na ponte. O reflexo é iniciado por receptores de toque na faringe, e daí o bolo alimentar é empurrado para a parte posterior da boca. Etapas Estômago O bolo alimentar passa da faringe para o estômago, através dos movimentos peristálticos no esôfago, continuando a sofrer a ação da saliva. Ao chegar ao estômago, o bolo alimentar passará a sofrer a ação química do suco gástrico, transformando-se em quimo. Fases da secreção gástrica Fases cefálicas - esta fase ocorre antes que a comida chegue ao estômago, e envolve a preparação do organismo para a alimentação e a digestão. A visão e o pensamento estimulam o cótex cerebral hipotálamo e bulbo acetilcolina (aumenta em 40% a secreção gástrica) Fases da secreção gástrica Fases gástricas - Esta fase dura de três a quatro horas. Ela é estimulada pela distensão do estômago devido à presença de alimento e à diminuição do pH no interior do órgão. A distensão ativa reflexos longos e mioentéricos. Isso propicia a liberação de acetilcolina, que estimula a secreção de mais suco gástrico. Fases da secreção gástrica Fases gástricas Há uma elevação do pH. A inibição da gastrina e da secreção ácido gástrico é suspensa. Isso faz com que as células G libertem gastrina células parietais a secretar ácido gástrico. Este ácido é composto de cerca de 0,5% de ácido clorídrico (HCl) reduz pH. A liberação de ácido também é desencadeada pela acetilcolina e histamina. Fases da secreção gástrica Fases intestinais Esta fase tem duas etapas: excitatória e a inibitória. - A comida parcialmente digerida enche o duodeno. - Isso desencadeia a liberação intestinal de gastrina. - O reflexo vagal enterogástrica inibe núcleos, ativa fibras simpáticas e faz com que o esfíncter pilórico se contraia e impeça a entrada de mais alimentos. Etapas Intestino O quimo segue então para a região pilórica, atravessa o duodeno onde recebe os sucos intestinais e o suco pancreático que, com a ajuda de enzimas, decomporão ainda mais a massa alimentar, transformando-a em quilo, que entra no intestino delgado. Etapas Intestino Aqui, pelo efeito dos movimentos peristálticos do intestino, o quilo vai sendo empurrado em direção ao intestino grosso, enquanto vai ocorrendo a absorção dos nutrientes, com a ajuda das vilosidades intestinais. A parte que não é aproveitada do quilo é, finalmente, evacuada pelo ânus sob a forma de fezes. Grupo Alimentares CEREAIS • Grãos que provêm de plantas cujas sementes dão espigas. • Fornecem carboidratos, proteínas e, em menor quantidade, lipídeos, fibras, vitaminas e minerais. • Amido: principal constituinte do grão (75-80%). Exemplos: arroz, trigo, cevada, milho, aveia e centeio Leguminosas • Grãos que dão em vagens. • Ricos em proteínas, contém minerais como ferro, zinco e potássio, vitaminas do complexo B, ácido fólico e glicídios. Exemplo: feijão, soja, lentilha, grão de bico, alfarroba, amendoim. Frutas • Frutos de natureza polposa, aromas próprios, de sabor doce e agradável, podem ser consumidos crus. • Seu sabor se deve aos açúcares, minerais, ácidos orgânicos, componentes aromáticos e ésteres Exemplos: banana, maçã, laranja, mamão, manga, uva, limão, etc. Hortaliças • Vegetais geralmente cultivados na hora. • Compreende as partes comestíveis dos vegetais: tubérculos, caules, flores, folhas e frutos. • São indispensáveis na alimentação, fornecendo com destaque água, fibras, minerais, vitaminas Exemplo: alface, cenoura, brócolis, pimentão... **Cogumelos e Algas** **Nuts** • Plantas utilizadas economicamente na extração de lipídios (óleo e gorduras). • Fontes de proteínas, fibras, fitoesterois, AG ômega 3, 6 e 9, vitamina C, E, complexo B, sais minerais como: potássio, ferro, selênio, cálcio, zinco, magnésio, etc. • Principais benefícios clínicos: antioxidante, regulatório, funcionamento intestinal e redução de colesterol. Exemplo: gergelim, linhaça, chia, girassol... Oleaginosas • Todo músculo que recobre o esqueleto e os órgãos dos animais. • Toda parte comestível de animal, seja doméstico, seja selvagem: aves, mamíferos, peixe, molusco, crustáceo... Carnes • Produto da secreção da glândula mamária de mamíferos. • É o único alimento que satisfaz as necessidades nutricionais de recém-nascido de cada espécie. • O seu consumo é indicado por apresentar todos os aminoácidos essenciais. • Leite e derivados (iogurte, requeijão, queijo) são principais fontes de cálcio Exemplo: leite de vaca, leite de cabra, leite em pó. Leites • Água é o componente em maior quantidade no leite. • A composição do leite varia nos valores de proteína e de gordura de acordo com a espécie. • Lactose é o carboidrato predominante no leite. Leite • Produto fresco ou maturado, sólido ou cremoso, obtido pela coagulação do leite pasteurizado, leite de vários animais: vaca, cabra, ovelha e búfala. • Existe uma grande variedade que depende dos fatores de produção do queijo. Exemplo: queijo prato, minas, ricota, parmesão, provolone.... Queijos ***Os queijos mais magros*** • Compostos encontrados em organismos vivos, insolúveis em água, de origem animal ou vegetal. • Substâncias untuosas ao tato e ao paladar, extraídas de grãos ou sementes. • Valor energético elevado e servem como veículo de vitaminas lipossolúveis. • Na temperatura ambiente, gorduras são sólidas e óleo líquidos. Gorduras e Óleos • Produzido a partir da azeitona. • Cores verde mais intensa não passarampor processos de aquecimento na extração mantendo a estrutura inicial da clorofila – prefira aquele que indicam “primeira prensagem a frio” • Prefira azeite em embalagens de vidro escuros impede a passagem da luz que podem agir sobre os componentes do azeite. • Não é indicado para frituras. Azeite de oliva?? • Biologicamente, ovo é o óvulo fecundado ou não da galinha. • Apresenta casca, membrana externa, membrana interna, câmara de ar, clara, calazas e gema. • Maior fonte de proteínas biodisponíveis, ganhando da carne. Ovos • Como as carnes e os peixes, os ovos são ricos em proteínas de alta qualidade, em minerais e em vitaminas, especialmente as do complexo B. • São considerados bons substitutos para carnes vermelhas. Ovos • Produto elaborado pela mistura de açúcares formados do néctar das flores por uma enzima presente no corpo das abelhas. • Contém frutose, glicose, sacarose, vitaminas e ferro. • Retirado das colméias, apresenta os atrativos de alimentos naturais antigos. Mel Mel BIOQUÍMICA DO METABOLISMO CARBOIDRATOS INTRODUÇÃO AOS CARBOIDRATOS - Molécula orgânica mais abundante na natureza - Funções: - Fornecimento de uma fração significativa de energia da dieta - Armazenamento de energia no corpo - Componenete da membrana celular CLASSIFICAÇÃO E ESTRUTURA DOS CARBOIDRATOS - Monossacarídeos (açúcares simples) Classificados de acordo com o número de átomos de carbono que contêm. - Carboidratos + aldeído = aldoses - Carboidratos + cetona = cetoses - Dissacarídeos Contém 2 unidade de monossacarídeos - Olissacarídeos Contém 3 à 12 unidades de monossacarídeos - Polissacarídeos Contém mais de 12 unidades de monossacarídeos DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS 1) INICIA NA BOCA (α-amilase salivar) 2) INTESTINO DELGADO (bicarbonato e α-amilase pancreática – enzimas pancreáticas) 3) MUCOSA INTESTINAL (isomaltase, maltase, sacarase, latase – produzidas pela mucosa intestinal) 4) ABSORÇÃO PELA MUCOSA INTESTINAL (duodeno e jejuno absorvem maior parte dos glicídeos – não requer insulina – GLUT-2, GLUT-5) 5) DEGRADAÇÃO ANOMAL DE DISSACARÍDEOS Deficiência de enzimas digestivas/intolerância à lactose/deficiência de isomaltase-sacarase APÓS ABSORÇÃO Papel dos hormônios no controle da glicemia BIOQUÍMICA DO METABOLISMO LIPÍDEOS Funções dos lipídeos • Textura e sabor • Transporte e absorção de vitaminas lipossolúveis • Proteção dos órgãos • Composição das membranas celulares • Isolante térmico • Precursor de hormônios Introdução Introdução • Lipídeos: Triglicerídeos (formado por ag) Fosfolipídeos Esteróis Vitaminas lipossolúveis Triglicerídeos • 98% da ingestão de lipídeos da dieta; • 1 glicerol + 3 ácidos graxos Ácidos graxos • Tamanho da cadeia carbônica: Ag de cadeia curta: 2 a 4 átomos de carbono; Ag de cadeia média: 6 a 10 átomos de carbono; Ag de cadeia longa: > 12 átomos de carbono; Ácidos graxos • Presença de insaturações: Saturados – sem duplas ligações Monoinsaturados – uma dupla ligação Poliinsaturados – duas ou mais duplas ligações Ácidos graxos • Ag saturados: Ácido esteárico Ácido palmítico Ácido mirístico Ácido láurico Fontes: gorduras animais, gordura de coco, azeite de dendê. Ácidos graxos • Ag insaturados: Ômega 9 Ômega 6 Ômega 3 Ácidos graxos • Ag monoinsaturados: MUFA (monounsaturated fatty acids) Ácido oléico (18:1 - ômega 9) Predominante nos alimentos Principais fontes: óleo de oliva, óleo de canola, oleaginosas e abacate. Ácidos graxos essenciais Funções: estimulação crescimento manutenção pele regulação do metabolismo de colesterol reprodução Deficiência: crescimento dermatite infertilidade resposta inflamatória anormalidades renais contração reduzida do miocárdio Fosfolipídeos • Glicerol + 2 ag + grupo fosfato • Pequena quantidade na dieta • Componente das membranas celulares • FONTES: fígado, gema de ovo, soja, leite Esteróis • Colesterol Componente das membranas celulares Formação de sais biliares, hormônios e vitamina D Dieta (exógeno) Síntese no organismo (endógeno) Esteróis • Colesterol Dieta: livre ou esterificado (ag + colesterol) Fontes: alimentos de origem animal (embutidos, fígado, coração, banha, toucinho, gema de ovo, leite e derivados, camarão) Esteróis Fitosteróis: Inibem a absorção de colesterol no ID Fontes: vegetais Produtos comerciais (exemplo: Becel pró- activ) Digestão • Triglicerídeos 1. Boca: lipase lingual ativada no estômago iniciando a digestão; 2. Intestino delgado: Bile – emulsificação: ajuda a quebrar os glóbulos de gordura (fragmentação) Enzima (lipase pancreática) finaliza a digestão AG + monoglicerídeos Digestão Colesterol esterificado Enzima colesterol-hidrolase Colesterol livre + AG Fosfolipídeo Lisofosfoglicerídeo + AG Enzima fosfolipase Absorção Produtos da digestão micelas Transporte do lúmen intestinal para os enterócitos Absorção Enterócito formação de TG Quilomícron Linfa Sangue AG cadeia curta e média absorção direta para o sangue TG, colesterol, fosfolipídeos e proteínas Transporte Quilomícron Lipase lipoprotéica (capilares) AG Adipócitos - armazenamento Músculo - energia Fígado Transporte • Lipoproteínas Formadas no fígado VLDL - lipoproteína de densidade muito baixa transporta TG fígado tecidos LDL - lipoproteína de densidade baixa transporta colesterol fígado tecidos HDL – lipoproteína de densidade alta capta colesterol tecidos fígado BIBLIOGRAFIA BÁSICA COZZOLINO, S. M. F. ; COMINETTI, C. Bases bioquímicas e fisiológicas da nutrição nas diferentes fases da vida na saúde e na doença. São Paulo: Manole, 2013. MAHAN, L.K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause alimentos, nutrição e dietoterapia. 13. ed. São Paulo: Roca, 2013. PHILIPPI, S.T. Pirâmide dos alimentos: fundamentos básicos da nutrição. São Paulo: Manole, 2014. TACO - Tabela brasileira de composição de alimentos. 4. ed. Campinas: NEPA- Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação -UNICAMP, 2011. Nutrição e Dietética BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR CARDOSO, M.A. Nutrição e metabolismo: nutrição humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. DUTRA DE OLIVEIRA, J. E. ; MARCHINI, J. S. Ciências nutricionais. São Paulo: Sarvier, 2001. PHILIPPI, S.T. Tabela de composição de alimentos: suporte para decisão nutricional. 4ª edição. Barueri: Manole, 2013. PINHEIRO, A.B.V. et al. Tabela para avaliação de consumo alimentar e medidas caseiras. 5 ed. São Paulo: Atheneu, 2005. Nutrição e Dietética
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