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Protocolo HIV Aids


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Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviços 
 
INTRODUÇÃO 
Para condições crônicas as principais metas da consulta farmacêutica estão direcionadas ao rastreamento em saúde, à 
orientação e educação do paciente sobre seus medicamentos, otimização da farmacoterapia, avaliação da efetividade e 
segurança dos tratamentos prescritos e elaboração do plano de cuidado com foco nas necessidades do paciente. Em 
especial, o farmacêutico no acompanhamento de pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHIV/AIDS) possui um importante 
papel para garantir e facilitar a adesão a terapia medicamentosa, realizar o monitoramento dos sintomas relacionados a 
condição imunológica do paciente e sintomas relacionados às reações adversas aos antirretrovirais (ARV). 
ACOLHIMENTO DA DEMANDA 
Acolher significa receber bem, dar conforto, escutar e tornar-se responsável pelo atendimento da queixa apresentada 
pelo paciente, ou no mínimo auxiliá-lo na escolha do melhor itinerário terapêutico. O farmacêutico deve identificar 
situações que requerem intervenção ou necessidade de atendimento rápido do paciente por outros profissionais do 
serviço (CFF, 2016). Para as PVHIV é importante o processo de retenção que consiste no acompanhamento clínico 
regular e contínuo da pessoa que vive com HIV já vinculada ao serviço de saúde, garantindo que ela compareça às 
consultas, faça exames regularmente e, se estiver em terapia, realize também o seguimento do seu tratamento, 
respeitando a sua autonomia. Um paciente retido no serviço é aquele que realiza exames e/ou retira os medicamentos 
antirretrovirais sistematicamente, sem faltar às consultas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017a). 
ANAMNESE 
 
- Definição da condição 
O HIV é um vírus transmissível por via sexual. Cursa com um amplo espectro de apresentações clínicas, desde a fase 
aguda até a fase avançada da doença. Em indivíduos não tratados, estima-se que o tempo médio entre o contágio e o 
aparecimento da doença seja em torno de dez anos. 
- Sinais e sintomas 
 
Estágio Sintomas/condições Observações 
Fase Aguda 
(Síndrome Retroviral 
Aguda) 
Febre, cefaleia, astenia, adenopatia, 
faringite, exantema e mialgia 
-É autolimitada e a maior parte dos 
sinais e sintomas desaparece em 3-4 
semanas 
-Linfadenopatia, letargia e astenia 
podem persistir por vários meses 
Fase Latência Exame físico costuma ser normal, exceto 
pela linfadenopatia, que pode persistir após 
a infecção aguda 
 
Fase Sintomática LT-CD4 > 350cél/mm3 : 
Infecções respiratórias bacterianas e 
tuberculose 
LT-CD4 200-300mm3: 
sintomas constitucionais (febre baixa, perda 
ponderal, sudorese noturna, fadiga), 
diarreia crônica, cefaleia, alterações 
neurológicas, infecções bacterianas 
(pneumonia, sinusite, bronquite) e lesões 
orais, como a leucoplasia oral pilosa, 
herpes-zoster, candidíase oral. 
A candidíase oral é um marcador 
clínico precoce de imunodepressão 
grave. 
Fase AIDS Infecções oportunistas: pneumocistose, 
neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar 
atípica ou disseminada, meningite 
criptocócica e retinite por citomegalovírus. 
Neoplasias: de Kaposi (SK), linfoma não 
Hodgkin e câncer de colo uterino 
Caracterizada pelo aparecimento de 
infecções oportunistas e neoplasias. 
Nesta fase a contagem de LT-CD4+ 
situa-se abaixo de 200 céls/mm³, na 
maioria das vezes. 
 
 
	
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviços 
 
- Rastreamento e diagnóstico 
A sorologia para a infecção pelo HIV pode variar bastante nessa fase, dependendo do ensaio utilizado. Em média, a 
janela diagnóstica dos imunoensaios de quarta geração é de aproximadamente 15 dias. O teste rápido (TR) pode ser 
feito pelo farmacêutico e refere-se ao teste de HIV realizado em local que permite fornecer o resultado durante o período 
da visita do indivíduo. Pode ser realizada em consulta médica, atendimento em Centro de Testagem e Aconselhamento, 
atendimento em domicílio, atendimento em Unidade de Testagem Móvel, organização não governamental e etc. 
Mediante resultado positivo o farmacêutico deve encaminhar o paciente para avaliação e diagnóstico médico. Este deve 
ser encaminhado prontamente para atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do Sistema Único de Saúde 
(SUS) ou para um Serviço de Assistência Especializada (SAE). 
 O diagnóstico da infecção aguda pelo HIV pode ser realizado mediante a detecção da CV (carga viral). O diagnóstico 
sorológico da infecção é realizado com pelo menos dois testes, um para triagem e um segundo, mais específico, para 
confirmar o resultado da triagem. O resultado não reagente é liberado com base em um único teste. Caso persista a 
suspeita de infecção pelo HIV, uma nova amostra deverá ser coletada 30 dias após a data da coleta da primeira amostra. 
O resultado reagente sempre é confirmado com um segundo teste diferente do primeiro. Com base na especificidade dos 
testes de triagem, dois resultados reagentes são utilizados para o diagnóstico da infecção. Todos os indivíduos recém-
diagnosticados devem realizar o exame de carga viral que, na realidade, compõe um terceiro teste e cujo resultado 
confirma a presença da infecção. 
- Metas terapêuticas 
 
 
FREQUÊNCIA DE 
SOLICITAÇÃO OBJETIVOS 
CARGA VIRAL* 
PVHIV em seguimento A cada 6 meses Confirmar continuidade da supressão 
viral e adesão do paciente 
Início de TARV ou modificação de TARV por 
falha virológica 
Após 8 semanas do início de 
TARV ou de novo esquema 
TARV 
Confirmar resposta virológica 
adequada à TARV ou ao novo 
esquema de TARV e adesão do 
paciente 
Confirmação de falha virológica Após 4 semanas da primeira 
CVHIV detectável 
Confirmar falha virológica e 
necessidade de solicitação de exame 
de genotipagem 
LT-CD4+** 
PVHIV: 
› Em uso de TARV; e 
› Assintomática; e 
› Com carga viral indetectável 
Cada 6 meses quando CD4 
>350 céls/mm³ 
analisar a condição imunológica do 
paciente e necessidade de profilaxia 
para infecção oportunista e 
imunizações 
Não solicitar quando CD4 
>350 céls/mm³ em dois 
exames consecutivos, com 
pelo menos 6 meses de 
intervalo 
 
PVHIV : 
› Sem uso de TARV; ou 
› Evento clínico; ou 
› Em falha virológica 
 A cada 6 meses em qualquer 
valor de LT-CD4+ 
analisar a condição imunológica do 
paciente e necessidade de profilaxia 
para infecção oportunista e 
imunizações 
Sintomas Clínicos 
Sintomas constitucionais (febre baixa, perda 
ponderal, sudorese noturna, fadiga), diarreia 
crônica, cefaleia, alterações neurológicas, 
sintomas compatíveis com infecções bacterianas 
(pneumonia, sinusite, bronquite) e lesões orais 
(comuns em condições como a leucoplasia oral 
pilosa, herpes-zoster, candidíase oral) 
Em todas as consultas Detectar o risco de infecções 
oportunistas instaladas e condição 
geral de saúde do paciente 
	 	
	
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviços 
Adesão 
Atitudes Crenças e comportamento diante do 
tratamento (ARMS e BMQ) 
Na 1ª consulta e a cada 3 
consultas 
Detectar risco de falha virológica 
Autorelato do paciente 
Utilizar perguntas como: “Quantas vezes você 
perdeu doses de medicação nas últimas quatro 
(duas ou última) semanas? Por favor, diga quais 
dificuldades você teve para tomá-lo” 
Todas as consultas Detectar risco de falha virológica 
Adesão suficiente: >80% 
Sistema informatizado 
Avaliar a frequência de retirada dos 
medicamentos pelo paciente 
Todas as consultas Detectar risco de falha virológica 
Adesão suficiente: >80% 
Segurança 
Devem ser avaliados reações adversas ao 
medicamento e intoxicações medicamentosas 
Em todas as consultas Detectar RAM e quando presentes 
realizar o manejo adequado. 
Desfechos Humanísticos 
Percepção Geral de Sáude (Escala Visual 
Analógica EVA-PSG) 
Qualidade de Vida (Escala Visual Analógica 
EVA-QV) 
Na 1ª consulta e acada 3 
consultas 
Avaliar a percepção do paciente com 
relação a sua saúde e qualidade de 
vida 
* A meta terapêutica para o tratamento de pessoas vivendo com HIV (PVIH) é alcançar Carga Viral (CV) indetectável. Portanto, o 
principal parâmetro para caracterizar a falha da Terapia Antirretroviral (TARV) é a falha virológica, isto é, CV-HIV detectável após seis 
meses do início ou da modificação do tratamento, ou rebote da CV-HIV em indivíduos que haviam atingido supressão viral sob 
tratamento. 
** A contagem de linfócitos LT-CD4+ no sangue é utilizada para analisar a condição imunológica do paciente. O exame solicitado 
logo após o estabelecimento do diagnóstico de infecção pelo HIV, tem importante papel para avaliar a urgência de início da terapia 
antirretroviral, além de ser preditor da síndrome de reconstituição imune. Também é necessário para avaliar a indicação de profilaxias 
para as infecções oportunistas e imunizações. 
- Protocolo de tratamento com medicamentos sob prescrição médica 
PREFERENCIAL 
Medicamento Dose Indicação 
TDF/3TC/DTG (300mg/300mg) + 
50mg- 1x/dia 
Esquema para início de tratamento a partir de 2017 
TDF/3TC/EFV (300mg/300mg/600mg) 
- 1x/dia 
Início de tratamento: 
- Coinfecção TB-HIV sem critérios de gravidade 
TDF/3TC/RAL (300mg/300mg) 1x/dia 
+ 400mg 12/12h 
Início de tratamento: 
-Gestantes 
Coinfecção TB-HIV com um ou mais dos critérios de 
gravidade abaixo: 
-CD4<100 cél mm3 
-Presença de outra infecção oportunista 
-Necessidade de Internação Hospitalar/ Doença grave 
-TB disseminada 
ALTERNATIVO 
Medicamento Dose Indicação 
TDF/3TC/EFV (300mg/300mg/600mg) 
- 1x/dia 
Início de tratamento em caso de intolerância ou 
contraindicação ao DTG 
Gestante com má adesão a outros esquemas (mediante teste 
de genotipagem) 
TDF/3TC/RAL (300mg/300mg) 1x/dia 
+ 400mg 12/12h 
Início de tratamento em caso de intolerância ao EFZ nas 
situações: 
Coinfecção TB-HIV 
TDF/3TC/ATV (300mg/300mg) 1x/dia 
+ 300mg 1x/dia 
Gestante com contraindicação ao RAL 
ABC/3TC/DTG Início de tratamento em caso de contraindicação ao TDF em 
PVHA com teste negativo para HLA-B 5701 
FONTE: adaptado de BRASIL (2017) 
TDF: tenofovir; 3TC: lamivudina; DTG: dolutegravir; EFV: efavirenz;; RAL: raltegravir; ABC: abacavir; ATV: atazanavir 
 
	
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviços 
 
Adultos: 
1ª escolha: dois ITRN/ITRNt – lamivudina (3TC) e tenofovir (TDF) + inibidor de integrase (INI) – dolutegravir (DTG). 
2ª escolha: Intolerância ao DTG - Substituir o DTG por EFV. 
2ª escolha: Contraindicação ao TDF- substituir por ABC (Se teste HLA-B*5701 negativo) ou AZT (Se teste HLA-B*5701 
positivo). 
Gestantes: contraindicação ao ATV: substituir por DRV ou EFZ (em caso de má adesão e mediante teste de 
genotipagem). Contraindicação ao TDF: substitui por AZT. Contraindicação ao TDF e AZT: substitui por ABC (Se teste 
HLA-B*5701 negativo). 
 
INDICAÇÃO DE PROFILAXIA PRIMÁRIA DEPENDENTE DO VALOR DE LT-CD4+ 
 LT-CD4+ <200 
células/mm3 
LT-CD4+<100 
células/mm3 
LT-CD4+<50 
células/mm3 
Agente Indicação profilaxia 
Pneumocystis jirovecii 
Indicação profilaxia 
Toxoplasma gondii 
 
Indicação profilaxia 
Complexo 
Mycobacterium avium 
 
1ª escolha Sulfametoxazol + 
trimetoprima 
(800/160mg) três vezes 
por semana 
1ª escolha: 
Sulfametoxazol + 
trimetoprima 
(800/160mg) uma vez 
por dia 
1ª escolha: 
Azitromicina 1.200mg 
por semana 
Critério para 
suspensão 
Boa resposta à TARV 
com manutenção de 
LT-CD4+ > 200 
células/mm3 por mais 
de 3 meses 
Boa resposta à TARV 
com manutenção de 
LT-CD4+ > 200 
células/mm3 por mais 
de 3 meses 
Boa resposta à TARV 
com manutenção de 
LT-CD4+ > 100 
células/mm3 por mais 
de 3 meses 
 
- Monitoramento da segurança do tratamento 
 
Medica
-mento 
RAM Restrições/contraindicaçõ
es 
Recomendações 
DTG Insônia, cefaleia, 
náuseas, vômitos 
 
Reações de 
Hipersensibilidade 
 
Hepatotoxicidade 
Não é recomendado em 
PVHIV em uso de fenitoína, 
fenobarbital, 
oxicarbamazepina e 
carbamazepina. Pacientes 
devem ser avaliados quanto 
à possibilidade de troca 
dessas medicações a fim de 
viabilizar o uso do DTG 
Antiácidos contendo cátions 
polivalentes (ex.: Al/Mg) devem ser 
tomados 6 horas antes ou 2 horas 
depois da tomada do DTG. › 
Suplementos de cálcio ou ferro 
devem ser tomados 6 horas antes ou 
2 horas depois da tomada do DTG. 
Quando acompanhado de alimentos, 
o DTG pode ser administrado ao 
mesmo tempo que esses 
suplementos. › O DTG aumenta a 
concentração plasmática da 
metformina. Não é necessário o 
ajuste de dose do DTG. Para manter 
o controle glicêmico, recomenda-se 
um ajuste na dose da metformina 
(dose máxima: 1g/dia) e 
acompanhamento clínico/laboratorial 
da DMe dos efeitos adversos da 
metformina. 
EFZ Tonturas, alterações do 
sono, sonhos vívidos e 
alucinações – 
costumam desaparecer 
 Recomenda-se orientar ao paciente a 
tomada do medicamento logo antes 
de deitar-se para dormir e 
preferencialmente duas horas após o 
	
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviços 
após as primeiras duas 
a quatro semanas de 
uso 
Convulsões 
Hepatotoxicidade 
Reações de 
hipersensibilidade e 
cutâneas graves 
Ginecomastia 
jantar. 
Orientar tomada da medicação ao 
dormir. Avaliar substituição por NVP 
ou IP/r se persistirem os sintomas 
neurológicos. Os efeitos adversos 
neurológicos podem ser exacerbados 
com o uso concomitante de álcool. 
Recomendar ao paciente evitar a 
utilização de álcool. 
Se hepatotoxicidade grave, reações 
de hipersensibilidade ou 
intolerância/toxicidade, avaliar 
substituição por ATV/r (na 
impossibilidade de ATV/r, avaliar 
DRV/r) 
TDF Nefrotoxicidade, 
particularmente em 
diabéticos, hipertensos, 
negros, idosos, 
pessoas com baixo 
peso corporal 
(especialmente 
mulheres), doença pelo 
HIV avançada ou 
insuficiência renal pré-
existente e no uso 
concomitante de outros 
medicamentos 
nefrotóxicos 
diminuição da 
densidade óssea 
Contraindicado como terapia 
inicial em pacientes com 
disfunção renal pré-
existente, TFGe<60ml/min 
ou insuficiência renal. Uso 
com precaução em 
pacientes com 
osteoporose/osteopenia, 
HAS e DM não controladas. 
Se usado, ajuste de dose deve ser 
feita quando TFGe<50ml/min. 
ABC Reações de 
HIpersensibilidade 
Não usar se teste para HLA-B * 5701 
positivo. Avaliar substituição por TDF. 
Se TDF contraindicado, avaliar uso 
de AZT. 
RAL Rabdomiólise, 
miopatia, mialgia 
 
Hepatotoxicidade 
 
Erupção cutânea (rash) 
grave e reação de 
hipersensibilidade 
Uso concomitante de outras 
drogas que aumentam o 
risco de miopatia e 
rabdomiólise, incluindo 
estatinas. 
 
Opções limitadas para substituição 
(verificar histórico de uso dos ARV e 
genotipagem). 
TDF: tenofovir; 3TC: lamivudina; DTG: dolutegravir; EFV: efavirenz;; RAL: raltegravir; ABC: abacavir; ATV: atazanavir 
FONTE: adaptado de MINISTÉRIO DA SAÚDE (2017a). 
ENCAMINHAMENTO 
O farmacêutico deverá encaminhar os pacientes com parâmetros clínicos alterados no rastreamento em saúde, aqueles 
que tiverem necessidade de ajuste na farmacoterapia por problemas de eficácia ou segurança dos medicamentos e 
sempre que houver dúvida na identificação da necessidade de saúde da paciente. 
No atendimento de PVHIV o farmacêutico deverá encaminhar: 
• Na detecção de reações adversas intoleráveis ao paciente ou que não diminuíram de intensidade após manejo 
recomendado em protocolos. 
• Na detecção de má adesão ao tratamento após utilização de estratégias de manejo. 
• Na detecção de sintomas clínicos preditores de comprometimento imune. 
• Na detecção de exames laboratorias (como LT-CD4+) que indiquem comprometimento imune e necessidade de 
tratamento para infecções oportunistas e imunizações.• Na detecção de exames laboratorias (CV) que indiquem possível falha virológica. 
 
	
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviços 
 
PLANO DE CUIDADO 
O plano contém ações partilhadas entre o farmacêutico e a paciente, com base nas melhores evidências disponíveis e 
alinhadas com o restante da equipe de saúde envolvida no cuidado. 
No acompanhamento do paciente com HIV/AIDS são possíveis as condutas: 
• Encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde; 
• Educação em saúde direcionada a adesão; 
• Orientação sobre medidas não-farmacológicas; 
• Teste rápido (TR) para o rastreamento; 
• Solicitação de exames (CV e LT-CD4) para avaliar a efetividade do tratamento em paciente já diagnosticados; 
 
ADESÃO 
São causas frequentes de falha virológica: esquecimento da tomada dos ARV, complexidade posológica ou ocorrência 
de efeitos adversos. Destaca-se que a supressão viral pode ser obtida, mesmo sem alteração da TARV, nos casos de 
falha associada à má adesão, quando precocemente identificados. Também recomenda-se pesquisar a possibilidade de 
administração incorreta dos ARV e fatores relacionados a quebra de comprimidos, interações medicamentosas ou erros 
de prescrição, além de outros fatores que resultam em má absorção ou eliminação acelerada dos medicamentos. 
 
AVALIANDO ADESÃO 
Considera-se como adesão suficiente a tomada de medicamentos com uma frequência de, pelo menos, 80% para 
alcançar a supressão viral e sua manutenção. Um dos métodos mais utilizados para estimar a adesão ao tratamento na 
prática clínica é o autorrelato do paciente. Podem ser utilizadas perguntas como: “Quantas vezes você perdeu doses 
de medicação nas últimas quatro (duas ou última) semanas? Por favor, diga quais dificuldades você teve para tomá-lo”. 
A adesão também pode ser avaliada por meio dos sistemas informatizados de registro de retirada do medicamento. Os 
profissionais da farmácia podem dar informações à equipe de assistência sobre falhas na retirada ou problemas na 
administração da medicação, não só em relação aos antirretrovirais, mas também de outros medicamentos. O controle 
informatizado da disponibilização dos antirretrovirais permite que listagens com datas das retiradas sejam obtidas, 
permitindo o acompanhamento da aquisição do medicamento pelo usuário. É esse profissional que tem condições, 
muitas vezes, de identificar interrupções no comportamento de adesão. Essa identificação pode favorecer a abordagem 
oportuna diante de eventuais problemas na adesão, com base em uma atitude não punitiva, mas de acolhimento e de 
cooperação, visando à busca compartilhada de soluções para os problemas existentes. Os registros de farmácias não 
podem servir sozinhos como método para avaliar a adesão, mas aliados a outras estratégias poderão ser de extrema 
importância na condução do monitoramento. 
 
	
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviços 
 
ESTRATÉGIAS PARA AUMENTAR ADESÃO AO TRATAMENTO 
Consulta individual 
com foco em adesão 
O atendimento ou consulta individual com foco em adesão é uma ação direcionada para 
dificuldades e dúvidas específicas relacionadas ao tratamento por parte da PVHA. Pode ser 
utilizada em Início de TARV; • Troca de medicamentos antirretrovirais em função de falência 
terapêutica, intercorrências clínicas, intolerância medicamentosa; • Abandono do tratamento; • 
Situações que podem levar a maior vulnerabilidade, como dificuldades emocionais e 
socioeconômicas; • Queixas específicas em relação ao tratamento: momento prévio à realização de 
exame de genotipagem, atraso na retirada do medicamento na unidade dispensadora, presença de 
efeitos adversos, detectadas por qualquer membro da equipe de saúde ou trazidas pelo próprio 
paciente. 
Interconsulta e 
consulta conjunta 
É uma estratégia de atendimento em que dois profissionais de saúde, em geral com formações 
distintas, discutem e atuam conjuntamente no tratamento do paciente. Essas consultas visam a 
disponibilizar um espaço de atenção qualificada, quando profissionais e pacientes analisam, 
debatem e tomam decisões sobre aspectos relacionados à soropositividade e ao tratamento, com 
foco em adesão 
Tratamento 
diretamente observado 
O tratamento diretamente observado (TDO) refere-se à observação da ingestão de medicamentos 
pelo paciente, realizada por profissionais de saúde ou outra pessoa, na residência do usuário ou no 
serviço de saúde. Pessoas soropositivas menos escolarizadas, portadoras de sequelas 
neuropsiquiátricas, em situação de grande isolamento social, idosos com maior comprometimento 
ou pessoas que façam uso abusivo de álcool e outras drogas podem se beneficiar dessa ação até 
que a adesão ao tratamento se estabeleça. 
Grupos A grande vantagem das intervenções em grupo é o compartilhamento e troca de experiência entre 
usuários com vivências comuns, que podem propiciar a vinculação e o fortalecimento do apoio 
social entre pares e com o serviço. A abordagem da adesão em grupo é uma prática que se 
fundamenta no trabalho coletivo, na interação e no diálogo. Tem caráter informativo, reflexivo e de 
suporte, e sua finalidade é identificar dificuldades, discutir possibilidades e encontrar soluções 
adequadas para problemáticas individuais ou coletivas que estejam prejudicando a adesão ao 
tratamento. 
Rodas de conversa A roda de conversa é um método de base comunitária que se configura em espaços de diálogo. 
Seu objetivo é estimular a construção da autonomia dos sujeitos por meio da troca de informações e 
da reflexão para a ação. Assim, “as rodas são espaços onde a fala das pessoas ganha legitimidade 
num processo de ensino-aprendizagem e de reconhecimento uns dos outros como sujeitos, com 
saberes, opiniões e valores próprios. Na metodologia de rodas de conversa, os participantes 
recebem estímulos e informações para discutirem temas de interesse, a partir de suas experiências. 
Atividades de sala de 
espera 
Um espaço privilegiado que propicia intervenções em adesão é a sala de espera. O momento 
anterior à consulta, na maioria das vezes ociosos e de espera, pode permitir a construção de um 
canal de diálogo entre equipe de saúde e usuários, propícios para troca de experiência. Diversas 
ações podem ser realizadas na sala de espera: exibição de vídeos sobre adesão (seguido ou não 
de debate), debates com os usuários, caixas de dúvidas e murais de respostas; ações entre pares, 
entre outras. 
Porta pílulas As caixas porta-pílulas servem para organizar as doses diárias ou de um período determinado (uma 
ou mais semanas), sendo úteis em casos de viagem, por exemplo. Elas ainda auxiliam na discrição 
relacionada à ingestão dos ARV, quando o paciente necessita tomar seus medicamentos em 
contextos sociais ou na presença de pessoas para as quais ele deseja manter o sigilo sobre seu 
diagnóstico. 
Diários Diários referem-se ao relato escrito das tomadas e possibilita a auto-observação da adesão, na 
medida em que o paciente escreve sobre o uso dos medicamentos, efeitos adversos, dificuldades e 
dúvidas em relação aos mesmos, além de sentimentos e pensamentos associados a essa prática. 
Alarmes Os alarmes são dispositivos amplamente usados pelos pacientes, muitas vezes por iniciativa 
própria, como recurso que evita o esquecimento, estabelecendo uma rotina para o uso correto dos 
medicamentos. Relógios despertadores, relógios de pulso e telefones celulares podem ser 
utilizados. 
	 	
	
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviços 
Tabela de 
medicamentos 
As tabelas e mapas de doses têm sido utilizados para instruir e orientar sobre o esquema 
terapêutico, número de comprimidos ou cápsulas, horários e recomendações quanto à ingestão de 
alimentos. Nessas tabelas devem constar figuras dos medicamentos, dos horários e das 
recomendações de dietas, facilitando o reconhecimento. Podem ser utilizados desenhos de sol,de 
lua e pratos de refeição para facilitar a compreensão e associar as tomadas a horários diurnos e 
noturnos. O uso de cores para diferenciar os tipos de medicamentos e de desenhos favorece a 
compreensão de pessoas que tenham limitações intelectuais e de escolaridade (Anexo A). 
Materiais educativos: 
folhetos e vídeos 
Existem materiais educativos disponíveis, editados pelos Programas de DST e Aids e OSC, tais 
como folhetos e vídeos, que são úteis nas atividades coletivas e individuais, voltadas para abordar 
assuntos correlatos à adesão. A utilização desses recursos pedagógicos não deve se limitar à sua 
entrega para o paciente, mas sim como estímulo ao diálogo e debate sobre as informações contidas 
nos mesmos. 
Autoregistro da adesão Permite que a pessoa observe e registre seu próprio comportamento, como o uso dos ARV em 
determinado período de tempo (uma semana, por exemplo), assinalando eventuais ocorrências de 
perdas de doses, os horários nos quais elas ocorreram, atrasos além de outras situações. Os 
resultados do autoregistro, levados para o atendimento, podem ser utilizado para avaliar o 
comportamento de adesão, situações que o antecedem e suas consequências, sentimentos e 
pensamentos associados à TARV, fornecendo subsídios para a intervenção. 
FONTE: adaptado de MINISTÉRIO DA SÁÚDE, 2008. 
 
MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS, FITOFARMACOS, DROGAS VEGETAIS E OUTROS PRODUTOS PARA A 
SAÚDE 
 
Nota: A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) e o Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira 
(MFFB) não possui indicação de plantas medicinais, medicamentos fitoterápicos, fitofarmacos e/ou drogas vegetais para 
o tratamento do HIV/AIDS. 
Deve-se ter atenção redobrada diante do uso de alguns fitoterápicos e plantas medicinais concomitante ao uso de 
antiretrovirais, são eles: 
PLANTAS 
MEDICINAIS E/OU 
FITOTERÁPICOS 
 
CONTRAINDICAÇÕES 
 
PRECAUÇÕES DE 
USO 
 
EFEITOS 
ADVERSOS 
 
INTERAÇÕES 
MEDICAMENTOSAS 
Alho (Allium 
sativum l.) - - - SIM 
Hipérico 
(Hypericum 
perforatum L.) 
- - - SIM 
Fonte: Autoria própria (2018) 
NOTA TÉCNICA: os fitoterápicos e plantas medicinais inclusos nos protocolos foram retirados da RELAÇÃO NACIONAL 
DE MEDICAMENTOS ESSENCIAS (RENAME) e do MEMENTO DE FITOTERÁPICOS DA FARMACOPEIA 
BRASILEIRA (MFFB). Visto sua disponibilidade no sistema único de saúde, e a comprovação de perfil de efetividade e 
segurança através de estudos clínicos e tradicionalidade. 
 
 
	
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviços 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira / Agência. Nacional de 
Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2016. 
BRASIL. Instrução Normativa Nº 07/2017 DDAHV/SVS/MS. Dispõe sobre a atualização dos esquemas antirretrovirais de pessoas 
vivendo com HIV/aids (PHIV/aids) e indicações de uso ampliado de Dolutegravir (DTG) e Darunavir (DRV) a partir de 2017. 
BRASIL. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais : RENAME 2017 / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e 
Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. – Brasília : Ministério da Saúde, 2017. 
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do 
farmacêutico e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 25 set. 2013f. Seção 1, p.186-188. 
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Serviços farmacêuticos diretamente destinados ao paciente, à família e à comunidade: 
contextualização e arcabouço conceitual. Brasília: Conselho Federal de Farmácia, 2016. 
Manual de adesão ao tratamento para pessoas vivendo com HIV e Aids / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, 
Programa Nacional de DST e Aids. – Brasília: Ministério da Saúde, 2008. 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual Técnico Para O Diagnóstico Da Infecção Pelo HIV. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em 
Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites 
Virais – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos. Ministério da 
Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente 
Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais – Brasília: Ministério da Saúde, 2017a. 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e 
Hepatites Virais. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das 
Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais – Brasília: Ministério da Saúde, 2017b. 
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Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviços 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Realização: 
 
Coordenação Geral: 
GT de Saúde Pública – Conselho Federal de Farmácia 
Concepção Pedagógica: 
Cassyano Januário Correr 
Thais Teles de Souza 
Walleri Christini Torelli Reis 
Coordenação Pedagógica: 
Thais Teles de Souza 
Walleri Christini Torelli Reis 
Tutoria: 
Alcindo de Souza Reis Junior 
Aline de Fátima Bonetti 
Bruna Aline de Queirós Bagatim 
Cínthia Caldas Rios Soares 
Fernanda Coelho Vilela 
Fernando Henrique Oliveira de Almeida 
Inajara Rotta 
Livia Amaral Alonso Lopes 
Natália Fracaro Lombardi 
Wallace Entringer Bottacin