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Protocolo de diabetes

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Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço 
INTRODUÇÃO 
Para condições crônicas, como o diabetes mellitus, as principais metas da consulta farmacêutica estão direcionadas ao 
rastreamento em saúde, à orientação e educação do paciente sobre seus medicamentos, otimização da farmacoterapia, 
avaliação da efetividade e segurança dos tratamentos prescritos e o plano de cuidado partindo das necessidades do 
paciente. 
ACOLHIMENTO DA DEMANDA 
Acolher significa receber bem, dar conforto, escutar e tornar-se responsável pelo atendimento da queixa apresentada 
pelo paciente, ou no mínimo auxiliá-lo na escolha do melhor itinerário terapêutico. O farmacêutico deve identificar 
situações que requerem intervenção ou necessidade de atendimento rápido do paciente por outros profissionais do 
serviço. 
ANAMNESE FARMACÊUTICA E VERIFICAÇÃO DE PARÂMETROS CLÍNICOS 
Essa etapa do cuidado tem como finalidade identificar a(s) necessidade (s) e o(s) problema (s) de saúde, identificar 
situações especiais e as precauções e identificar as possibilidades de condutas. 
DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO 
O diabetes mellitus é uma desordem endócrina caracterizada por hiperglicemia resultante de graus variáveis de 
resistência e deficiência à insulina. Hiperglicemia crônica do diabetes pode levar a danos multiorgânicos resultando em 
complicações renais, neurológicas, cardiovasculares e outras complicações graves. 
Para fins clínicos, o diabetes mellitus pode ser dividido em Diabetes Mellitus tipo I e Diabetes Mellitus tipo II, diabetes 
gestacional e outros tipos de diabetes. 
Ø Diabetes tipo 1 (devido à destruição autoimune de células B, geralmente levando a deficiência total de insulina). 
Ø Diabetes tipo 2 (devido a uma perda progressiva de secreção de insulina pelas células B frequentemente 
associada a uma história prévia de resistência à insulina). 
Ø Diabetes mellitus gestacional (GDM) (diabetes diagnosticada no segundo ou terceiro trimestre da gestação 
que não era diabetes claramente definida antes da gestação) 
Ø Outros tipos específicos de DM: Tipos específicos de diabetes devido a outras causas, por exemplo, 
síndromes de diabetes monogênica (como diabetes neonatal e diabetes de início de maturidade do jovem 
[MODY]), doenças do pâncreas exócrino (como a fibrose cística) e diabetes induzida por medicamentos (como o 
uso de glicocorticoides no tratamento do HIV / AIDS, ou após o transplante de órgãos). 
 
SINAIS E SINTOMAS 
Diabetes tipo I: poliuria noturna, letargia, fadiga, polidipsia, perda de peso súbita e recente. 
Diabetes tipo II: poliuria, polidpsia, polifagia, visão borrada. 
Pré-diabetes: assintomático (rastreamento parâmetros clínicos e fatores de risco) 
 
RASTREAMENTO EM SAÚDE NO DIABETES 
Os testes a seguir são utilizados na prática clínica para o diagnóstico do diabetes mellitus por profissionais médicos. A 
positividade de qualquer um dos parâmetros diagnósticos descritos abaixo indica a necessidade de encaminhamento a 
serviço de saúde adequado para diagnóstico. Na ausência de hiperglicemia comprovada, os resultados devem ser 
confirmados com a repetição dos testes, exceto no TOTG e na hiperglicemia comprovada. 
 
• Glicemia de jejum (nível de glicose sanguínea após um jejum de 8h): 126 mg/dL 
• Glicemia plasmática 2h após (TOTG-75g) ≥ 200 mg/dL (11.1 mmol/L): O paciente recebe uma carga de 75 g de 
glicose, em jejum, e a glicemia é medida 120 minutos após a ingestão. 
• Hemoglobina glicada (HbA1c): ≥ 6.5% (48 mmol/mol) avalia o grau de exposição à glicemia durante o tempo e os 
valores se mantêm estáveis após a coleta. 
	
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• Glicemia casual: em pacientes com sintomas clássicos de hiperglicemia ou crise hiperglicêmica, uma medida 
aleatória de glicemia ≥ 200 mg/dL (11,1 mmol/L). 
 
O pré-diabetes caracterizado por valores de glicemia de jejum alterados ou tolerância à glicose diminuída não constitui 
uma condição clínica, mas um fator de risco para o desenvolvimento do diabetes. Nesse momento o paciente se 
beneficiará de intervenções como mudança no estilo de vida através da educação em saúde. 
 
MEDICAMENTOS QUE PODEM CAUSAR OU AGRAVAR A CONDIÇÃO CLÍNICA 
O farmacêutico deverá estar atento aos medicamentos que podem estar associados ao desenvolvimento ou 
agravamento do diabetes. Alguns medicamentos podem diminuir a tolerância à glicose, estes atuam pela diminuição da 
secreção de insulina, aumentando a produção de glicose hepática, ou fazendo resistência à ação da insulina. 
 
Glicocorticóides Inibidores da HIV protease 
Contraceptivos orais Agonistas do hormônio liberador de gonadotropina 
Ácido Nicotínico Interferon alfa 
Pentamidina Tacrolimus, sirolimus, e ciclosporina 
Diuréticos tiazídicos (principalmente em oses 
acima de 25 mg / dia de hidroclorotiazida ou seu 
equivalente) 
Clonidina 
Antipisicóticos Atípicos Beta bloqueador 
 
METAS TERAPÊUTICAS 
Objetivos 
• Controle glicêmico 
• Prevenção de sintomas (poliuria, polidipsia, cetoacidose, fraqueza, sonolência, perda de peso) 
• Prevenção de complicações prolongadas 
 
As metas laboratoriais assumem valores mais flexíveis e individualizados de acordo com as características dos 
pacientes. 
 Glicemia 
Pré-Prandial 
(mg/dl) 
Glicemia 
Pós-Prandial 
→ 2 horas 
(mg/dl) 
HbA1c 
(%)* 
Glicemia de jejum 
(mg/dl) 
Associação Americana de 
Diabetes (ADA) 
80–130 < 180 < 7 90-130 
Federação Internacional de 
Diabetes (IDF) e Associação 
Americana de 
Endocrinologistas 
Clínicos (AACE) 
 ≤140 ≤ 6,5 ≤ 110 
Sociedade Brasileira de 
Diabetes 
(SBD) 
110 - 130 160 -180 ≤ 7 110 -130 
* Entre 7,5% e 8,5% em idosos, dependendo do estado de saúde. 
** As metas devem ser individualizadas de acordo com: duração do diabetes, idade/expectativa de vida, comorbidades, doença 
cardiovascular, complicações microvasculares, hipoglicemia não percebida. 
 
 
	
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ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO 
 
 
 
 
Observação: o instrumento FINDRISC, desenvolvido para o rastreio da diabetes em pacientes assintomáticos, foi utilizado como 
referência para a obtenção dos fatores de risco da etapa 1. 
Fonte: Manual da Abrafarma (2015). 
PROTOCOLO DE TRATAMENTO 
 
TRATAMENTOS NÃO FARMACOLÓGICOS 
• Terapia nutricional individualizada (mudança no estilo de vida). 
• Método de contagem de carboidratos. 
• Atividade física. 
• Educação em saúde. 
• Controle de peso corporal. 
 
 
 
	
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PROTOCOLO DE TRATAMENTO COM MEDICAMENTOS TARJADOS 
AGENTES ANTIDIABÉTICOS ORAIS 
 
Classe Fármaco Posologi
a em mg 
Mecanismo 
de ação 
Redução da 
glicemia de 
jejum 
(mg/dl) 
Redução 
de 
HbA1c 
(%) 
Contraindicação 
Sulfoniluréias Clorpropamida 125 a 
500 
Aumento da 
secreção de 
insulina 
60-70 1,5-2 Gravidez, insuficiência renal ou 
hepática 
Glibenclamida 2,5 a 20 
Glimepirida 1 a 8 (1-2 
x ao dia) 
Gliclazida 40 a 320 
Glipizida 2,5 a 20 
Metglinidas Repaglinida 0,5 a 16 Aumento da 
secreção de 
insulina 
20-30 1-1,5 Gravidez 
Nateglinida 120 a 
360 
(3/dia) 
Biguanidas Metformina 1000 a 
2550 (2 x 
ao dia) 
Reduz a 
produção 
hepática de 
glicose com 
menor ação 
sensibilizado
ra da ação 
insulínica 
60-70 1,5-2 Gravidez, insuficiência renal, 
hepática, cardíaca, pulmonar e 
acidose grave 
Inibidores 
alfa 
glicosidase 
Acarbose 50 a 300 
(3 x ao 
dia) 
Retardo da 
absorção de 
carboidratos 
20-30 0,5-0,8 Gravidez 
Glitazonas Rosiglitazona 4 a 8 Aumento da 
sensibilidade 
à insulina em 
músculo, 
adipócito e 
hepatócito 
(sensibilizad
ores da 
insulina) 
35-65* 0,5-1,4* Insuficiência cardíaca III e IV, 
insuficiência hepática e 
gravidez 
Pioglitazona15 a 45 
(1 x ao 
dia) 
Gliptinas Sitagliptina 100 (1 x 
ao dia) 
Aumento do 
nível de 
GLP-1 (pela 
inibição da 
enzima DPP-
IV), com 
incremento 
da síntese e 
secreção da 
insulina, 
além da 
redução de 
glucagon 
20* 0,6-0,8 Hipersensibilidade aos 
componentes do medicamento 
e gravidez Vildagliptina 50 (1 x 
ao dia) 
Exenatida 5 mcg e 10 
mcg (1 
injeção sub-
Análogos 
Incretinas 
30* 0,6-1 Hipersensibilidade aos 
componentes do medicamento 
e gravidez 
	
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cutânea 
antes do 
desjejum e 
outra antes 
do jantar 
* Reduções médias da glicemia de jejum e da HbA1c para monoterapia. No caso de terapia combinada, pode ocorrer efeito sinérgico, 
com potencialização da redução dos níveis glicêmicos. 
 
 
ALGORITMO DE TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
 
Pacientes com diagnóstico de diabetes devem ser monitorados durante o acompanhamento farmacêutico quanto a 
avaliação da efetividade, segurança e adesão ao tratamento, por isso, é imperativo que o farmacêutico conheça os 
tratamentos adequados, entretanto, alterações na terapia só deverão ser realizadas por profisional médico e predizem a 
necessidade de encaminhamento. 
 
 
 
 
 
	
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Figura 1 – Algoritmo de tratamento do diabetes tipo 2 recomendações gerais. O algoritmo não se destina a indicar qualquer 
preferência específica. 
ICC: insuficiência cardíaca congestiva; GI: gastrointestinal; SULF, sulfoniluréia; GLTZ, glitazonas; 
Fonte: Manual da Abrafarma (2015). 
 
 
 
	
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INSULINAS DISPONÍVEIS NO BRASIL: 
 
**Insulinas humanas produzidas por técnica de DNA recombinante. *Insulinas Suína e Mista (Suína + Bovina) da marca Neosulin® e 
Iolin® descontinuadas pelo laboratório fabricante (Novo Nordisk). §Descontinuadas pelo laboratório fabricante (Novo Nordisk). Perfil de 
ação aproximado. Os valores podem variar entre pacientes e entre aplicações num mesmo paciente. ***Após um intervalo de tempo 
de aproximadamente 5 horas, a insulina glargina apresenta um efeito contínuo constante durante um período de 24 h. 
 
 
 
Tipo/duração da ação Origem** Nome comercial® Início da ação Pico Duração 
Lispro / Ultra Rápida Análoga Humalog 15-30 min 0,5-3 h 3-5 h 
Aspart / Ultra Rápida Análoga NovoRapid 15-30 min 0,5-3 h 3-5 h 
Regular / Rápida Humana Novolin R, Humulin R, 
Insuman R, 
Biohulin R 
30-60 min. 2-4 h 6-8 h 
 Suína Purificada / Mista* Neosulin R, Iolin R 
 Suína monocompetente Actrapid MC 
NPH / Intermediária Humana Novolin N, Humulin NPH, 
Insuman 
N, Biohulin N 
1-2 h 6-12 h 18-24 h 
 Suína Purificada / Mista* Neosulin N, Iolin N 
Zíncica / Intermediária Humana Novolin L§ 1-3 h 6-12 h 18-26 h 
Ultralenta / Longa Humana Novolin U§ 4-6 h 10-16 h 24-48 h 
Detemir / Longa Análoga Levemir 3-4 h Mínimo > 24 h 
Glargina / Longa Análoga Lantus 4-6 h Mínimo**
* 
> 24 h 
Mistura NPH + R 90/10 Humana Novolin 90/10§ 
Mistura NPH + R 85/15 Humana Insuman Comb 85/15 
Mistura NPH + R 80/20 Humana Novolin 80/20§ 
Mistura NPH + R 75/25 Humana Insuman Comb 75/25 
Mistura NPH + R 70/30 Humana Humulin 70/30, Novolin 70/30§ 45 min. 7-12 h 16-24 h 
Bifásica Aspart + Aspart 
Protamina 70/30 
Análoga NovoMix 10-20 min. 1-4 h 15-18 h 
Bifásica Lispro + Lispro 
Protamina 75/25 
Análoga Humalog Mix25 15 min. 1-6 h 18-24 h 
	
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Figura 2. Algoritmo de início e ajuste dos esquemas de tratamento com insulina. Os esquemas de insulina devem levar em conta o 
estilo de vida e alimentação do paciente. O algoritmo pode apenas prover diretrizes básicas para início e ajuste da insulina.* Pré-
	
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misturas de insulina não são recomendadas durante ajuste da dose, entretanto, elas podem ser convenientes antes do café da manhã 
e jantar se as proporções de insulina rápida e intermediária do paciente estiverem disponíveis no mercado na forma de pré-misturas. 
 
 
TRATAMENTO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS 
Insuficiência renal: evitar Metformina em paciente com insuficiência renal grave (TFG < de 30 mg/ml. 
Mais indicado tratar os pacientes com insuficiência renal com insulina. 
Disfunção hepática: evitar Metformina. Mais indicado tratar os pacientes com déficit hepático com 
insulina. 
Consumo excessivo de álcool: o álcool é diretamente hipoglicêmico em jejum, com potencial para 
potencializar a acidose lática induzida por biguanidas (evitar Metformina em pacientes com etilismo 
crônico). Causa rubor indesejado com sulfoniluréias, principalmente a Clorpropamida. 
Pacientes idosos: Os princípios básicos no tratamento de pacientes idosos não diferem, em geral, 
daqueles estabelecidos a indivíduos diabéticos mais jovens, incluindo os critérios no diagnóstico, na 
classificação e nas metas de controle metabólico. Entretanto, deve-se tratar menos agressivamente 
pacientes idosos devido à co-morbidades e ao maior risco de hipoglicemias presente nestes pacientes. 
Evitar Clorpropamida (devido ao maior risco de hipoglicemia e hiponatremia), preferindo a Glimepirida e 
a Glicazida. Deve-se avaliar a função miocárdica de pacientes idosos antes da adição de Glitazonas ao 
esquema terapêutico, principalmente naqueles já em uso de insulina, devido ao risco de ICC e 
osteoporose em mulheres. 
Gestação e lactação: Durante a gestação usar somente Insulina; durante a lactação pode-se usar: 
Insulinas, Glibenclamida, Glipizida e Metformina. 
 
ENCAMINHAMENTO 
Situações que requerem o encaminhamento a outro profissional de saúde. 
NECESSIDADE DE ENCAMINHAMENTO 
Cetoacidose diabética Glicemia ≥ 250 mg/dl , poliuria e polidipsia 
Estado Hiperglicemia Hiperosmolar Glicemia > 600 mg/dl, desidratação e 
alteração do nível de consciência 
 
PLANO DE CUIDADO 
O plano contém ações partilhadas entre o farmacêutico e a paciente, com base nas melhores evidências disponíveis e 
alinhadas com o restante da equipe de saúde envolvida no cuidado. 
 
No acompanhamento do paciente com diabetes são possíveis as condutas: 
• Encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde; 
• Educação em saúde direcionada a adesão; 
• Orientação sobre medidas não-farmacológicas; 
• Glicemia capilar como ferramenta no rastreamento em saúde; 
• Solicitação de exames (H1AC e glicemia de jejum) para avaliar a segurança e efetividade do tratamento; 
• Solicitação do diário glicêmico para avaliar a segurança e efetividade do tratamento; 
 
 
	
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AVALIAÇÃO DE RESULTADOS SEGUNDO A ÓTICA DO FARMACEUTICO 
 
DESFECHOS QUE DEVEM SER AVALIADOS 
AVALIAÇÃO DOS DESFECHOS CLÍNICOS FREQUÊNCIA 
EFETIVIDADE 
1. HbA1C (hemoglobina glicada); 
2. Glicemia de jejum - laboratorial; 
3. Glicemia capilar no consultório; 
4. Avaliação de doenças macro e microvascular; 
5. Sintomatologia (poliuria, polidipsia, cetoacidose, 
fraqueza, vista embaçada ou turvação visual, sonolência, 
aumento de apetite, perda de peso, infecções de pele) 
6. Diário glicêmico 
1 e 2: Na 1ª consulta e a cada 3 
meses até alcançar controle; depois 
do controle, a cada 6 meses. 
3, 4 e 5: Em todas as consultas. 
6: Na 1ª consulta e a cada 3 meses, e 
após mudanças no tratamento ou 
queixas importantes 
SEGURANÇA 
Reação adversa 
Intoxicações medicamentosas 
Em todas as consultas 
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE USO DE MEDICAMENTOS 
Adesão ao tratamento Na 1ª consulta e a cada 3 consultas 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
 
AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS TERAPÊUTICOS 
 
Fonte: Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2017). 
 
AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS TERAPÊUTICOS 
 
1. HbA1C (hemoglobina glicada);4. Diário glicêmico 
2. Glicemia de jejum - laboratorial; 5. Avaliação de doenças macro e microvascular; 
3. Glicemia capilar no consultório; 6. Sintomatologia (poliuria, polidipsia, cetoacidose, 
fraqueza, visão embaçada ou turvação visual, 
sonolência, aumento de apetite, perda de peso, 
infecções de pele) 
 
	
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AUTOMONITORIZAÇÃO 
A automonitorização glicêmica permite ao paciente avaliar sua resposta individual à terapia, possibilitando também 
verificar se as metas glicêmicas recomendadas estão sendo atingidas, além de ser útil na prevenção de hipoglicemia, na 
detecção de hipo e hiperglicemias não sintomáticas e no ajuste das condutas terapêuticas medicamentosas e não 
medicamentosas, tanto para portadores de DM1 como para portadores de DM2, variando apenas a frequência 
recomendada, a qual se deve definir pelas necessidades individuais e metas de cada paciente. 
 
FREQUÊNCIAS SUGERIDAS DE TESTES DE GLICEMIA CONFORME A CONDIÇÃO CLÍNICA DO PACIENTE 
 
CONDIÇÃO CLÍNICA FREQUÊNCIA DE TESTES 
NECESSIDADE MAIOR DE TESTES PERFIL GLICÊMICO: 6 TESTES POR DIA, POR 
3 DIAS NA SEMANA, DURANTE 2 SEMANAS 
• Início do tratamento 
• Ajuste da dose do medicamento 
• Mudança de medicação 
• Estresse clínico e cirúrgico (infecções, cirurgias, 
etc...) 
• Terapias com drogas diabetogênicas 
(corticosteroides) 
• Episódios de hipoglicemia graves 
• A1C elevada com glicemia de jejum normal 
• Testes pré-prandiais: antes do café da manhã, do 
almoço e do jantar 
• Testes pós-prandiais: 2 horas após o café, do 
almoço e do jantar 
• Testes adicionais para paciente do tipo 1 ou 2 
usuário de insulina: 
- hora de dormir 
- madrugada (3 horas da manhã) 
NECESSIDADE MENOR DE TESTES FREQUÊNCIA VARIÁVEL 
Condição clínica estável. Baixa variabilidade nos 
resultados dos testes, com A1C normal ou quase 
normal. 
• Tipo 1 ou Tipo 2 usuário de insulina: pelo menos 
2 testes por dia em 
diferentes horários. 
 • Tipo 2: pelo menos 2 testes por semana, em 
diferentes horários 
(*) = De acordo com o grau de controle glicêmico. É recomendável o aconselhamento médico. 
 
 
PERIDODICIDADE DO MONITORAMENTO GLICÊMICO, METABÓLICO E CARDIOVASCULAR 
 
PARÂMETRO META PERIODICIDADE 
Plano alimentar Alimentação saudável 
18,5<imc<25 kg/m2 ou perda 
de peso 
Verificar e orientar a cada 
consulta 
Atividade física (aeróbico) 30 a 60 min/dia ou 
150 min/semana contínuos. 
Verificar e orientar a cada 
consulta 
Tabagismo Cessação tabágica Verificar e orientar a cada 
consulta 
Hemoglobina glicada (A1C) <7% A cada 3 meses até alcançar 
controle; depois, a Cada 6 
meses 
Glicemia de jejum 90-130 mg/dl Mensal 
Colesterol LDL** <100 mg/dl Anual 
Colesterol HDL** ≥50 mg/dl Anual 
Triglicerídeos** <150 mg/dl Anual 
Pressão arterial <130/80 mmhg A cada consulta 
Vacinação* Influenza Vacinação anual 
* Vacina pneumocócica: Uma vez, depois reforço após 65 anos. 
** Pacientes que não atingirem o perfil lipídico adequado com as mudanças no estilo de vida devem utilizar o tratamento 
farmacológico. 
 
 
	
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MONITORAMENTO DA SEGURANÇA DOS TRATAMENTOS 
 
CLASSES/MEDICAMENTO REAÇÕES ADVERSAS 
Sulfoniluréias 
 
Hipoglicemia (glicemia < 70 mg/dl, sudorese, taquicardia, tremor) 
Ganho de peso 
Glinidas Hipoglicemia (glicemia < 70 mg/dl, sudorese, taquicardia, tremor) 
Acarbose Desconforto abdominal 
Diarreia 
Flatulência 
Glitazonas Ganho de peso (2 kg) 
Edema em membros inferiores (redução na excreção renal de sódio 
e aumento da retenção de água) 
Metformina Gastrointestinais (diarréia) 
Acidose Lática 
Análogo do GLP-1 Náuseas e vômitos 
Pancreatite e IR 
Gliptinas Reações de hipersensibilidade (Ex. urticária, angioedema, 
hiperatividade bronquica). 
Dapaglifozina e 
canaglifozina 
Candidíase 
ITU 
 
 
 
MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS, FITOFARMACOS, DROGAS VEGETAIS E OUTROS PRODUTOS PARA A 
SAÚDE 
 
Nota:	A	Relação	Nacional	de	Medicamentos	Essenciais	 (Rename)	e	o	Memento	Fitoterápico	da	Farmacopeia	Brasileira	
(MFFB)	não	possuem	indicação	de	plantas	medicinais	e/ou	medicamentos	fitoterápicos	para	o	tratamento	da	diabetes. 
 
 
	
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REFERÊNCIAS 
 
< http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diabetes_mellitus.PDF>. Acesso em: 04/08/2013. 
<http://www.diabetes.org.br/images/Capitulo_Diretrizes_SBD.pdf>. Acesso em: 04/ 08/ 2013. 
04/08/2013. 
2012. 
American Diabetes Association. Diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care. 2014 Jan;37 Suppl 1:S81-90 
American Diabetes Association. Standards of medical care in diabetes. Diabetes Care 2017 Jan; 40 Suppl 1: S1-135 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira / Agência. Nacional de 
Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2016. 
BRASIL. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais : RENAME 2017 / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e 
Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. – Brasília : Ministério da Saúde, 2017. 
Conduta terapêutica no diabetes tipo 2: algoritmo Sociedade Brasileira de Diabetes 2017. Disponível em: 
CORRER, C. J. ; REIS, WÁLLERI CHRISTINI TORELLI . Manual 3: diabetes em dia. 1. ed. , 2015. 164p. Abrafarma. 
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016) / Adolfo Milech...[et. al.]; organização José Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio 
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), 2009. Disponível em:l < 
http://www.diabetes.org.br/attachments/diretrizes09_final.pdf>. Acesso em: 
Diretrizes SBD 2012-2013. Métodos para avaliação do controle glicêmico. Disponível em: 
em: 22/08/2013. 
GREENE, R. J.; HARRIS, N. D. Patologia e terapêuticas para farmacêuticos: Bases para a prática da farmácia clínica. 3. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 
http://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/POSICIONAMENTO-OFICIAL-SBD-02-2017-ALGORITMO-SBD-2017.pdf. 
Acesso em: 13/11/2017 
Initiation and Adjustment of Therapy: A consensus statement of the American Diabetes Association and the European 
Association for the Study 
LINDSTRÖM J, TUOMILEHTO J. The diabetes risk score: a practical tool to predict type 2 diabetes risk. Diabetes Care. 2003 Mar; 
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MINISTÉRIO DA SAÚDE . Cadernos de Atenção Básica, n.16. Série A. Normas e Manuais Técnicos: DIABETES MELLITUS. Brasília, 
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NATHAN DM, BUSE JB, DAVIDSON MB, ET AL. Medical Management of Hyperglycemia in Type 2 Diabetes: A Consensus 
Algorithm for the 
of Diabetes. Clinical Diabetes. v. 27. n. 1, 2009. Disponível em: < 
http://medqi.bsd.uchicago.edu/documents/HyperglycemiaT2DMClinDm1_09.pdf>. Acesso 
PROTOCOLO DE DIABETES MELLITUS. Disponível em: <http://www.pbh.gov.br/smsa/biblioteca/protocolos/diabetes.pdf>. acesso 
em: 04/ 08/ 2013. 
Vencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016. 
 
	
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Realização: 
 
Coordenação Geral: 
GT de Saúde Pública – Conselho Federal de Farmácia 
Concepção Pedagógica: 
Cassyano Januário Correr 
Thais Teles de Souza 
Walleri Christini Torelli Reis 
Coordenação Pedagógica: 
Thais Teles de Souza 
Walleri Christini Torelli Reis 
Tutoria: 
Alcindo de Souza Reis Junior 
Aline de Fátima Bonetti 
Bruna Aline de Queirós Bagatim 
Cínthia Caldas Rios Soares 
Fernanda Coelho Vilela 
Fernando Henrique Oliveira de Almeida 
Inajara Rotta 
Livia Amaral Alonso Lopes 
Natália Fracaro Lombardi 
Wallace Entringer Bottacin

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