01 DIREITO PENAL

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL:
Teoria Geral do Crime
2°Semestre
DIREITO PENAL
É ramo do Direito que define as infrações penais, estabelecendo sanções aos infratores.
Conceito: É o ramo que escolhe/separa as condutas humanas mais graves que violam, atentam contra os bens jurídicos relevantes, definindo essas condutas como infrações penais, e aplicando uma sanção a quem pratica esse comportamento.
BENS JURIDICOS:
São os valores, pertencesse interesses de uma pessoa ou de uma entidade.
 EX: VIDA, PATRIMONIO, SAUDE, DIGNIDADE SEXUAL, ETC...
FINALIDADES E FUNÇÕES:
Proteção aos bens jurídicos;
Controle Social, o Direito Penal coloca limites e freios nas pessoas
Motivacional: Considerando que para todo crime existe uma sanção, ele incentiva a não realização de crimes
 EX: Não matar, não roubar, etc...
CLASSIFICAÇÃO DO D. PENAL
Direito penal objetivo: É o conjunto de normas em vigor no nosso pais.
Subjetivo: É o direito de punir do Estado, que surge com a pratica de uma infração penal.
O direito de punir é monopólio do Estado, porem ele não ilimitado.
Quanto ao modo: Deve respeitar os direitos e garantias fundamentais do cidadão.
Quanto ao tempo: Não é eterno, em razão da prescrição
Especial: Em regra a lei penal é aplicada somente no nosso território 
DIREITO PENAL x CÓDIGO PENAL
As normas penais que definem infrações penais, na sua maioria, estão previstas no CP. Entretanto, há leis penais especiais que anunciam outras espécies de crimes
 EX: Estatuto do Desarmamento, Código de Transito, Lei de Drogas, Leis de Contravenções Penais
CP: Artigos 1° a 361
É dividido em duas partes:
1° Parte Geral- art 1° ao 120
 Subdividem-se em:
Teoria do Crime- art. 1° ao 31
Teoria da pena- art. 32 ao 120
 
2° Parte especial: arts. 121 a 361
 Apresentam os crimes em espécies
INFRAÇÃO PENAL= GENÊRO
São espécies de infração penal:
 1° Crime; Tem como sinônimo delito
 2° Contravenção Penal: Previstas quase que na totalidade na lei de contravenções penais (LCP- n°3.688/41)
Não há diferença na estrutura entre crime e contravenção penal. O que define ser um crime ou contravenção penal é pelo critério politico.
CRIME: Infração penal mais grave
CONTRAVENÇÃO: Uma conduta menos lesiva
FONTES DO DIREITO PENAL
CONCEITO: Trata-se de onde às normas penais nascem, surgem, provem, bem como à forma como elas se revelam, exteriorizam-se.
FONTE MATERIAL:
Também chamadas de substancias ou de produção, é de onde o direito se origina.
O órgão encarregado de criar às normas penais é a UNIÃO- art. 22, I- C.F
FONTE FORMAL
Também chamada de conhecimento ou cognição é aquela em que o direito penal se revela, exterioriza-se. 
FONTE FORMAL IMEDIATA
É A LEI
A lei penal, em regra, numa primeira parte sempre descreve uma conduta criminal. Enquanto, por outro lado, também traz uma segunda parte em que comina uma pena.
PARTES DA LEI
Preceito primário: conduta descrita
Preceito secundário: A pena
CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS PENAIS
Leis Incriminadoras
Leis não Incriminadoras:
 Podem ser EXPLICATIVAS- art. 327-CP
 PERMISSIVAS ou AUTORIZADAS
 art. 23 a 25, CP
 
SOMENTE LEI PODE CRIAR CRIMES, REVOGAR CRIMES, ALTERAR OU DIMINUIR PENAS.
NORMA PENAL EM BRANCO
É aquela em que o seu processo primário está incompleto, dependendo de um complemento para ser aplicada. Esse complemento pode ser encontrado em outra lei ou em outro ato normativo.
ESPÉCIES:
HOMOGÊNEA/ em sentido lato/ próprio
 O complemento está previsto em uma outra lei
Art. 237, CP x aRT,. 1521, CC
 Heterogênea/ sentido estrito
 É aquela em que o seu complemento não esta previsto em outra lei: TRAFICO DE DROGAS
FONTES FORMAIS MEDIATAS
Costumes: É o conjunto de regras (comportamento), mesmo não escritas são seguidas de forma constante e uniforme pela sociedade pela sua convicção de obrigatoriedade. 
EX: Ato obsceno e repouso noturno podem ser interpretadas pelos costumes. Ou seja, os costumes não criam crimes e nem penas, servem para auxiliar na interpretação da lei penal.
Princípios Gerais do Direito: São regras que, ainda não escritas, estão na consciência de todos e são universalmente aceitas
PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL
São diretrizes gerais básicas que tem como função impor limites ao poder punitivo do Estado, assegurando garantias a nós mesmo.
PRINCIPIO DA INTERVENÇÃO MINIMA
P. da Subsidiariedade: Deve ser aplicado como ultimo recurso, incidindo-se depois de esgotados todos os outros ramos do direito.
P. da Fragmentariedade: Além do direito penal ser utilizado como ultimo recurso, deve a conduta praticada por alguém causar lesão ao bem jurídico protegido pela lei.
P. da INSIGNIFICANCIA 
Também chamado de principio da bagatela, este principio introduzido pelo jurista alemão Claus Roxin em 1970. De acordo com essa premissa, não há crime quando a lesão ao bem jurídico é insignificante, pois afasta a tipicidade material.
P. da LESIVIDADE ou OFENSIVIDADE
Conforme esse principio, não deve ser considerado crime conduta que não oferece perigo ao bem jurídico.
 OBS: Faltante ao principio da insignificância existe alguns requisitos para aplicação do p. da insignificância. 
 1° Mínima ofensividade da conduta do agente.
 2° Ausência de periculosidade na conduta do agente.
 3° Reduzido grau de reprovação da conduta do agente
 4° Inexpressividade da lesão provocada ao bem jurídico. 
P. da Responsabilidade Pessoal ou da Pessoalidade ou Intrancendência:
art. 5°, XLV, CF.
Poe este principio, nenhuma pena pode ser transferida à outra pessoa a não ser ao réu. O que pode ser passado é o efeito da condenação. Entre esses efeitos, podem ser: Reparação ao dano
 Perdimento do bem
P. da Alteridade
Ninguém pode ser punido por causar mal a si mesmo, isto é, não há crime quando alguém provoca lesão ao bem jurídico próprio. 
P. da Legalidade
 Art. 5°, XXXIX CF, Art. 1°, CP
É principal principio garantidor dos direitos dos cidadãos e da imposição de limites do poder de punir do Estado.
O PRINCIPIO DA LEGALIDADE SE DIVIDE EM:
P. da Reserva Legal: A reserva legal anuncia que:
 a) A lei penal sempre deve ser escrita, pois costumes não podem criar, revogar, etc; crimes.
 b) A lei penal deve ser sempre estrita, não se admite analogia em desfavor do réu.
 c) A lei penal deve ser certa, não pode trazer duvidas, tem que ser taxativa.
 d) A lei penal deve ser necessária.
P. da Anterioridade:
 Diz respeito a esse subprincípio, apresentando que a lei penal é feita para atingir fatos futuros, logo, fatos ocorridos em datas anteriores à lei não podem ser punidos.
Conflito Aparente de Normas
Há conflito aparente de normas quando, de forma aparente mais de uma norma legal pode ser aplicada a um único fato criminoso.
 
 1° Unidade do fato
 2° Aparente aplicação a mais de uma norma à este fato
 3° Efetiva aplicação de apenas uma norma.
Princípios que solucionam o conflito aparente de normas
P. da Alternatividade: Antes de definir o p. da alternatividade, devemos conceituar os crimes denominados de ação múltipla, conteúdo variado, ou tipo misto alternativo.
Sendo assim, dentro do mesmo contexto fático, se o agente praticar mais de um núcleo do tipo penal, ele responderá por apenas um delito
P. da Especialidade: 
 De acordo com este principio a norma especial afasta a norma geral, haja vista que aquela (especial) contem os mesmos elementos da norma geral com outros elementos especializantes. 
P. da Subsidiariedade:
 Conforme este principio a norma primaria principal afasta a aplicação da norma subsidiaria uma vez que aquela (principal) ofende de forma mais grave o bem jurídico tutelado. A norma subsidiaria é chamada de “soldado de reserva”, consiste numa norma menos ampla, ou seja, a norma sub; está contida na principal.
P. da Consunção:
 No mesmo contexto fático, a norma penal menos grave é afastada pela norma mais grave, tendo em vista que aquela (norma menos grave) serve como meiopara o cometimento do crime mais grave.
OBS: Conflito aparente de normas é diferente de concursos de crimes.
Arts. 69 a 71, CP.