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LEVANTAMENTO ETNOBOTANICO E O USO DE PLANTAS MEDICINAIS NO MUNICÍPIO DE CANAÃ DOS CARAJÁS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ 
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS 
COLEGIADO DE CIÊNCIAS NATURAIS 
 
 
ANTONIO JOSÉ DOS SANTOS 
EDILENE LEAL POJO 
 
 
 
LEVANTAMENTO ETNOBOTANICO E O USO DE PLANTAS 
MEDICINAIS NO MUNICÍPIO DE CANAÃ DOS CARAJÁS - PARÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CANAÃ DOS CARAJÁS 
2011 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ 
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS 
COLEGIADO DE CIÊNCIAS NATURAIS 
 
 
ANTONIO JOSÉ DOS SANTOS 
EDILENE LEAL POJO 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO ETNOBOTANICO E O USO DE PLANTAS 
MEDICINAIS NO MUNICÍPIO DE CANAÃ DOS CARAJÁS - PARÁ 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Colegiado do Curso de Ciências Naturais, 
do Campus Universitário de Marabá, da 
Universidade Federal do Pará, como requisito 
para a obtenção do grau de Licenciado Pleno 
em Ciências Naturais. 
 
Orientadora: Profa Drª Alessandra de Rezende 
Ramos. 
 
 
CANAÃ DOS CARAJÁS 
2011 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ 
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS 
COLEGIADO DE CIÊNCIAS NATURAIS 
 
 
ANTONIO JOSÉ DOS SANTOS 
EDILENE LEAL POJO 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO ETNOBOTANICO E O USO DE PLANTAS 
MEDICINAIS NO MUNICÍPIO DE CANAÃ DOS CARAJÁS - PARÁ 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Colegiado do Curso de Ciências Naturais, 
do Campus Universitário de Marabá, da 
Universidade Federal do Pará, como requisito 
para a obtenção do grau de Licenciado Pleno 
em Ciências Naturais. 
 
 
Orientador: Profa Drª Alessandra de Rezende Ramos 
 
 
Avaliador: ___________________________________ 
 
 
Avaliador: ___________________________________ 
 
Canaã dos Carajás 
 2011 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Ao Senhor Deus, pela bondade que nos alcança a cada dia permitindo-nos 
viver, por Sua misericórdia infinita que se renova a cada manhã e Seu imenso 
amor que nos salva e nos restaura para todo o sempre na pessoa de Jesus 
Cristo. 
Aos nossos pais, cônjuges, filhos e demais familiares pela dedicação e carinho 
que demonstraram para conosco ao longo de nossas vidas, cuidando em todos 
os momentos e nos ajudando a vencer mais uma etapa de nossas vidas. 
Aos professores que compartilharam conosco seu tempo, sua amizade, 
profissionalismo, não poupando esforços para que pudéssemos alcançar 
nossos objetivos. 
Aos amigos que batalharam juntamente conosco nesses quatro anos e que 
compartilhamos bons e maus momentos. 
Um agradecimento especial à nossa professora e orientadora Drª Alessandra 
Rezende Ramos por sua dedicação, esforço e cobranças sem as quais não 
teríamos conseguido finalizar a tempo o nosso trabalho. 
Muito obrigado a todos os entrevistado que contribuíram para a realização 
desta pesquisa. 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
SUMÁRIO-----------------------------------------------------------------------------------------1 
LISTA DE TABELAS E FIGURAS-----------------------------------------------------------2 
LISTA DE ANEXOS-----------------------------------------------------------------------------5 
LISTA DE SIGLAS-------------------------------------------------------------------------------6 
RESUMO-------------------------------------------------------------------------------------------7 
PALAVRAS CHAVE-----------------------------------------------------------------------------7 
INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------------------------------8 
MATERIAIS E MÉTODOS--------------------------------------------------------------------13 
ANÁLISA DE DADOS------------------------------------------------------------------------15 
RESULTADOS E DISCUSSÃO-------------------------------------------------------------15 
CONCLUSÃO------------------------------------------------------------------------------------39 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS-------------------------------------------------------40 
ANEXOS------------------------------------------------------------------------------------------43 
 
 
 
LISTA DE TABELAS E FIGURAS 
 
Tabela 1 - Biomas Brasileiros 
Tabela 2 – Espécies no Brasil e no Mundo 
Figura 1 - Mapa do Estado do Pará com destaque para o município de Canaã 
dos Carajás 
Figura 1 - Mapa da região sudeste do Pará com destaque para o município de 
Canaã dos Carajás 
Figura 2 - Mapa da cidade com indicação dos Bairros citados na pesquisa 
Figura 3 - Tipo de Uso citados pelos moradores 
Figura 4 – Gráfico citando o Porte das plantas 
Figura 6 - Gráfico citando a Parte da Planta Utilizada em diversas atividades 
como chás e outras 
Figura 7 - Produção de mudas 
Figura 2 – Foto Romã Punica granatum tirada no quintal da Dona Maria B. 
Novo Brasil 
Figura 3 – Foto Crajirú Arrabidaea chica Foto tirada no quintal de D. Do Carmo 
B. N. Horizonte. 
Figura 4 – Foto Sete Dor Plectranthus barbatus Foto tirada no quintal de D. Do 
Carmo B. N. Horizonte 
Figura 5 – Foto Sabugueiro Sambucus nigra Foto tirada no quintal de D. 
Geonice B. N. Brasil 
Figura 12 – Foto Picão Beldens pilosus Foto tirada no quintal de D. Divina P. 
dos Ipês 
Figura 13 - Foto Perpétua Gomphrena globosa Foto tirada no quintal de D. Eva 
N. Jerusalém 
Figura 14 – Foto Orelha de Jumento Coryanthes macrantha Foto tirada no 
quintal de D. Luzenira N. Jerusalém 
Figura 15 - Foto Nône Morinda citrifolia Foto tirada no quintal de D. Sônia B. 
Centro 
Figura 16 - Foto Murici Byrsonima spicata Foto tirada no quintal de D. Geonice 
B. N. Brasil 
Figura 17 - Foto Jambú Spilanthes acmella Foto tirada no quintal de D. 
Rivanda, Paraíso das Águas 
 
 
Figura 18 - Foto Ingá Inga edulis Foto tirada no quintal de D. Nilza, Nova 
Jerusalém 
Figura 19 - Foto Goiabeira Psidium guajava Foto tirada no quintal de D. Dalva 
B. N. Brasil 
Figura 20 - Foto Gervão Stachytarphetta cayennensis Foto tirada no quintal de 
D. Vanessa, N.Horizonte 
Figura 21 - Foto Gengibre Zingiber officinale Foto tirada no quintal do Sr. Chico 
Baixinho, P. dos Ipês 
Figura 22 - Foto Fedegoso Cassia ocidentalis Foto tirada no quintal de D. 
Geonice B. N. Brasil 
Figura 23 – Foto Mastruz ou Mentruz Chenopodium ambrosioides Foto tirada 
no quintal de D. Geonice B. N. Brasil 
Figura 24 - Foto Maracujá Passiflora alata Foto tirada no quintal de D. Nilza, 
Nova Jerusalém 
Figura 25 – Foto Malva do Reino Malva sp ? Foto tirada no quintal de D. Do 
Carmo B. N. Horizonte 
Figura 26 - Foto Limãozinho Sem Referência Foto tirada no quintal de D. Dalva 
B. N. Brasil 
Figura 27 – Foto Jasmim Limão Jasminum officinale? Foto tirada no quintal de 
D. Maria de Lurdes, P. dos Ipês 
Figura 28 – Foto Capim Santo Cymbopogom densiflorus Foto tirada no quintal 
de D. Zenaide, Nova Jerusalém 
Figura 29 – Foto Cana da Índia sem referência Foto tirada no quintal de D. 
Zenaide, Nova Jerusalém 
Figura 30 - Foto Camomila Matricaria chamomila? Foto tirada no quintal de D. 
Eva N. Jerusalém 
Figura 31 - Foto Cajueiro Anacardium occidentale Foto tirada no quintal do Sr. 
Antonio N. Horizontte 
Figura 32 - Foto Boldo Plectranthus neochilus Foto tirada no quintal de D. 
Ericina, Paraíso das Águas 
Figura 33 - Foto Babosa Aloe vera foto tirada no quintal da Dona Maria B. Novo 
Brasil 
Figura 34 - Foto Arruda Ruta graveolens foto tirada no quintal da Dona Divina, 
P. Shalom 
 
 
Figura 35 - Foto Marupazinho Eleutherine plicata Foto tirada no quintal de D. 
Zenaide, Nova Jerusalém 
Figura 36 - Foto Confrei Symphytum oficinale Foto tirada no quintal de D. 
Ericina, Paraíso das Águas 
Figura 37 – Foto Cola Noda sem referência Foto tirada no quintal de D 
Rivanda, Paraíso das Águas 
Figura 38 – Foto Cidreirinha da Amazônia sem referência Foto tiradano quintal 
de D. Rivanda, Paraíso das Águas 
Figura 39 - Foto Chicória Chichorium endívia Foto tirada no quintal de D. Do 
Carmo B. N. Horizonte 
Figura 40 - Foto Alecrim Rosmarinus officinali Foto tirada no quintal de D. 
Divina, P. Shalom 
Figura 41 – Meracilina Graptophyllum pictum Foto tirada no quintal de D. 
Zenaide, Nova Jerusalém 
Figura 42 - Foto Pega Pinto Boerthavia paniculata Foto tirada no quintal de D. 
Ericina, Paraíso das Águas 
Figura 43– Foto Carirú de horta ou João Gomes Talinum paniculatum Foto 
tirada no quintal de D. Ericina, Paraíso das Águas 
 
 
 
 
LISTA DE ANEXOS 
 
Anexo 1 – Questionário com as perguntas realizadas aos Moradores. 
Anexo 2 – Fotos tiradas nos domicílios no ato da pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária CEDERE II – Centro de 
Desenvolvimento Regional II (local escolhido para funcionar como vila do 
Assentamento) 
CEDERE II – Centro de Desenvolvimento Regional II (local escolhido para 
funcionar como vila do Assentamento) 
GETAT – Grupo Executivo das Terras do Araguaia-Tocantins 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 
NEPAM – Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais 
PIB – Produto Interno Bruto 
UNICAMP – Universidade de Campinas 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A cidade de Canaã dos Carajás, localizada na região Sudeste do Estado do 
Pará, originou-se com um projeto de assentamento agrícola, na década de 
oitenta, com famílias oriundas principalmente dos Estados do Maranhão, 
Tocantins e Goiás. Este município tornou-se emancipado em 1994, e 
atualmente apresenta o maior PIB do Estado do Pará, decorrente da 
exploração das suas reservas minerais, tais como ferro e cobre. Esta estória 
migratória, que nos dias atuais ainda é mais intensa devido a mineração, 
promove uma complexa diversidade cultural na cidade. Assim, neste cenário 
dinâmico, um registro etnobotanico pode fornecer informações sobre métodos 
tradicionais de utilização de plantas pela população mais antiga; a forma de 
como este conhecimento tradicional está sendo transmitido; e se já ocorre uma 
mistura desse conhecimento com os moradores mais recentes. Assim, o 
presente trabalho apresenta um perfil etnobotânico baseado em entrevistas 
com 50 moradores pertencentes a dez bairros distintos da cidade de Canaã. 
Os resultados demonstraram que há moradores que estão lá desde o período 
do assentamento, a maioria pertencendo a outra localidade, e muitos já 
estavam em transito antes de chegarem a cidade. A diversidade de utilização 
das plantas está relacionada com a idade do entrevistado. Cento e cinquenta e 
três tipos diferentes de plantas foram listadas como sendo utilizadas pelos 
moradores com aplicações terapêuticas, para doenças e estados de 
desconforto, contudo não são reconhecidas pela biomedicina. As indicações 
terapêuticas mais citadas foram referentes a nutrição, laxante, anti inflamatório, 
gripe, calmante, digestivo, vermífugo, problemas cardíacos e febre. Um fato 
curioso foi o uso constante de uma planta que não pertence a região norte, o 
noni, que é utilizada para diversos fins. De um modo geral, as mesmas plantas 
são utilizadas nos diferentes bairros, contudo seu nome popular pode variar. 
Buscou-se também traçar o perfil socioeconômico dos moradores, através de 
informações sobre a renda familiar, para tentar relacionar o nível econômico 
dos entrevistados e o uso da medicina popular. Os estudos relacionados à 
medicina popular têm merecido mais atenção a cada dia que passa, pois 
fornecem informações à ciência contemporânea, e posteriormente, podem ser 
utilizadas na descoberta de novos fármacos para os atuais males que 
acometem a população mundial. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Etnobotânica, plantas medicinais, conhecimento 
tradicional, Canaã dos Carajás. 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 O homem primitivo dependia totalmente da natureza para sua 
sobrevivência, e ao longo do tempo foi adquirindo grandes conhecimentos 
sobre o meio em que vivia. Segundo (AMOROZO, 2007) a relação homem-
natureza é muito complexa e ao longo dos tempos foi se alternando entre 
dominar e proteger a natureza. Além disso, há visões diferenciadas sobre tal 
relação, de acordo com as diferentes culturas. À medida que a humanidade 
evoluía, observava e construía conhecimento, mesmo que empiricamente, e 
tirava proveito de toda essa interação. Por se tratar de conhecimento empírico 
sem sistematização nem embasamento científico, dependia exclusivamente da 
transmissão direta de geração a geração para sua permanência. 
 O conhecimento sobre as plantas sempre tem acompanhado a evolução 
do homem através dos tempos. As primitivas civilizações (assírios, babilônicos, 
sumérios, egípcios, chineses e hindus, entre outros) observaram a existência, 
ao lado das plantas comestíveis, de outras dotadas de maior ou menor 
toxicidade que, ao serem experimentadas no combate à doença, revelaram, 
embora empiricamente, o seu potencial curativo. 
 Toda essa informação foi sendo, de início, transmitida oralmente às 
gerações posteriores, para depois, com o aparecimento da escrita, passar a ser 
compilada e guardada como um tesouro precioso. Naquela época era o que 
eles tinham, além disso, nada mais havia para curar suas dores. Assim esse 
conhecimento chegou até os dias de hoje. 
 Com o advento da modernidade as novas gerações estão perdendo o 
interesse pelas culturas sobre as plantas medicinais uma forma de resgatar 
esse conhecimento são os estudos etnobotanicos (DIEGUES, 1996). 
 A etnobotânica auxilia no resgate dos conhecimentos populares 
identificando como práticas adequadas os manejos e utilizações das 
vegetações (ALBUQUERQUE,1997). Esta ciência estuda a interação de 
comunidades com o meio em que vivem e a forma com que usam os recursos 
da natureza. O termo etnobotanica surgiu pela primeira vez com o pesquisador 
John W. Harshberger (BALICK E COX, 1996), que relatou seus estudos sobre 
os aborígenes. A partir desse estudo o termo etnobotânica tem ganhado 
grande repercussão em todo o mundo. 
 
 
 A utilização das plantas se dá das mais variadas maneiras, tais como: 
alimentação, vestimenta e abrigo. Estas, por sua vez, representam uma das 
bases da cultura material da humanidade (BALICK; COX, 1997; MEDEIROS et 
al 2004), uma vez que a vegetação é a identidade de uma população, já que 
por meio dela as pessoas refletem o que pensam e o que são estabelecendo 
um vínculo com o meio à sua volta. 
 Além disso, a valorização e a vivência das sociedades humanas locais 
ditas tradicionais, pode embasar estudos sobre o uso adequado da 
biodiversidade, incentivando, não apenas o levantamento das espécies, como 
contribuindo para sua conservação (FONSECA-KRUEL; PEIXOTO, 2004). 
 No Brasil, registros da utilização da flora têm início com a sua 
descoberta. Este evento ocorreu por uma falha na missão de encontrar um 
novo caminho para as Índias, e uma nova terra foi descoberta contendo uma 
enorme diversidade de plantas e animais. Durante esta viagem, o objetivo 
principal era a busca por especiarias, encontradas naquela época, somente na 
Índia. Apesar do aparente fracasso da viagem, a descoberta de uma terra com 
nativos e diversidade de plantas e animais totalmente exóticos, se comparados 
aos conhecidos pelos europeus, provocou um interesse e cobiça que perdura 
até os dias de hoje (ALBUQUERQUE; ANDRADE,2002). 
 Talvez o primeiro registro etnobotânico do Brasil tenha sido feito por 
Pero Vaz de Caminha, por meio de sua carta endereçada a corte real 
portuguesa, dia 01 de maio de 1500, para relatar as descoberta do Brasil, na 
qual mencionava o inhame, frutos, sementes e outras especiarias 
(ALBUQUERQUE;ANDRADE,2002).: 
 
“Eles não lavram nem criam. Nem há aqui boi ou vaca, cabra, ovelha ou galinha, ou qualquer 
outro animal que esteja acostumado ao viver do homem. E não comem senão deste inhame, 
de que aqui há muito, e dessas sementes e frutos que a terra e as árvores de si deitam. E com 
isto andam tais e tão rijos e tão nédios que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes 
comemos (CASTRO, 1985).” 
 
 Segundo a carta os nativos brasileiros usavam para seu sustento 
somente o que a terra dava, não plantavam, nem criavam animais para seu 
 
 
sustento, a carta mostra a empolgação diante da fartura da nova terra o que 
demonstra a riqueza na diversidade do país. 
 A área territorial brasileira é de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, 
nele podemos encontrar uma grande diversidade de solos e diferentes climas, 
o que favorece a caracterização dos diversos biomas (Mata Atlântica, Cerrado, 
Pantanal, Amazônia e Caatinga) (Tab. 1) com uma variedade imensa de 
espécies vegetais dentre as quais muitas ainda não foram estudadas (DIAS, 
1995). 
 
 Tabela 3 - Biomas Brasileiros 
Biomas Continentais Brasileiros Área Aproximada (km²) Área / Total Brasil 
Bioma AMAZÔNIA 4.196.943 49,29% 
Bioma CERRADO 2.036.448 23,92% 
Bioma MATA ATLÂNTICA 1.110.182 13,04% 
Bioma CAATINGA 844.453 9,92% 
Bioma PAMPA 176.496 2,07% 
Bioma PANTANAL 150.355 1,76% 
Área Total Brasil 8.514.877 
 Fonte: http://www.ibge.com.br/home/presidencia 
 
O interesse mundial por produtos derivados da natureza existe devido à 
grande diversidade brasileira. Cerca de 1/5 da biodiversidade mundial está no 
Brasil somente 12% do total de espécies dos táxons brasileiros são conhecidas 
(Lewinson, 2002) 
 
Tabela 4 – Espécies no Brasil e no Mundo Numero de espécies conhecidas registradas no 
Brasil e no mundo conforme estimado por especialistas (PRADO E LEWINSOHN, 2002) 
Grupo Espécies no Brasil 
Espécies no 
mundo 
Vírus 310 – 410 3.600 
Bactérias 800 – 900 4.300 
Fungos 13.090 - 14.510 70.600 - 72.000 
Protozoários 7.650 - 10.320 76.100 - 81.300 
Plantas 43.020 - 49.520 263.800 - 279.400 
Animais total 103.780 - 136.990 1.279.300 - 1.359.400 
*Invertebrados 96.660 - 129.840 1.218.500 - 1.298.600 
 
 
*Anfíbios 687 5.504 
*Répteis 633 8.163 
*Aves 1.969 9.900 
*Mamíferos 541 5.023 
TOTAL GERAL 168.640 - 212.650 1.697.600 - 1.798.500 
Fonte: Lewinsohn,T.M. & Prado P.I 2000. 
 
Segundo (LEWINSOHN, 2000) o Brasil possui 13% da biota mundial e o 
conhecimento profundo da biodiversidades do pais poderá ser o alicerce para a 
o desenvolvimento de políticas voltadas para a preservação desse patrimônio. 
 Da quantidade de plantas existentes (Tab. 2), aproximadamente 50 mil 
tem potencialidade medicinal, esta diversidade estimula o desenvolvimento de 
pesquisas, em busca de novas substancia com princípios ativos para 
confecção de remédios por diversas instituições de pesquisa. 
 Os medicamentos preparados exclusivamente com plantas ou parte 
delas (cascas, folhas, raízes, flores, frutos ou sementes) com propriedades que 
podem tratar ou prevenir os sintomas de doenças são segundo a ANVISA, os 
fitoterápicos. 
 O conhecimento popular é essencial para o avanço das pesquisas com 
plantas medicinais e com isso um ganho nos achados etnobotânicos, pois a 
importância do resgate de informações contribui com o processo de pesquisas 
de novas substancias bioativas (ANDRADE, 1998). 
 A importância de ervas medicinais no Brasil trouxe interesse de 
pesquisadores de vários países do mundo e com isso algumas apropriações 
indevidas, configurando os famosos casos de biopirataria, o que inclui também 
a apropriação indevida dos conhecimentos populares tradicionais, e ainda 
deixando excluídos os possíveis benefícios destas pesquisas para estas 
comunidades (GROSS et al., 2005). 
 Devido às explorações desordenadas, muitas dessas espécies podem 
estar desaparecendo sem nunca terem sido estudadas, e o conhecimento 
sobre elas está restrito a algumas comunidades isoladas, assim como seu 
modo de utilização, que também corre o risco de desaparecer com o tempo, 
pela falta de interesse das novas gerações. 
 Os estudos relacionados à medicina popular têm merecido mais atenção 
cada dia que passa, pois fornece um grande número de informações, que 
 
 
promove grandes descobertas à ciência contemporânea têm. Trabalhos como 
os de AMOROZO E GÉLY, 1988 sobre o uso de plantas medicinais por 
caboclos do Baixo Amazonas, em Barcarena (PA); de Schardong & Cervi 
(2000), por meio do levantamento de plantas medicinais e místicas na 
comunidade de São Benedito, em Campo Grande (MS); e os de Parente & 
Rosa (2001), com o levantamento de plantas comercializadas como medicinais 
no município de Barra de Piraí (RJ) entre outros, serviram de inspiração para a 
realização deste levantamento etnobotânico. 
 
Histórico da Cidade Pesquisada 
 Canaã dos Carajás, conforme consta nos históricos da cidade 
encontrado na Escola Municipal Tancredo Neves, foi criada em 1982 a partir de 
um assentamento do INCRA. Este assentamento foi dado o nome CEDERE II, 
e sua criação teve o objetivo inicial de amenizar os conflitos de terra existe na 
região. Um total de 1555 famílias provenientes do Maranhão, Goiás e 
Tocantins receberam terras ao longo de três anos. Destas 816 dessas famílias 
receberam os títulos definitivo destas terras. 
 O assentamento do CEDERE II pertencia ao município de Parauapebas, 
e com a Lei Estadual 5.860, em 1994 o assentamento foi emancipado 
politicamente e foi constituído o município de Canaã dos Carajás, que significa 
“Terra Prometida”, nome escolhido em função da grande quantidade de 
evangélicos na cidade na época. Atualmente a população do município está 
estimada em 26.727 habitantes (IBGE, 2010). 
 Estudos geológicos comprovaram a existência de minério na Cidade de 
Canaã dos Carajás. Esta descoberta trouxe uma grande mineradora para a 
região, que provocou o desenvolvimento da cidade e, principalmente, um 
movimento migratório de pessoas de outras regiões atrás de trabalho. Este 
fluxo constante promove uma grande diversidade cultural, que pode fornecer 
informações sobre métodos tradicionais de utilização de plantas pela 
população mais antiga; a forma de como este conhecimento tradicional está 
sendo transmitido; e se já ocorre uma mistura desse conhecimento com os 
moradores mais recentes. Assim o presente trabalho visa fazer um 
levantamento etnobotanico do Município de Canaã dos Carajás, uma cidade 
 
 
relativamente nova, que passa por um momento de intenso transito de 
pessoas, onde os aspectos culturais estão em formação. 
 
Objetivos da pesquisa 
Geral 
Fazer um levantamento etnobotânico sobre o uso e o conhecimento tradicional 
popular de plantas medicinais, no Município de Canaã dos Carajás. 
 
Especificos 
• Estimar a diversidade de plantas medicinais conhecidas em Canaã dos 
Carajás; 
• Conhecer informações específicas sobre as plantas pesquisadas, tais 
como: partes da planta utilizadas, formas de preparo, modos de administração, 
armazenamento e modos de obtenção da planta; 
• Verificar como são passados os conhecimentos sobre plantas 
medicinais; 
• Levantar o perfil socioeconômico das famílias entrevistadas e tentar 
relacioná-los a utilização de plantas medicinais. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
 O estudo foi realizado no Município de Canaã dos Carajás (Fig.1), que 
está situada no sudeste do estado do Pará, há 760 km da Capital Belém. 
Localizado na latitude (06°29’49”) sul e longitude (49°52’42”) oeste, estando a 
uma altitude de 210 metros em relação ao mar. 
 
 
 
Figura 6 Mapa da região sudeste do Pará com destaque para o município de Canaã 
dos Carajás.
Fonte: Mapa pesquisado na Prefeitura de Canaã dos Carajás. 
A coleta de dados foi feita na zona urbana do município de Canaã,em dez bairros: Centro, Maranhenses, Novo Brasil, Paraíso das Águas, 
Vale Verde, Vale Dourado, Parque dos Ipês, Novo Horizonte, Parque 
Shallon e Nova Jerusalém conforme mapa da cidade com indicações dos 
bairros (Fig.3). 
Figura 7 Mapa da cidade com indicação dos Bairros citados na pesquisa 
 
Novo Brasil 
Para í so das Águas 
Vale Dourado
Vale Verde
Parque Shalom
Parque dos Ipês
Novo Horizonte
Centro 
Maranhenses
Nova Jerusal ém
Novo Brasil
Para í so das Águas 
Vale Dourado
Vale Verde
Parque Shalom
Parque dos Ipês
Novo Horizonte
Centro 
 
Maranhenses
Nova Jerusalem 
 
 
Os dados foram coletados sistematicamente, entre os dias 06 e 14 
de abril, de 2011. Para isso foi formulado um questionário com perguntas 
sobre as plantas usadas para fins medicinais e suas indicações 
terapêuticas, baseadas em protocolos semi estruturados e observações 
diretas (Albuquerque et al. 2008), além de dados socioeconômicos. Foram 
entrevistadas cinquenta famílias, selecionadas aleatoriamente. Algumas 
plantas indicadas pelos moradores foram fotografadas para inclusão no 
trabalho. 
Os entrevistados foram convidados a responder o questionário que 
continham perguntas sobre plantas medicinais, sua indicação e utilização, 
o modo de obtenção, a época de colheita, se há produção de mudas e 
onde essas plantas podem ser cultivadas, conforme questionario anexo no 
trabalho. 
 
Analise de dados: 
 
Utilizamos ferramentas etnobotânicas seguindo técnicas e 
recomendações padrões para facilitar a pesquisa (HANAZAKI , 1996 E 
;BEGOSSI et al. 2002b). Os dados foram tabulados em planilhas do tipo 
Excel, com as informações obtidas na pesquisa, além de maquinas 
fotográficas. Para futuras identificações, distribuições estatística, tabelas, 
figuras 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
O município de Canaã dos Carajás, localizado no sudeste do Estado 
do Pará (Fig. 1 e 2 mapa do Para e de Canaã), possui segundo o IBGE 
(2010) 26.727 mil habitantes. Um perfil etnobotânico foi traçado a partir de 
questionários aplicados a 50 famílias, sendo 5 questionários para cada 
bairro, num total de 10 bairros analisados neste município (Fig. 3). 
 
Figura 8 - Mapa do Estado do Pará com destaque para o município de 
Canaã dos Carajás 
 
 
 
Fonte:site:www.territorioscuola.com/wikipedia/pt.wikipedia.php?
title=Cana%C3%A3_dos_Caraj%C3%A1s 
Os dados disponíveis e as visitas de campo revelaram que até o 
momento trabalhos relacionados a estudos etnobotânicos, aplicados a 
catalogar as espécies existentes na localidade eram inexistentes. 
Na pesquisa foram catalogadas 153 plantas utilizadas pelos 
moradores com aplicações terapêutica consideradas neste trabalho 
incluindo aquelas espécies usadas para doenças e estados de desconforto 
que são identificados pela população local, mas não reconhecidos pela 
biomedicina, (Bruneli 1987) 
Neste levantamento foi observado que todos os moradores possuem 
algum tipo de indicação sobre plantas medicinais. Dos entrevistados 78% 
são mulheres e 22% homens, com idades variando entre 17 e 79 anos. O 
grau de escolaridade é bastante variado, 12% são analfabetos, 50% com 
ensino fundamental incompleto, 12% com ensino fundamental completo 
22% com ensino médio completo e 4% com nível superior e pós-
graduação. 
 O questionário também continha perguntas destinadas a traçar 
um perfil socioeconômico dos moradores. Informações sobre a renda 
familiar dos moradores indicam que 56% recebem menos de 1,5 salários 
mínimos/mês, 34% recebem até dois salários mínimo/mês, 8% recebem 
salário mínimo/mês e 2% recebem salários superiores a oito salários 
mínimos/mês. 
Em relação ao tipo de moradia, 79% possuem casa própria, 19% 
moram em casas alugadas e 2% moram em casas emprestadas. Destas 
 
 
58% das casas são construídas em alvenaria e 33% em madeira, 6% em 
taipa e os 3%em outros tipos exemplo palha. 
Na pesquisa constatou-se que 54% das pessoas quando adoecem 
utilizam os hospitais públicos para serem atendidos, 9% fazem o seu 
primeiro atendimento nas Unidades Básicas de Saúdes, também 
conhecidos como PSF (Posto de Saúde da Família), os 37% restantes 
utilizam hospitais particulares. 
Os entrevistados são moradores de Canaã dos Carajás, porém 
observou-se que 88% deles são provenientes de outros estados. Destes, 
34% dos são provenientes do Maranhão, 16% do Tocantins e 12% de 
Goiás, o que reafirma a divisão do assentamento no histórico da cidade, os 
outros 26% são de outras cidades brasileiras. Dentre as famílias 
entrevistadas, 62% residem na cidade há mais de 10 anos, e 34% a menos 
de 10 anos e 4% não informaram. 
Dentre as espécies encontradas as dez mais citadas na pesquisa 
foram: mastruz, nône, erva cidreira, capim santo, hortelã, boldo, babosa, 
mamoeiro, malva do reino, alfavaca, alecrim, romã, folha santa, arruda, 
gengibre, acerola. 
Os entrevistados também responderam como utilizavam estas 
plantas, sendo 50,8% são utilizadas somente como medicinais pela 
comunidade e 49,2% são utilizados como alimentos, medicinais, 
cosméticos, ornamentais, e outros conforme figura 4. 
 
 Figura 9Tipo de Uso citados pelos moradores 
 
 
 
 
 
Na figura 5 temos as um grafico mostrando o porte das plantas 
indicadas neste trabalho, 52% são herbáceas, 29% arbóreos as demais 
espécies juntas somam 19%. 
 
Figura 10 - Porte da planta
 
 
 
50.8%
MEDICINAL
MEDICINAL E ALIMENTICIO
ALIMENTICIO
MEDICINAL E COSMETICOS
ORNAMENTAL
OUTROS
MEDICINAL E OUTROS
COSMETICO
Tipos de Usos
52%
29%
5%
4%
4%
6%
HERBACEA
ARBOREO
PALMEIRA
SUBARBUSTIVA
TREPADEIRA
OUTROS
Porte das Plantas
49,2% 
 
 
As partes mais utilizadas das plantas são as folha 56%, o fruto 22%, 
e os outros 22%, sendo que este termo refere-se a raiz, flor, látex, casca, 
respectivamente como descrito por moradores locais (Fig 6). 
 
Figura 11 - Parte da Planta Utilizada em diversas atividades como chás e outras 
 
 
 
Com a pesquisa observou-se que cerca de 97% das plantas podem 
ser colhidas no perido de estiagem e chuvoso.e as outros 3% em qualquer 
epoca. A forma de utilização está dividida assim: 50% usam como chá, 
41% utilizam de outras formas que não foram citadas e 9% em infusões, 
somente 15% afirmam que fazem coletas nativas na vegetação local, os 
outros 85% cultivam as plantas nos quintais, hortas ou compram em 
raizeiros. A maioria dos entrevistados tinham seu proprio canteiro de 
plantas medicinais no quintal, já na produção das mudas 54% utilizam as 
estacas ou brotação das raizes e 46% utilizam as sementes para o plantio 
(Fig. 7) 
 
Figura 12 - Produção de mudas 
56%
22%
13% 6%
3%
Parte da Planta Utilizada
FOLHA FRUTO FOLHA E FRUTO RAIZ E FRUTO FOLHA E MADEIRA
 
 
 
 
 
As indicações terapêuticas mais citadas foram referentes a nutrição, 
laxante, anti inflamatório, gripe, calmante, digestivo, vermífugo, problemas 
cardíacos e febre. As receitas fornecidas estão relacionadas com os 
sintomas de cada doença e o conhecimento de quem faz uso ou a 
prescrição das mesmas. 
No presente estudo buscou-se fazer algumas comparações dessa 
pesquisa com uma pesquisa feita em Florianópolis em 2009 por Mariana 
Giralde, onde observou-se que a maioria dos entrevistados são do sexo 
feminino somando a quantidade de entrevistados e calculando o percentual 
obtendo 74%, comparamos também a idade dos entrevistados 9,5% estão 
nas faixas de 18 a 30 anos 25% estão na faixa entre 31 e 40 anos 24% 
estão entre as faixas 41 a 50 anos, 13% estão nas faixas entre 51 a 60 e 
28,5% estão acima de 60 anos. 
Na pesquisa realizada em Canaã constatou-se que 88% dos 
entrevistados são naturais de outras cidades e 12% são nativos da regiãona a outra pesquisa mostrou o contrario 69% dos entrevistados são nativos 
da região e outros 31% não são da região. 
Na pesquisa de Canaã observou-se que 56% das pessoas que 
responderam a pesquisa sobrevive com até dois salário mínimos já em 
Florianópolis para essa mesma faixa de salário 23% conforme (Tab. 3) 
46%
39%
15%
0%
SEMENTE
ESTACAS, BROTAÇÃO DAS
RAIZES
BROTAÇÃO DA RAIZ
 
 
 
Tabela 3 – Comparação entre as Pesquisa realizada em Canaã dos Carajás e Florianópolis 
 
Fonte: Resultado da comparação entre as duas pesquisas 
Na pesquisa feita em Canaã dos Carajás foram identificadas 153 
espécies já em Florianópolis foram identificados 114, a obtenção das plantas 
medicinais pelos respondentes de Canaã ocorrem na sua grande maioria 85% 
em quintais das residências (plantação própria), já na pesquisa feita em 
Florianópolis 51% das pessoas cultivam as plantas no quintal. 
 
Figura 13 – Romã Punica granatum foto tirada no quintal da Dona Maria B. Novo Brasil 
 
 
 
 
 
Figura 14- Crajirú Arrabidaea chica Foto tirada no quintal de D. Do Carmo B. N. Horizonte. 
 
 
Figura 15 - Sete Dor Plectranthus barbatus Foto tirada no quintal de D. Do Carmo B. N. Horizonte 
 
 
 
 
Figura 16 – Sabugueiro Sambucus nigra Foto tirada no quintal de D. Geonice B. N. Brasil 
 
 
Figura 17 - Picão Beldens pilosus Foto tirada no quintal de D. Divina P. dos Ipês 
 
 
 
 
 
Figura 18 - Perpétua Gomphrena globosa Foto tirada no quintal de D. Eva N. Jerusalém 
 
Figura 19 - Orelha de Jumento Coryanthes macrantha Foto tirada no quintal de D. Luzenira N. 
Jerusalém 
 
 
 
 
Figura 20 – Nône Morinda citrifolia Foto tirada no quintal de D. Sônia B. Centro 
 
 
Figura 21 – Murici Byrsonima spicata Foto tirada no quintal de D. Geonice B. N. Brasil 
 
 
 
 
Figura 22 – Jambú Spilanthes acmella Foto tirada no quintal de D. Rivanda, Paraíso das Águas 
 
 
Figura 23 – Ingá Inga edulis Foto tirada no quintal de D. Nilza, Nova Jerusalém 
 
 
 
 
Figura 24 – Goiabeira Psidium guajava Foto tirada no quintal de D. Dalva B. N. Brasil 
 
 
Figura 25 – Gervão Stachytarphetta cayennensis Foto tirada no quintal de D. Vanessa, N.Horizonte 
 
 
 
 
 
Figura 26– Gengibre Zingiber officinale Foto tirada no quintal do Sr. Chico Baixinho, P. dos Ipês 
 
 
 
Figura 27 – Fedegoso Cassia ocidentalis Foto tirada no quintal de D. Geonice B. N. Brasil 
 
 
 
 
Figura 28 – Mastruz ou Mentruz Chenopodium ambrosioides Foto tirada no quintal de D. Geonice 
B. N. Brasil 
 
 
Figura 29 – Maracujá Passiflora alata Foto tirada no quintal de D. Nilza, Nova Jerusalém 
 
 
 
Figura 30 – Malva do Reino Malva sp ? Foto tirada no quintal de D. Do Carmo B. N. Horizonte 
 
 
Figura 31 – Limãozinho - Sem Referência Foto tirada no quintal de D. Dalva B. N. Brasil 
 
 
 
Figura 32– Jasmim Limão - Jasminum officinale? Foto tirada no quintal de D. Maria de Lurdes, P. 
dos Ipês 
 
Figura 33– Capim Santo Cymbopogom densiflorus Foto tirada no quintal de D. Zenaide, Nova 
Jerusalém 
 
 
 
 
Figura 34 - Cana da índia sem referência Foto tirada no quintal de D. Zenaide, Nova Jerusalém 
 
 
 
Figura 35 – Camomila - Matricaria chamomila? Foto tirada no quintal de D. Eva N. Jerusalém 
 
 
 
 
Figura 36 - Cajueiro – Anacardium occidentale Foto tirada no quintal do Sr. Antonio N. Horizontte 
 
Figura 37 - Boldo - Plectranthus neochilus Foto tirada no quintal de D. Ericina, Paraíso das Águas 
 
 
 
Figura 38 – Babosa - Aloe vera foto tirada no quintal da Dona Maria B. Novo Brasil 
 
Figura 39 – Arruda - Ruta graveolens foto tirada no quintal da Dona Divina, P. Shalom 
 
 
 
Figura 40 - Marupazinho - Eleutherine plicata Foto tirada no quintal de D. Zenaide, Nova 
Jerusalém 
 
 
 
 
 
Figura 41 – Confrei - Symphytum oficinale Foto tirada no quintal de D. Ericina, Paraíso das 
Águas
 
Figura 42- (Cola Noda) sem referência Foto tirada no quintal de D Rivanda, Paraíso das Águas 
 
 
Figura 43 – Ccidreirinha da Amazônia - sem referência Foto tirada no quintal de D Rivanda, 
Paraíso das Águas
Figura 44 – Chicória ou Coentro do Pará - Chichorium endívia Foto tirada no quintal de D. Do 
Carmo B. N. Horizonte 
 
 
 
Figura 45 – Alecrim - Rosmarinus officinali Foto tirada no quintal de D. Divina, P.Shalom 
 
 
Figura 46 – Meracilina - Graptophyllum pictum Foto tirada no quintal de D. Zenaide, Nova 
Jerusalém 
 
 
 
 
Figura 47 – Pega Pinto - Boerthavia paniculata Foto tirada no quintal de D. Ericina, Paraíso das 
Águas 
 
 
Figura 48 – Carirú de Horta ou João Gomes - Talinum paniculatum Foto tirada no quintal de D. 
Ericina, Paraíso das Águas 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
A comunidade de Canaã dos Carajás utiliza uma grande diversidade de plantas 
medicinais para cura e prevenção de doenças foram citadas 153 espécies de plantas 
medicinais, das 153 espécies indicadas e identificadas, as espécies, que obtiveram as 
maiores frequências de citação foram o mastruz com 27 citações, o nône com 23 
citações, erva cidreira com 20 citações, Capim santo com 17 citações, babosa com 16 
citações, o boldo com 16 citações, o hortelã com 14 citações, mamão com 14 citações, 
alecrim com 13 citações e a malva do Reino com 13 citações, as informações sobre 
partes da planta utilizada, produção de mudas entre outras que podem fornecer subsídios 
para futuros estudos ou pesquisas no Município. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXOS

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