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EXAME NEUROLÓGICO

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EXAME NEUROLÓGICO
É constituído de etapas, primeira coisa que se avalia é estado mental e comportamento; postura e atitude; locomoção; nervos cranianos; reações posturais (propriocepção); reflexos espinhais; e sensibilidade dolorosa.
Você pode fazer a ordem que quiser, o que não pode é avaliar a sensibilidade dolorosa primeiro, pois se ele estiver sentindo dor mesmo, ele não deixará você fazer mais nada no exame.
Materiais necassários: martelo neurologico, swab, lanterna e pinça hemostática. Isto para localizar lesão, depois vem os exames caros.
Não se faz exame neurológico na mesa, precisa ver como o animal esta interagindo com o ambiente, a mesa é escorregadia então o animal não consegue ter estabilidade para faer as reações posturais em cima da mesa. Então sempre lembrar de tirar o animal da mesa para fazer o exame neurológico.
ESTADO MENTAL E COMPORTAMENTO:
Estado Mental – alerta é aquela animal que responde apropriadamente aos estímulos ambientais (normal); delirante é o estado em que ele está alerta, mas ele responde inapropriadamente aos estímulos (pode estar agitado, agressivo ou confuso); deprimido animal quieto ou letárgico e tende a dormir quando não estimulado; estupor animal que só acorda com estímulos dolorosos, depois que passa o estímulo ele volta a dormir; coma animal que por mais que eu estimule a dor nele, ele não sente, está em inconsciência profunda, mas os reflexos simples estão presentes (tosse se tentar entubar, por exemplo).
Comportamento – para avaliar este ponto tem que deixar o animal andar livremente pelo consultório.
POSTURA E ATITUDE:
Atitude – é a relação do olho e da cabeça em relação ao corpo do animal. Head Tilt (lateralização da cabeça) muito provavelmente é uma lesão vestibular. Head Turn, nariz apontado para baixo, lesão em cortéx cerebral.
Postura – relação do corpo do animal com o ambiente. Rigidez de descerebração (lesão grave em tronco cerebral), estado mental estupor ou coma, extensão rígida de todos os membros e opstótono (olhar para as estrelas). Rigidez de descerebelação (lesão cerebelar aguda), aumento do tônus extensor dos membros torácicos e opstótono, sem alteração de estado mental (pois não é função do cerebelo). Quadril flexionado pelo maior tônus do íleopsoas. Postura de SCHIFF-SHERRINGTON (grave lesão na ME torácica ou lombar cranial), aumento do tônus extensor de MT (ficam espáticos), MP apresentam paralisia e reflexos normais ou aumentados (NMS), estado mental normal. Base ampla, pode ser lesão vestibulares ou cerebelares. Base ampla significa que o animal não esta conseguindo manter o equilíbrio, então ele abre a base para conseguir se equilibrar melhor. Posição Palmígrada e Plantígrada, uma das principais causas é a neuropatia diabética ou seja a diabetes. Cifose, geralmente associada a dor na região cervical (C1 – C5). Lordose, por causa de fragilidade da musculatura epaxial. Escoliose, relacionado a alterações anatômicas e congênitas, o bulldog é comum ter.
Marcha – primeira pergunta que se faz é se a locomoção está normal ou anormal, e aqui esta pensando somente se ele está andando. Segunda pergunta, se tiver anormal, quais os membros estão afetados? Se tiver os quatro membros afetados é chamado de tetra; se tiver só os membros pelvicos acometidos para (paresia ou paralisia); se tiver só um me bro acometido é mono (paresia ou plegia); se tiver os membros só de um lado afetado hemi (paresia ou plegia) ISSO SE ESTIVER FALANDO DE PROBLEMAS NEUROLÓGICOS, pois outra pergunta que se faz é se esse animal tem algum problema ortopédico. Depois (Qual é o problema?) o animal está claudicando? Este animal está ataxico (ou seja, que não consegue coordenar os movimentos)? Ele tem fraqueza de movimentos (paretico) ou ele tem perda total da função motora (plegico)? Ou este animal está andando em círculos.
Quais as estruturas que se avalia na marcha? Primeiro, o estímulo tem que ser gerado e é gerado no TRONCO CEREBRAL; o CEREBELO coordena os movimentos; o SISTEMA VESTIBULAR central e periférico, ele vai manter a postura enquanto o movimento acontece; MEDULA ESPINHAL, pois ela que leva a informação do SNC para os músculo via NMS; NMI que faz a conexão do NMS e dos músculos para de fato exercer a motricidade. Então qualquer lesão nestas regiões vão alterar a macha.
PONTO CHAVE 3 - OBSERVE O ANIMAL CAMINHAR EM SUPERFÍCIE PLANA E NÃO
ESCORREGADIA E FAÇA VOLTAS E DESVIOS (as vezes as alterações são tão sutís que só aparece quando o animal está faendo uma volta ou desviando de algum obstáculo)!!
PONTO CHAVE 4 - É IMPORTANTE DIFERENCIAR PROBLEMAS NEUROLÓGICOS
DE PROBLEMAS ORTOPÉDICOS.
Paresia – perda parcial da capacidade de movimentação voluntária. É aquele animal que tem uma fraqueza com inabilidade de apoiar o peso ou caminhar normalmente. Este animal pode ter uma paresia ambulatória ou não ambulatória. Ambulatória é aquele animal que tem uma perda parcial da capacidade de movimentação, mas ainda anda. A não ambulatória é aquela que o animal tem uma fraqueza tão intensa que não anda, mas não teve perda total da capacidade de movimentação dos membros, mas ele não consegue andar. 
Plegia – perda total da movimentação voluntária.
Pode-se ter animal com lesão de NMS plegico ou paretico, e pode ter animal com lesão de NMI plegico ou paretico, está relacionado a LOCALIZAÇÃO da lesão.
Ataxia – é a inabilidade de realizar atividade motora normal e coordenada (incoordenação). Causada por lesões no cerebelo, sistema vestibular ou nos tratos proprioceptivos gerais (medula espinhal e tronco cerebral caudal). Ataxia proprioceptiva; ataxia cerebelar; ataxia vestibular.
Ataxia Proprioceptiva – perda de noção da localização dos membros no espaço; estação em base ampla; geralmente associada à paresia dos membros acometidos; arrastam e cruzam membros afetados ao andar. PROPRIOCEPÇÃO é a capacidade que o animal tem que localizar os membros no espaço.
Ataxia Cerebelar – Inabilidade de controlar a taxa, amplitude e força de movimentos; estação em base ampla; oscilação (ataxia do tronco); hipermetria (passo maior que o outro); tremor de intenção na cabeça; força normal; reações posturais normais (pois quem cordena é a medula). CONSEGUE SE LOCOMOVER POIS A MARCHA NÃO É GERADO NO CEREBELO.
Ataxia Vestibular – lateralização da cabeça; postura agachada com base ampla; perda de equilíbrio, inclinação, queda ou rolamento lateral; reações posturais anormais: lesão central; reações posturais e estado mental normais: lesão periférica (principal causa OTITE).
Nistagmo horizontal e rotacional podem estar presentes tanto na síndrome vestibular periférica tanto na central, o nistagmo vertical só esta presente na síndrome vestibular cerebral.
MIOCLONIA – é a contração muscular súbita e involuntária que verifica espasmos. Existem três diagnósticos diferenciais: SEQUELA DE CINOMOSE (pois o vírus da cinomose ele irrita NMI); INTOXICAÇÃO POR CHUMBO; CONVULSÕES MIOCRÔNICAS. Pode ser dos músculos mastigatórios, dos MT, MP, pode ser no dorso do animal.
NERVOS CRANIANOS:
I – Olfatório; II – Óptico; III- Oculomotor; IV – Troclear; V – Trigêmio; VI – Abducente; VII – Facial; VIII – Vestíbulo Coclear; IX – Glossofaríngeo; X – Vago; XI – Acessório; XII – Hipoglosso.
Reações Posturais - O teste de reação postural é usado para determinar se os indivíduos podem reconhecer o posicionamento de seus membros no espaço (avalia a propriocepção consciente). Pega a patinha do animal e vira ao contrário, o animal tem que perceber que essa pata está virada, tudo começa com esses receptores sensoriais dos músculos, tendões e articulações. E estes receptores sensoriais, tem que perceber que o possicionamente não está normal e aí ele manda uma mensagem através dos tratos proprioceptores na medula espinhal para o encéfalo, que interpreta e manda uma mensagem de volta, através do NMS, depois passa para o NMI e contraí o musculo e o animal repossiciona o membro.
Animal com lesão no tronco encefálico tem alteração, lesão medular também tem alteração, etc.
É importante fazer este exame, poisnão tem como objetivo localizar a lesão e sim se existe disfunção neurológica em algum ponto desta via. Cada membro deve ser avaliado detalhadamente!!
Os exames que se faz são: Propriocepção consciente (lembrar que tem que apoiar o dorso do animal! Inverte a patinha, deixa encontar no chão. Neste teste esta avaliando receptores sensoriais distais). Saltitamento (esta avaliando receptores mais proximais. MP flexona o animal pelo joelho e empurra para o lado que quer avaliar. No MT puxa pela escapula e não pela pata e desloca ele para o membro que quer avaliar). Carrinho de mão (tem a mesma ideia, mas neste consegue comparar os MT ao mesmo tempo. Tem que desviar a cabeça do animal para ele não olhar na frente!). Saltitamento Unilateral se estiver suspeitando de uma hemoparesia ou plegia, faz esta pois consegue comparar os MT e MP ao mesmo tempo. Em gatos pode utilizar o posicionamento tátil.
REFLEXOS ESPINHAIS – só com o reflexo espinhal que eu consigo determinar se o animal tem lesão de NMS ou NMI. Animal que tem lesão em NMS os reflexos ficam normais ou aumentados; se o animal tiver lesão de NMI os reflexos ficam diminuídos ou ausentes.
Para avaliar os reflexos deixa-se o animal em decubito lateral, calma e relaxado (é o momento de voltar o animal para a mesa).
Tônus Extensor: aplica-se uma pressão na face palmar ou plantar (se tiver uma lesão de NMS o membro fica rígido).
Reflexo Patelar: é o que mais te da informações. Ele pode estar fraco e/ou ausente e aumentado. Se este reflexo estiver ausente ou fraco, indica lesão NMI; se tiver normal ou aumentado pode indicar lesão de NMS. Como fazer? Localizar a patela, a crista da tíbia e da uma marteladinha no tendão patelar, o correto é estar segurando a pata do animal, pois as vezes o reflexo é tão pequeno que não consegue ser visto, somente sentido. Quem é responsável pela extensão do membro é o nervo femoral, que sai L4 – L6. Se tiver uma lesão em L4 – L6 ou em qualquer trajeto do nervo femoral este animal vai ter flexo diminuído, pois tem uma lesão de NMI. Agora se a lesão for pra frente do L4 é lesão de NMS, com reflexo aumentado. Cuidado com luxação de patela, a capsula articular pode não estar tao firme e aí o reflexo pode estar FALSAMENTE diminuído. AQUI SE AVALIOU O REFLEXO QUE CAUSOU A EXTENSÃO.
Reflexo de Retirada: avalia-se o reflexo de flexão. Pinça-se o digito do animal, não é para provocar dor. Reflexo o estimulo vai na medula e volta, dor o estimulo vai na medula, vai até o encéfalo e volta. O nervo que faz a flexão do MP é o nervo ciático, que sai em L6 a S2, então se tiver uma lesão em cima de L6 – S2 ou no trajeto do nervo ciático este reflexo vai estar diminuído, sinal de lesão de NMI. Se tiver acima de L6, pra frente do nervo ciático, sera lesão de NMS, sendo um reflexo aumentado. Detalhe: quando faz a flexão de um membro e o outro extende, é fortemente sugestivo de NMS.
Reflexo do Nervo Ciático: dá uma marteladinha entre o ísqueo e o trocanter maior do fêmur, ai o animal tem que fazer flexão. É muito menos perceptível que o outro, por isso não se faz com tanta frequência.
O único que se faz no MT é o reflexo de retirada, avalia-se o nervo que faz a flexão do membro, que no caso do MT é o nervo músculo cutâneo (C6 – C8). Se o animal tiver uma lesão em cima de C6 – C8 o reflexo vai estar diminuído, lesão de NMI. Se esse animal tiver uma lesão para frente de C6, o reflexo vai ficar aumentado, lesão de NMS.
Reflexo Perineal ou Bulbouretral – é quando se pega uma pinça e pinça a região perianal do animal, ele tem que contrair o anus. E o bulbouretral é quando você preciosa o bulbo peniando do animal, ele contraí o anus. Lesão de NMI do nervo pudendo ou nos seguimentos S1 – S3 (geralmente associada a síndrome da cauda equina), vai provocar alteração deste reflexo. Se o animal não tiver o reflexo perineal, muito provavelmente ele vai ter incotinência urinária, perda do tônus dos esfíncters anais interno e externo, dilatação anal e incontinencia fecal.
Reflexo Cutâneo do Tronco (panículo) – esta relacionado somente na região toroco lombar. Quando estimula a região dorsal do animal, começando em L6, essa sensação vai ser percebida por esses nervos sensoriais, vai até C8 e T1 e volta para inervar a musculatura cutânea do tronco, aí quando ela volta a musculatura treme. Se o animal tiver uma lesão nesta região, esse reflexo não vai ser percebido. Então se pinça de um lado e do outro, tem que ver a pele tremer (contrair), os DOIS LADOS!
PALPAÇÃO DA COLUNA – quer avaliar se o animal está sentindo dor em pontos específicos da coluna. Tem-se que diferenciar doenças com ou sem dor espinhal; pressão sobre as raízes nervosas, por isso que a palpação de coluna é em V, pois no meio fica o processo espinhoso, fazer no espaço intervertebral; começo cranio caudal (início em T1 – T2), os animais gealmente apresentam mais doenças na região lombo sacra que na região torácica, então se começar no final da coluna e o animal tiver uma lesão nesta região ele vai sentir dor no restante e acabou com o exame, ele não deixa fazer mais o exame. Não se faz palpação de coluna cervical por cima, ela é sempre ventral (profunda) e vai avaliar a postura do animal, pois animal que sente dor na coluna cervical ele assume uma posição cifótica, tem os passos curtos e pescoço baixo, as vezes o animal levanta uma pata que é o chamado sinal de raíz, quando ele levanta a pata, descomprime a raíz nervosa e aí o animal pode sentir menor dor. NUNCA FICAR MANIPULANDO O PESCOÇO DO ANIMAL DEMAIS, animal sente muita dor, o que se faz é com uma comida na frente do animal, movimenta a comida para os lados para que o animal vá com o pescoço na direção do alimento, se o animal estiver sentindo dor cervical ele vai acompanhar a comida, porém com os olhos. Lembrar que se a lesão é na cervical os quatro membros estao afetados, pode ser que esse animal tenha uma treta paresia ou plegia, ou pode ser que o animal só sinta dor, geralmente as compressões cervicais causam só dor, se ela for grave demais este animal vai ter uma tetraparesia. Detalhe: se ele tiver uma tetraplegia ele morre por paralisia do diafragma.
Doenças que causam dor: trauma; inflamação; neoplasia compresiva.
Para a palpação de coluna, colaca-se a mão no abdomem do animal, porém cuidado para não apertar demais, pois se o animal tiver por exemplo uma pancreatite, ele vai sentir dor e vai arquear, pode-se confundir achando que é na coluna, porém é no abdômen, a mão em baixo é só para APOIAR o abdômen, pois se ele sentir dor na coluna, ele vai contrair a barriga.
Para terminar, AVALIAÇÃO DE DOR PROFUNDA, até aqui estamos avaliando se o animal sente dor local, agora está avaliando a nocicepção do animal, a chamada dor profunda. Então se eu pegar uma pinça hemostática e pinço meu dedo, essa sensação atravessa meu braço, vai para a medula, vai para o córtex, é interpretada, volta para o NMS, NMI e volta, isto é sensação dolorosa. Quer avaliar tratos sensoriais, que ascendem da medula para o cérebro. Se o animal perdeu a dor profunda, significa que ele tem uma lesão muito grave na medula, pois os tratos de dor profunda eles passam bem no interior da substância branca (os tratos de propriocepção e motores passam menos no interior que o trato de dor profunda); então se tem-se um animal com uma lesão superficial, ele vai perder propriocepção, mas ele vai continuar andando e continuar com a dor profunda; se essa lesão for mais profunda ele começa a ter alteração de movimento, mas a dor profunda continua. Quando o animal perde a dor profunda, sinal que a lesão foi grave demais, não é um animal que está andando e está sem propriocepção, não faz sentido então fazer a avaliação de dor profunda em um animal andando. A avaliação como já dito é feita com a pinça hemostática, e pinça-se os digitos, vai avaliar a resposta do paciente, vocalização; virar; morder; tentar fugir; etc.
É um importante parametro a ser avaliado para indicar prognóstico da doença, o prognóstico melhor é o que tem dor profunda; mas se não tiver dor profundanão condena ele, mas hoje animais paraplegicos sem dor profunda a mais de 48 horas, se eles forem para a cirurgia de descompressão (se for uma hérnia de disco), 50% deles volta a ter atividade neurológica, não normal, mas volta a ter.
PRÁTICAS HOSPITALARES
Aplicação de Medicamentos -
INTRAMUSCULAR
Membro Pelvico:
Individualiza o quadriceps femural com o bisel voltado para cima, faz a aplicação cranialmente fugindo do nervo ciático. Se quiser fazer no semi tendineo e semi membranáceo, faz a aplicação fugindo do nervo ciático também, cranio caudal. Tomar cuidado com o linfonodo popliteo. Outra preocupação é de não bater no osso, perpendicular jamais pode fazer pois vai bater no osso, e segundo porque pega o nervo ciático.
Membro Torácico:
Outra opção é fazer no tríceps braquial, pode fazer a aplicação com a agulha na vertical ou horizontal. O cuidado que tem que ter é com a boca do animal, para não levar uma mordida. A chance de lesar algum nervo fazendo esta aplicação é muito pequena.
Musculatura do Longissimus Dorsi:
Passa adjacente a coluna lombar do animal, para localizar esta musculatura primeiro localiza as asas do ileo, se colocar os dois dedos na asa do íleo o próximo processo espinhoso que vai localizar é o processo espinhoso de L7 e depois vai localizar a última costela que vai se inserir na vertebra T13. Esta entre T13 e L7, não precisa fazer a tricotomia, 1 a 2 cm para o lado localiza a musculatura, com a agulha na perpendicular até chegar no musculo, vai até a metade da agulha, faz a sucção e depois faz a aplicação. Não tem risco de pegar a medula espinhal, nem raíz nervosa, é um local bastante seguro usado fora do Brasil. É muito menos doloroso para o animal e mais fácil para o veterinário.
SUBCUTÂNEA
Faz em qualquer região do subcutâneo do cachorro, geralmente as vacinas tem feito no pescoço, pois tem menos pele e consecutivamente doi menos. O problema é a boca do cachorro que esta perto, precisa de alguém segurando o rosto do cachorro para poder fazer.
O macete é puxar a pele do animal com o dedo médio e o dedão e o dedo indicador faz um triangulo, introduz a agulha com o bizel voltado para cima, na base do triangulo faz a aplicação. Cuidado para não varar do outro lado!! Para isso faz a sucção pois se estiver dentro vai vir vacuo, se não virá ar.
Cachorro é mais tranquilo, geralmente usa a pele dorsal, se o animal for bravo demais para fazer no pescoço pode fazer na região interescapular e no dorso.
O grande problema são os gatos, pois 8% dos animais que eu faço aplicação no subcutâneo deles de qualquer coisa (vacina, medicamento. Com exceção da insulina) vão desenvolver ou podem desenvolver o sarcoma de aplicação, que é tumor mesenquimal, localmente invasivo que precisa tirar cirurgicamente com margem de segurança e nem sempre consegue essa margem. Então o objetivo é fazer a aplicação do subcutâneo de algum lugar que possa garantir margem de segurança, podendo ser ou na cauda ou na pata. Ai fica mais fácil, se ele desenvolver um sarcoma, amputa a cauda e esta resolvido. É um tumor que faz pouca metastase.
Normalmente se faz na pata, quanto mais distal melhor, mas quanto mais distal menos pele para se pegar. E melhor amputar a pata pelvica do que a pata torácica.
Emergências -
A – vias aereas; B- respiração; C- circulação. Qualquer emergência vai começar desta forma, nesta ordem. Com exceção da massagem cardiaca quando estiver sozinho, nesta situação começa pelo C. Mas se tiver alguém para ajudar a pessoa entuba e eu começo a massagem cardiaca. A taxa de sucesso de reanimação cardiopulmonar na veterinaria é de 0 – 5%, isto acontece geralmente na anestesia, orverdose anestesica de animais que estão hígidos.
Então animal chegou na emergência com parada cardiorespiratória e eu estou sozinha, primeira coisa a se fazer é a massagem cardíaca, entrelaça os dedos e a força que se faz é com o coxim e vai colocar no choque pré-cordial, no 5º espaço intercostal (dobra o braço do animal, onde o olécrano pegar é ali que fará a massagem), mais próximo possível do animal, o correto é ficar no dorso do animal (atrás), pois se ficar na frente vai empurrandi o animal e perde a eficácia da massagem. Os braços tem que estar esticados, os cotovelos também, não é um movimento com pulso, não é um movimento com o braço e sim um movimento com o tronco. Detalhe: compressão rápida e descompressão rápida. Pra que? A compressão serve para sistole, ela que vai fazer circular o sangue do animal. Mas a descompressão garante a diastole, que é tão ou mais importante que a sistole, pois é nela que o coração se enche de sangue e as coronárias se enchem de sangue. O objetivo de uma reanimação cardiopulmonar é fazer com que o coração bata sozinho.
O tempo que faz a massagem cardíaca quem decide é o chefe da equipe, se ele perceber que a massagem cardíaca esta sendo eficaz, animal melhorou os parametros, existe a chance dele voltar, se sabe qual for a causa da parada, ai continua, já sendo visto ficar 20m reanimando.
Precisa de um ritmo 100 batimentos por minuto tanto em cão, como em gato. O macete é cantar a musica do “atirou o pau no gato” ou “ilarilariê”.
A força que se faz é uma que seja suficiente para modificar o volume torácico em 30%.
Em animais pequenos, quando faz a massagem cardíaca o que esta comprimindo são as camaras cardíacas, quando gera fluxo sanguíneo por compressão direta (massagem cardíaca interna) ou indireta das camaras cardíacas, tem a chamada bomba cardíaca. Nos animaimais maiores, não consegue comprimir as camaras cardiacas, então vai usar a bomba torácica, que é compressão da vasculatura do pulmão para gerar o fluxo sanguíneo. Então ao invés de usar o parametro do quinto espaço intercostal, vai dividir o tórax em 3, terço cranial, terço médio e terço distal, a massagem cardíaca vai ser no terço médio no meio do toráx.
Não perde tempo virando o animal para o decubito lateral direito, onde ele cair faz. E em animais pequenos a força que se faz é com o dedão.
Então faz a massagem por dois minutos (é o tempo que se perde a eficácia), passados esses dois minutos tem que dar um intervalo, pois a pessoa esta cansada e agora então entuba o animal e coloca o eletro (primeiro intervalo). O macete para escolher um bom tamanho de sonda é olhar a região do septo nasal do animal, coloca a sonda e observa o diametro, a distância de uma narina até a outra tem que ser exatamente o tamanho da sonda. Tem que colocar o eletro para saber se o animal esta fibrilando ou se ele esta em assistolia ventricular, se ele estiver nesta última, a linha do eletro vai ser uma linha base, ai o jeito que esta fazendo é o jeito certo (massagem cardíaca; ventilação e adrenalina). Agora se o animal estiver fibrilando e só descobre isso no eletro, precisa desfibrilar e este é o momento que faz a desfibrilação.
Então se ele não estiver fibrilando volta para a massagem cardíaca, mas agora o animal já esta entubado, então faz 1, 2, 3, 4, 5 e uma ventilação e repete isso por mais dois minutos e descansa (2º intervalo). Neste segundo intervalo ai sim se faz a aplicação dos medicamentos, da adrenalina, se o animal estiver canulado faz por via endovenosa, mas se ele não estiver faz por via endotraqueal, ou seja, joga dentro do tubo endotraqueal para ser absorvido pela vasculatura do pulmão, isso a adrenalina (vai dobrar a dose e colocar um pouco de NaCl). Não existe mais a via intracardiaca.
Mas se estiver com a equipe, cada um vai saber o que fazer, se é o chefe da equipe começa com as descompressõe; quem fica responsável pela entubação endotraqueal tem que garantir 15 – 20 movimentos respiratórios por minutos. Quem esta fazendo a massagem cuida só da massagem, quem esta fazendo a respiração cuida só da respiração. Não precisa ser sincronico, não precisa parar um para fazer o outro.
E quem fica com as compressões abdominais a cada 20 segundos, com a mão fara uma compress]ao abdominal caudocranial, com o objetivo de empurrar sangue (ou fazer a compressão da veia cava) para aumentar o retorno venoso, seaumenta o retorno venoso aumenta o débito cardíaco, consequentemente aumentando a perfusão de cerebro, pulmão e coração.
Entubação -
Na anestesia o posicionamento que deixa o animal é em decubito esternal. Com a mão que não é a dominante puxa a língua com o auxilio de uma gase e com o laringoscopio (que tem como objetivo abaixar a epiglote) coloca em cima da epiglote e abaixa ela, o macete é segurar o laringo e a língua com a mesma mão. Depois que abaixou a epiglote vai ver as duas aritenóides e no meio a entrada da traquéia.
Se errar a sonda pode ir para o esofâgo, para saber se esta no esofâgo eu posso apertar o pulmão e ver se sai ar; segunda coisa posso ver se forma vapor de água no sonda, se estiver no pulmão vai formar; terceira coisa, quando eu introduzo na traqueia eu sinto ela passando pelos aneis traqueais; e na palpação vera dois tubos.
A função do cuff é evitar refluxo do conteúdo estomacal para o pulmão; evitar que a sonda se movimente e saia; e impedir que eu perca anestesico ou oxigênio. O cuff tem uma valvula branca, que para ele inflar aperta a valvula e joga o ar. Tomar cuidado para não inflar demais e lesar a traquéia.
Para entubar o animal sozinho: dedo indicador ancorado no canino superior, ancora o canino inferior com o dedo anelar, com isto vai abrir a boca do animal e segurar a cabeça. Com o auxilio de uma gase, pega a língua e coloca esta no meio do dedo médio e do polegar, a função destes dois dedos é puxar a língua para fora mimetizando o laringoscopio por acaba abaixando a epiglote, com a ponta da sonda abaixa um pouco mais a epiglote e consegue entubar.
Se o animal estiver em parada cardiorespiratória não pode entubar ele em decubito esternal, primeiro pois alguém tem que começar a fazer a massagem; e como o objetivo é melhorar e manter a perfusão cerebral, se eu levanto a cabeça do animal nesta posição o pouco de sangue que esta no cerebro vai descer por gravidade. A forma correta de entubar em uma parada é em decubito lateral, tem que esticar a cabeça do animal e a cabeça do veterinário é na frente.
Outra forma correta de entubar em uma parada cardiorespiratória é o animal em decubito dorsal, é mais difícil pois para fazer a massagem cardíaca desta maneira é mais complicado e precisa do laringoscopio para auxiliar na entubação.
Coisas importantes: não se entuba o animal acordado; gato é mais dificil de entubar, primeiro porque a boca é menor, segundo porque ele faz o laringoespasmo e ai pode usar o spray de lidocaína, mas tomar cuidado pois talvez uma sprayzada é a dose tóxica para o gato, então tem animal que entra em parada cardiorespiratório por intoxicação da lidocaína. A dose tóxica de lidocaína é 7 mg/kg.
Exemplo: gato com 3 quilos. 3X7 = 21. A apresentação da lidocaína é de 2% (20mg/ml), então 21/20 = quase 1 ml. Então duas sprayzadas da mais que 1 ml. O macete é puxar 1ml, que é a dose toxica para aquele gato, tira a agulha e joga la dentro.
Sondagem -
Para animais maiores as vezes a sonda uretral não chega na bexiga do cachorro. Tem que medir da ponta do penis, vai lá trás, faz a volta e mede. Então nesses animais muito grandes usa a sonda nasogastrica. Tomar cuidado ao introduzir uma sonda deste tamanho, pois quando chega na bexiga, pode ser que ela enrole.
Para expor o pênis do animal segura na base do osso peniano e com o dedo esticado puxa o prepúcio. Se o objetivo é expor até depois do bulbo (procurar tumores), vai fazer a força com a mão direita segurando o osso peniano para frente e com a mão esquerda com o prepúcio para trás e vai até o final.
Tem que trocar de luva, fazer a antisepssia depois de expor o pênis para poder sondar o animal.
Tomar cuidado para a ponta da luva não encostar na ponto do pênis, pois leva contaminação para dentro da bexiga. Ao terminar de passar a sonda coloca o pênis dentro da cavidade prepucial.
Para fazer a exposição do pênis de um gato, a exposição é sempre caudal, vai empurrar o prepúcio para trás. Faz a sondagem do gato quando quiser desobstruir quando tiver por exemplo um plug uretral obstruindo a entrada do pênis. Pode passar a sonda tomcat, é uma sonda própria para gato, mas é uma sonda rígida ou eu posso usar o cateter 24, sem a agulha. O gato tem que estar sedado e pelo menos com a epidural. Tomar cuidado porque gato obstruido lambe bastante a região, podendo estar ademaciado ou necrosado.
Fêmeas: A vagina tem um formato de L, então para introduzir o espéculo vaginal vai ser primeiro na vertical, depois direciona horizontalmente e avança cranialmente. Vai introduzir a sonda no óstio uretral (é ventral e logo na entrada da vagina e ele tem uma papila uretral, tendo um aumento de volume). Passar o espéculo na vagina de uma cadela, ela sente muita dor, segundo precisa de uma pessoa para abrir o espéculo, precisa de uma luz e precisa de outra pessoa para passar a sonda e outra para segurar a cabeça.
A melhor forma de sondar uma cadela é com o dedo, precisa de alguém contendo o animal. Vai introduzir o dedo e quando passar a segunda falange vai direcionar o dedo para baixo e tenta encontrar o óstio e introduz a sonda debaixo do dedo, quando perceber que a ponta da sonda esta na entrada do óstio, abaixa o dedo e empurra a sonda. É muito mais difícil para o veterinário, mas muito melhor para a cadela.
Canular -
Existem três tipos de materiais, teflon, polimetano e silicone. Teflon é o mais reagente e de silicone é o melhor, porém o mais caro.
As veias que se pode utilizar para canular o animal são: safena lateral; safena medial; jugular; cefálica, a mais usada é esta. Ela entra medial, passa reto e volta medial, ela faz um arco. O macete é: o auxiliar faz um carrote, fazendo uma leve torção medial para lateral, ai consegue alinhar mais a veia, mas precisa dela mais reta, quem esta coletando o sangue com os três dedos faz uma rotação medial para lateral, porém a veia ainda continua sambando, com os dois dedos que restaram estica a veia.
Tenta colocar sempre o maior cateter possível para o animal, vai introduzir a ponta da agulha em um ângulo de 20 – 30º graus. Sabe que chegou na veia pois o maquito vai sujar de sangue, quando isto acontecer abaixa o cateter, fixa a agulha e tira, o auxiliar tira o garrote e segura no local que retirou a agulha, acopla o equipo e o animal esta canulado.
Quando for fazer na jugular também será em direção ao coração. A jugular passa no sulco da jugular.
A safena tem o trajeto diagonal, cranio caudal, passando no terço médio da tibia e no terço médio do tendão calcanear comum. O garrote é simplesmente apertar no joelho, acima da articulação femorotibiopatelar. Se tiver um animal que esta salivando muito, que esta vomitando, que corre o risco de ter contaminação prefere fazer na safena.
No gato antigamente se usava escaupe, que serve tanto para hidratar o animal, como para coletar sangue e aplicar medicação. Quando usa o escaupe o que fica na veia é a agulha, por isso não usa mais para manter a hidratação. Mas usa para coletar sangue principalmente nos gatos.
Pode-se usar a safena medial, o carrote é só o dedo esticado na região inguinal.
Raspado Cutâneo -
Tem como objetivo coletar um pouco de pele, para pesquisar demodex, que fica no folículo piloso que fica na derme profunda. Então faz um raspado profundo de forma a chegar na derme que sai sangue. O raspado vai ser 1 cm². Pode usar a parte cortante do bisture ou a não cortante. Se eu fizer o raspado com a lâmina inclinada demais eu corto o animal, se eu fizer coma lâmina reta, não raspa. A forma correta é um ângulo de 72º grau (AFF). Tem que raspar em três lugares, mas estava dando problemas com os proprietários, então desenvolveu a técnica da fita de acetato (durex), pega ele e cola na pele do animal, e vai apertar para forçar a saída do ácaro do folículo piloso em direção ao durex. Eficácia 98% de sensibilidade e especifícidade do raspado cutâneo profundo e 91 – 93% da fita de acetato.
Pode fazer uma citologia de pele usando a fita de acetato.
Punção de Linfonodo -
Pode punsionar todos os linfonodos.Animal com uma linfoadenomegalia generalizada (leishmaniose; infecção generalizada; linfoma; erliquia), ou seja, todos os linfonodos estão megálicos, vai puncionar ou o popliteo ou o pré escapular, não escolhe o submandibular pois como ele drena a boca, provavelmente ele vai estar reativo pois a boca é muito contaminada e se eu puncionar só esse linfonodo vai aparecer que ele está reativo, deixando o veterinário na dúvida. Se tiver ultrassom pode puncionar os mesentéricos guiado por US.
O macete é individualizar com a mão esquerda o linfonodo popliteo, cuidado para não sobrar pele demais, o linfonodo tem que ficar bem esticado na pele e vai introduzi a agulha, fazendo o movimento de leque. Prefere este movimento ao invés de ficar puncionando com a seringa, pois eu estarei forçando a entrada das células na agulha, se eu faço a sucção e uma célula obstruir a ponta da agulha o que esta fazendo é só vácuo.
Pega a lâmina de vidro, enconsta a ponta da agulha na ponta da lâmina e joga lá dentro. Faz isso três vezes e pega pelo menos 10 lâminas, 3 lâminas por linfonodo.

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