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UM TCC DE CINEMA

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UM TCC DE CINEMA 
A) Visão Original 
O audiovisual é uma ferramenta poderosíssima de transmissão de conteúdo que 
permite belas formas de expressão. Sendo um estudante de cinema, pude obter maior 
domínio sobre essa linguagem audiovisual e aprendi teorias de comunicação, o que me 
permitiu refletir ainda mais sobre as implicações que o analfabetismo audiovisual – 
como assim o chamo – pode causar na sociedade, mais especificamente em uma 
sociedade que sofre de exploração desde a desapropriação cultural indígena. 
 Ter consciência não somente da existência de tal ferramenta, mas da maneira 
como ela se estrutura, e identificar criticamente a mensagem intrínseca nas obras 
audiovisuais é um passo para a inalienação, e transpor esta discussão do espaço da 
elite intelectual é essencial para a construção de uma sociedade mais justa, visto que 
atualmente, com o advento do smartphone, qualquer indivíduo pode produzir conteúdo 
audiovisual, e se não há reflexão sobre o que é produzido, dá-se a margem para a 
manipulação das massas. 
 
B) Proposta de Documentário 
John Grierson cunhou o termo documentário e ele defendia a função social 
deste gênero, o educador Paulo Freire defendia a “curiosidade epistemológica” como 
principal estímulo de uma educação política, logo, crítica. Partindo destas ideias, 
proponho “Um TCC de cinema”, documentário reflexivo que possui elementos do 
estilo performático no qual eu, Felipe Simão, demonstro através de uma sátira ao 
estilo expositivo de documentário (como em Ilha das Flores) o processo de se fazer 
cinema de acordo com o que aprendi na faculdade, e isto inclui não somente o 
“produzir” como também “refletir sobre o que é feito” e “refletir sobre o fazer”. 
Pretende-se inserir material de arquivo no curta oriunda de filmes, noticias, 
pesquisas on-line, livros e vídeos. Em certo ponto do documentário, haverá a inserção 
de um curta que será dirigido por mim e girará entre 90 segundos, “Grafite no papel”, 
e logo após a sua exibição refletirei sobre seu conteúdo. Ao final do curta, deixarei 
toda a bibliografia, de acordo com as normas da ABNT, e as referências fílmicas que 
usei, sem contar que disponibilizarei o material bruto de forma on-line inclusive a 
papelada utilizada e alguns extras, exceto o material protegido por copyrights, para 
quem se sentir “curioso epistemologicamente” puder conferir esta parte do processo. 
 
C) Eleição e Descrição de Objetos: 
- Felipe Simão, estudante de cinema: Ainda me lembro do choque cultural que foi a 
transição do ensino médio para a universidade em um curso pouco comum de ser 
optado, apesar dos números de busca para tal ter aumentado nos últimos anos. O que 
aprendi fazendo cinema foi ao mesmo tempo satisfatório e assustador pois, Punk que 
sou, já tinha minhas opiniões sobre alienação de massa, e fazer tal faculdade não só 
me fez rever tais conceitos como me deu embasamento para falar sobre. 
 
- Professorxs: Além do aluno, outro membro do processo educativo é o professor (ou 
animador cultural, segundo Paulo Freire). Lilian Santiago, historiadora e experiente 
produtora, Paula Piotto, semioticista e teórica da comunicação, Fernanda Cobo, 
historiadora especialista em cinema, mas, acima de tudo, cinéfila, Ana Maria e seus 
estudos sobre a cultura brasileira e Paulo Freire: educador brasileiro renomado 
internacionalmente e professor de português. Com suas bagagens intelectuais, suas 
presenças no discurso serão essenciais para a construção da linguagem pretendida para 
o curta. 
 
- Linguagem cinematográfica: É através do roteiro, da fotografia, do som, da arte e da 
montagem que o cineasta conta sua história. Hoje em dia o ser humano consome 
liquidamente algo que há menos de um século e meio realizamos. 
 
- Teorias da Comunicação: Durante o curso, fomos inseridos a autores e escolas de 
pensamento que minuciam sobre as relações de comunicação e suas implicações bem 
como seus meios. Reestudar este conteúdo é essencial para uma exposição 
epistemológica destas teorias. 
 
- Material de arquivo: Por se tratar de um documentário que expõe a linguagem em si, 
é necessário que haja exemplos de obras audiovisuais (do cinema, do YouTube, da TV 
e demais plataformas), fotos de figuras públicas e notícias a elas atreladas a fim de 
incrementar a reflexão sobre o processo audiovisual. 
 
- Público-alvo: De que adianta discutir sobre as implicações da linguagem audiovisual 
se não incluo àqueles que a assistem? O publico que alvejo está na faixa etária dos 16 
aos 38, idade de jovens em dura ascensão na carreira, se forem da classe média, por 
exemplo, de universitários, de tecno-usuários que, ainda dentro desta faixa, variam de 
experiência entre totalmente imersos na era da internet e daqueles que começaram a 
usar o audiovisual interativo (incluo, aqui, o videojogo) na adolescência. 
 
D) Eleição e justificativa das estratégias de abordagem 
- Narração em Off: Eu (Felipe Simão) falo de nós (cineastas) para eles (público) de 
maneira direta (e sarcástica por vezes). A montagem dinâmica relacionará a minha narração 
com as falas de outros personagens “mais como se fosse uma vírgula do que um ponto final”, 
ou seja, estabelecer na linguagem audiovisual uma narrativa explícita sobre ela mesma, 
fazendo com que a “voz de Deus” perca sua “divindade” ao estabelecer um diálogo com 
aquilo que está sendo descrito, porém, sem perder o tom reflexivo do discurso. 
 - Depoimentos didáticos: As professoras transmitirão seus conhecimentos aos 
espectadores esmiuçando sobre os temas que são suas especialidades. Elas falarão olhando 
diretamente para a câmera, estabelecendo uma quebra de quarta parede. Pretende-se obter 
explicações claras e objetivas, porém não robóticas: a personalidade e carisma de cada 
professora serão essenciais para estabelecer uma ligação com o público. 
 - Linguagem caricata e “travessuras audiovisuais”: Já no início do documentário 
haverá a fala “Prazer, meu nome é Felipe Simão (...)” e o ator que estenderá a mão em direção 
à câmera não será eu. Personagens que serão chamados “coadjuvantes” (inclusive a minha 
pessoa será um coadjuvante, revelarei minha identidade apenas no final do curta) 
representarão as ideias narradas de forma caricata, a fim de se criar um humor sarcástico e 
provocativo. Serão entre cinco a sete coadjuvantes que vão ser utilizados repetidamente para 
representar vários personagens. Serão escolhidos atores experientes, na faixa entre 19 e 38 
anos, com ampla expressividade facial. 
 - Comentários, citações e identificações: Através de cartelas, formatadas 
proximamente as regras da ABNT, serão descritas algumas falas e comentários das diversas 
personagens (exceto o narrador), trechos de obras literárias reforçando pontos importantes do 
discurso falado e identificações dos personagens estereotipados nos coadjuvantes. 
 - Pesquisa de Público Alvo – buscarei estar em contato com as pessoas dentro da 
definição “faixa etária dos 16 aos 38”, pois apesar de ser uma descrição vaga, representa a 
margem de idade de uma geração fragmentada pela informação, portanto, cheia de conflitos 
internos que envolvem a oposição de ideias que, em uma análise epistemológica, partem dos 
mesmos princípios. Incluir o eu e o outro no mesmo nível do discurso é o primeiro passo para 
o entendimento mútuo, e se fazemos piada dos outros, por que não aceitar as piadas que 
fazem de nós? Porém, devermos estar cientes da extensão das palavras e ações: se a ação do 
outro é invasiva a liberdade, devemos combate-la. É para expor estas e outras questões 
advindas desta pesquisa que entra a parte performática do curta, na qual através da arte no 
chroma key, da trilha sonora, e de quebras àquarta parede espelharei os gostos e opiniões 
daqueles que, na caricatura expressada pelos coadjuvantes, almejo que assistam a este filme. 
E) Sugestão de estrutura 
Esta sugestão de estrutura se baseia num aspecto mais cru da discussão que pretendo propor; 
adicionarei elementos bibliográficos e estudarei para reforçar estes argumentos, mas aqui está 
descrita a síntese da minha dialética. Os parágrafos entre parênteses se referem a algumas 
ações em tela que pensei por ora, elas serão melhor elaboradas no decorrer do processo de 
preparação. Apesar do personagem “Felipe Simão Falso”, a dublagem será inteiramente feita 
por mim. 
Prazer, meu nome é Felipe Simão: onívoro fóbico social nascido em 1996. Venho de uma 
cidade ruralista do interior para esta tela a fim de apresentar a você (seja um apreciador do 
cinema, seja um curioso ou apenas um pseudocult) este meu trabalho de conclusão de curso 
em Cinema e Audiovisual. 
Um leigo pode se perguntar “Afinal de contas, o que se aprende em cinema?” Esta é uma 
pergunta corriqueira e um tanto enfadonha. 
(Coadjuvantes “público-alvo” perguntam diretamente para a câmera: Cinema? Ce tá loco? 
Cinema? Tem faculdade disso? Você não vai ficar por aqui, né? Você é ator? Dá futuro isso 
ai?) 
Essa ultima pergunta até que convém, pois aprendemos a não ter muita esperança... 
(Lilian Santiago fala do que é preciso para se produzir um filme e da dificuldade brasileira de 
se fazer isso. Através de cartelas e personagens, pontuar aspectos técnicos da produção 
cruzando com a fala da professora). 
Mas enfim, aprendemos cada aspecto da linguagem cinematográfica e teorizamos sobre 
comunicação, nos baseando em História, Psicologia e principalmente na Cultura em geral. 
 (32 anos da classe media. pergunta para FS Falso: “Felipe, que é a linguagem 
cinematográfica?” e ele responde: “Boa pergunta, coadjuvante”) 
Basicamente, ela é dividida em áreas, que são Fotografia, Som, Arte e Montagem. Para que 
elas existam, é necessário um roteiro, para conduzi-las, são necessários diretores e para que 
elas funcionem é necessária uma produção, como vimos anteriormente. 
Mas calma, vamos por partes. 
(coadjuvante, representando um frequentador de festival de 24 anos, pensa: “Mas isso eu já 
sei”. Pessoas pedem silêncio). 
O roteiro é o ponto de partida. Nele está descrita a história de forma simples e objetiva. 
A fotografia é responsável por direcionar o olhar do espectador, escolhendo o angulo, posição 
e movimento da câmera. Decide, também, por vezes com a Arte, a iluminação. 
Tem gente que considera o cinema a sétima arte, tem gente que não, mas isso não impede da 
Arte definir os objetos de cena, a paleta de cores e o que os personagens irão vestir, e isto 
inclui a maquiagem. Ela está mais atrelada à ficção do que ao documentário. 
O som é particularmente a área que mais atrai minha criatividade. Sua captação pode ser 
direta ou em gravação de estúdio. Normalmente Hollywood opta pela segunda opção: mais 
cara e menos sangue nos olhos. Depois de captado e sincronizado, ele passa pelo processo de 
desenho do som (é aqui que ele recebe os diversos efeitos) e finalmente a masterização 
(regula volume e distribui o som pelas caixas do cinema ou de qualquer outro tipo de tela). 
Depois de tudo produzido e gravado, os arquivos são encaminhados para a ilha de edição. 
(montador ilhado em um mar de arquivos, em posição fetal, gritando e chorando balançando-
se ao chão). 
Basicamente, o montador seleciona, juntamente com o diretor, os planos que irão para o 
filme, e determina onde eles começarão e onde terminarão, sempre prestando atenção 
principalmente à emoção e ao ritmo. Continuidade é importante, mas não ao ponto de 
prevalecer estes dois aspectos. 
Cada elemento que descrevi agora a pouco constitui a chamada “linguagem audiovisual”, que 
sempre é trabalhada de forma a se extrair emoções oriundas de uma situação audio-imagética. 
Em uma comparação com a escrita, o roteiro representa as palavras e as áreas cuidam da 
pontuação. 
(inicia-se uma pequena simulação de cena de terror, a cena congela no momento do susto) 
Até então, o espectador pode ter se cagado de medo, mas e se eu trocasse o cenário e mudasse 
alguns ângulos, usando a mesma ação dos atores, qual seria o resultado? 
(a cena congelada revela o fundo verde onde a ação ocorreu. “...trocasse o cenário...” – O 
novo cenário aparece e, logo após, a segunda versão se inicia.) 
Ceninha mais mal dirigida, fala a verdade? 
Já que mencionei o diretor, a famosa figura de boina que senta na cadeirinha de praia cult, 
terei certo prazer em esmiuçá-la. 
Pra inicio de conversa, não existe apenas um diretor. Existem um pra cada área que acabei de 
explicar, fora o diretor de produção e fora outros que são opcionais, mas não menos 
importantes 
 (Em tela, os diretores de “Um TCC de cinema” pulam e a imagem congela. Aparecem 
cartelas relacionando a área que cada um dirige. No espaço vazio à direita do quadro, listar os 
diretores “opcionais”). 
Mas que é O diretor? (Em tela, Felipe Simão Falso com olhar de esnobe). 
É a mente que dará a configuração artístico-criativa do projeto. Nem sempre o diretor é o 
roteirista, e nunca o filme é de tal diretor. 
(Voz over: “hei diretor...”, Felipe Simão Falso, ainda mantendo a pose esnobe: “não, isso aí é 
com a produção”). 
Na verdade, industrialmente falando, o filme é do produtor. 
(Lilian Santiago dá uma piscadinha). 
Okay, agora você sabe um pouco sobre a linguagem cinematográfica, vamos ver como ela se 
aplica enquanto introduzo alguns conceitos de teoria de comunicação. 
O que caracteriza comunicação? 
(Vinheta: “Teorias da Comunicação – com Paula Piotto”. A professora dá explicação sobre 
emissor – mensagem – receptor e usa exemplos) 
(Felipe Simão Falso: “Eu tenho uma mensagem para você”) 
(inicia-se “Grafite no papel” – um curta entre 1 – 1,5 minutos de um garoto “x” pobre que 
entra tardiamente na escola e, ao aprender a escrever, fica obcecado pela troca de cartas com 
uma garota que sequer ele conhece, mas que uma colega mais rica afirma que existe, somente 
para fazer chacota [proposta de roteiro sujeita a alterações]). 
(Felipe Simão Falso: “Analisando este curta, qual a mensagem que você depreendeu?”. 
Deixar 10 segundos de silêncio). 
A minha intenção foi fazer uma comparação entre a ferramenta de comunicação lápis e a 
ferramenta smartphone. Também foi criticar o Bullying. Além disso, a metáfora proposta foi 
do rico, detentor do conhecimento erudito, tirando vantagem do pobre, que entrou mais tarde 
no ambiente de aprendizagem. Alguns podem ter entendido, outros não. Isso é normal visto 
que, segundo Barbero, {citação de trecho do livro “Dos meios às mediações” na qual Barbero 
postula sobre as mediações realizadas pelos consumidores do meio}. 
(vinheta – Teorias da Comunicação – com Paula Piotto: explica o que é meio e mediação) 
Eu usei da linguagem audiovisual para fazer uma metáfora. Poderia ter sido mais esclarecedor 
e irônico inserindo esta cena: 
(cena de alguém tirando foto da tristeza de “x” e dando risada) 
Poderia ter sido mais piegas e ter inserido direto o celular ao invés de realizar esta metáfora, 
mas não o fiz por “respeitar a inteligência do público”. 
Mas que tipo de respeito é esse, tão citado pelos intelectuais, se no processo da produção 
audiovisual, ferramenta muito forte da propaganda nazista e da mercadológica vigente, já 
considera o público como um alvo de nossos disparos ideológicos? 
(Cartela: “PÚBLICO-ALVO”) 
(Lilian Santiago: O termo público-alvo se refere “a quem” eu falo, e é lógico que não dá para 
se falar do mesmo jeito com todo mundo). 
Mas há quem dá a impressão desta capacidade. 
(cenas de programasde TV: Silvio Santos e a promoção da luta ao vivo por um pedaço de 
papel-moeda no valor de 100 reais, Didi sendo racista com Mussum) 
E há quem escute e assimile, afinal, são tão carismáticas essas carinhas. 
(Silvio Santos, William Wack, Renato Aragão, Kevin Space, Mel Gibson) 
Que nem imaginamos as suas sujeiras. 
(Manchetes de jornais envolvendo as personalidades destacadas anteriormente) 
E nem nos indignamos contra aqueles que fazem questão em escondê-las quando todos 
esquecem. 
(Captura de Desktop: tentativas que fiz até encontrar a notícia da agressão de Mel Gibson) 
Na verdade, fazemos piada com a nossa própria alienação. 
(Meme de Didi “No céu tem pão” – a mesma história repetidas vezes, com as mesmas 
lagrimas de crocodilo). 
Nós do meio audiovisual traçamos os perfis do público que queremos nos comunicar e 
usamos da linguagem cinematográfica para transmitir a mensagem. 
(Em tela, cartelas com tipificações de públicos) 
Mas até que ponto a mensagem do emissor realmente representa o receptor? 
(Capoeirista utilizando camiseta escrita “Brazillian Jiu-Jitsu” enquanto toma um picolé de 
“Brazillian Grapes”) 
Quais receptores estamos esquecendo? 
(Youtuber “Pirulla” fala do domínio português sobre os índios, Ana Maria fala sobre a 
pirâmide social Brasileira). 
(Fernanda Cobo postula sobre as considerações anteriores com indicações fílmicas). 
Eu me considero um aluno póstumo de Paulo Freire. Ele foi um educador, renomado 
internacionalmente, que discordava totalmente do modelo vigente de educação devido ao seu 
caráter conteudista, ou seja, de unilateralidade cultural – o professor fala, os alunos escutam. 
Ele defendia o aguçar da curiosidade através da curiosidade na relação estabelecida entre 
sujeito indagativo (o ser curioso) e objeto inerte (material a ser explorado). Ele chamava este 
processo de “Curiosidade Epistemológica”, e uma vez inserido nela, o indivíduo passaria a 
vida toda desenvolvendo-a. 
Se você, espectador, se sentiu curioso, vá atrás de pesquisar sobre ele, deixo no fim deste 
filme as obras que me baseei para escrever a versão final deste roteiro, tem alguns livros e 
textos dele. A importância do ato de ler é colossal nos dias de hoje, em que vivenciamos tanta 
guerra ideológica, e não menos importante é escutar outros pontos de vista e debate-los. 
A capacidade de se registrar áudio e imagens em movimento é muito recente na história 
humana, datando do final do século XIX, e mais recente ainda é o acesso do “povão” a esse 
tipo de tecnologia. A relação que temos com ela ainda carrega o discurso extremamente 
elitista. Tudo bem, podemos registrar o que quisermos, mas os algoritmos das grandes 
empresas de comunicação digital impedem o conflito de ideias, coletando as nossas 
informações e transformando-as em estáticas a fim de nos redirecionar àquilo que interessa a 
eles e que aparentemente nos interessa. 
Sem contar nas nossas relações que, de tão facilitadas, acabam distanciando-se. 
(imagens reais de pessoas “grudadas” ao celular) 
Não é se prendendo a textões de Facebook e nem em obras chiques das diversas artes, e 
incluo aqui o jornalismo, que usa da linguagem textual e cinematográfica para traduzir o que 
eles chamam de imparcialidade e vendendo uma falsa noção de verdade absoluta, que nós da 
elite pensante nos redimiremos com nosso passado sujo, mas sim tendo a humildade de 
escutar àqueles que chamamos de alvo. 
(Coadjuvantes que representaram tipos de público, lado a lado, cinco por vez. Abaixo de cada 
um, cartelas com descrição do público representado) 
Na verdade esse cara nem é o Felipe Simão, eu sou Felipe Simão e gosto de Punk. 
(Felipe Simão falso recebe um grande X vermelho, coadjuvante 1 revela ser Felipe Simão 
Verdadeiro) (bibliografia –> referencias estéticas –> créditos finais. Trilha sonora: Livres 
Escravos – Sarkastia)

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