Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cap´ıtulo 12 Func¸o˜es Trigonome´tricas e suas Derivadas 12.1 Motivac¸a˜o Um agrimensor quer medir a distaˆncia entre dois pontos opostos de um lago, como na figura ao lado. Ele na˜o pode medir AB diretamente, mas pode medir CB e o aˆngulo θ. Como e´ poss´ıvel determinar, a partir desses dados, a medida de AB? Este problema e´ equivalente ao de determinar os catetos de um triaˆngulo retaˆngulo, conhecidos um dos seus aˆngulos agudos e a hipotenusa. θ B C A O problema da “resoluc¸a˜o de triaˆngulos”, que consiste em determinar os seis elementos de um triaˆngulo (3 lados e 3 aˆngulos) quando se conhece 3 deles, motivou, ha´ mais de dois mil anos, o desenvolvimento da Trigonometria (do grego tr´ıgono = triaˆngulo + me´tron = medida). 12.2 Uma pequena revisa˜o de trigonometria 12.2.1 Razo˜es trigonome´tricas A ide´ia central da Trigonometria, como ja´ vimos, e´ associar a cada aˆngulo θ de um triaˆngulo retaˆngulo, certos nu´meros, ditos cosseno de θ (cos θ) e seno de θ (sen θ), cuja definic¸a˜o e´ baseada na semelhanc¸a de triaˆngulos. θ C1B1A1 C B A O Os triaˆngulos OAA1, OBB1, OCC 1 sa˜o semelhantes (por queˆ?), portanto, valem as relac¸o˜es: (1) AA1 OA = BB1 OB = C C1 OC (2) OA1 OA = OB1 OB = OC 1 OC Agora, se definirmos (3) cos θ = OA1 OA (4) sen θ = AA1 OA as relac¸o˜es (1) e (2) garantem que as definic¸o˜es acima na˜o dependem do triaˆngulo retaˆngulo particular usado para defini-las. Pelo Teorema de Pita´goras conclui-se imediatamente, que (5) cos2 θ + sen2 θ = 1 , que e´ a relac¸a˜o trigonome´trica fundamental. • Como e´ poss´ıvel dessa maneira definir o seno e o cosseno de um aˆngulo obtuso? 167 168 Cap. 12. Func¸o˜es Trigonome´tricas e suas Derivadas 12.2.2 O c´ırculo trigonome´trico e a func¸a˜o de Euler Em Ca´lculo, a unidade utilizada para medir aˆngulos e´ o radiano. Veremos mais adiante a vantagem de se considerar esta unidade de medida. Um radiano e´ o aˆngulo que, colocado no centro de uma circunfereˆncia de raio r, subtende um arco cujo comprimento e´ igual a r. Um aˆngulo central de θ radianos, subtende um arco, cujo comprimento e´ θ vezes o raio r, isto e´, S = r θ. r S = r rd=1θ θ r S = r rdθ Como o comprimento de uma circunfereˆncia de raio r e´ igual a 2pi r, enta˜o, 360 graus correspondem a 2pi radianos. Assim, 1 radiano e´ equivalente a 180pi = 57, 296 graus e 1 grau a pi 180 = 0, 0175 radianos. Com o surgimento e o desenvolvimento do Ca´lculo Diferencial e Integral foi necessa´rio considerar, em aplicac¸o˜es f´ısicas importantes, as func¸o˜es seno, cosseno e as outras func¸o˜es trigonome´tricas correlatas, definidas para todo nu´mero real t. A transic¸a˜o da definic¸a˜o de seno e cosseno de um aˆngulo para a definic¸a˜o de seno e cosseno de um nu´mero real e´ feita por meio do c´ırculo trigonome´trico e de uma func¸a˜o E, dita func¸a˜o de Euler, que definiremos a seguir. Definic¸a˜o: Cı´rculo trigonome´trico O c´ırculo trigonome´trico S1 e´ definido como sendo uma circunfereˆncia de centro na origem e raio igual a uma unidade de comprimento, orientada no sentido anti-hora´rio. Um aˆngulo θ > 0 e´ marcado no c´ırculo trigonome´trico medindo- se sobre a circunfereˆncia, a partir do ponto (1, 0), um arco de comprimento θ, percorrendo-se a circunfereˆncia no sentido posi- tivo (anti-hora´rio), e um aˆngulo θ < 0 e´ marcado medindo-se na circunfereˆncia, a partir do ponto (1, 0), um arco de comprimento | θ |, percorrendo-se a circunfereˆncia no sentido negativo (hora´rio. Repare, ainda, que neste caso a medida do aˆngulo θ, dada em radianos, coincide com a medida do arco por ele subtendido. 1 rdθ- rdθ E´ poss´ıvel associar a todo nu´mero real θ um ponto Pθ sobre S1 da seguinte maneira: 1. Seja um nu´mero θ > 0. Considere um ponto Pθ sobre S1 de tal maneira que, percorrendo-se S1 no sentido anti-hora´rio, o comprimento total do arco P0 Pθ seja igual a θ. 2. Seja um nu´mero θ < 0. Considere um ponto Pθ sobre S1 de tal maneira que, percorrendo-se S1 no sentido hora´rio, o comprimento total do arco P0 Pθ seja igual a | θ|. Estas regras definem uma func¸a˜o E : R → S1, que a cada nu´mero real θ associa um ponto Pθ = E(θ) sobre S1. Esta func¸a˜o e´ chamada func¸a˜o de Euler. Note que Pθ+2pi = Pθ para todo nu´mero real θ, porque adicionar 2pi a qualquer nu´mero θ significa, simplesmente, que a partir do ponto Pθ damos uma volta completa no c´ırculo trigonome´trico, terminando no mesmo ponto que comec¸amos. Analogamente, Pθ−2pi = Pθ e Pθ+2 k pi = Pθ, qualquer que seja o nu´mero inteiro k. Esta observac¸a˜o mostra que a func¸a˜o de Euler e´ perio´dica de per´ıodo 2pi, isto e´, E(θ) = E(θ + 2 k pi). 12.2.3 As func¸o˜es trigonome´tricas Usando a func¸a˜o de Euler, podemos estender o domı´nio das func¸o˜es trigonome´tricas a toda reta real. Para isso, considere um nu´mero real t. Como ja´ vimos, no c´ırculo unita´rio existe um ponto Pt de coordenadas (x, y), no c´ırculo unita´rio, que e´ a imagem de t pela func¸a˜o de Euler. As func¸o˜es trigonome´tricas sa˜o definidas a partir das coordenadas de Pt como sen t = y; cos t = x; tg t = yx , para x 6= 0 cotg t = xy , para y 6= 0; sec t = 1x , para x 6= 0 e cossec t = 1y , para y 6= 0. W.Bianchini, A.R.Santos 169 Observac¸a˜o: Repare que para 0 ≤ t ≤ pi2 , a definic¸a˜o das func¸o˜es trigonome´tricas coincide com as mesmas definic¸o˜es obtidas para um aˆngulo θ = Pt ÔP0 a partir do triaˆngulo retaˆngulo, como mostra a figura ao lado. O Pt=(x,y) θcos θsen P0 θ Em particular, como na circunfereˆncia unita´ria a medida do aˆngulo em radianos, foi definida como o comprimento do arco subtendido por este aˆngulo, quando escrevemos, por exemplo, sen(t), e´ indiferente considerarmos, t como um nu´mero real qualquer ou como o aˆngulo θ = Pt ÔP0, cuja medida em radianos e´ igual a t. 12.2.4 Algumas propriedades das func¸o˜es trigonome´tricas Evidentemente, as func¸o˜es trigonome´tricas sa˜o perio´dicas. Ale´m disso, usando as definic¸o˜es dadas acima, podemos deduzir, facilmente, a maioria das fo´rmulas que usualmente aparecem em trigonometria. Por exemplo, como (x, y) e´ um ponto sobre o c´ırculo unita´rio, deduzimos, imediatamente, que x2 + y2 = 1 e, portanto, provamos o teorema a seguir. Teorema 1: Relac¸a˜o trigonome´trica fundamental Para todo nu´mero real t, vale a relac¸a˜o sen2 t+ cos2 t = 1 Observando que P0 = (1, 0), Ppi2 = (0, 1), Ppi = (−1, 0), P 3pi2 = (0,−1) e P2pi = (1, 0), segue, imediatamente, que sen(0) = 0, cos(0) = 1, sen(pi2 ) = 1, cos( pi 2 ) = 0, sen(pi) = sen(2pi) = 0, cos(pi) = −1, cos(2pi) = 1, sen( 3pi2 ) = −1 e cos( 3pi2 ) = 0 Podemos concluir, tambe´m, que a func¸a˜o sen(x ) e´ crescente nos intervalos (0, pi2 ) e ( 3pi 2 , 2pi) e e´ decrescente em (pi2 , 3pi 2 ), enquanto que o cosseno e´ decrescente em (0, pi) e crescente em (pi, 2pi). E´ fa´cil concluir tambe´m que−1 ≤ sen(x) ≤ 1 e −1 ≤ cos(x) ≤ 1, qualquer que seja o nu´mero real x (por queˆ?). A partir destas informac¸o˜es podemos ter uma ide´ia dos gra´ficos destas func¸o˜es no intervalo [0, 2pi]: –1 –0.8 –0.6 –0.4 –0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1 2 3 4 5 6 x Seno –1 –0.8 –0.6 –0.4 –0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1 2 3 4 5 6 x Cosseno Ale´m disso, como estas func¸o˜es sa˜o perio´dicas de per´ıodo 2pi, estes ciclos se repetem por toda a reta. Os gra´ficos das demais func¸o˜es trigonome´tricas podem ser vistos a seguir. –3 –2 –1 0 1 2 3 y 1 2 3 4 5 6 x Tangente –3 –2 –1 0 1 2 3 y 1 2 3 4 5 6 x Cossecante –3 –2 –1 0 1 2 3 y 1 2 3 4 5 6 x Secante –3 –2 –1 0 1 2 3 y 1 2 3 4 5 6 x Cotangente 170 Cap. 12. Func¸o˜es Trigonome´tricas e suas Derivadas Outras propriedades das func¸o˜es trigonome´tricassa˜o enunciadas nos teoremas a seguir e podem ser facilmente demonstradas. Teorema 2 Para todo nu´mero real t, temos sen(−t) = −sen(t), cos(−t) = cos(t), tg(−t) = −tg(t), cotg(−t) = −cotg(t), sec(−t) = sec(t), cossec(−t) = −cossec(t). Demonstrac¸a˜o Como os pontos Pt e P−t sa˜o sime´tricos em relac¸a˜o ao eixo x, se Pt = (x, y) temos P−t = (x, −y). Aplicando-se as definic¸o˜es das func¸o˜es trigonome´tricas ao ponto (x,−y), seguem as relac¸o˜es acima. Teorema 3 Seja P = (x, y) um ponto qualquer da circunfereˆncia de centro na origem e raio r e seja Pt o ponto sobre a circunfereˆncia unita´ria determinado pela sua intersec¸a˜o com o segmento OP. Enta˜o, x = r cos(t) e y = r sin(t). Ale´m disso sen(t) = yr , cos(t) = x r e tg(t) = y x para x 6= 0, cotg(t) = xy para y 6= 0, sec(t) = rx para x 6= 0 e cossec(t) = ry para y 6= 0 Demonstrac¸a˜o Use as definic¸o˜es de seno e cosseno e a semelhanc¸a de triaˆngulos, conforme sugere a figura: (x,y) 1 r θ Teorema 4: Lei dos Cossenos Na figura ao lado, se o aˆngulo ACB e´ igual a θ, enta˜o c2 = a2 + b2 − 2 a b cos(θ) b a c AC B Demonstrac¸a˜o: Pelo teorema anterior, B = (a cos(θ), a sen(θ)). Como A = (b, 0), a fo´rmula de distaˆncia entre dois pontos implica que c2 = (a cos(θ)− b)2 + (a sen(θ)− 0)2 = a2 cos(θ)− 2 a b cos(θ) + b2 + a2 sen2 θ = a2 (cos2 θ + sen2 θ) + b2 − 2 a b cos(θ) = a2 + b2 − 2 a b cos(θ) o que prova o teorema. Teorema 5: Cosseno da diferenc¸a Para todo θ e φ, temos que cos(θ − φ) = cos(θ) cos(φ) + sen(θ) sen(φ) W.Bianchini, A.R.Santos 171 Demonstrac¸a˜o Sem perda de generalidade, podemos su- por 0 ≤ φ ≤ θ < 2pi. Assim, se na figura ao lado consider- armos a circunfereˆncia unita´ria, o aˆngulo P1 ÔP0 igual a φ e o aˆngulo P2 ÔP0 igual a θ, e´ claro que o aˆngulo P2 ÔP1 e´ igual a θ − φ, como mostra a figura ao lado. θ φ θ−φ c P1 P2 P0O A lei dos cossenos implica que (1) c2 = 12 + 12 − 2 cos(θ − φ) = 2− 2 cos(θ − φ). Como, P2 = (cos(θ), sen(θ)) e P1 = (cos(φ), sen(φ)), a fo´rmula da distaˆncia entre dois pontos implica que (2) c2 = (cos(θ)− cos(φ))2 + (sen(θ)− sen(φ))2 = cos2 θ − 2 cos θ cosφ+ cos2 θ + sen2 θ − 2 sen(θ) sen(φ) + sen2 θ = (cos2 θ + sen2 θ) + (cos2 φ+ sen2 φ)− 2 (cos(θ) cos(φ) + sen(θ) sen(φ)) . Igualando (1) e (2) obtemos o resultado desejado. Corola´rio 1 Para todo θ valem as igualdades cos(pi2 − θ) = sen(θ) e sen(pi2 − θ) = cos(θ). Demonstrac¸a˜o Decorreˆncia imediata do Teorema 5. Observac¸a˜o O nome cosseno e´ uma alusa˜o a este corola´rio. A palavra cosseno vem do latim “complementi sinus” e significa seno do complemento. Teorema 6: Cosseno da soma Para todo θ e φ vale a igualdade cos(θ + φ) = cos(θ) cos(φ)− sen(θ) sen(φ). Demonstrac¸a˜o Decorre imediatamente do teorema anterior, substituindo-se φ por −φ. Teorema 7: Seno da soma Para todo θ e φ, temos que sen(θ + φ) = sen(θ) cos(φ) + cos(θ) sen(φ). Demonstrac¸a˜o Pelo Corola´rio 1 sabemos que sen(θ + φ) = cos( pi 2 − (θ + φ)) = cos([pi 2 − θ]− φ) = cos(pi 2 − θ) cos(φ) + sen(pi 2 − θ) sen(φ) = sen(θ) cos(φ) + cos(θ) sen(φ) o que demonstra o teorema. Teorema 8: Continuidade das func¸o˜es seno e cosseno As func¸o˜es f(x) = sen(x) e g(x) = cos(x) sa˜o cont´ınuas em toda a reta. Demonstrac¸a˜o Faremos a demonstrac¸a˜o para a func¸a˜o seno; a demonstrac¸a˜o para o cosseno e´ ana´loga e e´ deixada como exerc´ıcio (veja Problemas Propostos 2 ). 172 Cap. 12. Func¸o˜es Trigonome´tricas e suas Derivadas Em primeiro lugar, vamos provar que as func¸o˜es sen(x) e cos(x) sa˜o cont´ınuas no zero. Para isto, basta obser- var a figura a o lado e lembrar como estas func¸o˜es foram definidas. Veja que quando θ → 0, quer pela direita, quer pela esquerda, o ponto (x, y) se aproxima do ponto (1, 0). Como x = cos(θ) e y = sen(θ), temos que lim θ→0 sen(θ) = 0 = sen(0) e lim θ→0 cos(θ) = 1 = cos(0), o que prova que estas func¸o˜es sa˜o cont´ınuas no zero. (x,y) θcos θsen 1 rdθ Devemos mostrar, agora, que lim x→x0 sen(x) = sen(x0), qualquer que seja o nu´mero real x0. Tomando-se x = x0 + h de modo que h = x− x0, temos que h→ 0 quando x→ x0. Assim, lim x→x0 sen(x) = lim h→0 sen(x0 + h), e precisamos mostrar somente que este u´ltimo limite e´ igual a sen(x0). Aplicando a fo´rmula do seno de uma soma, temos que lim h→0 sen(x0 + h) = lim h→0 (sen(x0) cos(x0) + cos(x0) sen(h)) = = sen(x0) ( lim h→0 cos(h)) + cos(x0) ( lim h→0 sen(h)). Como as func¸o˜es seno e cosseno sa˜o cont´ınuas no zero (primeira parte da demonstrac¸a˜o), temos que lim h→0 cos(h) = 1 e lim h→0 sen(h) = 0 e, portanto, lim h→0 sen(x0 + h) = sen(x0) , o que prova a continuidade da func¸a˜o sen(x ) em toda a reta. 12.3 Derivadas das func¸o˜es trigonome´tricas 12.3.1 A derivada da func¸a˜o seno Aplicando a definic¸a˜o de derivada a` func¸a˜o sen(x), obtemos sen′(x) = lim ∆ x→0 sen(x+∆x)− sen(x) ∆x e da´ı, como sen(x+∆x) = sen(x) cos(∆x) + sen(∆x) cos(x), temos que sen′(x) = lim ∆ x→0 sen(x) cos(∆x) + sen(∆x) cos(x)− sen(x) ∆x = sen(x) ( lim ∆ x→0 cos(∆x)− 1 ∆x ) + cos(x) ( lim ∆ x→0 sen(∆x) ∆x ) . Na pro´xima sec¸a˜o, vamos mostrar que (1) lim ∆ x→0 cos(∆x)− 1 ∆x = 0 e que (2) lim ∆ x→0 sen(∆x) ∆x = 1. Uma vez demonstrados estes fatos, segue, imediatamente, que sen′(x) = cos(x). Observac¸a˜o Examinando cuidadosamente os limites que aparecem em (1) e (2), veremos que ambos teˆm uma curiosa forma. Como cos(0) = 1, o limite dado em (1) pode ser escrito como lim ∆ x→0 cos(0 + ∆x)− cos(0) ∆x , e este limite, por definic¸a˜o, e´ igual a cos′(0). Da mesma forma, como sen(0) = 0 , o segundo limite pode ser escrito como lim ∆ x→0 sen(0 + ∆x)− sen(0) ∆x e, usando a definic¸a˜o de derivada uma vez mais, conclu´ımos que este limite e´ igual a sen′(0). Assim, se provarmos que cos′(0) = 0 e sen′(0) = 1, teremos mostrado que sen′(x) = cos(x), o que e´ feito na pro´xima sec¸a˜o. W.Bianchini, A.R.Santos 173 12.3.2 O limite trigonome´trico fundamental O limite lim x→0 sen(x) x = 1 que aparece durante os ca´lculos feitos no processo de derivac¸a˜o de func¸o˜es trigonome´tricas tem considera´vel importaˆncia no Ca´lculo Diferencial. Na demonstrac¸a˜o consideraremos apenas valores positivos para x, pois, se substituirmos x por −x na expressa˜o sen(x) x , o valor da raza˜o permanece inalterado. Isto implica que, se lim x→0+ sen(x) x = L, enta˜o lim x→0− sen(x) x = L. A demonstrac¸a˜o e´ baseada na seguinte figura: x R S P0 Q Dessa figura podemos concluir que, para 0 < x < pi2 , a a´rea do ∆OPS ≤ a` a´rea do setor circular OQS ≤ a a´rea do ∆OQR, ou seja cos(x) sen(x) 2 ≤ x 2 ≤ tg(x) 2 . Da primeira desigualdade, conclu´ımos que sen(x) x ≤ 1 cos(x) Da segunda, cos(x) ≤ sen(x) x Assim, como lim x→0 cos(x) = 1 e lim x→0 1 cos(x) = 1 (por queˆ?), o teorema do sandu´ıche garante que, quando x→ 0, a raza˜o sen(x)x → 1. Uma vez estabelecido que lim x→0 sen(x) x = 1, e´ fa´cil provar que lim x→0 cos(x)− 1 x = 0. Assim, lim x→0 cos(x)− 1 x = lim x→0 ( cos(x)− 1 x ) ( cos(x) + 1 cos(x) + 1 ) = lim x→0 cos2 (x)− 1 x (cos(x) + 1) = lim x→0 ( −sen 2 x x ) ( 1 cos(x) + 1 ) = lim x→0 −sen(x) lim x→0 sen(x) x lim x→0 1 cos(x) + 1 = 0 .1 . 1 2 = 0 12.3.3 A derivada da func¸a˜o cosseno Da mesma forma que foi feito para a func¸a˜o seno, aplicando-se a definic¸a˜o de derivada a` func¸a˜o cosseno obtemos: cos′(x) = lim ∆ x→0 cos(x+∆x)− cos(x) ∆x = lim ∆ x→0 cos(x) cos(∆x)− sen(x) sen(∆x)− cos(x) ∆x = cos(x) lim ∆ x→0 cos(∆x)− 1 ∆x − sen(x) lim ∆ x→0 sen(∆x) ∆x = −sen(x) . 174Cap. 12. Func¸o˜es Trigonome´tricas e suas Derivadas 12.3.4 As derivadas das demais func¸o˜es trigonome´tricas A partir das fo´rmulas sen′(x) = cos(x) e cos′(x) = −sen(x) e aplicando-se as regras de derivac¸a˜o, podemos facilmente obter as derivadas das demais func¸o˜es trigonome´tricas, como e´ proposto no exerc´ıcio: Exerc´ıcio Prove que 1. tg′(x) = sec2 x 2. cotg′(x) = −cossec2 x 3. sec′(x) = sec(x) tg(x) 4. cossec′(x) = −cossec(x) cotg(x) Observac¸a˜o No Maple, os comandos usados para as func¸o˜es trigonome´tricas seno, cosseno, tangente, cotangente, secante e cossecante sa˜o, respectivamente: sin(x), cos(x), tan(x), cot(x), sec(x), csc(x) 12.4 Porque se usa radianos em Ca´lculo Ja´ vimos na revisa˜o de trigonometria que a um aˆngulo de α graus corresponde um aˆngulo de x = αpi180 radianos. Assim, sen(α) = sen(αpi180 ) . Use a relac¸a˜o acima para calcular o valor de lim α→0 sen(α) α e lim α→0 cos(α)− 1 α e use estes limites para provar que a derivada de sen(α), com α dado em graus, e´ sen′(α) = sen′ (αpi 180 ) = pi 180 cos( αpi 180 ) = pi 180 cos(α) Veja que aparece o fator pi180 = 0,01745329252 multiplicando a derivada do seno, o que causa um certo transtorno nas operac¸o˜es. Isto na˜o acontece quando trabalhamos com radianos, o que simplifica muitos ca´lculos. Ale´m disso, nas aplicac¸o˜es e´ mais conveniente entendermos as func¸o˜es trigonome´tricas com domı´nio em toda a reta e na˜o como uma medida de aˆngulos. 12.5 Atividades de laborato´rio Usando um computador e o Maple, fac¸a as atividades propostas no arquivo labtrig.mws da versa˜o eletroˆnica deste texto. 12.6 Exerc´ıcios 1. Calcule os seguintes limites: (a) lim x→0 sen(3x) x (b) lim x→0 sen2 x x (c) lim x→0 1− cos(x) sen(x) (d) lim x→0 sen(2x) x+ x cos(x) (e) lim x→0 sen(12x) sen(3x) (f) lim x→0 x− sen(x) x+ sen(x) (g) lim x→0 sen(x) sen(2x) x sen(3x) (h) lim x→0 tg(x) sen(2x) (i) lim x→0 x cos(x) (j) lim x→0 1− 2 cos(x) + cos(2x) x (k) lim x→0 6x− sen(2x) 2x+ 3 sen(4x) (l) lim x→0 2 sen2 x− 6x3 x2 (m) lim x→pi2 − cos(pi2 x) sen(x)− 1 2. Calcule os limites laterais, caso existam, de f(x) = { sen(x) x > pi4 cos(x) x < pi4 , quando x→ pi4 . Existe o limx→(pi4 ) f(x)? 3. Calcule as derivadas das func¸o˜es abaixo: (a) f(x) = sen(x) cos(x) (b) g(x) = 1sen(x) cos(x) (c) y = sec(x) + tg(x) sen(x)− cossec(x) (d) h(x) = cos2 x− sen2 x (e) f(x) = 4 x−x4 sen(x3+2) W.Bianchini, A.R.Santos 175 4. (a) Raciocinando geometricamente, fac¸a uma previsa˜o plaus´ıvel para Dx sen(a x). Voceˆ e´ capaz de provar que a sua resposta esta´ correta. (Veja: Atividades de Laborato´rio 7 ) (b) Usando o resultado do item anterior, determine o aˆngulo com que a curva y = sen(3 x)3 corta o eixo x. 12.7 Problemas propostos 1. Usando o processo abaixo, mostre que a a´rea do c´ırculo de raio r e´ pi r2. (a) Mostre que a a´rea do pol´ıgono de n lados inscrito no c´ırculo e´ 12 [n r 2 sen( 2pin )]. (b) Calcule a a´rea do c´ırculo fazendo n→∞ na expressa˜o encontrada no item anterior. Por que este limite e´ igual a` a´rea do c´ırculo? 2. Mostre que a func¸a˜o g(x) = cos(x) e´ cont´ınua em todo o conjunto dos nu´meros reais. 3. Determine o domı´nio ma´ximo de continuidade da func¸a˜o f(x) = sen( √ x3 − 9x) 4. Decida se f(x) = { sen(x) x , se x 6= 0 0 , se x = 0 e´ cont´ınua em x = 0. Caso esta func¸a˜o seja descont´ınua, classifique a descontinuidade em remov´ıvel ou essencial. 5. (a) Mostre que a func¸a˜o f(x) = { x sen( 1x ) , se x 6= 0 0 , se x = 0 na˜o e´ deriva´vel em x = 0. Sugesta˜o: Mostre que existem valores arbitrariamente pequenos de h tais que f(h)−f(0)h = 1 e f(h)−f(0) h = −1. (b) Seja f(x) = { x2 sen( 1x ) , se x 6= 0 0 , se x = 0 . Aplique a definic¸a˜o de derivada para mostrar que f e´ deriva´vel em x = 0 e que f ′(0) = 0. 6. Seja f(x) = ∣∣ sen(x)− 12 ∣∣. Calcule o valor ma´ximo atingido por f . 7. Seja f(x) = x+ sen(x). (a) Encontre os pontos onde f ′ = 0 (b) Mostre que em todos os outros pontos f ′ > 0 (c) Esboce o gra´fico de f . 8. Uma part´ıcula se move sobre o eixo x de tal maneira que sua velocidade em qualquer instante de tempo t e´ dada por v(t) = sen(2 t). Em t = 0, a part´ıcula esta´ na origem. (a) Para 0 ≤ t ≤ pi, ache todos os valores de t para os quais a part´ıcula se move para a direita. (b) Voceˆ e´ capaz de achar a func¸a˜o que fornece a posic¸a˜o da part´ıcula em qualquer instante de tempo t? (c) Se voceˆ resolveu o item (b), ache a velocidade me´dia da part´ıcula no intervalo 0 ≤ t ≤ pi2 . (d) Ache a acelerac¸a˜o da part´ıcula em t = pi2 . 9. Um semi-c´ırculo com diaˆmetro PQ e´ colocado sobre a base de um triaˆngulo iso´sceles, formando a figura mostrada ao lado. Se A(θ) e´ a a´rea do semi-c´ırculo e B(θ) e´ a a´rea do triaˆngulo, ache lim θ→0+ A(θ) B(θ) . R QP θ 10. Um objeto com peso W e´ puxado sobre um plano horizontal por uma forc¸a que age ao longo de uma corda amarrada ao objeto. Se a corda faz um aˆngulo θ com o plano, enta˜o a magnitude da forc¸a e´ dada por F = µW µsen(θ)+cos(θ) , onde µ e´ uma constante chamada coeficiente de atrito. (a) Ache a taxa de variac¸a˜o de F em relac¸a˜o a θ. (b) Quando esta taxa de variac¸a˜o e´ nula? (c) Se W = 50 e µ = 0, 6, com a ajuda do Maple trace o gra´fico de F como uma func¸a˜o de θ e use este gra´fico para localizar os valores de θ para os quais dFdθ = 0. Este valor esta´ de acordo com a resposta que voceˆ encontrou no item anterior? 176 Cap. 12. Func¸o˜es Trigonome´tricas e suas Derivadas 12.8 Um pouco de histo´ria: O problema da navegac¸a˜o e as primeiras noc¸o˜es de trigonometria 12.8.1 O Problema da navegac¸a˜o Na Antiguidade, o transporte e a comunicac¸a˜o por via terrestre envolviam enormes dificuldades, pois as vias de acesso entre as localidades eram penosamente constru´ıdas, em geral usando ma˜o de obra escrava. Para percorrer grandes distaˆncias, era bem mais fa´cil, portanto, estabelecer rotas mar´ıtimas que costeassem ilhas e continentes. A partir da necessidade de se navegar em alto-mar, surgiu o problema ba´sico da navegac¸a˜o: o de se determinar a posic¸a˜o de um navio em alto mar. Os navegantes gregos, que por volta do se´culo V A.C. ja´ tinham absorvido boa parte dos conhecimentos as- tronoˆmicos dos babiloˆnios, foram os primeiros a formular o conceito de latitude. Para os navegantes no hemisfe´rio norte, a latitude de um lugar e´ o aˆngulo formado pela Estrela Polar e o horizonte naquele ponto. A latitude de uma pessoa no po´lo norte e´ de 900, pois nesse ponto a Estrela Polar esta´ diretamente sobre a sua cabec¸a (na realidade existe um pequeno desvio angular pois a Estrela Polar na˜o se encontra exatamente sobre o po´lo norte). Navegando para o norte, a cada noite um observador veria essa estrela colocar-se cada vez mais alto no ce´u. Navegando para o sul, aconteceria o contra´rio. Medindo a elevac¸a˜o angular da Estrela Polar, um marinheiro poderia obter uma medida acurada da distaˆncia para o sul ou para o norte. No hemisfe´rio sul, a determinac¸a˜o da latitude de um lugar pode ser feita, da mesma maneira, medindo-se a elevac¸a˜o angular da estrela chamada Sigma Oitante, que representa o Distrito Federal na Bandeira Brasileira. No entanto, para determinarmos a posic¸a˜o de um ponto no globo terrestre e´ necessa´rio ale´m da latitude, que determina a posic¸a˜o Norte-Sul desse ponto, a determinac¸a˜o da sua longitude, que indica a direc¸a˜o Leste-Oeste. Os alexandrinos sabiam que um navegador poderia medir a longitude transportando um relo´gio preciso a bordo de seu navio. O relo´gio, acertado para a hora local de Alexandria, indicaria ao navegador a hora naquela cidade, durante toda a sua viagem. Como a Terra descreve umarotac¸a˜o completa (3600) em 24h, a cada hora gira 150. Assim, o navegador poderia determinar sua longitude em qualquer lugar do planeta, simplesmente pela leitura das horas do relo´gio quando o sol incidisse diretamente sobre a sua cabec¸a. Sua longitude em relac¸a˜o a Alexandria seria o produto de 150 pelo diferenc¸a em horas entre o meio-dia e o tempo local de Alexandria, fornecido pelo relo´gio. Infelizmente, na˜o havia relo´gios porta´teis, a` disposic¸a˜o dos alexandrinos, que fossem suficientemente precisos para manter um registro cont´ınuo das horas durante uma longa viagem. As dificuldades pra´ticas para a determinac¸a˜o da longitute eram ta˜o grandes que este dado deixou de ser levado em considerac¸a˜o na pra´tica da navegac¸a˜o durante um grande per´ıodo. 12.8.2 As primeiras noc¸o˜es de trigonometria Tentando resolver o problema da navegac¸a˜o, os gregos se interessaram, tambe´m, em determinar o raio da Terra e a distaˆncia da Terra a` Lua. Este u´ltimo problema implicou no surgimento das primeiras noc¸o˜es de Trigonometria. O primeiro ca´lculo da circunfereˆncia da Terra foi realizado por Erato´stenes (250 A.C.), o biblioteca´rio de Alexandria. Seus ca´lculos dependiam do aˆngulo formado pela sombra do sol e pela vertical em dois pontos: um ao norte e outro ao sul. Erato´stenes sabia que Alexandria, ponto A na figura seguinte, ficava a 800 km da cidade hoje chamada de Assua˜, ponto B; portanto, esta era a medida do arco AB na figura. Ele tambe´m sabia que em Assua˜ no dia 21 de junho, solist´ıcio de vera˜o no hemisfe´rio Norte, ao meio dia, o sol incidia diretamente sobre as suas cabec¸as, junto a primeira catarata do Nilo. Portanto, neste momento, seus raios formavam um aˆngulo de zero grau com a vertical, na˜o produzindo sombra. No mesmo instante, os raios do sol formavam um aˆngulo de 7 12 graus com a vertical em Alexandria. Devido a` grande distaˆncia, ao atingirem a Terra, os raios do sol podem ser considerados paralelos, portanto, os aˆngulos AOˆB e DAˆS sa˜o iguais, conforme mostra a figura ao lado. S’ S BO D A Sol Como o aˆngulo formado no centro da Terra pelas linhas que partiam de Assua˜ e de Alexandria era igual a 7 12 graus, calcular o raio da Terra era equivalente a resolver a seguinte proporc¸a˜o 7 12 360 = 800 x , uma vez que 360 0 correspondem a circunfereˆncia inteira da Terra. W.Bianchini, A.R.Santos 177 O ca´lculo feito por Erato´stenes para a circunfereˆncia da Terra (38400 km) foi um resultado fanta´stico se consider- armos que, na e´poca de Colombo, os mais reputados geo´grafos acreditavam que o valor correto para a circunfereˆncia da Terra era cerca de 27200 km. De fato, se Colombo conhecesse uma estimativa melhor (cerca de 39840 km), talvez nunca tivesse se arriscado a viajar para a I´ndia! O raio da Terra pode ser estimado dividindo-se o comprimento da sua circunfereˆncia por 2pi (aproximadamente igual a 6,28). Hiparco adotava para o raio da Terra o valor de 8800 km (o raio terrestre e´ cerca de 6378 km). De posse desse valor, ele tentou achar a distaˆncia da Terra a` Lua da maneira descrita a seguir. Suponhamos que a Lua seja observada de dois pontos situados no equador, quando ela estiver diretamente sobre um desses pontos, conforme mostra a figura ao lado. No mesmo instante, um observador em C veˆ a Lua nascer no horizonte. Conhecendo a localizac¸a˜o dos pontos C e E, Hiparco estimou a medida do aˆngulo Aˆ. Como a distaˆncia AC era igual ao raio da Terra, o problema de Hiparco era o seguinte: conhecidos um dos lados (8 800 km) de um triaˆngulo retaˆngulo e um de seus aˆngulos (Aˆ), determinar a hipotenusa AB. C A E LuaB Tal problema pode ser resolvido se observarmos que em triaˆngulos retaˆngulos semelhantes as razo˜es, constantes, en- tre as medidas dos seus lados podem ser associadas aos seus aˆngulos. Estas razo˜es sa˜o chamadas razo˜es trigonome´tricas. Hiparco organizou diversas tabelas relacionando as razo˜es trigonome´tricas com aˆngulos. As relac¸o˜es trigonome´tricas num triaˆngulo retaˆngulo constitu´ıram um avanc¸o no estudo das relac¸o˜es me´tricas nos triaˆngulos porque estabelecem fo´rmulas que relacionam entre si medidas de segmentos, enquanto que as razo˜es trigonome´tricas relacionam medidas de aˆngulos com medidas de segmentos (lados dos triaˆngulos). 12.9 Para voceˆ meditar: Outra forma de definir as func¸o˜es seno e cosseno Se f(x) = sen(x) e g(x) = cos(x), enta˜o temos que as seguintes condic¸o˜es se verificam (a) f ′ = g, (b) g′ = −f , (c) f(0) = 0, (d) g(0) = 1. • E´ poss´ıvel que haja um outro par de func¸o˜es satisfazendo estas mesmas condic¸o˜es? Sugesta˜o Suponha que F (x) e G(x) sa˜o um par qualquer de func¸o˜es com as mesmas propriedades. Mostre que a derivada da func¸a˜o H definida por H(x) = (F (x)− f(x))2 + (G(x)− g(x))2 e´ igual a zero e da´ı deduza que tipo de func¸a˜o e´ H. A resposta a esse problema tem um significado nota´vel: tudo que e´ conhecido sobre as func¸o˜es seno e cosseno ou mesmo tudo que venha a ser conhecido sobre elas esta´ implicitamente contido nas condic¸o˜es (a)-(d). Isto e´, o seno e o cosseno sa˜o completamente caracterizados pelas condic¸o˜es sen′ = cos, cos′ = −sen, sen(0) = 0, cos(0) = 1. 1. Use as propriedades acima, para mostrar que sen2 x+ cos2 x = 1. (Na realidade voceˆ ja´ demonstrou esta igual- dade no item anterior!) 2. Prove que as func¸o˜es seno e cosseno satisfazem a seguinte equac¸a˜o funcional y′′ + y = 0. 3. Seja h(x) = a sen(x) + b cos(x), onde a e b sa˜o constantes quaisquer. Prove que a func¸a˜o h tambe´m satisfaz a equac¸a˜o dada no item anterior. 4. Voceˆ e´ capaz de provar alguma outra propriedade das func¸o˜es seno e cosseno utilizando somente as propriedades de (a)-(d)? Voltaremos a este problema mais tarde.
Compartilhar