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Aula 11 A função diagnóstica Neurose, Psicose e Perversão

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AULA 11: A FUNÇÃO DIAGNÓSTICA – NEUROSE, PSICOSE E PERVERSÃO 
Clínica Psicanalítica 
Clínica Psicanalítica 
 Aula 11: A função diagnóstica – neurose, 
psicose e perversão 
AULA 11: A FUNÇÃO DIAGNÓSTICA – NEUROSE, PSICOSE E PERVERSÃO 
Clínica Psicanalítica 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
AULA 11: A FUNÇÃO DIAGNÓSTICA – NEUROSE, PSICOSE E PERVERSÃO 
Clínica Psicanalítica 
Neurose e Psicose - o ato diagnóstico 
 
Na Psicanálise, a direção do tratamento acontece a partir da escuta, considerando o discurso e o 
posicionamento subjetivo do analisando. 
 
A Psicanálise utiliza o recurso da hipótese diagnóstica para identificar a estrutura do sujeito 
(neurótico, psicótico ou perverso). A partir desta distinção, traça-se uma linha de abordagem. 
Ao se pensar na estrutura, estamos observando a posição do sujeito frente a questões cruciais da 
existência. 
 
Lacan, baseado nas descobertas freudianas, vai pensar as estruturas clínicas. Ele utiliza as 
categorias da Psiquiatria clássica para criar o conceito de estrutura. A partir dessa referência, o 
diagnóstico estrutural torna-se um compromisso ético do analista com o inconsciente. A 
Psicanálise faz uso do diagnóstico estrutural e não do diagnóstico descritivo de sinais e sintomas. 
Sempre parte-se da relação estabelecida pelo sujeito com a linguagem, para que seja possível 
pensar um diagnóstico. 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
AULA 11: A FUNÇÃO DIAGNÓSTICA – NEUROSE, PSICOSE E PERVERSÃO 
Clínica Psicanalítica 
Neurose e Psicose 
 
Neurose: o ego, em sua dependência da realidade, suprime um fragmento do id (da vida instintual); 
 
Psicose: o ego a serviço do id, se afasta de um fragmento da realidade. 
Isso, porém, não concorda em, absoluto, com a observação que todos nós podemos fazer, de que toda 
neurose perturba de algum modo a relação do paciente com a realidade, servindo-lhe de um meio de se 
afastar da realidade, e que, em suas formas graves, significa concretamente uma fuga da vida real. (FREUD, 
1924, p. 229) 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
AULA 11: A FUNÇÃO DIAGNÓSTICA – NEUROSE, PSICOSE E PERVERSÃO 
Clínica Psicanalítica 
• No começo da neurose, o ego, a serviço da realidade, efetua o recalcamento de um impulso 
instintual; Freud enfatiza que isto ainda não é neurose. 
 
• A neurose consiste nos processos que fornecem uma compensação à parte do id danificada – 
isto é, na reação contra a repressão e no fracasso da repressão. 
 
• [...] a perda da realidade afeta exatamente aquele fragmento de realidade, cujas exigências 
resultaram na repressão instintual ocorrida. (Ibidem); 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
Exemplo de um caso de neurose na qual a causa excitante (a ‘cena traumática’) é conhecida e onde se 
pode ver como a pessoa interessada volta as costas à experiência, e a transfere à amnésia. 
 
Cena traumática a pessoa interessada se afasta dessa experiência amnésia. 
AULA 11: A FUNÇÃO DIAGNÓSTICA – NEUROSE, PSICOSE E PERVERSÃO 
Clínica Psicanalítica 
Caso Elizabeth von R. 
• a representação insuportável é o desejo pelo cunhado que leva a paciente a ter o pensamento 
que lhe causa horror: “Agora ele está livre e pode casar comigo”; 
 
• a cena é imediatamente esquecida e dá início ao processo de regressão que conduz às dores 
histéricas – via neurose tentou solucionar o conflito; 
 
• ela se afastou do valor da mudança que ocorrera na realidade, reprimindo (Verdrängung) a 
exigência pulsional que havia surgido – isto é, seu amor pelo cunhado. 
A reação psicótica teria sido uma rejeição (Verleugnung) do fato da morte da irmã. ( Ibid., p. 230 – 
ver nota de rodapé p. 182) 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
AULA 11: A FUNÇÃO DIAGNÓSTICA – NEUROSE, PSICOSE E PERVERSÃO 
Clínica Psicanalítica 
Ao que diz respeito aos processos psíquicos, devem ser considerados separadamente, na relação entre 
o esquecer e recordar. Freud fala que com frequência acontece de ser “recordado” algo que na 
verdade nunca poderia ser “esquecido”, em ocasião nenhuma foi “notado” — nunca tendo sido 
consciente. 
 
O paciente não nota a diferença de algo que foi esquecido e algo que nunca foi CS, e a convicção que o 
paciente alcança no decurso da análise, independe da lembrança. 
IMPORTANTE! 
Nesse momento, Freud aponta algo de novo. 
O aparelho psíquico não somente se constitui de conteúdos recalcados, ou seja, idéias insuportáveis 
ao CS, mas também de idéias e conteúdos que nunca constituíram uma representação. Mas estão lá, 
sendo esses também energias. 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
AULA 11: A FUNÇÃO DIAGNÓSTICA – NEUROSE, PSICOSE E PERVERSÃO 
Clínica Psicanalítica 
Na psicose, em um primeiro momento, o ego é arrastado para longe da realidade e, no 
segundo momento, para compensar a perda da realidade (mas não às custas de uma restrição 
do id), acontece a criação de uma nova realidade; 
 
• Tanto a neurose quanto a psicose são, pois, expressão da rebeldia do id contra o mundo 
externo, de seu desprazer ou [...] de sua incapacidade de adequar-se à necessidade real. A 
neurose e a psicose diferem uma da outra muito mais em sua primeira reação introdutória 
do que na tentativa de reparação que a segue. (Ibid., p. 231) 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
Neurose: Psicose: 
um fragmento da realidade é evitado por 
uma espécie de fuga. Não repudia a 
realidade, apenas a ignora. 
a fuga inicial é sucedida por uma fase ativa 
de remodelamento da realidade. A psicose 
repudia a realidade e tenta substituí-la. 
AULA 11: A FUNÇÃO DIAGNÓSTICA – NEUROSE, PSICOSE E PERVERSÃO 
Clínica Psicanalítica 
Chamamos um comportamento de normal ou sadio se ele combina certas características de 
ambas as reações: 
 
• repudia a realidade tanto quanto em uma neurose, 
• depois se esforça, como na psicose, por efetuar uma alteração dessa realidade. 
 
Naturalmente, esse comportamento [...] conduz à realidade do trabalho no mundo externo; ele 
não se detém, como na psicose, em efetuar mudanças internas. (Ibidem) 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
AULA 11: A FUNÇÃO DIAGNÓSTICA – NEUROSE, PSICOSE E PERVERSÃO 
Clínica Psicanalítica 
Delírios e alucinações: geram angústia porque são processos de 
remodelamento da realidade; se realizam contra violentas 
forças opositoras. 
 
Provavelmente, na psicose, o fragmento de realidade rejeitado 
constantemente se impõe à mente, tal como o instinto 
reprimido faz na neurose[...]. 
Psicose: a remodelação da realidade é executada a partir de sua vivência anterior, dos seus traços de 
memória, ideias e os julgamentos anteriormente derivados da realidade e através dos quais a realidade 
foi representada na mente. 
 
Assim, a psicose também se depara com a tarefa de obter percepções tais que correspondam à nova 
realidade; o que é feito, de modo mais radical, pela via da alucinação. 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
AULA 11: A FUNÇÃO DIAGNÓSTICA – NEUROSE, PSICOSE E PERVERSÃO 
Clínica Psicanalítica 
A elucidação dos diversos mecanismos que, nas psicoses, são projetados para afastar o indivíduo da 
realidade e para reconstruir essa última, constitui uma tarefa para o estudo psiquiátrico 
especializado, ainda não empreendida. (Ibidem); 
 
Tanto na neurose, como na psicose, ocorre um fracasso na tentativa de reparação (segunda etapa); 
malsucedida uma vez que o instinto reprimido é incapaz de conseguir um substituto completo: 
• Neurose: a pulsão recalcada não consegue arranjar um substituto integral; 
• Psicose: a realidade não pode ser remodelada de maneira satisfatória. 
 
A ênfase, porém, é distinta nos dois casos 
Na psicose, ela incideinteiramente sobre a primeira etapa, que é patológica em si própria e só pode 
conduzir à enfermidade. 
Na neurose, por outro lado, a ênfase recai sobre a segunda etapa, sobre o fracasso da repressão. A 
primeira etapa pode alcançar êxito, e realmente o alcança em inúmeros casos sem transpor os limites 
da saúde – embora o faça a certo preço e não sem deixar atrás de si traços do dispêndio psíquico que 
exigiu. (Ibid., p.233); 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
AULA 11: A FUNÇÃO DIAGNÓSTICA – NEUROSE, PSICOSE E PERVERSÃO 
Clínica Psicanalítica 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
Distinção topográfica do conflito patogênico: se o ego cedeu a sua fidelidade ao mundo real ou à sua 
dependência do id; 
 
Neurose: contenta-se em evitar uma porção da realidade e se protege do encontro com ela. 
 
• Não obstante, produz algo semelhante à psicose, substituindo a realidade indesejada pelo 
mundo das fantasias, muito mais condizente com os seus desejos inconscientes. 
 
Isso é possibilitado pela existência de um mundo de fantasia, de um domínio que ficou separado do 
mundo externo real na época da introdução do princípio de realidade. Esse domínio, desde então, foi 
mantido livre das pretensões das exigências da vida, como uma espécie de ‘reserva’; ele não é 
inacessível ao ego, mas só frouxamente ligado a ele. É deste mundo de fantasia que a neurose retira 
o material para suas novas construções de desejo e, geralmente, encontra esse material pelo 
caminho da regressão a um passado real satisfatório. 
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Clínica Psicanalítica 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
Na psicose, o mundo da fantasia tem o mesmo papel – é dela que se extrai o material para a 
construção de uma nova realidade; 
 
• Esse novo mundo imaginário tenta se colocar no lugar da realidade externa; 
 
Na neurose, tal como nos jogos infantis, esse mundo se apoia em uma porção da realidade (diferente 
daquela de que foi preciso defender-se). 
 
Vemos, assim, que tanto na neurose quanto na psicose interessa a questão não apenas da perda da 
realidade, mas também a questão do substituto para a realidade. (FREUD, 1924, p. 234) 
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A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
Perversão 
É frequente, no discurso de pessoas leigas, uma associação entre perversão e perversidade. 
 
A Medicina o definia como sinônimo de distúrbio psicossocial. Os desvios (século XIX) passaram a ser 
entendidos como aberrações que deveriam ser tratadas, pois atingiam todos os aspectos da vida da 
pessoa e, consequentemente, da sociedade. 
 
A origem do termo deriva do verbo latino pervertere ("pôr de lado", ou "pôr-se à parte“), o que pode 
levar a essa associação. 
 
Aurélio (2001) a define como: "ato ou efeito de perverter (-se); corrupção, depravação, desvio da 
normalidade de instinto ou de julgamento, e devido a distúrbio psíquico”. 
 
Esse conceito compreende a perversão em um sentido moral e ético. Dessa forma, a escolha da 
palavra perversão, que é usada para nomear um desvio, denota um sentido pejorativo, impregnado 
de “pré-conceitos”. 
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A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
A Psicanálise, em especial, construiu todo um arsenal teórico sobre a perversão, levando em conta a 
visão predominante da Medicina da época, a estruturação da perversão durante a infância, a 
diferenciação para com as neuroses e psicoses, além do seu mecanismo de recusa (Verleugnung). 
 
O caminho percorrido por Freud no estudo das perversões. 
 
Na sua obra Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, Freud (1905) apresenta pela primeira vez o 
conceito de perversão. 
 
Freud fez duas formulações acerca da conceituação de “perversão”, que se tornaram clássicas: 
 
1ª A neurose é o negativo da perversão, ou seja, aquilo que uma pessoa neurótica reprime e pode 
gratificar-se simbolicamente através de sintomas, o paciente com perversão expressa diretamente 
em sua conduta sexual. 
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2ª Freud diz que a perversão sexual resulta na fixação em uma das manifestações da polimorfia 
sexual infantil ou seja, fixação em uma pulsão parcial (ligada a zonas erógenas determinadas/ 
pré-genitais) – em detrimento da primazia genital. A sexualidade genital não é alcançada e a 
sexualidade adulta fica restrita a uma forma parcial de satisfação. 
 
Significa que: a regressão da libido a pontos de fixação ocorreria não apenas por que tais pontos 
foram particularmente gratificantes, mas também devido a obstáculos externos à construção da 
psicossexualidade. 
 
Diferença entre a sexualidade infantil e sexualidade perversa no adulto: enquanto à primeira falta a 
centralização das pulsões parciais, na segunda ela está centralizada na pulsão que sofreu fixação 
(FREUD, 1917). 
 
A distinção entre perversão e normalidade estaria na fixação, na exclusividade de uma determinada 
prática para alcance da satisfação sexual. 
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A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
Estrutura da perversão (Freud) 
 
O que diferencia uma perversão de uma neurose? 
A neurose é o negativo da perversão. 
 
• Neurose: É identificada como resultado de um recalque patológico; 
• Perversão: Seria exatamente o resultado da falta de recalque. 
 
Perversão seria fruto da falta de elaboração das pulsões parciais. 
 
• Freud destacou que as fantasias dos neuróticos e dos perversos são as mesmas. A diferença 
reside não no tipo de desejo sexual, mas no modo como este desejo se expressa. 
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Clínica Psicanalítica 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
Para o neurótico — o desejo vai se expressar pela formação do sintoma, que é uma 
formação de compromisso entre o desejo e a censura. 
 
No perverso — o desejo aparece pela via da atuação, ou, dito de outro modo, o perverso 
age, ele encena o desejo. 
 
Enquanto o neurótico vive sua sexualidade na fantasia, o perverso a vive através da 
atividade, da ação. 
 
Do ponto de vista freudiano, a estrutura perversa parece, então, encontrar sua origem em 
torno de dois pólos: 
• na angústia da castração; 
• na mobilização de processos defensivos destinados a contorná-la. 
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A este título, Freud evidencia dois processos defensivos característicos da organização do 
funcionamento perverso: a fixação (e a regressão) e a denegação da realidade. (DOR, 1991) 
O perverso tem uma vivência da ordem do horror no confronto com a diferença dos sexos e nisto está a 
confirmação de que ele está condenado a perder o objeto do desejo (a mãe) assim como o seu pênis. 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
Ele não consegue reconhecer que ao renunciar à mãe, está abrindo as portas para desejar outras 
mulheres. Ao reconhecer que há uma lei, poderia ter garantido para si o estatuto de sujeito desejante. 
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Duas concepções distintas sobre o termo perversão: 
 
1ª) Está ligada à estrutura básica da sexualidade infantil; 
2ª) Irá se reportar ao momento da Castração e do Complexo de Édipo, fortes componentes culturais na 
constituição do sujeito psíquico. 
 
Nas Teorias sexuais infantis (1908/1995) e na Análise de uma fobia de um menino de cinco anos 
(1909/1995), Freud destacaa recusa da criança em aceitar a natureza “não fálica” da mãe. 
Resulta em uma ideia fundamental à sua conceituação da perversão: 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
a recusa da criança, em aceitar a falta fálica na mãe, ocasiona a recusa da percepção da castração, que 
retorna à ideia da figura da mulher com o pênis, origem da fantasia da mulher fálica. (SEQUEIRA, 2009) 
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O que ocorre na estrutura perversa é a castração edipiana: o perverso não aceita ser submetido às leis 
paternas e, em consequência, às leis e normas sociais. (SEQUEIRA, 2009) 
A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
Lacan 
• Lacan (1957-58/1999) localizou a perversão como decorrente do momento em que a mãe é objeto 
de amor, tanto do menino, como da menina, na fase pré-edipiana; 
 
• Situação imaginária, na qual o filho satisfaz totalmente a mãe. A identificação pré-genital é fálica, 
relacionada diretamente ao falo materno; a criança está presa no desejo do outro e se insere na 
ilusão de ser ela o falo da mãe; 
 
• Há uma recusa em saber da diferença sexual; o fetiche é o símbolo que dribla, engana. Nessa 
recusa, o sujeito não se submete à lei paterna (simbólica), desafiando-a. Há uma insistência na 
transgressão que não anula a angústia da castração. 
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A função diagnóstica – neurose, psicose e perversão 
O perverso recusa a castração em forma de ato: transgredindo a lei, ele descumpre o pacto edípico. 
 
A diferença entre perversão e psicose está nos conflitos e nas contradições decorrentes da castração. 
• o psicótico tende a substituir a realidade, enfatizando a negação da castração; 
• já o perverso unifica, simultaneamente, a negação da castração e seu reconhecimento através do 
fetiche ou outros substitutos 
 
Freud aborda três aspectos do estudo sobre as perversões: 
• como resíduo da sexualidade infantil, ligada à fixação em certas zonas erógenas; 
• como negativo das neuroses; 
• como um estágio evolutivo normal. 
Exemplo: Leonardo da Vinci e uma lembrança de sua infância, no qual ele aborda aspectos referentes à 
psicossexualidade e à criatividade artística desse genial artista e sua homossexualidade, que Freud situa 
na primeira relação com sua mãe, desde a amamentação, o que vem a determinar uma identificação do 
menino com a mãe, tudo marcando o início da sua segunda teoria sobre as perversões. 
AULA 11: A FUNÇÃO DIAGNÓSTICA – NEUROSE, PSICOSE E PERVERSÃO 
Clínica Psicanalítica 
AVANCE PARA FINALIZAR 
A APRESENTAÇÃO. 
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? 
 
 
Estruturas clínicas e direção do 
tratamento; 
Os tipos clínicos da neurose 
(neurose obsessiva e histeria).

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