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1 DIREITO TRIBUTÁRIO SERGIO XAVIER “O que a literatura faz é o mesmo que acender um fósforo no campo no meio da noite. Um fósforo não ilumina quase nada, mas nos permite ver quanta escuridão existe ao redor.” William Faulkner 2 DIREITO TRIBUTÁRIO “Sabe, não consigo meter na cabeça como alguém pode dizer: “Sou fraco” e continuar assim. Afinal, se reconhece a fraqueza por que não luta contra ela, por que não treina o caráter?” Anne Frank Direito tributário é o ramo, didaticamente autônomo, do Direito que estuda as relações jurídicas entre o Estado e o Contribuinte, referentes à instituição, fiscalização e arrecadação de tributos. 1. Receitas do Estado O Estado necessita de recursos para cumprimento de seus objetivos, de sua missão, e por que não dizer, de seu dever. Todo ingresso de recursos nos cofres públicos é conceituado como receita pública. Esta deve resultar num efetivo acréscimo, de modo permanente, do patrimônio estatal, não sujeito à devolução ou correspondente baixa patrimonial. É comum dividir as receitas públicas em originárias e derivadas. 1.1. Receitas originárias: O Estado, abstraindo-se das prerrogativas do regime jurídico de direito público 1 , do seu poder de império, se assemelha ao particular para, explorando seu próprio patrimônio, obter receitas patrimoniais ou empresariais (ex: aluguel, doação, dividendo). 1.2. Receitas derivadas: O Estado, usando do seu poder de império, edita norma legal obrigando o particular a entregar valores aos cofres públicos. São receitas oriundas do patrimônio do particular (ex: tributo, multa, reparação de guerra). 2. Tributo: 2.1. Art. 3º CTN - definição 1O regime jurídico de direito público funda-se na soberania estatal, no princípio da legalidade e na supremacia do interesse público. 3 Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 2.2. Art. 4º CTN – Natureza jurídica específica do tributo A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei, assim como a destinação legal do produto da sua arrecadação. 2.3. Tributos vinculados/não vinculados • Vinculados - São aqueles em que o Estado precisa realizar uma atividade específica relativamente ao contribuinte. Ex: Taxa, Contribuição de Melhoria, etc. • Não vinculados - São aqueles em que não é necessário que o Estado desempenhe qualquer atividade específica voltada para o contribuinte para legitimar a cobrança 2.4. Tributos em espécies 2.4.1. Teorias DUALISTA, BIPARTIDA, BIPARTITE TRIPARTIDA, TRICOTÔMICA, TRIPARTITE QUADRIPARTIDA TETRAPARTIDA, TRETAPARTITE PENTAPARTIDA, QUINQUIPARTIDA PENTAPARTIÇÃO Impostos Impostos Impostos Impostos Taxas Taxas Taxas Taxas Contribuição de Melhoria Contribuições Contribuição de Melhoria Empréstimos Compulsórios Empréstimos Compulsórios Contribuições Especiais Obs. O Supremo Tribunal Federal (STF) tem adotado a teoria da pentapartição. 2.4.2. Imposto (art. 145, I, CF) 4 Tributo cujo fato gerador é uma situação que independe de contraprestação estatal, relativamente ao contribuinte (art. 16 CTN). 2.4.2.1. Competência IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO Fundamento Nome sigla art. 153, I CF Imposto sobre Importação de produtos estrangeiros II art. 153, II CF Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados IE art. 153, III CF Imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza IR art. 153, IV CF Imposto sobre Produtos Industrializados IPI art. 153, V CF Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários IOF art. 153, VI CF Imposto sobre propriedade territorial rural ITR art. 153, VII CF Imposto sobre grandes fortunas IGF art. 154, I CF Imposto residual IRes art. 154, II CF Imposto extraordinário de guerra IGE IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DOS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL Fundamento Nome sigla art. 155, I CF Imposto sobre a transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos ITCMD art. 155, II CF Imposto sobre as operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior ICMS art. 155, III CF Imposto sobre a propriedade de veículos automotores IPVA IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS Fundamento Nome sigla art. 156, I CF Imposto sobre a propriedade predial e territorial IPTU 5 urbana art. 156, II CF Imposto sobre a transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição ITBI art. 156, III CF Imposto sobre serviços de qualquer natureza ISS 2.4.2.2. Classificação dos impostos 1. Impostos diretos e indiretos Imposto direto é aquele em que a carga econômica é suportada pelo contribuinte (ex: IR, IPTU, IPVA, ITBI, etc...); Imposto indireto é aquele cujo ônus tributário repercute em terceira pessoa ((ICMS e IPI). 2. Impostos pessoais e reais Impostos pessoais são aqueles que levam em conta as condições particulares do contribuinte (ex: IR); Impostos reais são aqueles levam em consideração o próprio bem (Ex. IPVA, IPTU, etc) 3. impostos Fiscais e Extrafiscais Impostos fiscais são aqueles que possuem intuito estritamente arrecadatório (IR, ITBI, IPTU...). Impostos extrafiscais são aqueles que precipuamente possuem finalidades regulatória (ex: II, IE, IPI,...). 2.4.3. Taxa (art. 145, II, CF e 77 a 80, CTN) São tributos que têm como fato gerador uma atuação estatal específica relativamente ao contribuinte, constituindo-se em: 2.4.3.1. Taxa de polícia - Em razão do exercício regular do poder de polícia. 6 Ex. Taxa de alvará 2.4.3.2. Taxa de serviço – pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos, específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. Ex. taxa de incêndio, taxa de coleta de lixo domiciliar, de vistoria, etc. 2.4.4. Contribuição de melhoria (art.145, III, CF e arts. 81/82 CTN – DL 195/67) É tributo cobrado quando da realização de obra pública, da qual decorra, para os proprietários de imóveis adjacentes, valorização de sua propriedade. • Instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária. • Limites: valorização do imóvel e custo da obra. 2.4.5. Empréstimo compulsório (148 CF e 15 do CTN) • Instituído por Lei complementar. • O produto arrecadado fica vinculado à despesa que fundamentou a instituição. • Restituível. 2.4.5.1. Requisitos circunstanciais: • calamidade pública, guerra externa ou sua iminência; (é exceção ao princípio da anterioridade)• investimento público urgente e de relevante interesse nacional. (há que ser observado o princípio da anterioridade) 2.4.6. Contribuições Especiais ( 149 CF) Contrib Social (v. 195,CF) Contrib. p/ a Seguridade Social (art. 195/CF) Outras Contrib. p/ a Seg. Social art. 195,§4º/CF) Contrib. Soc. Gerais (arts. 212, § 5º e 240, CF) 7 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS Art. 149 e 149-A CF Contribuição de Intervenção no domínio Econômico - CIDE Contribuições Coorporativas (v. art. 8º , IV CF – art. 579/580CLT – súmula 666 STF) Contribuição para o Custeio de Iluminação Pública. (art. 149-A, CF) 3. Limitações ao poder de tributar 3.1. Princípios 3.1.1. Princípio da legalidade (art. 150, I CF) • instituir tributos só por meio de Lei. • para majorar, entretanto, há exceções: II, IE, IPI, IOF (art. 153, § 1º, CF), CIDE-combustíveis (art. 177, § 4º, I, b, CF) e ICMS-monofásico incidente sobre combustíveis definidos em Lei complementar (art. 155, § 4º, IV) 3.1.2. Princípio da isonomia (art. 150, III, a) 3.1.3. Princípio da irretroatividade (art. 150, III, a) 3.1.4. Princípio da anterioridade (art. 150, III, b) Exceções: II, IE, IPI, IOF (art. 153, I, II, IV, V - CF), Empréstimos Compulsórios (art. 148, I – CF), Imposto Extraordinário de Guerra (art. 154, II- CF), Contribuições para o Financiamento da Seguridade Social (art. 195, CF), ICMS monofásico sobre combustíveis (art. 155, § 4º, IV – CF) e CIDE combustível (art. 177, § 4º, I, “b” – CF). 3.1.5. Princípio da anterioridade nonagesimal (art.150, III,“c” e 195,§ 6º). Exceções: II, IE, IR, IOF (art. 153, I, II, III, V – CF), Empréstimos Compulsórios, art. 148, I – CF)), Imposto Extraordinário de Guerra (art. 154, II – CF), fixação da BC do IPVA e do IPTU. (art. 150, § 1º, CF). 3.1.6. Princípio do não confisco (art. 150, IV – CF) 3.1.7. Princípio da liberdade de tráfego (art. 150, V – CF) 3.2. Imunidade 8 São situações protegidas pelo texto constitucional, limitando competência tributária. Ex: 3.2.1. Art. 5º XXXIV, CF (taxa); 3.2.2 . Art. 195, § 7º - CF (Contribuições para a Seguridade Social); 3.2.3. Art. 150, VI 3.2.3.1. Imunidade recíproca – decorrente da forma federativa. A União, Estados e DF e Municípios não podem instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços uns dos outros. Obs. É extensiva às autarquias e às fundações públicas instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais. 3.2.3.2. Templos de qualquer culto. 3.2.3.3. Patrimônio, renda ou serviços dos Partidos políticos, Sindicatos dos trabalhadores e Instituições de Educação e Assistência Social. 3.2.3.4. Livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 3.2.3.5. fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 4. Competência Tributária 4.1. Capacidade tributária ativa É o poder de ser sujeito ativo (cobrar, fiscalizar) União, Estados, DF, Municípios. Obs: pode ser delegada. 4.2. Competência tributária É o poder de instituir tributos, conferido pela Constituição à União, Estados, DF e Municípios – é indelegável. (145 CF) 9 4.2.1. Competência tributária cumulativa (147/CF) União: Institui impostos Estaduais nos Territórios e impostos Municipais nos Territórios não divididos em municípios. DF: institui impostos Municipais 4.2.2. Competência residual Possibilidade de a União instituir um “novo” imposto (154,I) Respeita-se a anterioridade Instituído por lei complementar Inovação de FG e BC Não cumulativo. obs* competência residual para instituir novas contribuições para a Seguridade Social (art. 195, § 4º – obedecer 154, I) 4.2.3. Competência extraordinária - Art. 154, II • Na iminência ou no caso de guerra • Só a União pode exercer • Exceção à anterioridade • Não precisa de novo fg/bc e pode ser cumulativo • Provisório Quadro Resumo Competência Tributária ordinária residual extraordinária IPTU ITBI ISS ITCMD ICMS IPVA II IE IR IPI ITR IOF IGF Novos impostos Requisitos: -Lei complementar -Novos fatos FG e BC -Não cumulatividade Imposto extraordinário de guerra CF, art. 153 CF, art. 154, I CF, art. 154, II Municípios (CF, art. 156) Estados (CF, art. 155) União 10 5. Legislação Tributária Conjunto de normas gerais e abstratas que verse no todo ou em parte sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes CTN (art. 96) – rol exemplificativo Leis; Tratados e convenções Internacionais; Decretos (ato normativo expedido pelo chefe do Executivo) e Normas complementares*. Art. 100, CTN. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 5.1. Matérias sujeitas à reserva legal (art. 97, CTN): Instituir/extinguir tributos majorar/reduzir tributos definir fg, bc, alíquota e suj. Passivo cominar penalidade dispensa/redução de penalidade definir hipótese suspensão, exclusão e extinção do créd. Tributário Art. 97, CTN • § 1º. Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. • § 2º. Não constitui majoração de tributo a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. 5.2. Aplicação da Legislação Tributária 11 5.2.1. Regra (Art.105, CTN) – A legislação tributária se aplica imediatamente aos fatos geradores futuros. 5.2.2. Exceção: (art. 106, CTN) A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I – quando expressamente interpretativa II – tratando-se de ato não definitivamente julgado: • quando deixe de defini-lo como infração • quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão,... • quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática. 6. Obrigação Tributária (113, CTN) 6.1. Principal -surge com a ocorrência do FG, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 6.1.2. Acessória – decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou fiscalização de tributos. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA Espécies Modalidadeobrigacional objeto Principal De dar (dinheiro) Pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária Acessória De fazer (escriturar livros, declarações tributárias). Não fazer (não rasurar a escrituração, não receber mercadorias desacompanhadas dos documentos). Prestações positivas ou negativas de interesse da arrecadação ou fiscalização. 6.2. Fato Gerador 1. da obrigação principal - art. 114, CTN É a situação definida em lei como necessária e suficiente a 12 sua ocorrência. 2. da obrigação acessória – art. 115, CTN É qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 6.3. Princípio "pecunia non olet" CTN Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; II - dos efeitos dos atos efetivamente ocorridos. 6.4. Sujeitos da obrigação tributária 6.4.1 Sujeito Ativo ( 119, CTN) Pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. 6.4.2. Sujeito Passivo (121, CTN) Da obrigação principal (121, CTN) • pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e pode ser: Contribuinte – quando tenha relação pessoal e direta com fato gerador. Responsável – quando sem ser contribuinte, sua obrigação decorra de disposição de lei. 2- Da obrigação acessória (122, CTN) • pessoa obrigada às prestações que constituam seu objeto. 7. Solidariedade Passiva É a pluralidade de devedores que podem ser cobrados ao mesmo 13 tempo pela mesma dívida. * solidariedade não se presume decorre da lei ou do contrato. 7.1. São solidariamente obrigadas: (124, CTN) I – as pessoas que tenham interesses comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. II – As pessoas expressamente designadas por lei. 7.2. Efeitos da solidariedade; Não há benefício de ordem; O pagamento feito por um aproveita os demais; Isenção ou remissão aproveita todos, salvo se concedida individual. Interrupção da prescrição – opera efeitos contra todos mesmo que efetuada em relação a um deles. 8. Decadência e Prescrição 8.1. Decadência é o evento que retira da Fazenda Pública o direito de constituir o crédito tributário (é a perda do direito de lançar art. 173, CTN)). 8.2. Prescrição é o evento que retira da Fazenda Pública o direito de ação de cobrança do crédito tributário (art. 174). 9. Responsabilidade Tributária. 9.1. Dos Sucessores 9.1.1. Responsabilidade do adquirente de bens imóveis Art. 130 (CTN). Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a 14 prova de sua quitação. Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub- rogação ocorre sobre o respectivo preço. 9.1.2. Responsabilidade do adquirente ou remitente de bens móveis. Art. 131 (CTN) São pessoalmente responsáveis: I - O adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos. 9.1.3. Responsabilidade na sucessão causa mortis. Art. 131 (CTN) São pessoalmente responsáveis: II - O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo "de cujus" até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação; III - O espólio, pelos tributos devidos pelo "de cujus" até a data da abertura da sucessão. 9.1.4. Responsabilidade na sucessão empresarial Art. 133 (CTN) A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. 9.2. De terceiros; 134, CTN Art. 134 (CTN) Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: 15 os pais os tutores e curadores os administradores de bens de terceiros o inventariante o síndico e o comissário os tabeliães e demais serventuários de ofício os sócios 9.2.1. Por infrações. 136, CTN Art. 136 (CTN) Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. 9.2.2. Denúncia espontânea Art. 13 (CTN) A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 10. Crédito Tributário - Art. 139 CTN 10.1. Obrigação Tributária Nos termos do CTN, quando verificada concretamente situação definida em lei como fato gerador do tributo, nasce a obrigação tributária. 10.2. Crédito Tributário Nascida a obrigação, é necessário conferir certeza à obrigação. O procedimento oficial que declara formalmente a ocorrência do fato gerador, que define a alíquota e base de cálculo, para que se calcule o montante do tributo, bem como identifique o sujeito passivo, para que seja feita a cobrança do tributo, é o lançamento, que se encontra definido no art. 142, do CTN. 16 Art. 142 (CTN) Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 11. Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário. O principal efeito da constituição do crédito tributário é tornar líquida (valor), certa (existência) e exigível a obrigação existente. A exigibilidade impõe ao sujeito passivo o dever de adimplir a obrigação e, no caso de descumprimento, permite que a AdministraçãoTributária promova os atos executórios para o recebimento do devido. Entretanto, existem hipóteses em que a exigibilidade do crédito tributário fica suspensa, impossibilitando a promoção de atos de cobrança por parte do Fisco. Essas hipóteses estão disciplinadas no art. 151, do CTN. Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - moratória; II - o depósito do seu montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI – o parcelamento. 12. Extinção do Crédito Tributário. Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; 17 V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. 13. Exclusão do Crédito Tributário. Excluir o crédito tributário significa impedir a sua constituição. São situações em que há a ocorrência do fato gerador e o consequente nascimento da obrigação tributária, entretanto, não pode haver o lançamento, não surgindo assim o crédito tributário. Art. 175. Excluem o crédito tributário: I - a isenção; II - a anistia. Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente. 14 – GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (arts. 183 a 193, C TN) 14.1. GARANTIAS Garantias do crédito tributário são mecanismos estabelecidos em lei que tornam mais efetiva a atividade de cobrança da dívida fiscal. Trata-se de prerrogativas em prol da Fazenda Pública, criando meios pelos quais esta consiga mais facilmente penetrar no patrimônio do particular, evitando que o sujeito passivo venha a frustrar a cobrança. 14.1.1. exemplos 18 • Arrolamento de bens – Lei nº 9.532/97- arts. 64, 64-A • Medida Cautelar Fiscal – Lei nº 8.397/92 14.1.2 Nos termos do art. 184 do CTN, sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. Bens impenhoráveis - Lei nº 13.105/2015 (CPC) – art. 833 14.1.2 Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa (art. 185, CTN). 14.1.3. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. (art. 185-A, CTN). 14.1.3.1 – Prazo legal: O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução (…) - art. 8º da Lei 6.830/80. 14.1.4 A inalienabilidade consiste em qualidade jurídica da coisa que, por sua própria natureza ou em virtude de lei, de cláusula ou condição expressa ou de disposição testamentária, não pode ser legitimamente transferida do patrimônio de uma pessoa para o de outra, nem submetida a ônus reais (Pontes de Miranda). Já a indisponibilidade consiste numa limitação imposta ao titular do direito, retirando-lhe o poder de realizar eficazmente o negócio jurídico. 14.2 PREFERÊNCIAS 14.2.1 Preferências são mecanismos que outorgam ao crédito tributário a prioridade de pagamento em detrimento de créditos de outras naturezas, na hipótese de haver concurso de cobrança contra o sujeito passivo. 14.2.1.1 O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho (Art. 186., CTN) 19 14.2.2 Na falência (parágrafo único, CTN): 14.2.2.1 o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. 14.2.2.2 a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. 14.2.2.3 a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. Lei nº 11.101/05 – Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Créditos extraconcursais Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial, inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos de mútuo, serão considerados extraconcursais, em caso de decretação de falência, respeitada, no que couber, a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. Restituição Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição. Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada. Art. 83 VIII – créditos subordinados, a saber: a) os assim previstos em lei ou em contrato; b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício. 14.2.2.3 Créditos com garantia real/ créditos quirografários Créditos quirografários são aqueles que decorrem somente do simples encontro de vontade entre as partes, tendo como garantia a simples promessa do devedor de que, no vencimento, vai adimplir a obrigação. E se diferencia basicamente do crédito real, que tem um bem em garantia para o caso de inadimplência. 14.2.2.4 A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a 20 concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento (art. 187, CTN). 14.2.2.5 O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem (Parágrafo único, afrt. 187, CTN) I - União; II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;III - Municípios, conjuntamente e pró rata. 14.2.2.6 São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência (art. 188, CTN) 14.2.2.6. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento( art. 189, CTN). 14.2.2.7 São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação (Art. 190). QUESTÕES DE DIREITO TRIBUTÁRIO (OAB) EXAME XV Questão 25 O Fisco do estado “X” lavrou auto de infração contra a pessoa jurídica “Y” para cobrar ICMS sobre a remessa de mercadorias entre a matriz e a filial dessa empresa, ambas localizadas no referido estado. A empresa “Y” impetrou, então, mandado de segurança objetivando ver reconhecido seu direito líquido e certo ao não recolhimento do ICMS naquela operação. Pleiteou também medida liminar. Assinale a opção que pode, validamente, ser objeto do pedido de liminar formulado pela pessoa jurídica Y. A) Extinção do crédito tributário. B) Exclusão de crédito tributário. C) Constituição do crédito tributário. D) Suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Questão 26 O Art. 146, III, a, da Constituição Federal estabelece que lei complementar deve trazer a definição dos fatos geradores, da base de cálculo e dos contribuintes dos impostos 21 previstos na Constituição. Caso não exista lei complementar prevendo tais definições relativamente aos impostos estaduais, os estados A) não podem instituir e cobrar seus impostos, sob pena de violação do Art. 146 da Constituição. B) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que celebrem convênio para estabelecer normas gerais. C) podem instituir e cobrar seus impostos, pois possuem competência legislativa plena até que a lei complementar venha a ser editada. D) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que seja publicada Medida Provisória autorizando Questão 27 Um empresário consulta um escritório de advocacia sobre a possibilidade de a sociedade da qual é administrador participar de uma licitação, sendo certo que, para tal, terá que apresentar uma certidão demonstrando a inexistência de débitos fiscais com o governo federal. Ele informa que a sociedade foi autuada pelo não recolhimento do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR), e a defesa administrativa, apresentada no prazo, ainda não foi apreciada pelo órgão competente. Considerando apenas os dados apresentados, afirmar que a sociedade A) não poderá participar da licitação, pela existência de crédito tributário vencido e não pago. B) poderá participar da licitação, pois o crédito tributário está com a exigibilidade suspensa. C) poderá participar da licitação somente após a defesa administrativa ser analisada. D) somente poderá participar da licitação se depositar o valor do crédito tributário. Questão 28 Em dezembro de 2006, foi publicada a Lei Complementar nº 123, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, e criou novo regime de tributação simplificada, abrangendo, além dos impostos e contribuições federais, o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviço Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), bem como o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. A) A referida lei é inconstitucional, pois é vedada à União instituir benefício fiscal de tributo de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. B) O regime de tributação simplificada é obrigatório a todos os contribuintes que cumpram os requisitos previstos na referida lei complementar. C) A referida lei é inconstitucional, no que se refere ao ICMS, pois institui benefício fiscal do imposto sem a competente autorização por meio de convênio do Conselho 22 Nacional de Política Fazendária – CONFAZ. D) Segundo a Constituição Federal, a fiscalização do cumprimento das obrigações principais e acessórias do regime único de arrecadação poderá ser compartilhada pelos entes da Federação Respostas D C B D EXAME XVI Questão 25 A União concedeu isenção, pelo prazo de cinco anos, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para as indústrias de veículos automotores terrestres que cumprissem determinadas condições. Sobre a isenção tributária, é possível afirmar que A) as indústrias de aviação podem requerer a benefício, pois a norma que concede isenção deve ser interpretada extensivamente. B) a União poderá, a qualquer tempo, revogar ou modificar a isenção concedida. C) a isenção da Cofins pode ser concedida mediante decreto, desde que a norma seja específica. D) as indústrias de veículos automotores terrestres não estão dispensadas do cumprimento das obrigações acessórias, pois elas são independentes da existência da obrigação principal. Questão 26 Determinado contribuinte verificou a existência de débitos vencidos de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e da taxa de coleta de lixo com o Município M. Os dois tributos são relativos ao ano-calendário de 2012 e se referem ao imóvel onde reside. O contribuinte pagou ao Município M montante insuficiente para a quitação de ambos os tributos. Diante de tais débitos, a autoridade administrativa municipal que recebeu o pagamento A) determinará, primeiramente, a imputação do pagamento à taxa e, posteriormente, ao imposto. B) determinará o pagamento na ordem decrescente dos prazos prescricionais. C) determinará o pagamento na ordem crescente dos montantes. D) determinará, primeiramente, a imputação do pagamento ao imposto e, posteriormente, à taxa. Questão 27 Uma obrigação tributária referente ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) teve seu fato gerador ocorrido em 1º de junho de 2012. O débito foi objeto de lançamento em 21 de janeiro de 2014. A inscrição em dívida ativa ocorreu em 02 de junho de 2014. A execução fiscal foi ajuizada em 21 de outubro de 2014 e, em 02 23 de março de 2015, o juiz proferiu despacho citatório nos autos da execução fiscal. Considerando que o contribuinte devedor alienou todos os seus bens sem reservar montante suficiente para o pagamento do tributo devido, assinale a opção que indica o marco temporal, segundo o CTN, caracterizador da fraude à execução fiscal, em termos de data de alienação. A) 21 de janeiro de 2014 B) 02 de junho de 2014 C) 02 de março de 2015 D) 21 de outubro de 2014 Questão 28 Em 2007, a pessoa jurídica Y recebeu notificação para pagamento de débitos de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). Em 2014, diante da constatação de que a contribuinte não havia apresentado qualquer impugnação e nem realizado o pagamento, o Município X ajuizou execução fiscal para a cobrança destes créditos. Considerando os fatos narrados e as disposições da Lei nº 6.830/80, o juiz, ao analisar a inicial da execução fiscal proposta pelo Fisco, A) poderá, de ofício, reconhecer e decretar a prescrição somente depois de ouvida a Fazenda Pública. B) poderá, de ofício, reconhecer e decretar a prescrição somente depois de ouvida a Fazenda Pública e a contribuinte. C) poderá decretar a prescrição de ofício, independentementeda prévia oitiva da Fazenda Pública. D) só poderá decretar a prescrição se esta vier a ser suscitada pela contribuinte. Respostas D A B C EXAME XVII Questão 25 Após ser intimada da lavratura de um auto de infração visando à cobrança da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) dos últimos cinco anos, a pessoa jurídica XYZ Participações Ltda. verificou que o tributo não era devido e ofereceu impugnação ao auto de infração. Como irá participar de uma licitação, a pessoa jurídica em questão irá precisar de certidão de regularidade fiscal – no caso, Certidão Positiva de Débito com Efeito de Negativa (CPD-EN). Na hipótese, considerando que o contribuinte não possui outros débitos, assinale a afirmativa correta. A) A impugnação ao auto de infração exclui o crédito tributário, sendo possível a emissão da CPD-EN. B) A impugnação ao auto de infração, sem o pagamento do crédito, impede a emissão da 24 CPD-EN. C) A pessoa jurídica XYZ Participações Ltda. somente terá direito à CPD-EN caso realize o depósito do montante integral. D) A impugnação ao auto de infração suspende a exigibilidade do crédito, sendo possível a emissão da CPD-EN. Questão 26 A União ajuizou execução fiscal em face da pessoa jurídica XYZ Ltda., devedora de tributos federais. No curso da execução fiscal, a falência da pessoa jurídica foi decretada. Após requerimento da União, deferido pelo Juízo, Francisco, sócio da pessoa jurídica XYZ Ltda., é incluído no polo passivo da execução fiscal, em razão da decretação de falência. Sobre a hipótese, é possível afirmar que A) a decretação de falência autoriza o redirecionamento da execução fiscal para Francisco, por ser considerada hipótese de infração à lei, que enseja responsabilidade tributária. B) o fato de Francisco ser sócio da XYZ Ltda. acarreta, por si só, responsabilidade pessoal pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias da pessoa jurídica. C) Francisco não poderia ser incluído no polo passivo, ainda que fosse administrador da XYZ Ltda. e tivesse encerrado ilegalmente as atividades da pessoa jurídica. D) Francisco não poderia, unicamente em razão da decretação de falência de XYZ Ltda., ser incluído no polo passivo da execução fiscal. Questão 27 A pessoa jurídica X foi contemplada com isenção do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) do imóvel utilizado para suas atividades comerciais. A referida isenção foi concedida pelo prazo de 5 (cinco) anos e sob a condição de que o imóvel seja utilizado para a produção de artesanato regional. Com base no caso apresentado, sobre a referida isenção assinale a opção correta. A) Poderá ser suprimida por lei, a qualquer tempo, ainda que o contribuinte atenda à condição de utilizar o imóvel para a produção de artesanato regional. B) Não poderá ser suprimida no prazo de 5 (cinco) anos, caso o contribuinte cumpra a condição de utilizar o imóvel para a produção de artesanato regional. C) Não poderá ser suprimida no prazo de 5 (cinco) anos, ainda que o contribuinte utilize o imóvel para a realização de atividades comerciais diversas da produção de artesanato regional. D) Poderá ser suprimida por decreto, a qualquer tempo, ainda que o contribuinte cumpra a condição de utilizar o imóvel para a produção de artesanato regional. Questão 28 Em 17/07/2014, o Tribunal de Justiça do Estado X da Federação instituiu, por meio de 25 Provimento da Corregedoria Geral da Justiça, as custas judiciais e os emolumentos cartorários vigentes a partir da data da publicação. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. A) As custas judiciais e os emolumentos cartorários têm natureza jurídica de preço público e, portanto, não estão sujeitos às limitações constitucionais ao poder de tributar. B) As custas judiciais e os emolumentos cartorários têm natureza jurídica de taxa de serviço. Sendo assim, o provimento da Corregedoria Geral viola os princípios da legalidade, da anterioridade de exercício e nonagesimal. C) As custas judiciais e os emolumentos cartorários têm natureza jurídica de contribuição social. Sendo assim, o provimento da Corregedoria Geral viola os princípios da legalidade, da anterioridade de exercício e nonagesimal. D) As custas judiciais e os emolumentos cartorários têm natureza jurídica de taxa de poder de polícia. Sendo assim, o provimento da Corregedoria Geral viola os princípios da legalidade e da anterioridade de exercício. Respostas D D B B EXAME XVIII Questão 25 A União instituiu determinado tributo federal e conferiu a uma autarquia as tarefas de fiscalizá-lo e arrecadá-lo. Tendo em vista a situação narrada, assinale a opção correta. A) A capacidade tributária ativa (realizar atos de fiscalização e arrecadação) é delegável. B) Trata-se de caso de delegação da competência tributária da União. C) Não é possível que a União revogue, a qualquer tempo e por ato unilateral, a atribuição que conferiu a tal autarquia. D) Em eventual discussão judicial proposta por um contribuinte do tributo, a autarquia não terá prazo em dobro para recorrer. Questão 26 Antônio, prestador de serviço de manutenção e reparo de instrumentos musicais, sujeito à incidência do Imposto Sobre Serviços (ISS), deixou de recolher o tributo incidente sobre fato gerador consumado em janeiro de 2013 (quando a alíquota do ISS era de 5% sobre o total auferido pelos serviços prestados e a multa pelo inadimplemento do tributo era de 25% sobre o ISS devido e não recolhido). Em 30 de agosto de 2013, o Município credor aprovou lei que: (a) reduziu para 2% a alíquota do ISS sobre a atividade de manutenção e reparo de instrumentos musicais; e (b) reduziu a multa pelo inadimplemento do imposto incidente nessa mesma atividade, 26 que passou a ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido. Em fevereiro de 2014, o Município X promoveu o lançamento do imposto, exigindo do contribuinte o montante de R$ 25.000,00 – sendo R$ 20.000,00 de imposto (5% sobre R$ 400.000,00, valor dos serviços prestados) e R$ 5.000,00 a título de multa pela falta de pagamento (25% do imposto devido). Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) O lançamento está correto em relação ao imposto e à multa. B) O lançamento está incorreto tanto em relação ao imposto (que deveria observar a nova alíquota de 2%) quanto em relação à multa (que deveria ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido). C) O lançamento está correto em relação à multa, mas incorreto em relação ao imposto (que deveria observar a nova alíquota de 2%). D) O lançamento está correto em relação ao imposto, mas incorreto em relação à multa (que deveria ser de 10% sobre o ISS devido e não recolhido). Questão 27 A Presidência da República, por meio do Decreto 123, de 1º de janeiro de 2015, aprovou novas alíquotas para o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), dentro das balizas fixadas na lei tributária, a saber: Cigarro – alíquota de 100% Vestuário – alíquota de 10% Macarrão – alíquota zero Sobre a hipótese, é possível afirmar que A) o referido decreto é inconstitucional, uma vez que viola o princípio da legalidade. B) o referido decreto é inconstitucional, uma vez que viola o princípio do não confisco. C) as alíquotas são diferenciadas em razão da progressividade do IPI. D) as alíquotas são diferenciadas em razão do princípio da seletividade do IPI. Questão 28 Prefeito de um determinado município resolveu conceder isenção de IPTU, por 10 (dez) anos, a proprietários de imóveis que sejam portadores de deficiência e que realizem investimento nas condições de acessibilidade de suas propriedades.Com base na situação apresentada, assinale a afirmativa correta. A) É possível que o município institua a isenção por meio de decreto. B) Tal isenção constitui caso de suspensão da exigibilidade daqueles créditos tributários. C) Somente por meio de lei específica municipal pode ser concedida isenção de IPTU. D) A isenção concedida em função de determinadas condições, como é o caso, pode ser 27 revogada a qualquer tempo. Respostas A D D C EXAME XIX Questão 25 João foi citado, em execução fiscal, para pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (“IPTU”) relativo ao imóvel em que reside e do qual é proprietário. Ocorre que o contribuinte pretende impugnar tal cobrança por meio de embargos à execução. Tendo em vista a disciplina da Lei nº 6.830/80, tais embargos poderão ser apresentados no prazo de 30 dias, contados a partir A) da juntada aos autos do mandado de penhora devidamente cumprido. B) da sua citação. C) da data da intimação da penhora. D) da propositura da execução fiscal. Questão 26 A pessoa jurídica Verdes Campos Ltda. realiza transporte de cargas entre os estados “X” e “Y” por meio de sua frota de 30 caminhões. Sobre a referida prestação de serviço de transporte, assinale a opção correta. A) Incide o ISS, de competência dos Municípios. B) Não incide qualquer imposto. C) Incide o ICMS, de competência dos Estados. D) Incide o IPVA, de competência dos Estados. Questão 27 A falência da sociedade XYZ ltda foi decretada em 5/6/2014. Nessa data, a pessoa jurídica já possuía dois imóveis hipotecados para garantia de dívidas diversas. A União tem créditos tributários a receber da sociedade, inscritos em dívida ativa em abril de 2013. Baseado nos fatos narrados, assinale a afirmativa correta. A) A União tem direito de preferência sobre todo e qualquer credor, porque o crédito tributário foi inscrito em dívida ativa antes da decretação da falência. B) A União tem direito de preferência sobre os credores com garantia real, pois o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição. C) A União tem de respeitar a preferência dos credores hipotecários, no limite do valor dos bens gravados. D) A União tem de respeitar a preferência dos credores hipotecários, no limite do valor das dívidas garantidas pelas hipotecas. Questão 28 28 O Estado X, visando aumentar a sua arrecadação, instituiu novo imposto, não previsto na Constituição Federal. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. A) O Estado X pode instituir imposto, mediante lei complementar, desde que previsto na Constituição Estadual. B) Para exercer a competência residual do Estado X, é necessária lei de iniciativa do Governador do Estado. C) O Estado X não pode instituir o imposto novo, tendo em vista que a competência residual para a instituição de novos impostos é somente da União. D) É vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a instituição de impostos não previstos na Constituição Federal. Respostas C C C C EXAME XX Questão 25 Determinado ente da Federação instituiu um tributo incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que preste serviço a empregador privado, ainda que sem vínculo empregatício, com o objetivo de financiar a seguridade social. Em sintonia com a CRFB/88, assinale a opção que indica o ente da federação competente para a instituição do tributo descrito e o nome do tributo em questão. A) Estados-membros e o Distrito Federal. Contribuição previdenciária. B) União. Contribuição social. C) União. Imposto sobre a renda. D) Todos os entes da Federação. Contribuições sociais. Questão 26 Fulano de Tal prometeu adquirir de uma autarquia federal um imóvel residencial urbano. O sinal e parte substancial do preço são pagos no momento da lavratura da escritura pública de promessa de compra e venda, que é prontamente registrada no Registro Geral de Imóveis (RGI) competente. O saldo do preço será pago em várias parcelas. Após o registro da promessa de compra e venda A) passa a incidir o IPTU, a ser pago pela autarquia. B) continua a não incidir o IPTU, por força da imunidade da autarquia (cujo nome continua vinculado ao imóvel no RGI, ainda que agora a autarquia figure como promitente vendedora). C) passa a incidir o IPTU, a ser pago solidariamente pela autarquia e por Fulano de Tal. D) passa a incidir o IPTU, a ser pago por Fulano de Tal, uma vez que registrada no RGI a promessa de compra e venda do imóvel. Questão 27 29 O Estado Alfa institui, por meio de lei complementar, uma taxa pela prestação de serviço público específico e divisível. Posteriormente a alíquota e a base de cálculo da taxa vêm a ser modificadas por meio de lei ordinária, que as mantém em patamares compatíveis com a natureza do tributo e do serviço público prestado. A lei ordinária em questão é A) integralmente inválida, pois lei ordinária não pode alterar lei complementar. B) parcialmente válida – apenas no que concerne à alteração da base de cálculo, pois a modificação da alíquota só seria possível por meio de lei complementar. C) parcialmente válida – apenas no que concerne à alteração da alíquota, pois a modificação da base de cálculo só seria possível por meio de lei complementar. D) integralmente válida, pois a matéria por ela disciplinada não é constitucionalmente reservada à lei complementar. Questão 28 Após verificar que realizou o pagamento indevido de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, determinado contribuinte requer administrativamente a restituição do valor recolhido. O órgão administrativo competente denega o pedido de restituição. Qual o prazo, bem como o marco inicial, para o contribuinte ajuizar ação anulatória da decisão administrativa que denega a restituição? A) 2 (dois) anos contados da notificação do contribuinte da decisão administrativa. B) 5 (cinco) anos contados da notificação do contribuinte da decisão administrativa. C) 5 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte ao fato gerador. D) 1 (um) ano contado da data do julgamento. Respostas B D D A EXAME XXI Questão 25 João deixou de pagar o Imposto de Importação sobre mercadoria trazida do exterior, sendo notificado pelo fisco federal. Ao receber a notificação, logo impugnou administrativamente a cobrança. Percebendo que seu recurso administrativo demoraria longo tempo para ser apreciado e querendo resolver a questão o mais rápido possível, propõe ação anulatória para discutir matéria idêntica àquela demandada administrativamente. Com base nesse relato, assinale a afirmativa correta. A) Haverá o sobrestamento da ação anulatória até que seja efetivamente apreciada a impugnação administrativa. B) A medida judicial será indeferida devido à utilização de recurso na esfera administrativa. C) A propositura de ação judicial sobre matéria idêntica àquela demandada na esfera 30 administrativa não constitui em desistência de tal esfera. D) A concomitância de defesa administrativa com medida judicial versando sobre matérias idênticas implica desistência do recurso administrativo interposto. Questão 26 Determinado Estado da Federação publicou, em julho de 2015, a Lei nº 123/2015, que majorou o valor das multas e das alíquotas de ICMS. Em fevereiro de 2016, em procedimento de fiscalização, aquele Estado constatou que determinado contribuinte, em operações realizadas em outubro de 2014, não recolheu o ICMS devido. Por conta disso, foi efetuado o lançamento tributáriocontra o contribuinte, exigindo-lhe o ICMS não pago e a multa decorrente do inadimplemento. O lançamento em questão só estará correto se A) as multas e alíquotas forem as previstas na Lei nº 123/2015. B) as alíquotas forem as previstas na Lei nº 123/2015 e as multas forem aquelas previstas na lei vigente ao tempo do fato gerador. C) as multas e as alíquotas forem as previstas na lei vigente ao tempo do fato gerador. D) as multas forem as previstas na Lei nº 123/2015 e as alíquotas forem aquelas previstas na lei vigente ao tempo do fato gerador. Questão 27 João, advogado tributarista, é procurado para orientar a empresa L a respeito do comportamento da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre matéria tributária. Como assistente de João, assinale a opção que veicula enunciado com efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. A) Na entrada de mercadoria importada do exterior é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro. B) Ainda quando alugado a terceiros, o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo Art. 150, inciso VI, alínea c, da CRFB/88, permanece imune ao IPTU, não importando a finalidade a que os aluguéis se destinem. C) A norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária está sujeita ao princípio da anterioridade. D) A exigência de depósito prévio, como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário, é constitucional. Questão 28 A Pessoa Jurídica ABC verificou que possuía débitos de Imposto sobre a Renda (“IRPJ”) e decidiu aderir ao parcelamento por necessitar de certidão de regularidade fiscal para participar de licitação. Após regular adesão ao parcelamento e diante da inexistência de quaisquer outros débitos, a contribuinte apresentou requerimento para emissão da certidão. Com base nessas informações, o Fisco deverá 31 A) deferir o pedido, já que o parcelamento é causa de extinção do crédito tributário. B) indeferir o pedido, pois a certidão somente poderá ser emitida após o pagamento integral do tributo em atraso. C) deferir o pedido, já que o parcelamento é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. D) deferir o pedido, já que o parcelamento é causa de exclusão do crédito tributário. Respostas D C A C EXAME XXII Questão 25 João e Pedro são, por lei, contribuintes obrigados solidariamente a pagar determinado tributo. Foi publicada lei que isenta os ex-combatentes do pagamento de tal tributo, sendo este o caso pessoal somente de João. Tendo em vista essa situação, assinale a afirmativa correta. A) Sendo um caso de isenção pessoal, a lei não exonera Pedro, que permanece obrigado a pagar o saldo remanescente, descontada a parcela isenta em favor de João. B) Pedro ficará totalmente exonerado do pagamento, aproveitando-se da isenção em favor de João. C) O imposto poderá ser cobrado de Pedro ou de João, pois a solidariedade afasta a isenção em favor deste. D) Pedro permanece obrigado a pagar integralmente o imposto, nada obstante a isenção em favor de João. Questão 26 O Município X instituiu taxa a ser cobrada, exclusivamente, sobre o serviço público de coleta, remoção e tratamento de lixo e resíduos provenientes de imóveis. A igreja ABC, com sede no Município X, foi notificada da cobrança da referida taxa. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) As Igrejas são imunes; portanto, não devem pagar a taxa instituída pelo Município X. B) A taxa é inconstitucional, pois não é específica e divisível. C) A taxa é inconstitucional, uma vez que os Municípios não são competentes para a instituição de taxas de serviço público. D) A taxa é constitucional e as Igrejas não são imunes. Questão 27 O Município Alfa realizou obras nas praças públicas de determinado bairro, incluindo iluminação e arborização. Tais obras acarretaram a valorização imobiliária de dezenas de residências daquela região. Em decorrência disso, o município instituiu contribuição de melhoria. Sobre a contribuição em questão, segundo o CTN, assinale a afirmativa correta. 32 A) É inválida, pois deveria ter sido instituída pelo Estado Beta, onde está localizado o Município Alfa. B) É válida, porque foi instituída para fazer face ao custo de obra pública da qual decorre a valorização imobiliária. C) É válida, mas poderia ter sido instituída independentemente da valorização dos imóveis dos contribuintes. D) É inválida, porque deveria ter, como limite individual, o valor global da despesa realizada pelo Poder Público na obra e não a valorização de cada imóvel. Questão 28 Por meio da Lei Ordinária nº 123, a União instituiu contribuição não cumulativa destinada a garantir a expansão da seguridade social, utilizando, para tanto, fato gerador e base de cálculo distintos dos discriminados na Constituição da República. A referida lei foi publicada em 1º de setembro de 2015, com entrada em vigor em 2 de janeiro de 2016, determinando o dia 1º de fevereiro do mesmo ano como data de pagamento. Por considerar indevida a contribuição criada pela União, a pessoa jurídica A, atuante no ramo de supermercados, não realizou o seu pagamento, razão pela qual, em 5 de julho de 2016, foi lavrado auto de infração para a sua cobrança. Considerando a situação em comento, assinale a opção que indica o argumento que poderá ser alegado pela contribuinte para impugnar a referida cobrança. A) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade nonagesimal. B) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade anual. C) A nova contribuição somente poderia ser instituída por meio de lei complementar. D) A Constituição da República veda a instituição de contribuições não cumulativas. Respostas A D B C EXAME XXIII Questão 22 O reitor de uma faculdade privada sem fins lucrativos (cujas receitas, inclusive seus eventuais superávits, são integralmente reinvestidas no estabelecimento de ensino) deseja saber se está correta a cobrança de impostos efetuada pelo fisco, que negou a pretendida imunidade tributária, sob o argumento de que a instituição de ensino privada auferia lucros. Na hipótese, sobre a atuação do fisco, assinale a afirmativa correta. A) O fisco agiu corretamente, pois a imunidade tributária apenas alcança instituições de ensino que não sejam superavitárias. B) O fisco agiu corretamente, pois a imunidade tributária apenas alcança instituições públicas de ensino. C) O fisco não agiu corretamente, pois não há impedimento à distribuição de lucro pelo estabelecimento de ensino imune. 33 D) O fisco não agiu corretamente, pois, para que seja concedida tal imunidade, a instituição não precisa ser deficitária, desde que o superávit seja revertido para suas finalidades. Questão 23 A massa falida X possui (i) débitos tributários vencidos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS; (ii) débitos decorrentes da legislação do trabalho, no valor de 30 salários mínimos; (iii) débitos com os sócios da massa falida X; e (iv) remuneração devida ao administrador da massa. Em tal quadro, assinale a afirmativa correta. A) O débito de natureza tributária será pago em primeiro lugar. B) O débito de natureza tributária será pago em segundo lugar. C) O débito de natureza tributária será pago em terceiro lugar. D) O débito de natureza tributária será pago em quarto lugar. Questão 24 O laboratório de análises clínicas X realizou a importação de equipamento eletrônico necessário para a realização de alguns exames.Por ocasião do desembaraço aduaneiro, foilhe exigido o pagamento de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), cuja base de cálculo correspondia a 150% do preço corrente do equipamento no mercado atacadista da praça do remetente, acrescido do Imposto de Importação (II), das taxas exigidas para a entrada do produto no país e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo laboratório. Sobre a exigência feita, assinale a afirmativa correta. A) É ilegal, pois, além dos acréscimos, a base de cálculo está sendo de 150% do preço corrente do equipamento no mercado atacadista da praça do remetente. B) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o montante correspondente ao imposto de importação. C) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o montante correspondente às taxas exigidas para a entrada do produto no país. D) É ilegal, pois a base de cálculo está incluindo o Questão 25 A pessoa jurídica XYZ, prestadora de serviços contábeis, é devedora de Imposto sobre a Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), além de multa moratória e punitiva, dos anos-calendário de 2014 e 2015. No ano de 2016, a pessoa jurídica XYZ foi incorporada pela pessoa jurídica ABC, também prestadora de serviços contábeis. Sobre a responsabilidade tributária da pessoa jurídica ABC, assinale a afirmativa correta. A) Ela é responsável apenas pelo IRPJ devido, não sendo responsável pelo pagamento das multas moratória e punitiva. B) Ela é responsável integral, tanto pelo pagamento do IRPJ devido quanto pelas multas 34 moratória e punitiva. C) Ela não é responsável pelo pagamento do IRPJ e das multas moratória e punitiva, uma vez que não praticou o fato gerador do tributo. D) Ela é responsável apenas pelo IRPJ e pela multa moratória, não sendo responsável pelo pagamento da multa punitiva. Questão 26 O Estado E publicou a Lei nº 123, instituindo anistia relativa às infrações cometidas em determinada região de seu território, em função de condições a ela peculiares. Diante desse fato, o contribuinte C apresentou requerimento para a concessão da anistia, comprovando o preenchimento das condições e o cumprimento dos requisitos previstos em lei. Efetivada a anistia por despacho da autoridade administrativa, verificou-se o descumprimento, por parte do contribuinte, das condições estabelecidas em lei, gerando a revogação da anistia de ofício. Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta. A) A anistia instituída pela Lei nº 123 é inviável, pois a anistia deve abranger todo o território da entidade tributante. B) Não é possível a revogação da anistia, pois o preenchimento das condições e o cumprimento dos requisitos previstos em lei, por parte do contribuinte, geram direito adquirido. C) A anistia instituída pela Lei nº 123 é inviável, pois a anistia somente pode ser concedida em caráter geral. D) É possível a revogação da anistia, pois o despacho da autoridade administrativa efetivando a anistia não gera direito adquirido. Respostas D C A B D
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