APS SALIM

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UNIVERSIDADE PAULISTA
UNIP – CHÁCARA SANTO ANTÔNIO II
CAMILA SOUSA DA SILVA – N32166-0
GABRIELA ARAÚJO FERREIRA – N264EG-3
LARISSA SANTANA SOUZA – D632DD-8
MATHEUS MAURÍCIO DA SILVA – N329ED-3
 NATÁLIA DA SILVA GONÇALVES – D69051-5 
ANÁLISE SITUAÇÃO PROBLEMA 
São Paulo
2018
CAMILA SOUSA DA SILVA – N32166-0
GABRIELA ARAÚJO FERREIRA – N264EG-3
LARISSA SANTANA SOUZA – D632DD-8
MATHEUS MAURÍCIO DA SILVA – N329ED-3
 NATÁLIA DA SILVA GONÇALVES – D69051-5 
ANÁLISE SITUAÇÃO PROBLEMA 
Trabalho apresentado como nota parcial APS referentes à disciplina “Psicologia Desenvolvimento Ciclo Vital”, relativo ao 1º semestre de 2018 do Curso de Psicologia da Universidade Paulista – UNIP – Chácara Santo Antônio II.
Professorª: Dra. Tatiana Nakabayashi
São Paulo
2018
INTRODUÇÃO
A criança na primeira infância (0 - 2 anos) tem o maior grau de Desenvolvimento dos aspectos físicos, é a fase em que ela começa a conhecer e interagir com o mundo, nesse ciclo o que mais chama a atenção da criança são brinquedos e objetos muito coloridos. Um recém-nascido tem habilidades físicas limitadas, e quando alcança os dois já possui autonomia física. As mudanças no cérebro do bebê resultam em mudanças nas habilidades sensoriais (visão, audição, paladar, olfato e tato) e também habilidades perceptuais que é o que o bebê com a informação obtida pelas habilidades sensoriais. É adquirido um conjunto de habilidades motoras gerais e finas, as habilidades motoras gerais permitem que o bebê se desloco no ambiente, enquanto as finas envolvem o manuseio das mãos. 
Durante o desenvolvimento neurológico, existem alterações no padrão de sono vigília da criança. Entre os primeiros seis meses avanços no desenvolvimento neurológico fazem com que os bebês se mantenham despertos por mais tempo enquanto recém-nascido ficam ativos por apenas 2 ou 3 horas por dia.
O Psicólogo Jean Piaget apresentou quatro conceitos centrais para compreender o desenvolvimento cognitivo infantil, sendo eles; estrutura cognitivas; assimilação; acomodação e equilibração. Ele relaciona a estrutura cognitiva com um armário que é composto por gavetas, que seriam esquemas mentais onde se internaliza novos elementos e serve também para interpretação do indivíduo com a realidade. Quando a criança conhece algo novo, ela tem o sentimento de perturbação e consegue adaptar o novo objeto a uma estrutura cognitiva ou criar uma nova, consequentemente o bebê passa de uma estrutura mental mais simples para uma estrutura mental mais completa que é aprimorada com o tempo.
De acordo com Piaget, o desenvolvimento cognitivo pode ser estruturado em quatro estágios, sendo eles; Estágio sensório-motor (0 a 2 anos), estágio pré-operatório (2 a 6 anos), estágio operatório-concreto (6 a 12 anos) e estágio operatório-formal (Acima de 12 anos).
O primeiro estágio é o Sensório-motor (0 a 2 anos) que é quando o bebê começa a se tornar capaz de organizar atividades em relação ao ambiente através de atividades motoras, nesta fase eles começam a descobrir o mundo através de tentativa e erro, nesse mesmo cenário os bebês começam a compreender simples ações causais e consequentemente apresentam comportamentos intencionais, um exemplo claro seria quando ele chora e a mãe em seguida vai pegá-lo, com essa atitude repetitiva da mãe, o bebê entende que sempre que ele chora terá atenção de sua mãe e começa a fazer com frequência tornando-se muitas vezes birra, Piaget destacou que os bebês são capazes de imitar ações de outras pessoas, começam também a ter uma evolução em sua linguagem.
No estágio pré-operatório (2 – 6 anos) a criança adquire a representação simbólica, ou seja, a capacidade de usar símbolos e representações mentais com significados. Um marco significativo ainda nessa fase é o aprimoramento da linguagem e também a demonstração do egocentrismo como uma de suas características, já que não consegue se colocar no lugar do outro.
Para Piaget, o estágio Operatório-Concreto (6 – 12 anos) é o momento em que a criança começa a executar problemas lógicos, se estiverem ligadas a realidade. Nesse momento ela adquire concentração, utiliza de forma eficiente a memória de longo e curto prazo. O desempenho escolar da criança se dá por suas experiências vivenciadas na segunda infância. Conforme Teoria do Desenvolvimento Psicossocial de Erik Erikson, a criança passa por algumas crises bem específicas, sendo ela na primeira infância (0 a 2 anos): Confiança X Desconfiança e Autonomia X Vergonha e dúvida. Na segunda infância (2 a 6 anos) essas crises se resumem em Iniciativa X Culpa e na terceira infância (6 a 12 anos) como Produtividade X Inferioridade. 
Na primeira crise (Confiança X Desconfiança) costuma ocorrer com o bebê até um ano de idade, o bebê e o cuidador desenvolve uma relação de apego e confiança, onde a criança depende totalmente de seus cuidadores. Na segunda crise (Autonomia X Vergonha e Dúvida) costuma ser com a criança de dois a três anos e ainda se situa na primeira infância, a criança passa a ter senso de mobilidade e autonomia física, onde ela passa a ter controle de suas necessidades que antes eram supridas pelo cuidador.
Durante a segunda infância a criança encontra-se na crise Iniciativa X Culpa que costuma ocorrer entre o terceiro e sexto ano, neste período os cuidadores não devem punir excessivamente, ou deixar a criança se aventurar demais, deve haver um equilíbrio e dessa forma estabelecer limites.
A quarta crise (produtividade X inferioridade) inicia se na terceira infância (6 a 12 anos). Durante esse período a criança necessita de aprovação e é esperado que ela encontre um equilíbrio entre se sentir competente mesmo obtendo alguns fracassos.
 Segundo a Teoria do Apego criada pelo psicanalista Jonh Bowlby, o relacionamento da criança com seus cuidadores influencia na qualidade do desenvolvimento social e na personalidade dela.
E também em seu modelo interno. O modelo interno inclui confiança ou desconfiança, expectativa e senso de segurança.
Um outro comportamento relacionado ao apego é a referência social, que é quando a criança tem o cuidador como uma referência, por exemplo, se a mãe sentir medo, a criança também. Esse comportamento ajuda a criança a aprender a controlar suas próprias emoções.
A qualidade do apego pode variar de acordo com o ambiente e das situações vividas, por exemplo, divórcio dos pais.
Na segunda infância (3 a 6 anos) as crianças se distanciam dos vínculos emocionais que possuem com seus cuidadores e se expõe ao contato com outras pessoas. 
Na terceira infância (6 a 12) é fase em que a criança ingressa na escola e passa a valorizar mais os amigos do que os cuidadores. 
Espera se que na terceira infância a criança já tenha desenvolvimento uma certa responsabilidade perante seu próprio comportamento, não precisando da supervisão dos cuidadores.
SITUAÇÃO PROBLEMA
Afim de receber orientações profissionais de como anunciar ao seu filho Salim a separação, Salomão e Romana vão a procura de ajuda. 
Ambos temem que Salim não aceite este momento, atualmente ele tem 8 anos.
Segundo os pais, aos 3 anos de idade Salim sempre buscava dormir com eles na cama, e por mais que Salomão e Romana não aceitassem no início, o filho vencia pela insistência.
Já aos 5 anos, Salim começou a frequentar a escola. Apesar de se sair bem em suas atividades diárias, na hora de ir embora ele armava uma confusão caso a pessoa que ele selecionava não fosse o buscar. 
Apesar do casal sempre dar tudo de bom e do melhor ao seu filho, eles temem que após a separação o padrão econômico de vida seja reduzido e não consigam atender às necessidades de Salim. 
Atualmente, Salim está no terceiro ano do ensino fundamental, mas a coordenação já notificou os seus pais, que ele deverá se dedicar mais ou correrá risco de ser retido, já que no ano anterior ele foi aprovado pelo conselho de classe, que considerou a situação de seus pais. 
Salim vem apresentandoproblemas em português e matemática, sofre com contas de divisão e multiplicação e ao falar em sala gagueja e troca algumas letras.
Possui amigos, mas nas brincadeiras ele que dita as regras. Quando algum colega de classe propõe algo diferente, ele afirma de que esta não é a forma correta e se recusa a brincar.
ANÁLISE DA SITUAÇÃO PROBLEMA
Podemos analisar o caso de Salim, que atualmente tem 8 anos de idade.
Ao longo de sua infância, não demonstra problema físico aparente, mas em relação ao seu desenvolvimento psicossocial, apresenta complicações.
Durante a segunda infância, aos 3 anos de idade, deixava sua cama para dormir com seus pais e por mais que eles não aceitassem, Salim vencia pela insistência.
Observamos que ele apresenta um comportamento negativo, já que ao manter-se no quarto dos pais, compromete a sua transição do sensório-motor para o pré-operatório e posteriormente poderá acarretar em um estado de dependência, assim se tornando incapaz de cuidar-se sozinho. 
Ao adentrar a segunda infância (3 à 6 anos), ocorre o desenvolvimento de suas capacidades motoras (grossas e finas) e das mentais (memória, inteligência, linguagem e aprendizado). 
Erikson afirma que neste estágio, a criança deve ter a capacidade de distinguir entre o que pode e não pode fazer. Neste período de vida, a criança identifica os papéis dos indivíduos, imita os adultos e participa de brincadeiras em grupos regidas por regras.
Neste período a criança deve começar a desenvolver sua autonomia, e para que isso ocorra de uma maneira saudável, ela deve se desvincular do laço de dependência de seus cuidadores. 
Caso não ocorra dessa maneira, a criança se tornará dependente e dificilmente conseguirá entender qual o seu papel social, pois ao ocupar a cama dos pais, ela passa a ocupar um papel subjetivo na família que não é o dela. Assim acarretando problemas futuros, como no âmbito escolar.
Nessa fase, a criança começa a desenvolver, compreender e lidar com seus sentimentos. O fato de Salim dormir com Salomão e Romana, acaba fazendo com que ele não vivencie algumas situações naturais neste período, como ficar sozinho em seu quarto ou dormir no escuro. Ele prefere o conforto e comodidade encontrado no quarto dos pais, e isso pode acabar impactando no desenvolvimento de seu self emocional, e o tornar alguém que ao invés de encarar seus conflitos, fique postergando tais responsabilidades.
Caso essa atitude não seja corrigida, além de prejudicar no desenvolvimento dos filhos, pode impactar diretamente no relacionamento do casal. Afinal, maridos e mulheres dormem juntos para estreitar e tornar mais íntima a sua relação, e dormindo com os pais a criança ocupa esse espaço.
Portanto, nestes momentos os pais devem estabelecer certos limites, apresentar tais regras por meio do diálogo e outros métodos saudáveis. Desta forma, a criança pode compreender e respeitar essas normas, e enxergar seus pais como aliados, pessoas presentes que podem o apoiar em momentos de difíceis. 
Devido à falta de regras, Salim não compreende seu papel familiar e não pondera suas emoções, como no momento em que grita com seus pais quando, por exemplo, sua mãe ia buscar Salim na escola sendo que ele havia decidiu que seria o pai, quem iria buscá-lo.
Apesar de Salim ter 8 anos de idade, ele se mostra incapaz de enxergar as coisas de outro ponto de vista, a não ser o próprio, em suas brincadeiras ele sempre dita as regras e não aceita sugestão de outras crianças. 
Seu desenvolvimento cognitivo, até os 5 anos de idade ocorre dentro do esperado. Porém aos 8 anos, Salim apresenta dificuldades no aprendizado de algumas matérias como português e matemática, correndo o risco de repetir de ano. 
Ele encontra-se no estágio em que Eriksson chamaria de: Produtividade x Inferioridade, e nesta fase o ego da criança está sensível. Portanto, deve-se trabalhar a confiança e autonomia desta criança. Caso haja um grau de exigência muito alto, a criança pode regredir e desenvolver um sentimento de inferioridade.
As dificuldades encontradas por Salim nas matérias de português e matemática, podem ser frutos de problemas nas fases pré-operatório e operatório-completo. 
Se estas adversidades não são superadas ainda na infância, podem impactar na vida escolar.
CONCLUSÃO
Pela observação dos aspectos analisados, podemos concluir que Salomão e Romana contribuíram para algumas complicações no desenvolvimento cognitivo e psicossocial de Salim. Já no desenvolvimento físico, ele está dentro do esperado na terceira-infância.
Ao querer sempre determinar as regras nas brincadeiras e contestar quando alguém propõe algo diferente, Salim demonstra problemas em seu desenvolvimento psicossocial. 
O fato de Salim apresentar dificuldade na resolução de problemas em português e matemática mostra a necessidade de um acompanhamento terapêutico para descobrir a raiz do problema, uma vez que, na idade de Salim, é esperado que a criança já seja capaz de resolver problemas de lógica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TRANSTORNO DE CONDUTA. Disponível em:<http://www.comportamentoinfantil.com/transtornos_tc.html> Acesso em: 07 de abril, 2018.
O CONTEXTO FAMILIAR E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL. Disponível em: <https://psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/o-contexto-familiar-e-o-desenvolvimento-infantil-consideracoes-sobre-o-complexo-de-edipo-a-aprendizagem-e-os-limites> Acesso em 07 de abril, 2018.
ERIKSON E A TEORIA PSICOSSOCIAL DO DESENVOLVIMENTO. Disponível em: <http://www.josesilveira.com/artigos/erikson.pdf> Acesso em 07 de abril, 2018.
A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DE ERIK ERIKSON. Disponível em: <http://psicoativo.com/2016/08/teoria-do-desenvolvimento-psicossocial-de-erik-erikson.html> Acesso em 07 de abril, 2018.
DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0Ap_4JdOyME&app=desktop> Acesso em 07 de abril, 2018.
Slides utilizados nas aulas de PDCV – Aula 02 a aula 05 disponíveis no Drive