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ESTUDO DIRIGIDO FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR

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ESTUDO DIRIGIDO FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR
1) Conceitos de:
a) Meio interno 
É o meio líquido em que vivem (estão banhados) os seres pluricelulares, onde são estabelecidas as relações de troca (absorção, excreção, secreção, interiorização do meio externo), é constituído, particularmente, pelos fluidos que circulam no corpo.
Exemplos: plasma sanguíneo, líquido intersticial.
b) Homeostasia
É o estado de equilíbrio dinâmico e constante do meio interno. Os diferentes sistemas do organismo garantem a homeostasia. Limitam as flutuações do meio interno. São utilizados mecanismos homeostáticos para garantir tal equilíbrio, como vasodilatação, sudorese, ventilação, etc. A homeostase se refere à habilidade do corpo de manter as condições internas relativamente estáveis - até mesmo quando ele está sujeito a mudanças externas. A temperatura corporal, volume de sangue e a frequência cardíaca são apenas alguns exemplos das centenas de características que o corpo regula para manter o equilíbrio homeostático. Esse equilíbrio interno é tão importante que praticamente todas as doenças podem ser ligadas a um desequilíbrio homeostático.
c) Variação fisiológica 
São as variações transitórias ou reversíveis de parâmetros do meio interno por mecanismos homeostáticos e/ou comportamentais.
d) Variação patológica 
São as variações não transitórias ou irreversíveis de parâmetros do meio interno.
e) Reostasia reativa
A reostasia reativa se refere àquelas alterações do nível de referência ocorridas como resposta a algum estímulo. Dessa forma ela ocorre apenas na dependência da presença do estímulo. O exemplo mais evidente de reostasia reativa é a febre.
f) Reostasia programada
A reostasia programada se refere àquelas alterações que são obrigatórias em certas fases do ciclo de vida. Podemos citar como exemplos a elevação da temperatura do corpo da mulher durante a fase lútea do ciclo menstrual, a redução do nível de CO2 (PCO2) alveolar em mulheres grávidas e o estado de consciência ao longo do ciclo de sono e vigília. Essas alterações programadas são essenciais por permitir o ajuste da fisiologia dos organismos a condições específicas que venham sendo seletivamente importantes ao longo da história evolutiva da espécie. Se essas condições se expressam de forma periódica, torna-se possível e adaptativamente vantajoso para o organismo ajustar sua fisiologia antecipadamente em relação a essas condições específicas.
2) Características do “meio interno” e sua composição.
O meio interno é constituído por cerca de 1/3 dos líquidos do corpo e ocupa os espaços por fora das células, é chamado de Líquido Extracelular (LEC). O LEC se movimenta continuamente por todo o corpo. É transportado rapidamente no sangue circulante e, em seguida, misturado entre o sangue e os líquidos teciduais por difusão através das membranas capilares. No LEC ficam os íons e nutrientes necessários às células, para a manutenção da vida celular. Portanto, todas as células partilham de um mesmo ambiente, o LEC, chamado Meio Interno.
3) Propriedade fundamental da membrana celular.
Essa capacidade da membrana em controlar a entrada e a saída de determinadas substâncias da célula, chama-se permeabilidade seletiva, sendo essa propriedade fundamental para manter intacta a composição química do interior da célula.
4) Relações de troca que a célula estabelece com o “meio interno”, através da membrana celular. Explicar resumidamente e de exemplo de suas ocorrências, respectivamente.
Os processos de troca entre a célula e o meio externo podem ser agrupadas em grupos:
Processos Passivos - ocorrem através da membrana plasmática, sem gasto de energia para a célula, de modo a igualar a concentração da célula com meio externo. São exemplos destes processos a difusão, difusão facilitada e osmose. Processos ativos - ocorrem através da membrana plasmática, com gasto de energia, mantendo a diferença de concentração entre a célula e o meio externo. Por exemplo, bomba de sódio e potássio.
5)Conceito de metabolismo, anabolismo e catabolismo.
Metabolismo: é o conjunto de reações químicas que ocorre na célula e que lhe permite manter-se viva, crescer e se dividir. O metabolismo só ocorre no interior das células e pode ser dividido em duas etapas: o catabolismo e anabolismo.
Anabolismo: é um conjunto de reações enzimáticas de síntese, onde moléculas simples dão origem a compostos orgânicos de peso molecular mais alto.
No processo há gasto de energia, que está armazenada na molécula de ATP.
Exemplo: Síntese de proteínas a partir dos aminoácidos.
Catabolismo: é um conjunto de reações enzimáticas de degradação, em que compostos orgânicos de alto peso molecular são convertidos em moléculas mais simples.
Neste processo, ocorre liberação de energia, sendo uma parte conservada em moléculas de alta energia (ATP) e a outra dissipada na forma de calor.
Exemplo: Quebra da glicose e de proteínas.
6)Funções básicas do sistema cardiovascular para a homeostasia. 
Transporte
- Transporte de moléculas como O2, CO2, resíduos metabólicos e hormônios. 
Regulação da temperatura corpórea
Regulação da temperatura o corporea
- Leva o fluxo de sangue dos vasos mais profundos (cutâneos) até os mais superficiais levando mais calor para a superfície para que esquentando provoque a transpiração
- Leva o fluxo de sangue dos vasos mais superficiais até os mais profundos para isolar contra o frio. 
- Quando fazemos exercícios físicos elevamos a temperatura e o sangue vai para a superfície para eliminar esse calor interno.
Proteção
Proteção contra:
- 1º mecanismo (coagulação): protege contra a perde excessiva de sangue (processo de coagulação)
- 2º mecanismo (imunológica): os glóbulos brancos nos protegem contra microrganismos e antígenos.
7)Função básica do coração no sistema cardiovascular para a homeostasia. 
Função de bomba: propulsionar o sangue para o corpo.
diástole: relaxamento: coração se enche de sangue
sístole: contração: coração se esvazia de sangue que vai para os outros órgãos. 
8) Trajeto do sangue ao longo do sistema cardiovascular (pequena e grande circulação).
Pequena circulação (pulmonar) 
- Sangue chega ao coração pelo átrio direito através das veias cavas superior e inferior, ele está pobre em O2 e rico em CO2. 
- Depois para o ventrículo direito onde é encaminhado para os pulmões pela artéria pulmonar, lá ele vai ser enriquecido de O2.
- A porção da artéria pulmonar que sai do ventrículo direito é chamado de tronco da artéria pulmonar que depois se ramifica em duas artérias que se encaminham uma para o lado direito e a outra para o lado esquerdo do pulmão.
- Quando chega aos pulmões o sangue deixa o gás CO2 nos alvéolos pulmonares que por consequência o enriquece de gás oxigênio, essas trocas gasosas são chamadas hematose (oxigenação do sangue nos pulmões).
- Depois o sangue volta para o coração, para o lado esquerdo através das veias pulmonares 
- De lá vai para o ventrículo esquerdo que contrai e “expulsa” o sangue para o resto do sangue através da artéria aorta. 
Lado esquerdo: sangue rico e O2 (cor vermelha) 
Lado direito: sangue pobre em O2 (cor azul)
Grande circulação (sistêmica)
- A partir da aorta e das suas ramificações o sangue vai sendo levado para o corpo, ela se ramifica em artérias menores que por sua vez se ramificam em capilares. 
- Os capilares sanguíneos são os vasos efetivos que chegam até as células dos tecidos deixando o O2 e recebendo CO2 e resíduos por difusão. 
- Depois desse processo os capilares vão aumentando de tamanho e se tornando veias maiores até se tornares as duas maiores veias do corpo, a Cava superior e inferior, que chegam ao átrio direito do coração. Reiniciando o ciclo. 
9) Reconhecimento dos átrios, ventrículos, artérias aorta, carótida, veias pulmonares e cavas, septos cardíacos, valvas e valvas cardíacas, músculos palpitantes e cordas tendíneas, óstio do seio coronariano, cardiomiócitos, células especializadas de marca-passo. 
- Átrios: é a cavidade do coraçãoque recebe o sangue venoso (pobre em oxigênio), proveniente da veia cava inferior e veia cava superior. Deságua no ventrículo direito, de quem é separado pela valva tricúspide.
- Ventrículos: Cavidade do coração, de paredes musculosas, e cujas contrações impulsionam o sangue para as artérias.
- Artérias: Conduto que leva o sangue do coração aos órgãos.
- Veias: vaso fino através do qual o sangue (venoso) retorna ao coração, movimentando-se no interior do corpo. 
- Septos cardíacos: O septo cardíaco é uma parede muscular que divide o lado direito do lado esquerdo do coração, impedindo que o sangue venoso (pobre em oxigênio) se misture com o sangue arterial (rico em oxigênio). O septo atrial separa o átrio direito do átrio esquerdo (as duas câmaras de cima do coração), enquanto o septo ventricular separa o ventrículo direito do esquerdo.
- Valvas: Se interpõem entre átrios e ventrículos bem como nas saídas das artérias aorta e artéria pulmonar. Elas permitem o fluxo de sangue em um único sentido não permitindo que este retorne fechando-se quando o gradiente pressórico se inverte. O que regula a abertura e fechamento das valvas são as pressões dentro das câmaras cardíacas.
- Músculos Papilares: são músculos que, relaxados, deixam frouxas as cordas tendíneas que abrem as valvas mitral (bicúspide) e a tricúspide e, contraídos, retesam as cordas tendíneas que fecham essas valvas. São encontrados no ventrículo esquerdo e direito do coração.
- Cordas tendíneas: são tendões que ligam cada cúspide das válvulas cardíacas aos músculos papilares nos ventrículos do coração, o que impede que as válvulas se invertam durante a contração ventricular.
- Óstio do seio coronariano: Orifício de desembocadura do seio coronário.
- Cardiomiócitos: São as células musculares que compõe o músculo cardíaco. Podem ser atriais e ventriculares. Principal característica citológica é sarcômeros bem definidos (ricas em miofilamentos contráteis de actina e miosina). Principal característica funcional é elevada capacidade contrátil;
- Células especializadas de marcapasso: produzem impulsos rítmicos e controlam o ritmo cardíaco, ou seja, iniciam o batimento cardíaco e determinam a frequência, ou o passo do coração. No coração normal, as células marcapasso que se despolarizam mais rapidamente estão localizadas no nodo sinoatrial (SA) este nodo está na parede atrial direita. Alta contratibilidade e automatismo (propriedade eletrofisiológica). Principal característica citológica é sarcômeros pouco definidos (pobres em miofilamentos contráteis de actina e miosina). Principal característica funcional é possuir baixa atividade contrátil.
10)Conceitos e implicações fisiológicas dos parâmetros cardíacos:
a) FC: Frequência cardíaca: parâmetro direto; número de batimentos realizados em um intervalo de tempo (bat/min).
b) DS: Débito sistólico: volume de sangue ejetado pelo ventrículo a cada batimento.
c) DC: Débito cardíaco (DC): volume de sangue que sai do coração (ventrículos) ejetado na sua respectiva artéria por minuto.
d) RV: Retorno venoso: volume de sangue que chega ao coração (átrios) pelas veias por minuto.
e) VDF: volume do coração imediatamente após a diástole. 
f) VSF (significado funcional): volume do coração imediatamente após a sístole.
g) Fração de ejeção: porcentagem do volume diastólico final que é ejetado pelo coração (ventrículos) na sua respectiva artéria principal durante a sístole ventricular. Valor normal de 0,5 (50%). Fej = DS/VDF
h) Índice cardíaco: É a quantidade de sangue que será bombeado pelo coração em uma contração. Ele é uma parte da equação do débito cardíaco.
i) Pré carga: É a força ou carga exercida no miocárdio no final da diástole (estiramento das fibras). Pode dizer que se refere a quantidade de volume sanguíneo no ventrículo no final da diástole. 
j) Pós-carga: A pós-carga se refere a resistência, impedância ou pressão que os ventrículos têm que exercer para ejetar seu volume sanguíneo. Ela é determinada por vários fatores:
- Volume e massa do sangue ejetado.
- Tamanho e espessura das paredes dos ventrículos.
- Impedância dos vasos
k) FC intrínseca: Ao receber maior volume de sangue proveniente do retorno venoso, as fibras musculares cardíacas se tornam mais distendidas devido ao maior enchimento de suas câmaras. Isso faz com que, ao se contraírem durante a sístole, o fazem com uma maior força. Uma maior força de contração, consequentemente, aumenta o volume de sangue ejetado a cada sístole (Volume Sistólico). Aumentando o volume sistólico aumenta também, como consequência, o Débito Cardíaco (DC = VS x FC).
l) VO2MAX: É a capacidade máxima do corpo de um indivíduo de transportar e metabolizar oxigênio durante um exercício físico incremental — tipicamente feito em uma esteira ergométrica — sendo a variável fisiológica que melhor reflete a capacidade aeróbica de um indivíduo.
m) FC máxima predita: representa o maior valor da FC no teste de esforço físico máximo. É utilizada em profusão nos programas de condicionamento físico, de reabilitação cardíaca e metabólica. No entanto, a incompatibilidade entre a FCM predita e a obtida interfere diretamente na prescrição do exercício físico. 
n) HbO2: Oxiemoglobina. Nos alvéolos pulmonares dos mamíferos a pressão parcial do O2 é alta, enquanto nos tecidos é baixa. Quando o ar penetra nos alvéolos pulmonares o O2 é absorvido pelas hemácias e combina-se com a hemoglobina, formando oxiemoglobina (HbO2). Dessa forma, o sangue venoso transforma-se em sangue arterial. Essa transformação é chamada de hematose.
p) HbCO: Carboxiemoglobina. A hemoglobina tem afinidade por outras substâncias, especialmente o monóxido de carbono (CO). Nesse caso, forma-se um composto estável (a carboxiemoglobina - HbCO) que impede a combinação do oxigênio com a hemoglobina e o seu transporte pelo sangue, podendo provocar a morte por falta de oxigenação.
 
q) Diferença arteriovenosa de oxigênio: é um parâmetro fisiológico que também influencia o aumento do VO2máx
r) Principio de Fick para estimativa do DC: tudo o que for captado pelo sangue ou nele secretado, medido por unidade de tempo, uma vez multiplicado pelo fluxo local no tecido, medimos o consumo dessa substância num dado tecido. F (fluxo) = VO2 (consumo de O2) /diferença arteriovenosa.
11) Fatores determinantes do DC. Numerar e explicar.
Débito sistólico (contratibilidade);
Frequência cardíaca (ritmicidade);
Retorno venoso;
Demanda metabólica;
Diferença de pressão.
12) Fatores reguladores do DC. Enumerar e explicar.
Regulação neural: controle autonômico a partir do simpático, que com a noradrenalina aumenta a fc e o DS aumentando então o DC, e do parassimpático, que com a acetilcolina diminui a fc não alterando o DS e então diminuindo o DC;
Regulação hormonal/humoral/endócrina: catecolaminas, ou seja, adrenalina e noradrenalina;
Regulação metabólica: aumento da pressão de CO2 leva ao aumento da concentração plasmática de CO2; diminuição da pressão de O2 leva à diminuição da concentração plasmática de O2; a diminuição do pH leva ao aumento da concentração plasmática de H+; aumento da adenosina plasmática; alterações nas concentrações plasmáticas de Ca2+ e K+;
Regulação mecânica: hipertrofia eutrófica é a padrão, em que DC = DS x fc; hipertrofia concêntrica é o espessamento/aumento da massa muscular cardíaca, em que a DS tende a diminuir e, consequentemente, a fc aumenta; hipertrofia excêntrica é a diminuição da massa muscular cardíaca, em que a DS tende a aumentar e, consequentemente, a fc diminui. O coração hipertrófico excêntrico é mais eficiente mecanicamente.
Regulação heterométrica: lei de Frank-Starling (lei do coração). A diástole ocorre na despolarização. Estabelece relação entre o grau de enchimento do coração (RV), grau de estiramento e tensão contrátil (Tensão total = Tpassiva + Tativa).
13) Interpretar, alça volume pressão do coração e como se altera sob á atividade do SNA.
14) Mecanismo de Frank-Starling.
É um conceitoda cardiologia, para se referir a capacidade do coração de se adaptar a variações do volume sanguíneo modificando sua contratilidade. Assim, quando entra mais sangue (maior pré-carga) aumenta a força de contração e a quantidade de sangue bombeada para a aorta e quando entra menos sangue (menor pré-carga) sai menos sangue.  
Os limites desse aumento ou diminuição são proporcionais ao tamanho dos sarcômeros do ventrículo e ao número de pontes cruzadas entre os filamentos de actina e miosina no fim da fase de dilatação, calculável pelo volume do fim de diástole. A maior sensibilidade da Troponina C aos íons de Cálcio aumenta a contração do sarcômero, e consequentemente de todo o músculo cardíaco expulsando mais sangue.
Regulação heterométrica: lei de Frank-Starling (lei do coração). A diástole ocorre na despolarização. Estabelece relação entre o grau de enchimento do coração (RV), grau de estiramento e tensão contrátil (Tensão total = Tpassiva + Tativa).
15) Características fito -fisiológicas dos cardiomiócitos e das células especializadas marca-passo.
Células do miocárdio comum (cardiomiócitos): Principal característica citológica é sarcômeros bem definidos (ricas em miofilamentos contráteis de actina e miosina). Principal característica funcional é elevada capacidade contrátil;
Células especializadas de marca passo (tecido nodal): alta contratibilidade e automatismo (propriedade eletrofisiológica). Principal característica citológica é sarcômeros pouco definidos (pobres em miofilamentos contráteis de actina e miosina). Principal característica funcional é possuir baixa atividade contrátil.
16) (sistema) Circuito de condução elétrica do coração. Localização anatômica dos marca-passos primários e secundários do coração e características funcionais. 
17) Conceito de gradiente eletroquímico, significado fisiológico Eq. Nernst e GHK. 
Equação de Nernst: relacionada ao gradiente elétrico. Variação para neutralização através do gradiente de concentração e permeabilidade de cada íon. Em = 61 x log [ext]/[int].
Obs.: o potencial de membrana de repouso se estabelece quando a membrana possuir energia suficiente para neutralizar ou equalizar a tendência de saída do K+ pela tendência de entrada do Na+.
18) Gráficos representativos do potencial de ação nos cariomiócitos e nas células especializadas de marca-passo.
19) Bases iônicas do potencial de membrana de repouso e do potencial de ação nos cardiomiócitos e nas células especializadas de marca-passo (tecido nodal), importância dos transportes passivos e ativos na gênese desses potenciais, valores e concentrações aproximadas dos principais íons de sistema dentro e fora dessas células e consequências do aumento e diminuição de cada um deles, no compartimento extracelular. 
20) Principais eventos iônicos que caracterizam as diferentes fases do potencial de ação nos cardiomiócitos e nas células especializadas. Conceitos de potencial de ultrapassagem, períodos refratários absolutos e relativos. 
21) Regulação da frequência cardíaca. Fatores que alteram a frequência de geração espontânea de potenciais de ação nas células de marca-passo.
22) Conceitos de Limiar de excitabilidade (voltagem limiar).
23) Características dos estímulos de intensidade sublimiar, limiar e supralimiar.
Estímulo sublimiar: É aquele que não alcança o limiar de despolarização.
Estímulo limiar: É aquele que alcança o limiar de despolarização.
Estímulo supralimiar: É aquele que ultrapassa o limiar de despolarização.
• Estímulos do tipo limiar e supralimiar geram impulsos nervosos de mesma intensidade.
• Limiar de despolarização é um nível de despolarização capaz de gerar um impulso nervoso que é conduzido pelo axônio até o SNC.
24) Conceitos de retardo fisiológico, causas e sua importância funcional para atividade bombeadora do coração. 
25) Participação do cálcio no processo de contração das células musculares cardíaco, retículo sarcoplasmático, túbulos Ts, cisternas terminais, etc.
Para que ocorra a contração muscular o sistema depende da disponibilidade dos íons cálcio e o relaxamento muscular depende da ausência ou diminuição deste íon. O retículo sarcoplasmático é quem regula o fluxo de íons cálcio, para a realização dos ciclos de contração muscular.
A despolarização do retículo libera os íons cálcios de forma passiva até os filamentos finos e grossos dos músculos, ocasionando a contração muscular. A polarização deste retículo transporta os íons cálcio de volta às cisternas, parando a atividade contrátil do músculo.
Podemos dizer que a contração muscular acontece quando ocorre a interação da actina e a miosina, que são proteínas contráteis dos músculos. Essa interação ocorre na presença de cálcio intracelular e energia. A energia necessária para a contração muscular vem da hidrólise do ATP. Já a disponibilidade de cálcio vem da liberação deste íon do retículo sarcoplasmático, quando despolarizado.
O cálcio possui a importante função de expor um sítio de ligação da miosina na proteína actina. Como podemos verificar o cálcio é fundamental para que ocorram as contrações musculares, sem este íon não ocorrerá contração e a musculatura sempre estará no estado de relaxamento.
26) Natureza sincicial funcional do músculo cardíaco, microestrutura determinantes, “lei do tudo ou nada”.
A lei do tudo ou nada explica que um neurônio só consegue gerar um impulso nervoso se a intensidade do estímulo for igual ou acima de um limiar de despolarização, fazendo com que a sua membrana seja despolarizada e repolarizada. 
27) Propriedades fundamentais do miocárdio, reconhece-las, conceito e como se modificam. 
Propriedades fundamentais do miocárdio, três de natureza eletrofisiológica - automatismo, condutibilidade e excitabilidade, e duas de natureza mecânica - contratilidade e relaxamento.
Automatismo (Cronotropismo) – É a capacidade de o coração gerar seus próprios estímulos elétricos, independentemente de influências extrínsecas ao órgão. Pode ser modificado por diversos fatores, adaptando a frequência de contração do coração as necessidades fisiológicas ou alterando-se em situações patológicas. Os fatores são: a atividade do sistema nervoso autônomo, os íons plasmáticos, a temperatura e a irrigação coronariana. Os estímulos responsáveis pela excitação automática do miocárdio podem nascer em qualquer parte do coração. Certas regiões (zonas de marcapasso), no entanto, possuem a capacidade de gerar estímulos de forma especial, fazendo-o com uma frequência própria e mais elevada que aquela das demais regiões do coração, devido à sua diferenciação morfo-funcional e consequente peculiaridade eletrofisiológica (tecido nodal). A zona de automatismo que possui a freqüência de descarga mais rápida comanda a ativação elétrica cardíaca, submetendo a excitação de todo o coração ao seu próprio ritmo, pelo que é denominada de marca-passo do coração, representado pelo nodo sinusal.
Condutibilidade (Dromotropismo) – é a condução do processo de ativação elétrica por todo o miocárdio, numa sequência sistematicamente estabelecida, à qual se segue a contração do coração como um todo. O estímulo elétrico gerado no nodo sinusal (marca-passo natural) segue pela musculatura atrial e pelos feixes internodais atingindo o nodo átrioventricular, de onde emerge penetrando no feixe de His para espalhar-se pelo tecido de condução intraventricular representado pelos ramos e sub-ramos direito e esquerdo deste feixe. Este complexo morfo-funcional gerador e condutor do estímulo elétrico cardíaco é, pois, denominado tecido excito-condutor.
Excitabilidade (Batmotropismo) - É a capacidade que tem o miocárdio de reagir quando estimulado, reação esta que se estende por todo o órgão. Isto é, ativando-se um ponto, todo o órgão responde. Cada uma das respostas às ativações regulares do marcapasso constitui uma sístole cardíaca. Quando qualquer outro ponto, que não o marcapasso natural, consegue excitar o coração, a resposta extra chama-se extrassístole. A ocorrênciade extrassístoles demonstra, pois, a extraordinária capacidade de excitação do miocárdio, que pode constituir-se em fenômeno puramente fisiológico ou em manifestação de condições patológicas que acometem o coração.
Contratilidade (Inotropismo) - É a propriedade que tem o coração de se contrair ativamente como um todo único, uma vez estimulada toda a sua musculatura, o que resulta no fenômeno da contração sistólica. Assim, o coração funciona uniformemente, como um sincício. Também o grau de contratilidade pode ser modificado por diversos fatores, intrínsecos e extrínsecos ao coração, com resultante aumento (efeito inotrópico positivo) ou diminuição (efeito inotrópico negativo) da força de contração. Mas, em qualquer caso, o miocárdio sempre responde obedecendo a lei do tudo-ou-nada: ou responde com uma contração máxima ou não responde, em reação a um estímulo; em outras palavras, sempre que se contrai o faz ao máximo, embora a força máxima de contração possa variar em diferentes batimentos, segundo circunstâncias funcionais.
Distensibilidade (Lusitropismo) – É a capacidade de relaxamento global que tem o coração, uma vez cessada sua estimulação elétrica e, em decorrência, terminado o processo de contração, o que determina o fenômeno do relaxamento diastólico. O relaxamento do coração também é um processo ativo, dependente de gasto energético e de ações iônicas e enzimáticas específicas.
28) Ciclo cardíaco conceito.
Ciclo cardíaco é a expressão referente aos eventos relacionados ao fluxo e pressão sanguínea que ocorrem desde o início de um batimento cardíaco até o próximo batimento. Em resumo, dividimos o ciclo em dois períodos: o de relaxamento, chamado diástole, quando o coração se distende ao receber o sangue, e o de contração, denominado sístole, quando ele ejeta o sangue.
O ciclo cardíaco é iniciado pela geração espontânea de potencial de ação no nodo sinoatrial (NSA), pelas células marcapasso. O impulso elétrico difunde-se pelo miocárdio atrial e, posteriormente, passa para os ventrículos através do feixe atrioventricular, que apresenta velocidade de condução mais baixa, gerando um atraso na transmissão, garantindo que os átrios contraiam-se antes dos ventrículos, favorecendo a função do coração como bomba. 
29) Eletrocardiograma normal, no que consiste? para que serve? 
Eletrocardiograma, ou ECG, é um exame que avalia a atividade elétrica do coração a partir de eletrodos fixados na pele. Essa atividade é caracterizada pela variação na quantidade de íons de sódio dentro e fora das células musculares cardíacas.
O resultado deste exame é registrado em gráficos que comparam a atividade cardíaca do paciente com o padrão, indicando se a atividade cardíaca está dentro da normalidade ou se há alterações nos músculos e nervos do coração.
Reconhecer: lnha isoelétrica, as principais deflexões em uma representação gráfica, na derivação: DII. e o significado fisiológico de cada onda, além do espaço PR.
30) Bulhas cardíacas fisiológicas, principais causas. Pequeno e grande silêncio. Conceito de desdobramento fisiológico da 2ª Bulha, no que consiste? Explicar. 
O coração produz ruídos que são transmitidos ao tórax: bulhas cardíacas. Podem ser ouvidas três bulhas:
Primeira Bulha
A primeira bulha aparece no início da sístole ventricular. Quando os ventrículos começam a se contrair, o sangue, sofrendo pressão, comprime as válvulas A-V, fechando-as como se fossem folhas de uma porta. Quanto maior a força de contração do ventrículo maior a força com que as válvulas se fecham e mais forte será o som produzido pelo fechamento. 
Durante o processo de contração as pressões dos ventrículos se elevam. Essa elevação de pressão vence a resistência das válvulas semilunares e o sangue é lançado simultaneamente na circulação pulmonar e sistêmica. As vibrações destas válvulas produzem a primeira bulha.
Segunda Bulha
A segunda bulha coincide com a diástole ventricular. O som é produzido pelo fechamento das válvulas semilunares. A bulha acompanha toda fase isométrica diastólica até a abertura das válvulas A-V. As vibrações das grandes artérias também produzem ruídos. 
Terceira Bulha
Esta aparece durante a fase de enchimento rápido (diástole), após a fase isométrica diastólica. Ela é atribuída às vibrações das paredes dos ventrículos ocasionadas pela entrada rápida do sangue nessas câmaras, distendendo-as. Esta bulha é ouvida com dificuldade, mas pode ser registrada graficamente.

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