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resenha alain tourraine - Critica a modernidade

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Thales Uzelin Ardohain
Ciências Sociais – 1º Período – Licenciatura
Alain Touraine
A crítica da modernidade 
O autor, no texto, busca fazer uma comparação de algumas concepções sociais opostas e como elas interagem, como exemplo mais usado o racional e o subjetivo. Durante o discorrer das ideias, Alain se foca no conceito de modernidade e na evolução do pensamento individual e social sobre tal conceito.	
A modernidade se assemelha com a modernização (na visão ocidental) e com a racionalização do ser. Essa racionalização e sua relação com a modernidade, se passa a partir do menosprezo à subjetivação do homem. A concepção de tábua rasa dentro da modernidade fortaleceu o racional e o distanciamento de fatores como: Religião e o “eu” humano. Essa separação faz com que o social racional passe a ter maior relevância na sociedade e componha majoritariamente a ideia de modernidade atual. 
Tábua Rasa - ...” informou principalmente que a racionalização impunha a destruição de laços sociais, dos sentimentos, dos costumes e das crenças chamadas tradicionais”. (p.18 e p.19)
Uma das grandes preocupações do texto, é na pluralidade de faces e de ideias que compõe, segundo ele o significado de ‘modernidade’. Sua primeira abordagem é a respeito da dicotomia entre, o pensamento subjetivo e a integralização do homem com a natureza, e o pensamento racional e individual do homem e seus ideais. Este segundo sendo muito mais abordado e aprofundado principalmente sobre o ponto de vista iluminista e liberal, ao qual é feita uma aproximação com o texto. As ideias do autor a respeito do ideal iluminista sobre modernidade e sobre como esses ideais influenciariam a sociedade ocidental moderna. Partindo dos princípios da revolução francesa e chegando ao liberalismo.
Alain Tourraine passa a abordar a relação do capitalismo, o pragmatismo religioso e o desenvolvimento econômico dos países europeus. Alguns pontos de vistas sobre o que é e como se dá o desenvolvimento do ideal de modernidade a partir do desenvolvimento econômico e da sobreposição de alguns ideais religiosos. Também a partir daí, começa-se a separar o pensamento em sociedade e pela primeira vez o autor traz o indivíduo e seu desenvolvimento perante o social.
Junto com o individualismo do pensamento capitalista se tem uma crítica à modernidade desenvolvida pela ruptura dos laços sociais. “A sociedade não é racional, e a modernidade mais divide do que une”. (p. 30). Assim, o autor começa a buscar no individuo suas respostas. Primeiro, distingue o “eu” do “nós”, e a prosperidade da sociedade a partir do indivíduo. Depois, cita Kant e Rousseau para mostrar, ao contrário do que aconteceu, uma tentativa de reaproximação entre a sociedade e o indivíduo e a submissão do segundo para o primeiro.
Independente do ponto de vista, a razão para a ideologia modernista (de modernidade clássica) sempre será o ponto de partida. A libertação dos laços, a “revolução religiosa” (ruptura com a misticismo religioso), a liberdade econômica, e a sexualidade, todas as bases para uma modernização social se fundamentam na racionalização do indivíduo. Essa concepção de modernidade busca globalizar a racionalização e introduzir no homem essa ideia, para nortear sua relação com a natureza, tentando com isso acabar com as ideias dualísticas (homem e deus, corpo e alma, homem e natureza...), já em ideais mais recentes, a globalização, a industrialização e o aumento da vida social em detrimento a vida privada são formas de domínio social presentes na modernidade.
Os modernistas tentaram implantar para o futuro da modernidade, um conjunto de ideais que disseminasse na sociedade a ideia de que um governo racional, substituísse o governo humano, que para eles ainda tinha certa subjetividade, assim seriam tomadas ações e decisões tomadas pela a razão.
Essas ideias terminaram não tomando a forma desejada visto que o governo é pautado em decisões politizadas e pelo gerenciamento de conflitos e pela disputa de poder e os modernistas se viram cada vez mais influenciados pela nação, ou por grupos sociais revolucionários e a modernidade passou a ser cada dia menos endógena. Dando de certa forma um fim ao pensamento clássico modernista.
Pensando de maneira mais recente, o homem passa a ser visto não mais a partir da relação de compra e venda (ora mão de obra, ora materiais de consumo), problemática levantada por Marx, e sim um ser repleto de impessoalidades e subjetividades, como abordado por Weber quando discutido a religiosidade do homem. É retomado também o pensamento de um ser individual de vida privada, em que a sociedade se separa da vida privada.
De certa forma, o autor ao final do texto, busca passar a ideia de unificação social, a partir da observação e valorização do indivíduo, fazendo a modernidade passar a enxergar a vida privada e o próprio indivíduo como atores nas dinâmicas sociais.

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