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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO SUSIE ALVES SILVA DE MACÊDO Planejamento e Gestão Estratégica: um estudo sobre adoção e práticas em indústrias do Rio Grande do Norte Natal, RN 2010 SUSIE ALVES SILVA DE MACÊDO Planejamento e Gestão Estratégica: um estudo sobre adoção e práticas em indústrias do Rio Grande do Norte Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção de título de Mestre área de concentração Estratégias e Competitividade. Orientador: Prof. Dr. Kleber Cavalcanti Nóbrega. Natal, RN 2010 M141p Macedo, Susie Alves Silva de. Planejamento e gestão estratégica: um estudo sobre a adoção e prática em indústrias do Rio Grande do Norte / Susie Alves Silva de Macedo. – Natal, 2010. 112f. Dissertação (Mestrado em Administração). – Universidade Potiguar. Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. Bibliografia: f. 102-104. 1. Administração – Dissertação. 2. Planejamento estratégico. 3. Gestão. I. Título. RN/UnP/BSFP CDU: 658(043.3) SUSIE ALVES SILVA DE MACÊDO Planejamento e Gestão Estratégica: um estudo sobre adoção e práticas em indústrias do RN Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção de título de Mestre área de concentração Estratégias e Competitividade. Aprovada em: ~I /0 I Mio Prof. Dr. KIeb.E:L.C~:ak;am:t-· Nóbrega Orientador Universidade Potiguar Prof. Dr. Domingos Fernandes Camos Universidade Potiguar rson Viegas~u..eJ~~~ ral .d rande do Norte DEDICATÓRIA Ao meu esposo Roberto, amigo e companheiro de todas as horas, por acreditar e me estimular continuamente, para o alcance dos meus objetivos pessoais e profissionais, compreendendo verdadeiramente as vezes que precisei me dividir, e que mesmo assim, pude contar com seu apoio, assumindo sem restrições as responsabilidades de nossa família, com extrema dedicação e carinho. Aos meus filhos Fernando e Maria Luíza, razão da minha vida, pelo carinho, jovialidade e desprendimento, que me motivaram e contribuíram na superação das dificuldades e cansaço do dia-a-dia. Aos meus Pais, Ordelion e Alair, pelo amor incondicional dedicado ao longo da minha vida. AGRADECIMENTOS Ao Prof. Kleber Cavalcanti Nóbrega, que contribuiu com ensinamentos e críticas para o desenvolvimento deste estudo. Ao meu esposo por ter partilhado dia a dia as dificuldades e vitórias alcançadas, vibrando e buscando contribuir de toda maneira para a conquista deste momento. Aos meus amigos de trabalho, Benilton Nunes, Vânia Cunha e todos aqueles que me apoiaram, contribuindo para a concretização deste projeto de vida pessoal e profissional. À minha prima-irmã Vera Lúcia, que mesmo a distância, sempre se fez presente com incessantes incentivos e carinho. A todos os empresários que se dispuseram a colaborar, contribuindo não apenas com dados para essa pesquisa, mais com o repasse de experiências alicerçadas na suas práticas diárias. Ao SENAI, por acreditar que o desenvolvimento de suas competências ocorre a partir do permanente processo de aprendizado, criando condições necessárias para o pleno desenvolvimento desta pesquisa. Ou você tem uma estratégia própria, ou então é parte da estratégia de alguém, sintetizando nesta frase a importância de planejamento futuro da organização, seja qual for o seu tamanho ou área de atuação. Alvim Tofler. RESUMO Este estudo tem por objetivo geral verificar quais conceitos e metodologias de planejamento e gestão estratégica são adotados por indústrias de grande porte no RN. Para tanto, buscou conhecer essas práticas a partir de bases conceituais que envolvem o planejamento e gestão. O problema de pesquisa configurou-se na verificação e compreensão do ato de planejar e gerir em ambientes organizacionais, portanto, conhecer as práticas de planejamento e gestão estratégica adotadas pelas empresas foi o foco dos estudos, fundamentados cientificamente em abordagens conceituais e metodológicas. A metodologia utilizada, concentrou-se inicialmente, em estudo do tipo bibliográfico, exploratório e descritivo, e por fim, a coleta de dados através de uma pesquisa de campo, para conhecer a aplicação dos principais conceitos e ferramentas referente a temática planejamento e gestão estratégica. Um dos principais resultados alcançados, foi a construção de um modelo de referência, capaz de associar as abordagens conceituais, estruturadas sob um conjunto de variáveis, para identificar ações que tratam aspectos práticos relacionados à identidade organizacional, processo de liderança, análise de mercado, estruturação de plano de ação, plano de comunicação, monitoramento e avaliação e ambientes voltados para a inovação, num constructo, intitulado “Modelo de Referência”. A partir do modelo desenvolvido, aplicou-se um questionário com perguntas fechadas e um campo aberto, em uma amostra de 24 empresas de grande porte no Estado do RN, extraídas da Relação Anual de Informação Social - RAIS (2008). Assim, as análises efetuadas envolveram estudos comparativos relacionados à base conceitual estudada à prática implementada pelas empresas entrevistadas, dentre as quais se destacam: a constatação da aplicação do processo em si do planejamento, a formulação de estratégias, análises estratégicas, definição de competências, mudanças estratégicas, exigências mercadológicas, sistemática de mensuração e a aplicação de ferramentas apropriadas às empresas, bem como, constatações de oportunidades de melhoria nos apectos referente a prática de gestão, monitoramento, comunicação e inovação. O estudo apresenta ainda, considerações sobre os processos investigados, na busca de propor melhorias para os processos de gestão e tomadas de decisão em nível estratégico, visando facilitar o entendimento, e consequentemente, o uso do planejamento estratégico, em especial o sistema de gestão. A pesquisa pode ser ampliada por meio de análises que compreendam outras bases científicas, igualmente confiáveis, no intuito de propor novas práticas adequadas a realidade das empresas. Palavras-chave: Planejamento. Planejamento Estratégico. Gestão. ABSTRACT This study has as general objective to check which concepts and methodologies for strategic planning and management are adopted by large industries in the RN. For that, a research was conducted in order to know these practices from concepts that involve the planning and management. The research problem was configured in checking and understanding the use of planning and management in organizational environment. So, knowing the practices of strategic planning and management adopted by the companies was the focus of the study, scientifically based on conceptual and methodological approaches. The methodology, initially focusedon a theoretical study, exploratory and descriptive, evolved collection of data through field research, to check the application of key concepts and tools concerning strategic planning and management. One of the main benefits was the construction of a reference model, able to associate conceptual approaches, structured under a set of variables, to identify actions that deal with practical aspects related to identity to organizational, leadership process, market analysis, structuring action plan, communication plan, monitoring and evaluation and environment facing innovation in a construct, entitled "Reference Model". From the model developed, a questionnaire with both closed and open questions was applied in a sample of 24 large companies in the state of RN, extracted from the “Relação Anual de Informação Social - RAIS (2008)”. So, the analysis involved comparative studies related to the conceptual basis as well as the practice by the researched companies. Some results are: the confirmation of the application process itself in planning, strategy formulation, strategic analysis, development of skills, changes strategic, marketing demands, systematic measurement and application of appropriate tools for businesses, as well as finding opportunities for improvement in aspects regarding practice management, monitoring, communication and innovation. The study also presents considerations on the processes studied in search of proposing improvements to the management processes and decision making at the strategic level, to facilitate understanding, and consequently, the use of strategic planning, in particular the management system. The study can be deepened through analysis to understand other scientific, equally reliable in order to propose new practices appropriate to business reality. Key words: Planning. Strategic Planning. Management. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. 11 LISTA DE QUADRO ................................................................................................. 12 LISTA DE GRÁFICOS .............................................................................................. 13 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ..................................................................................... 15 1.2 PROBLEMA ...................................................................................................... 18 1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 19 1.4 OBJETIVOS ...................................................................................................... 21 1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 21 1.4.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 21 2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 22 2.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ................................................................... 22 2.2 ABORDAGEM DE H. IGOR ANSOFF ............................................................... 23 2.2.1 Aspectos Conceituais .................................................................................... 23 2.2.2 Aspectos Práticos .......................................................................................... 26 2.3 ABORDAGEM DE MINTZBERG ....................................................................... 27 2.3.1 Aspectos Conceituais .................................................................................... 27 2.3.2 Aspectos Práticos .......................................................................................... 32 2.4 ABORDAGEM DE PORTER ............................................................................. 33 2.4.1 Aspectos Conceituais .................................................................................... 33 2.4.2 Aspectos Práticos .......................................................................................... 37 2.5 ABORDAGEM DE KAPLAN E NORTON .......................................................... 39 2.5.1 Aspectos Conceituais .................................................................................... 39 2.5.2 Aspectos Práticos .......................................................................................... 43 2.6 ABORDAGEM DE GARY HAMEL , C. K. PRAHALAD E RAMASWAMY ......... 44 2.6.1 Aspectos Conceituais .................................................................................... 44 2.6.2 Aspectos Práticos .......................................................................................... 48 3 METODOLOGIA ................................................................................................. 50 3.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 50 3.2 TIPO DE PESQUISA......................................................................................... 50 3.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA DE CAMPO ................................................... 51 3.4 UNIVERSO / AMOSTRA DA PESQUISA .......................................................... 52 3.5 TRATAMENTO DOS DADOS ........................................................................... 53 4 RESULTADOS E ANÁLISES ............................................................................. 55 4.1 MODELO DE REFERÊNCIA ............................................................................. 55 4.2 INTERFACE CONCEITUAL E METODOLÓGICA - ABORDAGEM QUALITATIVA: OBRAS .................................................................................... 57 4.3 INTERFACE CONCEITUAL E METODOLÓGICA – ABORDAGEM QUANTITATIVA: ARTIGOS .............................................................................. 66 4.4 ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESTUDOS ..................................................... 75 4.5 PRÁTICA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO ESTRATÉGICA ......................... 79 4.5.1 Identidade Organizacional ............................................................................. 80 4.5.2 Plano de Ação................................................................................................ 83 4.5.3 Liderança ....................................................................................................... 86 4.5.4 Análise de Mercado ....................................................................................... 89 4.5.5 Monitoramento e Avaliação ........................................................................... 93 4.5.6 Plano de Comunicação .................................................................................. 95 4.5.7 Inovação ........................................................................................................ 97 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 99 REFERÊNCIAIS ...................................................................................................... 102 APÊNDICES ........................................................................................................... 105 APÊNDICE 1 – ROTEIRO: APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO .............................. 106 APÊNDICE 2 – EMAIL: APRESENTAÇÃO DO QUESTIONÁRIO (PILOTO) .......... 108 APÊNDICE 3 – E-MAIL: APRESENTAÇÃO DA PESQUISA ................................... 109 APÊNDICE 4 – QUESTIONÁRIO ............................................................................ 110 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Componentesda Estratégia .............................................................................. 24 Figura 2: Matriz de ANSOFF .............................................................................................. 24 Figura 3: Síntese Desempenho Estratégico de Ansoff ................................................... 27 Figura 4: As seis partes básicas da organização ............................................................ 30 Figura 5: Síntese – Visão Estratégica de Mintzberg ........................................................ 32 Figura 6: Três estratégias genéricas ................................................................................ 34 Figura 7: Forças que dirigem a concorrência na indústria ............................................. 36 Figura 8: Síntese Estratégica de Porter ........................................................................... 37 Figura 9: Cadeia de Valor .................................................................................................. 38 Figura 10: O Balanced Scorecard– Tradução da Estratégia em Termos Operacionais 40 Figura 11: Definindo as relações de causa e efeito da estratégia .................................. 41 Figura 12: Traduzindo a missão em resultados almejados ............................................ 43 Figura 13: Definição da Agenda de Competências Essenciais ...................................... 45 Figura 14: Síntese – Áreas de Transformações - Hamel & Prahalad .............................. 48 Figura 15: Escopo da Pesquisa ........................................................................................ 52 Figura 16: Modelo de Referência ...................................................................................... 56 Figura 17: Modelo de Referência – Classificação e agrupamento das Variáveis .......... 61 Figura 18: Segmento Econômico - pesquisa ................................................................... 80 LISTA DE QUADRO Quadro 1: Vetores de Crescimento .................................................................................. 26 Quadro 2: Escolas de Pensamento – MINTZBERG ......................................................... 29 Quadro 3: Grupos – Prescritivas, Formulação de Estratégia, Integração das Escolas 30 Quadro 4: Configuração da Organização ......................................................................... 31 Quadro 5: Requisitos das Estratégias Genéricas............................................................ 35 Quadro 6: Para sair da Estafante Rotina .......................................................................... 45 Quadro 7: O Novo Paradigma da Estratégia .................................................................... 47 Quadro 8: Caracterização da Pesquisa ............................................................................ 50 Quadro 9: Relação Anual de Informações Sociais - RAIS .............................................. 52 Quadro 10: Autores e obras pesquisados ....................................................................... 58 Quadro 11: Variáveis extraídas das Obras Acadêmicas ................................................. 60 Quadro 12: Identidade Organizacional ............................................................................ 62 Quadro 13: Liderança ........................................................................................................ 62 Quadro 14: Análise de Mercado ........................................................................................ 63 Quadro 15: Plano de Ação ................................................................................................ 64 Quadro 16: Plano de Comunicação .................................................................................. 65 Quadro 17: Monitoramento e Avaliação ........................................................................... 65 Quadro 18: Inovação ......................................................................................................... 66 Quadro 19: Seleção dos Artigos - ENANPAD 2007,2008 e 2009 ..................................... 66 Quadro 20: N° de Citações – Autor X Ano ........... ............................................................ 67 Quadro 21: Variáveis analisadas – ENANPAD 2007, 2008 e 2009 .................................. 73 Quadro 22: Agrupamento das Variáveis por similaridade conceitual ............................ 79 Quadro 23: Perfil dos respondentes - pesquisa .............................................................. 80 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Propósitos Organizacionais ............................................................................ 81 Gráfico 2: Parcerias e Alianças ......................................................................................... 82 Gráfico 3: Participação dos Stakeholders nas Decisões Estratégicas .......................... 83 Gráfico 4: Necessidade do Planejamento Estratégico .................................................... 83 Gráfico 5: A empresa faz Planejamento Estratégico ....................................................... 84 Gráfico 6: Frequência da Revisão do Planejamento Estratégico ................................... 84 Gráfico 7: Equipes para construção do Planejamento Estratégico ............................... 85 Gráfico 8: Empresas que realizam desdobramento Estratégico .................................... 86 Gráfico 9: Adequação do Plano de Ação para novos Investimentos ............................. 86 Gráfico 10: Processos de Tomada de Decisões .............................................................. 87 Gráfico 11: Capacitação e Formação das Lideranças e Gerências ................................ 88 Gráfico 12: Competências alinhadas aos objetivos estratégicos .................................. 88 Gráfico 13: Programas de Treinamento alinhados ao negócio ...................................... 89 Gráfico 14: Análise do Ambiente Estratégico .................................................................. 90 Gráfico 15: Posicionamento Estratégico ......................................................................... 90 Gráfico 16: Adequação do Posicionamento Estratégico ................................................ 91 Gráfico 17: Desafios Estratégicos .................................................................................... 91 Gráfico 18: Inserção de Produtos e Serviços .................................................................. 92 Gráfico 19: Compreensão dos Fatores Críticos de Sucesso .......................................... 93 Gráfico 20: Registros dos Resultado do PE .................................................................... 93 Gráfico 21: Indicadores de Desempenho associados aos objetivos estratégicos ....... 94 Gráfico 22: Como são os Indicadores de Desempenho .................................................. 94 Gráfico 23: Ferramentas e Técnicas de medição de Desempenho ................................ 95 Gráfico 24: Resultados das Empresas ............................................................................. 95 Gráfico 25: Comunicação das Decisões .......................................................................... 96 Gráfico 26: Canais de Comunicação ................................................................................ 96 Gráfico 27: Compreensão das Estratégias de Comunicação ......................................... 97 Gráfico 28: Implementação de ações de Melhorias ......................................................... 97 Gráfico 29: Benchmarking ................................................................................................ 98 Gráfico 30: Boas Práticas ..................................................................................................98 13 1 INTRODUÇÃO O Planejamento Estratégico tem sido muito citado em trabalhos científicos e relatos empresariais. As empresas enfrentam, cada vez mais, demandas crescentes por novos serviços, produtos e passam fortes pressões por retorno financeiro. É relevante destacar algumas lacunas existentes relacionadas à necessidade de pessoal qualificado, novas tecnologias, sustentabilidade, exigências mercadológicas, dentre outras igualmente críticas, que influenciam o desempenho de êxito das empresas. Sob esta ótica as empresas devem assumir uma postura empreendedora e futurista, voltada para o desenvolvimento de novas habilidades, competências e tecnológias que potencializem os resultados de suas ações e sobretudo, contribua para um crescimento estruturado estrategicamente. O Planejamento Estratégico - PE, neste contexto, pode representar um elemento de trabalho capaz de tratar essas transformações, direcionando esforços e ações para atender às necessidades dos novos cenários produtivos, atuando focado em demandas tecnológicas, sociais, econômicas, financeiras e ambientais, na busca do crescimento e do reconhecimento da empresa. Com o crescimento do porte das organizações e o incremento tecnológico, social e ambiental, relacionados à aceleração e dinâmica no ritmo das mudanças mercadológicas, percebe-se uma maior preocupação por parte das empresas quanto à capacidade de formular e implementar estratégias que possibilitem superar os desafios de mercado e alcance dos objetivos de curto, médio e longo prazos. Esta mudança é percebida a partir da crescente implementação de atividades organizadas das empresas, por meio de orientações estratégicas, que buscam maior grau de interação com os diversos ambientes, considerando as necessidades de expansão e diversificação dos negócios apoiados e respaldados em processos decisórios focados na competitividade e lucratividade. Ou seja, o ato de planejar as ações de forma estruturada assume fortes dimensões, não se restringindo ao ambiente interno, focando intensamente os ambientes externos. Assim, atender a alguma necessidade humana passa ser a razão de ser das empresas. O conhecimento pleno do “negócio” requer controle sobre os fatores relacionados às ameaças e oportunidades na expectativa de dispor de soluções para estas necessidades, exigindo dos dirigentes e proprietários uma postura arrojada quanto à prática do planejamento e gestão estratégica. 14 De acordo com a literatura existem vários tipos de planejamentos estratégicos, e face a essa diversidade de métodos e processos torna-se importante para as organizações melhor defini-las e geri-las, através de escolhas estratégicas sustentáveis e competitivas. O entendimento sobre essas metodologias e ferramentas de gestão possibilitam perceber a realidade, avaliar os processos, construir referenciais de futuro e estruturar o melhor caminho, para obtenção de resultados positivos. Em síntese, o PE, mais que um processo mental, este deve traduzir ações que contenham estratégias compreensíveis, contribuindo para o alcance da missão, implementação de planos de trabalhos, sistemáticas de avaliação e resultados, unindo os interesses organizacionais em prol do atendimento aos anseios das pessoas, por meio da visão e delineamento de uma trajetória a ser seguida. Desta forma, esta pesquisa foi organizada em cinco capítulos, o primeiro capítulo contém a introdução, contextualizando o estudo, a situação problema e objetivos, com o intuito de discutir a importância do tema de estudo proposto. O segundo capítulo apresenta uma revisão da literatura utilizada, objetivando reunir os principais conceitos sobre planejamento e gestão estratégica, fundamentando as base teóricas que deram sustentação a pesquisa desenvolvida. O terceiro capítulo apresenta a metodologia utilizada, descrevendo sistematicamente as fases de sua realização. O quarto capítulo apresenta os resultados e análises efetuados. Por fim, o quinto capítulo, apresenta as considerações finais do autor, estabelecendo conclusões sobre a temática planejamento e gestão estratégica, indicando possibilidades para continuidade do mesmo. O conjunto destes capítulos representam a pesquisa desenvolvida na dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar na área de concentração Estratégias e Competitividade. 15 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO O cenário econômico mundial, alicerçado em dados recentes, divulgados pelo Fundo Monetário Internacional – FMI (2008) aponta para um crescimento negativo, e impulsiona as empresas a buscarem continuamente atuações mais proativas e dinâmicas. Estas constatações consideram principalmente a redução das ofertas no mercado de trabalho, em conseqüência do desaquecimento na produção de bens e de consumo, decorrente do turbulento momento que o sistema financeiro mundial enfrenta, após a crise financeira surgida em 2007 nos Estados Unidos, provocando alto déficit fiscal, elevado déficit da balança comercial e o enfraquecimento do dólar; moeda reconhecida como referência internacional. Indicadores econômicos e sociais divulgados no final de 2008 e no primeiro semestre de 2009 pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, FMI, Banco Mundial e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, também revelam que quase todos os países estão sentindo os efeitos da atual crise financeira e econômica mundial, exigindo desta forma que os governos busquem alternativas e reúnam esforços para amenizar a desaceleração enfrentada pelas economias. Diante deste panorama o governo brasileiro vem adotando medidas para impedir que a crise financeira internacional afete de forma significativa os setores produtivos e o consumo no país, implementando novas políticas que estabelecem desde a ampliação do prazo para recebimento do seguro desemprego, isenção e ou redução do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, liberação de crédito para empresas do agronegócio, redução fiscal, ampliação do aporte de recursos do Fundo de Participação dos Municípios – FPM, dentre outras medidas, com vistas a reduzir o impacto da crise financeira mundial instaurada. No Estado do RN esta posição governamental se replica, e está evidenciada nas ações de desenvolvimento sustentável promovidas, que estimulam e priorizam atividades que gerem crescimento socioeconômico, orientadas para a melhoria da qualidade de vida da população, através do reconhecimento das necessidades da população. E para enfrentar esses desafios e dar maior sustentação às ações, o governo estadual está incentivando a expansão dos setores produtivos para o alcance dos objetivos sociais e econômicos, assegurados pela eficiência e eqüidade na distribuição da riqueza e da renda, priorizando a reorganização do mercado de 16 trabalho considerando os avanços tecnológicos, o aumento da produtividade, criação de novas ocupações, investimento em qualificação profissional, sem relegar ações diretamente voltadas para as questões de preservação do meio ambiente, bem como, medidas adotadas de flexibilização das políticas monetárias, fiscais e investimentos em infra-estrutura tais como ampliação do porto, aeroporto, rodovias, energia e estruturas para armazenamento de produtos. Para intensificar estes crescimentos o Estado incentiva e fomenta algumas cadeias e arranjos produtivos, a exemplo da indústria da construção civil, do crescimento das atividades imobiliárias, abrangendo desde a indústria siderúrgica, material elétrico, madeira, móveis e minerais não-metálicos. Dados do IBGE (2008) apontam que no ano de 2000 – o setor da construção civil registrava na Relação Anual de Informações Sociais - RAIS o número de 33.585 empregos diretos. Em2005 este número já alcançou 53.933 empregos diretos, ocasionando uma evolução de 62% no período. A amplitude e a dinâmica deste setor são resultado da entrada de capital estrangeiro, do elo com a cadeia do turismo e lazer e os elevados investimentos realizados pelo Governo do Estado em obras de construção civil no período de 2003 a 2005. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico - SEDEC (2009), também informa resultados dos pólos produtivos Têxteis e Confecções, Alimentos e Bebidas. Estes são outros arranjos produtivos com crescimento diferenciado no RN. O Setor têxtil e de confecções do Estado representou 62,2% de todo emprego formal na indústria de transformação do Estado do RN no ano de 2005. O importante desta cadeia é a disseminação em todo território do RN, de 1.124 estabelecimentos e 32,3 mil empregos em 2005, cerca de 529 estabelecimentos e 8,3 mil empregos localizam-se no interior do Estado. Em relação ao emprego formal na indústria de confecções, destaca-se o crescimento do emprego formal de 16,1% ao ano. Em alimentos e bebidas o crescimento dos empregos formais no RN entre o ano de 2000 com relação a 2005 foram 1,7% e de 2% para novos estabelecimentos. Quanto ao volume de exportações em 1999 o Estado exportou US$ 115,7 milhões, enquanto que em 2004 foi exportado um volume de US$ 573 milhões, ou seja, o valor quase é multiplicado por cinco no prazo de 05 anos. Em 2005 o volume de exportação atingiu uma cifra de US$ 413 milhões, com destaque para os produtos: camarão, peixe e lagosta com 19%; frutas in natura, secas e congeladas com 21,5% e o Petróleo com 23,6% da pauta de exportação. O arranjo produtivo da 17 fruticultura tem um grande potencial de crescimento. Em 1999 foram exportados US$ 30,9 milhões de frutas in natura, secas e congeladas, em 2005 passou para US$ 88,9 milhões, com perspectiva de dobra até 2010. O sucesso obtido no desenvolvimento desta atividade se deve a um processo de associativismo estimulado pelo governo que compreende 167 produtores e o setor público. No setor de recursos minerais, o RN tem uma presença marcante, sendo bem diversificado, além do petróleo e gás, possui o granito, mármore, calcário, diatomita, scheelita, caulim, mica e gemas, destacando-se ainda por ser o maior produtor de sal marinho no país. Segundo a SEDEC (2009), as tendências socioeconômicas do RN se caracterizam essencialmente, pelo ritmo do crescimento geral da economia potiguar, que deverá acontecer num ritmo maior que a média da economia brasileira, incentivados pelas ações de interiorização e desenvolvimento, fortalecido pela retomada dos investimentos da Petrobrás por conta dos novos poços, do crescimento no segmento Têxtil, do impulso agropecuário, da possibilidade de incremento da atividade sucroalcooleira, da consolidação do Estado como pólo de pesca, da expansão das atividades turísticas, do incremento da indústria da construção civil e da expansão do setor imobiliário. Mesmo considerando este cenário favorável ao crescimento econômico no Estado, é importante que os setores produtivos implementem práticas que assegurem continuamente a manutenção e o desenvolvimento de ambientes produtivos competitivos, que possam consolidar e ampliar suas participações no mercado por meio da construção de desafios estratégicos diferenciados e inovadores. Esta ação investigativa se propôs a verificar quais conceitos e metodologias de planejamento e gestão estratégica são adotados por indústrias de grande porte no RN, bem como, quais ações são implementadas para o fortalecimento de suas posições face às transformações organizacionais, em detrimento do processo de gestão estratégica adotado. 18 1.2 PROBLEMA Segundo Ansoff (1990) somente um número reduzido de empresas utiliza o verdadeiro PE, sendo que a grande maioria das organizações continua empregando as antiquadas técnicas de planejamento que se baseiam na extrapolação das situações passadas. A pouca utilização do planejamento e gestão estratégica, ocorre ora por falta de recursos, ora por questão cultural e na sua maioria pela inexistência de sistemas gerenciais que representem o desenvolvimento de ações sistematizadas e organizadas para o alcance de melhores resultados das empresas. Nota-se ainda, que as organizações apresentam características comuns e diferenciadas, simultaneamente, sobre seus processos de planejamento e gestão, e diante deste contexto o problema da pesquisa configura-se na verificação e compreensão do planejamento e gestão estratégica praticada pelas empresas do RN, ou seja, quais conceitos e metodologias de planejamento e gestão estratégica, são conhecidos e adotados pelas empresas de grande porte do RN? Saber até que ponto a compreensão destes conceitos está fundamentada em abordagens científicas, investigando-se também, aspectos críticos que consideram os processos de lideranças, conhecimento e entendimento do cliente e mercado, iniciativas organizadas para alcance de resultados, processos de comunicação, sistemáticas de controles e monitoramentos, avaliações e ações inovadoras, facilitam o entendimento destas práticas e contribuem para o aperfeiçoamento do “ato de planejar e gerir”, estimulando e promovendo uma visão crítica, na busca de resultados competitivos e diferenciados para as empresas. 19 1.3 JUSTIFICATIVA Na sociedade as transformações nos mercados produtivos são constantes. Aqueles que buscam o conhecimento e entendimento real das necessidades dos clientes como diferenciais, ampliam as condições para continuidade de seus negócios. As mudanças nos ambientes ocorrem diariamente, exigindo por parte das empresas revisão e redefinição de prioridades e esforços estratégicos constantes para o alcance de posições mercadológicas mais favoráveis e competitivas. Neste contexto, a construção de estratégias diferenciadas e inovadoras vem sendo intensamente abordada no ambiente empresarial. O termo estratégia vem sendo usado desde antes da era Cristã, de acordo com a visão histórica, tendo sua origem no exército militar. Strategos é um título usado na Grécia Antiga para designar o cargo conhecido nos dias de hoje como general militar, referia-se ao papel de um general no comando de um exército, passando a significar habilidades gerenciais para administração, liderança, oratória e poder, caracterizando sistemas unificados de influência e controles globais. Os conceitos de estratégia vão se transformando e agregando novos valores em consonância com as mudanças sociais, políticas e econômicas que ocorrem em todo o mundo. Mintzberg (2000) afirma que o direcionamento estratégico das empresas é uma mistura de ações intencionais e não intencionais, que surge a partir da interação entre a empresa e o seu meio. Para Porter (2004) o ponto central da estratégia deve ser a criação de valor para os clientes da organização. O autor afirma, que a noção que fundamenta o conceito de estratégia é que a vantagem competitiva está no interior de qualquer estratégia, e para obtê-la é preciso que a empresa faça uma escolha. Ansoff (1990) defende que a estratégia corresponde a um conjunto de regras de tomada de decisão para orientação do comportamento de uma organização. Enquanto para Oliveira (2001) estratégia pode ser definida como o caminho, maneira, ou ação estabelecida e adequada para alcançar os desafios e objetivos da empresa, ou seja, há um vasto entendimento acerca da conceituação de estratégia, mas o fato é que, independente do conceito adotado as empresas precisam de direcionamento para melhor ofertar seus produtos e serviços e, consequentemente, alcançar resultados mais satisfatórios. 20 Kaplan & Norton (1997) assinalam, que os dirigentes não dispõem, hoje, de um procedimento para receber feedback sobresuas estratégias e testar as hipóteses em que elas se baseiam, fortalecendo com isso a importância do aprendizado, da comunicação clara e acessível a todos. Drucker (2001), diz que a eficácia de uma estratégia de sucesso em longo prazo depende da construção de uma fórmula de negócio estruturada de modo distinto e impossível de ser copiado pela concorrência no curto prazo, ou seja, haverá sempre no papel do gestor, o compromisso e a responsabilidade na condução eficiente e eficaz das estratégias estabelecidas. Richers (1981) afirma que as empresas que sobrevivem e crescem são aquelas que administram com habilidade dois ajustes organizacionais: a adaptação de sua estratégia às condições ambientais que mais lhes favorecem e o ajuste estrutural necessário para poder implementar a sua estratégia com um mínimo de conflitos e custos. Estes posicionamentos auxiliam os entendimentos inerentes às questões do processo de planejamento estratégico e das suas formas de gestão, reforçando sua importância, norteados em práticas estratégicas que consideram o ambiente interno e externo. Hamel & Prahalad (1995) afirmam que as empresas que desejam ter lugar no futuro, devem “aprender a pensar diferente”. O autor afirma que é preciso entender o significado de competitividade, da estratégia e da própria organização, na perspectiva de garantir seu futuro. Estes entendimentos favorecem a criação de um novo espaço competitivo, do desenvolvimento de competências essenciais, na ampliação dos horizontes de oportunidades e por fim, na construção de ambientes que favorecem a sabedoria coletiva da empresa, para que este alcance uma posição futura empreendedora, dinâmica, lucrativa e que aprende. Nesse sentido, a pesquisa proposta investiga práticas estratégicas que contribuem para consecução dos objetivos empresariais, fundamentada prioritariamente, na importância do planejamento e gestão estratégica, permitindo ainda, avaliar informações que subsidiam o processo de tomadas de decisões, compreendendo as ambiências internas, externas, exigências mercadológicas, ambientais e tecnológicas. Portanto, a prática do planejamento estratégico investigado busca saber por que as coisas estão sendo feitas, se estão sendo monitoradas e onde está se querendo chegar agindo-se “desse ou daquele modo”. 21 1.4 OBJETIVOS A partir de estudos sobre a adoção e prática do planejamento e gestão estratégica, o presente trabalho se propõe a responder aos seguintes objetivos: 1.4.1 Objetivo Geral - Verificar quais conceitos e metodologias de planejamento e gestão estratégica são adotados por indústrias de grande porte no RN. 1.4.2 Objetivos Específicos • Realizar análise comparativa entre conceitos e metodologias de planejamento e gestão estratégica; • Proceder análise comparativa entre autores considerados “referência” em estudos de planejamento e gestão estratégica; • Desenvolver um modelo de referência para aplicação dos conceitos de planejamento e gestão estratégica, a partir da análise comparativa dos autores; • Realizar pesquisa de campo para conhecimento da percepção de gestores sobre a compreensão de conceitos e adoção de práticas relacionadas ao planejamento e gestão estratégica por parte de indústrias de grande porte do RN. 22 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO As metodologias e técnicas do planejamento estratégico resultam do crescimento e desenvolvimento histórico desde a época da Revolução Industrial, período caracterizado por mudanças e impactos nos processos produtivos, afetando questões econômicas e sociais no mundo. Estudiosos da época, conhecidos como “pensadores” desenvolveram conceitos, enfatizando ações econômicas e administrativas, influenciando desta forma o processo do sistema de planejamento das empresas. Estes estudos inicialmente, concentravam-se no campo orçamentário e financeiro, só depois passaram a contemplar aspectos de mudanças até então pouco percebidos. As teorias do planejamento estratégico, ao longo do tempo, foram desenvolvidas e transformadas em ferramentas administrativas e econômicas, por pesquisadores e estudiosos, e construídas sob perspectivas e busca de soluções para o alcance de objetivos organizacionais estabelecidos por cada empresa, considerando à obtenção de resultados sustentáveis e competitivos, caracterizando o planejamento estratégico como uma metodologia para enfrentar desafios em ambientes de turbulência política, social e econômica que requeiram desenvolvimento de competências e culturas gerenciais capazes de traduzir o pensamento em ação estratégica. Segundo Ansoff (1977) Planejamento Estratégico – PE é o processo de elaborar a estratégia, construído a partir da relação entre a organização e o ambiente. O processo de planejamento estratégico compreende a tomada de decisões sobre qual são estabelecidos procedimentos que a organização pretende seguir. Oliveira (2001), afirma ainda que o PE deve apresentar uma visão integrada e global da empresa, ou seja, deve partir de uma análise estratégica, que compreende o negócio, desenvolvida através dos seus setores de atividade, a fim de que os resultados passem a orientar as avaliações estratégicas, visando definir os grandes direcionamentos que devem ser seguidos dentro do horizonte planejado. A estruturação de sistemas de controles gerenciais que apóiam as ações da gestão auxiliam os processos de tomadas de decisões, possibilita prever 23 transformações que ponham em risco o alcance dos objetivos, bem como, contribui na identificação de oportunidades que reforcem e ajudem as empresas a alcançarem sua visão de futuro, através de uma gestão integrada e articulada. Um PE eficaz exige que as organizações disponham de profissionais capacitados e capazes de gerir estas mudanças, utilizando estratégias alinhadas às necessidades dos clientes, consequentemente ao mercado (ANSOFF, 1977). Na prática é necessário controlar todas as ações delineadas para o alcance do sucesso nos negócios, e para tanto, a compreensão dos resultados, o monitoramento constante das transformações mercadológicas, relacionadas aos incrementos técnicos, tecnológicos, ambientais e de gestão, são atividades críticas e relevantes. As conceituações referentes ao PE conduzem a uma série de questionamento quanto a sua aplicação, permeando conceitos e metodologias retratando que o sucesso do processo do PE está na implementação adequada de estratégias e na utilização de instrumentos apropriados que permitam às empresas gerenciar e tomar decisões (MINTZBERG, 2000). Assim, o trabalho de pesquisa proposto, considera estudos no qual foram analisadas as abordagens centrais dos autores Henry Mintzberg, Igor Ansoff, Michael Porter, Kaplan e Norton, Hamel e Prahalad e Hamel e Ramaswamy, visando verificar variáveis que apresentam aplicações práticas de planejamento e gestão estratégica. 2.2 ABORDAGEM DE H. IGOR ANSOFF 2.2.1 Aspectos Conceituais Ansoff (1977) afirma que entender o planejamento apenas como um procedimento que deve ser formalizado e que resulte em decisões integradas não basta, é necessário que o planejamento seja “implementado” e mensurado de forma efetiva, evidenciado através do detalhamento na formulação de estratégias integradas ao negócio da empresas. O processo de formulação da estratégia, segundo Ansoff (1977) pode surgir dependendo das circunstâncias da empresa e da visão de seus gestores. Primeiro a empresa pode agir de forma tentar resolvê-los; segundo de forma “planificadora”: por último, “empreendedoras” oportunidades identificadas. Para Ansoff (1977 como produto-mercado, vetor de crescimento futuros da empresa, a vantagem competitiva e a sinergiaajustamento entre a empresa e os novos produtos forma a importância atribuída aos ambientes em que a organização está inserida, no conceito de estratégia. Ainda de acordo com o autor supracitado, este identificar as oportunidades de crescimento da empresa, no qual duas dimensões são determinantes e diversificação do produto no qual as decisões são tomadas do geral para o específico na busca desempenho superior – vantagem competitiva Conjunto de Produtos e Mercado empresa pode agir de forma “reativa”: aguarda os problemas surgirem para depois los; segundo de forma “planificadora”: antecipam- por último, “empreendedoras”: na qual se antecipam aos problemas face oportunidades identificadas. 77) a estratégia tem alguns componentes e os caracteriza mercado, vetor de crescimento que delineia a direção dos negócios futuros da empresa, a vantagem competitiva e a sinergia que é a atuação ajustamento entre a empresa e os novos produtos (figura 3), a forma a importância atribuída aos ambientes em que a organização está inserida, no Figura 1: Componentes da Estratégia Fonte: ANSOFF, 1977. Ainda de acordo com o autor supracitado, este propõe um esquema para identificar as oportunidades de crescimento da empresa, no qual duas dimensões são determinantes e se concentram nas questões referente diversificação do produto-mercado, demonstrando um posicionamento competitivo, no qual as decisões são tomadas do geral para o específico na busca vantagem competitiva, caracterizados na Figura 2: Matriz de ANSOFF Fonte: ANSOFF, 1977. Vantagem competitiva (potencialidades superiores) Vetor de Crescimento (desenvolvimento de produtos e diversificação) 24 “reativa”: aguarda os problemas surgirem para depois -se aos problemas e se antecipam aos problemas face às a estratégia tem alguns componentes e os caracteriza a direção dos negócios que é a atuação e , assinalando desta forma a importância atribuída aos ambientes em que a organização está inserida, no propõe um esquema para identificar as oportunidades de crescimento da empresa, no qual duas dimensões referente à expansão e mercado, demonstrando um posicionamento competitivo, no qual as decisões são tomadas do geral para o específico na busca de , caracterizados na figura 4. Sinergia 25 Sobre essas duas dimensões, quatro estratégias podem ser formadas: • Penetração de mercado: a empresa foca na mudança de clientes ocasionais para clientes regulares e de clientes regulares para usuários intensivos do produto; • Desenvolvimento de mercado: a empresa tenta conquistar clientes da concorrência, introduzir produtos existentes em mercados externos ou introduzir novas marcas no mercado; • Desenvolvimento de produtos: a empresa busca vender outros produtos a clientes regulares, intensificando os canais existentes de comunicação; • Diversificação: sendo a mais arriscada das estratégias, a empresa normalmente foca na comunicação explicando porque está entrando em novos mercados com novos produtos, visando ganhar credibilidade. Decorrem desta questão processos de avaliações das forças e fraquezas, para que as empresas possam analisar sua capacidade de solucionar problemas, através das oportunidades de crescimento e expansão. Uma dificuldade e ao mesmo tempo um grande desafio que os administradores enfrentam segundo Ansoff (1977) é que as empresas devem ser conduzidas para o futuro, sem que esta ação seja apenas uma repetição do passado, pois é necessário renovar continuamente, afinal, nem sempre as técnicas bem sucedidas do passado garantem iguais resultados no futuro. Este pensamento confirma o posicionamento de que a formulação estratégica respalda o processo de decisão, que ocorre a partir do estabelecimento de objetivos e da proposição de alternativas, para as quais se utilizam técnicas analíticas, e a escolha das alternativas consideradas mais aplicáveis, sendo que estas podem sofrer ajuste mediante os objetivos propostos iniciais, caracterizando a base do planejamento estratégico das empresas, para tanto as organizações precisam desenvolver esforços inovadores e transformar suas posturas estratégicas para se manter competitiva, descritos no quadro 1. 26 Diversificação horizontal Integração Vertical Diversificação concêntrica Diversificação Conglomerado Novos produtos são lançados em mercados atuais Decisão da organização para entrar nos negócios dos fornecedores ou clientes para garantir o fornecimento ou o uso dos seus produtos em produtos finais Produtos intimamente relacionados com produtos atuais são lançados em novos mercados Produtos completamente novos, tecnologicamente não relacionados são introduzidos em novos mercados Quadro 1: Vetores de Crescimento Fonte: ANSOFF, 1977. Para Ansoff (1990) a estratégia é um dos vários conjuntos de decisões para orientar o comportamento da organização, o autor cita como exemplo, que estratégias são padrões que permitem medir o desempenho presente e futuro da organização, que podem ainda, determinar através de regras quais produtos e tecnologias a ser desenvolvidos, onde e para quem os produtos serão vendidos, como obter vantagens sobre os concorrentes, orienta as relações e os processos internos e por fim, a condução das atividades da organização, formalizando essas ações. Para a compreensão do comportamento das organizações deve-se considerar a existência de variáveis ambientais, as turbulências, aspectos de previsibilidade, novidade da mudança, evolução da inteligência organizacional, escala de turbulência e impulso estratégico. (ANSOFF, 1990). É preciso ainda, considerar a relação entre turbulência e os sistemas administrativos na busca de respostas rápidas que consideram os ambientes. Assim, propõe um distanciamento dos sistemas tradicionais de planejamento estratégico para um posicionamento voltado para a administração estratégica, visando ampliar o horizonte organizacional na busca do atendimento às necessidades das empresas. 2.2.2 Aspectos Práticos Ansoff (1977) parte do estudo do ambiente numa perspectiva histórica e de tendências, para a estruturação dos modelos de comportamento orçamentário e turbulência ambiental, em que é considerado o processo de capacitação administrativa que inclui o modelo do potencial de desempenho estratégico. São analisados o modelo de dinâmica do poder, cultura e aspirações de comportamento organizacional, padrões de liderança estratégica, modelo para a escolha estratégica, e por fim, o modelo de comportamento de transição que caracteriza as respostas aos impulsos externos e ao potencial de ação interna combinações especifica figura 3. Figura Fonte: Autor Ansoff (1977) considera ainda, a capacidade da empresa de se beneficiar com a entrada de um novo produto prática a empresa analisa a utilização das competências diferenciada já existente ou desenvolve / adquire uma nova competência, na qual possa atuar com uma estratégia defensiva de sinergia. Segundo esse autor comprar”, que se refere à opção forma, analisa uma matriz com cinco componentes da estratégia de negócios: abrangência do produto sinergia e fazer ou comprar e assim a empresa opta sobre qual a estratégia seria mais benéfica, utilizando 2.3 ABORDAGEM DE 2.3.1 Aspectos Conceituais Segundo Mintzberg analítico-racional, mas também, um processo social e criativo, quepode provocar profundas mudanças no comportamento e nos arranjos das empresas. apresenta um estudo da relação entre a formu aos impulsos externos e ao potencial de ação interna, como combinações especificas da cultura, poder e liderança estratégica Figura 3: Síntese Desempenho Estratégico de Ansoff Fonte: Autor, 2009. (1977) considera ainda, a capacidade da empresa de se beneficiar com a entrada de um novo produto-mercado por meio do controle das sinergias. Na ca a empresa analisa a utilização das competências diferenciada já existente ou desenvolve / adquire uma nova competência, na qual possa atuar com uma estratégia defensiva de sinergia. autor, a empresa analisa a questão quanto a “fazer ou comprar”, que se refere à opção estratégica corporativa para crescimento. Desta a matriz com cinco componentes da estratégia de negócios: abrangência do produto-mercado, vetor de crescimento, vantagem competitiva, sinergia e fazer ou comprar e assim a empresa opta sobre qual a estratégia seria ndo a matriz para descrever novas oportunidades de mercado ABORDAGEM DE MINTZBERG Aspectos Conceituais intzberg (2000), o planejamento estratégico é, não só um processo racional, mas também, um processo social e criativo, que pode provocar profundas mudanças no comportamento e nos arranjos das empresas. apresenta um estudo da relação entre a formulação da estratégia e o planejamento, 27 como uma função das da cultura, poder e liderança estratégica, descritos na (1977) considera ainda, a capacidade da empresa de se beneficiar mercado por meio do controle das sinergias. Na ca a empresa analisa a utilização das competências diferenciada já existente ou desenvolve / adquire uma nova competência, na qual possa atuar com uma a empresa analisa a questão quanto a “fazer ou estratégica corporativa para crescimento. Desta a matriz com cinco componentes da estratégia de negócios: vantagem competitiva, sinergia e fazer ou comprar e assim a empresa opta sobre qual a estratégia seria as oportunidades de mercado. (2000), o planejamento estratégico é, não só um processo racional, mas também, um processo social e criativo, que pode provocar profundas mudanças no comportamento e nos arranjos das empresas. O autor lação da estratégia e o planejamento, 28 caracterizando os conflitos existentes no entendimento, distinguindo-os da seguinte forma: a formulação da estratégia caracteriza a inter-relação entre as decisões na organização, constituída por processos dinâmicos e complexos, baseados nos objetivos e desafios estabelecidos, identificado através de diagnósticos estratégicos, respeitando a missão, os propósitos e a cultura da empresa, enquanto que o planejamento é um processo de tomada de decisão integrado que pode ser formulado e aprovado em um único momento. Ainda sobre a formulação da estratégia dentro das organizações, Mintzberg (2000) aponta que existem diversos fatores e condições que se alteram e se modificam constantemente, uma vez que as estratégias evoluem e mudam com tempo, pois, cada vez que são tomadas decisões futuras expressivas surgem novas oportunidades estratégicas. Mintzberg (2000) afirma que algumas decisões estratégicas são motivadas por problemas que surgem no cotidiano das empresas, enquanto outras resultam da busca por novas oportunidades. As decisões estratégicas não são planejadas, elas são tomadas no momento em que as oportunidades e os problemas ocorrem, ou seja, as decisões estratégicas são contingenciais e consideram juízo de valor do gestor. Nem sempre é possível prever com exatidão quando os problemas e as oportunidades surgirão, tornando-se muito difícil unificar as decisões estratégicas em uma única estratégia que seja de fácil compreensão e aplicação. O ambiente de formulação de estratégias é complexo e exige de seus gestores o exercício de desenvolver análises, referentes a questões estratégicas. Cada escolha estratégica requer reflexões de contextos diferenciados, respaldados em informações confiáveis que consideram oportunidades, resolução de problemas e relevância da situação empresarial de modo a aproveitar eficazmente estas oportunidades surgidas. Desta forma Mintzberg (2000) argumenta que as estratégias podem se formar ou serem formuladas, e surgirem em resposta a uma situação, através de um processo de formulação seguido da implementação. Mintzberg et al. (2006) em seus estudos apresentam dez “escolas de pensamento” sobre formulação de estratégia, que são as Escolas de Design, de Planejamento, de Posicionamento, Empreendedora, Cognitiva, de Aprendizado, de Poder, Cultural, Ambiental e de Configuração. Cada uma destas escolas 29 representam idéias a respeito da estratégia em si, salientando suas limitações e contribuições, descritas no quadro 2. Design Planejamento Posicionamento Empreendedora Cognitiva Formulação de estratégia como um processo de concepção - potencializa as capacidades internas (pontos fortes e pontos fracos) e as possibilidades externas da organização (oportunidades e ameaças) Formulação de estratégia como um processo formal, na qual a estratégia é conduzida por um processo de planejamento formal (procedimento, treinamento e análise formais Formulação de estratégia como um processo analítico, aonde as estratégias são específicas, resumidas e possíveis Formulação de estratégia como um processo visionário- procuram entender o processo de formação de estratégia à medida que esse se desdobra, de forma menos coletiva e mais individual, baseada na visão do líder, sua intuição, julgamento, conhecimento, experiência e critério Formulação de estratégia como um processo mental, que se preocupa com o pensamento em si e não com os requisitos para pensar Aprendizado Poder Cultural Ambiental Configuração Formulação de estratégia como um processo emergente, na qual as pessoas atuam de forma individual ou coletivamente e aprendem sobre a situação e a capacidade da sua organização de lidar com ela, atuando ainda sobre padrões de comportamento Formulação de estratégia como um processo de negociação- caracterizada a formação de estratégia como um processo aberto de influência, destacando o uso de poder e política para negociar estratégias favoráveis a determinados interesses Formulação de estratégia como um processo coletivo, aonde é destacado o interesse comum, fundamentada na relação social da cultura da organização Formulação de estratégia como um processo reativo, na qual o ambiente é o ponto principal, determinando as diretrizes a serem seguidas pela organização Formulação de estratégia como um processo de transformação, descreve-se os estados da organização e do contexto que a cerca bem como, o processo de geração de estratégia (transformação) Quadro 2: Escolas de Pensamento – MINTZBERG Fonte: MINTZBERG (2000) Mintzberg (2000) divide as escolas em três grupos, conforme descrito no quadro 3. 30 GRUPOS ESCOLAS SÍNTESE Prescritivas Design Planejamento Posicionamento Preocupadas em como as estratégias devem ser formuladas do que em como elas são formuladas Formulação de Estratégias Empreendedora Cognitiva Aprendizado Poder Cultura Ambiental Consideram aspectos específicos do processo de formulação de estratégias preocupando-se mais em descrever como as estratégias são formuladas, do que com a prescrição do comportamento estratégico ideal Integração: Prescritiva e de Formulação de Estratégia Configuração Combina as demais,busca-se a integração, reunindo-se vários elementos como processo de formulação de estratégias, conteúdos, estruturas organizacionais e seus contextos, em fases distintas Quadro 3: Grupos – Prescritivas, Formulação de Estratégia, Integração das Escolas Fonte: MINTZBERG, 2000. Em seus estudos Mintzberg (2000) afirma que escolher uma das escolas como melhor ou pior, dificilmente atenderia às reais necessidades das empresas, ou seja, as empresas devem, a partir da descrição clara da situação futura desejada, propor estratégias objetivas que possibilitem conduzir suas atividades produtivas de forma a se obter lucro e crescimento. Dois aspectos precisam ser considerados, o processo de gestão e o posicionamento, que constituem os limitem que separam o sistema interno da empresa do meio externo, considerando suas interfaces. Esses aspectos são importantes para a concretização das estratégias e consequentemente, do planejamento estratégico organizacional. Mintzberg et al. (2006), propõe ainda, uma configuração organizacional que serve para entender o que motiva o modelo de gestão, analisando a forma pela qual as atividades de uma organização é dividida, organizada e coordenada, descritas na figura 4, que caracteriza as partes básicas de uma organização. Figura 4: As seis partes básicas da organização Fonte: MINTZBERG et al., 2006, p.186. 31 Ao analisar a estrutura organizacional, Mintzberg et al. (2006), além da reflexão propriamente dita acerca da conceituação de estratégia, foca o papel exercido pelos estrategistas, enfatizando o trabalho do gerente e o perfil do novo trabalho da liderança, que necessita construir sua organização fundamentada no aprendizado, conforme descrito no quadro 4. Configuração das Organizações Mecanismo de Coordenação Parte Principal da Organização Tipos de Descentralização Organização Empresarial Supervisão Direta Topo Estratégico Centralização vertical e horizontal Organização Máquina Padronização do trabalho Estrutura Técnica Descentralização horizontal limitada Organização Profissional Padronização de habilidades Núcleo Operacional Descentralização horizontal Organização Diversificada Padronização de saída Gerência Intermediária Descentralização vertical limitada Organização Inovadora Ajustamento mútuo Pessoas de Apoio Descentralização seletiva Organização Missionária Padronização de normas Ideologia Descentralização Organização Política Nenhum Nenhuma Várias Quadro 4: Configuração da Organização Autor: MINTZBERG et al, (2006, p.195) Outro aspecto apontado é a formulação da estratégia, centrada no objetivo organizacional e o seu modo de análise, objetivando a busca por vantagem competitiva. Deve-se ainda atentar que a estratégia sustenta tomada de decisões, e que estas precisam considerar as transformações globais vivenciadas pelas organizações. A formação da estratégia visa o crescimento e considera o conhecimento, a tecnologia, a colaboração, as fronteiras e os valores como essência do processo gerencial, incorporando percepções, experiências pessoais e da equipe, bem como, informações de mercado e similares. Percebe-se que o modelo apresenta dependência de um indivíduo que concentra as tomadas de decisões e a padronização de procedimentos. Em organizações de porte maior e com o crescimento contínuo, torna-se difícil manter a supervisão direta como mecanismo de coordenação, sendo necessário para esse tipo de estrutura uma relação menos paternalista e autocrática. 2.3.2 Aspectos Práticos Mintzberg et al, (2006), afirmam que empresas aplicam modelos “híbridos”, considerando essencialmente, seus ambientes, através das complexidades internas e externas, na qual estão sujeitas a novos desafios. No modelo das configurações proposto por empresas devem começar com a identificação da sua estrutura funcional básica, considerando o núcleo central, topo estratégico, atuação da gerência intermediária, da equipe técnica, do pessoal de apoio e valores e princípios primeiros elementos retratam a autoridade formal organizacional, a tecnoestrutura e o pessoal de apoio são influenciados diretamente por estes três elementos, fundamentados sob as normas e valores que são a própria essência da organização. Após este processo de identificação há uma definição e análise dos sistemas de coordenação, no qual acontecem os ajustes de equipes, atuação da supervisão direta, padronização do trabalho, definição dos resultados esperados, os treinamentos (habilidade do empr organizacionais. O parâmetro mais importante do modelo é o modo como o poder é divido na organização identificado no Quadro 3 descentralização. Em síntese deve ser considerado o técnico, o ambiente competitivo, o poder e controle Figura Fonte: Autor Destaca-se que o modelo natureza da organização e os seus mecanismos de coordenação, a Aspectos Práticos , (2006), afirmam que na prática o que se observa é que as empresas aplicam modelos “híbridos”, considerando essencialmente, seus ambientes, através das complexidades internas e externas, na qual estão sujeitas a No modelo das configurações proposto por Mintzberg empresas devem começar com a identificação da sua estrutura funcional básica, considerando o núcleo central, topo estratégico, atuação da gerência intermediária, da equipe técnica, do pessoal de apoio e valores e princípios primeiros elementos retratam a autoridade formal organizacional, a tecnoestrutura e o pessoal de apoio são influenciados diretamente por estes três elementos, fundamentados sob as normas e valores que são a própria essência da organização. este processo de identificação há uma definição e análise dos sistemas de coordenação, no qual acontecem os ajustes de equipes, atuação da supervisão direta, padronização do trabalho, definição dos resultados esperados, os treinamentos (habilidade do empregado) e a padronização das normas O parâmetro mais importante do modelo é o modo como o poder é divido na organização identificado no Quadro 3 – Configuração da Organização Em síntese deve ser considerado o tamanho da organização, o sistema competitivo, o poder e controle, descritos na Figura Figura 5: Síntese – Visão Estratégica de Mintzberg Fonte: Autor, 2009. se que o modelo consiste em entender o relacionamento entre a natureza da organização e os seus mecanismos de coordenação, a 32 na prática o que se observa é que as empresas aplicam modelos “híbridos”, considerando essencialmente, seus ambientes, através das complexidades internas e externas, na qual estão sujeitas a erg et al, (2006), as empresas devem começar com a identificação da sua estrutura funcional básica, considerando o núcleo central, topo estratégico, atuação da gerência intermediária, da equipe técnica, do pessoal de apoio e valores e princípios – ideologia. Os três primeiros elementos retratam a autoridade formal organizacional, a tecnoestrutura e o pessoal de apoio são influenciados diretamente por estes três elementos, fundamentados sob as normas e valores que são a própria essência da organização. este processo de identificação há uma definição e análise dos sistemas de coordenação, no qual acontecem os ajustes de equipes, atuação da supervisão direta, padronização do trabalho, definição dos resultados esperados, os egado) e a padronização das normas O parâmetro mais importante do modelo é o modo como o poder é divido na Configuração da Organização – Tipos de tamanho da organização, o sistema , descritos na Figura 5. consiste em entender o relacionamento entre a natureza da organização e os seus mecanismos de coordenação, a formulação da33 estratégia, o papel dos estrategistas, o estabelecimento de objetivo estratégico, as análises estratégicas e o processo de mudanças, potencializando suas forças, o conhecimento, a estrutura organizacional, as tecnologias, as parcerias e as alianças, sustentadas por fortes lideranças para garantir uma atuação inovadora e empreendedora. Vale ressaltar, que segundo Mintzberg (2000), não existe uma maneira correta de administrar uma organização, pois o que é bom para uma, necessariamente não é bom para outra. 2.4 ABORDAGEM DE PORTER 2.4.1 Aspectos Conceituais No início da década de 1980, Porter apresenta alguns estudos desenvolvidos na área de estratégia organizacional, na busca do fortalecimento da posição no mercado, de forma a responder estrategicamente às oportunidades e ameaças da concorrência, bem como, fortalecer a ação de planejamento estratégico para delinear os rumos da empresa a longo prazo. Porter (1992, p.01), afirma que “a estratégia competitiva é a busca de uma posição competitiva favorável em um mercado”. A posição competitiva requer uma disputa entre concorrentes, para obtenção de vantagens competitivas e posição lucrativa contra as forças que determinam a concorrência no mercado. Porter (2004) afirma ainda que, o futuro das empresas pode ser identificado a partir da construção de um cenário que represente, situações que considerem os fatores políticos, econômicos, ambientais e sociais, de modo a prever incertezas, e consequentemente, auxiliar os gestores nas tomadas de decisões. Para Porter (2004) estas decisões perpassam três estratégias genéricas, que podem ser utilizadas de forma isolada ou combinada, traduzindo tipos particulares de situações de uma indústria. O autor refere-se à abordagem de posicionamento para o desenvolvimento de estratégia, que visa estabelecer referências para melhoria da posição competitiva dos produtos e serviços da empresas no segmento onde atua. Este posicionamento estratégico estabelece a forma como a empresa pretende posicionar se Posicionamento de Liderança: Diferenciação, Liderança de Custo e Enfoque. Na liderança por diferenciação o mercado, apresentando vantagem competitiva caracterizada por algo diferente dos concorrentes, sua linha de produto apresenta variações de produto e ênfase nas diferenciações. Também foca podendo ainda ser cobrado preços maiores por esta diferenciação consumidor esta disposto a pagar por esta diferença comunicar a diferença ofertada, enfatizando a ino Já a liderança em custos caracteriza mercado. A vantagem competitiva s linha de produto básica, pouco sensacionalismo serviço e ênfase na produção qualidade e características do produto que sustenta a estratégia Por último temos a liderança por “nicho de mercado”. A vantagem competitiva é a oferta de personalizado. Sua produção atende marketing para comunicar servir seu público, evitando incorporar este produto a outras categorias e assim assegurar seu mercado. Este posicionamento estratégico estabelece a forma como a empresa seu produto no mercado, caracterizado na Posicionamento de Liderança: Diferenciação, Liderança de Custo e Enfoque. Figura 6: Três estratégias genéricas Fonte: PORTER, 2004, p. 41. liderança por diferenciação o foco estratégico é de penetração de mercado, apresentando vantagem competitiva caracterizada por algo diferente dos concorrentes, sua linha de produto apresenta variações de produto e ênfase nas diferenciações. Também foca o marketing, desenvolvendo ações que agregam valor podendo ainda ser cobrado preços maiores por esta diferenciação consumidor esta disposto a pagar por esta diferença. Sua estratégia se baseia em comunicar a diferença ofertada, enfatizando a inovação e melhorias contínuas. liderança em custos caracteriza-se por ser de grande penetração de vantagem competitiva são os custos mais baixo que os concorrentes, linha de produto básica, pouco sensacionalismo, qualidade aceitável e ênfase na produção com contínua redução de custos sem sacrificar a qualidade e características do produto ou serviço. Ocorre ainda ênfase no marketing que sustenta a estratégia com preços baixos. Por último temos a liderança por enfoque que tem como alvo estratégico “nicho de mercado”. A vantagem competitiva é a oferta de ua produção atende às necessidades do nicho definido, utiliza o marketing para comunicar-se e sua estratégia esta sustentada na servir seu público, evitando incorporar este produto a outras categorias e assim 34 Este posicionamento estratégico estabelece a forma como a empresa caracterizado na figura 6 – Posicionamento de Liderança: Diferenciação, Liderança de Custo e Enfoque. o estratégico é de penetração de mercado, apresentando vantagem competitiva caracterizada por algo diferente dos concorrentes, sua linha de produto apresenta variações de produto e ênfase nas o marketing, desenvolvendo ações que agregam valor, podendo ainda ser cobrado preços maiores por esta diferenciação, pois, o . Sua estratégia se baseia em vação e melhorias contínuas. ser de grande penetração de custos mais baixo que os concorrentes, qualidade aceitável do produto ou contínua redução de custos sem sacrificar a . Ocorre ainda ênfase no marketing enfoque que tem como alvo estratégico “nicho de mercado”. A vantagem competitiva é a oferta de produto e serviço s necessidades do nicho definido, utiliza o se e sua estratégia esta sustentada na dedicação para servir seu público, evitando incorporar este produto a outras categorias e assim 35 Segundo Porter (2004) as organizações deveriam escolher o tipo de vantagem competitiva pretendida, pois, considera difícil fazer as três coisas ao mesmo tempo em busca de uma vantagem competitiva. Desta forma, o autor busca por meio da definição ou da redefinição de estratégias, mecanismos que conduzam as empresa ao sucesso, através da proposição de conceitos que auxiliam as análises das indústrias em torno de suas forças competitivas e de seu posicionamento no mercado. Colocar estas estratégias em prática exigem esforços, recursos, controles e arranjos organizacionais diferentes, por isso a escolha de uma das estratégias torna- se mais viável, para tanto, o autor descreve os requisitos das estratégias quanto aos recursos, habilidades e requisitos, descritos no quadro 5. ESTRATÉGIA GENERICA RECUROS E HABILIDADES EM GERAL REQUERIDOS REQUISITOS ORGANIZACIONAIS COMUNS Liderança no Custo Total Investimento de capital sustentado e acesso ao capital Boa capacidade de engenharia de processo Supervisão intensa de mão-de-obra Produtos projetados para facilitar a fabricação Sistema de distribuição com baixo custo Controle de custo rígido Relatórios de controles freqüentes e detalhados Organização e responsabilidades estruturadas Incentivos baseados em metas estritamente quantitativas Diferenciação Grande habilidade de Marketing Engenharia do produto Tino criativo Grande capacidade em pesquisa básica Reputação da empresa como líder em qualidade ou tecnologia Longa tradição da indústria ou combinação ímpar de habilidade trazidas de outros negócios Forte cooperação dos canais. Forte coordenação entre funções em P&D, desenvolvimento do produto e marketing Avaliações e incentivos subjetivos em vez de medidas quantitativas Ambiente ameno para atrair mão-de-obra altamente qualificada, cientistas ou pessoas criativas. Enfoque Combinação das políticas acima dirigidas para a meta estratégica em particular Combinação das políticas acima dirigidas para a meta estratégica em particular Quadro 5: Requisitos das Estratégias Genéricas
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